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Em 1961, o presidente Jânio Quadros renunciou à presidência do Brasil. Conforme a Constituição de 1946, o posto deveria ser passado ao vice-presidente em questão, João Goulart, no entanto, conservadores e militares não aceitavam a posse de João, conhecido como Jango, ocasionando, dessa forma, um risco evidente de guerra civil.

Para manter ordem do processo, uma mobilização civil criou a “campanha da legalidade”, que em respeito à Constituição Federal, defendia que Jango assumisse o poder. Ainda em 1961, João Goulart conseguiu, enfim, assumir o cargo de presidente do Brasil, e em 1963, deu início a uma agenda reformista, com reformas previstas para áreas que poderiam garantir o bem estar da sociedade brasileira, tais como educação, habitação e, principalmente, a reforma agrária. Essa última ia de encontro a interesses de grandes empresários, além da Lei de Remessas de Lucro, que impedia empresas de mandarem mais que 10% dos seus lucros para fora do Brasil.

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Contrários às reformas conduzidas por Jango, militares, apoiados pelo empresariado nacional e internacional, se rebelaram, invadiram o Congresso Nacional, em Brasília, e anunciaram, em 1964, a tomada do poder; não houve reação de João Goulart. A ação, denominada um golpe, se configurou na ditadura militar por um período de 21 anos. Segundo historiadores, o regime foi autoritário e marcado por episódios violentos, tais como técnicas de tortura e perseguição a pessoas que tentavam resistir à ditadura.

Um dos momentos mais polêmicos e autoritários da história do Brasil, a ditadura militar é pauta frequente nas aulas escolares e em cursos pré-vestibulares. Às vésperas das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), os candidatos questionam se o assunto aparecerá ou não no processo seletivo, uma vez que, na edição anterior, não foi cobrado no Exame. De acordo com o estudo “Coletânea Enem”, produzido e divulgado pelo Sistema de Ensino Poliedro, o tema regime militar apareceu em 3,9% das últimas edições da prova, ocupando o grupo dos assuntos de história que mais caíram no Exame.

Na avaliação da professora de história Thais Almeida, mesmo não aparecendo no Enem 2019, a ditatura militar deve ter sido estudada pelos candidatos. “Quando a gente fala de regime militar, é importante sim, que o aluno estude, porque existem aspectos do período ditatorial que podem ser cobrados sem que apareça, explicitamente, o nome ditadura. Acho que alguns temas, como torturas que houve no regime militar, as técnicas de estrutura, as práticas de sumir com os corpos, as denúncias internacionais, os períodos de transição que envolvem várias polêmicas, acho um pouco difícil de caírem. Por outro lado, é interessante focar em outros aspectos: mudanças institucionais, projetos de colonização, projetos econômicos, são mais possíveis de cair, porque se afastam mais das polêmicas”, explica a professora de história.

Sobre o contexto histórico, a educadora detalha: “O golpe tira o presidente João Goulart do poder. Um presidente que tinha uma tendência mais à esquerda, com uma agenda política trabalhista, reforma agrária e reforma fiscal, aspectos que iam de encontro aos interesses do empresariado nacional. Não é à toa que apesar do regime ser conduzido pelos militares, foi feito com uma aliança dos empresários nacionais e internacionais”.

Na concepção do professor de história Hilton Rosas, o governo de Jair Bolsonaro demonstra entusiasmo com o regime militar, no entanto, para o docente, não é possível cravar que o assunto vai, de fato, aparecer no Enem. Por outro lado, Rosas acredita que é possível analisar outras edições da prova em que o tema esteve presente e traçar uma estratégia de estudos para caso a temática caia na edição 2020.

“Podemos dizer que a abordagem cabe dentro das competências exigidas pelo Exame. Geralmente, as questões retratam episódios retardados da época, levando o estudante a fazer a construção histórica de um passado recente, sobre a República e a construção da democracia das últimas três décadas. Não há aspectos positivos desse período sob a ideia de bem-comum. Sendo assim, o que é visto está nos parâmetros do que a ciência da história e sua interlocução, com as demais Ciências Humanas, nos trazem enquanto verdade”, comenta o professor de história.

Segundo Rosas, nos últimos cinco anos, a Ditadura Militar foi cobrada no Exame de diferentes formas, “das restrições de liberdade, que também cabe a interlocução com filosofia, à ideia de democracia, que tem link com a sociologia”. Em entrevista ao LeiaJá, Hilton Rosas analisou e respondeu uma questão sobre Ditadura Militar cobrada no Enem 2018. Confira:

Nessa questão, retratamos os problemas da distensão política que há durante o período do regime militar; a carta de Henfil demonstra tal crítica. A questão traz aspectos que vão desde as identidades sociais e como essas se configuravam no contexto do período. Sendo assim, a resposta correta é lebra "B".

Em 2019, o programa Vai Cair No Enem exibiu uma aula com o professor de história Marlyo Alex, além do educador de geopolítica e atualidades Benedito Serafim. Assista:

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As provas impressas do Enem 2020 serão realizadas no domingo (17) e no dia 24 deste mês, enquanto a versão digital será nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro. Na primeira parte, candidatos responderão questões de Ciências Humanas, Linguagens e redação, enquanto que no segundo dia eles enfrentarão quesitos de Ciências da Natureza e matemática.

Componente importante do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a redação é uma parte da prova que faz a diferença na média do estudante. Quanto melhor for o desenvolvimento do candidato, maior é a chance de atingir uma boa nota e até alcançar o mil. 

A professora de redação Lourdes Ribeiro listou e explicou, para a reportagem do LeiaJá, sete passos importantes para que o fera chegue à nota mil na redação do Exame, como treinar a escrita; ter o hábito de ler – já que, segundo a docente, o aluno precisa estar afiado nas regras gramaticais e ortográficas; atenção às competências exigidas na redação; estar atualizado sobre os acontecimentos, acompanhando veículos de comunicação, conforme indica a professora; entre outros. Confira os sete passos, detalhadamente, a seguir:

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1 - Treine bastante

Os candidatos sabem como estudar português, matemática, história e as outras disciplinas, mas nem sempre sabem como estudar para a redação. Como você precisa estar craque na escrita e na estruturação do texto, o segredo é treinar.

2 - Atenção aos textos de apoio

Na prova de redação do Enem, o aluno tem alguns textos de apoio. É essencial ler com atenção essas referências, que podem ser notícias, artigos ou até uma história em quadrinhos ou charge. Elas trazem, muitas vezes, dados estatísticos, que devem ser interpretados para demonstrar a gravidade do problema proposto

3 - Leia muito

Você precisa estar craque nas regras gramaticais e de ortografia. Uma boa dica para isso é ter o hábito de ler. Por isso, dedique um tempinho diário para a leitura de um livro. Não precisa ser uma obra exigida para o vestibular, pode até mesmo ser a do seu autor preferido

4 - Fique atento às competências exigidas na redação do Enem

O Exame exige que o candidato demonstre algumas competências na redação. São elas: domínio da escrita formal da língua portuguesa; compreensão da proposta da redação; habilidade para selecionar, organizar e interpretar dados, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista; conhecimento para a construção da argumentação; elaboração de proposta de intervenção para o tema abordado.

5 - Faça um rascunho

Muitos alunos, quando veem o tema da redação, já querem sair escrevendo — e esse é um dos maiores erros -. É necessário fazer um rascunho para que você possa ordenar suas ideias e seguir a estrutura pedida no texto.

6 - Mantenha-se atualizado

O aluno deve estar bem informado para fazer uma boa redação do Enem. Por isso, acompanhe telejornais, sites de notícias, revistas, podcasts e tente entender os principais acontecimentos nacionais e internacionais. Nessa hora, procurar por artigos de opinião pode ajudar

7 - Saiba argumentar

A prova de redação do Enem exige que o candidato desenvolva um texto dissertativo-argumentativo. Não se trata de um emaranhado de informações, e é preciso que ele aborde um problema e defenda seu ponto de vista em relação à questão.

As provas impressas do Enem 2020 serão realizadas nos dias 17 e 24 deste mês, enquanto as provas da versão digital do Exame serão nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro. Na primeira parte, os candidatos responderão questões de Ciências Humanas, Linguagens, além da redação. Na segunda, os feras terão quesitos de matemática e Ciências da Natureza.

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Candidatos diagnosticados com o novo coronavírus ou quaisquer doenças infectocontagiosas previstas no edital do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), edição 2020, deverá comunicar sua condição, por meio da Página do Participante, até um dia antes da prova para participar da reaplicação que ocorrerá nos dias 23 e 24 de fevereiro. Caso o diagnóstico ocorra no dia da prova, o participante deverá ainda relatar sua condição por meio do telefone 0800-6161-61.

Nesses casos, os inscritos devem seguir esse procedimento para que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão responsável pelo Exame, analise uma possível participação na reaplicação. O resultado da solicitação pode ser consultado, também, na Página do Participante.

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Constam, no edital, as seguintes doenças infectocontagiosas: coqueluche, difteria, doença invasiva por Haemophilus influenza, doença meningocócica e outras meningites, varíola, Influenza humana A e B, poliomielite por poliovírus selvagem, sarampo, rubéola, varicela e Covid-19. “É importante destacar que os participantes que apresentarem sintomas na véspera ou no dia da prova não deverão comparecer ao Exame, primando pela segurança e pela saúde coletiva”, reforça o Inep.

Para a análise da possibilidade de reaplicação, o estudante deverá inserir, obrigatoriamente, no momento da solicitação, documento legível que comprove a doença. Na documentação, devem constar o nome completo do participante, o diagnóstico com a descrição da condição, o código correspondente à Classificação Internacional de Doença (CID 10), além da assinatura e da identificação do profissional competente, com o respectivo registro do Conselho Regional de Medicina (CRM), do Ministério da Saúde ou de órgão competente, assim como a data do atendimento.

O Inep reforça que os participantes devem seguir uma série de protocolos de segurança relacionados à Covid-19. Dentre essas medidas estão o uso de álcool em gel nas salas e a obrigatoriedade do uso de proteção facial durante a prova.

Vale ressaltar que as máscaras serão verificadas pelos fiscais para evitar possíveis infrações. O Enem impresso será aplicado nos dias 17 e 24 de janeiro de 2021 e a versão digital nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro de 2021. Confira mais informações sobre a reaplicação e todas as recomendações de segurança exigidas nos editais disponíveis na Página do Participante.

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou na manhã desta terça-feira (12), em entrevista à CNN, que o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) não será adiado novamente, mesmo que uma "uma minoria barulhenta" esteja pedindo. Com isso, a prova impressa segue agendada para os dias 17 e 24 de janeiro e a versão digital para os dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro.

"Não vamos adiar o Enem. Primeiro, porque tomamos todos os cuidados de biossegurança possíveis e queremos dar tranquilidade para você que vai fazer a prova, assim como aconteceu no (último) domingo, em menor proporção, claro, no exame da Fuvest”, disse Ribeiro. O ministro ainda citou um trecho bíblico afirmando que “a esperança que se adia adoece o coração” e reforçou que o governo não pode fazer isso com os estudantes.

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Na entrevista, o ministro também afirmou que o Ministério da Educação (MEC) investiu mais recursos este ano para garantir o distanciamento social durante as provas. Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão também responsável pela prova, estão sendo investidos, ao todo, R$ 64 milhões em medidas de segurança contra a Covid-19.

“Nós aqui do MEC também somos pais, também temos filhos, parentes. Não queremos colocar a qualquer custo os jovens em risco. Um semestre a menos, se a gente perder o Enem, vai atrapalhar totalmente toda a programação de acesso dos estudantes às escolas federais e às escolas públicas”, ressaltou o ministro da Educação.

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Com o objetivo de ajudar os estudantes que irão realizar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o professor de física Guilherme Amblard promove cinco quadros preparados exclusivamente para os feras. A iniciativa conta com tópicos como física das coisas, física da teoria, resolvendo física, fica a dica, física da experiência 

 “Em ‘física das coisas’ irei mostrar que a física está diretamente vinculada ao nosso dia a dia. Já em ‘resolvendo física’, irei trabalhar as questões que já foram cobradas no Enem, baseada nas competências e habilidades”, comenta o professor. Os interessados não precisam realizar inscrições, já que os conteúdos serão publicados no perfil do Instagram.

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O primeiro vídeo da série de conteúdos será publicado nesta terça-feira (12), às 18h, abordando física das coisas. A programação segue no mesmo horário durante esta semana. 

No quadro ‘física na teoria’, será discutido pontos teóricos que é preciso ter em mente durante a prova do Enem. Já o quadro ‘fica a dica’, será passado técnicas para ajudar a resolver mais rápido as questões. Em física na experiência, o professor irá compartilhar uma visão mais ampla da disciplina.

Vale pontuar que a prova do Enem 2020 está marcada para os dias 17 e 24 de janeiro de 2021 (versão impressa); e 31 de janeiro e 7 de fevereiro (versão digital).

Faltando apenas cinco dias para a primeira prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020, com aplicação no próximo domingo (17), os tradicionais aulões às vésperas do Enem não foram como nos anos anteriores, ou seja, realizados de forma presencial para grandes públicos.

Devido a pandemia da Covid-19, esse momento de troca entre vestibulandos e professores passou para o ambiente virtual, com estratégias diferentes para atingir o mesmo objetivo: revisar conteúdos antes da aplicação do Enem 2020. O Exame terá a segunda prova no dia 24 deste mês na versão impressa e nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro na modalidade digital.

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Na visão do professor de geopolítica e atualidades Benedito Serafim, que também é co-fundador do curso preparatório Os Caras de Pau do Vestibular, o ano de 2020 foi de muitas adaptações com o novo sistema. "Antes da quarentena, os aulões eram realizados em auditórios, em grandes auditórios, onde passava por uma escolha de um tema, inicialmente, um tema lúdico, um tema que abrangesse todos os aulões", relembra o professor.

Benedito observou que mesmo com a vantagem do preparatório ter se adaptado rapidamente às necessidades impostas pela pandemia com relação às aulas on-line e produção de conteúdo para a internet, não haverá aulão no pré-vestibular às vésperas da prova. No início, o formato tinha participação relevante dos vestibulandos durante as aulas, chegando a três mil acessos por aula. No entanto, desde agosto a interação diminuiu.

Para o docente, o cansaço é um dos motivos. “Acho que não só os alunos, como os professores já estão cansados nessa reta final. Estamos com aula desde fevereiro e não paramos”, enfatizou o professor de geopolítica e atualidades. Com pouco interesse nas aulas on-line, surge uma ideia para contornar o obstáculo e recuperar a preparação para o Enem, de forma que o momento respeitasse os protocolos de realização de eventos em meio a pandemia da Covid-19.

A solução foi mudar as estratégias. “Agora, no final de 2020, tivemos a ideia de fazer a aula de campo. Em cada ponto do Recife, os alunos iriam encontrar os personagens pernambucanos, como na Ponte Duarte Coelho encontrar Duarte Coelho ou na Rua da Moeda encontrar o Chico Science. Assim os alunos têm acesso a um aulão, grande marca do preparatório, e interagem com a cidade”, explica Bené, sobre a forma alternativa de realizar o aulão do preparatório. Outros aulões não estão previstos. “Quem chegou até aqui são guerreiros totais”, completa.

 Aulão ao ar livre foi a alternativa encontrada pelo preparatório Os Caras de Pau para sair da monotonia dos aulões on-line (Foto: Reprodução/TV LeiaJá)

Nesse sentido, para o professor de história Filipe Carvalho, do preparatório Melhores do Mundo (MDM), os aulões vão além de revisar assuntos e tirar dúvidas, pois também assumem um papel motivacional para os estudantes.

“Os aulões são extremamente importantes, porque nem todos os alunos conseguem compreender bem alguns conteúdos. Portanto, os aulões trazem uma temática que pode ser daquele assunto que o aluno tem uma dificuldade e naquele momento, naquele formato, ele compreenda melhor o conteúdo”, explicou o docente sobre a importância dos encontros.

Como alternativa e para a adequação aos protocolos de segurança sanitária, os Melhores do Mundo estão elaborando uma série de aulas on-line, que começam na semana que antecede a aplicação das provas. Além dessas aulas, o pré-vestibular decidiu realizar aulões presenciais em sua nova sede, no Recife, com transmissão ao vivo.

“Então, a transmissão do aulão será em tempo real, destinada para os seus alunos, que estão devidamente inscritos na atividade. Com isso, nós não vamos ter aqueles aulões gigantes que fazíamos às vésperas do Enem. Teremos um número reduzido de estudantes em sala de aula conosco”, explicou o docente de história. No formato presencial, há um limite de 150 pessoas, de acordo com as normas do Governo de Pernambuco.

Mesmo via web, estudantes como a Samarah Marlene, de 19 anos, dizem que se sentem motivados e usam o tempo da aula para relembrar o que estudou até o momento. “Muitos professores entendem que é cansativo e difícil a rotina com a pandemia, sabendo que não podemos ter contato com outras pessoas, inclusive colegas de aula, e eles nos motivam. Ter professores que nos ensine de forma divertida, mesmo em momento em pandemia que muitos alunos não estão tendo o privilégio de ter aula por diversos motivos, quanto mais oportunidade melhor”, relatou a estudante.

Apesar de cansativo, para a aula Anna Cecília, de 17 anos, o aulão on-line traz uma vantagem. “Como grande parte desses aulões são gravados é um ótimo ponto, porque sempre posso voltar e revisar aquilo que não entendi muito bem”, pontuou.

Ultrapassando fronteiras

Para alguns professores, esse momento de distanciamento social foi um dos motivos de maior afastamento dos estudantes, e até mesmo de decaída no rendimento escolar. No entanto, na análise da professora de linguagens e produção textual Fernanda Bérgamo, as aulas neste formato foram bem mais proveitosas, pelo menos com relação a sua disciplina, que é interpretativa.

Fernanda garante que os alunos, mesmo assistindo a aulões via on-line, não perdem nada em termos de qualidade de conteúdo. “Assistido pela televisão da escola ou pela internet em sua casa, os alunos conseguiram ter acesso de forma mais tranquila aos conteúdos e podem passar o mesmo tempo de aula que passariam no presencial”, destaca.

Para ela, o formato on-line trouxe alguns ganhos para sua turma. “Houve um ganho até mesmo para os alunos dispersos, pois com o conteúdo gravado ele consegue consultar o material”, enfatiza a docente, que confessa sentir falta do abraço apertado dos vestibulandos em aulões.

Fernanda também explicou que no formato on-line a possibilidade de alcance de público foi maior que qualquer aulão. Com um apoio que tem ultrapassado barreiras, a docente também acrescenta que desta forma também há uma diminuição do desgaste físico e até mesmo emocional dos estudantes que por muitas vezes vinham de outros municípios para aulões na Região Metropolitana do Recife.

“Têm acontecido aulões por meio de lives de conteúdos desde março de 2020, como contratada ou por conta própria. Inclusive, fiz inúmeras lives de formação para professores de escolas do interior para que eles se qualifiquem para ensinar os alunos com maior segurança”, diz a professora Fernanda Bérgamo.

Mesmo com um olhar mais positivo sobre a situação dos vestibulandos com relação a preparação para as provas, Fernanda lista algumas dificuldades significativas. “A principal dificuldade é termos uma parte da população excluída digitalmente, a segunda é a equiparação dos alunos com níveis de conhecimento diferentes”, disse.

Em contrapartida, ela ressalta que a tecnologia e uso de aplicativos como WhatsApp, ajudam a contornar essas dificuldades. “Com dúvidas registradas não é impossível que a resposta não chegue, pois as pessoas tímidas usam muito o privado para sanar as dúvidas ou alunos que realmente estão com dificuldade”, explicou Fernanda, que afirma ser um dos pontos de atenção a manter para quando as aulas voltarem ao formato presencial. Em geral, os aulões tendem a ter uma realização mais comedida e mais assertiva.

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Nesta terça-feira (12), a Justiça Federal de São Paulo negou o pedido do Ministério Público e da Defensoria da União de adiamento das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020. Diante disso, diversos internautas debatem nas redes sociais sobre a decisão, tendo em mente o agravamento da pandemia no Brasil.

 A professora de história, Talíria Petrone publicou em seu perfil do Twitter que é contra a realização do exame. “O Brasil chegou a 8,13 milhões de casos e 203,5 mil mortes por Covid-19, mas Bolsonaro insiste em manter o Enem este mês. Nem mesmo a lamentável morte do diretor do Inep, responsável pelas provas, é capaz de sensibilizar o presidente. Um grande absurdo! seguimos exigindo #AdiaEnem!”, publicou. 

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“Será que o diretor do Inep usava o mesmo protocolo de biossegurança que o Ministro da Educação diz haver para as realizações das provas do Enem?”, questionou um internauta. “O diretor do Inep morreu por causa da Covid-19, enquanto o Inep não quer adiar a prova do Enem. É triste que o estudante não tenha voz nesse país”, publicou um outro internauta.

Com a decisão da justiça em manter o cronograma do exame, as datas de aplicação do Enem impresso seguem nos dias 17 e 24 de janeiro. Confira, abaixo, alguns memes sobre a manutenção das provas do Enem:

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A Justiça Federal de São Paulo negou o pedido do Ministério Público e da Defensoria Pública da União para adiamento das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020. Com isso, as datas de aplicação do Enem impresso seguem nos dias 17 e 24 de janeiro. 

De acordo com a decisão da juíza Marisa Cucio, as medida adotadas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) são suficientes para manter a segurança da aplicação da prova. "As medidas são adequadas para viabilizar a realização das provas nas datas previstas, sem deixar de confiar na responsabilidade individual de cada participante e nas autoridades sanitárias locais que definirão a necessidade de restrição de circulação de pessoas, caso necessário", argumentou a magristrada.

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No texto da juíza, ainda se destaca que há informações suficientes sobre as medidas de biossegurança que os participantes devem ter para evitar o contágio, além de outras medidas como realizar a prova em sala separada e reaplicação para candidatos com sintomas. “É certo que a logística para a realização das provas em um país de dimensão continental como o Brasil exige o envolvimento de milhares de pessoas do quadro do Ministério da Educação, das Secretariais locais, de colaboradores contratados, além da procura e aluguel ou requisição de espaços físicos compatíveis, como escolas e universidades, aquisição de material, transporte e distribuição de provas, entre outras providências”, disse Cucio.

Como argumento, a decisão também destaca a realização de outros vestibulares, como o da Universidade de Campinas (Unicamp) e da Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest). Na contramão da decisão, entidades estudantis se põem contra a realização da edição 2020 do Enem, deviso ao aumento nos contágios registrados no Brasil.

No domingo (17), primeiro dia da edição 2020 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), versão impressa, os candidatos serão submetidos a questões de Ciências Humanas. Sociologia e filosofia estão no grupo de disciplinas da área, reunindo temáticas que levam os estudantes a refletirem e desenvolverem uma análise crítica.

De acordo com a ‘Coletânea Enem’, levantamento estatístico feito e divulgado pelo Sistema de Ensino Poliedro, o tema “sociologia contemporânea”, com percentual de 34,4%, é o mais cobrado nas últimas edições da prova de sociologia. Já em filosofia, conforme o mesmo estudo, o assunto mais corriqueiro é racionalismo moderno, com 24,3%. Confira, a seguir, os dados:

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Fonte: Coletânea Enem, do Sistema Poliedro de Ensino

Na análise da professora de sociologia, filosofia e história Thais Almeida, o Enem 2020 deverá manter o padrão de questões cobrado nas últimas edições. “A abordagem do Enem, há um tempo, vem de forma mais consolidada. Acredito que a prova terá a mesma estrutura dos últimos anos, com o mesmo tipo de abordagem dos outros exames. A tendência que a gente vem observando são textos mais analíticos, mais curtos, não é mais uma tendência trazer textos enormes. São textos curtos, mas que privilegiam uma visão analítica, crítica, problematizadora e, principalmente, interdisciplinar, com um diálogo muito grande entre as humanidades”, explica a docente. “Por isso, o aluno deve fazer questões que tragam uma perspectiva mais analítica dos assuntos, o que gosto de chamar de exercício de aplicação”, acrescenta.

A professora ainda destrincha, em entrevista ao LeiaJá, assuntos que, para ela, têm fortes chances de caírem no Enem. “De sociologia, com toda certeza, vão cair mundos do trabalho. Os aspectos relacionados a trabalho vêm caindo muito, não apenas em sociologia, mas também nos outros conteúdos de Humanas. Democracias estão sempre entre os assuntos que caem mais, os tipos, como funcionam e quais ganhos o Brasil teve, principalmente quando a gente considerada a Constituição de 1988 para cá”, comenta Thais Almeida.

Em filosofia, a docente traz os seguintes palpites: “Com toda certeza, os clássicos Sócrates, Platão e Aristóteles, com a questão da ética e moral, a discussão sobre a teoria do conhecimento e a discussão sobre as estruturas políticas. Os contratualistas são bem importantes, Thomas Hobbes, Jean-Jacques Rousseau. E ainda em filosofia, aposto sempre no debate sobre a filosofia moderna que traz a discussão epistemológica entre empiristas e racionalistas”.

Para ilustrar, com mais detalhes, uma abordagem característica do Enem, Thais Almeida respondeu uma questão no quadro ‘Vai Cair No Enem Resolve’, do projeto Vai Cair No Enem. Assista:

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O juiz federal Frederico Azevedo, da Justiça Federal em Pernambuco (JFPE), deferiu, nesta segunda-feira (11), um pedido liminar para o mandado de segurança ajuizado pela genitora de G. S. G. O candidato solicitou autorização para fazer, em uma sala sozinho, a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

A ação é contra a decisão do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que negou a solicitação para que o estudante possa realizar o Enem em uma sala separada devido a sua condição de saúde. A Justiça Federal informa que o candidato descobriu, no dia 23 de dezembro do ano passado, ser portador de linfoma de Hodgkin Neoplasia Maligna. E, como o estudante iniciará nesta quarta-feira (13) as sessões de quimioterapia, precisará, por questão de saúde, realizar as provas impressas, marcadas para os dias 17 e 24 de janeiro, em um ambiente isolado dos demais candidatos.

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Conforme a JFPE, a genitora de G.S.G anexou, no mandado de segurança, o laudo médico no qual aponta que o estudante precisa realizar as provas isolado devido ao alto risco de ser contaminado pela Covid-19, além dos vários efeitos adversos do tratamento, como a fragilidade no sistema imunológico. O juiz federal destaca que não encontrou uma razão plausível para o Inep ter negado o pedido.

“Ressalte-se que sua condição de saúde exige a realização em sala separada, não observando este juízo razão plausível para a negativa do pleito na órbita administrativa, ressaltando que o impetrante está disposto a continuar com os seus afazeres de estudante mesmo passando por um momento turbulento de saúde”, disse, em nota, o magistrado.

O LeiaJá procurou a assessoria de imprensa do Inep para que a instituição se posicione acerca do caso. Até o fechamento desta matéria, não tivemos retorno do órgão.

O LeiaJá e o projeto Vai Cair No Enem iniciam, nesta segunda-feira (11), uma série de lives com foco na reta final do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A partir das 20h, os candidatos podem conferir dicas exclusivas de história e redação.

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O professor de história José Carlos Mardock aborda avanços e crise do capitalismo no Século XX. Em redação, o educador Eduardo Pereira revela três passos para a redação nota mil. Todas as aulas podem ser conferidas no youtube.com/vaicairnoenem: A apresentação da live ficará a cargo de Thayná Aguiar. Confira, a seguir, o cronograma de transmissões do Vai Cair No Enem, além dos detalhes do LeiaJá na cobertura da prova.

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As provas impressas serão realizadas no domingo (17) e no dia 24 deste mês. No primeiro dia, haverá questões de Ciências Humanas, Linguagens e redação, enquanto no segundo, os candidatos enfrentarão quesitos de Ciências da Natureza e matemática.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou, na tarde desta segunda-feira (11), que os portões dos locais de prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) serão abertos mais cedo, às 11h30. A medida, segundo o órgão, tem o objetivo de evitar aglomerações devido à Covid-19.

Antes da informação compartilhada hoje pelo Inep, a abertura dos portões dos locais de prova estava programa para 12h. É importante alertar que o fechamento dos portões continuará às 13h, horário de Brasília. Veja os detalhes:

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Abertura dos portões - 11h30

Fechamento dos portões - 13h

Início das provas - 13h30

Término das provas 1º dia - 19h

Término das provas 2º dia - 18h30

As provas do Enem impresso serão realizadas no domingo (17) e no dia 24 deste mês. No primeiro dia, o Exame trará questões de Ciências Humanas, Linguagens e redação. Já na segunda parte do processo seletivo, os candidatos enfrentarão quesitos de Ciências da Natureza e matemática. Ao todo, 5,8 milhões de inscrições foram confirmadas.

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Em geografia, área de Ciências Humanas, os principais assuntos que costumam aparecer no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), segundo o levantamento realizado pelo Sistema de Ensino Poliedro, são questões ambientais (13,9%), globalização (10,1%), climatologia (8,9%), cartografia (7,6%), entre outras temáticas. O LeiaJá, em parceria com o projeto Vai Cair No Enem, reuniu os professores de geografia e atualidades Carlos Lima, Marcelo Rocha e Charliton Soares; eles fizeram uma análise a respeito da disciplina.

1 - Questões ambientais

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“Questões ambientais é um dos assuntos que vem sendo cobrado cada vez mais por ser atual e interdisciplinar. Relaciona-se com várias disciplinas como biologia e física, além de abordar vários outros temas da geografia, como urbanização e industrialização”, pontua Carlos Lima.

2 - Globalização

"Globalização, um assunto muito amplo, ajuda a entender diversos aspectos do mundo atual, por isso é um dos assuntos mais cobrados nos vestibulares. O fato de você está lendo esta matéria por meio de uma mídia digital é resultado do processo de globalização", explica Marcelo Rocha. 

3 - Climatologia

“Estamos vivendo uma grave crise climática, as mudanças no clima afetam a dinâmica ambiental e geopolítica no mundo, é um assunto relevante, entendê-lo é mostrar conexão com a atualidade”, comenta o professor Rocha.

4 - Cartografia

“Cartografia sempre foi um conteúdo para chamar atenção sobre interpretações nas leituras dos mapas, sejam eles conceituais, exigindo um maior conhecimento na questão abordada, ou em transformações do espaço geográfico simples, com materiais mais abrangentes e de conhecimento de todos. De modo geral, é interessante entender que o brasileiro precisa muito das interpretações dos mapas no dia a dia, pois o tempo todo estamos olhando o aplicativo de transporte alternativo ou o trajeto em que a comida será entregue”, pontua o professor Charliton Soares.

5 - Urbanização e Indústria

“São dois assuntos que devem ser compreendidos de maneira correlacionada; um é consequência do outro, por isso é muito cobrado no Enem, ajuda o candidato a entender as dinâmicas no espaço geográfico do Brasil e do mundo”, esclarece o professor Rocha.

6 - Geografia Agrária

“Espaço agrário é um assunto recorrente desde o primeiro exame, em sua última aplicação foram três questões. Reforma agrária, ocupação do espaço agrário brasileiro e aspectos socioeconômicos costumam ser mais cobrados dentro desse tema”, afirma Carlos Lima.

7 - Biogeografia

“Todas as transformações humanas impactam na base física, sobretudo nos biomas, por isso é importante conhecer as paisagens naturais, suas características e ameaças, sabendo que as questões ambientais são fundamentais para a qualidade de vida do planeta, e isso inclui os seres humanos”, ensina Marcelo Rocha.

8 - Relações Internacionais

“Vivemos em um mundo conectado, globalizado e entender a geopolítica mundial é fundamental para um candidato bem preparado. Por isso, as relações internacionais, os conflitos, o comércio mundial, os blocos econômicos, entre outros, são assuntos muito cobrados dentro desta temática”, comenta o educador Marcelo.

9 - Demografia

“Como se comporta a sociedade e sua relação com o espaço são assuntos centrais dentro da demografia, sendo mais uma vez um tema que conversa com tantos outros, como urbanização e meio ambiente. Não esqueça dos conceitos básicos de transição demográfica e malthusianismo”, alerta o professor Carlos.

10 - Oriente Médio

Essa temática é bastante interessante na prova do Enem por se tratar de um assunto de natureza sensível do ponto de vista geopolítico. Estamos falando de uma região que muitos chamam de “barril de pólvora”, por se tratar de uma área de grandes tensões internacionais e de interesse mundial. Um dos grandes conflitos históricos da região é entre árabes e judeus, onde a princípio os conflitos eram por terras, hoje essas questões de interesses territoriais ainda existem, mas foram ampliadas de acordo com os padrinhos políticos de cada lado. Logo, esse assunto tem conexões com o período da Guerra Fria, tendo os EUA e a URSS tomando partido em lados opostos, além das crises sucessivas de petróleo pelo mundo. O caso mais recente talvez seja o enriquecimento de urânio pelo Irã de forma não autorizada pela ONU”, explica Charliton Soares.

Além desses assuntos, o estudo do Sistema Poliedro de Ensino aponta outros conteúdos bastante cobrados: Geomorfologia (2,5%); Hidrografia (2,5%); Problemas Urbanos (2,5%); Espaços geográficos (2,5%); Ordem mundial e conflitos (2,5%); Solos (1,3%); Energia (1,3%); e América Latina (1,3%).

Para ajudar ainda mais os vestibulandos nesta reta final, os professores enviaram questões que abordam os assuntos de geografia mais cobrados no Enem. Confira, a seguir, as resoluções feitas pelos docentes:

Questão 1 (Enem 2018)

Em Beirute, no Líbano, quando perguntado sobre onde se encontram os refugiados sírios, a resposta do homem é imediata: “em todos os lugares e em lugar nenhum”. Andando ao acaso, não é raro ver, sob um prédio ou num canto de calçada, ao abrigo do vento, uma família refugiada em volta de uma refeição frugal posta sobre jornais como se fossem guardanapos. Também se vê de vez em quando uma tenda com a sigla ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados), erguida em um dos raros terrenos vagos da capital. JABER, H. Quem realmente acolhe os refugiados? Le Monde Diplomatique Brasil, out.2015 (adaptado). O cenário descrito aponta para uma crise humanitária que é explicada pelo processo de

A) migração massiva de pessoas atingidas por catástrofe natural.

B) hibridização cultural de grupos caracterizados por homogeneidade social.

C) desmobilização voluntária de militantes cooptados por seitas extremistas.

D) peregrinações religiosas de fiéis orientados por lideranças fundamentalistas.

E) desterritorialização forçada de populações afetadas por conflitos armados.

Resolução: O gabarito é a letra “E”. Os diversos conflitos armados existentes no mundo são a principal causa da desterritorialização e do deslocamento de refugiados na atualidade. Trata-se de uma migração forçada, que gera efeitos em diversos países compreendidos como os principais destinos das vítimas da guerra. Na Síria, a guerra civil iniciada em 2011 tem feito com que vários habitantes sejam forçados a buscar asilo em outros países. O Líbano tem sido um dos principais destinos de sírios que temem por suas vidas e deslocam-se em busca de segurança.

Questão 2 (Enem 2019)

A fome não é um problema técnico, pois ela não se deve à falta de alimentos, isso porque a fome convive hoje com as condições materiais para resolvê-la. PORTO-GONÇALVES, C. W. Geografia da riqueza, fome e meio ambiente. In: OLIVEIRA, A. U.; MARQUES, M. I. M. (Org.). O campo no século XXI: território de vida, de luta e de construção da justiça social. São Paulo: Casa Amarela; Paz e Terra, 2004 (adaptado). O texto demonstra que o problema alimentar apresentado tem uma dimensão política por estar associado ao(à):

A) escala de produtividade regional.

B) padrão de distribuição de renda.

C) dificuldade de armazenamento de grãos.

D) crescimento da população mundial.

E) custo de escoamento dos produtos.

Resolução: A alternativa correta é a letra “B”. Pois a fome é um problema ligado muito mais a questões econômicas e sociais, sendo perpetuado devido à insuficiência de renda básica necessária à sobrevivência. O problema é também ligado às desigualdades sociais e à distribuição desigual de renda.

Questão 3 (Enem/2017)

A primeira Guerra do Golfo, genuinamente apoiada pelas Nações Unidas e pela comunidade internacional, assim como a reação imediata ao Onze de Setembro, demonstravam a força da posição dos Estados Unidos na era pós-soviética. HOBSBAWM, E. Globalização, democracia e terrorismo. São Paulo: Cia. das Letras 2007. Um aspecto que explica a força dos Estados Unidos, apontada pelo texto, reside no(a)

A) poder de suas bases militares espalhadas ao redor do mundo.

B) alinhamento geopolítico da Rússia em relação aos EUA.

C) política de expansionismo territorial exercida sobre Cuba.

D) aliança estratégica com países produtores de petróleo, como Kuwait e Irã.

E) incorporação da China à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Resolução: A resposta correta é letra “A”. Os Estados Unidos possuem bases militares em todo o mundo, espalhadas estrategicamente para contra-atacar a qualquer momento e a qualquer um. Essa questão está ligada às relações internacionais e às tensões criadas entre esses países no decorrer das últimas décadas. O texto exalta e traz uma clara aclamação ao poderio bélico dos EUA frente a dois episódios, em que no primeiro (Guerra do Golfo), os EUA atacou o Iraque por ter invadido o Kuwait a partir de discordâncias entre os países árabes; os estadunidenses invadiram com a permissão do órgão máximo do mundo e com apoio de vários líderes mundiais. No segundo fato (ataque às Torres Gêmeas), o texto contempla a imediata reação dos EUA frente aos países do Oriente Médio, mostrando que mesmo no pós-guerra fria, os EUA estão atentos e prontos para qualquer embate entre nações.

As provas do Enem impresso serão realizadas no domingo (17) e no dia 24 deste mês. Na primeira parte, os candidatos responderão questões de Ciências Humanas, Linguagens e redação. Já no segundo dia, os estudantes enfrentarão quesitos de matemática e Ciências da Natureza.

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Os participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020 devem estar atentos às regras para evitar o contágio pelo novo coronavírus. As medidas que devem ser adotadas tanto na aplicação do Enem impresso quanto do Enem digital estão previstas nos editais dos exames, e o descumprimento poderá levar inclusive à eliminação dos candidatos.

A máscara de proteção facial será item obrigatório nesta edição do Enem. Além de precisar apresentar um documento oficial original com foto e de ter uma caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em material transparente, quem não estiver de máscara não poderá fazer a prova. 

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Dentro de sala, os estudantes deverão permanecer com a máscara durante toda a realização do exame. O edital prevê que a máscara deve ser usada da maneira correta, cobrindo o nariz e a boca. Caso isso não seja feito, o participante será eliminado. Os candidatos poderão levar máscaras para trocar durante a aplicação, seguindo a recomendação de especialistas da área de saúde. 

O equipamento de proteção poderá ser retirado apenas para a identificação dos participantes, para comer e beber. Toda vez que retirarem a máscara, os participantes não devem tocar na parte frontal dela, e devem, em seguida, higienizar as mãos com álcool em gel próprio ou fornecido pelo aplicador. As mãos devem ser higienizadas também quando os participantes forem ao banheiro e no decorrer do exame. 

Outra regra é o distanciamento social. As salas, de acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), estarão dispostas de forma a assegurar a distância entre os participantes. 

Quem for diagnosticado com covid-19 ou apresentar sintomas da doença, ou de outra infectocontagiosa até a realização do exame deve comunicar o Inep pela Página do Participante e pelo telefone 0800 616161. Esses candidatos terão direito de participar da reaplicação do Enem nos dias 23 e 24 de fevereiro.

Pandemia

A realização das provas em um momento de aumento de dos casos e das mortes por covid-19 em todo o país preocupa professores, estudantes, autoridades e especialistas. “É um risco grande mobilizar milhões de pessoas em um momento desses”, diz o professor titular de epidemiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Roberto Medronho. Em todo o país, cerca de 5,8 milhões de estudantes estão inscritos para fazer o Enem, de acordo com o Inep. 

Segundo Medronho, as medidas anunciadas ajudam a controlar a transmissão, mas não há um cenário completamente seguro. "Garantia não há. O ideal é suspender o exame. Mas, posso dizer que vai minimizar de forma razoável o risco”, diz. 

De acordo com Medronho, os participantes podem também se proteger evitando aglomerações nos portões do local exame, mantendo um distanciamento de pelo menos 1,5 metro das pessoas ao redor, mesmo antes de entrar na prova. Devem também, mesmo que não seja obrigatório, levar máscaras para trocar ao longo do exame. “Recomendo que levem duas máscaras e que na metade da prova troque pela máscara nova. Com isso, estarão protegendo a si mesmos e protegendo os colegas”, orienta. 

Pedidos de adiamento

Com o agravamento da pandemia, surgiu nas redes sociais um novo movimento pedindo o adiamento do Enem. O Brasil bateu a marca de 200 mil pessoas mortas pela covid-19. O número diário de óbitos ultrapassou a marca de 1 mil por dia.

Na sexta-feira (8), a Defensoria Pública da União apresentou novo pedido de tutela de urgência para o adiamento das provas do Enem. As provas, de acordo com o pedido, devem ser adiadas "até que possa ser feito de maneira segura, ou ao menos enquanto a situação não esteja tão periclitante quanto agora".

Mais de 40 entidades científicas, entre elas a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped) e Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), assinaram nota conjunta pedindo também o adiamento das provas. "É necessário adiar o Enem e é urgente que secretarias estaduais de Educação coordenem planejamentos para garantir as condições pedagógicas e sanitárias para que todos os estudantes participem do Enem. Esse exame existe para incidir na redução das desigualdades do acesso ao ensino superior e não pode servir para ampliar desigualdades ou, o que é inaceitável, se tornar espaço vetor de uma pandemia", diz a nota. 

Ine

Inep decidiu manter o exame, para garantir que os estudantes tenham acesso ao ensino superior e possam continuar a formação. Em entrevista à Agência Brasil, o presidente do Inep, Alexandre Lopes, afirmou que a autarquia preparou-se para fazer o exame em um contexto de pandemia. “Temos a segurança [de] que a prova deve ser feita e que as condições de aplicação são adequadas, são as que precisam ser tomadas." 

O Enem 2020 será aplicado na versão impressa nos dias 17 e 24 de janeiro e, na versão digital, nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro.

No período de 11 a 22 janeiro, o curso Melhores do Mundo (MDM) realiza aulões para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Nas sextas-feiras, as aulas serão realizadas de forma presencial para um número limitado de participantes. Nos demais dias, os encontros serão virtuais.

Os estudantes devem fazer as inscrições entrando em contato através do perfil do Instagram do curso ou pelo número (81) 98665-6195, no caso das aulas presenciais. Já para as aulas on-line, é preciso fazer inscrição por meio de preenchimento de formulário eletrônico.

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Na próxima sexta-feira (15), o aulão presencial, que contará com assuntos de Ciências Humanas e redação, será realizado a partir das 8h, na Avenida Conde da Boa Vista, 962, área central do Recife. A partir das 14h o evento também será realizado na escola Dom Vieira, em Nazaré da Mata, Zona da Mata de Pernambuco. Já no dia 22 de janeiro, a programação segue com assuntos de Ciências da Natureza e Matemática.

A menos de uma semana para o início das provas na versão impressa do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), uma disciplina ganha destaque na preocupação dos estudantes: a redação. A produção textual tem importante peso na nota final e pode garantir a aprovação - ou não - dos candidatos nesta etapa tão importante que é a batalha pela conquista de uma vaga em uma instituição superior de ensino.

Mas mesmo com todas as incertezas sobre a prova, uma coisa não pode deixar de ser feita, que é praticar e escrever textos. Segundo o professor Felipe Rodrigues, a expectativa é que o Enem, mesmo sendo realizado em meio a uma pandemia, não mude o caráter rígido da prova. “A gente espera que o Enem não se flexibilize em nada neste ano, que  aprova venha no mesmo nível do ano [edição] anterior”, garante o docente.

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Ainda de acordo com Rodrigues, há apostas para a forma como o tema desta edição se apresentará. “O tema deve vir com um tom jocoso, com um tom irônico, já que no ano passado tivemos sobre cinema e tivemos vários cortes da Ancine [Agência Nacional do Cinema]. Então, não deixa de ser um problema social, um problema com temática social que exija do aluno crítica social ferrenha, mas sem militância alguma. Simplesmente ponto de críticas definidos, repertórios diversos, e uma proposta de resolução das teses que ele vai indicar que será um arqueamento da redação desse estudante”, completa.

O docente também ressalta que, segundo sua ótica, o Enem tem grandes chances de trazer dois tipos de temas, sendo eles sobre educação ou meio ambiente. "Sobre meio ambiente, pode vir a relação de lixo, poluição, toda essa questão de sustentabilidade. Já em educação, a gente pode trazer a questão do analfabetismo, a questão da educação musical e das artes”, aposta.

Como é composta a redação do Enem?

Seguindo o modelo de prova dos anos anteriores, os estudantes que vão fazer o Enem 2020 irão se deparar com uma frase-tema, que geralmente cobra problema da sociedade brasileira. Com ele, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia ligada ao Ministério da Educação (MEC), que produz o Enem, há um texto de apoio que ajuda o estudante a se nortear quanto à escrita.

Para que o texto seja válido, é preciso que o candidato elabore uma produção de até 30 linhas, em formato de prosa, no gênero dissertativo-argumentativo, com uma proposta de intervenção. A nota do participante é composta pelas cinco competências cobradas no Exame. Veja três redações nota mil para se inspirar.

Textos com menos de sete linhas, que fujam do tema, não atendam à proposta dissertativo-argumentativa, contenham partes desconexas com o restante da produção ou desenhos, tenham cópias integrais do texto de apoio ou de questões objetivas do Exame, sejam integralmente escritos em língua estrangeira ou, ainda, tenham assinatura, apelido, nome ou rubrica receberão nota zero.

Para ajudar os estudantes na prática e a entender mais sobre os temas cobrados pelo Enem, o LeiaJá fez uma lista com todas as temáticas de redação desde a criação do Exame, em 1998. Confira abaixo a lista:

1998: Viver e aprender

1999: Cidadania e participação social

2000: Direitos da criança e do adolescente: como enfrentar esse desafio nacional?

2001: Desenvolvimento e preservação ambiental: como conciliar interesses em conflito?

2002: O direito de votar: como fazer dessa conquista um meio para promover as transformações sociais de que o Brasil necessita?

2003: A violência na sociedade brasileira: como mudar as regras desse jogo?

2004: Como garantir a liberdade de informação e evitar abusos nos meios de comunicação

2005: O trabalho infantil na realidade brasileira

2006: O poder de transformação da leitura

2007: O desafio de se conviver com a diferença

2008: Como preservar a floresta Amazônica

2009: O indivíduo frente à ética nacional

2010: O trabalho na construção da dignidade humana

2011: Viver em rede no século XXI: os limites entre o público e o privado

2012: Movimento imigratório para o Brasil no século 21

2013: Efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil

2014: Publicidade infantil em questão no Brasil

2015: A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira

2016: Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil

2017: Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil

2018: Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na Internet

2019: Democratização do acesso ao cinema no Brasil

Também para ajudar os estudantes que estão se preparando para o Exame Nacional do Ensino Médio, o Vai Cair No Enem, projeto multimídia realizado em parceria com o LeiaJá, produz a série "Minha Aposta é…", onde um professor de redação dá alguma aposta para o tema que norteará a produção textual do candidato. Confira, abaixo algumas edições do quadro:

O Enem 2020 será realizado, na versão impressa, nos dias 17 e 24 de janeiro deste ano. Já a versão digital está marcara para os dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro. A cobertura completa do Exame, você encontra no Vai Cair No Enem

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Em meio a tantas conturbações, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) tem previsão de “dar start” na sequência de provas a partir do próximo domingo (17). Nesta edição, o Enem contará com a versão piloto da aplicação digital. No total, as duas modalidades tiveram 5,8 milhões de inscritos, sendo 96 para a versão on-line e o restante para a prova aplicada em papel. Com isso, o calendário de aplicação, liberação de cartão de confirmação de inscrição, resultado, entre outros, foi alterado diversas vezes.

Na próxima sexta-feira (15), os inscritos no Enem Digital poderão conferir os cartões de confirmação de inscrição, na Página do Participante. Nele, constarão os dados pessoais dos estudantes, além de informações essenciais como dias e local de aplicação das provas. Apesar de não ser obrigatório, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) recomenda que o documento seja levado no dia da prova.

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A primeira aplicação do Enem 2020 está prevista para o dia 17 de janeiro, na versão impressa. O segundo dia de provas será no final de semana seguinte, no dia 24. Quem vai fazer o Enem Digital terá um tempo a mais para estudar: as provas só serão aplicadas nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro.

Os gabaritos também já têm data para sair. De acordo com o Inep, a liberação deles será até três dias úteis após a aplicação da última prova. Sendo assim, o gabarito da prova impressa será divulgado até o dia 27 de janeiro, enquanto o do Enem Digital ficará disponível até o dia 10 de fevereiro.

Nos dias 23 e 24 de fevereiro, será realizada a reaplicação do Exame para estudantes que tiveram algum problema logístico nos locais de prova ou que estavam com doenças infectocontagiosas. O resultado final ficará disponível para os estudantes no dia 29 de março.

Confira, abaixo, o cronograma com todas as datas do Enem 2020

15/01 - Liberação do cartão de confirmação de inscrição do Enem Digital

17/01 - Aplicação do 1º dia de provas do Enem impresso

24/01 - Aplicação do 2º dia de provas do Enem impresso

27/01 - Divulgação do gabarito do Enem impresso

31/01 - Aplicação do 1º dia de provas do Enem Digital

07/02 - Aplicação do 2º dia de provas do Enem Digital

10/02 - Divulgação do gabarito do Enem Digital

23 e 24/02 - Aplicação do Enem para pessoas privadas de liberdade (PPL) e reaplicação do Exame

29/03 - Divulgação dos resultados das provas impressa e digital

A Defensoria Pública da União (DPU) recorreu à Justiça Federal para tentar adiar a realização das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), agendadas pelo Ministério da Educação (MEC) para começar no próximo dia 17.

Entidades científicas como a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), além de organizações como a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) também defendem o adiamento do exame.

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Em comum, as iniciativas favoráveis à suspensão temporária sustentam que as aglomerações nos locais de prova favorecerão a disseminação do novo coronavírus e o aumento do número de casos da covid-19 em um momento em que a incidência da doença está aumentando em quase todo o país.

No novo pedido de tutela de urgência que ajuizou ontem (8), no Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), o defensor público federal João Paulo Dorini afirma que não há, até o momento, “clareza sobre as providências adotadas para evitar a contaminação dos participantes da prova, estudantes e funcionários que a aplicarão” em todo o Brasil.

Dorini lembra que a ação civil pública que corre no TRF-3 foi protocolada pela DPU e pelo Ministério Público Federal (MPF) em abril de 2020, poucas semanas após o MEC divulgar o edital do Enem. E que, já naquela ocasião, defensores e procuradores pediam que todo o cronograma do exame fosse ajustado “à nova realidade trazida pela pandemia”, principalmente quanto aos prejuízos que os alunos da rede pública de ensino sofreram devido às dificuldades de cumprir o programa de ensino.

“Em abril, não se sabia se as provas poderiam ser realizadas em janeiro seguinte, seja por não se saber que o conteúdo programático do ano letivo teria sido cumprido (o que não foi, quando muito, apenas formalmente), seja por não se saber como estaria a transmissão do vírus e os riscos sanitários envolvidos”, afirma Dorini, argumentando que, até o momento, “não houve uma solução judicial a contento para viabilizar a realização de um exame que não reproduza as deficiências pedagógicas nas redes estaduais de ensino durante a pandemia e que possa ser realizado de maneira segura”.

“Não há maneira segura para a realização de um exame com quase seis milhões de estudantes neste momento, durante o novo pico de casos da covid-19”, acrescenta o defensor. “Qual será o impacto de mais um aumento exponencial de contaminações em decorrência [da realização do] Enem, que não se restringirá apenas a estudantes e funcionários, mas também a seus familiares e pessoas de suas convivências, em um sistema de saúde já colapsado em muitas cidades”, questiona Dorini ao pedir que a Justiça Federal aprecie a questão com urgência e determine o adiamento das provas.

Medidas de prevenção

Em redes sociais, o Ministério da Educação afirmou que tem sido “diligente” [cuidadoso] na aplicação dos recursos públicos para garantir a segurança dos candidatos do Enem, bem do do Revalida e do Encceja. Em nota divulgada em seu site, o ministério afirma que o Inep destinou R$ 64 milhões apenas para as medidas de prevenção contra a covid-19 na aplicação do Enem (aquisição de equipamentos de proteção individual, álcool em gel e mais locais para aplicação de provas) e detalhou as principais ações que o instituto vem adotando.

“Foram estabelecidas regras específicas para reduzir aglomerações nos locais de prova, durante a aplicação”, destaca a pasta, explicando que tais normas foram definidos em conjunto com as empresas contratadas para aplicar o exame, com base nas principais diretrizes do Ministério da Saúde e “de outros órgãos e entidades de referência”.

Segundo o Ministério, os referidos procedimentos estão detalhados em dois editais, o nº 54 e o nº 55. Entre outras coisas, os editais estabelecem a proibição da entrada e permanência nos locais de prova de qualquer pessoa sem máscara de proteção que cubra totalmente o nariz e a boca (e que, segundo o MEC, “serão verificadas pelos fiscais para evitar possíveis infrações”. Só será permitida a retirada momentânea da máscara para alimentação ou ingestão de líquidos.

Os editais também estabelecem que, antes do início das provas, o aplicador deverá fornecer álcool aos candidatos que, antes de entrar na sala de provas, terão que higienizar as mãos. O MEC garante que as salas serão higienizadas antes da aplicação do exame e organizadas de forma a garantir um distanciamento social adequado e “o máximo de ventilação natural” possível.

Pessoas que informaram que fazem parte de algum grupo de risco (idosos, gestantes e pessoas com doenças respiratórias ou que afetam a imunidade) deverão receber tratamento diferenciado, ocupando salas com ocupação de até 25% da capacidade máxima. Segundo o ministério, estes participantes já foram previamente identificados no momento da inscrição. Além disso, gestantes, lactantes, idosos e pessoas com condições médicas preexistentes (cardiopatias, doenças pulmonares crônicas, diabetes, obesidade mórbida, hipertensão, doenças imunossupressoras e oncológicas) ocuparão salas com, no máximo, 12 pessoas.

Quem no dia da prova apresentar sintomas de qualquer doença infectocontagiosa não deverá comparecer ao local do exame, mas deverá comunicar sua condição previamente, por meio da Página do Participante. As doenças para as quais os editais do Inep preveem a possibilidade de reaplicação dos testes são: coqueluche, difteria, doença invasiva por Haemophilus influenza, doença meningocócica e outras meningites, varíola, Influenza humana A e B, poliomielite por poliovírus selvagem, sarampo, rubéola, varicela e covid-19.

“Com todas as medidas de prevenção e os cuidados adotados pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Inep para a realização do Enem 2020, somados à compreensão e à colaboração de todos os participantes, temos a confiança e a certeza de que realizaremos o exame com segurança para todos os envolvidos”, afirma o ministério, alegando que a aplicação das provas “é fundamental para garantir o acesso dos estudantes ao ensino superior em 2021”.

Repercussão

Também ontem, 50 entidades científicas dos campos da Educação e da Saúde divulgaram uma nota conjunta em que apontam a “necessidade urgente” de que a realização das provas do Enem sejam adiadas “para outro momento no qual os índices de transmissão e a capacidade de resposta dos serviços de saúde estejam dentro de níveis aceitáveis”. Entre as organizações signatárias estão a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC); a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco); a Associação de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped); a Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn) e a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).

“As propostas apresentadas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) como medidas de segurança para evitar a infecção pela covid-19 não são suficientes para garantir a segurança da população brasileira, num momento de visível agravamento da pandemia no país”, sustentam as entidades na nota. “Este exame existe para incidir na redução das desigualdades do acesso ao ensino superior e não pode servir para ampliar desigualdades ou, o que é inaceitável, se tornar espaço vetor de uma pandemia já fora de controle por incúria governamental”.

Em outra frente contra a aplicação das provas presenciais a partir do dia 17, a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) acionaram o Ministério Público Federal (MPF) com uma representação judicial para que o órgão tente obter o adiamento do exame na Justiça.

“Entramos com uma ação no Ministério Público Federal pedindo esclarecimentos sobre o Enem 2020; posicionamento a respeito de uma nova data e transparência sobre as medidas de segurança para a realização da prova”, informaram as entidades, ontem, em suas redes sociais. “Desde março de 2020 estamos tentando dialogar com o governo federal e com as demais autoridades sobre possíveis soluções para a realização do Enem, no entanto, as providências adotadas pelo Ministério da Educação e pelo Inep têm se mostrado insuficientes”, acrescentam.

Compartilhar educação democrática. É com essa missão que o LeiaJá e o projeto Vai Cair No Enem continuam empenhados para levar aos nossos leitores e seguidores, via internet, as principais informações sobre o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). As provas impressas estão marcadas para os dias 17 e 24 deste mês; antes, durante e depois da aplicação processo seletivo, nossas equipes de reportagem trabalharão – respeitando os importantes protocolos de combate à Covid-19 - para deixar o nosso público informado sobre tudo o que ele precisa saber, com as notícias acerca do Exame.

Da próxima segunda-feira (11) a sexta-feira (15), a partir das 20h, os estudantes poderão acompanhar dicas sobre os principais assuntos cobrados no Enem, tudo de forma remota. As aulas serão transmitidas no Instagram @vaicairnoenem e no youtube.com/vaicairnoenem. Confira:

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Já no sábado, às 17h30, teremos mais uma transmissão remota, com as últimas dicas antes da prova, envolvendo conteúdos e, principalmente, informações motivacionais. A live também será no @vaicairnoenem e no youtube.com/vaicairnoenem.

No domingo, primeiro dia de provas, em que os estudantes enfrentarão questões de Ciências Humanas, Linguagens e redação, teremos entradas ao vivo – no @vaicairnoenem -, direto de locais de prova, com a apresentação da produtora Thayná Aguiar, antes do início da aplicação. Confira os horários:

7h – Nosso bom dia para os candidatos, já em um local de prova

10h – Chegada dos estudantes e comentários finais dos professores

11h30 – Acompanhamento da abertura dos portões

12h50 – Acompanhamento do fechamento dos portões

Após a prova, a partir das 20h, teremos mais uma transmissão. Desta vez, uma grande equipe de professores, novamente de maneira remota, fará a análise e comentários a respeito das questões cobradas no Enem 2020. Tudo poderá ser acompanhado no youtube.com/vaicairnoenem e no Instagram @vaicairnoenem.

“Preparamos tudo com muito carinho e respeito aos estudantes e professores que, durante um ano extremamente difícil, enfrentaram desafios em plena pandemia. A gente sustenta o discurso que nós acreditamos nos sonhos deles. E mesmo a distância em nossas lives, em respeito às medidas de segurança contra a Covid-19, nos esforçamos para compartilhar dicas valiosas para os candidatos. Também é desafiador para a nossa equipe fazer uma cobertura em um novo cenário para o jornalismo”, comentou o editor do LeiaJá e do Vai Cair No Enem, Nathan Santos.

Em nota enviada à imprensa no fim da noite desta sexta-feira (8), o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) elencou uma série de medidas que, para o órgão, são suficientes em termos de segurança contra a Covid-19, na realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), edição 2020. O posicionamento acontece após a Defensoria Pública da União (DPU) acionar a Justiça pedindo o adiamento das provas, marcadas para os dias 17 e 24 de janeiro.

O Inep argumento que, devido ao novo coronavírus, adotou uma série de medidas preventivas para garantir uma aplicação segura. O Enem 2020 registrou 5.783.357 de estudantes inscritos.

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Ainda na nota, o Instituto argumentou: “Temos a confiança e a certeza de que realizaremos o exame com segurança para todos os envolvidos. A aplicação das provas é fundamental para garantir o acesso dos estudantes ao ensino superior em 2021”.

Confira a nota na íntegra:

Em decorrência da pandemia de COVID-19, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) adotou um conjunto de medidas preventivas para garantir uma aplicação segura para os 5.783.357 inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020. O Enem 2020 será aplicado em 17 e 24 de janeiro (versão impressa) e 31 de janeiro e 7 de fevereiro (versão digital).

Também foram estabelecidas regras específicas para reduzir aglomerações nos locais de prova, durante a aplicação. Os protocolos relacionados à COVID-19 foram definidos em conjunto entre o Inep e as empresas contratadas para a aplicação do exame, com base nas principais diretrizes do Ministério da Saúde e de outros órgãos e entidades de referência.

O Inep formalizou as diretrizes e os procedimentos de prevenção contra a COVID-19 a serem empregados durante a aplicação do exame no Edital n.º 55, de 28 de julho de 2020, que dispõe sobre as diretrizes, os procedimentos e os prazos para os inscritos no Enem 2020 Digital; e no Edital n.º 54, de 28 de julho de 2020, que dispõe sobre as diretrizes, os procedimentos e os prazos para os inscritos no Enem 2020 impresso. As principais medidas adotadas são:

1) MÁSCARAS – Será proibida a entrada e a permanência nos locais de aplicação sem máscara de proteção contra a COVID-19. Portanto, o uso durante a prova será obrigatório. O participante que não utilizar a máscara cobrindo totalmente o nariz e a boca, desde sua entrada até sua saída do local de provas, ou recusar-se, injustificadamente, a respeitar os protocolos de proteção contra a COVID-19, a qualquer momento, será eliminado do exame, exceto para os casos previstos na Lei n.º 14.019, de 2020. O participante poderá levar mais de uma máscara para troca ao longo do dia. As máscaras serão verificadas pelos fiscais para evitar possíveis infrações, respeitando a distância recomendada. Durante a identificação, será necessária a higienização das mãos com álcool em gel próprio ou fornecido pelo aplicador, antes de entrar na sala de provas. O uso de máscara será obrigatório também para os aplicadores e acompanhantes de mães que estiverem amamentando. O descarte da máscara de proteção contra a COVID-19, durante a aplicação do exame, deve ser feito pelo participante de forma segura, nas lixeiras do local de provas.

2) HIGIENIZAÇÃO – Durante a identificação do participante, será necessária a higienização das mãos com álcool em gel antes de entrar na sala de provas. Nos locais de prova, serão disponibilizados recipientes próprios com álcool em gel e, no banheiro, os participantes serão orientados a lavar as mãos com água e sabão, antes e após o uso. A ida ao banheiro será permitida desde que o participante seja acompanhado pelo fiscal, respeitando a distância prevista nos protocolos de proteção. As mãos deverão ser higienizadas ao entrar e sair do banheiro, durante toda a aplicação do exame.

3) LANCHES – A vistoria de lanches e a revista eletrônica nos locais de provas, por meio do uso de detector de metais, também deverão respeitar os protocolos de prevenção contra a COVID-19. Só será permitida a retirada da máscara para alimentação ou ingestão de líquidos.

4) SALAS DE PROVA – As escolas serão higienizadas antes da aplicação do exame e organizadas também para garantir um distanciamento social adequado. Os espaços passarão por higienização antes de cada dia de aplicação e a identificação dos participantes será realizada ao lado de fora das salas. Entre as medidas implementadas para o Enem 2020, em virtude do contexto de pandemia, está a disponibilização de álcool em gel nas salas. Assim como outras medidas de prevenção, consta, nos materiais instrutivos abordados na capacitação dos colaboradores, a determinação de possibilitar o máximo de ventilação natural e aeração dos ambientes.

5) DISTANCIAMENTO – O distanciamento entre participantes e aplicadores e os protocolos de proteção contra a COVID-19 deverão ser respeitados em procedimentos como ida ao banheiro e vistoria de materiais e lanches.

6) GRUPOS DE RISCO – As pessoas consideradas de grupos de risco (idosos, gestantes e pessoas com doenças respiratórias ou que afetam a imunidade) receberão tratamento diferenciado no ensalamento. A ocupação nessas salas será de até 25% da capacidade máxima. Esses participantes foram previamente identificados na base de inscritos e, assim, alocados nas salas especiais. Além da redução do número de pessoas por ambiente de aplicação, uma sala especial, com ocupação de até 12 pessoas, será destinada aos participantes que, segundo o Ministério da Saúde e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), são mais vulneráveis à COVID-19. Fazem parte desse grupo: gestantes, lactantes, idosos e pessoas com condições médicas preexistentes, como cardiopatias, doenças pulmonares crônicas, diabetes, obesidade mórbida, hipertensão, doenças imunossupressoras e oncológicas. Não há necessidade de realizar uma nova solicitação ao Inep, já que todas as providências necessárias foram adotadas.

7) PARTICIPANTES COM DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS – Pessoas acometidas ou com sintomas de COVID-19 e outras doenças infectocontagiosas, nos dias de realização das provas, não devem comparecer aos locais de aplicação. Nesses casos, a condição deverá ser comunicada, por meio da Página do Participante, antes da aplicação do exame. São doenças infectocontagiosas para fins de solicitação de reaplicação do Enem 2020 impresso: coqueluche, difteria, doença invasiva por Haemophilus influenza, doença meningocócica e outras meningites, varíola, Influenza humana A e B, poliomielite por poliovírus selvagem, sarampo, rubéola, varicela e COVID-19. Para a análise da possibilidade de reaplicação, o participante deverá inserir, obrigatoriamente, no momento da solicitação, documento legível que comprove a doença. Na documentação, deve constar o nome completo do participante, o diagnóstico com a descrição da condição, o código correspondente à Classificação Internacional de Doença (CID 10), além da assinatura e da identificação do profissional competente, com o respectivo registro do Conselho Regional de Medicina (CRM), do Ministério da Saúde (RMS) ou de órgão competente, assim como a data do atendimento. Os participantes que apresentarem sintomas na véspera ou no dia da prova deverão procurar o serviço de saúde para diagnóstico e informar sua condição por meio da Página do Participante e pela Central de Atendimento (0800 616161), primando pela segurança da saúde coletiva. A aprovação ou a reprovação da solicitação de reaplicação deverá ser consultada na Página do Participante.

8) INVESTIMENTOS EM BIOSSEGURANÇA – O Inep adequou os locais de prova sob critérios de biossegurança, incluindo disponibilização de produtos de higienização; realização de procedimentos controlados e orientados para acesso ao local de prova; identificação de participantes e distanciamento entre as carteiras. Também estão previstas a elaboração e a implementação de planos específicos de biossegurança para as etapas de produção e distribuição de provas, que incluem higienização de materiais, sempre que necessário, uso de equipamentos de segurança por parte dos profissionais e capacitação específica da equipe de profissionais envolvida em todas as etapas do exame. Ao todo, R$ 64 milhões estão sendo destinados às medidas de prevenção contra a COVID-19, incluindo aquisições de equipamentos de proteção individual, álcool em gel e mais locais de aplicação de prova. É importante lembrar que o Inep disponibilizará álcool em gel e materiais para higienização dos espaços. Também será reduzido o número de participantes por sala. Está prevista a ocupação de aproximadamente 50% da capacidade máxima de cada sala.

9) CAPACITAÇÃO DOS APLICADORES – Os aplicadores foram capacitados não apenas nos procedimentos de aplicação do exame, mas sobretudo na prevenção contra a COVID-19, que envolve desde o distanciamento social nos contatos com os participantes até a forma de fiscalizar os lanches. Os colaboradores também foram orientados a realizar três vezes a troca de suas próprias máscaras durante a aplicação.

Com todas as medidas de prevenção e os cuidados adotados pelo Ministério da Educação (MEC) e o Inep para realização do Enem 2020, somados à compreensão e à colaboração de todos os participantes, temos a confiança e a certeza de que realizaremos o exame com segurança para todos os envolvidos. A aplicação das provas é fundamental para garantir o acesso dos estudantes ao ensino superior em 2021. Contamos com o seu apoio e lhe desejamos sucesso!

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