A Caixa Econômica Federal registrou lucro de R$ 4,8 bilhões no terceiro trimestre do ano, o maior já alcançado pela instituição, uma alta de 122% em relação ao mesmo período do ano passado. Em nove meses, o lucro foi de R$ 11,5 bilhões, alta de 83,7% em relação ao mesmo período do ano passado.
Ao anunciar o resultado, o presidente da Caixa, Nelson Antônio de Souza, disse que a instituição “está preparada para viver um novo ciclo” e pronta para ampliar a oferta de crédito ao mercado, no próximo ano, e colaborar para o crescimento econômico do país, gerando emprego e renda. Entre as prioridades propostas para 2019, estão contratações de financiamento para pequenas e micro empresas, além de linhas de financiamento para o consumo interno.
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Segundo o dirigente, a situação financeira da CEF foi saneada de tal forma que o banco não precisará recorrer a capital de quaisquer natureza, quer seja do Tesouro Nacional ou por meio de algum tipo de captação de recursos externos.
Ele comemorou o resultado do lucro líquido no terceiro trimestre como efeito da política de administração adotada.
Desempenho
Nelson Souza observou que nos nove primeiros meses do ano, a CEF já atingiu um lucro líquido acima do projetado para os 12 meses de 2018, de R$ 9 bilhões. Esse desempenho, o segundo melhor entre todas as estatais, conforme apontou, se deve em grande parte a estratégia de reduzir riscos por meio da seleção de clientes para a concessão de crédito, priorizando o crescimento do financiamento habitacional e de infraestrutura.
Com essas medidas, disse o dirigente, houve uma queda de 27,2% na provisão de despesas sobre devedores duvidosos no período de nove meses. E o índice de inadimplência ficou em 2,44%, variação de 0,28 ponto percentual abaixo do mesmo trimestre de 2017. O saldo da carteira de crédito caiu 2,6%, em setembro atingindo R$ 693,8 bilhões, mas continuando a ter a participação no mercado acima de 20%.
Nelson Souza também atribuiu o bom resultado à eficiência de gestão com corte de despesas e aumento da rentabilidade, o que inclui entre outros itens a receita obtida com a cobrança de taxas e de serviços antes isentos.
Para ele, o presidente eleito, Jair Bolsonaro, vai encontrar na instituição um sistema de governança em sintonia com o que defende o futuro governo, pois há dois anos vem adotando uma política de reorganização empresarial. Entre as medidas, citou o quadro mais enxuto de pessoal, já que 8,6 mil empregados aderiram ao Programa de Demissão Voluntária (PDV). Diante desse corte, as despesas com os funcionários diminuíram 7,1%. “E ainda temos gordura para queimar no processo de reestruturação”, disse.
Resultados
Na avaliação do vice-presidente de Finanças e Controladoria da Caixa, Arno Meyer, o resultado foi “bastante expressivo”. Ele informou que os ativos próprios aumentaram em 0,9%, somando R$ 1,282 trilhão e o retorno sobre o patrimônio líquido cresceu 7,3 pontos percentuais nos nove meses comparado ao mesmo período do ano passado, com taxa de 18%. O executivo acrescentou que o banco obteve no terceiro trimestre uma elevação de 12,9% na receita com prestação de serviços.
Com um saldo de R$ 440,5 bilhões de crédito imobiliário, a instituição permanece como líder nesse tipo de empréstimo e só as contratações feitas por meio dos recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) alcançaram R$ 258,5 bilhões, volume 12,1% maior do que os nove primeiros meses de 2017. A participação no mercado imobiliário atingiu 69,5%.