Tópicos | índio

O Ministério Público Federal (MPF) está tentando anular sentenças que excluíram as fazendas Serra Negra e Caraíbas, nas cidades de Floresta e Betânia, no Sertão de Pernambuco, de áreas passíveis de demarcação como terras da comunidade indígena Pipipã. Os recursos, de responsabilidade das procuradoras da República Carolina de Gusmão Furtado e Mona Lisa Ismail, foram interpostos em ações ordinárias ajuizadas pelos proprietários das fazendas contra a União e a Fundação Nacional do Índio (Funai).

Para o MPF, a tese do marco temporal, fixada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2009, no caso da "Raposa Serra do Sol", em Roraima, não pode ser aplicada às áreas das fazendas, conforme as decisões proferidas pela 21ª Vara Federal em Pernambuco. A tese aponta que o direito de demarcação de terras indígenas é limitado à comprovação de ocupação das áreas reivindicadas na época da promulgação da Constituição Federal de 1988.

##RECOMENDA##

"A tese do marco temporal, se aplicada de maneira automática e como critério absoluto, acaba por penalizar e restringir os direitos dos povos indígenas, na contramão do que dispõe a própria Constituição de 1988", considera o MPF. Na visão do órgão, com a adoção do marco temporal são ignoradas todas as expulsões e retiradas forçadas sofridas pelos indígenas, muitas praticadas durante o período em que o país viveu sob o regime de ditadura militar.

O Ministério Público Federal pede ao Tribunal Regional da 5ª Região o recebimento das apelações no efeito suspensivo, além de requerer a decretação da nulidade das sentenças por cerceamento de defesa e do direito à produção de provas requeridas pelas partes dos processos e a consequente determinação de realização de perícias antropológicas, negadas pelas sentenças da 21ª Vara Federal. Para o MPF, a perícia é fundamental para a obtenção de dados pretéritos, podendo esclarecer pontos ainda controvertidos e embasar uma solução justa no caso.

Competência – O MPF também requer que seja reconhecida, para julgar o caso, a competência da 18ª Vara Federal em Pernambuco, situada em Serra Talhada, onde já tramitou ação civil pública para que fosse concluído o processo de demarcação das terras indígenas dos Pipipã. Na decisão judicial expedida em 2014, de caráter definitivo, a Funai foi condenada a finalizar, em até 24 meses, o procedimento de demarcação das terras dos Pipipã, no município de Floresta.

O Ministério Público Federal (MPF) na 5ª Região recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que seja determinada a demarcação imediata das terras indígenas Fulni-ô, em Águas Belas, no Agreste de Pernambuco. Há mais de vinte anos, o grupo indígena aguarda o processo de identificação, delimitação e demarcação do território.

Diante da demora do poder público em finalizar o processo demarcatório, o MPF decidiu ingressar com uma ação civil pública contra a União e a Fundação Nacional do Índio (Funai). O órgão lembra que a Constituição Federal de 1988, através do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, estabeleceu um prazo de cinco anos para que fosse concluída a demarcação das terras indígenas no país.

##RECOMENDA##

Em março de 2014, a 23ª Vara da Justiça Federal em Pernambuco condenou a União e a Funai a cumprir a obrigação de identificar, delimitar e demarcar as terras Fulni-ô, mas não foi fixado prazo para conclusão dois procedimentos. A União e a Funai recorreram ao Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5). Enquanto isso, o MPF requereu uma tutela antecipada recursal, para que o processo de demarcação tivesse início de imediato.

A Primeira Turma do TRF manteve a decisão da primeira instância. Estabeleceu um prazo de 24 meses para a conclusão, mas o MPF ressalta que o tribunal não examinou o pedido de tutela.

Através do recurso de embargos de declaração, o Ministério Público requereu que o pedido de tutela antecipada recursal fosse avaliado. A demanda foi examinada, mas negada.

"Com novos embargos, o MPF alertou a turma a respeito da contradição em reconhecer o direito dos Fulni-ô à demarcação de seu território e não assegurar a sua concretização imediata, prolongando uma espera que teve início em 1988", diz texto do órgão. O prazo de 24 meses se manteve.

Nos recursos encaminhados ao STJ e ao STF, o MPF destaca que a decisão do TRF5 pode constituir um precedente grave, abrindo possibilidade de que as demarcações das terras indígenas sejam realizadas conforme a vontade da administração pública, em detrimento do que estabelece a Constituição. . “Diante da possibilidade de serem interpostos inúmeros recursos, o trânsito em julgado poderá demorar ainda anos ou décadas para acontecer, o que agravaria a situação de violência e instabilidade social na região, em decorrência do acirramento das disputas por terras naquela área”, explicou o procurador regional da República Marcos Antônio da Silva Costa.

A Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), em decisão histórica, reconheceu a responsabilidade internacional do Estado brasileiro na violação aos Direitos de propriedade coletiva, garantia judicial de um prazo razoável e proteção judicial em relação ao povo indígena Xukuru de Ororubá de Pesqueira, no Agreste de Pernambuco. O país foi condenado a finalizar o processo de demarcação do território do poxo Xukuru em um prazo de 18 meses. 

A decisão foi publicada na última segunda-feira (12). No prazo de um ano, o Estado brasileiro já deverá apresentar um relatório sobre as medidas adotadas.

##RECOMENDA##

De acordo com o Conselho Missionário Indigenista (CIMI), a ação é a primeira na qual o Brasil é condenado por violações contra os direitos dos povos indígenas. Ela foi julgada no dia 21 de março, na Cidade da Guatemala. O poxo Xukuru foi assessorado pelo CIMI, pelo Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares (GAJOP) e pela Justiça Global.

O processo de demarcação do território desse povo foi iniciado em 1989, mas não houve finalização. Conforme o CIMI, também não houve retirada de ocupantes não indígenas e garantia de proteção, o que já levou a assassinatos de indígenas no passado.

Para o cacique Marcos Xukuru, que participou do julgamento na Guatemala, as perdas são irreparáveis, mas ainda é motivo de celebração. “No tempo em que o Estado brasileiro demorou para demarcar a terra indígena, na Serra do Ororubá, o povo Xukuru conviveu com assassinatos, ameaças e criminalizações. Nosso direito à terra foi negado pelo Estado. As perdas são irreparáveis, mas sentimos que alguma justiça foi feita”, ele afirmou.

O cacique completou: “O território Xukuru só está sob os pés do povo porque fizemos retomadas, derramamos sangue. Espero que o STF [Supremo Tribunal Federal] leve em consideração a decisão da Corte Interamericana como jurisprudência para muitos casos que tramitam por lá". O pai de Marcos, cacique Xikão, foi assassinado por questões territoriais e é um símbolo da luta dos índios. 

O processo - Xikão foi nomeado como cacique nos anos 1880, o que levou a uma articulação do povo Xukuru. Em 2001, a tribo conseguiu a homologação dos 27.555 hectares em que vivem na Serra do Ororubá, em Pesqueira. Mais de 11 mil indígenas vivem no local.

O caso dos Xukuru foi denunciado à CIDH em 2202. No relatório do mérito do caso, divulgado em julho de 2015, a comissão concluiu que o Estado brasileiro era responsável pelas violações de direitos do povo indígena Xukuru e fez recomendações ao Estado brasileiro, que ainda não foram cumpridas. 

Com informações da assessoria

 

A goleada do Sport sobre o Vitória no último sábado (24) pelo Campeonato Pernambucano teve um gosto mais que especial para um atleta específico. O atacante Índio, revelado na base do Clube, marcou seu primeiro gol no ano. O jovem, que está sendo muito usado pelo treinador Nelsinho Baptista, já marcou três gols em dez jogos como profissional. Para Índio, a vitória trouxe um alívio geral.

"Eu acho que vinha jogando bem e estava faltando o gol. Isso me dá um pouco de alívio, e acho que vai tirar um peso para mim. Se Deus quiser vai ser disso para melhor", disse o atleta segundo informações do site oficial do Sport.

##RECOMENDA##

Focado em se manter titular, Índio já fala nos próximos jogos do Sport e mira em bons resultados. "Acho que foi um alívio para toda a equipe, por causa das cobranças. A torcida ainda está um pouco magoada pela desclassificação da Copa do Brasil. Agora vamos nos preparar para vencer o Salgueiro e o clássico", afirmou.

O Sport irá enfrentar o Salgueiro no próximo domingo (4), fora de casa. Na sequência, o Leão encara o Clássico contra o Santa Cruz na quarta-feira (7), às 21h45, na Ilha do Retiro.

LeiaJá também

--> Nelsinho Baptista: "Não podemos ter altos e baixos"

A torcida do Sport finalmente pôde assistir a uma boa apresentação do time nessa temporada. Depois de muitas críticas e uma desclassificação desastrosa da Copa do Brasil, o Leão finalmente apresentou um bom futebol e conquistou uma vitória convincente sobre o Vitória das Tabocas, até então a única equipe invicta no Campeonato Pernambucano.

A goleada por 4 a 0 ainda colocou o Sport na ponta da tabela, passando o Náutico, que tem o mesmo número de pontos (15) mas um saldo menor de gols.

##RECOMENDA##

[@#galeria#@]

Bola no pé, mas pouca efetividade

Jogando em casa, o Sport começou a partida pressionando, principalmente pelo lado direito do campo, com Rogério, e dominou as ações nos primeiros 15 minutos. E foi numa entrada dura em Rogério que saiu o primeiro amarelo, para David, aos 10 do primeiro tempo.

Em seguida, o jogo esfriou. Apesar de ter quase sempre a bola nos pés, o time rubro-negro não conseguia furar o bloqueio do Vitória, que se postava compactado no campo de defesa, com uma proposta clara de segurar o adversário.

Se conseguia neutralizar os ataques do Leão, o Vitória não conseguia, no entanto, conectar um contra-ataque ou articular uma jogada. Na única chegada de perigo - uma cobrança de falta desviada que bateu na trave de Magrão, foi anotado um impedimento.

O início do passeio

Aos 22 minutos, Rogério sentiu e foi substituído por Índio. O Sport seguiu dominando as ações, chutando em gol, mas sem conseguir uma boa finalização. Aos 34, Anselmo finalmente conseguiu balançar a rede: depois da cobrança de escanteio, a bola sobrou para ele, que ele dominou de costas pro gol dentro da pequena área, girou bonito e mandou para o fundo do gol.

Poucos minutos depois, Fabinho por pouco não atentou contra o própio patrimônio ao cortar um cruzamento com o peito. O que ele não conseguiu, Léo Carioca realizou dois minutos depois: em um lance sem muito perigo, o zagueiro do tricolor das Tabocas meteu a cabeça na bola com a intenção de recuar para o goleiro Valber, que havia saído do gol. Com o gol contra, o Sport abriu 2 a 0.

O segundo tempo não começou muito diferente do primeiro. Dominando as ações, apenas o Sport agredia o adversário. O domínio se traduziu em gol logo aos seis minutos. Índio, que havia entrado no primeiro tempo, recebeu um cruzamento rasteiro de marlone no meio da área e completou sem dificuldade para ampliar o placar: Sport 3 x 0 Vitória.

Aos 11, Leandro Pereira teve boa chance pela esquerda, mas a finalização rasteira encontrou a defesa de Gláuber, que rebateu para escanteio. Mas foi um chutaço de Marlone de fora da área que definiu a vitória rubro-negra. Com efeito, a bola foi no ângulo esquerdo de Valber, sem dar chance ao goleiro.

Apenas nos últimos 15 minutos o Vitória chegou mais perto da área do Sport. O artilheiro do Pernambucano, Thomas Anderson, não desencantou e foi substituído por Jonas.

A ida tardia ao ataque abriu espaço para contra-ataques, e por pouco o placar não foi mais elástico. Índio deu um bonito corte na intermediária e avançou com a bola fazendo o Leão chegar com dois contra um na cabeça da área adversária, mas o atacante demorou demais para tocar a bola e o assistente apontou impedimento, de forma equivocada.

O próximo desafio do Sport, que termina a rodada na liderança do Pernambucano, é apenas no dia 4 de março, contra o Salgueiro, no Cornélio de Barros.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSC) saiu em defesa dos índios, nesta quarta-feira (14). O filho do pré-candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSC) falou que o índio não quer terra e sim dignidade. “Para não ser isolado como bicho de zoológico”, declarou.

O parlamentar falou que o índio não é inimigo da população. “As reservas indígenas no Brasil somam área superior a das terras agrícolas, uma espaço maior do que a região sudeste. O índio não é nosso inimigo, ele apenas serve de massa de manobra de interesses internacionais que são negociados por governantes que não tem o Brasil no coração”. 

##RECOMENDA##

Bolsonaro ressaltou que eles precisam ser tratados como gente. “Achar que um índio que veste uma calça jeans e tenha celular vai deixar de ser índio é igual a dizer que um brasileiro é menos brasileiro porque usa uma roupa da China e celular dos EUA. O índio precisa ser tratado como gente, ter dignidade, é isso que vai libertá-lo e não dar-lhes um latifúndio com o qual ele sequer pode explorar”, pontuou. 

 

 

 

 

 

A publicação no Facebook de um pastor sobre batismo de índios no Mato Grosso tem rendido críticas de internautas. Nos comentários, várias pessoas acusam os envolvidos de doutrinação de indígenas. 

A postagem é do pastor Samoel Maia, da Igreja Universal. Ele escreve: "35 indígenas se entregam ao Senhor Jesus neste domingo em Barra do Garças no Mato Grosso! Comente e compartilhe! Não role para baixo sem deixar seu Amém". O texto é acompanhado de três fotos de índios sendo batizados em um rio. 

##RECOMENDA##

Já são mais de 16 mil reações na postagem e 9,5 mil compartilhamentos. "Os índios têm as suas próprias crenças, pastor. Sei que fazem essas catequizações por amor, mas isso acaba destruindo os costumes e as crenças", diz uma usuária. Outro internauta diz: "Catequizar é tirar a liberdade de um povo e sua cultura, seus costumes e tradições".

No ano passado, o batismo de 38 índios avantes também repercutiu negativamente para o autor da postagem nas redes. Na época, acusado de ferir a cultura dos índios, o pastor em questão afirmou que era um pedido da própria tribo. 

Tais missões evangelizadoras podem ser interpretadas como um desrespeito à Constituição Federal, que em seu artigo 231 pontua que "São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens". 

[@#video#@] 

 

Desde a última segunda-feira (28), os índios Pankararu ocupam prédios da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) no município de Jatobá, no Sertão de Pernambuco. Segundo os índios, o protesto se deve porque a Chesf iniciou os trabalhos de abertura de estradas com máquinas para realizar a manutenção da linha de transmissão que cortam terras indígenas.

Os Pankararu acusam a companhia de iniciar as obras sem pedir autorização ou consulta prévia aos índios. A linha de transmissão corta as Terras Indígenas Pankararu, Entre-Serras Pankararu e Pankaiwka.

##RECOMENDA##

Segundo a Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme), os índios ocupam a antiga Casa da Diretoria da Chesf e o antigo prédio da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), ambos imóveis desativados e sem utilizade pública; além de uma torre de energia na Terra Pankararu. 

"Desde o início das operações da Usina Hidroelétrica de Itaparica em 1988, localizado no sertão médio São Francisco em Pernambuco, que o povo Pankararu vem sofrendo com as agressões ambiental, territorial e moral que a Chesf, que gerencia desde então a barragem, primeiro inundou vários espaços sagrados Pankararu, invadiu o território Pankararu com suas linhas de transmissão elétricas e nunca até os dias de hoje recompensou o povo e nem consultou", diz texto da Apoinme. 

O LeiaJá entrou em contato com a assessoria da Chesf e aguarda posicionamento. Na próxima terça-feira (5), haverá uma reunião no Ministério Pùblico de Pernambuco (MPPE) para discutir a questão.

O índio Maurício Alves Feitosa foi espancado e teve o corpo queimado neste domingo (27), na cidade de Maracanaú, na região metropolitana de Fortaleza (CE). Os suspeitos de cometerem o crime ainda não foram identificados. A Polícia Federal investiga o caso.

Maurício sofreu queimaduras de 3º grau e parte da casa onde mora também foi atingida pelo fogo. Ele está internado no Hospital Instituto José Frota (IJF), em Fortaleza. Ainda não há informações sobre o estado de saúde da vítima. (Lauriberto Pompeu, especial para AE)

##RECOMENDA##

Uma investigação da história de centenas de indígenas mortos durante a ditadura militar no Brasil, de 1964 a 1985, foi transformada em livro pelo jornalista Rubens Valente, que durante um ano entrevistou 80 pessoas, entre índios, sertanistas, missionários e indigenistas para construir o relato.

Lançado na última semana na capital paulista, o livro Os Fuzis e as Flechas – A História de Sangue e Resistência Indígenas na Ditadura traz à tona registros inéditos de erros e omissões que levaram a tragédias sanitárias durante a construção de grandes obras do período militar, como a Rodovia Transamazônica.

##RECOMENDA##

“Em 1991, 1992, eu estive em uma área de uma etnia que se chamava Ofaié-Xavante. E lá eles me contaram que tinham sido transferidos pelos militares em um caminhão e haviam sido despejados lá no Pantanal, a 600 quilômetros dali [de seu território original]. Lembro que essa história me marcou muito, porque mostrou que havia uma coisa a ser contada nessa relação de índios com a ditadura, como eles sofreram impactos nesse período”, contou o jornalista. Em viagens a outras aldeias desde os anos 80 do século passado, Valente conta ter ouvido relatos semelhantes.

“Em 1982, minha família mudou-se para Dourados, em Mato Grosso do Sul. Eu sou do Paraná. E lá em Dourados existe a maior aldeia indígena urbana, que vive naquela região. Então foi o primeiro contato que eu tive com os indígenas no país, quando eu tinha 12 anos, no final da ditadura. E a partir de então eu comecei a pesquisar o tema”, contou. O jornalista começou a colecionar notícias, histórias, livros e estudos sobre o assunto.

Indígenas isolados

Segundo Valente, houve vários métodos de controle e de enfrentamento dos militares em relação aos índios. Na Região Amazônica, estavam as comunidades mais isoladas, que não tinham sido contatadas e, na época, eram chamadas de hostis ou arredias.

“O regime militar desencadeia um processo de ocupação da Amazônia, um processo que envolvia obras, como estradas – principalmente a Transamazônica –, envolvia hidrelétricas e envolvia a criação de núcleos de colonos, de trabalhadores rurais. Esses colonos que vinham a reboque desses projetos de desenvolvimento”, disse. Tudo isso, segundo o autor, “da noite para o dia”, sem um plano organizado com grande estrutura sanitária e médica para os povos tradicionais da região.

“Foi um plano executado assim às pressas, conforme o relato dos próprios sobreviventes, e que encontravam essas populações desassistidas e despreparadas em relação aos vírus que os brancos vinham trazendo. Isso que causou inúmeras mortes, centenas de mortes. E, aliado a isso, começou a haver o que eu chamo de deportações dentro do próprio do país. Eram grupos inteiros tirados de um lugar e colocados em outro.”

Valente contou a história de um grupo Xavante retirado da fazenda Suiá-Missú e levado para outra área da mesma etnia, chamada São Marcos. “O cálculo é que morreram de 100 a 120 índios apenas nessa operação. A força aérea transportou esse índios de uma área para outra de avião e lá eles morreram porque não havia um plano de atendimento a essa população que havia chegado recentemente ali. Eu pude entrevistar sobreviventes que enterraram esses corpos e fizeram covas coletivas, corpos que foram enterrados com tratores, porque eram tantos corpos. É um típico caso de um erro de entendimento da questão indígena”, disse o autor do livro. Valente destacou que histórias de deslocamentos como essa se repetiram várias vezes.

Construção da BR-174

Um dos casos considerados mais graves por Valente está relacionado à construção da BR-174, conhecida como Rodovia Manaus–Boa Vista, que atravessou o território indígena da etnia Waimiri-Atroari e colocou os índios em contato com trabalhadores, na década de 1970.

“O cálculo mais modesto indica 240 mortos só nesse caso. A mortandade ocorreu de 1974 até por volta de 1977”, disse o jornalista. “Eu procurei amarrar esses episódios e mostrar para o leitor um panorama do que ocorreu e a ideia de que havia uma lógica por trás de tudo isso, uma lógica militar de ocupação da Amazônia.”

Reparação

Para o autor do livro, a principal conclusão da pesquisa é a dificuldade do Estado brasileiro de reconhecer essas mortes e pedir desculpas pelo que ocorreu. “Em 2014, a Comissão Nacional da Verdade aprovou um capítulo destinado aos povos indígenas, e esse capítulo indicava a necessidade de um pedido de desculpas por parte do governo brasileiro. Um pedido de desculpas pelo que aconteceu com os índios. E, até o momento, já se vão três anos, não houve sequer o reconhecimento, sequer um pedido desculpas, quanto mais alguma forma de reparação desses danos.”

LeiaJá também

--> Governo muda regra de demarcação para terras indígenas

A jornalista da TV Record Fabélia Oliveira, à frente do programa “Sucesso no Campo”,  fez duras críticas ao samba-enredo da escola Imperatriz Leopoldinense para o Carnaval de 2017. A apresentadora ficou revoltada com o tema "Xingu, o clamor que vem da floresta", criado para homenagear os indígenas e a luta diária para preservação da floresta e da cultura, além de criticar o modelo do agronegócio. 

“O índio luta pela sua terra, da Imperatriz vem o seu grito de guerra! Salve o verde do Xingu”, diz o samba-enredo da Imperatriz Leopoldinense. Em outro trecho, a música fala sobre a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte e a desapropriação de terras dos índios. “O belo monstro rouba as terras dos seus filhos”.

##RECOMENDA##

Para Fabélia, os produtores rurais são os verdadeiros heróis e merecem ser homenageados. "Eles que trabalham de sol a sol para alimentar a população. Que conhecimento eles (os autores do samba) têm para falar do homem do campo? Para falar do índio, da floresta?”, disse. 

A letra foi criada pelo carnavalesco Cahê Rodrigues, 40, que trabalha há 5 anos com a escola e estudou um ano sobre a cultura indígena. De acordo com a apresentadora, os índios estão certos em preservar a cultura, desde que sejam "originais e não façam uso da tecnologia". 

"Se ele quer preservar a cultura ele não pode ter acesso à tecnologia que nós temos. Ele não pode comer de geladeira, tomar banho de chuveiro e tomar remédios químicos. Porque há um controle populacional natural. Ele vai ter que morrer de malária, de tétano, do parto. É… a natureza. Vai tratar da medicina do pajé, do cacique, que eles tinham", falou.

Confira o vídeo:

Os índios da tribo Wassu cocal continuam a manifestação na BR-101 em Joaquim Gomes, Alagoas, cidade que faz divisa com Pernambuco. Na quarta-feira (19), o grupo se reuniu com representantes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Fundação Nacional do Índio (Funai) e Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). 

A tribo pede a finalização do processo de ampliação de suas terras, implantação de saneamento básico, transporte escolar no local além de questões relacionadas à duplicação da BR-101. Algumas de suas reivindicações foram enviadas na quarta para análise em Brasília, mas as respostas só poderão ser dadas nesta quinta-feira (20).

##RECOMENDA##

Segundo a PRF, a orientação para os condutores que pretendem sair de Alagoas para Pernambuco ou vice-versa é que optem pela BR-104 ou pelo litoral, através das rodovias estaduais. 

LeiaJá também

--> Índios interditam BR-101 na divisa Alagoas-Pernambuco

Índios da tribo Wassu cocal interditam a BR-101, em Joaquim Gomes-AL, na divisa com Pernambuco, na manhã desta quarta-feira (19). Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), que está no local, a tribo protesta por questões relacionadas à duplicação da rodovia. 

A PRF enviou uma orientação para que os motoristas que tenham a pretensão de sair de Alagoas para Pernambuco, ou vice-versa, optem por trafegar pela BR-104 ou pelo litoral, através de rodovias estaduais. Os condutores que utilizam a BR-101 devem pegar o acesso para a BR-104 localizado em Palmares, na Mata Sul de Pernambuco. 

##RECOMENDA##

Além do protesto contra a duplicação da BR-101, os índios também reivindicam a finalização do processo de ampliação de suas terras. No final de agosto, os Wassu Cocal se reuniram com o Ministério Público Federal de Alagoas (MPF-AL). Eles apontam estar havendo uma obtenção, ocupação e comercialização das terras indígenas em Joaquim Gomes. 

As terras que hoje são ocupadas pelos índios, também são ocupadas por associados da Fazenda Urucuzinho e foram desapropriadas da antiga Usina Agrisa, sendo doadas à Fundação Nacional do Índio (Funai) após atuação da Câmara de Conciliação da Advocacia Geral da União. 

No encontro, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) disse que outros acampados que estavam ocupando a terra em disputa foram realocados na mesma fazenda, mas em área destinada à reforma agrária. O grupo, entretanto, não concordou em sair da terra indígena. O caso, então, está na Justiça. 

Nesta terça-feira, 19 de abril, é comemorado o Dia do Índio. Importante data no calendário brasileiro, mas que muitas vezes passa despercebida pelos debates nas salas de aula e na sociedade como um todo. As crianças se pintam e se vestem como indígenas, mas não sabem a importância desse povo para o País.

O coordenador do curso de História da Universidade da Amazônia (Unama), Frederick Matos, falou, em entrevista ao LeiaJá, sobre a participação do indígena em uma sociedade e os caminhos que a nação brasileira ainda precisa trilhar para enxergar esses povos como iguais. Muitos preconceitos e estereótipos precisam ser quebrados, diz o professor, e o primeiro passo para que isso ocorra é gerar debates e discussões. Confira a entrevista abaixo:

##RECOMENDA##

LeiaJá: Qual a importância da preservação da cultura indígena?

Frederick Matos: Duas palavras são interessantes nessa pergunta: preservar e cultura indígena. A preservação não passa por perspectiva como uma ideia de imutabilidade ou conservar aquilo de forma estática ou de forma imóvel. É preciso discutir a questão da cultura indígena, mostrando que ela não é estática ou imóvel, mas sim uma cultura ligada à identidade, claro, étnica, mas também se desenvolve a partir de uma ideia de historicidade. Através desses agentes, os indígenas são também políticos, sociais, que se movimentam como um todo. Então: o que é identidade? O que é cultura? O que é a preservação dessa cultura? Perpassa muito mais por essa ideia de como esses indivíduos são percebidos pela chamada “sociedade branca” e como nós os percebemos e os incluímos nesse grande debate, nesse grande leque de possibilidades que esses indígenas têm na atual situação brasileira. Preservar não perpassa por uma ideia de conservar a sua língua, os costumes, mas conservar sua própria identidade. Identidade essa que é não perdida caso esse indígena, por exemplo, não esteja no seu habitat natural, na floresta, nu, com o arco e flecha. Ele mantém sua identidade, mantém sua cultura em qualquer espaço no qual ele se encontre na atualidade.

LeiaJá: Por que comemorar essa data?

Frederick Matos: A data em si é uma data padrão: 19 de abril, todo mundo comemora como o Dia do Índio. Geralmente as escolas comemoram, as crianças saem pintadas neste dia, e depois não há mais nenhum tipo de debate, nenhum diálogo sobre esse nativo, sobre quem foi esse indivíduo, dos construidores do que é a nação brasileira. Acho que a data, na verdade, é apenas simbólica, que deve ser lembrada, que deve ser pensada em como se discutir esse assunto durante todo o ano. Como o indígena se integra, atualmente, na sociedade brasileira. É falar, por exemplo, sobre a educação como poder de desconstruir mitos e estereótipos criados acerca do nativo (o índio que vive na floresta, apenas da caça e da pesca, que não tem roupa, não estuda). Desconstruir estereótipos e mitos como esses, na verdade, é muito mais importante para serem lembrados nessa data, mas sim ao longo do ano como um todo, para que o debate seja cada vez mais ampliado principalmente para nós, educadores e alunos.

LeiaJá: O que você acha da modernização do índio?

Frederick Matos: É um debate interessante porque a ideia que se tem é que o indivíduo só é índio porque ele mora na floresta, não usa relógio ou anda de carro, não possui um celular ou porque ele não tem uma formação superior, por exemplo. São mitos e estereótipos que devem ser quebrados. O índio não deixa de ser índio porque está vestido. Eu vou fazer uma metáfora interessante: se nós hoje, da “sociedade branca”, não nos vestimos da mesma forma que os portugueses se vestiam em 1500 quando chegaram ao Brasil, então por que será que o índio não pode mudar? Ele tem que estar assim como em 1500? Não, o indígena também, assim como todos nós, é um indivíduo integrado na sociedade, ele também usufrui de todos os direitos e dos deveres dos quais nós somos regidos. Ter acesso à educação, básica e depois superior; ao consumo, já que também circula dinheiro entre os nativos. Então, não tem porque excluí-los. Quando se discute essa ideia de modernização do índio, tem muito mais preconceito e estereótipos do que, basicamente, conhecimento sobre esses povos indígenas.

LeiaJá: Qual a importância da participação dos indígenas na política?

Frederick Matos: Isso é interessante. Nós somos regidos pela Constituição de 1988, certo? Ela é a primeira e única que colocou o indígena como figura principal. A Constituição declara e demarca a participação dos índios a partir da constituição de terras indígenas, ou de reservas indígenas. A partir de então, o indígena também começa a ter um papel participante na política nacional. Isso é importante perceber porque hoje diversas leis ou diversas situações que envolvem a figura do índio acabam sendo geridas ou discutidas por indivíduos alheios à atual situação do indígena, ou seja, pessoas que não vivenciam essa realidade e acabam discutindo, dialogando e decidindo sobre aquele nativo. Por exemplo, hoje de manhã na rádio estava se falando sobre as questões de área de mineração próximo à reserva dos Ianomâmis, em Roraima. Esse é um exemplo claro de que as terras que deveriam ter sido demarcadas até 1993, ou seja, já tem bastante tempo, ainda não foram demarcadas totalmente. Esses indivíduos indígenas ainda sofrem com essa intervenção, com essa influência dos agentes considerados externos. Mineradoras, pecuaristas, e depois as grandes construções: hidrelétricas, estradas e tudo o mais. Então a participação política do indígena deve ser cada vez mais forte, cada vez mais intensa. Se os índios não podem, por exemplo, ter uma liderança, mas que possam ter alguém que os represente, represente seus direitos, represente o partido que eles comungam como ideias para suas comunidades.

LeiaJá: Há a necessidade de cotas para indígenas?

Frederick Matos: Na atual conjuntura da educação nacional, ainda se faz necessário, porque é uma vitória de um grande grupo, de uma grande gama de grupos indígenas e grupos ligados aos indígenas que buscam esse acesso a uma educação formal, uma educação superior. Então, se houve essa necessidade e esses grupos se formaram e conseguiram essa vitória, é uma vitória mais do que justa. Claro que, hoje em dia, aqui no Pará, por exemplo, o ingresso desse nativo ocorre de maneira especial. Há um processo seletivo especial para que esse indígena ingresse no ensino superior. Isso tem feito com que o indígena entre como graduado e depois siga carreira acadêmica, como mestre, como doutor. Até chegar, por exemplo, no patamar da chamada “sociedade branca”, que nós consideramos. Ainda se faz necessário por conta desse acesso educacional brasileiro que não está tão igualitário nos últimos anos, mas que ao longo do tempo pode se tornar. Algo para ressaltar é a questão da educação nas aldeias indígenas. Essa educação se faz, na maioria dos momentos, de forma bilíngue: a língua da etnia nativa e o português. Remonta às perguntas anteriores: quando ele chega no ensino superior, ele perde essa identidade? Ele se torna “moderno”? Não quer dizer que ele seja “moderno” e nem perde a identidade. Ele continua sendo um indígena daquela etnia, ele apenas está usufruindo de uma educação de ensino superior, e consegue, através desses mecanismos, implementar a sua luta política. Também do seu povo, da sua etnia, através de suas convicções, através de seus estudos.

Por Julyanne Forte e Mirelly Pires.

A Justiça Federal determinou a suspensão imediata de uma multa de R$ 3 milhões que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) havia imposto ao índio Timóteo Taytasi Wai-Wai. O indígena foi acusado de comercializar artesanato com penas de aves no município de Oriximiná, no oeste do Pará. Com a decisão judicial, a multa máxima para o caso foi fixada em R$ 1.125.

Segundo informações do Ministério Público Federal (MPF), o juiz Érico Freitas Pinheiro concordou com o argumento de que a multa era desproporcional e determinou a suspensão urgente da punição.

##RECOMENDA##

O índio da etnia Wai-Wai havia sido autuado pelo Ibama em 2009, com 132 peças de artesanato. A Defensoria Pública da União (DPU) entrou com ação pedindo anulação da multa e o MPF foi chamado a dar parecer, como fiscal da lei.

"Chama atenção a violenta desproporcionalidade da multa aplicada. A título de comparação, a empresa Norte Energia S.A, concessionária da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, foi multada pelo Ibama no valor de R$ 8 milhões por ter provocado a morte de 16 toneladas de peixe. A Norte Energia, pessoa jurídica responsável pela mais cara obra pública em andamento no Brasil, orçada atualmente em R$ 32 bilhões, foi atuada pelo Ibama em apenas R$ 8 milhões, por crime ambiental inegavelmente mais grave - e de mais severa repercussão socioeconômica - que a conduta praticada pelo indígena", afirmava o parecer assinado pelo procurador da República Camões Boaventura, de Santarém.

A Fundação Nacional do Índio (Funai) também se manifestou no processo e informou à Justiça que o índio multado pelo Ibama não trabalha com produção em larga escala, nem mesmo com recursos ou tecnologias que causem impacto ambiental sobre a população local de papagaios. O Ibama justificou que se tratava de um caso recorrente e que apenas havia aplicado a lei.

Professores da Rede Municipal de Ensino de Olinda participam, nesta quarta-feira (29), de uma série de palestras em comemoração ao mês da Consciência Indígena. O evento acontece a partir das 8h no auditório Nelson Correia, na Rua 15 de Novembro, no bairro do Varadouro. Representantes da Fundação Nacional do Índio, da Superintendência de Educação Indígena de Pernambuco, das tribos Xucuru e Funi-ô e de tribos urbanas foram convidados para ministrar as palestras.

Segundo a prefeitura do município, este evento é o primeiro de uma série de palestras que estão previstas para acontecer em 2015 envolvendo questões de diversidade.  

##RECOMENDA##

O chefe da Divisão de Educação Étnico-Racial de Olinda, Moisés de Andrade Machado, destacou a importância da iniciativa.“O povo indígena faz parte da formação do povo brasileiro. Nosso objetivo é promover, nas escolas, uma vivência diferenciada da questão indígena na sala de aula. Como uma etnia que constitui o povo brasileiro, a proposta é desmistificar a folclorização do índio e resgatar o sentimento de pertencimento”.

O índio que se identifica como Urutau José Guajajara acaba de ser retirado da árvore em que permaneceu por 26 horas, em protesto contra a possibilidade de demolição do Museu do Índio, vizinho ao estádio do Maracanã (zona norte do Rio).

O homem foi cercado por bombeiros, que subiram de maneira simultânea por três acessos diferentes. Guajajara não reagiu nem insultou os bombeiros, diferentemente dos cerca de 30 ativistas que acompanharam a ação com xingamentos dirigidos aos policiais e bombeiros.

##RECOMENDA##

Vestido apenas com uma bermuda, trazendo um cocar no alto da cabeça, o homem foi descido até o chão por cordas, ao estilo rapel, por volta das 11h30 desta terça-feira, 17. Imediatamente, os bombeiros o colocaram em uma ambulância, que seguiu para o Hospital Souza Aguiar, no centro.

Os ativistas tentaram evitar a saída da ambulância e houve enfrentamento. De dentro da ambulância, pertencente ao Corpo de Bombeiros, foi aspergido um spray de pimenta, que atingiu em cheio aos manifestantes, entre eles, o advogado do indígena, Arão da Providência.

"Isso é prisão. É o Estado usando a força para interferir na pauta dos movimentos sociais", esbravejava Providência, com os olhos lacrimejantes.

O advogado reclamou ainda da decisão da Polícia Militar (PM) de retirar os manifestantes do velho museu. "O governador (Sérgio Cabral, do PMDB) acha que o prédio é dele", gritava.

Guajajara subiu no alto da árvore, a 4 metros de altura, às 9h30 de segunda-feira, 16, durante a remoção dos manifestantes, indígenas e simpatizantes. Desde então praticamente não se alimentou nem bebeu água.

Bombeiros iniciaram, por volta das 10h45, a operação para tentar retirar o índio Urutau José Guajajara de cima da árvore onde ele resiste há mais de 25 horas à desocupação do prédio do antigo Museu do Índio, nas imediações do Estádio do Maracanã.

O indígena está cercado por todos os lados. Bombeiros subiram na árvore com uma escada e dois militares chegaram à copa com a ajuda de uma escada magirus. Um ombeiro chegou à árvore depois de subir no telhado do prédio que pertencia ao Ministério da Agricultura e que fica atrás do edifício do antigo Museu do Índio. Os galhos da árvore encostam no telhado.

##RECOMENDA##

Aos gritos de "não desce!" e "aldeia resiste!", os cerca de 30 ativistas que estão no local protestam contra a tentativa dos bombeiros de retirar o indígena da árvore. A ocupação do prédio é denominada pelos manifestantes de Aldeia Maracanã.

Na reapresentação do Internacional nesta segunda-feira, o técnico Clemer contou com duas novidades no treino realizado sob chuva nesta manhã: o lateral-esquerdo Fabrício e o zagueiro Índio.

Fabrício participou normalmente do treino com bola após desfalcar a equipe em dois jogos. Recuperado de uma lesão muscular na coxa esquerda, deve voltar ao time para o duelo contra o Atlético Paranaense, quarta-feira, pela Copa do Brasil.

##RECOMENDA##

A volta de Fabrício é providencial para o técnico Clemer. Seu retorno vai compensar as ausências de Willians e Kleber na próxima rodada do Brasileirão, no fim de semana. A dupla cumprirá suspensão.

Índio, por sua vez, voltou aos trabalhos físicos após se recuperar de lesão. E ainda não deve ser opção para o jogo de quarta. Ele não entra em campo desde o início do mês - partida contra o Fluminense, no dia 6.

Enquanto eles foram para o gramado, os titulares fizeram trabalho regenerativo na academia, após o empate por 2 a 2 com o Grêmio, em Caxias do Sul.

O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid) para a Diversidade recebe projetos de universidades públicas ou privadas que possuam curso de licenciatura nas áreas intercultural indígena ou educação no campo. O programa vai oferecer 3 mil bolsas para estudantes, orientadores e supervisores, além de verbas de custeio anual no valor de R$ 4 mil por estudante de licenciatura, durante 48 meses. 

O objetivo do programa é incentivar a formação de docentes para atuar nas escolas de educação básica indígenas e do campo. Os interessados podem se inscrever no período de 30 de setembro a 18 de outubro pelo site do Pibid em uma das nove áreas especificadas no edital (Educação do Campo; Educação do Campo - Ciências da Natureza e Matemática; Educação do Campo - Ciências Humanas e Sociais; Educação do Campo - Linguagens e Códigos; Intercultural Indígena; Intercultural Indígena - Ciências da Natureza e Matemática; Intercultural Indígena - Ciências Humanas e Sociais; Intercultural Indígena - Linguagens e Códigos; e Interdisciplinar).

##RECOMENDA##

A Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal (Capes) concederá bolsas mensais no valor de R$ 400 para os estudantes, R$ 765 para os professores supervisores da educação básica da rede pública, R$ 1.400 para os professores dos cursos de licenciatura que orientem e auxiliem a gestão do projeto, e R$ 1.500 para o professor que coordenar o projeto.  O projeto deve ser formado por, no mínimo, cinco estudantes da licenciatura; um professor da licenciatura que oriente os alunos e um supervisor responsável pelo acompanhamento dos trabalhos desenvolvidos pelos licenciandos na escola. 

O resultado da seleção será divulgado no dia 20 de novembro. As atividades devem ter início até o dia 14 de março de 2014. Mais informações estão disponíveis no edital

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando