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Considerada a prioridade do presidente Lula (PT) no Congresso neste ano, o debate sobre a Reforma Tributária vai ganhar força logo após o Carnaval com a criação de Comissão Especial. A proposta do governo é comandada pela equipe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que projeta o aumento do PIB em 12% em 10 anos com os efeitos do controle da inflação mundial. Por outro lado, a oposição coordenada por partidos da direita tenta aliviar o modelo de impostos aos empresários. 

A ideia da equipe econômica é que a primeira proposta seja apresentada por Haddad em abril, com a entrega do texto final até o fim de junho. A primeira etapa seria ainda no primeiro semestre, com a votação da reforma sobre o consumo, enquanto o segundo passo seria levar a votação sobre as mudanças na renda para o fim do ano.  

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A nova estrutura fiscal defendida pelo governo substitui o teto de gastos e inclui o debate sobre a avaliação de políticas públicas. O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) acredita que a primeira parte seja aprovada no prazo estipulado pelo governo. Para isso, é estudada a possibilidade de retirar temas do texto base que podem criar entraves com a oposição, como o Simples Nacional e áreas da Saúde, Educação, Transporte Público e incorporações imobiliárias. Após reunião com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), foi um pouco mais conservadora e disse que a reforma não sai antes de seis meses. 

Fusão de PECs

O líder do governo na Câmara, o deputado José Guimarães (PT), adiantou que a Reforma Tributária será uma fusão entre duas Propostas de Emenda à Constituição (PECs), uma da Câmara e outra do Senado, que já tramitam. A natureza bicameral pode agilizar a aprovação. 

A PEC 45 cria um imposto único para a União, Estados e municípios, o Imposto de Valor Agregado (IVA). Na prática, ele deve juntar em uma única taxa o IPI, PIS, Confins, ICMS e ISS. O entendimento é que o IVA onere a cadeia produtiva e tenha capacidade de ser ajustável à economia digital. Já a PEC 110 sugere um tributo para a União e outro para os entes subnacionais.  

Como resposta aos questionamentos já levantados pela oposição, os governistas apontam que, caso a produção das empresas seja desonerada, muitos sócios vão começar a jogar o consumo pessoal para dentro da própria empresa para fugir do imposto. A situação também fala que a autonomia de pequenos municípios já é garantida, apesar de muitos já sobrevivem através do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). 

Oposição

Líder da minoria na Câmara, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL) se mostrou mais preocupado em movimentar o partido para defender o porte de armas em seu discurso de posse. A oposição não recebeu bem a proposta de unificar o imposto sobre consumo.  

O grupo que não aprova o modelo IVA indica que é melhor desonerar o setor produtivo. Nesse sentido, o imposto sobre consumo seria cobrado apenas na venda ao consumidor final ao invés de já incidir na cadeia de produção. Além da questão da autonomia dos municípios rebatida pelo governo, outro ponto levantado pela oposição foi sobre os prejuízos que a reforma pode acarretar aos prestadores de serviços. 

A representante do Novo na Câmara dos Deputados, deputada Adriana Ventura (SP), disse que o partido está disposto a enfrentar o que classificou de “retrocessos em todos os avanços na economia e na liberdade econômica”, entre os quais citou o embate entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre a autonomia do Banco Central.

“Infelizmente, não estamos otimistas com o novo governo. Cada vez que o presidente Lula tenta fazer um grande retrocesso, o mercado reage, o dólar sobe, a bolsa despenca", disse. Segundo ela, "todo mundo fica inseguro e isso tem um impacto direto na geração de emprego”.

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Adriana Ventura reforçou que o Novo fará “uma oposição responsável” diante de uma eventual decisão concreta de interferir nas decisões da autoridade monetária, como uma eventual revogação da lei que garante a autonomia do Banco Central e os mandatos fixos e não coincidentes com o governo de seus diretores.  Reforma Tributária Sobre as pautas do governo consideradas positivas pelo partido, Ventura destacou a reforma tributária.

O tema vai ser discutido por um grupo de trabalho a partir das propostas que já estão na Câmara (PEC 45/19) e no Senado (PEC 110/19). A relatoria será do deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).  “Vamos batalhar por ter um sistema mais simples e transparente, que faça com que o Custo Brasil diminua, porque hoje o Brasil está uma vergonha, de tanto tributo que cobra sem dar retorno à população”, disse a representante do Novo.

Oposição

Adriana Ventura acredita que o governo não terá problemas em assegurar a governabilidade em 2023, uma vez que, segundo ela, o PT conseguiu negociar com outros partidos, antes em oposição, para formar maioria – com exceção do Novo. Nesse contexto, ela afirma que o partido assume um papel importante.

“O Novo será o único partido de oposição. Claro que temos parlamentares que serão oposição em um partido ou outro, mas a gente sabe que esses partidos, no final, ficam em uma chapa branca que está sempre na base”, frisou Ventura.  A representante do Novo, partido com três deputados, é formada em administração pública e tem doutorado em administração de empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), com tese sobre Ética e Integridade. 

*Da Agência Câmara de Notícias

O senador Rogério Marinho (PL-RN) foi confirmado como novo líder da Oposição no Senado. A liderança foi formalizada na noite desta segunda-feira (6) e antecipada pelo Estadão/Broadcast.

Também foi formalizada a liderança da Minoria na Casa, que passou a ser ocupada pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI) - que foi ministro da Casa Civil no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ambos os senadores já aparecem relacionados aos cargos no site oficial do Senado.

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A relação entre Raquel Lyra (PSDB) e a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) ainda é distante. Apesar de aprovar sua reforma administrativa - que criou novos cargos comissionados e aumento salários de servidores -, a falta de diálogo com a governadora é criticada pelos deputados estaduais, que esperavam da nova composição um início de mandato com mais abertura. Nesse contexto, João Campos (PSB) pode ser uma peça-chave na busca por essa articulação. 

O distanciamento de Raquel com o legislativo é tido como uma característica herdada do pai João Lyra. Em seu primeiro mandato de prefeita, a Câmara Municipal de Caruaru já reclamava da falta de interesse no diálogo. "Frequentemente atores diferentes reclamavam de ausência total de escuta por parte da gestão municipal. Como governadora, creio que será muito difícil manter o mesmo tipo de postura", observou o professor doutor em Ciência Política, Gustavo Rocha.

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Na realidade de uma Câmara do interior, a gestora rapidamente conseguiu reverter a oposição e formou maioria logo no início do mandato. Porém, a pequena oposição que se preservou em Caruaru continuou a criticar a falta de debate e acompanhou esse afastamento contagiar os demais vereadores. "Sobre as aprovações, depois de conquistar uma ampla maioria, era na base do ‘rolo compressor’. Pouco debate, aprovações rápidas, e os poucos vereadores dissidentes geralmente denunciavam a falta de debate e os problemas dos projetos", apontou Rocha, que citou o acordo com a Caixa pela continuidade da obra da Via Parque. Nessa votação houve apenas um voto contra. 

Busca por prefeitos

Nesta semana, Raquel convidou prefeitos do Grande Recife e da Zona da Mata para ouvir suas demandas, e deve receber os representantes do Sertão já na próxima segunda (30). Como ex-gestora municipal, ela entende os benefícios desse contato direto para sua governabilidade, entretanto, esses encontros não dispensam o peso de atender à expectativa dos deputados estaduais para os próximos passos da sua gestão. 

"Ela já deveria ter iniciado os diálogos para não ser pega no contrapé no início da legislatura. Mas é de se esperar que haja uma composição. Afinal, ela foi deputada estadual e a vice tem uma grande experiência na Alepe. Sabem o que pode dificultar a vida delas", alertou o cientista político.

João Campos pode ser o caminho

Ainda sem movimentos claros para atrair o PSB, até o momento, o partido que carrega a maior base na Alepe também não se mostrou disposto a se bandear para o lado da governadora. A estratégia para começar a articular com o legislativo estadual pode passar pelo prefeito do Recife, João Campos (PSB). 

Considerado um dos principais interlocutores do partido a nível nacional, principalmente após participar da campanha de Lula (PT), João já afirmou que pretende criar uma relação tranquila com Raquel e deixar o clima eleitoreiro no passado.

Na medida em que ele e a governadora desemparedam essa relação, o PSB pode adotar uma posição mais independente da Frente Popular, o que seria melhor que uma oposição aberta pela condição de negociar cada pauta conforme os interesses do partido, avaliou Rocha. 

“Não sei qual a extensão de influência dele sobre os demais partidos. Mas o PSB sozinho já seria suficiente para ter uma maioria. Isso pode ser definido por posições na mesa diretora da Alepe, com acordos com as prefeituras, que daria uma disposição ao partido de manter uma posição, ainda que crítica, de apoio. O que tenderia a mudar em momentos em possa haver capitalização eleitoral. Em outras palavras, ainda que aconteça, tende a ser um apoio meio instável", complementou o estudioso.

Com a retomada de atos bolsonaristas contra o novo governo programados para este domingo em Brasília, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), afirmou que espera que a polícia não precise atuar e destacou que a "tomada de poder" só poderá ocorrer em 2026, com uma nova eleição presidencial.

"Queremos que a lei prevaleça e não haja crimes. Estou em Brasília, espero que não ocorram atos violentos e que a polícia não precise atuar. Tomada do Poder pode ocorrer só em 2026, em nova eleição", disse, em sua página oficial no Twitter.

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O protesto de extremistas na capital foi convocado pelas redes sociais. A Esplanada dos Ministérios foi fechada, mas ainda mostra pouca movimentação.

Conforme apurou o Estadão, relatórios de inteligência em poder do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicam que 100 ônibus com 3.900 pessoas chegaram a Brasília para retomar os protestos contra a eleição do petista.

A nova leva de manifestantes a favor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reverte o movimento de desmobilização do acampamento dos extremistas na frente do QG do Exército na capital.

Diante das ameaças, o ministro da Justiça autorizou a atuação das Força Nacional em Brasília, para reforçar o trabalho da Polícia Federal (PF), da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e das polícias do Distrito Federal.

Hoje, Dino também disse que conversou no sábado com governadores, inclusive da oposição, sobre a retomada dos protestos. Houve atos em São Paulo e em Belo Horizonte (MG) nos últimos dias.

O presidente do União Brasil, Luciano Bivar, afirmou neste domingo, 1º, que o partido não fará oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva. "Não tem demonstração mais explícita do que isso (integrar 3 ministérios). Partido não vai estar em oposição ao governo", disse ao chegar para a cerimônia no Congresso em que o petista tomará posse oficialmente.

Semana passada Bivar participou das últimas articulações com Lula para definir a composição da Esplanada dos Ministérios da gestão que se inicia hoje. O União Brasil acabou ficando com três pastas: Turismo, Comunicações e Integração Nacional. Contudo, como o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, mostrou na quinta, 29, Bivar está desgastado internamente e suas indicações não refletem as intenções da maioria da legenda, que tem afirmado neutralidade em relação ao novo governo.

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A oposição venezuelana pôs fim nesta sexta-feira, 30, ao "governo interino" de Juan Guaidó, reconhecido pelos Estados Unidos e pelo Brasil, após quatro anos de uma ofensiva frustrada para tentar depor o presidente socialista Nicolás Maduro.

Reunida no Parlamento eleito em 2015, de maioria absoluta e que defende a sua continuidade por considerar fraudulenta a vitória do chavismo nas eleições legislativas de 2020, a liderança opositora decidiu pelo fim do governo interino a partir de 5 de janeiro, por 72 votos a 29 e 8 abstenções.

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A derrota política de Guaidó, rosto da oposição ao governo de Maduro perante a comunidade internacional, ocorre quando os adversários do presidente planejam eleições primárias nas quais definirão quem o enfrentará nas eleições previstas para 2024.

Guaidó, presidente da Assembleia opositora, não conseguiu formar maioria para manter a figura interina apesar de alertar em vídeo publicado dois dias antes que sua eliminação implicaria em "risco real de perder bens, ações judiciais ou mesmo ser entregue ao ditador".

A decisão foi tomada por ex-deputados da Assembleia eleitos em 2015 que continua a exercer paralelamente e simbolicamente, apesar de seu mandato ter terminado em 2021. Maduro recuperou o poder da Assembleia Nacional.

Os partidos que votaram a favor da eliminação do período interino propõem a criação de uma comissão encarregada de administrar o patrimônio do Estado da Venezuela no exterior que ainda estão nas mãos da oposição com reuniões ad hoc do Banco Central da Venezuela e a estatal petrolífera PDVSA, para manter assim o controle da Citgo - refinaria com base em Houston (EUA) anteriormente controlada pelo governo Maduro. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O nome da primeira senadora eleita por Pernambuco, Teresa Leitão (PT), causou efervescência no público que estava presente na diplomação ao ser vaiada e aclamada sempre que seu nome era falado. A senadora eleita, que foi diplomada nesta segunda-feira (19), no Teatro dos Guararapes, em Olinda, reiterou que os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) não aceitam “a nossa vitória”, em referência a eleição do presidente eleito Lula (PT). 

Ao mesmo tempo que gritos de triunfo eram ouvidos quando era falado o nome de Teresa Leitão, como o “olê olê olê olá, Lula, Lula”, manifestações desrespeitosas com “Lula preso” eram proferidos pelos bolsonaristas presentes e foram cessados por não respeitar a democracia. “Começaram a insultar Lula, eu acho uma parte boa, porque me identificam com Lula, e uma parte ruim, porque esse povo não aceita a nossa vitória. Mas o presidente do Tribunal [Regional Eleitoral, André Guimarães] foi muito enfático: é uma atividade institucional, é permitida as manifestações, mas não a falta de respeito”, pontuou a petista. 

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“Acho que não foi feio para o Tribunal e nem para os candidatos que foram diplomados. Foi feio para quem não aceita o resultado das urnas e a democracia. Lula nosso presidente já diplomado e vai tomar posse no dia 1º de janeiro”, complementou. 

O vereador Alcides Cardoso (PSDB) foi o escolhido para liderar a oposição à gestão do prefeito João Campos (PSB) a partir de 2023. A definição ocorreu em reunião da bancada oposicionista realizada na manhã desta segunda-feira (19). O parlamentar assumirá o posto hoje ocupado pelo vereador e deputado estadual eleito Renato Antunes (PL).
Além da escolha do tucano, definiu-se o comando da vice-liderança da bancada, que ficará com o vereador Fred Ferreira (PL), entrando no lugar do vereador Tadeu Calheiros (Podemos).
“Sou grato pela confiança dos meus colegas de bancada ao me escolherem para liderar a oposição na Casa de José Mariano. A minha responsabilidade aumenta ao assumir esse posto. E o trabalho seguirá na mesma linha de atuação do meu mandato com a fiscalização dos gastos da prefeitura, a cobrança pela prestação de melhores serviços, com propostas que melhorem a vida dos recifenses e a defesa do empreendedorismo. Parabenizo o trabalho do vereador Renato Antunes na liderança da bancada e desejo sucesso no seu mandato de deputado estadual”, disse Alcides Cardoso. 
Aliado de primeira hora da deputada estadual e vice-governadora eleita Priscila Krause (Cidadania), o futuro líder da oposição está no seu primeiro mandato de vereador. O tucano é autor do projeto de lei para dar transparência à utilização do dinheiro arrecadado com as multas de trânsito, PL 208/2022, e da proposta que obriga a prefeitura a divulgar os gastos com passagens e diárias de viagens do prefeito realizados com dinheiro público, o PL 117/2022. Também foi dele a denúncia sobre a compra de 14 mil instrumentos musicais feita nos últimos dias da gestão do ex-prefeito Geraldo Julio (PSB).

   Finalizando sua passagem como governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), afirmou que “seremos oposição com responsabilidade”, em relação a nova gestão a governadora eleita, Raquel Lyra (PSDB), durante debate da CBN Recife, nesta sexta-feira (16).

O governador discutiu sobre o pensamento de mudança que a população evidenciou na hora do voto durante as eleições de 2022. Além disso, destacou o acirramento da disputa estadual, com cinco candidaturas potenciais.

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Por fim, ele afirmou que vai priorizar a oposição no contexto político que seguirá nos próximos quatro anos no Estado. O partido do governador continua sendo o que com tem maior bancada na Alepe. Para a próxima legislatura, o partido tem 14 deputados. 

O deputado estadual eleito e presidente do PSB de Pernambuco, Sileno Guedes, afirmou, nesta segunda-feira (28), que a bancada do partido na Assembleia Legislativa (Alepe) "não vai atrapalhar” o trabalho da futura governadora Raquel Lyra (PSDB), pois, segundo ele, essa nunca foi a “forma de fazer política” da do PSB.

Guedes ressaltou, porém, que os parlamentares socialistas terão uma postura “inarredável” na defesa do legado de 16 anos do PSB à frente do Governo do Estado com as gestões de Eduardo Campos (2007-2014) e de Paulo Câmara (2015-2022).

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“Temos toda uma construção, uma série de inovações que o PSB deixa como legado para Pernambuco, mas a população entendeu que era o momento de mudança. Assim foi feito e a gente respeita a decisão do eleitor pernambucano. É fato que o resultado da eleição nos colocou na oposição. Agora, a gente estar na oposição não significa dizer que a gente vai atrapalhar o trabalho da governadora eleita Raquel Lyra. Esse nunca foi o pensamento do partido, nunca foi a nossa forma de fazer política. O PSB foi vítima de vários comportamentos da oposição de atrapalhar por atrapalhar, mas não vai agir dessa forma”, disse Sileno em entrevista à Rádio Agreste FM, de Cupira.

O presidente estadual do PSB ainda reforçou que a bancada do partido vai se reunir, nesta terça (29), para definir sua atuação na Alepe a partir de 2023. “Já adianto que a tônica não será em definir se o partido será situação ou oposição, mas, sim, discutir nossa unidade, como trabalhar em conjunto para ajudar o Executivo a garantir os compromissos assumidos pela governadora eleita na campanha e fiscalizar o cumprimento desses compromissos, que é nosso papel. Mas não estamos nos propondo a atrapalhar ninguém. Agora, o que é inarredável para a bancada do partido é a defesa do legado do PSB. Inegavelmente, desde Eduardo Campos, e antes, com Arraes, Pernambuco teve avanços, e a gente não vai permitir nenhum retrocesso”, salientou.

Apoio

Eleito para o primeiro mandato, Sileno ainda se colocou disponível para intermediar diálogos tanto a nível estadual quanto nacional para prefeitos que o apoiaram ou não.

“Quando termina a eleição, você passa a ser o deputado de todo mundo, e não só de quem votou em você. Nos diversos cargos que ocupei, meu papel sempre foi o de juntar, abrir portas e dirimir conflitos através do diálogo. Então, me coloco à disposição de todo mundo, inclusive dos prefeitos que não nos apoiaram, para ser uma porta na Assembleia Legislativa. E o PSB, que elegeu Geraldo Alckmin vice-presidente, também estará no Governo Federal. Quero me colocar como elo para fortalecer as relações dos municípios com o Governo Federal”, finalizou.

O ex-deputado Wadih Damous (PT-RJ), integrante do grupo de trabalho que cuida da segurança pública no governo de transição, afirmou que a ideia de recriar o Ministério da Segurança Pública, a partir do desmembramento da atual estrutura do Ministério da Justiça, é um "equívoco" e destacou que a área não pode ser tratada como uma "mercadoria". A ideia de retomar a pasta já foi citada pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mais de uma vez durante eventos com governadores durante a campanha eleitoral.

"Acho que é um equívoco desmembrar. Embora haja respeitáveis opiniões ao contrário que defendem o desmembramento, eu não consigo conceber a Justiça separada de Segurança Pública. Como se a Segurança Pública fosse um item, uma mercadoria que se negocia", declarou Damous ao chegar no Centro Cultural Banco do Brasil, sede do governo de Transição.

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Cotado para ser ministro da Justiça, o senador eleito Flávio Dino (PSB-MA) também tem pregado que as duas áreas fiquem na mesma pasta. Questionado sobre a possibilidade de Dino ser ministro, o ex-parlamentar petista afirmou que ele seria uma boa escolha. "É um quadro excepcional, um jurista, foi governador, sabe lidar com a polícia, é um quadro provado, um belíssimo nome para o Ministério da Justiça".

O Ministério da Segurança Pública existiu durante 2018, no último ano do então presidente Michel Temer (MDB). A pasta foi extinta quando o presidente Jair Bolsonaro (PL) assumiu o governo em 2019. O presidente chegou a receber diversas pressões da Frente Parlamentar de Segurança Pública, conhecida como "bancada da bala", mas nunca chegou a retomar a pasta.

Conflitos

Como um dos motivos para que o ministério não seja recriado, Damous afirmou que pode acontecer conflito entre os dois ministros. "Digamos que desmembre, há políticas públicas com pontos de intersecção que pode haver contradição de condução. O ministro da Justiça que pensa de uma determinada maneira e um ministro da Segurança Pública que pensa de outra maneira. Nós sabemos que há pontos de intersecções. Por exemplo, na parte do sistema penitenciário é Segurança Pública ou Justiça? Não vejo sentido em desmembrar", disse.

De acordo com o ex-deputado, uma forma de atender parcialmente a pressão para um ministério exclusivo da área seria fortalecer ela internamente dentro da estrutura do Ministério da Justiça: "Acho que pode, já que há uma demanda no sentido de fortalecimento, de uma ênfase na questão da Segurança Pública, fortalecer dentro do Ministério da Justiça o setor que cuida da Segurança Pública, uma secretaria, um departamento".

O petista disse ainda que defende um "revogaço" dos decretos editados por Bolsonaro que flexibilizaram o acesso a armas de fogo e que estabeleceram sigilos de 100 em diversas informações.

Agremiação de Jair Bolsonaro, o Partido Liberal (PL) vai reafirmar lealdade ao presidente derrotado no segundo turno e se posicionar formalmente na oposição ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). De acordo com parlamentares da sigla, o anúncio será feito na tarde desta terça-feira (8), em Brasília, pelo presidente do partido, o ex-deputado Valdemar Costa Neto. Será a primeira entrevista coletiva do dirigente, ex-aliado do PT que chegou a ser preso como um dos ícones do escândalo do mensalão, em dez anos.

Impulsionado pelo desempenho do bolsonarismo no primeiro turno das eleições, o PL conquistou as maiores bancadas do Congresso Nacional, com 99 deputados e 14 senadores (6 escolhidos em 2022). Segundo parlamentares da legenda e líderes bolsonaristas, o movimento da sigla faz parte de uma estratégia para tentar frear o assédio de petistas à bancada da sigla na Câmara no momento em que Lula se aproxima do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), que já planeja sua campanha à reeleição à frente da Câmara.

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O PL estabeleceu como meta eleger o próximo presidente do Senado e vai tentar um acordo com o PP para emplacar o nome de Carlos Portinho (PL-RJ), um nome considerado moderado. Em troca, a legenda pode apoiar Lira, que, assim, ficaria menos dependente de um acordo com o PT.

Apontados como nomes fortes para presidir o Senado caso Bolsonaro vencesse no segundo turno, os também liberais Flávio Bolsonaro (RJ) e Rogério Marinho (RN) perderam força por serem muito identificados com o presidente.

Punição

Ainda há divergências nas bancadas eleitas do PL sobre como serão tratados os parlamentares que não seguirem a orientação da executiva e apoiarem pautas do novo governo. A ala mais ligada ao bolsonarismo defende punição aos parlamentares que não respeitarem as decisões da executiva, que terá Bolsonaro como presidente de honra a partir de 2023.

A expectativa entre políticos governistas é de que a ala pragmática das bancadas do PL vai aderir gradualmente à agenda do Palácio do Planalto a partir da mudança de governo. "O poder de atração do Executivo é muito grande. Não tenho dúvida de que o bolsonarismo será minoritário no Congresso. A tendência é o PL ficar isolado", afirmou o cientista político Carlos Melo, professor do Insper.

De acordo com Melo, após a vitória de Lula nomes sem experiência política eleitos na onda do bolsonarismo, como os ex-ministros Marcos Pontes (PL-SP), Sérgio Moro (União Brasil-PR) e Damares Alves (Republicanos-DF), tendem a ficar isolados das comissões mais importantes do Senado e distantes das articulações políticas. "Eles são relevantes no bolsonarismo, mas não no debate público nacional", disse o professor.

Pelas contas de políticos da federação que engloba PT, PCdoB e PV, a base de Lula no Senado pode chegar a 51 senadores caso o presidente eleito feche acordo com outros partidos, incluindo siglas do Centrão.

Seis dias após ser eleito presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encontra hoje um cenário bem diferente daquele previsto por líderes da Câmara e do Senado. Embora o resultado das urnas indique que o Congresso terá maioria conservadora, o pragmatismo da política dá sinais de que cargos e verbas do Orçamento atuarão como ímã para Lula atrair aliados.

Até mesmo partidos do Centrão, que compõem a base de apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL), têm mostrado disposição de diálogo com o novo governo. Dirigentes de igrejas evangélicas que difundiram boatos sobre fechamento de templos, em caso de vitória do petista, também prometem agora orar por ele.

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"Deus tocou no coração da bancada evangélica mais rapidamente que no do Centrão", ironizou o deputado Fausto Pinato (PP-SP), um dos integrantes da Frente Parlamentar Evangélica, ao comentar declarações do bispo Edir Macedo e do deputado Cezinha de Madureira (PSD-MG), que acenaram para Lula.

No Twitter, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse dispensar o perdão de Macedo, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus. "Ele é quem precisa pedir perdão a Deus pelas mentiras que propagou, a indução de milhões de pessoas a acreditarem em barbaridades sobre Lula e sobre o PT, usando a igreja e seus meios de comunicação para isso", escreveu ontem a deputada.

Após a crítica, Macedo publicou novo vídeo nas redes sociais, no qual afirmou não ser "burro" para ter alguma coisa contra alguém. "Eu não perdoei Lula, não perdoei ninguém, não tenho nada contra o Lula", comentou.

Ao Estadão, o deputado Cezinha, da Assembleia de Deus de Madureira, disse que o interesse em conversar com Lula não significa traição a Bolsonaro. "É óbvio que nenhuma pauta aberrante vai passar, como liberação de drogas e aborto. Mas estamos dispostos a trabalhar pautas que ajudem o Brasil", destacou o deputado, que atuou na campanha de Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador eleito de São Paulo.

CONGRESSO. Todas as tratativas no Congresso passam agora não apenas por indicações para a composição do Ministério como pelas eleições para a escolha da cúpula da Câmara e do Senado, em fevereiro de 2023. Lula é considerado cabo eleitoral de peso, mesmo que seu apoio não seja explícito.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), negocia o respaldo do governo para ser reconduzido ao cargo, com a manutenção do orçamento secreto. Em troca, promete facilitar a vida de Lula em votações de interesse do Planalto.

Na lista está uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que dá ao governo a licença necessária para gastar e tirar do papel despesas que não cabem no orçamento, como o aumento do Auxílio Brasil - a ser rebatizado de Bolsa Família - de R$ 600. No Senado, é provável que o PT apoie o projeto de reeleição do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Logo após as eleições, Lula e o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), enviaram emissários para conversar com Lira, como o deputado Neri Geller (PP-MT), vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária. Geller se aliou a Lula ainda no primeiro turno, embora a maior parte do agro tenha declarado voto em Bolsonaro.

Na conversa com Lira, o deputado - que comandou o Ministério da Agricultura sob Dilma Rousseff e não foi reeleito - sondou a possibilidade de parceria com o novo governo. Ala do PP defende a indicação de um ministro para a equipe de Lula. Geller é cotado para voltar a ocupar a Agricultura.

O presidente eleito vai se reunir com Lira na próxima terça-feira, em Brasília. "Queremos discutir as prioridades do novo governo no Congresso. As portas do diálogo estão escancaradas", disse o deputado José Guimarães (PT-CE), um dos coordenadores da campanha de Lula. A equipe petista pretende construir pontes com a maioria dos partidos e representantes da sociedade civil, isolando apenas a extrema-direita.

Para o deputado Claudio Cajado (BA), presidente interino do PP, uma definição sobre o apoio ou não a Lula só ocorrerá após a "ressaca eleitoral". Ele observou, no entanto, que o principal interesse do partido é o apoio à recondução de Lira ao comando da Câmara. "Temos o Orçamento para votar, que, acredito, seja algo importante para o governo que vai se iniciar a partir de janeiro", disse Cajado. "Essas conversas têm de ocorrer de forma natural, pensando no País."

Na primeira reunião da equipe de transição, anteontem, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, usou gravata vermelha, a cor do PT. "Gravata vermelha combina com qualquer roupa", constatou o deputado Rui Falcão (PT-SP), em tom de brincadeira. Guimarães, rindo, disse que a "força das urnas" está falando mais alto, mesmo no vestuário.

Até o PL de Bolsonaro abriga parlamentares que buscam diálogo com Lula. Embora a sigla tenha feito a maior bancada da Câmara, com 99 deputados, pelo menos 35 deles são nomes distantes do bolsonarismo. É este o número de deputados que o PT espera conquistar para apoio a seus projetos.

A possível dissidência, porém, já provoca reações. "Nós temos um alinhamento maior com Bolsonaro e queremos demonstrar a nossa intenção de formar o maior partido de oposição da história", avisou o deputado Carlos Jordy (PL-RJ). "Aqueles que tiverem intenção de debandar e de ser base de apoio do Lula devem ser expulsos do partido", completou Jordy, que integra o Centrão.

DOSSIÊ. Enquanto parte do mundo político se movimenta para se alinhar ao governo Lula, a extrema-direita bolsonarista continua a apostar na agitação para contestar o resultado da eleição. Live realizada ontem por um canal argentino divulgou dossiê apócrifo sobre supostas fraudes na disputa. A apresentação do conteúdo repleto de informações falsas foi publicada pelo canal La Derecha Diário, controlado por Fernando Cerimedo, apoiador da família Bolsonaro. O principal argumento é de que cinco modelos de urnas usadas este ano registraram mais votos para Lula do que para Bolsonaro.

CONTAS. Em outubro, o núcleo duro do Centrão, formado por PP, PL e Republicanos, fez 188 deputados. Lira espera, porém, contar com a adesão de União Brasil, PSD, PSDB e Podemos para formar um bloco de apoio à sua reeleição ao comando da Câmara. Com isso, o grupo ficaria com 314 parlamentares, que escolheriam as principais comissões na Casa.

A coligação de apoio a Lula, por sua vez, conquistou 121 cadeiras. Pode chegar a 223, se atrair totalmente MDB, PDT e, ainda, PSD, sigla que também consta dos cálculos do Centrão. Já o União Brasil é um partido em disputa tanto pelo "Centrão raiz" como por tradicionais aliados de Lula.

Ao que tudo indica, a oposição radical ao novo governo, neste primeiro momento, ficará mesmo com parlamentares mais ideológicos, que se dizem defensores da família e do combate à corrupção. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Minutos depois de um homem apontar uma arma contra Cristina Kirchner em Buenos Aires, na Argentina, diversos políticos opositores se manifestaram em repúdio ao incidente. Entre eles, o ex-presidente Mauricio Macri, principal opositor atual da vice-presidente argentina e que saiu derrotado nas urnas em 2019. "Este fato gravíssimo requer um esclarecimento imediato e profundo por parte do sistema de justiça e das forças de segurança", escreveu Macri no Twitter.

Mauro Negri, da União Cívica Radical (UCR), também se pronunciou em repúdio ao incidente, ocorrido no momento em que Cristina estava ao lado de militantes apoiadores na frente da sua residência. O suspeito foi identificado como Fernando Andrés Sabag Montiel, um brasileiro de 35 anos. "Democracia é vida e paz. Não é compatível com nenhum tipo de violência", disse Negri.

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O presidente da Argentina, Alberto Fernández, fez um pronunciamento em rede nacional para repudiar o ataque contra a vice-presidente e declarou feriado nesta sexta-feira, 2. "Este atentado merece o mais enérgico repúdio de toda a sociedade argentina. De todos os setores políticos, de todos os homens e todas as mulheres da república", declarou.

"A convivência democrática foi quebrada pelo recurso de ódio que tem partido de diferentes espaços políticos, judiciais e midiáticos da sociedade argentina. Podemos discordar, podemos ter profundas discordâncias, mas uma sociedade democrática os recursos de ódio não podem ter lugar porque geram violência", continuou.

Outros políticos que se posicionaram em solidariedade à vice-presidente foram o atual primeiro ministro da economia, Sérgio Massa, e a presidente da Câmara dos Deputados da Argentina, Cecilia Moreau.

O primeiro, apesar de fazer parte do governo de Cristina, é um histórico crítico do kirchnerismo. No Twitter, Massa disse que o incidente é uma consequência do "ódio e da violência" sobre o debate de ideias. "Quando o ódio e a violência prevalecem sobre o debate de ideias, destroem as sociedades e geram situações como a de hoje: uma tentativa de assassinato."

Já Cecilia, mais próxima da vice-presidente, declarou minutos depois do atentado que Cristina estava bem e pediu investigação máxima do atentado. "Espero que toda a liderança, a mídia e a sociedade como um todo repudiem o ataque e se comprometam com a busca da paz social acima de qualquer diferença", escreveu.

Repercussão internacional

No Brasil, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou o atentado contra Cristina de ameaça à democracia na América do Sul. "Toda a minha solidariedade à companheira Cristina Kirchner, vítima de um fascista criminoso que não sabe respeitar divergências e a diversidade. A Cristina é uma mulher que merece o respeito de qualquer democrata no mundo. Graças a Deus ela escapou ilesa", escreveu Lula, no Twitter. "Que o autor sofra todas as consequências legais. Esta violência e ódio político que vêm sendo estimulados por alguns é uma ameaça à democracia na nossa região. Os democratas do mundo não tolerarão qualquer violência nas divergências políticas", complementou o petista.

O presidente da Bolívia, Luis Arce, disse no Twitter que "repudia enfaticamente o atentado contra a vida da irmã Cristina Kirchner". Ele declarou que o país apoia a ex-presidente, sua família, o governo e o povo argentino. Já o antecessor de Arce, Evo Morales, relacionou o atentado ao imperialismo e à direita. "A direita criminosa a serviço do imperialismo não passará. O povo livre e digno da Argentina derrotará", disse no Twitter.

Presidentes de outros países da América Latina também se pronunciaram. O presidente do Chile, Gabriel Boric, prestou solidariedade na rede social e disse que a tentativa de homicídio "merece o repúdio e condenação de todo o continente". O presidente do Peru, Pedro Castillo, também prestou solidariedade à vice-presidente e ao povo argentino. Ele disse que o governo peruano "repudia todo o ato de violência".

O presidente do Equador, Guillermo Lasso, comentou sobre o caso, afirmando crer na democracia e rechaçar o ódio. Nicolas Maduro, da Venezuela, disse que o atentado "busca desestabilizar a paz do povo irmão argentino". O chefe do Executivo de Cuba, Miguel Díaz-Canel, disse, no Twitter, estar "consternado" com a tentativa de homicídio contra Cristina.

Prefeito de Araripina, no Sertão de Pernambuco, Raimundo Pimentel (União Brasil) afirmou, nesta sexta-feira (12), que o governador Paulo Câmara (PSB) "perseguiu" sua gestão e tratou a cidade a "pão e água" durante seu mandato. Raimundo, que não é aliado do governador, aproveitou a coletiva onde anunciou dissidência partidária e o apoio à candidatura de Marília Arraes (SD) ao Governo Estadual, para dizer que os prefeitos opositores ao PSB foram tratados de forma 'injusta' pela atual administração.

Em sua fala, inclusive, Raimundo pontuou ter sido retaliado até durante a divisão das vacinas contra a Covid-19.

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“Quero tratar esse momento como uma conclamação a todos os prefeitos que, assim como eu, sofreram na pele as perseguições, os maus tratos e abandonos que fomos submetidos nesses oito anos. Os prefeitos que discordaram do posicionamento político que foi dado a partir de 2014 [da escolha de Paulo Câmara pelo PSB]; os prefeitos que tomaram rumos diferentes, a partir de 2014 para cá, e foram tratados de uma forma absolutamente injusta e cruel, assistiram seus municípios serem tratados a pão e água”, cravou.

“A Araripina foi negado tudo, inclusive vacina. Uma distribuição injusta visando um projeto de marketing, no momento em que se deveria salvar vida humanas... Os prefeitos não aliados do PSB assistiram seus municípios perderem o FEM, que a partir de 2014 não obedeceu um critério de importância para a população, mas de alianças”, emendou Raimundo. Ao se referir ao Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento Municipal (FEM), criado pelo ex-governador Eduardo Campos.

Raimundo Pimentel está cumprindo o segundo mandato como prefeito de Araripina. Ele foi eleito em 2016 pelo PSL, hoje União Brasil, e reeleito em 2020. Ex-deputado estadual, Raimundo foi filiado ao PSB até 2015.

O LeiaJá entrou em contato com o Governo de Pernambuco para questionar sobre as afirmações do prefeito, mas até o momento da publicação não recebeu respostas. O espaço segue aberto.

Na manhã desta terça-feira (19), a oposição apresentou uma notícia-crime contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF), por conta dos ataques do mandatário às urnas eletrônicas e à Justiça Eleitoral em encontro com embaixadores estrangeiros na segunda-feira (18).

Os deputados do PT, PSOL, PCdoB, PDT, Rede, PSB, e PV denunciam ainda a prática de crime contra as instituições democráticas, de crime eleitoral, crime de responsabilidade, de propaganda eleitoral antecipada e ato de improbidade administrativa. 

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“O risco de rompimento do Estado Democrático de Direito praticada pelo representado é evidente, à medida em que usa de seu cargo de Presidente da República para ameaçar o TSE com a restrição indevida em seu trabalho, mediante a ‘persuasão’ imperativa das Forças Armadas, que não tem nenhuma atribuição legal de participação efetiva no processo eleitoral, a não ser o apoio logístico como vem sendo tradicionalmente prestado há muitos anos, levando as urnas para os locais mais distantes no interior do país”, afirmam os deputados na petição.

Os parlamentares apontam ainda que o discurso de Jair Bolsonaro foi "a prática de um dos chamados crimes de lesa-pátria ou de traição contra seu povo". 

Senadores de oposição que apoiam a abertura de uma CPI para investigar o gabinete paralelo operado pelo ex-ministro da Educação Milton Ribeiro e dois pastores no MEC defenderam a inclusão do presidente Jair Bolsonaro nas apurações do Legislativo. Partidos de oposição também vão reforçar no Supremo Tribunal Federal (STF) a necessidade de o presidente ser alvo de investigação por causa da suspeita de interferência na investigação conduzida pela Polícia Federal.

A Procuradoria da República no Distrito Federal alertou a Justiça sobre "possível interferência ilícita" do presidente nas investigações, o que devolveu o inquérito da Operação Acesso Pago ao Supremo. A atuação de líderes religiosos na pasta para negociação de agendas e verbas, revelada pelo Estadão, deu origem à investigação que levou à prisão de Ribeiro e dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura.

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"(O caso) evidencia a necessidade de apuração. Para a CPI, precisamos nos acostumar à correta leitura da Constituição, ou seja, preenchidos os requisitos, ela deve ser obrigatoriamente instalada", disse o senador Alessandro Vieira (PSDB-SE). "CPIs investigam fatos. Se existir atuação concreta do presidente, é natural que seja investigada." Para o senador, a CPI pode requisitar ao Supremo o conteúdo do inquérito e passar a investigar diretamente Bolsonaro no caso.

O líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que pedirá ao STF para abrir inquérito por crime de obstrução da Justiça contra Bolsonaro. O PT prometeu fazer o mesmo.

No Senado, governistas agem para barrar a investigação com a apresentação de outros pedidos de CPI e promessa de liberação de verbas do orçamento secreto. Aliados do Palácio do Planalto devem recorrer ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para tentar impedir a criação da CPI.

'Sacanagem'

A ala governista atua também para blindar Bolsonaro do caso. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), líder do PL no Senado, foi às redes sociais para dizer que o indício do Ministério Público é "sacanagem" contra o pai.

"Então havia gravação do ex-ministro falando que 'ele' achava que poderia ter busca e apreensão? Se 'ele' era Bolsonaro, por que o juiz e o procurador do MPF não remeteram os autos ao STF ao invés de prender o ex-ministro? Tá cheirando a 'sacanagem', além de crime, claro!", escreveu Flávio.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A oposição se mobiliza no Congresso nesta terça-feira, 10, para questionar o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), sobre a manobra do Centrão de impor a construção de milhares de quilômetros de gasodutos no País, a fim de viabilizar a implantação de usinas térmicas movidas a gás em regiões distantes. Além disso, o tema foi citado em reunião de parlamentares com o Tribunal de Contas da União (TCU), que demonstrou preocupação.

Como mostrou o Estadão, a proposta de aprovar um projeto bilionário que prevê a construção de gasodutos no País cai como uma luva para viabilizar projetos do empresário Carlos Suarez e seus sócios - hoje os únicos donos de autorizações para distribuir gás em oito Estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

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"Vamos atuar contra esse jabuti. Não tem nenhum cabimento essa nova tentativa de investir bilhões em um projeto direcionado como este", disse o líder do Novo, Tiago Mitraud (MG).

Em uma reunião nesta terça no TCU, sobre a privatização da Eletrobras, a bancada de parlamentares do PSB tocou no assunto. De acordo com o líder do partido na Câmara, Bira do Pindaré (MA), integrantes da Corte de contas demonstraram preocupação, de maneira geral, por causa da discussão sobre a transição energética e o uso de energias renováveis. A construção de gasodutos para a implantação de usinas térmicas movidas a gás, neste caso, foi considerada como uma contradição.

O TCU, contudo, teria dificuldade para agir em relação à manobra do Centrão, por se tratar de um assunto ainda restrito ao Legislativo, sem elementos para uma investigação imediata do tribunal de contas. Por isso, o movimento para questionar o "Centrãoduto" deve crescer primeiro no Congresso. "A ideia é questionar o sentido disso e o que estaria por trás de tudo isso. Vamos entrar no debate com ênfase, para que o Arthur Lira possa esclarecer", disse Bira do Pindaré ao Estadão/Broadcast Político.

Líder do PSOL na Câmara, Sâmia Bomfim (SP) criticou a ofensiva do Centrão. "Primeiro porque retira recursos do Tesouro para um projeto tecnicamente questionável. Mas principalmente por ser politicamente absurdo, atuar para favorecer um empresário em específico em detrimento das prioridades do País", disse a deputada. O partido também deve pedir explicações a Lira, por meio de sua assessoria técnica.

Nos planos do Centrão está retirar R$ 100 bilhões do lucro com a exploração do pré-sal que teriam como destino o Tesouro Nacional e direcionar para quitar o custo das obras. O valor se aproxima a tudo o que o governo tem para despesas com investimentos e custeio da máquina pública em 2022.

A articulação prevê que seja incluído um "jabuti" - termo usado para se referir a emendas que não têm relação com propostas originais - no Projeto de Lei 414, texto que trata de medidas de modernização do setor elétrico.

Na semana passada, o relator do texto, deputado Fernando Coelho Filho (União Brasil-PE), teve uma conversa reservada, na qual combinou os termos com Lira. O que está por vir é um "jabuti surpresa". Durante a votação da urgência do projeto, a emenda surgiria no texto, sem uma análise prévia dos deputados.

Desde 2015, já houve ao menos dez tentativas de criar o fundo para bancar a rede de gasodutos, conhecido como Brasduto, por meio de projetos de lei e medidas provisórias. Nenhuma teve êxito. Desta vez, porém, empoderado pelo presidente Jair Bolsonaro, o Centrão acredita que tem voto suficiente para concretizar o plano apelidado no meio político de "Centrãoduto". Um caminho para isso já foi traçado.

Senadores da oposição estão organizando uma ofensiva contra os interesses do Governo Bolsonaro, no intuito de persuadir congressistas que ainda não assinaram o requerimento da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MEC. A informação é do jornal O Globo e sucede os empecilhos para a instalação do pedido, protocolado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). A comissão quer investigar denúncias de corrupção e improbidade no Ministério da Educação. 

De acordo com a reportagem, serão abordados José Serra, que apoiou a CPI da Pandemia; Marcelo Castro, que preside a Comissão de Educação; Otto Alencar, que teve atuação relevante na CPI da Pandemia, além de outros senadores do PSD, partido que ocupa a segunda maior bancada do Senado (com 11 titulares) após as movimentações de filiação da janela partidária. 

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Na última sexta-feira (8), Randolfe anunciou ter conseguido as 27 assinaturas, mas perdeu três delas no final de semana. O senador Renan Calheiros (MDB-AL), que relatou a CPI da Pandemia, também atua para convencer os colegas a apoiar a instalação da comissão. 

Na avaliação do emedebista, ainda há muitos senadores que possam contribuir com a CPI, inclusive no PSD de Rodrigo Pacheco, presidente do Senado. “Só Omar Aziz (presidente da CPI da Pandemia) assinou no PSD. E o PSD é o partido que deve indicar o relator ou a vice-presidência da comissão porque é a maior bancada juntamente com o MDB”, disse o parlamentar. Tal qual Arthur Lira (Progressistas-AL), Pacheco é um obstáculo para a oposição no Congresso e já demonstrou desinteresse em criar uma CPI.  

- - > LeiaJá também: ‘Governo age para barrar CPI do MEC, suspeito de corrupção’

As denúncias 

Uma primeira denúncia apontou para um suposto tráfico de influência que visou favorecer aliados políticos de pastores evangélicos ligados ao ex-ministro Milton Ribeiro e ao presidente Jair Bolsonaro (PL). O chefe do Executivo teria, inclusive, feito pedidos para privilegiar o lobby evangélico diretamente. Com o escândalo chegando ao público, surgiram também denúncias de emprego irregular de verbas públicas, advocacia administrativa, corrupção ativa e passiva, usurpação de função pública e crimes de responsabilidade. 

Em audiência pública realizada pela Comissão de Educação, três prefeitos confirmaram o suposto esquema envolvendo pastores na pasta sob a gestão do ex-ministro Milton Ribeiro, que, em áudio vazado, indica que eles teriam o aval de Bolsonaro para atuar. 

Os prefeitos Gilberto Braga (PSDB), de Luís Domingues (MA); José Manoel de Souza (PP), de Boa Esperança do Sul (SP); e Kelton Pinheiro (Cidadania), de Bonfinópolis (GO) relataram que receberam pedidos de propina dos pastores para a liberação de recursos

No último dia 28 de março, Milton Ribeiro se demitiu. O pedido de exoneração foi feito por meio de carta ao presidente Jair Bolsonaro. A decisão de Ribeiro aconteceu após o vazamento de vídeo em que ele aparece realizando lobby, com verbas do ministério, com pastores evangélicos. 

 

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