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Com objetivo de preservar os direitos dos trabalhadores, o deputado federal Danilo Cabral (PSB) apresentou sete emendas à medida provisória 927/2020, editada pelo presidente Jair Bolsonaro na semana passada. O texto trata sobre as relações trabalhistas durante a vigeria do estado de calamidade pública provocada pela pandemia do novo coronavírus. “Não podemos permitir que os trabalhadores sofram com perdas justamente quando mais precisam. Nesse momento, precisam proteger as pessoas”, afirma o parlamentar.

Danilo Cabral lembra que a MP 927 passou por alteração, com a supressão do artigo que tratava sobre a suspensão dos contratos de trabalho e dos salários por quatro meses. “Apesar desse recuo, que foi uma vitória da sociedade, há muitos pontos que precisam ser modificados e aperfeiçoados”, diz. Ele acrescenta que o texto atenderam o setor empresarial, baseado na redução das prerrogativas dos trabalhadores, com alteração nas regras relativas à jornada, a férias e vigência de acordos e convenções coletivas.

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A primeira emenda restringe as mudanças nas relações de trabalho apenas ao período que durar a pandemia. O deputado lembra que o Poder Legislativo reconheceu que os efeitos da declaração do estado de calamidade pública limitam-se ao cumprimento dos resultados fiscais e limitações financeiras da União, não podendo servir de anteparo para uma maior limitação dos direitos trabalhistas dos empregados do país.

Outra emenda trata sobre a alteração do regime de trabalho presencial teletrabalho ou trabalho à distância. Na redação original, há a possibilidade de o empregador convocar o trabalhador a retornar às atividades presenciais sem qualquer formalidade ou garantia quanto à cessação do risco que motivou o afastamento do trabalho presencial. O deputado sugere que essa convocação dependerá da cessação das medidas de contenção existentes em decretos federais ou locais acaba por fragilizar a finalidade da norma.

Danilo Cabral também apresentou emenda para que a antecipação de férias se limite aos períodos aquisitivos concluídos até 31 de dezembro de 2020, não sendo autorizada a negociação de períodos futuros de férias. Há outra emenda que impede a negociação direta entre empregador e empregado, mantendo a primazia da negociação coletiva, mas sugere que poderá haver mudanças em acordos pela anuência do sindicato, por meios telemáticos, dispensada a assembleia geral, bem como que possam ser incluídas cláusulas excepcionais de garantia de emprego e medidas sanitárias de controle de exposição ao risco biológico de adoecimento pelo covid19.

Na sexta emenda, o deputado trata sobre os trabalhadores do grupo de risco, gestantes e lactantes. Ela assegura seu o afastamento das atividades laborais, quando não for possível o regime de trabalho remoto, de forma a minimizar o contato social e os riscos de contágio pela Covid-19. Por fim, há uma emenda que anula a retirada do poder de Polícia Administrativa da atividade de Inspeção do Trabalho. Para Danilo Cabral, reduzir os poderes dos Auditores Fiscais do Trabalho é um manifesto contrassenso.

*Da assessoria

 

Enquanto a população sofre em quarentena para reduzir os efeitos da pandemia, a Assembleia de Pernambuco (Alepe) parece não se preocupar com os impactos financeiros do novo coronavírus e divide as atenções com a nova decoração dos setores administrativos. Conforme publicado no Diário Oficial, nesta terça-feira (31), foi estimado o valor de até R$ 1,4 milhão para a contratação de uma empresa especializada em ornamentação.

A licitação para fechar a "ornamentação e ambientação de interiores nos setores administrativos" está marcada para o dia 7 de abril e será conduzida pela pregoeira oficial da Casa, Marcela Freitas. O mesmo valor também é associado à licitação para o fornecimento de equipamentos para a TV Alepe, que tem o início das transmissões virtuais agendado para esta terça (31).

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Enquanto o Legislativo gastar esforços e recursos com supérfluos, o Executivo adotou outra postura. O secretário da Fazenda do Estado, Décio Padilha, suspendeu todos os certames sem relação com o novo coronavírus ou os que sejam de caráter urgente. Já no Executivo, as licitações sem relação com a covid-19 só terão continuidade com autorização de um grupo de secretários, na Câmara de Coordenação Financeira.

 

Os sintomas da COVID-19 variam de um paciente para outro, mas são muito característicos deste vírus desconhecido pelo sistema imunológico e incluem cansaço, febre, tosse, dor de cabeça e, em alguns casos, problemas pulmonares graves.

- Altos e baixos

Uma das características da COVID-19 é seu caráter flutuante, destacam os médicos entrevistados pela AFP.

"Quando você está gripado, fica na cama durante vários dias e depois se sente melhor. Neste caso, os doentes podem se sentir melhor um dia e, no dia seguinte, voltam a estar mal. É muito surpreendente. Sou médica há 25 anos e nunca vi nada assim", afirma a clínica geral Marianne Pauti, que trabalha em Paris.

"Você tem a impressão de não ver luz no fim do túnel", comenta um profissional que atua com medicina do trabalho na capital francesa. Segundo ele, é importante que os pacientes sejam orientados para que descansem, mesmo quando têm a impressão de que estão se sentindo melhor.

Outro fator distintivo: a pessoa fica enferma de maneira progressiva, ao contrário da gripe, que se manifesta de maneira drástica.

Em geral, os sintomas duram duas semanas, ou mais, às vezes menos. E o agravamento pode acontecer depois.

- Perda do olfato

A anosmia, ou perda do olfato, é um sintoma estabelecido recentemente.

Os médicos detectaram muitos casos de pessoas que apresentavam este sintoma sem ter o nariz congestionado.

"Pareceu estranho", disse à AFP o otorrinolaringologista Alain Corré, do Hospital Rothschild de Paris. Ao lado de seu colega Dominique Salmon, do hospital Hôtel Dieu, eles examinaram 60 pacientes com anosmia: 90% apresentaram resultado positivo para o novo coronavírus.

A perda de olfato parece ser um sintoma patognomônico, ou seja, que por si só permite estabelecer um diagnóstico.

"No atual contexto, se você tem anosmia sem congestão nasal é porque é positivo para COVID-19, não vale nem a pena passar pelo exame", afirma o doutor Corré.

Neste caso, a pessoa deve ficar em isolamento para não infectar outras, mas o sintoma em si não é grave.

O vírus SARS CoV-2 é atraído pelos nervos: quando penetra no nariz, em vez de atacar a mucosa como outros vírus, ataca o nervo olfativo e bloqueia as moléculas de odor, explica Corré. A princípio é uma condição local.

- Cansaço e dor de cabeça

Os pacientes citam com frequência a astenia. "Sempre ouço a mesma coisa: pacientes cansados, que dão três passos e precisam deitar", explica a doutora Pauti. Geralmente a condição é acompanhada de cefaleias.

- Febre e dores musculares

Este vírus pode provocar uma febre flutuante, geralmente menos elevada que outros sintomas virais.

Muitos sentem dores musculares, clássicas em uma condição viral, mas com frequência são muito mais dolorosas e mais localizadas.

- Tosse

Uma tosse seca, às vezes com congestão nasal e dor de garganta, também é parte do quadro clínico.

- Problemas intestinais

Alguns pacientes sofrem diarreia e, de maneira mais pontual, náuseas. Mas estes sintomas "não bastam para diagnosticar a doença", segundo Pauti.

- Condições pulmonares

Quando o vírus afeta os pulmões, a dor é variável. Alguns pacientes mencionam uma sensação de compressão, outros sentem que não conseguirão continuar respirando, "algo que a ansiedade agrava, sobretudo, entre as pessoas vivem sozinhas", afirmam os médicos.

A situação é preocupante quando as pessoas "respiram mais rapidamente do que o normal", segundo a doutora Pauti, que recomenda, neste caso, ligar para a emergência.

Um agravamento brutal pode acontecer entre o 7º e o 14º dia, sob a forma de pneumonia bilateral, com um aspecto radiológico muito característico. "A tomografia permite saber quase com certeza que se trata da COVID-19", explica Pauline, uma médica de Paris que prefere não revelar o sobrenome.

Ela destaca que a maioria dos pacientes hospitalizados mostra "uma tolerância clínica incrível: não se afogam em absoluto, mesmo com parâmetros catastróficos de gasometria", que mede o nível de oxigênio no sangue.

"Quando se agrava, tudo acontece muito rapidamente", afirma a médica. Trata-se então de uma insuficiência respiratória aguda severa, como aconteceu com a epidemia de Sars e, em menor medida, com a gripe.

Na recuperação, o respirador pode permitir seguir adiante, mas a situação pode se deteriorar até provocar a morte, sem que se saiba exatamente o motivo. "Provavelmente é uma aceleração generalizada do sistema inflamatório, por motivos puramente virais", explica.

"O drama deste vírus é que afeta uma população 100% receptiva, já que é completamente novo para o sistema imunológico".

Com mais de 838 mil seguidores no Instagram, a modelo americana Jenna Lee, de 27 anos, decidiu ajudar os fãs que estão sobrevivendo com dificuldades financeiras após o surto da covid-19 nos Estados Unidos. Ela elegeu dois seguidores e garantiu que vai custear seus aluguéis durante o período de quarentena.

Jenna fez um post pedindo que os seguidores enviassem mensagens contando sobre as dificuldades de se sustentar durante o isolamento domiciliar. Ela também solicitou a apresentação do comprovante de aluguel, além de provas que confirmassem os problemas financeiros.

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"Não fique constrangido. Todos estamos tento problemas. Você não está sozinho", publicou a modelo. Após a análise, ela escolheu os dois perfis. O primeiro trata-se de Tess, uma mãe solteira de duas crianças, e o segundo será o Matt, pai de quatro filhos.

Na manhã desta terça-feira (31), o prefeito do Recife Geraldo Julio anunciou a abertura de 41 novos leitos hospitalares para pacientes infectados pela covid-19 no Recife. A expansão faz parte da construção de uma unidade provisória na Policlínica Amaury Coutinho, localizada no bairro da Campina do Barreto, na Zona Norte da capital pernambucana.

Com sete obras em andamento, a meta é que sejam construídos 163 novos leitos, equipados com 24 respiradores. A expectativa é que o plano de contingência no Recife consiga reservar 371 leitos, com 78 respiradores pulmonares, aos pacientes vítimas da pandemia.

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"A nossa escolha é tentar salvar a maior quantidade de vidas e reduzir o sofrimento que uma perda traz para uma família. A nossa escolha é tentar evitar esse sofrimento para o máximo de famílias possível", afirmou Geraldo Júlio.

Anteriormente, a Prefeitura do Recife (PCR) já havia ampliado o atendimento do Hospital da Mulher, no bairro do Curado, Zona Oeste do Recife, com 31 novos leitos. Mais 120 leitos de enfermaria estão sendo erguidos na área externa. A unidade deverá disponibilizar 208 leitos, divididos em 54 de UTI e 154 de enfermaria.

A Defensoria Pública de Pernambuco recomendou que não haja interrupção ou suspensão dos serviços de telefonia e internet em caso de inadimplência do consumidor no estado. As empresas do setor de telecomunicação deverão informar em 48 horas se vão acatar a recomendação.

De acordo com a Defensoria, os serviços de telecomunicação e internet são necessários para o cumprimento de medida de isolamento social. "(...) são indispensáveis para a população em isolamento social, como meio de obter informações de dentro de suas residências, bem como para trabalhar em regime de home office e, ainda, efetuar transações financeiras", diz o texto.

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O órgão destaca que o acesso à internet é essencial ao exercício da cidadania, conforme o Marco Civil da Internet. Lembra ainda a redução de renda de pessoas autônomas que ocorre durante a quarentena. 

A Defensoria também recomenda que sejam restabelecidos os serviços interrompidos nesse período de pandemia e oferecido pacote mínimo que permita a realização de ligações, envios de mensagens de texto e pacote de dados de acesso à internet aos clientes pré-pagos que estiverem sem créditos. 

Caso as empresas não acatem a recomendação, poderão ser adotadas medidas extrajudiciais ou judiciais. A Defensoria já conseguiu duas liminares garantindo o serviço de energia elétrica e água durante a pandemia.

O papa Francisco enviou uma carta para o presidente da Comissão Pan-Americana de Juízes para os Direitos Sociais, Roberto Andrés Gallardo, alertando para o risco de um "genocídio viral" em países que não tomam medidas para defender sua população em meio à pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2), informou o "Vatican News".

"Alguns governos adotaram medidas exemplares com prioridades bem definidas para defender a população. É verdade que essas medidas 'incomodam' aqueles que são obrigados a cumpri-las, mas é sempre para o bem comum e, a longo prazo, a maioria das pessoas as aceita e se move com uma atitude positiva", escreveu o líder católico.

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A carta, segundo a agência religiosa, continuou falando sobre as decisões neste período, dizendo que esses "governos que enfrentam a crise, mostram a prioridade de suas decisões: primeiro as pessoas. E isso é importante, pois sabemos que defender as pessoas supõe um prejuízo econômico". Para Francisco, "seria triste se o oposto fosse escolhido, o que levaria à morte de muitas pessoas, algo como um genocídio viral".

No documento, Jorge Bergoglio pede também que haja uma reflexão para o pós-pandemia, pois algumas das consequências dela já podem ser notadas - como por exemplo, a fome das pessoas mais vulneráveis na sociedade.

Da Ansa

A Câmara Municipal de Limoeiro, na Mata Norte de Pernambuco, suspendeu o concurso público destinado ao preenchimento de cinco vagas para níveis fundamental e superior. A medida foi tomada devido a pandemia do novo coronavírus.

As oportunidades são para os cargos de auxiliar de serviços gerais, guarda patrimonial, contador, controlador interno e procurador legislativo. O profissional contratado iria exercer as atividades em carga horária de 30 horas semanais, além de salário que varia de R$ 1.000,00 a R$ 4.000,00

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      As inscrições deveriam ser realizadas exclusivamente via internet, através do site da banca organizadora do certame, no período de 23 de março a 24 de abril. 

Para mais informações, confira o edital de abertura do certame.

Shamit Patel, um médico que está na linha de frente da batalha contra o coronavírus em Nova York, um dos epicentros mundiais da pandemia, prepara-se mentalmente para o pior nos próximos dias.

Quase 90% dos pacientes que o dr. Patel atende no Beth Israel, um dos hospitais de Mt. Sinai em Manhattan, têm COVID-19, a doença do contagioso novo coronavírus que provocou pelo menos 790 mortes na cidade de Nova York.

"O pior cenário é o que está acontecendo na Itália, onde você fica sobrecarregado com a quantidade de pacientes e não tem equipamento. É algo que esperamos não ver aqui, mas mentalmente estou me preparando", disse o médico de 46 anos em uma videoconferência com a AFP.

- A todo vapor, mas por quanto tempo? -

"No ritmo que estou vendo, o pico pode chegar ao final desta semana, ou na próxima", disse.

O estado de NY está em uma corrida contra o tempo para aumentar o número de equipamentos médicos e a capacidade hospitalar. De acordo com o governo estadual, porém, o déficit de leitos nos hospitais e de respiradores ainda está na casa dos milhares.

"Na semana passada, o percentual de pacientes com coronavírus que chegavam ao hospital passou de 50% para 75% e, agora, são 85%-90% do total", afirmou Patel.

O hospital está preparado para enfrentar a crise, mas está praticamente lotado de pacientes da COVID-19.

O fluxo de pacientes no Beth Israel ilustra o que acontece em Nova York, onde os casos confirmados de coronavírus passaram de 463 há duas semanas para mais de 36.000 na terça-feira.

"Talvez tenhamos o dobro, ou o triplo, de pacientes", prevê Patel. "Você não pode realmente triplicar o número de pacientes que está atendendo em um dia e administrar um tratamento efetivo", completou.

Ele está especialmente preocupado com a falta de respiradores suficientes nas UTIs. "Então, você deve começar a escolher quem receberá o respirador e quem não vai receber", desabafou.

- O desafio: saber o que funciona -

"O maior desafio é tentar decifrar exatamente o que funciona como tratamento e encontrar uma maneira de evitar que o paciente entre em Síndrome de Desconforto Respiratório Agudo" (SDRA), disse.

"Esta doença não discrimina e pode afetar qualquer um e provocar dano pulmonar a uma pessoa jovem, ou idosa", destacou o médico, que permanece calmo, apesar do aumento do número de casos.

Ele destacou que tem apenas duas semanas de experiência com o novo coronavírus, então, de certa maneira, trabalha um pouco às cegas.

"É estressante saber que vi um pequeno número de pacientes, mas isso não significa que tenha visto tudo, porque cada caso é diferente", relatou.

"Inclusive os médicos da China, da Coreia do Sul, ou da Itália viram-nos por um mês a mais que eu, ou dois meses, mas não encontraram milhares de pacientes e não têm esta base de dados em seu cérebro", completou.

"Estamos tentando reunir todas as informações e dizer 'isto funciona, isto não' (...) Estamos tratando os pacientes como acreditamos que devem ser tratados com base em alguns estudos que não são ideais", destacou.

- O medo em casa -

Um dos maiores temores do doutor Patel é infectar seu pai de 80 anos, que sofre do mal de Parkinson, ou sua tia, que tem câncer.

Os dois moram atualmente com o médico no centro de Manhattan, porque precisam de sua ajuda.

"Isto é provavelmente o que mais me preocupa (...) Não quero retornar para casa e infectá-los, porque acredito que não ficariam nada bem".

Ele contou que respeita as regras básicas de precaução. "Permaneço a uma distância de dois metros, quase todo o tempo fico no meu quarto e confiro periodicamente se estão bem. Limpamos tudo com toalhas desinfetantes".

Mas a ansiedade e a preocupação estão presentes o tempo todo - em casa, ou no trabalho. De acordo com o governador Andrew Cuomo, Patel e seus colegas disputam uma maratona.

"Se acontecer um pico (do vírus) e depois cair, podemos aguentar por um tempo", disse o médico. "Mas todos trabalhando no limite durante meses é algo difícil de sustentar".

"Será uma batalha longa e dura", concluiu.

Monitorado e investigado por cientistas de todo mundo, o novo coronavírus continua apresentando muitas incógnitas, três meses após seu aparecimento na China.

- Por que é benigno para alguns e muito sério para outros? -

A extrema variabilidade de seu impacto entre os pacientes não é surpreendente. Por que a COVID-19 causa nenhum ou poucos sintomas em 80% dos casos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), enquanto em outros provoca febre alta e até pneumonia fatal?

"As pesquisas desde fevereiro de 2020 mostram que o espectro clínico desta doença pode ser muito heterogêneo", confirma Leo Poon, da Faculdade de Medicina de Hong Kong.

Durante o auge da epidemia na China, Poon comparou com uma equipe chinesa da Universidade de Nanchang, no centro do país, um grupo de pacientes pouco afetados com doentes em estado grave.

Os resultados publicados na revista médica britânica The Lancet mostraram que os pacientes mais graves eram "muito mais velhos", com uma concentração de vírus "cerca de 60% maior" do que entre os pacientes menos afetados.

Isso se deve a uma reação imune insuficiente, devido à idade ou à exposição a doses mais altas do vírus?

Estudos sobre o sarampo mostraram que a gravidade estava relacionada à dose de exposição inicial ao vírus. A resposta para a COVID-19 é desconhecida.

- Suspenso no ar? -

Foi estabelecido que o coronavírus é transmitido por contato físico e pela via respiratória. Por exemplo, por meio das gotículas de saliva expelidas quando um paciente tosse.

Ele pode circular em suspensão no ar como a gripe?

Um estudo americano publicado no New England Journal of Medecine mostra que o novo coronavírus pode sobreviver até três horas em laboratório na forma de partículas no ar. Ainda não se sabe, porém, se essa faculdade se reproduz na vida real e se desempenha um papel importante na transmissão da doença.

"Não sabemos se o vírus está presente no ambiente, se persiste muito tempo no ar, ou em superfícies inertes. Sabemos que ele pode ser encontrado nessas condições, mas não se, dessa forma, é infeccioso", afirma a dra. Karine Lacombe, chefe do serviço de doenças infecciosas no hospital parisiense de Saint-Antoine.

- Quantos infectados? -

Quantas pessoas estão infectadas? Os números são muito aproximativos, exceto em países como Coreia do Sul e Alemanha, que aplicaram estratégias de detecção em massa.

O governo britânico, por exemplo, estimou em 17 de março que havia 55.000 casos no país, enquanto menos de 2.000 haviam sido oficialmente diagnosticados.

Ter uma ideia precisa da escala da epidemia é crucial para isolar os portadores do vírus e tratá-los melhor. Também será crucial, mais tarde, saber quem contraiu o vírus para determinar se já está imunizado a priori. Para isso, a ciência está desenvolvendo um novo teste.

- Vírus sensível ao tempo? -

A COVID-19 diminuirá com a chegada da primavera no hemisfério norte? É uma possibilidade, mas não uma certeza, respondem os especialistas.

Os vírus respiratórios, como o da gripe, são mais estáveis com um clima frio e seco, por isso são transmitidos principalmente no inverno.

Um estudo realizado por estudantes universitários de Hong Kong mostrou que o vírus da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), que atingiu a Ásia em 2002-2003 e é parente do coronavírus atual, resiste melhor a baixas temperaturas e à baixa umidade.

Um estudo americano recente da Harvard Medical School ressalta, no entanto, que "as mudanças meteorológicas por si só não levarão necessariamente a um declínio nos casos da COVID-19, se medidas sanitárias importantes não forem aplicadas ao mesmo tempo".

- Por que quase não afeta as crianças? -

As crianças praticamente não são afetadas pela COVID-19 e, salvo poucas exceções, quando desenvolvem sintomas, geralmente são leves.

Um estudo chinês publicado na revista Nature entre 10 crianças infectadas constatou que nenhuma delas ficou gravemente doente, com sintomas limitados a dor de garganta, tosse e febre baixa.

Segundo o mesmo relatório, as crianças que vivem com pessoas doentes têm duas a três vezes menos chances de serem infectadas do que os adultos. A razão é desconhecida, mas o mesmo fenômeno aconteceu com a epidemia de SARS.

O número de mortes diárias pelo coronavírus na Espanha voltou a subir nesta terça-feira (31), após uma leve queda na véspera, com 849 vítimas fatais em 24 horas, um recorde desde o início da pandemia, anunciou o ministério da Saúde.

O total de vítimas fatais no país subiu para 8.189 e o número de casos diagnosticados supera 94.400, com 9.222 contágios detectados nas últimas 24 horas, o que também representa o maior número em 24 horas desde o início da crise.

A Espanha é o segundo país, depois da Itália, com mais mortes provocadas por esta doença, que levou o governo a determinar o confinamento dos quase 47 milhões de habitantes desde 14 de março e a ordenar no dia 29 a paralisação por duas semanas de todas as atividades econômicas "não essenciais".

Em termos percentuais, que as autoridades espanholas estabeleceram como indicadores da evolução da pandemia, o crescimento da mortalidade mantém a desaceleração paulatina, passando de +12,4 a +11,6% diário, mas o de contágios subiu pela primeira vez em seis dias, de +8,1 a +10,8%.

"A tendência geral permanece", disse a médica María José Sierra, do Centro de Emergências Sanitárias, que atribuiu a aceleração ao acúmulo nos dados de segunda-feira de casos não notificados durante o fim de semana.

Os pacientes recuperados também registraram aumento, de 16.780 a 19.259, de acordo com os números do ministério da Saúde. Madri é a região mais afetada pela pandemia, com 44% dos casos, mas a Catalunha registra uma forte alta e já registra mais pacientes internados em UTI que a capital.

A pandemia de coronavírus segue em propagação pelo mundo, mas alguns territórios isolados, como Palau, Samoa, Turcomenistão ou Coreia do Norte resistem até o momento à chegada da doença.

Palau, um micro-Estado com 18.000 habitantes, é um dos poucos lugares do mundo que não registrou nenhum caso da Covid-19 à medida que aumentam os contágios ao redor do planeta.

Este país insular é apenas um ponto no Oceano Pacífico, a centenas de quilômetros do vizinho mais próximo, uma situação que até o momento o isolou do vírus, graças também às restrições de viagens.

Uma situação similar beneficia territórios como Tonga, Ilhas Salomão, Ilhas Marshall e Micronésia.

Mas o isolamento pode não ser suficiente para evitar a chegada do vírus. As Ilhas Marianas confirmaram os primeiros casos no fim de semana e na segunda-feira anunciaram uma morte suspeita.

Em Palau, Klamiokl Tulop, uma artista e mãe solteira de 28 anos, espera poder evitar o destino de cidades como Wuhan, Nova York ou Madrid, onde os serviços de saúde estão saturados pelo grande número de casos.

"Você percebe que a tensão está aumentando e também a ansiedade quando vai às compras", explica à AFP.

"As lojas ficam ainda mais cheias nas semanas em que não há pagamento", acrescenta.

Em Palau, uma pessoa foi colocada em quarentena esta semana e as autoridades aguardam os resultados do teste de coronavírus.

- Reclusão na Antártica -

Na Antártica, as 90 pessoas que vivem em bases australianas estão isoladas no único continente do mundo que não foi afetado pelo coronavírus.

"São provavelmente os únicos australianos que podem atualmente organizar um grande jantar ou ter bares e academias abertas", declarou à AFP Robb Clifton, o diretor de operações da divisão antártica.

As bases permanecerão isoladas até novembro, mas Clifton reconhece que o que preocupa os integrantes da expedição é "como seus parentes estão voltando para casa".

Em alguns lugares do mundo, a ausência de casos registrados não significa que não há contágio.

Isto acontece na Coreia do Norte, onde as medidas de isolamento parecem ter sucesso, apesar da proximidade com China e Coreia do Sul, dois países muito afetados pela pandemia.

Porém, a manipulação de algumas fotografias por parte da imprensa estatal provoca dúvidas sobre se o regime norte-coreano está dizendo toda a verdade.

- Esperando o inevitável

Em Palau, mesmo sem casos confirmados, o coronavírus altera os comportamentos e a economia.

Em Koror, a principal localidade do país, os supermercados estão sem gel desinfetante, máscaras e álcool.

A companhia United Airlines, que voava seis vezes por semana até Guam (que tem mais 50 casos de coronavírus), reduziu as viagens a uma por semana.

Os habitantes estão começando a aplicar medidas de distanciamento social e os médicos aguardam a chegada de testes de detecção de coronavírus de Taiwan.

De modo paralelo, o governo está construindo cinco unidades isoladas para internar até 14 pessoas. As autoridades parecem esperar o inevitável.

"Gostaria de ser otimista e afirmar que não teremos o vírus", disse Klamiokl Tulop. "Mas Palau com certeza terá o vírus. Dependemos muito do turismo e a maioria de nós precisa viajar para trabalhar".

Rondy Ronny, que se dedica a organizar eventos turísticos em Palau, admite que está muito preocupado à medida que perde clientes.

"Tenho empréstimos e contas a pagar", disse. "Isto definitivamente vai prejudicar, espero que o governo faça algo sobre nossa economia também, para ajudar na recuperação".

O ineditismo de ações de isolamento e quarentena em meio à tentativa de contenção do novo coronavírus tem feito uma pressão adicional em muitas famílias que estão tentando equilibrar o trabalho – em casa ou na rua -, as tarefas de casa e o cuidado com as crianças afastadas da escola e das atividades esportivas ou sociais.

Em vídeo gravado com exclusividade para a Agência Brasil, a diretora de políticas públicas para a América Latina e o Caribe do International Centre for Missing & Exploited Children (ICMEC), Kátia Dantas, elenca uma série de recursos que podem ser usados por pais e mães para tentar diminuir o estresse no dia a dia. Manter a rotina e as tarefas regulares dentro do possível é uma das dicas.

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Segundo a especialista, em momentos de estresse, é normal que a criança sinta maior necessidade dos pais, aumentando a exigência sobre eles. Para diminuir essa ansiedade, ela sugere conversas honestas com os pequenos, apropriadas para a faixa etária, sobre covid-19. É importante ainda ajudar as crianças a expressarem seus medos e ansiedades de forma positiva.

Para os adultos, ela reforça a necessidade de prestar atenção na saúde mental, o que vai contribuir de forma positiva também para o ambiente familiar. Ela sugere ainda a busca por informações em fontes fidedignas (imprensa, autoridades de saúde dos países e Organização Mundial da Saúde). Além disso, é importante também evitar o “bombardeio desnecessário” de notícias – concentrando a leitura em apenas um momento do dia.

A ICMEC é uma organização não governamental que atua, há mais de 20 anos, para erradicação do abuso e da exploração sexual de crianças, além do combate ao desaparecimento e sequestro de crianças no mundo inteiro.

Veja, abaixo, todas as dicas da especialista para apoiar famílias durante esse período:

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Após a aprovação de um auxílio emergencial para os trabalhadores informais, o governo tenta agora centrar seus esforços na aprovação de medidas para auxiliar empregados com carteira assinada durante a crise do novo coronavírus. A equipe econômica já acertou que trabalhadores domésticos formalizados terão acesso ao seguro-desemprego se tiverem contrato suspenso ou redução de jornada e salários. Em outra frente, o governo calcula que pode liberar cerca de R$ 1 mil por conta na nova rodada de saques do FGTS.

Segundo apurou o Estadão/Broadcast, a inclusão dos domésticos na medida de proteção aos trabalhadores formais foi um pedido do ministro da Economia, Paulo Guedes, que tem dito que "ninguém será deixado para trás". Quem for diarista poderá pleitear o auxílio emergencial a trabalhadores informais, caso preencha todos os requisitos.

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Como antecipou a reportagem, os empregadores poderão suspender o contrato por até dois meses, ou reduzir jornada e salário em 25%, 50% e 70% por até três meses.

No caso da suspensão, o governo pagará a parcela integral do seguro-desemprego, que vai de R$ 1.045 a R$ 1.813,03. Já na redução de jornada, o governo aplica o mesmo porcentual da redução sobre o seguro, enquanto a empresa arca com o restante do salário. A ideia é que, na soma das duas partes, nenhum trabalhador receba menos que o salário mínimo.

O governo prevê destinar R$ 51,2 bilhões ao pagamento de seguro-desemprego, integral ou parcial, a trabalhadores que forem afetados pela crise provocada pela pandemia. Esse é o impacto bruto da medida. A intenção dos técnicos é que a concessão do seguro-desemprego seja automática: assim que o empregador lançar a informação da suspensão do contrato ou da redução da jornada, o pagamento seria concedido.

FGTS

A nova liberação do FGTS para os trabalhadores deve ficar em torno de R$ 1 mil por conta, segundo duas fontes do governo informaram ao Estadão/Broadcast. O valor representa o limite possível de ser liberado nas contas sem comprometer a sustentabilidade do FGTS. O martelo ainda será batido nos próximos dias.

A estimativa é de que cerca de 60 milhões de contas serão beneficiadas pela medida. Contas com saldo de até R$ 1 mil poderão resgatar o saldo integral.

O governo estima uma injeção de aproximadamente R$ 34 bilhões com a nova rodada de saques. Desse valor, R$ 20 bilhões virão da transferência de recursos que hoje estão parados no Fundo PIS/Pasep. Outros R$ 14 bilhões já haviam sido disponibilizados por meio do "saque imediato" aprovado no ano passado, mas ainda não foram resgatados. Com o fim do prazo de resgate nesta terça-feira, 31, o dinheiro servirá para dar lastro às novas liberações.

O governo também quer baratear o crédito neste momento de crise e estuda zerar, de forma temporária, o adicional de 0,38% do IOF cobrado nos empréstimos para famílias e empresas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um juiz federal dos Estados Unidos suspendeu na segunda-feira (30) a decisão das autoridades estaduais do sul do Texas de incluir o aborto na lista de procedimentos não emergenciais proibidos durante a nova crise de coronavírus.

"A Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu com muita clareza" reconhecendo o direito das mulheres de abortar enquanto o feto não é viável, disse o juiz Lee Yeakel em sua decisão.

"Este tribunal não especula se a Suprema Corte incluiu discretamente uma cláusula, exceto em um estado de emergência nacional. Somente a Suprema Corte pode restringir o escopo de suas decisões", acrescentou, congelando a decisão do Texas, enquanto se aguarda uma revisão substancial da decisão.

Como outros estados, o Texas ordenou que adiassem procedimentos médicos não emergenciais para garantir a disponibilidade de camas de hospital para pacientes da Covid-19 e equipamentos de proteção para cuidadores.

Mas há uma semana, o procurador-geral garantiu que essa ordem também se aplicava ao aborto, exceto se a vida da paciente estiver em perigo.

Desde então, quatro outros estados, todos conservadores - Ohio, Iowa, Alabama e Oklahoma - seguiram o exemplo.

Essas decisões foram criticadas pelos defensores do direito à interrupção da gravidez, que denunciaram uma manobra "ideológica" e lembraram que o aborto não pode esperar.

É improvável que o caso termine aí: o Texas pretende recorrer da decisão, disse um porta-voz do procurador-geral à imprensa local.

A Suprema Corte dos Estados Unidos reconheceu em 1973 o direito de todas as americanas ao aborto, mas permite que os estados legislem sobre sua prática, o que gera grandes disparidades de acordo com as regiões.

A Itália, o país mais atingido no mundo pela pandemia do novo coronavírus, decidiu nesta segunda-feira (30) manter o confinamento até o próximo 12 de abril, apesar dos sinais de melhora com a diminuição do número de infectados.

As medidas de confinamento para os 60 milhões de italianos que estavam vigentes até a última sexta-feira foram prolongadas até o domingo de Páscoa, no dia 12 de abril, anunciou o ministro da Saúde, Roberto Speranza.

A decisão foi tomada pelo comitê científico que assessora o governo, informou o ministro.

"As medidas estão dando resultados", reconheceu Silvio Brusaferro, diretor do Instituto Superior da Saúde (ISS).

"Devemos respeitar as diretrizes do governo e prestar muita atenção ao isolamento dos positivos e dos seus familiares", insistiu.

Por sua vez, o governador da Lombardia, Attilio Fontana, a região mais castigada da pandemia, teme que a população comece a relaxar.

"Infelizmente, tenho visto mais pessoas e carros nas ruas, como se já não tivessem que respeitar as regras", lamentou, durante uma coletiva de imprensa.

Segundo as autoridades, muitas medidas deverão ser mantidas "por muitos meses", inclusive quando a incidência do vírus tiver caído, porque o risco de que se propague de novo é "muito alto".

Uma luz de esperança foi percebida nesta segunda quando os serviços de Proteção Civil comunicaram o balanço do dia. O aumento dos infectados foi de 4%, frente aos 8,3% de alguns dias.

O número de falecidos, no entanto, chegou a 812 nas últimas 24 horas, o que aumenta o número total de mortes por coronavírus na Itália para 11.500.

Pela primeira vez desde o início da pandemia, o número de pessoas infectadas na Lombardia diminui e passou de 25.392 para 25.006.

Essa tendência deverá se repetir para ser considerada de fato uma tendência.

Além disso, o número de pessoas que se recuperaram desde o domingo, um total de 1.590, nunca foi tão alto.

"Esperamos alcançar o pico em sete ou dez sias, logo, os contágios diminuirão", explicou nesta segunda o vice-ministro da Saúde, Pierpaolo Sileri.

"Na Lombardia percebe-se uma diminuição do número de casos e principalmente da demanda pelas emergências e pedidos de ambulância. Há como uma mudança, é um sinal de que o grande esforço que estamos fazendo, funciona", ressaltou Giulio Gallera, assessor da Saúde na Lombardia.

Um despretensioso almoço acabou virando um pesadelo para a família Teixeira do Ceará. Sem nenhum caso registrado de coronavírus na família, após a reunião familiar no dia 7 de março todos estavam infectados.

Alguns chegaram inclusive a ir direto para a UTI como revelou familiares ao El País. Bastaram dois dias para que os sintomas começassem a aparecer. Atleta desde os 6 anos, com participações em mundiais e no Iroman Rafael de 29 anos foi um dos que precisaram de tratamento mais aprofundado.

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“Vou fazer 30 anos e nunca parei. Bebo muito pouco, nunca coloquei um cigarro na boca, não tenho nenhum problema respiratório”, afirma Rafael que ficou por um curto período na UTI sendo encaminhado para um dos quartos do Hospital Monte Klinikum dias depois. Rafael chegou a ser diagnosticado com uma virose, mas apresentou uma piora no quadro o que levou ele até o tratamento intensivo. 

Laís, estudante de medicina e prima de Rafael confessa que não tem nenhuma suspeita de como o vírus pode ter se espalhado pela sua família:“A gente não sabe direito quem foi o primeiro a estar contagiado nem como começou. Mas no dia 9, segunda-feira, dois dias depois do aniversário em Fortaleza, algumas pessoas já começaram a ter os sintomas. Inclusive eu e meu pai”.

Com febre e dores no corpo Laís imaginava ter uma simples virose. Foram quatro parentes de Laís internados em estado grave. Seus pais, o primo Rafael, a outra prima, Thaís, e a mãe que não quis se identificar. A prima e a tia ficaram no mesmo quarto que Rafael. Thaís resistiu ao vírus, mas a mãe que faz parte do grupo de risco segue com cuidados médicos, mas apresentou melhoras no dia 27. O pai e o irmão de Thaís, o casal anfitrião, tios de Thaís, e mais três convidados  também foram infectados. 

“A última semana foi bem puxada. Eu era a única pessoa acompanhando eles nos hospitais o tempo inteiro. Eu que internei todos eles, então a pressão foi grande", revela Laís.

Um ex-diretor de Marketing e Comunicação do Clube Náutico Capibaribe faleceu nesta segunda-feira (30) com suspeita de infecção pelo coronavírus. O clube lamentou a morte de Mateus Zerbone nas redes sociais e prestou condolências a família. 

"O Náutico lamenta profundamente a morte do grande alvirrubro Mateus Zerbone, nesta segunda, com suspeita de infecção pelo coronavírus (COVID-19). Zerbone foi Diretor de Marketing e Comunicação do Clube. Nossa gratidão pelos serviços prestados e desejamos força aos familiares", lamentou o clube. 

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Matheus tinha 34 anos e era um fanático torcedor alvirrubro. Em seu perfil oficial do Twitter uma das últimas postagem, curiosamente, vem em tom de crítica ao presidente Jair Bolsonaro após o discurso contra o isolamento social feito no dia 22: "Nós infelizmente não temos um Presidente, temos um palhaço sentado na cadeira de presidente".

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A Espanha mostrou uma ligeira queda no número de óbitos diários por coronavírus, com 812 novas mortes entre ontem e hoje, em comparação com o recorde de 838 registrado no saldo anterior - anunciou o Ministério da Saúde nesta segunda-feira (30).

Segundo país com o maior número de mortes provocadas pela COVID-19, depois da Itália, a Espanha alcançou um total de 7.340 mortos.

Em termos percentuais, a progressão de falecimentos confirma a desaceleração considerável nas últimas 24 horas, a 12,4%, contra os 27% registrados na quarta-feira.

O número global de infectados diagnosticados chegou a 85.195, um aumento de 8%, o que também implica uma queda considerável em termos percentuais desde a última quarta (quando aconteceu uma alta de 20% dos casos), relata o balanço do Ministério.

"A tendência está diminuindo com as medidas de isolamento", afirmou com otimismo María José Sierra, do centro de emergências de saúde.

Sierra substituiu Fernando Simón, diretor do centro de emergências de saúde, na coletiva de imprensa diária dos especialistas técnicos, depois que ele testou positivo para o coronavírus.

Rosto mais conhecido dos espanhóis nas informações diárias sobre o vírus, Simón destacou no fim de semana que a Espanha pode ter chegado ao pico de contágios. "A evolução parece que se estabilizou, parece que inclusive está começando a cair", disse.

De qualquer forma, a principal preocupação das autoridades espanholas é a saturação dos hospitais nas áreas mais afetadas, com uma equipe dizimada: mais de 12.000 profissionais de saúde foram infectados, afirmou Sierra.

A pior situação acontece em Madri, com quase um terço dos casos e metade das mortes, onde dois necrotérios e um hospital de campanha precisaram ser instalados em um enorme centro de convenções.

Outros quinze hospitales desse tipo estão sendo implantados no resto do país com ajuda do exército, informou a ministra da Defesa, Margarita Robles.

Mesmo com a desaceleração do aumento de casos, "a pressão nas unidades de terapia intensiva será significativa nas próximas semanas". Madri e Catalunha já estão "no limite de capacidade, ou prestes a alcançá-lo", alertou Sierra.

- "A situação está ruim" -

"A situação se complica a cada dia", declarou o diretor médico do Hospital Clínico de Barcelona, Antoni Castells, à rádio pública RNE, admitindo que "devemos começar a racionalizar os recursos com base nas possibilidades de sobrevivência dos pacientes".

Outras regiões do país também mostram tensão no sistema de saúde.

"O vírus já invadiu dois terços do hospital" de Ronda em Málaga (Andaluzia, sul), contou à AFP o enfermeiro Jesús María García. "A situação está ruim, principalmente pela falta de equipamentos", com a necessidade de, por exemplo, reciclar vestimentas.

A dificuldade de obter materiais de proteção de saúde e testes em um mercado mundial congestionado tem sido outro problema admitido pelo governo. A Espanha adquiriu 628 milhões de euros em equipamentos da China, que devem chegar gradualmente a partir desta segunda-feira.

Os 46,6 milhões de espanhóis permanecem em confinamento desde 14 de março e devem prosseguir assim até pelo menos 11 de abril.

Em Madri, o tráfego terrestre caiu 30% e o uso de transporte público suburbano teve queda de 40% em relação à segunda-feira anterior, celebrou o ministério dos Transportes.

O governo do primeiro-ministro Pedro Sánchez decidiu restringir ainda mais o confinamento a partir desta segunda-feira, com a suspensão de todas as atividades não essenciais por duas semanas, em sua luta por restringir os contágios do coronavírus SARS-Cov-2.

Uma medida bem recebida pelos sindicatos, mas não pelos empregadores, que já criticaram a decisão tomada pelo governo na semana passada de proibir as demissões durante a crise de saúde.

"Se o país está parado, haverá desemprego, isso é evidente", disse à RNE o presidente da principal organização empregadora CEOE, Antonio Garamendi, que acrescentou: "Também temos um problema econômico gravíssimo e o problema econômico pode levar a um problema social".

A repercussão negativa das declarações e atitudes do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), diante da pandemia, fez sua lista de opositores aumentar no Congresso.  Isolado politicamente, o mandatário observa a crescente de líderes de centro-direita contra ele, enquanto lideranças da esquerda assinaram uma carta pedindo que deixe o cargo.

"Bolsonaro não tem condições de seguir governando o Brasil e de enfrentar essa crise, que compromete a saúde e a economia. Comete crimes, frauda informações, mente e incentiva o caos, aproveitando-se do desespero da população mais vulnerável", discorre o documento.

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Em outro trecho, a ala aponta que Bolsonaro não está a altura da Presidência e deve responder pelos "crimes que está cometendo". "Precisamos de união e entendimento para enfrentar a pandemia, não de um presidente que contraria as autoridades de Saúde Pública e submete a vida de todos aos seus interesses políticos autoritários. Basta! Bolsonaro é mais que um problema político, tornou-se um problema de saúde pública. Falta a Bolsonaro grandeza. Deveria renunciar, que seria o gesto menos custoso para permitir uma saída democrática ao país.  Ele precisa ser urgentemente contido e responder pelos crimes que está cometendo contra nosso povo", afirma o requerimento.

As lideranças garantem que o presidente é um "obstáculo" para evitar a proliferação do novo coronavírus."Jair Bolsonaro é o maior obstáculo à tomada de decisões urgentes para reduzir a evolução do contágio, salvar vidas e garantir a renda das famílias, o emprego e as empresas. Atenta contra a saúde pública, desconsiderando determinações técnicas e as experiências de outros países", avalia.

O texto assinado por Carlos Siqueira, presidente nacional do PSB; Carlos Lupi, presidente nacional do PDT; Ciro Gomes, ex-candidato à Presidência pelo PDT; Edmilson Costa, presidente nacional do PCB; Fernando Haddad, ex-candidato à Presidência pelo PT; Flávio Dino, governador do estado do Maranhão; Guilherme Boulos, ex-candidato à Presidência pelo PSOL; Gleisi Hoffmann, presidenta nacional do PT; Juliano Medeiros, presidente nacional do PSOL; Luciana Santos, presidenta nacional do PCdoB; Manuela D'Ávila, ex-candidata a Vice-presidência (PC do B); Roberto Requião, ex-governador do Paraná; Sônia Guajajara, ex-candidata à Vice-presidência (PSOL) e Tarso Genro, ex-governador do Rio Grande do Sul, também garante uma série de medidas para conter o avanço da covid-19 em um Plano de Emergência Nacional:

-Manter e qualificar as medidas de redução do contato social enquanto forem necessárias, de acordo com critérios científicos;

-Criação de leitos de UTI provisórios e importação massiva de testes e equipamentos de proteção para profissionais e para a população;

-Implementação urgente da Renda Básica permanente para desempregados e trabalhadores informais, de acordo com o PL aprovado pela Câmara dos Deputados, e com olhar especial aos povos indígenas, quilombolas e aos sem-teto, que estão em maior vulnerabilidade;

-Suspensão da cobrança das tarifas de serviços básicos para os mais pobres enquanto dure a crise,

-Proibição de demissões, com auxílio do Estado no pagamento do salário aos setores mais afetados e socorro em forma de financiamento subsidiado, aos médios, pequenos e micro empresários;

-Regulamentação imediata de tributos  sobre grandes fortunas, lucros e dividendos; empréstimo compulsório a ser pago pelos bancos privados e utilização do Tesouro Nacional para arcar com os gastos de saúde e seguro social, além da previsão de revisão seletiva e criteriosa das renunciais fiscais, quando a economia for normalizada.

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