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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), marcou para as primeiras semanas de junho a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/2016 que revê as regras previdenciárias no país. O início das discussões sobre a reforma da Previdência no Plenário será entre os dias 5 e 12 de junho. 

Segundo Maia, a Câmara tem um compromisso com a recuperação econômica, com a geração de empregos e com a redução da taxa de juros no país e para isso é preciso “ter todas nossas energias focadas na agenda econômica, que garante desenvolvimento social para todos.”

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No pronunciamento, Rodrigo Maia defendeu ainda a continuidade das votações na Câmara e anunciou para esta semana a votação da proposta que que regulariza incentivos fiscais dados pelos estados a empresas (PLP 54/15). Duas medidas provisórias também podem ser votadas. 

A MP 766/17 permite o abatimento de dívidas com a Receita Federal ou com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional de créditos tributários (recursos a receber) e prejuízos fiscais de anos anteriores. Já a MP 767/17 aumenta as carências para concessão benefícios do segurado do INSS.

O retorno das atividades da Casa, entretanto, deve enfrentar obstrução da oposição. O líder do PT, deputado Carlos Zarattini (SP), afirmou que a oposição vai obstruir todos os trabalhos até que Temer renuncie ao cargo. 

Avaliação da conjuntura

Na primeira manifestação após o Supremo Tribunal Federal autorizar a abertura de inquérito contra o presidente da República, Michel Temer, Maia reconheceu a gravidade da situação. Para ele, a atual crise só poderá ser superada com paciência e com o fortalecimento das instituições, para que cada Poder cumpra o seu papel constitucional.

“A Câmara dos Deputados e sua presidência não serão instrumentos para desestabilização do governo. O Brasil já vive uma crise muito profunda para que esta Casa cumpra um papel de desestabilização maior”, afirmou Rodrigo Maia.

Para Maia, Temer terá oportunidade de se defender durante o inquérito, que apura denúncias dos irmãos Joesley e Wesley Batista, donos do grupo J&F, que controla o frigorífico JBS. A Procuradoria-Geral da República suspeita de corrupção passiva, organização criminosa e obstrução à Justiça.

Parlamentares da Rede Sustentabilidade e do PSOL protocolaram, nesta quinta-feira (18), um pedido de cassação do mandato do senador Aécio Neves (PSDB) no Conselho de Ética da Casa Alta. A solicitação é baseada nas gravações feitas sob a supervisão da Polícia Federal pelo dono do frigorífico da JBS, Joesley Batista. No registro, o senador aparece pedindo R$ 2 milhões de propina para pagar sua defesa na Operação Lava Jato.

De acordo o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), as razões para a cassação do mandato de Aécio "são notórios acontecimentos" a partir de acusações como lavagem de dinheiro, corrupção ativa e obstrução à Justiça. "Lamentavelmente, nós entendemos que não existe condição alguma mais para que o senador continue exercendo o mandato, tanto é que o Supremo Tribunal Federal, ainda hoje, pediu o afastamento do senador [do mandato]", declarou ao entregar o pedido ao Conselho de Ética. 

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Os deputados Ivan Valente (PSOL-SP) e Alessandro Molon (Rede-RJ) acompanharam Randolfe na entrega do pedido.  No texto, os partidos citam as gravações, além do vídeo em que Frederico Pacheco de Medeiros, indicado por Aécio, teria recebido o dinheiro. As notas, de acordo com o pedido protocolado, tinham numeração controlada e tiveram todo o caminho monitorado. O destino final, segundo o documento, foi uma conta de empresa ligada ao também senador Zeze Perrella (PTB-MG).

Ainda segundo o documento protocolado pelos parlamentares, o pedido de dinheiro configura crime de corrupção passiva. O depósito do dinheiro em uma empresa que não pertence a Aécio aponta para o crime de lavagem de dinheiro, segundo o pedido. Já a participação de mais de quatro envolvidos no esquema configuraria a existência de uma organização criminosa.

Além da abertura do processo de cassação, o documento também pede cópia integral das provas que estão em poder do Supremo e a oitiva de envolvidos no processo. 

*Com a informações da Agência Senado

O depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao juiz federal Sérgio Moro reforçou os indícios reunidos por investigadores da Operação Lava Jato, em Curitiba, de atuação do petista em atos de obstrução à Justiça e embaraço à força-tarefa que apura o maior escândalo de corrupção do País. As suspeitas devem provocar a abertura de novo inquérito contra Lula, na capital do Paraná, e resultar em mais um processo criminal, destaca o jornal O Estado de S. Paulo desta segunda-feira (15).

A força-tarefa avalia existir elementos de que Lula, ao longo dos três anos de investigações ostensivas, buscou obstruir o trabalho da Justiça, com episódios que envolvem suposta destruição de provas e intimidação de autoridades. A defesa do ex-presidente afirma que a Lava Jato abriu "uma nova linha de ataque" contra o petista.

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O ex-presidente já é réu em cinco ações penais, duas delas abertas por Moro. Na 10ª Vara Federal do Distrito Federal, o petista é réu, desde julho de 2016, acusado de tentar comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, o que também teria caracterizado o crime de obstrução à Justiça.

Em quase cinco horas de interrogatório, em Curitiba, na quarta-feira passada, dia 10, Lula confirmou ter se reunido com três alvos da Lava Jato - um deles delator e outros dois em negociação de acordo -, em 2014, quando as investigações já haviam sido deflagradas. O petista, no entanto, negou irregularidades.

O ex-presidente narrou encontros com o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque e com o ex-presidente da OAS José Adelmário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro. Os dois, também réus da Lava Jato e já condenados, contaram que Lula teria pedido para que provas fossem destruídas.

Para três investigadores da força-tarefa ouvidos pelo jornal, sob a condição de não ter os nomes revelados, o ato de buscar informações sobre provas de crimes confirma a acusação de que Lula não era alheio ao esquema de corrupção na Petrobras. Procuradores e policiais federais dizem que esses indícios fornecem elementos para aprofundar apurações de novos crimes.

Indícios

O principal episódio contra Lula refere-se ao caso do tríplex do Guarujá (SP), que o petista nega ser seu, e foi revelado a Moro por Pinheiro. "Eu tive um encontro com o presidente em junho (de 2014). Bom, isso tenho anotado na minha agenda", afirmou o empreiteiro. "'Léo, você fez algum pagamento ao João Vaccari (Neto, ex-tesoureiro do PT) no exterior?' Eu disse: 'não, presidente, eu nunca fiz pagamento dessas contas que temos com Vaccari no exterior'."

Pinheiro reconheceu ter feito pagamentos por meio de caixa 2 a Vaccari. Segundo ele, Lula deu uma ordem: "Você tem algum registro de encontro de contas, de alguma coisa feita com Vaccari com você? Se tiver, destrua!". Lula negou a Moro o conteúdo da conversa.

Já Duque, indicação do PT na Petrobras, disse a Moro que encontrou Lula em junho de 2014 no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. O ex-diretor, condenado a 57 anos e 7 meses de prisão, atribuiu a Lula a frase: "Olha, presta atenção no que vou te dizer: se tiver alguma coisa não pode ter, entendeu? Não pode ter nada no teu nome entendeu?". Segundo Duque, Lula o questionou sobre a existência de contas do ex-diretor na Suíça.

Também está na mira da Lava Jato o encontro que Lula confirmou ter ocorrido com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, em 3 de junho de 2014, uma hora antes de se encontrar com Pinheiro, na sede do Instituto Lula, em São Paulo.

Machado virou delator e abalou a cúpula do PMDB ao gravar conversas sobre um "acordão", interpretado como uma tentativa de "estancar" a Lava Jato. Em março daquele ano, a Lava Jato havia chegado a Lula. Segundo o ex-presidente, Machado o convidara para a inauguração de um navio.

Ameaça

Nos 15 minutos finais do interrogatório de Lula, Moro também advertiu o ex-presidente sobre sua conduta "inadequada" de tentar intimidar autoridades. Em declarações públicas, o petista disse que poderia um dia "mandar prender" os procuradores da República que o investigam, "lembraria dos delegados" que o conduziram coercitivamente, em março de 2016, e que só ele poderia "brigar" com a Lava Jato.

No processo do tríplex, Lula é réu sob a acusação dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro - a pena pode chegar a 22 anos de prisão. Ele supostamente teria recebido R$ 3,7 milhões da OAS por meio do tríplex e do armazenamento do acervo presidencial.

Defesa

Cristiano Zanin Martins, advogado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou, em nota, que "uma nova linha de ataque foi aberta" contra o petista pela Lava Jato. Segundo ele, trata-se da "utilização de pessoas que há muito buscam sair da prisão ou obter benefícios desde que incluam o nome do ex-presidente em seus depoimentos ou o envolvam em situação de obstrução à Justiça". "Estas são as condições para destravar acordos de delação, conforme denúncias feitas por órgãos de imprensa."

Segundo Zanin, no depoimento ao juiz Sérgio Moro, na quarta-feira passada, Lula rebateu as declarações do empresário José Adelmário Pinheiro Filho, Léo Pinheiro, e do ex-diretor da Petrobrás Renato Duque e "demonstrou que jamais praticou qualquer ato que possa ser entendido como obstrução à Justiça". Para o advogado, eles "falaram sem o compromisso de dizer a verdade".

A defesa disse que a Lava Jato promove o que Zanin chama de "devassa" na vida de Lula e parentes. "Nenhuma prova foi encontrada simplesmente porque eles não praticaram qualquer ato de corrupção." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já está na sede da 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília para prestar depoimento, na manhã desta terça-feira (14), sobre a acusação de tentar obstruir as investigações da Lava Jato. Ele chegou ao local pouco antes das 10h e foi recebido por um grupo com cerca de 20 militantes que gritavam palavras de ordem como "Lula, ladrão, roubou meu coração". O prédio da Justiça Federal na capital amanheceu com pichações em apoio ao ex-presidente. "Lula é nóis [sic] esperança", diz uma das expressões grifadas no edifício.

Na ação em que depõe hoje, o líder-mor petista é réu juntamente com o pecuarista José Carlos Bumlai, o banqueiro André Esteves, o ex-senador Delcídio do Amaral e mais três pessoas, todos acusados pelo Ministério Público Federal (MPF) de tentar comprar o silêncio do ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, para que ele não firmasse acordo de delação premiada com a força-tarefa da Lava Jato.

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A denúncia é a primeira em que Lula se tornou réu na Lava Jato e foi aceita em julho do ano passado. Todos os réus negam as acusações.

Em novembro de 2015, Delcídio do Amaral foi preso quando era líder do governo de Dilma Rousseff no Congresso, após ser gravado em seu gabinete por Bernardo Cerveró, filho de Nestor. Na gravação, Delcídio oferece ajuda de R$ 50 mil à família de Cerveró. Para o MPF, o objetivo era impedir que o ex-diretor descrevesse a atuação do então senador, bem como de Lula, André Esteves e Bumlai, no esquema de corrupção na Petrobras.

*Com a Agência Brasil.

O líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (SP), anunciou na manhã desta quinta-feira (9) que a bancada vai obstruir todas as votações na Casa em retaliação ao fato de o partido ter ficado fora do comando das comissões especiais das reformas da Previdência e Trabalhista. O petista reclamou da celeridade imposta na tramitação dos projetos e acusou os governistas de tentarem "atropelar" a oposição. "Querem aprovar as reformas a toque de caixa", protestou.

Em entrevista coletiva, Zarattini lembrou que há 22 Medidas Provisórias a serem analisadas e que não haverá disposição dos petistas para analisar as propostas. O petista contou que pleiteou a participação do PT no comando das duas comissões, mas que nunca conseguiu um acordo para integrar a cúpula dos colegiados. "Queremos participar das decisões da Casa", insistiu.

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O PT vai encaminhar nesta quinta-feira os representantes que vão integrar as comissões. O partido diz que não há problema em instalar os trabalhos nesta data, mas avisa que fará tudo para impedir a tramitação sem o debate aprofundado das propostas que, na avaliação de Zarattini, "suprime direitos".

Pressa

Na própria base governista há quem conteste o ritmo da tramitação das propostas. Pela regra interna, as comissões devem concluir seus trabalhos em 40 sessões, mas os governistas querem votá-las a partir da 11ª sessão.

O líder do PPS, Arnaldo Jordy (PA), acredita que devido a complexidade dos temas e a necessidade de se corrigir distorções no sistema previdenciário, o debate deveria se estender por todo ano. Assim, o prazo de concluir as votações no Congresso ainda no primeiro semestre seria irreal. "Esse prazo é impossível", declarou o líder.

Em uma clara manobra para impedir a obstrução da oposição, governistas apresentaram requerimento pedindo a retirada de pauta da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prorroga a Desvinculação e Receitas da União (DRU) da sessão desta quarta-feira da comissão especial que analisa o mérito da matéria.

O pedido foi apresentado logo no início da sessão pelo líder do PSD, Rogério Rosso (DF), com o objetivo de prejudicar outros requerimentos no mesmo sentido que seriam apresentados por parlamentares da oposição. Com a estratégia, o governo impediu que opositores apresentassem outros requerimentos de retirada de pauta para atrasar a votação.

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Como esperado, o requerimento de Rosso acabou rejeitado por 19 votos a um e quatro obstruções do PT e PSOL. Entre os votos contra o requerimento de retirada de pauta, estavam os de parlamentares do PSD, mesmo partido do autor do pedido, o que evidenciou a manobra do governo para evitar a obstrução da oposição.

"Está na cara que ele apresentou esse requerimento para prejudicar outros requerimentos apresentados. Não existe intenção do governo de retirar de pauta. É mais uma manobra regimental", afirmou o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP). "Lamento que isso tenha sido feito", acrescentou.

Para o parlamentar paulista, a aprovação da PEC da DRU tem impacto nos recursos destinados à seguridade social. "Esses nazistas querem matar os brasileiros para economizar na conta fiscal. Cambada de safado e sem-vergonha", disse.

Faria de Sá questionou também o fato de o parecer da PEC analisado prever retroatividade da DRU para 1º de janeiro deste ano. "Não dá para admitir essa hipótese. É inconstitucional. Não pode aprovar uma PEC com retroatividade", afirmou. A última autorização para a União desvincular receitas venceu em 31 de dezembro de 2015.

A ideia do governo é aprovar a PEC no colegiado nesta quarta-feira, 1, e levá-la ainda hoje ao plenário da Câmara. Para isso, terá antes que conseguir aprovar um requerimento de quebra de interstício, para não precisar esperar o prazo de duas sessões plenárias exigido entre a aprovação na comissão e a votação em plenário.

Para acelerar a promulgação da proposta, o governo decidiu centrar esforços na articulação para aprovar a PEC da DRU que começou a tramitar na Câmara, em vez de tentar votar o projeto no mesmo sentido que teve origem no Senado Federal. Isso porque a PEC da Câmara tem previsão de tramitação mais rápida.

Após aprovada no plenário pelos deputados, a matéria poderá seguir direto para o plenário do Senado, sem passar pelas comissões temáticas daquela Casa. No caso contrário, a PEC do Senado ainda precisaria passar pelas comissões da Câmara, o que atrasaria a tramitação.

Na denúncia contra o ex-presidente Lula apresentada ao Supremo Tribunal Federal, o procurador-geral da República Rodrigo Janot afirma que o petista teve "papel central" na trama para tentar barrar a Lava Jato e a delação premiada do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. O procurador esmiúça, na denúncia apresentada no início de maio, os contatos de Lula com o ex-senador e delator Delcídio Amaral (ex-PT-MS) e o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo pessoal do ex-presidente, que teriam levado às tentativas de obstruir a investigação.

As revelações sobre a denúncia de Janot foram divulgadas pelo Jornal Nacional da TV Globo nesta quarta-feira, 18.

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Na acusação, o procurador conclui que Lula "impediu e/ou embaraçou investigação criminal que envolve organização criminosa, ocupando papel central, determinando e dirigindo a atividade criminosa praticada por Delcídio do Amaral, André Santos Esteves, Edson de Siqueira Ribeiro, Diogo Ferreira Rodrigues, José Carlos Bumlai".

O Jornal Nacional teve acesso à íntegra da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente, acusado de obstrução à Justiça no episódio da operação envolvendo Cerveró. Delcídio foi preso em flagrante no dia 25 de novembro de 2015 após ser pego em escuta negociando fuga e uma ajuda de custo para a família do ex-diretor da Petrobras.

Em nota, o Instituto Lula informou que o ex-presidente "jamais" tentou interferir na conduta de Cerveró ou em qualquer outro assunto relacionado à Operação Lava Jato. Segundo o JN, a Procuradoria-Geral da República partiu das delações de Delcídio e de seu ex-chefe de gabinete, Diogo Ferreira, para buscar provas materiais, como extratos bancários, telefônicos, passagens aéreas e diárias de hotéis.

A conclusão da procuradoria é de que eles se juntaram ao ex-presidente Lula, a Bumlai, ao filho do pecuarista, Mauricio Bumlai, e atuaram para comprar por R$ 250 mil o silêncio do ex-diretor da Petrobras.

Segundo a denúncia, o primeiro pagamento, de R$ 50 mil, foi feito por Delcídio em maio do ano passado. Ele teria recebido o dinheiro de Mauricio Bumlai num almoço. A quebra de sigilo mostra que Mauricio Bumlai fez dois saques de R$ 25 mil dias antes.

A operação, de acordo com a Procuradoria, foi feita numa agência bancária da Rua Tutoia, em São Paulo, onde teria ocorrido o repasse dos valores a Delcídio.

A denúncia diz que Diogo Ferreira fez os pagamentos que restavam em outras quatro datas entre junho e setembro do ano passado, sempre recebendo o dinheiro sacado por Bumlai na agência da Rua Tutoia, conforme os extratos bancários.

A Lava Jato quebrou o sigilo de e-mails do Instituto Lula e apontou que Lula se reuniu com Delcídio cinco vezes entre abril e agosto do ano passado, ou seja, antes e durante as tratativas e os pagamentos pelo silêncio de Cerveró. Uma das reuniões foi no Instituto Lula, em 8 de maio, dias antes de Delcidio fazer o primeiro pagamento, segundo a denúncia revelada pelo JN.

Delcídio afirmou em delação premiada que, no encontro, o ex-presidente expressou "grande preocupação" de que Bumlai pudesse ser preso por causa de delações na Lava Jato e que o amigo pecuarista precisava ser ajudado. Segundo o ex-parlamentar, a intenção era evitar que viessem à tona fatos supostamente ilícitos envolvendo ele mesmo, Bumlai e Lula.

Ainda de acordo com a reportagem, Janot também aponta como provas telefonemas entre Lula e José Carlos Bumlai, como em 7 de abril, um mês antes dos pagamentos, ocasião em que o ex-presidente e o pecuarista se falaram quatro vezes. Em 23 de maio - um dia depois do primeiro pagamento - Lula telefonou para Bumlai e, neste dia, conversaram duas vezes.

A defesa

Em nota, o Instituto Lula declarou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já esclareceu em depoimento prestado à Procuradoria Geral da República que jamais conversou com o ex-senador Delcídio do Amaral com o objetivo de interferir na conduta do condenado Nestor Cerveró ou em qualquer outro assunto relativo à Operação Lava Jato.

A defesa de José Carlos Bumlai negou as acusações e afirmou que ele nunca pagou qualquer valor a Cerveró. A defesa declarou que o ex-senador Delcídio do Amaral está vendendo informações falsas em troca de sua liberdade.

Os advogados de Maurício Bumlai informaram que só comentarão o caso depois de terem acesso à denúncia inteira.

A defesa de Diogo Ferreira confirmou os pagamentos, mas disse que foram feitos a mando do ex-senador Delcídio do Amaral.

O advogado de Edson Ribeiro declarou que seu cliente sequer conhece Lula e Bumlai e voltou a afirmar que Ribeiro jamais participou de qualquer ato de obstrução à Justiça.

A defesa de André Esteves declarou que seu cliente não cometeu nenhuma irregularidade. O Jornal Nacional não obteve resposta dos advogados de Delcídio do Amaral.

Ministros do Supremo Tribunal Federal, tidos como simpáticos à gestão da presidente Dilma Rousseff, têm começado a questionar a petista em conversas de bastidores. Até o fim do ano passado, o STF parecia ao Planalto um palco mais amistoso do que o Congresso, mas o panorama mudou nos últimos dias com o agravamento da crise. O abandono do governo dentro da Corte vai além da perspectiva sobre o impeachment. Integrantes do Tribunal dizem, reservadamente, ver indicativos claros de que há indícios para investigar a presidente por tentativa de obstrução da Justiça em razão da indicação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a chefia da Casa Civil. O sinal foi dado, na avaliação de um ministro, na decisão do plenário desta semana, que manteve no Supremo os grampos de Lula.

"Para afirmar o que a maioria do Tribunal afirmou, é preciso reconhecer que há indícios de infração penal (por parte de Dilma)", diz um ministro que participou do julgamento. Na avaliação dele, o caso só foi mantido na Corte porque há suspeita de irregularidades cometidas pela presidente, que tem prerrogativa de foro. Do contrário, o caso poderia ser conduzido na primeira instância pelo juiz Sérgio Moro.

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Relator da Operação Lava Jato no STF, o ministro Teori Zavascki não entrou, durante o julgamento, no mérito da discussão sobre uma eventual investigação de Dilma - que precisa ser solicitada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot -, mas deu indicativos, na interpretação desse integrante do Tribunal, de que há gravidade na conversa.

A análise sobre a deterioração do governo extrapola os gabinetes dos ministros tradicionalmente críticos a Dilma e agora faz parte do discurso de magistrados contabilizados pelo Palácio do Planalto, até hoje, como votos governistas.

Um ministro da Corte com boa interlocução com o Executivo já tem feito previsões de que o "triunvirato peemedebista" deve prosperar até a metade do ano. A expressão é uma referência interna à possibilidade de o vice-presidente da República, Michel Temer, assumir o governo no caso de afastamento, tendo como colegas de partido os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), e do Senado, Renan Calheiros (AL).

"O trem saiu da estação." É assim que outro ministro define o processo "sem volta" de afastamento de Dilma. Para o mesmo magistrado, o Brasil vive uma crise aguçada por ações desastradas no campo econômico e o "fundo do poço parece nunca chegar". O coro é reforçado por um terceiro integrante do Tribunal, para quem o impeachment se dá pelo esfacelamento da base aliada diante da derrota do presidencialismo de coalizão na gestão Dilma.

Nomeado ao STF pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dias Toffoli se afastou do Planalto durante o primeiro mandato de Dilma e se aproximou do maior desafeto de petistas hoje no Tribunal: o ministro Gilmar Mendes. Interlocutor do Planalto no Judiciário avalia que outros dois ministros, Celso de Mello e Cármen Lúcia, têm demonstrado decepção com o governo do PT. Quem mantém o contraponto às vozes críticas ao governo é Marco Aurélio Mello. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou, nesta terça-feira (8), que a obstrução dos partidos de oposição às votações no plenário da Casa é "um ato político normal". As legendas da bancada oposicionista declararam que vão continuar obstruindo os trabalhos enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) não julgar os embargos impetrados de Câmara diante do rito definido pela Corte para o andamento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). 

“Como presidente da Casa, vou colocar as matérias em pauta normalmente, sem problema nenhum. A obstrução é um gesto político, os partidos podem fazer e o fazem. O que vai acontecer? Se tiver número para superar a obstrução, supera. Se não tiver, não se vota”, explicou Cunha. Segundo ele, ainda nesta terça a Casa vai reiterar perante o Supremo os embargos relativos ao impeachment, nos mesmos termos dos recursos já apresentados.

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Questionado por jornalistas se o impeachment de Dilma seria apressado diante dos últimos desdobramentos da Operação Lava Jato, Cunha observou que "não vai ser adiantado nem postergado; vai simplesmente seguir o curso que estava previsto.”

A oposição defende a legalidade da comissão especial do impeachment eleita pela Câmara em dezembro de 2015. Porém, o STF considerou inconstitucionais dois aspectos do processo de eleição do colegiado: a adoção de uma chapa avulsa de deputados — com nomes não indicados por líderes partidários — e a escolha por voto secreto dos integrantes da comissão.

O líder do DEM na Câmara, Pauderney Avelino (AM), defendeu nesta segunda-feira, 15, obstrução a votações de matérias do governo na Casa até março, quando as comissões permanentes devem ser instaladas. Segundo ele, nesta terça-feira, 16, líderes opositores se reunirão para tentar fechar uma posição conjunta da oposição em relação às propostas enviadas pelo Executivo.

Atualmente, pelo menos duas medidas provisórias (MPs) trancam a pauta da Câmara: uma que reduz o número de ministérios de 39 para 31 e outra que prorroga autorização para bancos públicos, como Caixa Econômica e Banco do Brasil, comprarem participação em outros bancos. "A disposição do DEM é fazer obstrução", afirmou Avelino em entrevista, ponderando que a decisão será fechada em reunião amanhã.

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Também trancam a pauta da Câmara dois projetos de Lei do Executivo. Um deles é o que fixa normas para o cálculo o teto de remuneração tanto para servidores públicos quanto para agentes políticos. O outro projeto é o que tipifica o crime de terrorismo, já aprovado pelo Senado Federal.

O líder do Democratas (DEM) na Câmara, deputado Mendonça Filho, anunciou, nesta quarta-feira (9), que o partido vai permanecer em obstrução à espera de um posicionamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o rito do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). “Nós votaremos nada no plenário da Câmara até o desfecho desta situação”, afirmou.

Nessa terça (8), o ministro do STF, Luiz Edson Fachin decidiu suspender a instalação da comissão especial formada na Câmara dos Deputados para analisar os trâmites do pedido de impeachment. A decisão do ministro foi tomada poucas horas depois da eleição da chapa “Unindo o Brasil”, formada por oposicionistas e dissidentes da base governista, para integrar o colegiado.

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Além da obstrução, Mendonça afirmou que o DEM e outros partidos de oposição pedirão ao STF para acompanharem de perto a Ação de Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) que avalia o rito. 

A Câmara dos Deputados realiza, neste momento, uma sessão extraordinária convocada, em acordo com líderes partidários, para votar, entre outras propostas, a Medida Provisória (MP) 676/15, que cria uma nova fórmula para o cálculo de aposentadorias, em alternativa à fórmula vetada em junho pela presidente Dilma Rousseff (PT). 

A reunião, entretanto, inviabiliza o início da sessão do Congresso Nacional, marcada inicialmente para às 11h30. Os deputados e senadores haviam sido convocados para concluir a análise dos vetos presidenciais, entre eles, o do projeto de lei que reajusta os salários dos servidores do Judiciário Federal de 53% a 78,5%, que custaria R$ 25,7 bilhões até 2016

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Mais cedo, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou que a decisão de convocar sessão extra da Câmara foi para pressionar o adiamento da sessão do Congresso. Ele e os líderes queriam incluir na análise de hoje a apreciação dos vetos relacionados à reforma eleitoral, como o que trata do financiamento empresarial de campanha. "Como não houve acordo para isto os líderes decidiram obstruir. Então, o combinado é que a gente faria a sessão normalmente hoje para que não tivesse Congresso", disse Cunha. 

O deputado federal, Mendonça Filho (DEM) foi porta voz da oposição na Câmara e declarou que a bancada pretende obstruir a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2015, que estava prevista para esta terça-feira (9). O motivo alegado pelo parlamentar foi a falta de compromisso do Governo Federal com as metas fiscais. 

"Adotamos essa postura porque o governo desmoralizou a LDO de 2014 ao alterar a meta fiscal há menos de 20 dias do final do ano. Isso é uma aberração jurídica e fiscal. Como é que vamos agora ter certeza do cumprimento da LDO diante do comportamento do governo?”, afirmou o democrata. 

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De acordo com o deputado, a pauta só entrará em discussão quando o futuro ministro da Fazenda, Joaquim Levy, compareça ao Congresso para firmar o compromisso com as metas de inflação do superávit primário e redução do endividamento, como constam na LDO.   “Se o futuro ministro não vier aqui, o governo terá o dobro da dificuldade para aprovar a LDO do que teve na votação do PLN 36”, pontuou Mendonça. 

O anuncio foi feito durante a reunião da  Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO), quando o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini apresentou avaliação das metas políticas monetária, creditícia e cambial referentes ao segundo semestre de 2013 e primeiro semestre de 2014.

A oposição começou a semana cumprindo o que vinha prometendo, ou seja, obstruir os trabalhos da Comissão Mista de Orçamento (CMO) para impedir a votação do projeto de lei do governo que altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) em vigor para ampliar o abatimento da meta de superávit primário para este ano. O parecer do projeto nem tinha sido apresentado pelo relator, senador Romero Jucá (PMDB-RR), e a oposição começava sua obstrução.

Inicialmente, a reunião da CMO estava prevista para começar às 14h30, mas, como não houve quórum, o deputado Devanir Ribeiro (PT-SP), presidente da comissão, aguardou a chegada de deputados e senadores para conseguir o quórum mínimo. Só às 15h01, Devanir Ribeiro declarou aberta a reunião da CMO. Portanto, 31 minutos após o horário marcado. O Regimento Interno estabelece que, em não havendo quórum no horário marcado, serão aguardados até 30 minutos para então ter início à reunião. Caso nesse período não se atinja o quórum, a reunião é cancelada.

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Como passou um minuto do horário regimental para o início da reunião, parlamentares da oposição começaram os questionamentos com caráter de obstrução e conseguiram que o deputado Devanir Ribeiro encerrasse a reunião. Devanir tentou argumentar afirmando que foi um minuto de distração da parte dele. Os argumentos dele não foram aceitos pela oposição e Ribeiro encerrou os trabalhos e comunicou que convocou nova reunião para as 18h.

Além de questionarem que havia passado um minuto do horário estabelecido pelo Regimento Interno, os parlamentares da oposição também fizeram questões de Ordem em função da mudança do prazo de apresentação de emendas ao projeto. Inicialmente, estava previsto até o dia 24 para a apresentação das emendas, mas esse prazo foi encurtado para o dia 17 sem que fosse feita reunião com os líderes partidários para acertar o novo calendário.

“Estaremos aqui atentos a qualquer outro deslize regimental para defender o interesse do país para não permitir que aprove esse absurdo que é alterar a LDO, faltando apenas alguns dias para acabar o ano, evidenciando a incompetência do governo”, disse o líder da minoria, deputado Domingos Sávio (PSDB-MG), um dos principais parlamentares da oposição que está obstruindo a votação do projeto da LDO.

O líder do Democratas na Câmara dos Deputados, Mendonça Filho, anunciou que a Oposição da Casa vai entrar em obstrução a todas as medidas provisórias após a manobra política orquestrada pelo governo para evitar o debate sobre correção da tabela do Imposto de Renda às véspera da eleição. O acordo foi feito entre os líderes do Democratas, PSDB, PPS e Solidariedade após a sessão da Comissão Mista que trata da Medida Provisória 634/14 acatar a inserção do texto previamente apresentado na MP 644/14.

“Eu sei que a regra aqui na Comissão é passar com o rolo compressor em cima dos parlamentares, mas vamos obstruir e criar todo tipo de dificuldade na Câmara. Lá o jogo vai ser um pouco diferente porque o caldo vai engrossar”, anunciou o democrata.

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O governo quer incluir parte do conteúdo da MP 644, que versa sobre a proposta de reajuste em 4,5% da tabela do IR. A medida chegou a ser apresentada em pronunciamento oficial da presidente Dilma Rousseff, no 1º de Maio, e agora está sendo transplantada a uma MP que originalmente trata da prorrogação do prazo para a destinação de recursos aos fundos fiscais de investimentos. A manobra evita que o assunto entre em debate no plenário das duas Casas.

“É a MP Barriga de Aluguel. Um bebê de proveta onde se transplanta conteúdo por encomenda do gabinete presidencial  por medo do debate no parlamento em época de eleição”, declarou Mendonça.

Para o deputado, a intenção do Palácio do Planalto é barrar a discussão da emenda apresentada pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG), pré-candidato à Presidência da República, que havia proposto um reajuste de 6,5% atrelado ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

“Toda essa discussão diz respeito a uma questão relativa à sucessão presidencial e a presidente Dilma quer fugir do debate. O PT já demonstrou que não gosta da classe média e mais uma vez a massacra com uma correção pífia. Se ela está com medo do debate, se cometeu uma lambança do ponto de vista político, o problema é dela. O tema está no Congresso e retirá-lo é uma afronta à Constituição”, defendeu.

A bancada do PMDB na Câmara obstruiu nesta segunda-feira, 09, a sessão da Comissão Mista de Orçamento (CMO) e impediu a votação de relatórios setoriais em mais um capítulo do impasse na tramitação do Orçamento de 2014. O presidente da CMO, senador Lobão Filho (PMDB-MA), já prevê que a votação ficará para o próximo ano se um acordo não for construído até esta terça-feira.

A obstrução foi realizada após o aviso feito a líderes governistas pelas ministras Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e Miriam Belchior (Planejamento) de que o Planalto não cumprirá o acordo para o empenho de R$ 12 milhões em emendas em 2013 e que a presidente Dilma Rousseff vai vetar o artigo da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que torna obrigatório o pagamento no próximo ano, o chamado Orçamento Impositivo.

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Vice-líder do PMDB, o deputado Danilo Fortes (CE) comandou a obstrução. Ele foi o relator da LDO e responsável pela inclusão do Orçamento Impositivo no texto. Fortes afirma que todo o trabalho teve o aval do Ministério do Planejamento e não haveria motivo para veto. "Então os parlamentares foram feitos de otário? O que o governo queria nós fizemos e agora a ministra afirma que vai vetar?", questionou ele em entrevista após a reunião.

O presidente da Comissão já prevê que o impasse leve o Congresso a terminar o ano sem aprovar o Orçamento. "É preciso que o governo trabalhe para resolver as divergências com o PMDB da Câmara, porque se não tiver acordo a comissão será prejudicada. Se essa situação perdurar para amanhã pode esquecer de votar o Orçamento este ano", avisou Lobão Filho, ressaltando os prazos regimentais para a tramitação.

O Partido Democrata colheu nesta sexta-feira os primeiros frutos de sua histórica vitória no Senado, na quinta-feira, quando conseguiu mudar regras seculares que permitiam à oposição na casa, mesmo que minoritária, bloquear nomeações da Casa Branca. Com as mãos dos republicanos atadas, o governo de Barack Obama conseguiu seguir adiante em uma importante indicação para o Judiciário.

A confirmação foi a da procuradora Patricia Millett, que Obama nomeou para a Corte de Apelação do Distrito de Columbia, que tem poder de supervisão sobre a Casa Branca e agências federais. Os democratas devem, em breve, seguir adiante com outras duas confirmações.

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Apesar da vitória, o Partido Republicano e analistas apontam que, no longo prazo, democratas podem se arrepender por terem alterado as regras em uso no Senado norte-americano desde o fim do século 19.

A medida acirrou ainda mais a divisão partidária em Washington. "Se a maioria pode mudar as regras, então não há regras", afirmou o republicano John McCain, senador pelo Arizona. "Isso atropela todo o Senado dos EUA."

O mecanismo conhecido como "filibuster" era um recurso de forças minoritárias no Senado para travar nomeações feitas pelo presidente para os poderes Executivo e Judiciário (à exceção dos integrantes da Suprema Corte). Antes, eram necessários 60 dos 100 senadores para derrubar um bloqueio desse tipo. Agora, uma maioria simples - ou seja, 51 senadores - garantirá as nomeações. Os democratas têm 53 cadeiras no Senado.

A justificativa do maior partido na Casa é que os republicanos estavam usando o filibuster de maneira radical, bloqueando indicados do presidente Obama por questões ideológicas. "Não havia escolha: a minoria republicana tinha transformado as regras existentes em ‘armas de obstrução em massa’", disse Nan Aron, presidente do grupo Alliance for Justice.

O Partido Republicano afirma que seus rivais fizeram o mesmo durante presidências republicanas e se arrependerão quando perderem o controle do Senado. "Nos conforta a ideia de que chegará um dia em que os papéis estarão trocados", disse o senador republicano Charles Grassley. Fonte: Associated Press.

Quem precisa seguir pela BR-232, no sentido Recife/Caruaru, está enfrentando grandes transtornos. Devido às chuvas que caíram durante a madrugada desta sexta-feira (26), houve um desmoronamento de pedras de uma barreira. O problema se estende desde o final desta manhã.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o acidente foi registrado na altura do quilômetro 68, antes do túnel que dá acesso ao município de Gravatá. As duas únicas faixas da rodovia estão bloqueadas e, por isso, os veículos passam apenas pelo acostamento.

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O serviço de retirada das pedras está sendo executado por uma equipe do Departamento de Estradas e Rodagens de Pernambuco (DER). A assessoria do órgão não soube informar o andamento dos trabalhos nem quando eles serão concluídos.

Moradores do bairro de Afogados, Zona Sul do Recife, bloquearam a Rua Cosme Viana queimando pneus em uma manifestação, nas imediações do cruzamento com a Rua Três de Agosto, nesta manhã de quinta-feira (18). 

Apenas uma faixa da via não foi obstruída, o que causa grande congestionamento. A CTTU já se encontra no local e tenta liberar a via.

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O presidente da Frente Parlamentar da Agricultura, deputado Homero Pereira (PSD-MT), anunciou a votação da medida provisória do Código Florestal na Câmara para esta terça-feira, pondo fim à obstrução da bancada da agricultura verificada na primeira semana de setembro, quando a MP entrou na pauta do plenário. Mas, embora a disposição da maioria da bancada ruralista seja por votar o tema, uma minoria dos ruralistas, o DEM e o PSDB anunciaram obstrução. A posição dos partidos foi anunciada em reunião de líderes com o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS).

A resistência do PSD contra a MP foi derrubada na noite de segunda-feira em reunião da ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, com o líder da bancada na Câmara, deputado Guilherme Campos (SP), um dos que condicionavam a votação ao compromisso da presidente Dilma Rousseff de sancionar o texto como foi aprovado na comissão especial, beneficiando os médios e grandes produtores que desmataram ilegalmente.

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O líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse que vai esperar até o início da noite para ver se haverá número suficiente de deputados na Casa para votar a MP. "O quórum está baixo, o que facilita a obstrução", disse Chinaglia. "Veremos, mais tarde, se vamos conseguir votar ou não".

Com a posição anunciada pela bancada ruralista, o presidente da Câmara afirmou que houve uma mudança no perfil da disputa em torno da medida provisória. "Antes era a bancada da agricultura com o governo. Agora é a oposição com o governo", avaliou Maia. Ele considerou que a decisão da maioria da bancada ruralista em votar a MP facilita a condução da sessão de hoje.

Os ruralistas mais radicais, no entanto, insistem em ter garantia de que a presidente sancionará o texto como foi aprovado na comissão especial. "Não dá para exigir isso (sanção integral do texto)", disse Pereira, após almoço que reuniu a bancada ruralista. "Vamos fazer a nossa parte e votar", continuou. O deputado Homero Pereira afirmou que a maioria dos deputados da frente decidiu votar o texto aprovado na comissão especial e, depois, tentar sensibilizar a presidente Dilma a sancionar a proposta sem vetos. "Vamos votar o texto da comissão. Seria desrespeito não acatar o que foi aprovado por unanimidade na comissão", disse Pereira. "Depois vamos tentar convencer a presidente a sancionar. Vamos explicar a ela que foi o acordo possível", afirmou.

O governo não concorda com o projeto da comissão e insiste em votar o texto original da MP. As ministras de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, têm declarado que o governo não aceita as mudanças feitas pela comissão especial na chamada "escadinha". Essa regra estabeleceu faixas de recuperação das áreas desmatadas ilegalmente às margens dos rios proporcionalmente ao tamanho do imóvel rural. A lógica é que propriedades maiores têm de recuperar áreas maiores.

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