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No Siberian Tiger Park, em Harbin, na China, uma fato inusitado tem chamado a atenção da população local. Tigres têm se mostrado extremamente obesos no espaço turístico que é dedicado ao felinos selvagens. 

O caso repercutiu nas redes sociais, pelo mundo, e preocupa ambientalistas de várias entidades. De acordo com Will Travers, da Born Free Foundation, o excesso de peso dos animais é "um indicativo de uma dieta não apropriada". A situação é considerada uma anormalidade, já que os tigres são, naturalmente, acostuamos a caçar e a correr, sempre estando em ótima "forma física". 

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Para especialistas e defensores da causa animal, a vida em cativeiro é o principal motivo para os bichanos estarem nestas condições. Não há prática de exercícios com os tigres e estes ficam, a maior parte do tempo, deitados. 

O Brasil registrou nos últimos anos um aumento nos índices de obesidade e sobrepeso, condição que já atinge mais da metade da população e que representa uma tendência mais premente que a desnutrição, apontou um relatório divulgado nesta terça-feira.

"Ao mesmo tempo em que o Brasil conseguiu superar a fome – alcançando níveis inferiores a 5% desde 2014, quando o país saiu do mapa da fome da ONU –, vêm aumentando nos últimos anos os índices de sobrepeso e obesidade", afirmou o representante da FAO no Brasil, Alan Bojanic, citado por um comunicado das Nações Unidas sobre o relatório.

"Essa situação gera impactos importantes na saúde e deve ser um tema prioritário nas agendas das famílias e das autoridades", acrescentou Bojanic.

O sobrepeso entre adultos brasileiros passou de 51,1% em 2010 para 54,1% em 2014, de acordo com um relatório sobre segurança alimentar na América Latina realizado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS).

O documento aponta a mesma tendência em relação à obesidade, que passou de 17,8% da população adulta em 2010 para 20% em 2014, com uma maior prevalência entre as mulheres, de 22,7%. Assim como no Brasil, o sobrepeso afeta mais da metade dos adultos na maioria dos países da América Latina e o Caribe, como Chile (63%) e México (64%). Em média, 58% da população da região está acima do peso.

De acordo com o relatório, a tendência de sobrepeso e obesidade em crianças menores de cinco anos vem mostrando um aumento constante nas últimas décadas em toda a região. No Brasil, estima-se que 7,3% das crianças dessa faixa etária estão acima do peso, sendo as meninas as mais afetadas, com 7,7%.

Padrões alimentares

Um dos motores do aumento do sobrepeso na América Latina é cultural, e diz respeito a uma mudança generalizada nos padrões de consumo, afirma o relatório. Segundo o texto, muitas famílias vêm trocando os pratos tradicionais, preparados em casa com alimentos frescos, por alimentos ultraprocessados e de baixa qualidade nutricional, com alto conteúdo de açúcares, sódio e gorduras.

Nos últimos anos, porém, esta tendência foi acelerada pela queda do crescimento econômico na região, o desemprego e o aumento da inflação. O Brasil foi onde a perda de poder aquisitivo das famílias se mostrou mais acentuada, com uma queda de -3,3% do valor do salário médio real em 2015.

"O aumento do desemprego" – que no Brasil passou de 8% em 2013 para 9,3% em 2015 – "põe em risco a segurança alimentar e nutricional das famílias", destaca o relatório. O comunicado das Nações Unidas aponta que, para combater essa realidade, deve-se adotar sistemas alimentares saudáveis e sustentáveis que unam agricultura, alimentação, nutrição e saúde.

"É necessário fomentar a produção sustentável de alimentos frescos, seguros e nutritivos, garantir a oferta, a diversidade e o acesso, principalmente da população mais vulnerável", afirma o texto, acrescentando que isso "deve ser complementado com educação nutricional e advertências para os consumidores sobre a composição nutricional dos alimentos".

Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) mostra que a maioria dos adolescentes obesos apresenta problemas na mastigação. De acordo com o estudo, que analisou a forma de comer de 230 jovens, a maioria mastiga de um lado só da boca, ou usa técnicas para ajudar na mastigação, como adição de molho à comida e ingestão de líquidos.

Segundo a dentista Paula Midori Castelo, professora adjunta do Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas da Unifesp, que coordenou a pesquisa, foram selecionados para a análise adolescentes saudáveis com idade entre 14 e 17 anos. Entre os adolescentes, havia os considerados magros, com sobrepeso e, em um nível mais preocupante, os obesos. Nenhum apresentava problemas dentários como cárie ou necessidade de tratamento ortodôntico.

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Nos testes, feitos na Faculdade de Odontologia da Unicamp, na cidade de Piracicaba, os voluntários foram filmados enquanto se alimentavam, para que os pesquisadores avaliassem seus possíveis hábitos alimentares que podem contribuir para a obesidade.

Paula disse que a maior parte dos obesos pratica a mastigação unilateral, um problema comportamental, sem relação com problemas dentários. Essa falha sobrecarrega os dentes, ossos e musculatura de um lado da arcada dentária.

“No dia a dia, as pessoas podem querer mastigar de um lado só por restaurações mal feitas ou próteses. Mas não é legal mastigar de um lado só, porque você não mistura adequadamente o alimento com a saliva, não tritura tão bem, não forma o bolo alimentar adequado”, disse ela.

Outro hábito observado com mais frequência entre os obesos é a adição de molho aos alimentos secos, o que facilita a mastigação e a deglutição. Eles também mostraram preferência por alimentos cortados em pedaços menores, carnes desfiadas e dispensam morder uma maçã inteira, por exemplo.

Tomar sucos, refrigerantes e água durante as refeições também é prejudicial, porque a tendência entre os voluntários foi engolir pedaços grandes de comida usando os líquidos para facilitar o processo. “Quando as partículas diminuem, elas chegam no estômago prontas para serem digeridas, para que as enzimas atuem para absorver os nutrientes. O alimento mal mastigado causa fricção no esôfago e a absorção dos nutrientes é prejudicada. O obeso também tem carência nutricional”, explicou.

Nesta terça-feira (11), Dia Mundial de Combate à Obesidade, o Hospital Jean Bitar, localizado no bairro do Umarizal, em Belém, promoveu uma programação com o objetivo de conscientizar sobre os riscos da obesidade. Durante a ação, voltada para a comunidade, foram avaliados o índice de massa corpórea (IMC), pressão arterial, glicemia capilar e cintura abdominal. A programação contou com a participação de pacientes, funcionários e colaboradores da instituição.

Em entrevista ao LeiaJá, Fernando Flexa, especialista em endocrinologia, destacou que a obesidade afeta milhões de pessoas ao redor do mundo. "Hoje é um dia de conscientização de uma doença que é mundial. Por dados do IBGE já sabemos que metade da população brasileira adulta está acima do peso ideal. Então, o aumento da obesidade é algo preocupante", disse.

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A obesidade está associada a diversas doenças. As principais são: diabetes e hipertensão. De acordo com o especialista, a melhor maneira de prevenir a obesidade é mudando o estilo de vida. "Com uma alimentação balanceada e uma rotina de 150 minutos por semana de atividades físicas, conseguimos trabalhar para prevenir a obesidade e ter uma vida saudável", informou.

Segundo Flávia Cunha, especialista em metabologia, há níveis de obesidade e o tratamento varia de paciente para paciente. "Se a obesidade for mais simples o tratamento é feito somente com reeducação alimentar e prática de exercício físico. No caso de pacientes com nível moderado de obesidade o tratamento é feito com uso de medicamentos para perda de peso e, em casos mais graves, se recorre a cirurgia bariátrica para reduzir o peso", explicou.

Ana Francisca Bezerra tem uma grande preocupação com a obesidade e destacou o cuidado redobrado que tem com sua saúde. "Eu sempre procurei ter uma alimentação saudável principalmente porque já estive acima do peso e sei o quanto isso é prejudicial. Meu esposo é obeso mórbido e estamos lutando para que ele consiga fazer a cirurgia bariátrica para poder ter uma vida com mais qualidade", contou.

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As pessoas portadoras de uma variante do gene FTO (o chamado gene da obesidade), que favorece o acúmulo de gordura, reagem tão bem à dieta e aos exercícios quanto aquelas sem ela, segundo um artigo publicado nesta quarta-feira (21).

Isto significa que as pessoas com a variante, que parece estar ligada a um maior risco de sobrepeso, não estão necessariamente condenadas a permanecer assim, de acordo com uma meta-análise publicada na revista médica BMJ.

"Indivíduos portadores (da variante) respondem igualmente bem à intervenções para a perda de peso à base de dieta, atividade física ou remédios", escreveram os autores do artigo, baseado na revisão de oito estudos envolvendo cerca de 10.000 pessoas.

Isto significava que a predisposição genética para a obesidade "pode ​​ser pelo menos parcialmente neutralizada por meio de tais intervenções". Cientistas já haviam demonstrado uma associação entre uma variante do gene FTO e o excesso de gordura corporal, mas pouco se sabe sobre como esse vínculo funciona.

As contribuições relativas da genética e do estilo de vida para a epidemia global de obesidade ainda são objeto de discussão. A mais recente revisão mostrou que os participantes de programas de perda de peso que tinham a variante do FTO começaram com em média um quilo a mais do que aqueles sem ela.

Mas as mudanças no peso foram semelhantes em ambos os grupos, independentemente de outros fatores como etnia ou gênero, disseram os autores. Em 2014, segundo a Organização Mundial dae Saúde, mais de 1,9 bilhão de adultos em todo o mundo estavam acima do peso. Destes, mais de 600 milhões eram obesos.

O excesso de peso já foi associado cientificamente a doenças cardíacas, derrame e alguns tipos de câncer. Comentando a última pesquisa, a nutricionista chefe da agência de Saúde Pública da Inglaterra, Alison Tedstone, disse que as causas da epidemia de obesidade podem ter pouco a ver com genes.

O estudo acrescenta evidências que "sugerem que fatores ambientais podem ser dominantes sobre ao menos os genes comuns ligados à obesidade". Tais fatores podem incluir uma dieta rica em açúcar ou exercícios físicos insuficientes.

Estar acima do peso pode aumentar a probabilidade de ser diagnosticado com câncer de estômago e do aparelho digestivo, assim como com certos tumores cerebrais e do sistema reprodutivo, disseram pesquisadores internacionais na quarta-feira.

Um relatório publicado na revista New England Journal of Medicine adiciona oito tipos à lista dos cânceres já conhecidos por serem mais comuns entre as pessoas com sobrepeso. Em 2002, a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC) da Organização Mundial da Saúde (OMS), com sede na França, afirmou que os quilos em excesso poderiam aumentar o risco de câncer de cólon, esôfago, rim, mama e útero.

Agora, a IARC adicionou os cânceres de estômago, fígado, vesícula, pâncreas, ovário e tireoide, assim como um tipo de tumor cerebral conhecido como meningioma e o mieloma múltiplo, um tipo de câncer do sangue, disse o relatório. Pesquisadores analisaram mais de 1.000 estudos sobre excesso de peso e riscos de câncer e concluíram que limitar o ganho de peso ao longo de décadas pode ajudar a reduzir o risco desses tipos de câncer.

"A incidência do câncer devido ao excesso de peso ou à obesidade é mais extensa do que o que foi pressuposto", disse o presidente do Grupo de Trabalho da IARC, Graham Colditz, da Escola de Medicina da Universidade de Washington, em St. Louis. O câncer muitas vezes surge sem explicação. Suas causas podem incluir vírus, poluentes, fatores genéticos e radiação.

Certos fatores de estilo de vida, como o tabagismo e o excesso de peso, também podem tornar uma pessoa mais propensa a ter câncer. Acredita-se que cerca de 9% dos casos câncer entre as mulheres da América do Norte, Europa e Oriente Médio estejam ligados à obesidade, disse o relatório.

A gordura extra pode promover inflamação e levar a uma superprodução de estrogênio, testosterona e insulina, que podem impulsionar o aumento do câncer, acrescentou o estudo. Cerca de 640 milhões de adultos e 110 milhões de crianças no mundo são obesos.

"Fatores de estilo de vida, como uma dieta saudável, manter um peso saudável e fazer exercício, além de não fumar, podem ter um impacto significativo na redução do risco de câncer", disse Colditz.

A luta contra a obesidade acompanha a estudante universitária Graça Cristhiny Alves desde a infância. Durante a adolescência, ela teve que ser forte para lidar com a discriminação que sofria por estar acima do peso. Depois de não conseguir emagrecer com nenhuma dieta ou reeducação alimentar, a estudante decidiu fazer a cirurgia bariátrica. Hoje, após perder 93 quilos, comemora o resultado positivo, mas defende a manutenção de um ritmo de vida saudável em sua página no Facebook.

Em entrevista ao LeiaJá, Graça, de 20 anos, explicou como foi tomar a difícil decisão de submeter-se à cirurgia bariátrica: “Um ponto muito importante para destacar é que só decidi fazer a cirurgia quando me senti num beco sem saída, uma sensação de que, se eu não fizesse, sofreria para sempre".

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Em 2011, com apenas 16 anos, a estudante fez uma bateria de exames para poder ser liberada para cirurgia. “Foi um gasto muito alto entre médicos e exames particulares. Mas, devido à minha idade, o plano de saúde não liberou e isso me abalou psicologicamente, pois não aguentava mais sofrer", contou.

Impossibilitada de fazer a cirurgia, Graça resolveu dar a volta por cima e encarar a sociedade e toda a discriminação que sofria pelo excesso de peso. “Confesso que esse período foi um dos mais importantes na minha vida, estava em um estágio gravíssimo de obesidade. Como sou perseverante, determinada, bati de frente com o preconceito no colégio, único lugar que eu frequentava”, explicou.

Depois de dois anos lutando para fazer a cirurgia, a estudante finalmente conseguiu realizar o procedimento em março de 2013. “Fui internada na noite de 12 de março de 2013. A equipe me recebeu muito bem, principalmente por ser jovem demais. No caminho para a sala de cirurgia pude relembrar tudo que tinha passado para chegar até ali. É um momento único, você se sente nascendo de novo”.

Superação - O primeiro mês do pós-operatório foi o mais difícil. “Passei 15 dias fazendo dieta líquida e 15 dias de líquida-pastosa. Tive momentos de desespero, cheguei a chorar e me arrepender porque achava uma carga muito pesada ter que passar por isso sendo tão jovem”, disse.

Hoje a universitária tem uma vida mais saudável e já se adaptou aos novos hábitos alimentares. “Conheci meu novo corpo e as coisas que fazem bem ou mal para minha saúde. Entrei na academia e passei a praticar diversas atividades físicas. Para mim, todos os momentos continuam sendo de muito aprendizado e disciplina”, informou. Confira detalhes da história de Graça no vídeo abaixo:

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Pessoas com obesidade severa podem perder até dez anos de expectativa de vida em razão dessa condição de saúde; para aqueles com obesidade moderada, a redução pode chegar a três anos e, para pessoas acima do peso, um ano. As conclusões são de um estudo publicado na revista científica The Lancet.

A pesquisa avaliou 3,9 milhões de adultos e concluiu que o sobrepeso e a obesidade estão associados a um risco maior de morte prematura. Segundo os autores, estar acima do peso também aumenta os riscos de doenças cardíacas, acidentes vasculares cerebrais, doenças respiratórias e câncer.

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"Em média, pessoas acima do peso perdem um ano de sua expectativa de vida e as pessoas com obesidade moderada perdem três anos. Nós também descobrimos que homens obesos têm um risco de morte prematura muito maior que as mulheres obesas", disse a autora principal do estudo, Emanuele Di Angelantonio, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.

De acordo com o estudo, de maneira geral, o risco de morte prematura - antes dos 70 anos de idade - entre as pessoas acima do peso ou obesas é três vezes maior em homens que em mulheres.

Para realizar o estudo, os pesquisadores reuniram informações sobre as causas de morte em 3,9 milhões de pessoas avaliadas em 189 estudos anteriores feitos em vários continentes. No início do estudo, todos os participantes tinham entre 20 e 90 anos, não eram fumantes e não tinham nenhum tipo de doença crônica. A análise foi feita com base nos participantes que viveram pelo menos mais cinco anos após o início da pesquisa.

Os cientistas dividiram os participantes em categorias, de acordo com seu Índice de Massa Corporal (IMC), que é o peso da pessoa dividido pelo quadrado de altura, para comparar os números e as causas de morte de cada um dos grupos.

Segundo os cientistas, o risco de morte prematura aumentou de 19%, entre homens com peso normal, para 29,5% entre homens moderadamente obesos. Entre as mulheres, o risco aumentou de 11% para 14,6%.

"A obesidade é a segunda principal causa de mortes prematuras, depois do cigarro, na Europa e na América do Norte. Fumar causa cerca de um quarto de todas as mortes prematuras. Mas o sobrepeso e a obesidade são a causa de uma a cada sete mortes prematuras na Europa e de uma em cada cinco na América do Norte", disse outro dos autores da pesquisa, Richard Peto, professor da Universidade de Oxford, no Reino Unido.

Segundo os autores, uma limitação do estudo é o fato de só o IMC ter sido usado para medir a obesidade, o que não permite avaliar a distribuição da gordura no corpo humano, entre outros fatores.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 1,3 bilhão de adultos em todo o mundo estão acima do peso e outros 600 milhões de indivíduos são obesos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Estar acima do peso diminui cerca de um ano da expectativa de vida de um indivíduo, um preço que sobe para cerca de 10 anos nos casos de obesidade severa - de acordo com um estudo amplo publicado na quinta-feira na revista médica The Lancet.

A pesquisa refuta estudos anteriores que concluíram que ter alguns quilos extras não traz riscos para a saúde. Em vez disso, o novo estudo revelou evidências de que o risco de morrer antes de seu aniversário de 70 anos aumenta, "de forma gradual e acentuada", conforme a cintura se expande.

"Esse estudo mostra, definitivamente, que o excesso de peso e a obesidade estão associados a um risco de morte prematura", disse à AFP a líder da pesquisa, Emanuele Di Angelantonio, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.

O risco de doença cardíaca coronária, acidente vascular cerebral, doenças respiratórias e câncer "aumentaram todos", disse a pesquisadora.

Usando dados de quase quatro milhões de adultos de quatro continentes, o estudo descobriu que as pessoas com excesso de peso perdem em média cerca de um ano das suas expectativas de vida, e as pessoas "moderadamente obesas" perdem cerca de três anos. "Pessoas severamente obesas perdem cerca de 10 anos da expectativa de vida", afirmou Di Angelantonio.

Uma equipe internacional de pesquisadores selecionou dados a partir de mais de 10,6 milhões de participantes de 239 grandes estudos realizados entre 1970 e 2015 em 32 países na América do Norte, Europa, Austrália, Nova Zelândia e no leste e no sul da Ásia. O trabalho foi considerado o maior conjunto de dados sobre excesso de peso e mortalidade já reunido.

Para descartar o impacto de outros riscos de mortalidade, a equipe excluiu fumantes e ex-fumantes, portadores de doenças crônicas e pessoas que morreram nos primeiros cinco anos das pesquisas - e ficaram com uma amostra de 3,9 milhões de adultos.

A equipe dividiu a amostra em categorias de acordo com seu Índice de Massa Corporal (IMC) - peso dividido pelo quadrado da altura - e comparou os números e as causas de morte em cada grupo.

De acordo com o padrão da Organização Mundial de Saúde (OMS), um IMC de 18,5-24,9 é considerado normal, 25-29,9 excesso de peso, 30-34,9 obesidade moderada, 35-39,9 obesidade severa, e acima de 40 obesidade mórbida.

Os pesquisadores descobriram que o risco de morrer antes dos 70 anos aumentou de 19% em homens com peso normal para 29,5% em homens moderadamente obesos. Entre as mulheres, esse risco aumentou de 11% para 14,6%. "Isso corresponde a um aumento absoluto de 10,5%, para os homens, e 3,6%, para as mulheres", disse um comunicado da revista The Lancet.

Se todas as pessoas com sobrepeso e obesidade tivessem níveis normais de IMC, isso evitaria uma em cada cinco mortes prematuras na América do Norte, uma em cada seis na Austrália e na Nova Zelândia, uma em cada sete na Europa e uma em cada 20 no leste da Ásia, concluiu o estudo.

Em 2014, de acordo com a OMS, mais de 1,9 milhão de adultos em todo o mundo estavam acima do peso. Desses, mais de 600 milhões eram obesos. O excesso de peso é associado a doenças cardíacas, derrame e a alguns tipos de câncer.

As gigantes do setor de bebidas Coca-Cola Brasil, Ambev e Pepsico Brasil vão deixar de vender refrigerante em escolas para crianças de até 12 anos. Com o acordo entre as empresas, serão comercializados nas escolas apenas água mineral, suco com 100% da fruta, água de coco e bebidas lácteas que atenderem aos critérios nutricionais específicos. 

De acordo com as companhias, o novo portfólio de bebidas vendidas diretamente às cantinas tem como referência diretrizes de associações internacionais de bebidas. Em nota enviada a imprensa, as empresas dizem que “a obesidade é um problema complexo, causado por muitos fatores, e as empresas de bebidas reconhecem seu papel de ser parte da solução”. 

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No texto, as empresas também ressaltam que crianças abaixo de 12 anos não têm maturidade suficiente para tomar decisões de consumo. A escolha do portfólio no Brasil também foi baseada em conversas com especialistas em saúde pública, alimentação e nutrição, além de profissionais e instituições ligadas aos direitos das crianças, de acordo com as companhias. 

A nova política valerá para as cantinas que compram diretamente das fabricantes e de seus distribuidores. Quanto às demais, que se abastecem em outros pontos de venda como supermercados e redes de atacado, haverá uma ação de sensibilização desses comerciantes para unirem à iniciativa. As três companhias também estão negociando com a Associação Brasileira da Indústria de Refrigerantes e Bebidas Não Alcoólicas (ABIR) para que as diretrizes de venda de bebidas a escolas sejam um compromisso de todo o setor.

Diretrizes – Em maio deste ano, a ABIR divulgou uma série de recomendações para o setor de bebidas nas áreas de marketing e publicidade para crianças.  Nas diretrizes, os associados se comprometiam a não fazer comunicações de marketing em escolas com crianças abaixo de 12 anos, exceto quando acordado ou solicitado pela administração da escola para propósitos educacionais ou esportivos. 

A obesidade infantil é considerada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) um dos problemas de saúde pública mais graves deste século. O excesso de peso deve ser controlado desde os primeiros anos de vida, pois pode desencadear complicações sérias como diabetes, colesterol alto e doenças cardiovasculares. Uma nova pesquisa, publicada na revista Pediatrics, constatou que ter um irmão ou irmã pode reduzir o risco de obesidade das crianças.

Pesquisadores da Universidade de Michigan, nos EUA, analisaram o Índice de Massa Corporal (IMC) e os dados familiares de cerca de 700 crianças em todos os Estados Unidos. As crianças que tinham somente irmãos mais velhos, e não tinham irmãos mais novos, tinham quase três vezes mais probabilidades de serem obesas que os seus homólogos com irmãos mais novos.

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As crianças que se tornaram irmãos mais velhos, entre as idades de dois e quatro anos, eram particularmente propensas a ter um IMC saudável. “A pesquisa sugere que ter irmãos mais novos - em comparação com ter irmãos mais velhos ou não ter irmãos - está associada a um menor risco de excesso de peso. O autor do estudo destaca, no entanto, que é preciso mais informação sobre como o nascimento de um irmão pode moldar o risco de obesidade durante a infância”, afirma o pediatra e homeopata Moises Chencinski.

Os autores do estudo levantaram a hipótese de que os pais podem ajustar a forma como eles alimentam seus filhos quando um novo filho nasce. Uma pesquisa anterior já havia apontado que as crianças desenvolvem hábitos alimentares duradouros em uma idade precoce, e a maneira como elas comem depois de um irmão nascer pode ter um efeito sobre o peso corporal. Outro fator se deve à diminuição do sedentarismo, pois as crianças se tornam mais ativas quando um bebê entra em cena.

“Os pesquisadores esperam que o estudo lance luz sobre os comportamentos que os pais podem modificar para criar condições de criar filhos saudáveis. As taxas de obesidade infantil continuam a ser uma grande causa de preocupação. Se o nascimento de um irmão muda comportamentos dentro de uma família, de forma a prevenir a obesidade, estes padrões devem ser estudados e repassados para outras famílias, para que elas possam criar filhos saudáveis em suas próprias casas”, defende o médico, que é membro do Departamento de Pediatria Ambulatorial e Cuidados Primários da Sociedade de Pediatria de São Paulo.

Com informações de assessoria

Pessoas que querem entrar em forma, melhorar sua condição física e cuidar da saúde têm à disposição o Grupo de Atendimento à Obesidade (GAO) da Universidade Guarulhos. A iniciativa tem como meta combater a obesidade e melhorar a qualidade de vida da população do entorno da Universidade. Com encontros realizados todas as terças-feiras, os participantes são orientados sobre seu estilo de vida, participam de atividades físicas e passam por consultas com psicólogos, tudo de forma gratuita.

Segundo o coordenador do GAO, o médico José Candido Cheque de Moraes, é fundamental a participação das três áreas (nutrição, psicologia e educação física) para obter resultados. O programa tem duração de seis meses e é formado por tarefas que são criadas por professores e acompanhadas por alunos que auxiliam os participantes. A intenção das tarefas é reeducar as pessoas no que se refere à alimentação e aos hábitos do dia-a-dia, auxiliando na perda de peso.

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Entre as orientações, Moraes destaca que é necessário o equilíbrio entre a mente e o corpo para que o participante consiga usufruir plenamente dos benefícios do programa. Por essa razão, o inscrito deve participar de todas as atividades relacionadas para conseguir atingir sua meta de emagrecimento.

Qualquer pessoa pode se candidatar ao programa, que é totalmente gratuito. Não há um limite de peso estabelecido para que os candidatos sejam aceitos, basta querer reeducar sua alimentação e demais hábitos de vida. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas por telefone, por e-mail ou pessoalmente (em qualquer um dos campi da UNG). As turmas têm início junto com cada semestre letivo (em fevereiro e agosto). 


Inscrições:

Universidade Guarulhos (UNG)

Endereço: Praça Tereza Cristina, 88 - Centro, Guarulhos

Telefone: (11) 2464 1700

e-mail: paddac@ung.br

Quando se trata de saúde na terceira idade, os anos importam pouco e a obesidade pode não ser tão ruim no fim das contas, segundo um estudo publicado na segunda-feira (17) nos Estados Unidos. Fatores como a solidão, a depressão e uma fratura recente são mais propensos a predizer o risco de uma pessoa morrer nos próximos cinco anos, segundo pesquisadores da Universidade de Chicago.

"Em vez de políticas focadas na redução da obesidade (...), um maior apoio à redução da solidão entre adultos isolados, ou ao restabelecimento das funções sensoriais seriam mais eficazes para melhorar a saúde e o bem-estar na população mais velha", disse Edward Laumman, um dos autores e professor de sociologia na Universidade de Chicago.

O estudo, publicado na revista da Academia Nacional de Ciência dos Estados Unidos, foi feito com três mil pessoas com idades de 57 a 85 anos. "As pessoas mais saudáveis eram obesas e robustas", aponta o estudo, que revelou que 22% dos americanos mais velhos entram na categoria de boa saúde apesar da obesidade e pressão alta.

Estas pessoas tinham menos problemas nos órgãos, além de melhores funções sensoriais, saúde mental e mobilidade que os outros.  Eram também os que tinham menor tendência a morrer ou a ter alguma deficiência nos próximos cinco anos.

Os pesquisadores também descobriram grupos de pessoas com o dobro do risco de morte ou invalidez nesse período: aqueles que estavam com o peso normal, mas tinham problemas de tireoide, anemia ou úlcera, aqueles que quebraram algum osso após os 45 anos, e os que tinham saúde mental precária.

Os menos saudáveis eram aqueles com diabetes descontrolada e hipertensão, e que frequentemente tinham problemas para fazer tarefas cotidianas. Apesar do câncer ter provocado 24% das mortes entre pessoas maiores de 55 anos, ele "parece se desenvolver aleatoriamente com relação a outras doenças do sistema orgânico", afirma o estudo.

O senso comum médico sugere que as pessoas são saudáveis se vivem sem problemas no coração, câncer, diabetes, hipertensão ou colesterol. Mas os autores do estudo apresentaram um enfoque diferente, conhecido como o "modelo integrador" de saúde e envelhecimento, que inclui fatores como o bem-estar mental, as funções sensoriais e a mobilidade como partes essenciais da saúde geral.

Com este novo enfoque, cerca da metade das pessoas consideradas saudáveis no atual modelo médico teria na realidade "vulnerabilidades significativas que influenciam na possibilidade de que morram ou tenham alguma deficiência nos próximos cinco anos", afirma o estudo.

"Ao mesmo tempo, algumas pessoas com doenças crônicas têm muitos pontos fortes que levam a reclassificá-las como bastante saudáveis, com riscos baixos de morte e deficiência".

William Dale, um dos autores e professor-adjunto de medicina, disse que os resultados sugerem que "da perspectiva do sistema de saúde, é necessário que haja uma mudança da atenção enfocada na doença, como remédios para a hipertensão ou o colesterol alto, para uma centrada no bem-estar em geral, que leve em conta diversas áreas".

Uma mutação genética poderia explicar a tendência à obesidade de cães da raça labrador, de acordo com uma equipe internacional de pesquisadores, cujo trabalho foi publicado nesta terça-feira.

Nos países desenvolvidos, de 34% a 59% dos cães desta raça estão acima do peso, o que pode reduzir sua expectativa de vida, afetando a sua mobilidade, tornando-o diabético ou provocando doenças cardíacas, como nos seres humanos, de acordo com estes pesquisadores. Eles apontam que os labradores são aparentemente muito mais propensos a estar acima do peso.

Para este estudo, publicado na revista Cell Metabolism, os pesquisadores analisaram 310 cães, que foram pesados ​​e examinados por veterinários independentes. A equipe também avaliou "o grau de interesse do cachorro pela comida" por meio de um questionário em que seus proprietários descreviam seu comportamento.

Em seguida, os cientistas determinaram que uma variante do gene chamado POMC estaria particularmente ligado ao excesso de peso e obesidade, bem como ao apetite em labradores e retrievers de pelo liso. Segundo eles, cerca de um labrador em cada quatro (23%) teria pelo menos uma cópia desta variante genética.

Nestas duas raças, cada cópia desta mutação resulta num excesso de peso de 1,9 kg em média. "Esta é uma variante genética comum em labradores e tem um efeito significativo sobre estes cães", declarou Eleanor Raffan, veterinária da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, principal autora do estudo. Segundo ela, "é provável que isso ajude a explicar por que labradores são mais propensos a ter excesso de peso em comparação com outras raças de cães".

Este gene atua sobre um mecanismo importante para o cérebro para reconhecer o sinal de fome e saciedade. "As pessoas que têm labradores muitas vezes dizem que eles são obcecados por comida, o que corresponde ao que sabemos sobre os efeitos dessa variação genética", acrescenta a pesquisadora.

Labradores são cães leais, inteligentes e ansiosos para agradar seu dono. Além disso, são relativamente fáceis de treinar, segundo Giles Yeo, pesquisador da Universidade de Cambridge, um dos co-autores da pesquisa.

Ele observou que o alimento é muitas vezes usado como uma recompensa durante o treinamento, ressaltando que os labradores portadores desta variante genética poderiam ser mais motivados por esta retribuição.

As altas taxas de obesidade em crianças e adolescentes americanos, um fenômeno que começou há cerca de trinta anos e se aprofundou de forma alarmante desde então, persiste sem qualquer sinal de recuo, revela um estudo publicado nesta terça-feira.

"Estudos específicos recentes sugerem que a obesidade juvenil começa a diminuir, mas nós não encontramos nenhum indício que confirme esta tendência nos Estados Unidos em nenhum dos grupos de crianças e adolescentes de 2 a 19 anos", lamenta Asheley Skinner, professora da Universidade Duke (Carolina do Norte, sudeste dos EUA), principal autora do estudo.

"Isto é particularmente evidente para a forma mais severa de obesidade, que se mantém elevada, principalmente entre os adolescentes", acrescentou. Para fazer este estudo, publicado na revista Obesity, os autores analisaram dados de uma pesquisa nacional sobre saúde e nutrição, que abrange várias décadas.

O estudo constata que no período 2013-2014, 33,4% dos jovens de 2 a 19 anos tinham sobrepeso, dos quais 17,4% eram obesos. Estes percentuais não diferem estatisticamente dos registrados no período anterior, de 2011 a 2012, e mostram que em todas as categorias de sobrepeso e obesidade as cifras mantiveram sua tendência à alta entre 1999 e 2014, constatam os pesquisadores.

"O mais desanimador é o aumento da frequência das formas severas de obesidade", destacou Asheley Skinner. Em um adulto, a obesidade se define por um índice de massa corporal (IMC, que se calcula dividindo o peso pela altura ao quadrado) superior a 35. Um IMC normal varia de 18,5 a 25.

No período 2012-2014, 6,3% dos jovens americanos tinham IMC de pelo menos 35, considerado a categoria II da obesidade. Cerca de 2,5% eram obesos severos com IMC de 40 ou mais, que se define como obesidade categoria III. Entre os adultos, a taxa de obesidade continua subindo e alcançava 27,7% em 2014, segundo estimativas do Instituto Gallup, publicadas em 2015. Trata-se do nível mais elevado desde 2008 (25,5%), quando o instituto começou a realizar este estudo.

Skinner adverte que a obesidade "é realmente um problema de saúde pública que precisa de mudanças em vários aspectos". A pesquisadora destaca entre eles uma política alimentar, o acesso a cuidados médicos - várias crianças e adolescentes não têm cobertura médica -, os programas escolares deverão incluir educação física, assim como a criação de parques, pistas para correr e ciclovias em zonas urbanas para incentivar a prática de exercícios.

Mais de um em cada dez adultos no mundo está obeso, ou seja, o dobro do que há 40 anos, e a proporção voltará a duplicar até 2025, revela nesta sexta-feira uma pesquisa publicada pela revista The Lancet.

O estudo alerta sobre o risco de uma crise de obesidade severa e doenças provocadas pelo excesso de gordura e açúcar nos países ricos ou de renda média, apesar de os quilos a mais afetarem principalmente as nações mais pobres.

"Haverá consequências para a saúde de magnitudes que desconhecemos", afirmou à AFP o coautor do estudo, Majid Ezzati, da Imperial College de Londres. Dos 5 bilhões de humanos adultos vivos em 2014, 641 milhões eram obesos e em nove anos as pessoas acima do peso serão 1,1 bilhão, segundo a pesquisa.

As pessoa são divididas entre as que têm peso saudável e não saudável em função de uma escala relativa à altura denominada Índice de Massa Corporal (IMC).

Um IMC saudável vai de 18,5 a 24,9. Um IMC abaixo dos 18,5 é considerado anormalmente baixo, enquanto acima de 25 é considerado excesso de peso. Há obesidade a partir de 30 e de 35 em diante é obesidade severa. Além dos 40, é obesidade extrema com risco de vida.

Em escala mundial, entre os homens a proporção de obesos triplicou, passando de 3,2% em 1975 a 10,8% atualmente (266 milhões). Entre as mulheres, aumentou de 6,4% a 14,9% (375 milhões).

Isso equivale ao fato de que uma pessoa média vem aumentando 1,5 kg por década.

"Se a obesidade continuar aumentando neste ritmo, até 2025 aproximadamente um quinto dos homens (18%) e das mulheres (21%) serão obesos", indica em um comunicado The Lancet.

Mais de 6% dos homens e 9% das mulheres sofrerão com obesidade severa.

Cada vez mais

A proporção de pessoas excessivamente magras no mundo diminuiu menos do que cresceu a população de obesos, advertem os pesquisadores, passando de 13,8% em 1974 a 8,8% entre os homens e 14,6% a 9,7% entre as mulheres.

"Nos últimos 40 anos, passamos de um mundo em que o peso abaixo do normal era o dobro em relação à obesidade para outro em que há mais gente obesa que magra demais", indicou Ezzati.

No atual ritmo, haverá mais mulheres com obesidade severa (IMC de 35 ou mais) do que com magreza anormal, e o mundo não poderá alcançar a meta de frear a obesidade aos níveis de 2010 até 2025.

As pessoas mais obesas do mundo vivem nas ilhas da Polinésia e Micronésia, onde 38% dos homens e mais da metade das mulheres são obesos. Cerca de um quinto dos obesos (118 milhões) vivem em seis países de altos rendimentos: Estados Unidos, Grã-Bretanha, Irlanda, Austrália, Canadá e Nova Zelândia.

Nos Estados Unidos vive um em cada quatro homens severamente obesos, e quase uma em cada cinco mulheres pertence à mesma categoria. Até 2025, o estudo prevê que 43% das mulheres e 45% dos homens dos Estados Unidos serão obesos.

Na Europa, a Grã-Bretanha terá a proporção de mulheres obesas obesas mais elevada da Europa (38%) dentro de nove anos, seguida pela Irlanda (37%) e Malta (34%). No outro extremo, Timor, Etiópia e Eritreia têm o IMC médio mais baixo do mundo.

"Para atender a este problema será necessário adotar políticas sociais e de alimentação que melhorem a qualidade alimentar entre os mais pobres, mas que também evite o consumo excessivo de carboidratos processados e outros alimentos não saudáveis".

Para os casos mais extremos de obesidade, a cirurgia pode ser o recurso mais eficiente.

A América Latina se encontra em valores mais próximos da normalidade, mas no geral registra um excesso de peso, com um IMC médio levemente superior ao limite de 25.

Mais de um quinto dos homens na Índia, Bangladesh, Timor, Afeganistão, Eritreia e Etiópia, e um quarto das mulheres de Bangladesh e Índia têm peso insuficiente, segundo a investigação, que arrecadou dados de 1.698 estudos realizados em um total de 19,2 milhões de adultos de 186 países, que representam 99% da população mundial.

O ministro das Finanças britânico, George Osborne, anunciou nesta quarta-feira (16) que introduzirá em menos de dois anos um imposto especial sobre os refrigerantes para combater a obesidade.

"Introduziremos um novo imposto sobre indústria dos refrigerantes que será coletado das empresas e introduzido em dois anos para dar tempo de mudarem a composição" das bebidas, que se tornaram "um dos principais fatores da obesidade infantil", disse no Parlamento durante a apresentação do orçamento 2016-2017.

Recentes estudos publicados em revistas científicas comprovam: a luz artificial proveniente principalmente de telefones celulares podem contribuir no aumento de obesidade. Informações da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) garantem que a raiz do problema está na ausência de um sono adequado. 

“Entende-se que a luz pode causar distúrbios no metabolismo, prejudicando seu bom funcionamento e consequentemente a qualidade do sono, que, como já sabemos, pode contribuir com a obesidade”, explicou Josemberg Campos, presidente da SBCBM.

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As pesquisas-base utilizadas pelo órgão são dos periódicos International Journal of Obesity e Chronobiology International. Em cruzamento de dados da Organização Mundial da Saúde, pesquisadores defendem que a exposição à luz artificial, à noite, contribui para a obesidade em humanos. 

Por exemplo, o estudo da Chronobiology descobriu um impacto significativo na qualidade do sono em pessoas que utilizaram óculos protetores que filtram luz azul de aparelhos eletrônicos, duas horas antes de dormir. 

Com informações da SBCBM

Mais de um em cada dez adultos no mundo é obeso, o dobro do que há 40 anos, e a proporção voltará a duplicar até 2025 - revelou um informe nesta sexta-feira (1°).

"Em 40 anos, nós passamos de um mundo onde a insuficiência de peso era duas vezes mais importante do que a obesidade para um mundo onde as pessoas obesas são mais numerosas do que aquelas abaixo do peso", destacou o professor Majid Ezzati, do Imperial College de Londres, que coordenou este estudo publicado na revista científica britânica The Lancet.

Apresentado como um dos estudos mais completos já realizados sobre este tema, tem como base dados relativos a 19 milhões de pessoas com 18 anos, ou mais, de 186 países.

Por extrapolação, ela avaliou o número de obesos adultos em 641 milhões em 2014, sendo 375 milhões de mulheres e 266 milhões de homens. Em 1975, não passavam de 105 milhões. Esta explosão está ligada sobretudo a uma alimentação muito rica e industrializada, mas também à predisposição genética.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), uma pessoa é considerada obesa quando seu índice de massa corporal (IMC), que corresponde à relação entre peso e altura, supera os 30 kg/m2.

Um IMC acima de 35 é considerado obesidade severa.

Ao longo de 40 anos, o IMC médio passou, segundo o estudo, de 21,7 para 24,2 entre os homens, e de 22,1 a 24,4 entre as mulheres adultas - um aumento de peso de 1,5 kg a cada dez anos, em média.

"Se a progressão da obesidade se mantiver no mesmo ritmo, em 2025 cerca de um quinto dos homens (18%) e das mulheres (21%) será obeso no mundo, enquanto que 6% dos homens e 9% das mulheres terão alcançado a obesidade severa", anteciparam os autores.

O percentual de obesos triplicou entre os homens, passando de 3,2% em 1975 para 10,8% em 2014, e mais que dobrou entre as mulheres (passando de 6,4% para 14,9%), com disparidades muito importantes, segundo os países.

Quase um quinto dos obesos do mundo (118 milhões de pessoas) vive em seis países ricos: Estados Unidos, Grã-Bretanha, Irlanda, Austrália, Canadá e Nova Zelândia.

Nos Estados Unidos, vivem um em cada quatro homens e uma em cada cinco mulheres com obesidade mórbida no mundo.

A pesquisa publicada na revista The Lancet alerta para o risco de uma crise de "obesidade severa" e de doenças provocadas pelo excesso de gordura e de açúcar em países ricos, ou de renda média. Ainda assim, os quilos a mais continuam afetando, principalmente, as nações mais pobres.

O sal, e não apenas o açúcar, desempenha um papel na diabetes - é o que dizem pesquisadores franceses que chegaram a esta conclusão após trabalharem com cirurgia para obesidade. No estudo, que acaba de ser publicado na revista médica norte-americana Cell Metabolism, os pesquisadores estimam que a descoberta pode levar a novas medidas de prevenção.

"Medidas nutricionais simples, como a diminuição da ingestão simultânea de sal e açúcar poderiam prevenir ou tratar a diabetes tipo 2 (a mais frequente)", escrevem os autores, evocando também a possibilidade de novos tratamentos. Eles chegaram a esta conclusão estudando porcos anões que passaram por uma cirurgia de obesidade do tipo bypass, que consiste em modificar o circuito alimentar ao dar um curto-circuito numa parte do estômago e do intestino.

Mais de 200.000 pacientes que sofrem com a obesidade foram operados nestes últimos anos na França, com resultados frequentemente positivos em termos de perda de peso, mas também no que diz respeito à diabetes, uma doença bastante associada à obesidade. "Nos perguntamos por que o bypass tinha um impacto tão positivo sobre a diabetes, com uma baixa espetacular da glicemia (taxa de açúcar no sangue) muito rápida, antes mesmo de qualquer perda de peso", explicou à AFP François Pattou, principal autor do estudo.

A pesquisa sobre os porcos anões - cuja alimentação parece com a dos seres humanos - permitiu mostrar que a absorção global de glicose pelo organismo ficou reduzida quando passou a ser absorvida apenas pela parte baixa do intestino, como ocorreu nos porcos operados, e não na parte alta, como nos porcos não operados. O sal é necessário para a absorção da glicose.

A operação empurrar o momento em que a bílis, que tem um elevado teor de sal, junta-se o bolo alimentar, "diminuímos assim a absorção da glicose", explica Pattou, cirurgião e pesquisador do Inserm em Lille. Para confirmar o papel do sal, os pesquisadores deram em seguida grandes quantidades aos porcos anões e observaram um aumento da glicemia após as refeições.

Para Pattou, estes resultados confirmam a influência do sal na alimentação sobre a elevação da glicemia, já sugerida por um estudo israelense publicado há alguns meses. No estudo, o conteúdo de sal vinha em quarto lugar nos critérios que influenciam a elevação da glicemia, atrás do conteúdo de açúcar das refeições, do fato de ser diabético e da hora das refeições (a glicemia aumentando mais após as refeições da noite).

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