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Uma mudança no perfil dos pacientes hospitalizados com covid-19 neste ano é o destaque do último boletim epidemiológico feito pelo Núcleo de Inteligência Médica do HCor (antigo Hospital do Coração), obtido com exclusividade pelo Estadão.

A análise comparou o total de 2.277 internados entre 2020 e 2021 com os 423 pacientes hospitalizados em 2022. O resultado aponta o aumento da idade média e da proporção de comorbidades apresentadas pelos doentes.

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Do início da pandemia até o ano passado, a idade média dos pacientes hospitalizados era de 61,7. Em 2022, houve o acréscimo de uma década (71 anos). Ao mesmo tempo, a grande maioria (91,9%) dos internados apresenta três ou mais comorbidades. Até o ano passado, esse índice era de 64,4%.

"Podemos inferir que a vacina cumpriu o papel de reduzir os casos graves de covid-19 porque as pessoas com menos comorbidades praticamente desapareceram do hospital", diz a epidemiologista Suzana Alves da Silva, coordenadora do Núcleo de Inteligência Médica do Hcor.

Apesar do perfil de maior risco da maioria dos internados em 2022, a necessidade de UTI diminuiu de 37,1% para 29,1%, enquanto a de ventilação mecânica caiu de 8,3% para 5,2%.

"Essa tendência mostra que as vacinas continuam tendo um bom efeito protetor contra a covid-19, mesmo na onda Ômicron", afirma Esper Kallás, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). "Estudos recentes indicam que as vacinas também reduzem sequelas da infecção pela atual variante".

SEM VACINA

Entre os hospitalizados no HCor neste ano, 31,8% não haviam recebido uma dose sequer da vacina. A taxa de letalidade foi de 5,5% entre os vacinados e de 9,9% entre os não vacinados. "Minha percepção pessoal é a de que boa parte da população ainda tem grande desconfiança em relação aos eventos adversos", afirma a médica. "As pessoas precisam entender que a mortalidade e a taxa de internação despencaram depois da vacinação. Essa é uma ótima notícia. O benefício da imunização supera em muito qualquer risco que ela possa trazer", ressalta Suzana.

Ainda segundo a médica, é fundamental que pacientes de risco e seus familiares entendam a importância da vacinação. Um exemplo da proteção conferida pelas doses é que os óbitos no hospital praticamente zeraram entre os pacientes acima de 40 anos com uma ou duas comorbidades. Atualmente, as mortes na instituição ocorrem em pacientes com múltiplas doenças e acima de 80 anos. "Em 2022, tivemos um aumento expressivo de mortes de pessoas que estavam em cuidados paliativos. Até o ano passado, esse grupo representava 12% dos óbitos. Agora ele é de 19%", salienta a médica.

PRONTO-SOCORRO

Nas últimas duas semanas, a covid-19 e outras doenças respiratórias aumentaram a procura pelos serviços de urgência e emergência na capital e no interior de São Paulo. No HCor não foi diferente. A taxa de positividade para covid-19 das pessoas testadas no hospital aumentou de 32% em abril para 62% em junho. Dos pacientes atendidos no pronto-socorro gripário em abril, 7% precisaram ser internados. Em junho, o índice subiu para 9%.

Embora a Ômicron pareça causar doença menos grave nas pessoas, a transmissibilidade é alta. A médica, dessa maneira, aconselha que as pessoas não descuidem das medidas de prevenção: lavagem das mãos e uso de máscara em ambientes fechados e também em locais abertos, em caso de aglomeração.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A foto com uniforme do Exército diante de uma fila de motocicletas é a primeira imagem da conta do Instagram do major João Paulo Costa Araújo. Ela mostra a conclusão de um curso em 2018. Um ano depois, as imagens da vida militar e da família foram trocadas por vídeos e fotos político-partidários. Militar da ativa, paraquedista e guerreiro de selva, ele virou seguidor de Jair Bolsonaro.

A estreia foi em 26 de maio de 2019, na primeira mobilização para apoiar o presidente. Em sua conversão ao bolsonarismo, o major - um católico conservador - chegou até a compartilhar as ofensas à República e ao marechal Deodoro da Fonseca, publicadas pelo então ministro da Educação Abraham Weintraub.

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A prova de tudo continua na internet. Ali estão as imagens de livros de Olavo de Carvalho, as fotos dele em manifestações em Brasília ao lado do blogueiro Allan Santos, a defesa da cloroquina e da ivermectina e as críticas às vacinas e à oposição. Nas redes, o major pôs em dúvida as urnas eletrônicas. E compartilhou imagem em que os ministros do STF Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes são retratados com o bigode de Adolf Hitler.

Foi ali que ele lançou o desafio aos superiores que o levou a ter a prisão preventiva decretada pela 10ª Circunscrição Judiciária Militar por desobediência. O apoiador do presidente, que se dizia pré-candidato a deputado federal pelo PL, recusou-se a cumprir a ordem de apagar as publicações políticas de suas redes sociais. Desde então, ocupa uma cela no 25º Batalhão de Caçadores, em Teresina.

Dois colegas disseram à reportagem reprovar seus modos, considerando-o um tanto rude. Calado e de poucos amigos, Costa Araújo é visto no Exército como pessoa complicada. É alvo de três procedimentos disciplinares e dois inquéritos. Um general disse que o major procurou confusão para ter palanque.

Costa Araújo é casado e tem uma filha e uma enteada. Nasceu em Campo Maior (Piauí), onde o pai, João Alves, participa da política local há 46 anos. Ele está no Exercito desde 2003 e pertence à Infantaria. O Estadão analisou 411 publicações do militar no YouTube, no Instagram e no Twitter. Localizou 258 bolsonaristas e partidárias.

Sua defesa pediu ao Superior Tribunal Militar a concessão de habeas corpus. Ao Estadão, seu advogado, Otoniel d’Oliveira Chagas Bisneto fez um apelo: "Faço um apelo ao presidente para que tome conhecimento do caso. Sei que ele não pode intervir, mas uma manifestação dele a favor de quem sempre o defendeu seria importante".

REAÇÃO

A prisão dele foi pedida pelos seus superiores da 10ª Região Militar. Em 21 de março, a 10ª Região recebeu a Recomendação 2/2022 da Procuradoria Militar. O documento orientava os militares sobre atividade político-partidária, elegibilidade e crimes em razão da violação da Constituição. No dia 28, a 10ª Região determinou que a ordem fosse lida nas unidades.

Um dia depois, o 2º Batalhão de Engenharia de Construção, em Teresina, onde o major servia, promoveu, em formatura, a leitura do documento na presença dos oficiais, subtenentes e sargentos. Costa Araújo estava presente. Ouviu tudo. Mas continuou com as publicações. Só no Twitter, fez mais 25. E desafiou os superiores a puni-lo. Ele escreveu: "Posso ser punido novamente por comemorar o dia 31 de março. Se eu for punido novamente esse ano, serei punido todos os anos até me afastar do @exercitooficial".

Diante disso, ao decretar a prisão do acusado, o juiz Rodolfo Rosa Menezes escreveu: "Saliente-se que o indiciado ocupa o posto de Oficial Superior, o que causa um agravamento no seu comportamento, pois as suas condutas representam um enorme desrespeito à hierarquia e disciplina, quando, em verdade, deveriam representar um exemplo para a tropa".

Para o advogado, o major está sendo usado para servir de exemplo aos militares. "Mas ele é pré-candidato e tem o direito de expor suas ideias. Criaram agora no Brasil o crime de opinião." Para ele, não houve ofensa à cadeia hierárquica. "Acredito que o caso é parecido com o do deputado Daniel Silveira (PTB-RJ)." ( Colaborou Robert Pedrosa, especial para o Estadão)

O Instagram testa alterar o atual modelo dos Stories para perfis que publicam muito, como os de influenciadores. Para visualizar todo conteúdo postado por determinada conta, o usuário pode ter que habilitar manualmente a função.

Apenas três Stories ficarão expostos, independente de quantos foram feitos pelo perfil. Assim como já ocorre em conteúdos patrocinados, o usuário vai precisar clicar na função "Mostra Tudo", abaixo do nome da conta, para assistir a todo conteúdo. Outra barra vai indicar a quantidade de publicações feitas e que ainda podem ser vistas.

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Em fase de testes, o recurso teria a intenção de equilibrar o tempo gasto na rede a ainda não tem previsão para ser expandido. “Está em fase inicial de desenvolvimento e sendo testado com uma pequena porcentagem de pessoas na plataforma", apontou a empresa em comunicado.

 

O novo ministro da Educação, Victor Godoy, chegou à pasta em julho de 2020, mesmo mês em que foi nomeado seu antecessor, Milton Ribeiro. Ele ocupou o cargo de secretário-executivo do MEC por pouco menos de dois anos, até ser oficializado como titular nesta segunda-feira, 18. Antes, passou 16 anos na Controladoria-Geral da União (CGU), onde começou sua carreira como auditor federal.

Godoy possui uma graduação e duas especializações, nenhuma delas na área da Educação. Segundo informações do ministério, ele é formado em Engenharia de Redes de Comunicação de Dados pela Universidade de Brasília (UnB). Concluiu o curso em 2003, um ano antes de ingressar na CGU.

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O ministro tem especialização em Defesa Nacional pela Escola Superior de Guerra. O tema de sua monografia nessa formação é a "competência dos órgãos públicos no combate à corrupção". Vale destacar que o ex-ministro Milton Ribeiro, seu antecessor, foi afastado após denúncias de corrupção reveladas pelo Estadão, envolvendo o gabinete paralelo de pastores que interferiam no empenho de verbas da pasta.

Ao anunciar Godoy como seu número 2, em 2020, Ribeiro destacou que o novo secretário-executivo trabalhava na área da CGU que auditava o Ministério da Educação. Uma de suas primeiras ações na pasta foi exonerar quatro ex-assessores especiais do ex-ministro Abraham Weintraub.

Em 13 de janeiro de 2021, Godoy participou de reunião do MEC com os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos, a dupla que compunha o gabinete paralelo da pasta. A agenda foi um café da manhã com diversos prefeitos. Entre eles, estavam alguns dos que relataram ao Estadão só ter conseguido acesso ao ministério por meio dos pastores, como Nilson Caffer (PTB), Adelícia Moura (PSC), Laerte Dourado (PP) e Fabiano Moreti (MDB). A pauta do encontro foi "alinhamento político".

Godoy também tem especialização em Globalização, Justiça e Segurança Humana pela Escola Superior do Ministério Público. Segundo seu currículo na plataforma Lattes, o ministro tem somente um artigo publicado em periódico científico. Ele é coautor de um estudo sobre acordos de leniência.

Até 2020, sua experiência profissional também não esteve relacionada ao campo da educação. Na Controladoria, foi chefe de divisão, coordenador-geral de auditoria e chefe da Diretoria de Acordos de Leniência. Fez carreira em funções administrativas, como a que ocupou no Ministério a partir de 2020.

Quase três anos após o ex-ministro Sérgio Moro, hoje pré-candidato a presidente, ter o celular invadido em um ataque cibernético, sua mulher, Rosangela Moro, também foi alvo de um crime virtual nesta segunda-feira (28). Os perfis da advogada no Instagram e no WhatsApp foram hackeados.

Em mensagem publicada após recuperar o acesso ao perfil no Instagram, Rosangela informou que as redes socais foram invadidas para "aplicar golpes, lesar outras pessoas ou mesmo para se passar por mim". "Pelo visto ninguém está imune", escreveu.

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No período em que assumiu o controle dos perfis, o hacker anunciou a venda de eletrodomésticos e eletrônicos. O objetivo, segundo a mensagem publicada, seria "ajudar uma prima" que está de mudança e passa por "problemas pessoais".

O próprio Sergio Moro foi alvo de um grupo hacker em junho de 2019, quando ainda era ministro da Justiça no governo do presidente Jair Bolsonaro (PL). O ataque atingiu o perfil de Moro no Telegram. O material obtido na invasão, cuja autenticidade é contestada pelo ex-ministro, inflamou os pedidos para que ele fosse declarado suspeito nos processos da Lava Jato envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o que foi reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no ano passado.

Um perfil no Instagram, intitulado ex.posed_sizenando e criado na última quarta-feira (23), reúne denúncias de assédio ocorrido na Escola de Referência em Ensino Médio (EREM) Sizenando Silveira, localizada na área central do Recife. De acordo com as publicações, os casos envolvem professores da instituição de ensino e um porteiro e seriam abafados pela gestão.

"Essa não é a primeira vez que algo do tipo acontece, levando em consideração que outras vezes já foram ocultados casos de assédio dentro do colégio, como o caso de Enilton, entre outros. O crime foi deportado para a direção pelas mães das vítimas, mas a atual diretora as convenceu de que estava tudo bem, além de mandar os professores não falarem sobre o assunto em sala de aula assim diminuindo a gravidade do crime", afirma o perfil.

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A reportagem iniciou contato com a página que, em um primeiro momento, aceitou responder aos questionamentos. No entanto, até o fechamento da matéria não recebemos nenhuma resposta. O LeiaJá também tentou contato com a EREM Sizenando Silveira por telefone, mas a gestora da unidade afirmou que não falaria sobre o assunto e nos direcionou à Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco (SEE).

Por meio de nota, enviada à reportagem pela assessoria, a SEE esclarece que a escola convocou a família das estudantes envolvidas no “suposto caso de assédio para uma reunião com o suposto autor, um professor, onde a situação foi esclarecida”, diz trecho do comunicado.

Ainda de acordo com a secretaria, a gestão da unidade de ensino registrou um boletim de ocorrência, nesta quinta-feira (24), contra o perfil ex.posed_sizenando por calúnia e difamação. Segundo a nota, o caso será investigado pela Polícia Civil. Confira o comunicado na íntegra:  

“A Secretaria de Educação e Esportes (SEE) esclarece que a Escola de Referência em Ensino Médio (EREM) Sizenando Silveira, situada no Centro do Recife, convocou, na última semana, as famílias das estudantes envolvidas no suposto caso de assédio para uma reunião com o suposto autor, um professor, onde a situação foi esclarecida. A gestão da unidade de ensino registrou um boletim de ocorrência nesta quinta-feira (24) contra o perfil no Instagram por calúnia e difamação. O caso será investigado pela Polícia Civil de Pernambuco".

A autoria de um estupro de uma mulher em Roraima, ocorrido em 2019, foi desvendada graças ao cruzamento de DNA. Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública, o perfil genético do acusado já estava inserido no Banco Nacional de Perfis Genéticos por meio do Instituto de Criminalística do Maranhão. O estado faz parte da Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos (RIBPG).

Na investigação, os peritos de Roraima coletaram os vestígios na vítima de agressão sexual e trouxeram para processamento em conjunto com peritos federais, por meio do Centro Multiusuário de Processamento Automatizado de Vestígios Sexuais, no Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal, em Brasília. Após análise e inserção do material no Banco Nacional, foi detectada a coincidência com os dados do Maranhão. O acusado, que não teve a identidade revelada, já estava preso no estado. Ele responde a mais de 20 processos por diversos crimes, pelo menos dois deles já haviam sido detectados pelo banco estadual de perfis genéticos.

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A Rede

Desde o início do projeto de fortalecimento da Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos (RIBPG), em 2019, o número de perfis no Banco Nacional de Perfis Genéticos aumentou mais de 700%, chegando a mais de 130 mil, incluindo perfis genéticos de condenados criminalmente, vestígios criminais, restos mortais não identificados, familiares de pessoas desaparecidas, dentre outros. A RIBPG já auxiliou em mais de 3,4 mil investigações criminais no Brasil. Atualmente, todas as 27 unidades da federação contam com laboratório de genética forense em suas instituições de perícia oficial. 

O perfil oficial da Câmara dos Deputados curtiu uma publicação no Twitter que brincava com a morte do astrólogo e influenciador bolsonarista Olavo de Carvalho. A postagem, feita pela conta "@RealMORTE", diz: "Olavo de Carvalho Check".

Depois de algumas horas, o perfil da Câmara retirou a curtida. A atividade, contudo, irritou alguns usuários da rede social, que pedem que o responsável seja punido.

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Aos 74 anos, Olavo de Carvalho morreu na última segunda (24), nos Estados Unidos. O influenciador estava com Covid-19, mas a causa de sua morte não foi divulgada pela família. Natural de Campinas, em São Paulo, ele deixa a esposa, Roxane, oito filhos e 18 netos.

Pedido de desculpas

A conta oficial da Câmara dos Deputados pediu desculpas pela curtida e publicou uma nota. "Detectado às 8h11, o erro foi imediatamente corrigido. Reiteramos nossos sentimentos à família e sinceras desculpas, não somente como empatia humanitária, mas especialmente respeitosa ao Dr. Olavo de Carvalho", escreve.

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Após dois mandatos em sua estreia política como Prefeito do Recife, a ordem natural de sucessão apontava Geraldo Julio como candidato do PSB ao Governo de Pernambuco em 2022. Afastado dos perfis nas redes sociais, Geraldo e o PSB veem uma página no Instagram construir um ambiente de campanha para o atual secretário de Desenvolvimento Econômico.

Sem tanta participação nas redes sociais, ele vem sendo blindado pelo partido desde o fim do mandato em 2020.

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O governador Paulo Câmara disse que o próprio ex-prefeito recusou participar da disputa. Sem prazo para anunciar o candidato, Câmara frisou que perfil escolhido será da política e com capacidade de gestão, características que se encaixam a Geraldo.

No Instagram, a página @soumaisgeraldojulio rasga elogios a seus feitos de gestão e pavimenta a campanha ao Governo. 

A primeira publicação é de novembro de 2015. Até hoje, o perfil com orientação de fã clube compartilha conteúdos para exaltar o gestor e agora vem se esforçando por sua candidatura ao Governo.

Diferente de Geraldo, a página preza por uma maior frequência para alimentar o feed com conteúdo. Após garantir que o ex-prefeito está pronto para ser lançado pelo partido e construir a candidatura nos 184 municípios do Estado, nesta terça-feira (18), o perfil publicou uma bandeira de Pernambuco com a legenda: "Eu já escuto os teus sinais. Simbora, Geraldo! Simbora, Pernambuco!".

São 53 mil seguidores, entre eles o atual prefeito João Campos, o perfil oficial do PSB no Estado e o presidente local da sigla, Sileno Guedes, que não respondeu às tentativas de contato do LeiaJá para confirmar a participação do atual secretário nas eleições.

O ano de 2022 reserva grandes mudanças na política brasileira e já deu as caras carregando toda a tensão criada em 2021. A pandemia, a crise econômica, os escândalos envolvendo a vacinação e as pautas polêmicas no Congresso Nacional inflaram ainda mais o senso de polarização existente no cenário atual. Em todas essas manifestações, existiram mulheres, do Legislativo e do Executivo, fazendo algumas das principais jogadas políticas, ainda que em menor número. 

Na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, no Senado, na Câmara dos Deputados ou mesmo a nível regional, a atuação feminina tem feito parte das decisões mais relevantes no Brasil. Conheça abaixo 22 mulheres da política para ficar de olho em 2022: 

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Simone Tebet (MDB-MS) 

A senadora é a aposta do MDB para a presidência e já teve pré-candidatura oficializada pela sigla em dezembro do ano passado. Até o momento, Simone Tebet é a primeira mulher a anunciar que vai disputar o Palácio do Planalto este ano. Ela foi aposta do presidente nacional da sigla, o deputado federal Baleia Rossi, que considera Tebet um nome de peso da “terceira via”, como é chamado o grupo que se opõe à polarização Lula vs. Bolsonaro. 

Na CPI da Covid, a parlamentar foi uma das mais ativas a defender a vacinação e o impeachment do presidente Jair Bolsonaro (PL). Foi bastante elogiada por sua atuação na Comissão e protagonizou o episódio da “deputada descontrolada”, que repercutiu bastante nas mídias, o que motivou denúncias por sexismo no ambiente do Senado, predominantemente masculino. Em setembro de 2021, durante sessão da CPI, Tebet foi chamada de “descontrolada” pelo ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, durante discussão sobre o escândalo da Covaxin. 

Eliziane Gama (Cidadania-MA) 

Jornalista e senadora, Gama foi um dos destaques da CPI da Covid em 2021. Vencedora do prêmio Congresso em Foco 2020 como “Melhor Parlamentar”, foi também a primeira mulher a relatar uma indicação de ministro ao Supremo Tribunal Federal, na sabatina de André Mendonça. Seu protagonismo político e a agenda pela sustentabilidade são alguns dos aspectos que irão manter a senadora nos holofotes também no ano de 2022. 

Outra forte bandeira de Eliziane é a desigualdade de gênero: ela é uma das 11 mulheres no Senado - contra 70 homens - e também a única mulher da Casa a liderar uma bancada partidária. 

Marília Arraes (PT-PE) 

A petista pernambucana foi um dos nomes com maior destaque na Câmara dos Deputados em 2021, não apenas pela sua participação política e coautoria de projetos ativos, mas, sobretudo, pelo Projeto de Lei 4968/2019, que ficou conhecido como “PL dos Absorventes” e rendeu discussões por todo o país. Marília já era um nome quente em Pernambuco, sendo parte do clã Arraes-Campos e tendo entrado para a política no ano em que seu avô, o ex-governador do Estado, Miguel Arraes, faleceu, em 2005.  

Iniciou sua trajetória no PSB, partido para o qual estabelece oposição, a nível local. Nas últimas eleições municipais, disputou o pleito com o primo, o prefeito do Recife, João Campos (PSB), tendo sido derrotada. É fortemente cotada para o Governo de Pernambuco nas eleições deste ano, mas a tese vai ficando cada vez mais distante, desde que o Partido dos Trabalhadores anunciou o senador Humberto Costa como pré-candidato. 

Como é comum em Pernambuco, a prefeita também faz parte de outro clã político influente no estado, a família Lyra. A advogada e ex-delegada da Polícia Federal é filha de João Lyra Neto, ex-prefeito de Caruaru e ex-governador de Pernambuco, e Mércia Lyra, neta do ex-prefeito de Caruaru, João Lyra Filho, e sobrinha do ex-ministro da Justiça Fernando Lyra.  

Luana Rolim (PP-RS) 

Rolim, de 27 anos, já era conhecida por ser a primeira fisioterapeuta com Síndrome de Down do Brasil. Em março de 2021, ela tornou-se também a primeira suplente a vereadora de Santo Ângelo, com a conquista de 633 votos na eleição de 2020. Apesar da cidade gaúcha não estar no centro das discussões políticas de maior peso no Brasil, por sua posição única e histórica, a parlamentar pode representar avanços lentos e união de forças a outras frentes que já lutam pelos direitos de pessoas com deficiência física e/ou intelectual.  

Joenia Wapichana (Rede-RO) 

Ativista ambiental e primeira indígena a ocupar um assento no Parlamento em mais de 190 anos de histórica, Wapichana se destacou em 2021 pela presença durante as audiências envolvendo o Marco Temporal, a demarcação de terras indígenas e a mineração ilegal. Conforme essas pautas ganham mais visibilidade a níveis nacional e internacional, é esperado que em 2022, a deputada federal tenha mais espaço para debater os temas. 

Em 2018, Joênia Wapichana (Rede) recebeu 8.491 votos e foi eleita deputada federal pelo estado de Roraima. A decisão de concorrer ao pleito eleitoral, segundo Joenia, ocorreu durante a 47ª Assembleia Geral dos Povos Indígenas de Roraima, após análise política sobre a situação dos povos indígenas no Brasil. Ela foi indicada pelo movimento indígena de Roraima e hoje une-se ao feito histórico de Mario Juruna, primeiro indígena a conquistar uma vaga na Câmara dos Deputados (1983-1987). Desde a saída do Xavante do Congresso, em 1986, nenhum indígena havia ocupado vaga no legislativo. 

Erika Hilton (Psol-SP) 

A paulista nascida em Franco da Rocha fez história ao ser eleita a primeira vereadora trans e negra em São Paulo, nas eleições municipais de novembro de 2020; e a mulher mais votada no Brasil naquelas eleições, com 50.508 votos. Em 24 de março, foi nomeada presidenta da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Vereadores de São Paulo, a maior cidade do Brasil. Erika também criou um curso pré-vestibular na Universidade Federal de São Carlos para pessoas trans. Expoente da luta trans no Brasil, Hilton também chama atenção pela atuação parlamentar, com mais de 130 projetos protocolados e promoção de audiências públicas do interesse de minorias sociais. 

Tabata Amaral (PDT-SP) 

Recém-filiada ao PSB, Tabata tem trajetória política recente e iniciada no PDT, de Ciro Gomes. A paulista de 28 anos foi eleita em 2020, ou seja, está em seu primeiro mandato, mas se destaca pelo currículo excelente, bem como por ser vocal diante da agenda feminista. No entanto, a parlamentar é também conhecida por desagradar tanto os núcleos de esquerda quanto os de direita, apesar de se colocar como progressista. O perfil da deputada federal se assemelha ao de muitos políticos do Centrão, sobretudo no campo econômico, com o diferencial de que ela sempre fez uso da plataforma de esquerda para se estabilizar. 

Em 2019, no mês de maio, Tabata se envolveu em uma situação que foi definitiva para a sua saída do PDT, ao contrariar o próprio partido e votar a favor da reforma da Previdência. A sigla suspendeu as atividades da parlamentar, retirou dela a vice-liderança na Câmara, a proibindo, inclusive, de ocupar assentos em comissões ou votar nas assembleias. A divergência virou uma batalha judicial e somente em 2021 Amaral pôde sair do PDT sem perder o mandato. Hoje, é um dos nomes mais em alta na política brasileira e divide a sigla socialista com o namorado, o prefeito do Recife, João Campos. 

Raquel Lyra e Eliziane Gama. Fotos: Arthur Souza/LeiaJá Imagens e Geraldo Magela/Agência Senado

Raquel Lyra (PSDB-PE) 

Em Pernambuco, Lyra é vista como uma das opções mais fortes para o governo estadual. Atualmente, a tucana é prefeita da cidade de Caruaru, a mais populosa do Agreste pernambucano. Apesar de ainda precisar de viabilidade nas regiões vizinhas, como o Sertão e o Grande Recife, Raquel já possui diálogo político com diversas frentes e é bem avaliada pela população que a garantiu o seu segundo mandato à frente da gestão caruaruense. 

Mônica Calazans (MDB) 

A enfermeira Mônica Calazans, de 55 anos, primeira pessoa no Brasil a ser vacinada contra a Covid-19, filiou-se ao MDB em São Paulo na última quarta-feira (6). Segundo Rossi, a filiação de Mônica ocorreu em São Paulo e foi indicação de Baleia Rossi ao partido. Ela é pré-candidata a deputada federal. 

A profissional do Hospital das Clínicas foi imunizada com a primeira dose de CoronaVac no dia 17 de janeiro, minutos após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovar o uso emergencial da vacina no país. 

Erika Kokay (PT-DF) 

A cearense esteve ao lado de Wapichana e Fernanda Melchionna representando contra o Marco Temporal, no Congresso. Apesar de ter atuação mais tímida, tem uma carreira política de certa data e deve se firmar como destaque da oposição do governo Bolsonaro este ano, o que já vem fazendo desde 2018. Filiada ao PT desde 1989, elegeu-se deputada federal, em 2010, com a quinta maior votação (de oito vagas disponíveis), quando obteve 72.651 votos. Em 2014, foi reeleita para seu segundo mandato. Em 2018, foi reeleita para o terceiro mandato, sendo a segunda candidata mais votada no Distrito Federal. 

Renata Abreu (Podemos) 

A presidente nacional do Podemos será responsável por movimentos importantes na política este ano, sobretudo diante das eleições presidenciais. Tem o ex-juiz Sérgio Moro como opção de presidenciável pela “terceira via” e está fazendo mudanças na legenda, se antecipando ao período de janela partidária. Atualmente, é a única mulher no Colégio de Líderes da Câmara Federal. 

Carla Zambelli (PSL-SP)  

Tendo ascendido junto à carreira política de Jair Bolsonaro - como parte do Executivo -, a deputada federal é uma forte aliada do presidente da República e atuou, durante a pandemia, como uma negacionista em tempo integral. Zambelli é protagonista de muitas das declarações falsas relacionadas à vacinação contra a Covid-19, mas também de teorias da conspiração e picuinhas com pautas de esquerda versus direita. Já mentiu ter contraído o coronavírus e se tratado com hidroxicloroquina, mas o hospital onde se internou, à época, desmentiu a informação, afirmando que ela foi tratar endometriose. Outra pauta, tipicamente bolsonarista, abraçada por Carla, é a contrariedade ao poder exercido pelo STF. 

Segundo o levantamento do Aos Fatos de maio de 2020, Carla Zambeli e um grupo de sete deputados investigados no inquérito das fake news publicaram em média duas postagens por dia em rede social em um período de três meses, com desinformação ou mencionando o STF de forma crítica. 

Fernanda Melchionna (Psol-RS) 

Melchionna se destacou, ao lado de companheiras da política, pela luta antissexista e contra o Marco Temporal no Congresso Nacional, em 2021. A psolista, que também já foi vereadora, foi eleita deputada federal pelo Rio Grande do Sul em 2018, com 114.302 votos, a maior votação entre as mulheres eleitas. Em abril de 2019, tomou posse no Parlamento do Mercosul. Melchionna foi confirmada pré-candidata pelo Psol em novembro de 2019 em reunião ampliada da executiva municipal e também foi a líder da bancada do PSOL na Câmara dos Deputados em 2020. 

Natália Bonavides (PT-RN) 

Bonavides foi a vereadora petista mais votada da história do PT no Rio Grande do Norte e a primeira mulher petista a ocupar uma cadeira na Câmara Municipal de Natal. Em 2018 foi eleita a segunda deputada federal mais votada com 112.998 votos. 

Desde 2009 participa de projetos de educação popular, através dos quais atuou em assentamentos rurais e em comunidades como Leningrado e Mãe Luiza. Tem como destaque a assessoria a lutas em favelas e vilas sob vulnerabilidade social e deverá advogar pelo lulismo com força em 2022, na eventual candidatura do patrono da legenda. 

Paula Belmonte (Cidadania-SP) 

Atualmente, a empresária exerce seu primeiro mandato de deputada federal pelo Distrito Federal, tendo já ocupado a vice-liderança da bancada. Ela é membro das Frentes Parlamentares Evangélica (FPE), Agropecuarista (FPA), Ambientalista e Contra a Legalização do Aborto. Apesar de conservadora, costuma se manter "em cima do muro" ao opinar sobre o governo Bolsonaro.  

Em abril de 2020, Paula criou um projeto de lei para autorizar o uso da ozonioterapia como tratamento complementar para Covid-19, mesmo sem comprovações científicas de eficácia. Em junho de 2020, Luís Felipe Belmonte (PSDB), marido de Paula, foi alvo de investigações da Polícia Federal no inquérito das fake news. Ele e Jair Bolsonaro são coordenadores do Aliança pelo Brasil, partido político ainda não legalizado. O casal também é alvo de um inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga o uso de caixa 2. 

Talíria Petrone (Psol-RJ) 

A professora psolista é também uma ativista dos direitos humanos, da mulher, LGBT e do movimento negro. Além da militância a nível local, no Rio de Janeiro, se destaca pela oposição constante ao governo Bolsonaro e pelos projetos que propõe à frente da bancada do Psol na Câmara dos Vereadores fluminense. Desde 2018, quando foi eleita para exercer mandato como deputada federal com 107.317 votos, a nona mais votada no estado, recebe ameaças de morte associadas à sua área de atuação. Talíria é bem vocal diante das suas pautas e é acompanhada pela Polícia Civil do Estado, sob proteção. 

Dilma Rousseff (PT-MG) 

A ex-presidente do Brasil e primeira mulher a chegar ao Planalto passa por um período mais ofuscado de sua vida política, estando afastada dos holofotes e passando mais tempo em família. No entanto, ainda é sondada pelo Partido dos Trabalhadores para participar da frente contra Bolsonaro este ano. Recentemente se encontrou com Lula para falar das eleições e possíveis caminhos até outubro. 

Manuela D'Ávila (PT-RS) 

A comunista foi deputada federal pelo Rio Grande do Sul entre 2007 a 2015, deputada estadual de 2015 a 2019 e candidata a vice-presidente da República na chapa do petista Fernando Haddad, na eleição de 2018. Tem como principais bandeiras o feminismo e as causas trabalhistas, diante da proposta do próprio partido, no qual já atua há 15 anos. Oposição ao governo Bolsonaro, também deve fazer parte da Frente Ampla este ano.  

Concorreu à prefeitura da capital gaúcha três vezes. Na primeira vez, em 2008, ficou na terceira colocação. Na segunda tentativa, em 2012, ficou na segunda colocação, sendo derrotada ainda no primeiro turno por José Fortunati. Na terceira, em 2020, foi derrotada no segundo turno por Sebastião Melo, que foi vice de Fortunati. Em 2014, foi eleita deputada estadual com a maior votação para o cargo naquele ano. 

Bia Kicis (PSL-DF) 

Bolsonarista convicta, a deputada Bia Kicis foi indicada por Arthur Lira (Progressistas-AL), presidente da Câmara, para presidir a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante da Casa. Como boa parte da cúpula bolsonarista, na pandemia, adotou o negacionismo científico como discurso. Kicis é um dos nomes investigados no chamado inquérito das fake news, investigação iniciada em 2019 para apurar ataques contra o STF (Supremo Tribunal Federal) e seus ministros por meio de notícias falsas, calúnias e ameaças. Recentemente, tornou-se alvo de representação da bancada do PT no Conselho de Ética da Câmara por causa da divulgação dos dados de médicos favoráveis à vacinação infantil. 

Janja (PT) 

A paulista Rosângela da Silva, a 'Janja', de 55 anos, é formada em Sociologia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e filiada ao Partido dos Trabalhadores desde 1983. "Petista de carteirinha", assumiu namoro  com Lula em 2019. Ela começou a ganhar destaque quando foi à carceragem da Polícia Federal em Curitiba para receber Lula, que saía da prisão. Acompanhou o presidenciável do PT em eventos este ano, inclusive na viagem que ele fez à Europa.  

Janaína Paschoal (PSL-SP) 

A polêmica deputada estadual já busca se alinhar com nomes de peso da política este ano, para garantir sua pré-candidatura ao Senado, informação já confirmada pela própria parlamentar. Atualmente no PSL, Paschoal pode estar migrando para o PRTB em breve. Nos próximos dias, ela deve se reunir com integrantes da sigla para arranjar a filiação e os caminhos da sua candidatura. Apesar de ter negado que irá formar chapa com o ministro bolsonarista Tarcísio Freitas, da Infraestrutura, a possibilidade é defendida por muitos membros do Centrão. 

Atualmente, não defende a gestão Bolsonaro com tanta força, mas dá passos de aproximação consideráveis. Voltou a adotar a agenda antipetista e antivacina como tom para a próxima campanha. 

Erica Malunguinho (Psol-SP) 

Apesar de recifense, a ativista antirracista e ferrenhamente anti-Bolsonaro atua pela Assembleia Legislativa de São Paulo e deve marcar presença como oposição na maior Casa Legislativa do país. Elegeu-se deputada estadual em 2018, sendo a primeira mulher transexual da Alesp, hoje na segunda metade do primeiro mandato. Erica é mestra em estética e história da arte pela Universidade de São Paulo (USP) e criadora da Aparelha Luzia, um espaço para fomentar produções artísticas e intelectuais na capital paulista. O sobrenome “Malunguinho” refere-se ao culto a Jurema Sagrada, uma entidade das florestas de Pernambuco em Catucá. O termo “Malungo” é usado por descendentes de africanos da família Bantu para significar “camarada” ou “companheiro”. 

 

A cantora Marília Mendonça, morta ontem, aos 26 anos, em um desastre aéreo a bordo de um avião de pequeno porte em Caratinga, interior de Minas Gerais, deixou um legado relevante para a representação feminina no gênero musical sertanejo, além do filho pequeno Léo, de pouco menos de 2 anos.

Goiana de Cristianópolis, Marília começou sua carreira musical como compositora, escrevendo sucessos para duplas como Henrique & Juliano, João Neto & Frederico, Matheus & Kauan e Jorge e Matheus, além dos cantores Wesley Safadão e Cristiano Araújo, também morto prematuramente em um acidente automobilístico ocorrido em 2015.

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Foi apenas a partir de 2014, após emplacar várias músicas como Até Você Voltar, Cuida Bem Dela e É com Ela que Eu Estou, na voz de outros artistas, que Marília Mendonça se lançou como cantora em carreira solo. Em 2015, a cantora despontou com o sucesso Infiel, uma das músicas mais executadas nas rádios brasileiras e que tem mais que um aspecto autoral, algo de familiar. "Minha tia foi casada por muitos anos e, de repente, descobriu que o marido estava traindo ela. Só que além de ele estar traindo ela, ele arrumou um filho fora do casamento. E aí, eu fiquei com muita raiva, fiz a música e fui mostrar pra minha tia. Mas não adiantou nada, ela está com ele até hoje", contou em entrevista a Tatá Werneck.

Para justificar a sofrência de suas composições - que a cantora dizia serem mais de 300 apenas em 2017 -, a cantora alegava em entrevistas experiências próprias, como um relacionamento que teve ainda muito jovem. "Tudo na minha vida foi precoce, meu primeiro chifre foi aos 12 anos de idade", disse no programa Lady Night, do Multishow. "Eu namorava de pegar na mão, só que eu namorava um menino mais velho, e como eu gostava dele, minha mãe falava, pode namorar."

Se suas letras, mesmo aquelas compostas para vozes masculinas, já haviam dado indícios de uma postura mais feminina no sertanejo, foi em 2016, com Agora É Que São Elas, parceria de Marília Mendonça com Maiara & Maraisa, que ela se firmou como uma das principais vozes femininas do estilo. O trio continuaria lançando músicas em conjunto até recentemente.

MAIS OUVIDA

Depois disso, Marília chegou a figurar, em 2019, como a artista brasileira mais ouvida em um ranking do YouTube, e a 13.ª em todo o mundo. Nesse mesmo ano, Marília venceu o Grammy Latino de Melhor Álbum de Música Sertaneja por Todos os Cantos, uma das principais premiações da carreira.

Neste ano de 2021, a cantora já havia lançado Nosso Amor Envelheceu, seu mais recente álbum solo. No dia do acidente, Marília havia estreado a música Fã Clube, parceria com Maiara & Maraisa.

Após desativar o perfil de uma das maiores páginas de jornalismo independente no Brasil sem dar explicações, nessa segunda-feira (11), o Instagram admitiu que errou. Cerca de 615 mil usuários seguiam o perfil do Jornalistas Livre, que acusa a plataforma de censura.

"É uma mídia que está muito ancorada nas redes sociais. Tirar essa plataforma é uma forma de calar a boca dos Jornalistas Livres", criticou uma das fundadoras do coletivo, a jornalista Laura Capriglione.

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Ela reforça que o grupo costuma sofrer sanções do Instagram, como em julho deste ano, quando  teve cinco publicações removidas sem explicação, uma delas sobre a estátua do bandeirante Borba Gato incendiada em São Paulo.

A jornalista acrescenta que as mesmas postagens permaneceram na página no Facebook e em perfis de outros usuários no próprio Instagram.

Para denunciar a suposta arbitrariedade da plataforma, o Jornalistas Livre criou outra página quando se deparou com o bloqueio. Em menos de 24h, o novo perfil acumulou mais de 24 mil seguidores.

Em resposta, o Instagram admitiu o erro. "Pedimos desculpas. A conta já foi restaurada", pontuou à Folha de S. Paulo.

O Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) lnaçou o estudo “Lideranças Brasileiras: Perfis que impactam o Ambiente dos Pequenos Negócios”, em que mapeou 13 perfis principais de liderança e suas características.

Os perfis levantados pelo estudo foram: líder de comunidade; de diversidade e inclusão; de economia sustentável; de planejamento público; de representação empresarial; do ambiente digital; do ecossistema de inovação; do terceiro setor; empresarial; investidor; político; produtor de conhecimento; e rural. O perfil de líder empresarial foi o que mais se destacou com o maior número de adeptos e por sua participação nas associações comerciais de suas localidades. Nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, o perfil alcançou a segunda colocação, enquanto no Norte e Nordeste, respectivamente, o perfil de líder sustentável e o de planejamento público, ocuparam o segundo lugar com a maior base de líderes.

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Entre os perfis levantados, a presença feminina foi a maioria em duas das 13 personas. A de liderança em diversidade e inclusão com 55%, que tem como objetivo a integração para desenvolver uma sociedade mais receptiva e igualitária, e liderança de planejamento público com 54%. Para Carlos Melles, presidente do Sebrae, esses profissionais terão um papel importante para trazer novas ideias para o desenvolvimento do país. “O papel do líder empresário é fundamental neste atual cenário do país. Esses profissionais terão o papel de estruturar novos caminhos para o desenvolvimento do país, abrindo novos caminhos na geração de oportunidades para as cidades brasileiras. O Sebrae atua fortemente na formação desses líderes por meio de projetos que se refletem na qualidade de vida dos cidadãos”, explicou, em texto divulgado pela Agência Sebrae. 

O estudo também levantou o envolvimento das lideranças em causas relacionadas a pequenas empresas com respostas calculadas numa escala de 1 a 10. A persona do líder de ecossistema de inovação, que é diretamente ligado a tecnologia e se preocupa com a produção tecnológica do país, foi a que mais se envolveu, com a nota de 7,8. Em segundo lugar, com 7,2, estão os perfis de líder de ambiente digital, que possui uma grande comunicação com seu público e que está à frente de mudanças tecnológicas e sociais; e o líder investidor, que sempre está atento às mudanças no setor em decorrência da pandemia e pretende expandir sua área.

A pesquisa levou em consideração projetos de auxílio e suporte ao empreendedorismo; projetos de apoio à comunidade empresarial e setorial; projetos de estímulos à inovação e sustentabilidade no ambiente de negócios; e o debate sobre pequenas empresas e a presença do empreendedorismo nos debates da instituição em que representa, como forma de avaliar a contribuição com os pequenos negócios.

A metodologia utilizada foi de planejamento, onde foi estudada e formatada a proposta, além da elaboração de um modelo de persona como hipótese. Em seguida, a pesquisa para coleta de dados dividida em duas fases, sendo a primeira quantitativa, recebendo 1077 respostas de forma on-line. O estudo iniciou em setembro de 2020 e foi finalizado em julho de 2021. Durante o processo, 99 pessoas foram entrevistadas para levantar informações necessárias para o diagnóstico. Confira o estudo completo.

Do alto de um trio elétrico, em uma manifestação na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, um homem brada ao microfone, em direção à multidão: "Basta à corrupção!". Vestido de camiseta branca com os dizeres "Vem pra Rua", na parte da frente, e "Organização", nas costas, ele grita: "O gigante acordou". É março de 2015. A campanha contra a presidente recém eleita Dilma Rousseff começa a escalada que mais tarde daria no impeachment da presidente.

Mais de seis anos depois de participar de protestos contra o governo do PT e a corrupção, Marconny Nunes Ribeiro Albernaz de Faria é agora investigado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, no Senado. O colegiado apura suspeita de que ele teria feito lobby no Ministério da Saúde para favorecer algumas empresas, como a Precisa Medicamentos.

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Chamado para depor no início do mês, Faria não compareceu sob alegação de dor pélvica. A nova oitiva do lobista está agendada para hoje.

O nome do Marconny surgiu na CPI da Covid após o Ministério Público Federal, no Pará, compartilhar o conteúdo de seu celular, apreendido na Operação Hospedeiro, com os senadores. Conversas do WhatsApp mostram que o lobista tem entrada no governo federal e cultiva relações com pessoas do círculo do presidente Jair Bolsonaro.

A CPI já identificou mensagens trocadas por Faria com Jair Renan Bolsonaro, quarto filho do presidente; com as advogadas Ana Cristina Valle, mãe de Jair Renan e segunda ex-mulher de Bolsonaro, a advogada Karina Kufa, que defende o presidente; e com o dono da Precisa, Francisco Maximiano. As conversas mostram que, em setembro de 2020, o lobista ajudou Jair Renan a montar sua empresa de eventos.

Faria é bacharel em Direito, tem 39 anos e mora em Brasília. Foi alvo do Ministério Público Federal no Pará. Era suspeito de receber dinheiro para influir na troca da direção do Instituto Evandro Chagas, em Belém. O órgão é vinculado à Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde.

A investigação identificou um suposto esquema no Evandro Chagas. A partir de 2011, por meio de licitações supostamente direcionadas, a empresa Ferpel Comércio e Representação ganhou contratos no órgão. Também concedeu "crédito" ao servidor do instituto Marcio Roberto Teixeira Nunes, diz a operação. Em 2019 e 2020, cerca de R$ 400 mil foram usados, segundo os investigadores, para que o lobista conseguisse ajudar a empresa a nomear a direção do instituto, abrindo contatos em Brasília.

O Estadão teve acesso a uma nota técnica da CGU que analisou as mensagens trocadas, em 2018 e 2019, por Nunes e pelo dono da Ferpel, José Ferreira da Silva Filho. As conversas mostram que os pagamentos ao lobista eram feitos por meio da empresa Gygha Administração Empresarial.

Segundo a investigação, a Gygha é controlada por Arthur Souza Cirilo, motorista de Faria e funcionário registrado em outra empresa do lobista, a M N R A de Faria Administração Empresarial. O advogado atua como "procurador" da Gygha na Junta Comercial do Distrito Federal e perante o Banco do Brasil. Os investigadores descobriram que Gygha é também o apelido do lobista.

O servidor do Evandro Chagas apenas repassava ao empresário os pedidos de dinheiro, segundo a investigação. Entre janeiro de 2019 e 19 de junho daquele ano, a Gygha recebeu R$ 190 mil.

A diretoria idealizada por Nunes e pelo empresário para o Instituto Evandro Chagas foi nomeada em 11 de agosto de 2020, durante a gestão de Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde. Nunes se tornou diretor substituto, mas foi exonerado após ser preso. O empresário morreu, vítima da covid-19, no meio do ano passado.

Defesa

O advogado William Falcomer, que defende Marconny Albernaz de Faria, confirmou que o lobista vai prestar depoimento hoje à CPI. A defesa afirmou ainda que Faria "foi vítima de quebra de sigilo e divulgação dados sem autorização judicial, sendo que as ações tramitam em segredo de Justiça, razões pelas quais não serão formalizados pronunciamentos públicos".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Nesta semana, a Pesquisa Game Brasil divulgou um relatório com números sobre os gamers brasileiros. Os dados apresentam um comparativo entre os números dos anos de 2018 e 2021 além de quais plataformas costumam ser mais usadas pelos jogadores.

Os últimos quatro anos já apresentavam uma tendência de alta no consumo de videogames e a pandemia de Covid-19 acelerou esse processo, já que o isolamento social permitiu que a população estivesse aberta a novas experiências no campo da tecnologia.

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Enquanto em 2018 apenas 34,1% dos usuários consideravam jogar em smartphones, em 2021 esse número saltou para 86,7%. Além da evolução das possibilidades dos games em celular, hoje já é possível encontrar diversas opções de jogos online, que possuem uma grande procura.

Já no comparativo dos últimos anos em relação aos consoles, como PlayStation e Xbox, o percentual de jogadores que utilizavam a plataforma em 2018 era 51% e neste ano passou a ser 86,6%.

Embora a diferença seja pouca, o maior índice de preferência está entre os gamers de computadores. 45,3% dos jogadores eram ativos em jogos de PC em 2018, e nesse ano o número saltou para 88,8%.

 

Desde que estreou em fevereiro do ano passado nas disputas paralímpicas, o nadador Gabriel Bandeira, de 21 anos, não volta para casa sem trazer medalhas. Em sua estreia nos Jogos Paralímpicos em Tóquio, o paulista de Indaiatuba, conhecido como Bill, já tem a certeza que a tradição de bons resultados vai se manter no Japão: ele faturou o seu primeiro ouro nos 100m borboleta com recorde paralímpico na classe S14 e deve vir mais. Gabriel está inscrito em mais quatro provas individuais: (200m livre, 100m costas, 100m peito e 200m medley) e ainda disputa o revezamento misto 4x100m livre.

"Foi uma prova que dei o meu melhor e deu tudo certo. Acabei ficando um período a mais em isolamento no Japão, mas estava me sentindo bem e fiquei muito feliz pela prova e por começar a competição com uma medalha de ouro", afirmou o atleta que deixou para trás o inglês Reece Dunn e o australiano Bem Hance.

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Embora já nadasse desde os 10 anos, o dono da primeira medalha de ouro do Brasil na Paralimpíada de Tóquio entrou no circuito de competições paralímpicas somente em 2020. Se tornar um atleta com deficiência aconteceu depois que Gabriel Bandeira realizou exames neurológicos que o diagnosticaram com uma deficiência intelectual, o tornando elegível para as disputas de natação paralímpica na classe S14.

Por não saber da deficiência, as primeiras braçadas de Gabriel na infância foram na natação convencional, na academia do Taquaral, em Indaiatuba, interior de São Paulo. A rápida evolução levou o garoto a treinar pela equipe de natação da cidade, sustentada pela Prefeitura do município.

Aos 15 anos, tornou-se o primeiro atleta de base de Indaiatuba a ser medalhista em Jogos Regionais e Jogos Abertos. Porém, "a cidade não tinha estrutura para o esporte de alto rendimento", afirma Dona Carmem, avó com quem Gabriel mora e foi criado. "Foi então que ele fez um teste e foi selecionado para nadar pelo Minas Tênis, em Belo Horizonte", conta.

Na capital mineira, onde nadou por três anos e dividiu a piscina com Bruno Fratus e Kaio Márcio, Gabriel chegou a ser medalhista de competições nacionais. Com o tempo, contudo, começou a apresentar dificuldades nos treinos para assimilar os exercícios que eram passados pelo treinador. "Foi quando ele começou a sentir os efeitos da deficiência. No troféu Maria Lenk, já dava pra notar que ele estava com dificuldade de memorização," lembra Dona Carmem.

Na infância, Gabriel já demonstrava dificuldade na alfabetização e chegou a repetir de ano por quatro vezes. Era inquieto e não conseguia ficar parado. Ele percebia que concentrar-se na aula e reter as informações na memória era uma tarefa mais difícil para ele do que para os colegas. Ainda em Indaiatuba, o treinador na época, Luiz Cândido, já cogitava a possibilidade de Gabriel ter deficiência intelectual. Mas quando sugeriu ao atleta realizar o exame pelo primeira vez, o convite não foi aceito.

Anos depois, o já ex-treinador continuou acompanhando o pupilo à distância. E percebeu que o tempo que ele atingia nas competições era o suficiente para ser um medalhista paralímpico. Foi a deixa para, mais uma vez, Cândido sugerir que Gabriel fizesse o exame de inteligência. O nadador, então com 19 anos, dessa vez aceitou. E, para a sua surpresa, descobriu que tinha deficiência intelectual por apresentar um QI (Quociente de Inteligência) abaixo de 75. "É importante que as pessoas saibam que o Gabriel não teve dificuldades na escola por conta de TDAH, mas sim por conta da sua deficiência intelectual", alerta Dona Carmen.

Ela lembra que, no começo, o neto se sentiu inseguro em relação aos amigos e com medo do que achariam por ele ser deficiente . "Mas todos foram incríveis e deram muito apoio", afirma Dona Carmem, que se aposentou da Caixa Econômica Federal, onde trabalhava há 30 anos, para ajudar a cuidar do neto.

ESTREIA EM COMPETIÇÕES PARALÍMPICAS - A mudança das competições convencionais para as provas disputadas por atletas com deficiência foi rápida. Depois de descobrir que era deficiente intelectual, Gabriel recebeu um convite para treinar no Praia Clube, de Uberlândia, onde conheceu o atual treinador Alexandre Garcia.

Representando o clube mineiro, o nadador estreou em provas paralímpicas de natação na etapa Regional Centro-Leste do Circuito Loterias Caixa, em Brasília, em fevereiro de 2020, pouco depois de fazer o teste. Gabriel se destacou na competição com seis medalhas de ouro (100m e 200m livre, 100m costas, 100m peito, 100m borboleta e 200m medley), quebrando quatro recordes brasileiros.

Empolgado com o rendimento do nadador, Alberto Martins, diretor-técnico do Comitê Paralímpico Brasileiro, disse ao Estadão na época que Gabriel era atleta para trazer três medalhas paralímpicas para o Brasil. "Ele não é conhecido ainda, mas surpreendeu a todos na estreia em Brasília".

O ADIAMENTO DOS JOGOS - As expectativas para estar em Tóquio meses depois, tanto de Gabriel como de Martins, foram por água abaixo. A pandemia da covid-19 paralisou as competições e fez com que o Comitê Olímpico Internacional e o Comitê Paralímpico Internacional adiassem os jogos que organizam para 2021. O nadador ficou parado durante sete meses. Longe dos treinos, chegou a ganhar peso e até a ficar abalado emocionalmente, como lembra Dona Carmen.

As suspensões, contudo, não atrapalharam o ânimo do brasileiro. Os treinos voltaram e, com a ajuda do treinador Alexandre, fisioterapeutas e nutricionista, ele voltou a entrar em ritmo de competição.

Em maio deste ano, 13 kg mais magro do que em 2020, Gabriel caiu pela primeira vez em águas internacionais na carreira para disputar o Campeonato Europeu da Ilha da Madeira, em Portugal. O brasileiro, mais uma vez, foi soberano nas piscinas e terminou a competição vencendo todas as seis provas que disputou - 100m livres, 200m Medley, 100m peito, 100m costas e 200m livres - e quebrando seis recordes das Américas.

Os resultados em Portugal garantiram a Gabriel um lugar em Tóquio, onde um de seus ídolos, o também nadador Caleb Dressel, foi dominante na competição olímpica com a conquista de cinco ouros. Com mais cinco provas para disputar nos Jogos Paralímpicos, Gabriel terá a chance de ultrapassar o norte-americano e levar para casa seis medalhas douradas. A primeira ele já conseguiu.

Se a internet mudou o jeito de interagir, com os políticos não foi diferente. Em adaptação à dinâmica do universo digital, os eventos de anúncio das Prefeituras deram vez a publicações nas redes sociais das gestões e nos perfis dos próprios gestores. Embora compartilhados com certo ar de naturalidade, mesmo com a intenção de informar, os posts devem atender ao interesse coletivo, como indicam os princípios da Administração Pública.

Historicamente, o Brasil é um país em que as pessoas participam pouco do processo político. Geralmente o interesse surge e passa junto com o período eleitoral, mas as novas demandas aumentaram a cobrança por informações confiáveis e instantâneas. Em um momento em que a credibilidade é atentada por fake news, os holofotes aos prefeitos “celebridades” pesam ainda mais e obrigaram uma readequação da estratégia de promoção pessoal.

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Participação dos eleitores

Tal pressa faz com que os mais afobados publiquem feitos da gestão antes mesmo dos perfis das Prefeituras, como no anúncio de novas etapas das campanhas municipais de vacinação contra a Covid-19, por exemplo. Em troca, eles são duramente criticados por usuários, que alegam descumprimento dos princípios éticos do cargo para conquistar influência nas redes. 

A cientista política Priscila Lapa lembra que "isso não é carta branca para que os políticos possam extrapolar os limites institucionais de atuação" descritos no art. 37 da Constituição. Nem para o eleitor cometer crimes como ameaças, injúria ou difamação, previstos nos art. 147, 139, 140 do Código Penal.

Acompanhar a agenda nas redes é positivo para o cidadão, que pode "participar de forma direta, sem maiores intermediários, podendo fazer sua cobrança diretamente. Ele passa a tratar o político como alguém próximo", assegura Lapa.

Pronto para suportar a avaliação pública

Como defendido pelo analista de marketing digital, Valter Rito, as mídias funcionam como uma prestação de contas e não podem atrapalhar a produtividade do prefeito. "O político contrata um profissional para gerenciar as redes, porque as atividades são muito intensas e elas requerem muito foco, dedicação e doação de tempo. Então, o político não deve embarcar de vez nesse mundo, que é viciante", adverte.

Ele ressalta o cuidado com a linguagem, já que uma colocação errada pode confundir o público. De qualquer forma, a regra prevalece e uma informação oficial deve ser repassada como tal. Sem se apoiar em coloquialismos e, principalmente, de forma ampla.

"Precisa ter um equilíbrio e um cuidado entre o que vou expor como personalidade, para que as pessoas se reconheçam e crie uma identidade com o eleitor, ao mesmo tempo com o que vou passar enquanto gestor e que agenda vou tratar e como enfrentar as críticas", avaliou a cientista política. 

Para utilizar as redes de forma saudável, o gestor não pode se eximir do debate e precisa de uma estratégia que se conecte com a atuação no mundo real. "Não vai ser possível em uma rede social você expor apenas o que é positivo. Você vai ter que defrontar, vai ter que debater", apontou Lapa.

O uso político das redes sociais ainda é um movimento recente, por isso a garantia de uma boa atuação deve se submeter ao respeito de certos limites. "Antecipar informações oficiais, deturpar informações, fazer uso de informações oficiais para promoção pessoal, isso tudo continua sendo condenável tanto do ponto de vista jurídico, quanto do ponto de vista político. Existem os limites éticos dessa atuação", complementa a estudiosa.

Mas é crime usar as redes para promoção pessoal?

A advogada eleitoralista Anne Cabral indica que, embora possa haver ilicitude administrativa pelo desvio da moralidade e da pessoalidade por confundir a figura do gestor com os feitos, no geral, esse tipo de atividade tem finalidade pública e não configura crime. Exceto quando os materiais são publicados no período eleitoral, como determina o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

"Eu não tenho uma legislação que diga que isso é burla. Algumas Administrações podem ter um código de conduta mais rígido: 'primeiro poste no perfil oficial para depois repostar no pessoal', mas esse detalhe a legislação não aborda", explica.

Cabral pontua que as redes sociais são um canal de comunicação como qualquer outro e a promoção pessoal pode vir junto com a publicidade das atividades de gestão, desde que não fuja da finalidade pública.

No entanto, quando surge alguma suspeita de improbo, o adequado é que o cidadão denuncie à ouvidoria. Ela fica responsável por apurar as infrações e abrir processo administrativo. Em seguida, notifica o Ministério Público em ação civil pública.

"Como a legislação é muito omissa em relação a regramento das redes sociais, isso é uma coisa que a gente não vê na prática", relata a advogada. Ainda assim, mesmo que em casos raros de condenação por atividade nas redes sociais, o político pode ser punido com advertência, multa e até mesmo ficar inelegível para o processo eleitoral.

A trajetória de Roberto Jefferson foi do pragmatismo político à atual defesa de bandeiras mais radicais rumo à extrema-direita, passando pela notoriedade conquistada no mensalão, escândalo de corrupção no governo Lula do qual foi pivô.

Hoje, aos 68 anos, o presidente do PTB é expoente do bolsonarismo, com discurso armamentista, religioso e anticomunista. Em maio do ano passado, publicou nas redes sociais uma foto portando uma metralhadora. "Contra o comunismo", escreveu.

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Jefferson ingressou na política em 1971, ao aderir à ala jovem do MDB, então na oposição ao regime militar. Seu avô e pai tinham sido vereadores em Petrópolis pelo PTB, na época em que a sigla representava o trabalhismo de Vargas. Com o fim do bipartidarismo, em 1979, ficou por cerca de um ano no PP e depois migrou para o novo PTB.

Elegeu-se pela primeira vez deputado federal em 1982 - foi o mais votado da legenda naquele ano. Como parlamentar, se destacou como líder da "tropa de choque" de Fernando Collor no Congresso, em 1992. No governo FHC, integrou novamente a base de apoio ao Planalto. Nessa época, ao contrário de hoje, se dizia a favor do desarmamento. Foi a favor do impeachment de Dilma Rousseff e garantiu o apoio da sigla ao governo Michel Temer. A aproximação com Jair Bolsonaro se consolidou no ano passado.

Esta foi a segunda prisão de Jefferson. Condenado no mensalão, o ex-deputado foi preso em 2014 e, no ano seguinte, passou para regime domiciliar. Obteve o perdão da pena em 2016 e retomou o controle do PTB. No comando da legenda, tem conduzido uma guinada à extrema-direita, com a filiação de integralistas.

A rotina do ex-presidente Michel Temer, aos 80 anos, deu uma guinada depois que ele tomou a segunda dose da vacina Oxford/AstraZeneca contra a Covid-19 no início de julho. Em mais de um ano de pandemia, ele ficou recluso em casa, de onde saiu apenas para uma viagem oficial ao Líbano em agosto do ano passado, quando chefiou, a convite do presidente Jair Bolsonaro, uma missão que ofereceu ajuda ao país após uma grande explosão no porto de Beirute.

Quase dois anos e meio depois de receber voz de prisão da Polícia Federal quando saía de sua casa, em São Paulo, o ex-presidente aceitou o conselho do amigo e marqueteiro Elsinho Mouco e mergulhou no universo das redes sociais. Em vez do tom formal que virou sua marca registrada, o emedebista aparece agora descontraído no Instagram, Twitter e Facebook.

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Após cada postagem, faz questão de conferir as interações. "Tenho curiosidade. Uma fala minha tem 19 mil visualizações, com 1.500 comentários. Vejo que tem cinco contrários para 70 favoráveis", disse o ex-presidente ao Estadão. No Twitter, que ele mesmo maneja, ainda estão presentes os 980 mil seguidores dos tempos da Presidência, mas no Instagram, que Mouco administra, Temer ainda está começando e tem "apenas" 108 mil seguidores. "Michelzinho me ajuda. Ele fez até uma entrevista comigo no YouTube", disse Temer, referindo-se ao filho de 12 anos.

Embalado pelas decisões favoráveis na Justiça, Temer adotou um ritmo intenso: voltou ao centro das articulações políticas no MDB, deflagrou um movimento em defesa do semipresidencialismo, passou a jantar e almoçar com empresários, retomou o documentário sobre seu governo, começou a escrever um livro de crônicas e tem feito longas caminhadas.

Em março, foi absolvido pela Justiça Federal das acusações de corrupção e lavagem de dinheiro no setor portuário. Mais recentemente, foi absolvido no caso que ficou conhecido como "quadrilhão do MDB", que apurava suspeita de um esquema de desvios em estatais. Em outra frente, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), indicado por Temer, anulou em abril as denúncias da Lava Jato no Rio que haviam transformado o ex-presidente em réu por peculato e lavagem de dinheiro e o levaram a ser preso em março de 2019.

Em 2020, Temer também foi absolvido em segunda instância da acusação de obstrução da Justiça no caso relacionado à delação de Joesley Batista.

O ex-presidente voltou a despachar diariamente em seu escritório no Itaim, onde se divide entre a redação de pareceres jurídicos e audiências com políticos. Voltar à política é um cenário que não está descartado. "Muitas vezes você sai da vida pública, mas a vida pública não sai de você. Embora não esteja no meu horizonte, tem sido inevitável receber consultas."

Bolsonaro

Temer procura manter uma porta aberta com o Palácio do Planalto e evita criticar Bolsonaro. "Tenho uma relação cordial e respeitosa com Bolsonaro, até por uma razão singela: ele jamais fez uma crítica ao meu governo. Pelo contrário, falou elogiosamente." Apesar do cuidado, não se furta a se opor à bandeira do presidente: o voto impresso. "É uma discussão um pouco inútil. A urna eletrônica é inviolável."

Temer abraçou a causa do semipresidencialismo, uma ideia que surgiu em seu governo, após uma conversa com o então presidente do STF, Gilmar Mendes. "O semipresidencialismo elimina os traumas institucionais que o impeachment e os pedidos de impeachment causam ao País", argumentou.

Tramita na Câmara um projeto do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) que institui o modelo. Na semana passada, o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), enviou a deputada Margareth Coelho (Progressistas-PI) para uma conversa com Temer. "O semipresidencialismo tem maiorias estáveis. Dá responsabilidade executória ao Parlamento, que vai governar", disse. Sobre as eleições 2022, Temer afirmou que cada instituição tem de ficar no seu "quadrado" constitucional, e prega a terceira via: "É uma homenagem ao eleitorado. Tem o direito a uma outra opção, uma coluna do meio". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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