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Os muçulmanos da Bósnia recordaram neste sábado (11) o genocídio de Srebrenica, que completa 25 anos, o maior massacre em território europeu desde a Segunda Guerra Mundial, em uma cerimônia reduzida devido à pandemia de coronavírus.

"Tenho uma filha de dois anos, como eu tinha na época. É difícil quando você vê alguém chamando o pai e você não tem o seu", afirmou, chorando, Sehad Hasanovic, 27 anos.

Seu pai, Semso, "fugiu para a floresta e nunca retornou. Só encontramos alguns ossos", conta. Assim como o irmão Sefik e sei pai Sevko, Semso foi assassinado quando as tropas sérvias da Bósnia, comandadas por Ratko Mladic, entraram no território de Srebrenica e executaram sistematicamente os homens e adolescentes muçulmanos.

"Os maridos das minhas quatro irmãs foram assassinados. Meu irmão também foi morto, assim como seu filho. Minha sogra também perdeu outro filho e o marido", recorda Ifeta Hasanovic, 48 anos, cujo marido Hasib foi uma das nove vítimas cujos restos mortais foram identificados em julho do ano passado.

Neste sábado, os nove foram enterrados no cemitério do Monumento do Genocídio, em Potocari, cidade próxima de Srebrenica onde ficava durante a guerra étnica da Bósnia (1992-95) a base da Força de Proteção da ONU (UNPROFOR).

Em 11 de julho de 1995, cinco meses antes do fim da guerra, as forças sérvias da Bósnia assumiram o controle de Srebrenica, uma "zona segura" declarada pelas Nações Unidas, protegida por 400 capacetes azuis holandeses, e em poucos dias massacraram mais de 8.000 homens e adolescentes bósnios (muçulmanos).

Na época o líder político sérvio-bósnio era Radovan Karadzic (falecido em 2006) e o comandante militar Ratko Mladic. A justiça internacional condenou ambos à prisão perpétua, sobretudo pelo massacre de Srebrenica e o cerco a Sarajevo.

Até hoje foram encontradas e identificadas quase 6.900 vítimas do massacre em mais de 80 valas comuns. Muitos foram enterrados no cemitério do Monumento do Genocídio.

- A luta contra a "negação"-

A matança de Srebrenica é o único episódio da guerra bósnia (100.000 mortos) classificado como genocídio pela justiça internacional. Mas os líderes políticos sérvio-bósnios minimizam o evento.

O membro sérvio da presidência colegiada da Bósnia, Milorad Dodik, rejeita o termo "genocídio" e fala de "mito".

"Insistiremos sem descanso na verdade, justiça e necessidade de julgar todos aqueles que cometeram este crime", afirmou na véspera o integrante bósnio (muçulmano) da presidência, Sefik Dzaferovic.

"Lutaremos contra aqueles que negam o genocídio e glorificam seus autores", completou.

O prefeito sérvio de Srebrenica, Mladen Grijicic, afirmou que "todos os dias há novas provas que negam a apresentação atual de tudo o que aconteceu".

Diante da impossibilidade de um evento com muitas pessoas em apenas um dia, os organizadores convidaram a população a visitar o centro memorial ao longo de julho.

Várias exposições foram organizadas, incluindo os quadros do artista bósnio Safet Zec dedicados ao massacre.

Outra obra, com o nome "Por quê vocês não estão aqui?", da artista americana de origem bósnia Aida Sehovic, consiste em mais de 8.000 xícaras de café (uma para cada vítima do massacre) colocadas no gramado do centro memorial.

"Ainda não respondemos a pergunta 'por quê vocês não estão aqui?'. Como isto aconteceu no coração da Europa, na zona protegida da ONU, a morte de tantas pessoas de maneira tão terrível? Sem mencionar o fato de que alguns continuam negando o genocídio", declarou a artista à AFP.

Ao menos 20 pessoas morreram e 189 ficaram feridas nos confrontos entre nacionalistas hindus e muçulmanos que começaram no domingo em Nova Délhi, segundo um balanço atualizado divulgado nesta quarta-feira (26).

Estes são os piores confrontos em décadas em Nova Délhi. O governador da capital do país pediu ao governo central que decrete toque de recolher e envie o exército à cidade.

Homens armados com pedras, facas e armas de fogo provocam o caos desde domingo nas áreas periféricas de maioria muçulmana ao nordeste da capital indiana, a uma dezena de quilômetros do centro da cidade, onde moram trabalhadores migrantes pobres.

Os grupos armados hindus atacaram locais e pessoas identificadas como muçulmanas, informou a imprensa local. Os agressores gritam "Jai Shri Ram" ("Viva o Deus Rama"), de acordo com testemunhas.

Nas redes sociais circulam vídeos que mostram um grupo de nacionalistas hindus subindo no minarete de uma mesquita para colocar a bandeira indiana. O principal hospital da zona registrou 20 mortes até esta quarta-feira.

"Há 189 pessoas hospitalizadas. Quase 60 pessoas foram feridas a tiros", declarou Sunil Kumar, diretor do hospital GTB. Os confrontos são motivados pela polêmica lei de cidadania, que para muitas pessoas é discriminatória em relação aos muçulmanos.

A nova lei facilita a concessão da cidadania aos refugiados, desde que não sejam muçulmanos. O texto cristalizou o temor de que os muçulmanos podem ser relegados a cidadãos de segunda categoria, em um país onde os hindus representam 80% da população.

A lei provocou as maiores manifestações na Índia desde a chegada do primeiro-ministro Narendra Modi ao poder em 2014. Arvind Kejriwal, o governador de Délhi, estado que inclui a a capital, considera a situação "alarmante" e pediu ao governo do primeiro-ministro Modi a adoção do toque de recolher e o envio de militares.

"Apesar de seus esforços, a polícia não consegue controlar a situação e restaurar a calma", disse Kejriwal. A segurança em Délhi, território que dispõe de um estatuto particular, é responsabilidade do governo central.

O primeiro-ministro fez um pedido de paz e fraternidade aos habitantes de Délhi. "A paz e a harmonia são fundamentais para nosso espírito. Faço um apelo a meus irmãos e irmãs de Délhi para que mantenham a paz e a fraternidade a todo momento", afirmou Modi, um nacionalista hindu, em uma mensagem divulgada no Twitter.

É importante que exista calma e que a normalidade seja restabelecida o mais rápido possível", acrescentou o primeiro-ministro. Muitos trabalhadores migrantes começaram a abandonar o distrito dos confrontos para retornar a seis vilarejos.

"Não há trabalho, vale mais a pena sair do que ficar. Ficar aqui para morrer?", afirmou um alfaiate que pretende voltar a seu vilarejo natal, no estado vizinho de Uttar Pradesh. "As pessoas estão se matando. Há tiros", completou.

A explosão da violência coincidiu no domingo com o início da visita do presidente americano Donald Trump, que terminou na terça-feira.

Ao menos 20 pessoas morreram na Índia nos últimos 10 dias nos protestos contra uma lei de cidadania considerada discriminatória pelos muçulmanos, que representam 14% da população do país.

Novas manifestações aconteciam neste sábado em Chennai, capital do estado de Tamil Nadu (sul), e em Patna, no estado de Bihar (leste). Também estavam planejados protestos em Nova Délhi.

As manifestações acontecem um dia depois de protestos no estado de Uttar Pradesh (norte), que terminaram com cinco mortos, incluindo um menino de oito anos.

Estas cinco mortes aumentaram a 20 o número de vítimas fatais desde o início dos protestos na semana passada. Estes são os protestos mais importantes no país desde a chegada ao poder, em 2014, do governo nacionalista hindu de Narenda Modi.

Em muitas regiões do país de 1,3 bilhão de habitantes as autoridades proibiram as manifestações. Em algumas localidades o acesso à internet foi cortado.

Neste sábado, a polícia instalou barreiras ao longo da avenida Jantar Mantar no centro de Nova Délhi, que se transformou nos últimos anos em um ponto emblemático dos protestos no país.

- Uma lei "discriminatória" -

A lei que desatou os protestos, aprovada em 11 de dezembro pelo Parlamento indiano, concede a cidadania a refugiados do Afeganistão, Paquistão e Bangladesh, mas apenas se não forem muçulmanos. Os críticos a consideram discriminatória e contrária à Constituição indiana.

A nova lei não afeta diretamente os indianos de confissão muçulmana, mas eles temem uma discriminação após cinco anos de governo nacionalista hindu.

Em Nova Délhi, capital do país, as forças de segurança dispersaram na sexta-feira à noite com jatos de água uma concentração de milhares de pessoas. Um veículo foi incendiado.

"Queremos que o governo recue na lei. A lei é contrária aos muçulmanos e contra a Índia. Nós nos manifestamos de forma pacífica e o governo tem que ceder", declarou à AFP Sabzar Ali, um dos manifestantes.

Em um editorial muito crítico ao governo, o jornal The Indian Express pede que se faça todo o possível "para preservar a paz" em um país onde os muçulmanos são quase 200 milhões de pessoas, representando 14% da população.

O estado de Uttar Pradesh, o mais populoso da Índia com 200 milhões de habitantes, tem 20% da população muçulmana.

"A maior democracia do mundo não pode parecer incapaz de aceitar os jovens que estão em desacordo com o poder (...) a Índia corre um alto risco se começar a ser visa como um lugar onde os dissidentes sentem medo", afirmou o jornal.

A ONG Anistia Internacional (AI) pediu na quinta-feira às autoridades indianas o fim da repressão contra os manifestantes pacíficos que protestam contra uma lei discriminatória".

A Suprema Corte da Índia rejeitou na quarta-feira (18) um apelo para interromper a implementação de uma nova lei de cidadania com base na religião que desencadeou protestos violentos no país, mas disse que realizará audiências sobre a medida no mês que vem.

A Emenda da Lei da Cidadania torna mais fácil para imigrantes não muçulmanos de Bangladesh, Paquistão e Afeganistão que se estabeleceram na Índia antes de 2015 obterem a cidadania. Milhares têm protestado dizendo que a lei é antimuçulmana.

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A medida é a mais recente de uma série do governo hindu nacionalista contra os muçulmanos. (com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A polícia francesa desmantelou um grupo de ideologia neonazista acusado de planejar ataques contra locais de culto judaicos ou muçulmanos - informaram fontes judiciais.

Cinco pessoas do grupo, "de ideologia próxima ao movimento neonazista", foram acusadas entre setembro e maio por um plano de ataque "de contornos imprecisos".

"Locais de culto judaicos, ou muçulmanos", foram mencionados por este grupo, relata uma fonte próxima ao caso.

O processo começou após um inquérito judicial aberto em 8 de setembro por infrações à legislação sobre as armas e o indiciamento de um primeiro suspeito, colocado em prisão provisória, indicou a fonte judicial.

Outros dois homens, um deles menor de idade, foram indiciados em outubro.

"As investigações permitem supor que alimentavam um projeto, de contornos imprecisos, de passar ao ato violento para atacar um local de culto", declarou a fonte judicial.

Em janeiro, as autoridades recorreram à unidade antiterrorista do Ministério Público de Paris.

Um juiz especializado em questões de terrorismo assumiu o comando das investigações por "uma acusação complementar de associação criminosa terrorista, transporte, posse e fabricação de artefatos explosivos em relação a uma organização terrorista, além de posse não autorizada de armas".

Outros dois indivíduos, um deles menor de idade, foram detidos e acusados em 23 de maio por "associação criminosa terrorista" e colocados em liberdade sob controle judicial.

Um grupo de jovens muçulmanos atacou uma igreja evangélica em Acra, capital do Gana, depois que seu pastor previu a morte do principal imã do país em 2019, disseram fontes religiosas à AFP.

Armados com facões e pedaços de pau, os jovens atacaram um agente de segurança na entrada da igreja na quarta-feira (2) depois de jogarem pedras nas janelas e quebraram os móveis e instrumentos de música.

Durante seu tradicional sermão na véspera de Ano Novo, o reverendo Isaac Owusu-Bempah previu a morte da principal autoridade muçulmana do país, o xeque Usman Nuhu Sharubutu, e o vice-presidente dos Muçulmanos de Gana, Mahamudu Bawumia.

O Sheik Sharubutu condenou os ataques. "Gana é respeitada no mundo pela coexistência pacífica entre cristãos e muçulmanos, somos orgulhosos e nada precisa nos dividir", declarou à AFP.

Por sua parte, o Conselho Pentecostal de Gana, que supervisiona as atividades religiosas das igrejas evangélicas, condenou a violência, assim como a controvertida profecia.

O homem que atropelou um grupo de muçulmanos que saía de uma mesquita de Londres, em junho de 2017, matando uma pessoa, foi condenado nesta sexta à prisão perpétua com um mínimo de 43 na cadeia.

Darren Osborne, de 48 anos, que era obcecado por muçulmanos, segundo a promotoria, havia se declarado inocente das acusações. "Ele planejou e realizou o atentado por causa de seu ódio pelos muçulmanos", declarou a promotora Sue Hemming após divulgado o veredicto de culpado.

"Fomos muito claros desde o princípio que se tratou de um atentado terrorista, e agora ele deve enfrentar as consequências de suas ações", destacou. "Tratou-se de um ataque terrorista. Você procurou matar", afirmou a juíza Bobbie Cheema-Grubb ao anunciar o veredicto, encerrando nove dias de julgamento no tribunal londrino de Woolwich. Ela afirmou que Osborne se radicalizou na internet.

A sentença foi anunciada após uma hora de deliberações entre os jurados. Eles consideraram "inventada" a existência de um cúmplice que estaria ao voltante no momento do ataque, conforme declarado pelo réu. A família de Makram Ali, o homem de 51 anos que morreu no ataque, comemorou a decisão da Justiça. "Estamos satisfeitos com o veredicto", declarou a filha da vítima. "Foi particularmente difícil para nós sentar no tribunal e escutar Darren Osborne negar ter feito qualquer coisa".

O acusado, pai de quatro crianças, desempregado e sem amigo próximo, atropelou o grupo de fiéis quando os integrantes haviam parado de andar para ajudar um homem que acabara de desmaiar e acabou morrendo no ataque. Além disso, outras 12 pessoas ficaram feridas.

Os fatos ocorreram pouco depois da meia-noite. Em pleno Ramadã, os muçulmanos praticamente comparecem à mesquita depois do Iftar, o final do jejum ao cair da noite, para participar de uma oração. Esse foi o quinto atentado que o Reino Unido sofreu em poucos meses. Um porta-voz do governo disse que Darren Osborne cometeu "um ataque espantoso e covarde". "Eu acho que foi um ato de terrorismo", acrescentou.

Ele lembrou que "a primeira-ministra Theresa May pediu claramente às empresas da web que intensificassem seus esforços para suprimir conteúdo extremista on-line", para que a internet "não possa mais ser um espaço seguro para terroristas".

A companheira de Darren, com quem vivia em Cardiff, no País de Gales, descreveu um homem "depressivo, alcoólatra, obcecado pelos muçulmanos nas semanas que precederam o incidente", segundo seu testemunho citado pelo promotor. "O catalisador de sua obsessão parece ter sido a exibição da série da BBC 'Three girls' que eles assistiram juntos", explicou.

Esta obra de ficção sobre fatos reais contava a história de jovens vítimas de estupros e agressões sexuais cometidas por um grupo de muçulmanos britânicos de origem paquistanesa na periferia de Manchester. Após ver a série, Darren Osborne se "revoltou contra o que ele acreditava ser uma resposta inadequada dos líderes políticos e outras autoridades a tal conduta criminosa", afirmou a juíza.

Darren Osborne havia explicado que inicialmente pretendia atacar uma passeata a favor dos palestinos organizada nas ruas da capital britânica. Ele não conseguiu chegar até o local da passeata em razão dos bloqueios nas estradas e então partiu em direção aos muçulmanos que saiam da mesquita de Finsbury Park.

Centenas de fiéis muçulmanos assistiram à oração de sexta-feira (8) em frente à Casa Branca para protestar contra o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel por parte do presidente americano, Donald Trump.

Em alusão à convocação de organizações muçulmanas americanas, os fiéis instalaram tapetes de orações na praça Lafayette, um pequeno parque em frente à sede do Executivo americano.

Usando o kefieh palestino, ou echarpes com as cores palestinas, os manifestantes mostraram cartazes, denunciando a colonização em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia.

Dando as costas a décadas de diplomacia americana e internacional, Trump reconheceu unilateralmente Jerusalém como a capital de Israel e anunciou a transferência da embaixada americana de Tel Aviv para Jerusalém.

Trump "não possui nem um grama de terra de Jerusalém, nem da Palestina. Possui a torre Trump. Pode dá-las aos israelenses", disse o diretor-geral do Conselho de Relações Americano-Islâmicas (CAIR, na sigla em inglês), Nihad Awad.

O presidente americano "está fortalecendo o extremismo religioso cristão nos Estados Unidos... Os evangélicos que acreditam erradamente que Deus pede injustiça, reconhecendo a ocupação israelense da Palestina", acrescentou.

Nihad Awad, que falou junto de outros dignatários da comunidade muçulmana nos Estados Unidos, pediu ao inquilino da Casa Branca que "pusesse os interesses americanos em primeiro, e não os de uma potência estrangeira e seus lobbies".

O anúncio de Donald Trump "não favorece a paz, vai criar mais caos, o que Trump fez vai destruir precisamente tudo o que pode aportar paz", avaliou Zaid al-Harasheh, um manifestante.

A decisão americana provocou uma onda de ira no mundo muçulmano e diversos incidentes opuseram nesta sexta-feira milhares de palestinos às forças israelenses na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, provocando dezenas de feridos e um primeiro morto.

Israel estendeu seu controle à parte oriental de Jerusalém em 1967 e a anexou para proclamar depois toda a cidade como sua capital, o que a comunidade internacional nunca reconheceu. Os palestinos querem fazer de Jerusalém Oriental a capital do Estado, ao qual aspiram.

Os dirigentes palestinos consideram que a decisão americana condiciona as negociações sobre o status de Jerusalém, uma das questões mais espinhosas na busca de uma solução para o conflito entre israelenses e palestinos.

Desde a criação de Israel em 1948, a comunidade internacional nunca reconheceu Jerusalém como capital e sempre considerou que o "estatuto final" da Cidade Santa devia ser negociado.

Os abusos praticados pelas forças do governo de Mianmar contra a minoria muçulmana rohingya podem constituir crimes contra a humanidade, segundo o Comitê das Nações Unidas para a Eliminação da Discriminação contra a Mulher e o Comitê sobre os Direitos da Criança. A informação é da Agência EFE.

"Estamos particularmente preocupados com o destino das mulheres e crianças rohingyas, que sofreram sérias violações dos direitos humanos, incluindo assassinatos e deslocamento forçado", afirmaram, nessa quarta-feira (4), os especialistas dos dois comitês, em comunicado.

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"Essas violações poderiam constituir crimes contra a humanidade e estamos muito preocupados com a incapacidade do Estado de deter essas surpreendentes violações, cometidas sob o comando do Exército e de outras forças de segurança", acrescentam.

Os dois comitês pediram às autoridades de Mianmar que interrompam "imediatamente" a violência no estado de Rakhine (antigo Arracão), façam rápida investigação e processem "energicamente" os responsáveis pelos casos de violência contra as mulheres e crianças.

Além disso, solicitaram ao governo de Mianmar que conceda acesso irrestrito e colaboração com a missão de investigação estabelecida pelo Conselho de Direitos Humanos.

Por outro lado, os especialistas denunciaram a situação dos rohingyas - que não são reconhecidos como cidadãos por Mianmar - e o fato de que estejam submetidos a "altos níveis de pobreza e desnutrição", com os direitos básicos à educação, ao emprego e à saúde "muito limitados".

"Pedimos às autoridades de Mianmar que atendam às necessidades das mulheres e crianças deslocadas internamente, assim como daqueles que vivem como refugiados em países vizinhos.

Após o ressurgimento da violência no estado de Rakhine, no dia 25 de agosto, mais de 500 mil rohingyas fugiram e se transformaram em refugiados em Bangladesh.

De acordo com o diário britânico The Guardian, o Facebook estaria censurando posts da minoria muçulmana rohingya em Mianmar. O governo do país tem duras regras para os membros desse grupo, que vão desde restrições de circulação a regras de casamento e confisco de terras. Cerca de 410 mil fugiram para Bangladesh recentemente, quase metade dos rohingya, por conta da perseguição e das condições de extrema pobreza a que são submetidos.

Um porta-voz do Facebook confirmou que os posts do Exército da Salvação Arakan Rohingya foram bloqueados e a organização foi classificada como “perigosa”. O ativista Mohammad Anwar, que se diz membro da resistência, declarou que “o Facebook está agindo junto com os genocidas”. Em resposta, o Facebook declarou por meio de nota que “remove conteúdo de grupos que promovem o ódio coletivamente e participem de ações violentas ou que sejam consideradas terrorismo”.

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Mianmar é um país asiático que possui maioria budista e faz fronteira com o Laos, Tailândia, China e Bangladesh. Em 1982, o governo instituiu uma política rígida de nacionalidade que reconheceu 132 grupos étnicos, deixando os muçulmanos rohingya de fora, dando margem à exploração da mão de obra e a prática de violência contra a minoria, que não possui amparo legal.

Uma muçulmana da minoria malaia tornou-se nesta quarta-feira a primeira mulher presidente de Cingapura, um fato marcado por críticas por ela chegar sem uma eleição ao cargo, geralmente honorário no arquipélago do Sudeste Asiático.

Halimah Yacob, que utiliza véu, foi presidente do Parlamento, onde também foi a primeira mulher a ocupar a função. Ela chegou de forma automática à presidência do país, depois que dois possíveis rivais foram eliminados por não cumprir os critérios estabelecidos, segundo as autoridades.

Um dos critérios prevê que os candidatos procedentes do setor privado têm que justificar três anos de trabalho dirigindo uma empresa com um capital de pelo menos 500 milhões de dólares de Cingapura (370 milhões de dólares), o que não aconteceu com os outros dois candidatos.

Automaticamente qualificada com seu mandato de deputada, Yacob, de 63 anos, foi eleita presidente do Parlamento em 2013. Em agosto renunciou ao cargo para dedicar-se à campanha presidencial.

O chefe de Governo é o primeiro-ministro Lee Hsien Loong, membro do Partido da Ação Popular (PAP), que está no poder desde 1959.

Esta é a primeira vez que a presidência é assumida por um integrante da comunidade malaia, após a reforma da Constituição em 2016 para garantir que os representantes das diferentes comunidades étnicas possam assumir o posto de chefe de Estado. A comunidade chinesa é a etnia majoritária no país.

Refugiados rohingyas, desesperados com a explosão de violência em Mianmar, desde 25 de agosto, não param de chegar a Bangladesh. O número é assustador: desde o sábado retrasado, cerca de 125 mil imigrantes cruzam as fronteiras na tentativa de abrigo. 

A Organização das Nações Unidas (ONU) afirma que os milhares dessa minoria muçulmana - em um país de maioria budista - estão chegando a campos de refugiados já superlotados. Mais de 20 mil continuam na fronteira de Bangladesh com o estado de Rakain.

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A violência em Mianmar rompeu após os ataques  do Arakan Rohingya Salvation Army (ARSA) contra cerca de 30 delegacias de polícia. Há relatos de dezenas de famílias massacradas e povoados inteiros incendiados. Desde 2012 Rakain é palco de violência, mas a última foi considerada a mais devastadora de todas.

Segundo a agência de notícias AFP, nos últimos dias tem se visto o surgimento de centenas de refúgios precários no entorno dos acampamentos oficiais para refugiados. Confira, abaixo, uma galeria de imagens registradas nesta terça-feira (5) no país.

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Com informações da AFP

"Quero matar todos os muçulmanos!", gritou um homem de 48 anos ao dirigir sua van contra fiéis que deixavam a mesquita de Finsbury Park, no nordeste de Londres, na madrugada desta segunda-feira, segundo testemunhas.

A multidão deixava a mesquita pouco depois da meia-noite neste mês do Ramadã, quando muitos fiéis se reúnem para rezar à noite depois da ruptura do jejum, quando a van branca atropelou um grupo de pessoas que tentavam ajudar um outro que havia desmaiado. "A van de repente virou à esquerda e deliberadamente atingiu as pessoas", contou Abdiqadir Warra à AFP. "Ele subiu na calçada e passou por cima das pessoas. Arrastou algumas por vários metros", acrescentou. "Um deles acabou sob a van e várias pessoas se reuniram para levantar o veículo para tirar o homem que estava em baixo", relatou.

De acordo com Khalid Amin, outra testemunha entrevistada pela BBC, o agressor gritou: "Todos os muçulmanos, quero matar todos os muçulmanos."

'Os terroristas não têm cor'

Os transeuntes conseguiram imobilizar o motorista que tentou fugir. "As pessoas o cercaram" até a chegada da polícia que o prendeu, de acordo com Amin.

Segundo a polícia, o homem tem 48 anos e agiu sozinho. Ele foi levado para um hospital para passar por uma avaliação psicológica. "As pessoas gritavam: 'foi um ataque terrorista, este homem nos atacou'", declarou outra testemunha chamada Athman. "Eu, então, voltei para tentar ajudar as pessoas, dar-lhes água, ajudar a polícia". De acordo com ele, o autor do ataque fazia "sinais de vitória na viatura da polícia, ele estava muito feliz".

Enquanto a tensão e a ansiedade seguem palpáveis nas últimas semanas entre os muçulmanos britânicos após três ataques reivindicados pelo grupo Estado Islâmico desde 22 de março, Athman enfatiza: "Ele escolheu o momento, escolheu o lugar e escolheu o alvo. Este é o mês sagrado do Ramadã".

"As pessoas não se sentem seguras porque desde os ataques terroristas em Londres e Manchester, houve um aumento da islamofobia e crimes de ódio", disse o presidente da mesquita de Finsbury Park, Mohammed Kozbar. "Nossa comunidade está em choque", disse ele, condenando o "ataque terrorista hediondo" e chamando os fiéis que frequentam as orações para ser vigilantes.

Alguns criticaram a lentidão da polícia para descrever o ataque de terrorista, considerando haver dois pesos e duas medidas. Para Adnan Rashid, "os terroristas não têm cor, eles não têm religião, eles não pertencem a nenhuma comunidade". "Eles têm uma mentalidade de que matar pessoas, é tão simples como isso", disse à AFP.

O Vaticano fez um apelo a cristãos e muçulmanos para que defendam o meio ambiente e o planeta, a "casa comum" de todos, em mensagem dirigida nesta sexta-feira ao mundo islâmico por ocasião do Ramadã.

"Ninguém, nenhuma nação ou povo, pode impor exclusivamente sua compreensão do planeta", afirma o texto, publicado um dia depois de o presidente americano, Donald Trump, ter anunciado a saída de seu país do Acordo de Paris sobre o clima.

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A mensagem, assinada pelo cardeal Jean-Louis Tauran, presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso, assegura aos muçulmanos a "solidariedade" do mundo católico durante o mês do Ramadã. Além disso, convida os fiéis das duas religiões e toda a humanidade a iniciar um "novo diálogo para construir o futuro do planeta".

"A crise ecológica é um apelo a uma profunda conversão interior", acrescenta o texto, que cita o papa Francisco e sua encíclica sobre a proteção do meio ambiente "Laudato Si".

Desde 1967, o Vaticano envia a cada ano uma mensagem de amizade e solidariedade com o islã por ocasião do Ramadã, o mês de jejum dos muçulmanos.

Ao menos 22 pessoas morreram na quarta-feira no Senegal em um incêndio de origem desconhecida no local onde era realizado um encontro religioso muçulmano, informaram nesta quinta-feira à AFP os bombeiros.

A tragédia ocorreu em Medina Gounass, na região de Tambacounda, a cerca de 530 km de Dacar, para onde se dirigem todos os anos milhares de muçulmanos para o "daaka", o retiro espiritual organizado durante doze dias.

"O balanço desta (quinta-feira) de manhã era de 22 mortos e 87 feridos", incluindo vinte em estado grave, disse à AFP um responsável do corpo nacional de bombeiros, acrescentando que esse balanço é provisório. Segundo ele, os feridos foram levados para o hospital regional de Tambacounda, cerca de 80 km ao norte de Medina Gounass.

Entre os feridos, além dos queimados, vários foram vítimas do tumulto ou do impacto com objetos no local, informou a fonte, que disse desconhecer a origem do fogo.

O incêndio foi noticiado apenas nesta quinta-feira pela imprensa local. O incidente aconteceu na quarta-feira à tarde quando centenas de fiéis estavam reunidos no local do "daaka", longe de residências, mas com muitos abrigos temporários feitos de palha, cercados por veículos de transporte, bagagens e equipamentos de cozinha ao ar livre.

Acidentes frequentes 

O fogo se espalhou rapidamente, fazendo vítimas entre os peregrinos e provocando danos significativos, de acordo com a imprensa local.

Alguns jornais e sites publicaram imagens de animais carbonizados. De acordo com o jornal Le Quotidien, com pelo menos 22 mortos, "este é o incidente mais grave neste local de retiro anual. Em 2010, um incêndio deixou seis mortos e vários feridos".

Segundo a imprensa local, o "dakaa" de Medina Gunass, que deve terminar no dia 17 de abril, celebrava neste ano sua 76ª edição. Os senegaleses, mais de 90% deles muçulmanos sunitas, praticam um islã dominado por grandes confrarias sufis, sobretudo as dos tidjanes, os murides, os qadries e os layenes.

Um dos peregrinos, Usman Ba, um aposentado, disse ao jornal pró-governamental Le Soleil ter vivenciado vários incêndios desde que começou a participar do "dakaa", em 1966, "mas não foram de tal magnitude".

"O fogo queimou tudo em seu caminho. Somente as tendas modernas reservadas aos marabutos ficaram relativamente a salvo da fúria das chamas", disse outro peregrino, Aziz Thierno Belly Ba, habitante de Medina Gunass, citado pelo jornal privado L'Observateur.

O presidente Macky Sall falava da catástrofe na quarta-feira à tarde - informando sobre um balanço provisório de uma "dúzia de motos" - durante uma coletiva de imprensa.

Em meio ao conflito diplomático aberto entre a Turquia, a Alemanha e a Holanda, o ministro de Relações Exteriores turco, Mevlüt Cavusoglu, advertiu hoje (16) sobre a possibilidade de  "guerra religiosa" na Europa. Segundo a agência estatal de notícias turca Anadolu, ao mesmo tempo, o presidente turco, Recep Erdogan, voltou a denunciar um "novo nazismo" e acusou a Europa de voltar "aos dias anteriores à segunda guerra mundial". As informações são da DPA.

Falando para seguidores na cidade de Sakaria, no oeste do país, Erdogan criticou a decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia segundo a qual as empresas podem proibir, em determinadas circunstâncias, que suas empregadas usem o véu islâmico.

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“Entre a cruz e a meia lua”

"Meus queridos irmãos, começou uma batalha entre a cruz e a meia lua (símbolo do Islã). Não pode haver outra explicação", disse Erdogan. Além disso, ele acusou a Holanda pelo massacre de Srebrenica, na Bósnia. "Sua democracia é uma vergonha", disse o presidente turco. El e ressaltou que a Holanda "pagará" por proibir seus ministros de realizar atos em território holandês.

"Ei, Rutte, teu partido venceu as eleições, mas deves saber que perdeste um amigo como a Turquia", afirmou Erdogan, em referência à vitória do primeiro-ministro holandês Mark Rutte nas eleições ontem. O chefe de governo da Holanda já havia rechaçado as acusações turcas, que qualificou de inaceitáveis e de uma "deplorável falsificação da história".

Inaceitáveis

Do mesmo modo, a chanceler alemã Angela Merkel e o presidente da França, François Hollande, rechaçaram hoje as acusações lançadas por membros do governo turco contra ambos os países. Merkel e Hollande mantiveram uma conversa telefônica em que concordaram que "as comparações com o nazismo e outras declarações contra a Alemanha e outros Estados são inaceitáveis", comunicou Steffen Seibero, porta-voz da chanceler alemã.

Da Agência DPA

Artistas, músicos e dançarinos profissionais e amadores estão convidados para se candidatarem ao XI Festival Internacional de Música Sharq Taronalar, que será realizado em Samarcanda, no Uzbequistão. O comitê organizador abriu as incrições para as apresentações de artistas brasileiros ligados à música e ao folclore. Os custos de hospedagem e transporte local são cobertos pela organização, e os interessados devem enviar o portfólio contendo fotos, vídeos e material com o tempo máximo de 15 minutos. Os vencedores das apresentações irão ganhar prêmios de até US$ 10 mil. 

O Festival Internacional de Música "Sharq Taronalar" é organizado pelo Ministério da Cultura e Assuntos Esportivos da República do Uzbequistão, pela Prefeitura de Samarcanda. Realizado desde 1997, o evento tem apoio da Organização das Nações Unidas para a Educação (ONU), e da Ciência e a Cultura (Unesco). Além do concurso de intérpretes de música tradicional de diferentes países, o evento inclui conferências com musicólogos, compositores e intérpretes. 

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As inscrições devem ser realizadas no site do evento, assim como o preenchimento do formulário em inglês. O Festival será realizado do dia 25 a 30 de agosto. O regulamento também pode ser consultado no mesmo endereço eletrônico. Confira a apresentação do Festival Internacional no ano passado:


Vários diplomatas americanos protestaram oficialmente contra o decreto adotado na sexta-feira pelo presidente Donald Trump que suspende a entrada nos Estados Unidos de cidadãos de países muçulmanos e refugiados, informou nesta segunda-feira o departamento de Estado.

"Estamos cientes de uma mensagem de dissidência que está circulando contra a ordem executiva", afirmou o porta-voz interino do Departamento de Estado, Mark Toner, que informa que o documento ainda não foi formalmente apresentado.

O Departamento de Estado possui um mecanismo formal, chamado "Canal de Dissidência", pelo qual os diplomatas podem registrar a sua preocupação com o impacto que uma decisão oficial pode ter sobre a política externa do país.

Toner optou por não divulgar o conteúdo do documento, que já está circulando no Canal de Dissidência, ou relatar quantos diplomatas já assinaram, mas confirmou que se refere ao decreto assinado por Trump na sexta-feira e intitulado "Proteger a nação da entrada de terroristas estrangeiros nos Estados Unidos".

A assinatura do decreto provocou uma onda de protestos em todo o país e reações iradas no exterior.

Um respeitado blog de assuntos relacionados à segurança, Lawfare, reproduziu nesta segunda-feira uma versão do documento dissidente de cinco páginas, e disse que "centenas de funcionários de serviços estrangeiros têm a intenção de adicionar suas assinaturas ao memorando da dissidência".

Em um domingo, Saeed, Veronica, Farida e Matin se converteram ao cristianismo. O pastor Matthias Linke, da igreja evangélica livre de Kreuzberg, em Berlim, foi quem batizou os quatro refugiados iranianos e afegãos, vestidos de branco para a ocasião.

"Vocês creem do fundo de seus corações que Jesus Cristo é o seu Senhor e Salvador e querem segui-lo pelo resto de suas vidas? Se sim, digam sim", perguntou o pastor. Todos eles responderam "Sim!", sob os aplausos dos fiéis. Em seguida, um por um, submergiram-se da cabeça aos pés em uma espécie de piscina.

"Sinto-me muito, muito feliz, me sinto... como posso explicar?", declarou Matin logo após o batismo, com a mão no coração. Foi na Grécia que este iraniano de 20 anos conheceu o cristianismo. Assim que chegou à Alemanha, entrou em contato com esta igreja.

Sua irmã, Farida, seguiu seus passos e em outubro os dois começaram a se preparar para o batismo, em alemão e farsi. Farida queria escolher sua religião "livremente" e "estava à procura de uma igreja".

"É uma razão muito importante para tornar-se cristão", diz Matthias Linke. "Na maioria dos casos (dos refugiados que se convertem), há um forte desejo de decidir por si mesmos, de forma livre e pessoal, a orientação da sua vida".

'Cada vez mais'

Muitos refugiados muçulmanos se convertem ao cristianismo na Alemanha, país que recebeu quase 900 mil demandantes de asilo em 2015. As igrejas não fornecem estatísticas, mas reconhecem que este é um fenômeno notório, senão maciço.

"Em nossa diocese, existem vários grupos de refugiados que estão se preparando para o batismo e há uma demanda crescente", diz Felix Goldinger, um padre católico de Spire, no Palatinado (sudoeste). Muitos vêm do Irã e do Afeganistão e alguns da Síria e da Eritreia.

"Atualmente sou responsável por um grupo de 20 pessoas, mas não sei quantos vão ser batizados", diz ele. Nesta diocese, a preparação dura quase um ano. "Durante este período, é importante que examinem a sua religião original, o Islã, e as razões que os levaram a querer mudar", explica Felix Goldinger.

"Ficamos felizes, obviamente, que as pessoas queiram ser batizadas, mas para nós é importante que tenham certeza e clareza de sua decisão", ressalta. Este padre observa que "muitos falam sobre o que viveram em seu país, sobre os atos terroristas cometidos em nome da religião. Eles veem no cristianismo uma religião que fala de amor e respeito à vida".

Alguns iranianos estiveram em contato com igrejas não reconhecidas no Irã - onde a conversão é proibida - e que precisaram fugir, explica Matthias Linke.

Outros conheceram cristãos durante sua peregrinagem para a Europa. Como Saeed, engenheiro aeronáutico afegão de 31 anos que viveu quatro meses na Turquia na casa de um cristão e que se interessou por sua religião. A leitura da bíblia o "ajudou nos momentos difíceis", assegura.

Desejo de integração

As igrejas reconhecem que alguns desejos de conversão são motivados por um desejo de integração ou para reforçar um pedido de asilo, pois a apostasia ou blasfêmia são crimes puníveis com penas de prisão, morte ou tortura em países muçulmanos como o Irã, Mauritânia, Arábia Saudita ou Afeganistão.

Os grupos extremistas como o Estado Islâmico consideram a conversão um pecado punível com a morte. "Há refugiados que pensam que a conversão ajudaria para que ficassem aqui, quando na verdade não é algo sistemático", diz Felix Goldinger.

"Mudaram de religião para ficar na Alemanha? É uma questão importante para as autoridades", afirma Matthias Linke, que é consultado com frequência pelo Serviço Federal de Migração e Refugiados (BAMF). "Eu não tenho nenhuma garantia. Só posso perguntar se é uma decisão de coração. Depois do batismo, a maioria deles vivem como cristãos e vem à igreja", diz ele.

Fora do templo, os convertidos tentam passar despercebidos e falam sob condição de anonimato. "Eles podem se ver em situações difíceis nos centros de refugiados, onde a maioria das pessoas são muçulmanas", explica Thomas Klammt, encarregado das questões de migração na União das Igrejas Evangélicas Livres da Alemanha (BEFG).

"Também é possível que temam por seus parentes que ficaram em seus países", ressalta. Matin permanece em contato com a sua família, especialmente com sua mãe, que "aceitou" a sua conversão. "Ela me telefona todos os domingos para perguntar se eu fui à missa", ele ri.

O grupo extremista Estado Islâmico (EI) ameaçou os muçulmanos egípcios adeptos do sufismo, a corrente mística e contemplativa do Islã, após afirmar ter decapitado dois de seus religiosos na península do Sinai (leste).

No mês passado, a facção local do EI transmitiu imagens de um carrasco armado com uma espada decapitando dois homens idosos que ela acusou ​​de atos de "adivinhação", proibidos pelo Islã de acordo com os jihadistas.

Parentes identificaram uma das duas vítimas como Suleiman Abu Heraz, um xeque sufi que tinha mais de 90 anos, e o segundo como um dos seus discípulos. Seus corpos não foram encontrados.

Em um boletim semanal de propaganda do EI, Al-Nabaa, publicado quinta-feira, um ativista identificado como o líder da "polícia moral" do EI no Sinai insta os sufis a renunciar a suas crenças.

Ele indica que Abu Heraz e outro religioso, Qatifan Breik Eid Mansur, foram executados por "professaram o conhecimento do oculto".

"Advertimos a todas as irmandades sufis, xeques e seus apoiantes (...) que não vamos permitir a presença de ordens sufistas no Sinai e no Egito" em geral, diz o homem, citado pela publicação, acrescentando que essas pessoas devem se arrepender.

As informações sobre a execução de Abu Heraz provocaram a condenação de religiosos muçulmanos no Egito e no exterior.

A mais alta instituição do Islã sunita no Egito, Al-Azhar, chamou a execução de "crime horrível".

O EI segue a escola de pensamento do salafismo, que observa uma interpretação rigorosa do Islã como na Arábia Saudita, e considera as práticas sufistas como "heréticas".

Os salafistas acusam os sufistas de politeísmo - o maior pecado no Islã - já que eles buscam a intercessão de santos e visitam seus túmulos.

Os extremistas bombardearam mausoléus sufistas em todo o mundo muçulmano, do Afeganistão ao Mali.

Muitos muçulmanos no Egito e em outras partes do mundo consideram os sufistas como integrantes da principal corrente muçulmana.

O chefe da Al-Azhar, Ahmed al-Tayeb, é um seguidor do sufismo, como muitos clérigos sunitas durante séculos.

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