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A vereadora do Rio de Janeiro Benny Briolly (PSOL) irá registrar um boletim de ocorrência contra o deputado estadual Rodrigo Amorim (PTB) por transfobia e racismo, na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) nesta sexta-feira (20). Além disso, o deputado também será processado por ter chamado Benny de "aberração da natureza" e "boizebu, enquanto usava a tribuna da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

"Um vereador homem, pois nasceu com pênis e testículos, portanto, é homem. Agora temos uma aberração do alfabeto inteiro designando o que eles chamam de gêneros, gêneros aleatórios. Eu sou do tempo em que existiam homens e mulheres, bichas e sapatões. Esses soldados do mal, fedendo a enxofre que são. O vereador de Niterói parece um "boizebu", porque é uma aberração da natureza", disse o parlamentar bolsonarista.

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Após o ocorrido, a vereadora se pronunciou nas redes socias e respondeu Amorim: “Você não é o machão, Rodrigo Amorim? Aguarde as consequências jurídicas”, rebateu. Dessa forma, o PSOL se prepara para entrar com uma representação no Conselho de Ética da Alerj contra o deputado.

Em entrevista ao Globo, Benny detalhou como se sente e cobrou providências das autoridades contra as falas de Amorim. "Eu sinto que os meus desafios são cada vez maiores. Quando a gente acha que a sociedade brasileira está avançando minimamente, seja na construção de políticas públicas e igualitárias, nos deparamos com esses shows de horrores e de barbaridade. Essas pessoas usam da imunidade parlamentar para reproduzirem crimes de racismo, transfobia, misoginia e etc. Sinto ódio, raiva, indignação. Mas, o meu desafio é ainda maior. O meu corpo é uma ferramenta política para combater esse tipo de gente", disparou.

Após repercussão, Rodrigo Amorim ainda tentou se justificar afirmando que referia às "aberrações que o politicamente correto e a esquerda fazem com a língua portuguesa" e à "mania de criar gêneros". O deputado também alegou que "biologicamente só existem dois sexos", e disse que "a mesma ciência que defende as vacinas também deixa isso bem claro".

Os desembargadores da 29ª Câmara de Direito Privado, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), condenaram a prefeitura de Pedranópolis e uma empresa de segurança ao pagamento de R$ 6.060 por danos morais a uma mulher trans impedida de entrar no banheiro feminino. Na ocasião, a moça se recusou a apresentar a documentação que comprovava a transição de identidade, justificando ter traços femininos e estar com trajes designados ao gênero - saia, bota e blusinha - e, mesmo assim, foi barrada por um trabalhador do local.

O caso aconteceu em junho de 2018 na Festa do Peão, evento promovido pela cidade localizada a 135 km da capital paulista e que conta com 2.558 habitantes, conforme dados do IBGE. Já a empresa multada é do município vizinho, Votuporanga, que pertence a região de São José do Rio Preto. De acordo com os autos, a abordagem do segurança aconteceu mediante a reclamação do pai de uma criança, presente no local, que pediu para que a moça fosse retirada do espaço. Ela afirmou que a ação foi grosseira e que a constrangeu junto ao público.

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"Dúvida não há de que a autora, como se vê pelas fotografias carreadas aos autos, não impugnadas séria e concludentemente, se expressa socialmente como mulher", destacou o relator Neto Barbosa Ferreira. "Destarte, razão não havia para que a abordagem com solicitação de documentos fosse efetuada na forma como demonstrada nos autos. Bem por isso, o fato da suplicante ter se recusado a mostrar seus documentos, não afasta a inoportunidade da abordagem (desrespeitosa, frise-se) a ela efetuada", prosseguiu.

Em outro trecho o magistrado reforçou que "tal abordagem face à expressão social adotada pela autora, foi, sim, manifestamente desrespeitosa". "Houve violação ao direito ao respeito à identidade de gênero e, como via reflexa, à dignidade da pessoa humana", reforçou. A indenização foi fixada em R$ 6.060, quantia correspondente a cinco salários mínimos, considerando a unidade federal vigente de R$ 1.212. Participaram do julgamento, que teve votação unânime, os desembargadores Silvia Rocha e José Augusto Genofre Martins.

Este não é o único caso recente de transfobia em um banheiro público do Estado. Em abril, integrantes do coletivo de batalhas de rimas e saraus Máfia das Minas acusaram um segurança do Metrô de São Paulo de "agressão e crime de ódio contra mulheres que não performam feminilidade".

Na ocasião, o funcionário da organização de transporte deu uma tapa no rosto de uma das mulheres para tentar derrubar o celular apontado para ele. Em comunicado, a equipe responsável pelo serviço de transporte da capital informou que a instituição não compactua com ações discriminatórias e que não tolera desvio de conduta dos seus funcionários. "A empresa já afastou o agente de segurança e está apurando com rigor os fatos com todos os envolvidos".

Defesa

A reportagem tentou contato por telefone e e-mail com a prefeitura de Pedranópolis, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto para manifestações.

O deputado bolsonarista Rodrigo Amorim (PTB-RJ) é acusado de transfobia pela vereadora trans Benny Briolly (Psol-RJ), após direcionar ofensas à parlamentar, durante discurso no plenário da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), nessa terça-feira (17). A agressão verbal ocorreu após a fala de uma deputada colega de Briolly, Renata Souza (Psol-RJ), que segundo o deputado, havia cometido quebra de decoro ao chamar bolsonaristas de “bois”. 

Para revidar, o conservador interrompeu a opositora e disse que, além de não poder falar que bolsonaristas “urram ou mugem”, a deputada “não olhava para a própria bancada”, insinuando que os animais estariam entre os aliados da psolista. Em seguida, utilizou Benny Briolly como exemplo e passou a direcionar as ofensas.  

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"Hoje, na Câmara Municipal, o vereador que parece um porco humano estava lá chorando e dizendo que eu era gordofóbico, mas ela pode se referir aos outros como boi? Talvez não enxergue a sua própria bancada, que tem lá em Niterói um ‘belzebu’, que é uma aberração da natureza, aquele ser que está ali", disse o deputado. 

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Em outro momento, Rodrigo se referiu à vereadora com pronomes masculinos, e disse que ela é um "vereador homem" por ter nascido "com pênis". 

"Ela faz referência a um vereador homem, pois nasceu com pênis e testículos, portanto é homem (...) temos uma aberração do alfabeto inteiro designando o que eles chamam de gêneros, gêneros aleatórios, quando na verdade eu insisto na minha tese de que sou do tempo em que existiam homens, mulheres, 'bichas' e 'sapatões'. Nada mais além disso", declarou Rodrigo Amorim. 

Não é a primeira vez que Rodrigo Amorim tem posicionamentos transfóbicos e desrespeita Benny Briolly. Nas redes sociais, sempre que discorda de alguma ação ou proposta da parlamentar, Amorim se refere à carioca no masculino. Briolly afirma já ter buscado apoio jurídico para responder às provocações na justiça. 

- - > Vereadora trans recebe dupla ameaça de morte em uma semana 

Segundo a vereadora, ela já foi ameaçada de morte mais de 20 vezes. Recentemente, foi alvo de ataques durante uma votação na Câmara Municipal de Niterói, enquanto apresentava o projeto de lei 09/2022, que institui 12 de novembro como o Dia de Maria Mulambo, entidade cultuada por religiosos de matriz africana. Na ocasião, pessoas contrárias ao projeto de lei gritaram frases como "Sai fora, macumbeiro" e "Protetor é Jesus Cristo". 

 

 A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), por meio do Centro Estadual de Combate à Homofobia (CECH), realizará  a partir desta terça-feira (15) a campanha “Respeito tem Nome”, que tem por objetivo enfrentar violências contra pessoas trans e travestis no uso do nome social.

 Os cartazes da campanha ficarão fixados em coletivos de transportes públicos de toda a Região Metropolitana do Recife (RMR) até o dia 25 deste mês. A propaganda da campanha será distribuída nas linhas de ônibus das empresas Borborema, Caxangá, Conorte, Metropolitana, Consórcio Recife, Mobibrasil, São Judas Tadeu, Viação Mirim, Vera Cruz e Globo. A realização da campanha é uma parceria da SJDH e o Consórcio Grande Recife e contará com 2.405 cartazes. 

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De acordo com o secretário-executivo de Direitos Humanos, Diego Barbosa, o projeto é uma maneira de fortalecer os direitos e garantias da população trans. "Esta campanha faz parte das atividades desenvolvidas pelo CECH com o objetivo difundir as políticas públicas realizadas pelo Governo de Pernambuco. É uma forma de promover e fortalecer os direitos e garantias da população trans em todo o estado para que a sociedade deixe os seus preconceitos de lado e respeite as diferenças”.  

​Está circulando nas redes sociais, um vídeo em que duas alunas trans, são vítimas de transfobia, no último sábado (19). O fato aconteceu na Escola Estadual Maria Alves Machado, na cidade de Paulista, na Região Metropolitana do Recife.

O vídeo mostra outros adolescentes, gritando, xingando, quando as jovens tentam entrar na fila feminina da merenda. Ainda na saída, jogaram comida nelas e as chamarm pelo nome de registro. 

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A codeputada estadual Robeyoncé Lima, do mandato coletivo Juntas (Psol), denunciou o caso e se manifestou através de suas redes sociais. “Quando falamos em violência escolar estamos falando também na responsabilização da escola em proteger e impedir isso. É papel fundamental dos nossos gestores educacionais fazerem com que pessoas trans não sejam expulsas de escolas por não se sentirem acolhidas”, afirmou em postagem. 

A direção da escola fez uma reunião com as estudantes e seus familiares, na última quarta-feira (23). Na reunião, as jovens foram escutadas e foi debatida a resolução do problema. A escola informou que já trabalham com projetos que visam combater o bullying, para enfatizar o respeito entre os alunos. Diante ao que aconteceu, a direção da escola também agendou a realização de uma oficina sobre o uso indevido da imagem.

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Abby abandonou a Guarda Municipal de Jaboatão em razão de transfobia praticada por chefe e colegas. (Júlio Gomes/LeiaJáImagens) 

Todos os clientes foram embora depois que Abby Silva Moreira, agora com 45 anos de idade, decidiu iniciar o processo de transição de gênero.Sua pequena gráfica, localizada no bairro de Boa Viagem, no Recife, fechou há 10 anos. “A única coisa que existe para trans no Brasil é se prostituir ou ser cabeleireira", constata. O tempo dedicado aos estudos para concurso público, aparente solução para seus problemas financeiros, passou a ser disputado pelo curso profissionalizante da Embelleze. “Eu não queria me prostituir de forma compulsória. Foram três anos de penúria entre fechar a gráfica e ser chamada para o concurso em Jaboatão dos Guararapes”, conta. Em julho de 2017, Abby tornou-se a primeira mulher transgênero do Brasil a ser admitida para uma Guarda Municipal. O feito, contudo, não a impediu de sofrer com a transfobia na corporação.

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“Meu primeiro dia de trabalho foi terrível. Me senti uma verdadeira macaca de circo em um picadeiro. As pessoas saíam de seus postos para me ver. A Guarda Municipal de Jaboatão passou 20 anos sem concurso, então me deparei com uma guarda velha, de maioria evangélica e conservadora, que nunca conviveu com uma pessoa trans na vida. Não houve renovação ou capacitação desse pessoal. Ninguém me aceitava, as pessoas me olhavam com olhos de reprovação”, relata Abby.

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De acordo com a servidora, foi a proteção dos primeiros comandantes a quem respondeu que garantiu que o ambiente de trabalho se mantivesse suportável. “Os primeiros comandantes tinham muito cuidado com os locais onde me colocavam para trabalhar. Atuei na Patrulha Maria da Penha, que era formada por jovens, por exemplo, e um posto onde ficava sozinha com outra mulher. Até aí, sempre com todas as gratificações”, coloca. Apesar do acolhimento da chefia, Abby precisava lidar com a pressão dos colegas. “Meu chefe recebia telefonemas de pessoas antigas revoltadas porque eu recebia gratificação e eles não. Eu integrava um grupamento e isso incomodava muita gente. Sempre houve perseguição”, acrescenta.

A servidora já convivia com depressão e transtorno bipolar quando Admilson de Freitas foi nomeado para o comando da corporação. “A Guarda foi inevitavelmente um gatilho, mas eu conseguia trabalhar, manter meu tratamento e as medicações. O meu inferno verdadeiro começou há um ano, quando Admilson assumiu a Guarda, tendo como primeiro ato o corte de todas as minhas gratificações”, lamenta. O salário que passava dos R$ 3 mil logo caiu pela metade. “Ele não deu justificativa e ainda disse que ninguém que trabalhava de segunda a sexta recebia gratificação, o que é mentira, pois temos centenas de casos que provam o contrário. Por que apenas a minha gratificação foi cortada? Não consegui mais arcar com minhas medicações, que eram muito caras, e tive que recorrer à farmácia do estado”, lamenta Abby.

Corte repentino das gratificações diminuiu o salário de Abby pela metade. (Júlio Gomes/LeiaJáImagens)

Com a posse de Admilson, as grosserias e os deboches cotidianos passaram a partir da chefia. “Ele me tratava mal sempre que podia, nunca teve educação comigo. Fazia questão de não respeitar meu gênero e sempre me tratava com pronomes masculinos. Tudo pelo fato de eu ser quem sou”, desabafa. Em junho de 2021, a servidora foi internada pela primeira vez na ala psiquiátrica do Hospital das Clínicas (HC). “Ao invés de o comandante se preocupar com meu estado de saúde via junta médica, conseguiu o telefone da minha ex-companheira e disse que eu seria exonerada. Claro que isso não poderia acontecer, ele fez pela satisfação de me ameaçar”, lembra.

“Evangélico radical”

Fontes ouvidas pela reportagem descrevem Admilson de Freitas como um “evangélico radical”, que assumiu o comando da corporação graças à indicação do vereador Pastor Ginaldo (PSC), grande aliado político do prefeito Anderson Ferreira (PL). O LeiaJá teve acesso ao ofício 01/Fevereiro/2022 expedido pela Associação dos Guardas Municipais de Jaboatão dos Guararapes (ASGUAJG) para o Ministério Público. No documento, Admilson é acusado de utilizar-se do efetivo para oferecer segurança particular a igrejas evangélicas.

Comandante Admilson veste farda da Guarda Municipal em culto da Assembleia de Deus. (Reprodução/Whatsapp)

"Fica, portanto, evidente que o Sr. Ademilson Freiras utilizou-se do efetivo da Guarda Municipal de Jaboatão dos Guararapes como meio de segurança privada, tendo, inclusive, colocado guardas para ficar de segurança dentro da Igreja. Tal atitude caracteriza claro desvio de finalidade [...] A utilização da Guarda Municipal para fins de segurança privada é inconstitucional e fere o Estatuto dos Guardas Municipais ( Lei Federal 13.022/2014)”, diz trecho da denúncia.

Ademilson é acusado ainda de coagir guardas municipais a frequentar cultos religiosos da Assembleia de Deus. A CI Circular Nº 017/2021, expedida por ele em 27 de outubro de 2021, convoca todo o efetivo para participar do ato de entrega do documento de Identificação Funcional da Guarda, a ser realizado às 20h do dia 27 do mesmo mês, no pátio da Escola Municipal Nossa Senhora do Loreto, localizada na Rua Arão Lins de Andrade, 380, Piedade. “De frente para essa escola, há uma Assembleia de Deus. O pessoal teve que assistir ao culto para depois pegar o documento de identificação na escola. Foi um evento para fazer palanque para o vereador que ele apoia. Ele se utilizou do poder que tinha para ferir o estado laico”, comenta Erick Dayvson de Freitas, presidente do Sindicato dos Guardas Municipais de Jaboatão.

Guardas municipais em culto anterior à entrega do documento de identificação. (Reprodução/Whatsapp)

Fotos dos guardas fardados dentro da Igreja foram divulgadas pelo próprio vereador Pastor Ginaldo. Quando soube que a entrega da identificação ocorreria na Assembleia de Deus, Abby abriu mão do documento. “Eu já estava muito fragilizada, muito deprimida”, resume.

Intensificação do processo depressivo

Preocupado com o estado de saúde de Abby, um dos psiquiatras do HC, então, pediu a readaptação da trabalhadora na área administrativa da Guarda Municipal. “A solicitação aconteceu para me deixar mais tranquila para continuar o tratamento. Eu nunca imaginei que isso viraria o maior inferno da minha vida, que sofreria tanta humilhação e tanta transfobia em cima dessa portaria”, relata a servidora.

Ao ser comunicado da recomendação médica, Admilson alegou que não havia nenhuma vaga administrativa disponível na corporação e despachou a demanda para o setor de trânsito do município. “Até dá vontade de chorar. Todo servidor é readaptado na sua própria secretaria. São concursos diferentes, servidores diferentes. Ele simplesmente me expulsou da Guarda e disse que eu ‘me resolvesse’ com o trânsito”, lamenta. Seguindo a ordem de Admilson, Abby se apresentou no novo setor assim que recebeu alta. “O comandante do trânsito leu a portaria e disse: ‘só quem pode estar no administrativo do trânsito é quem é do trânsito, quem te mandou pra cá não procurou nem saber se tinha vaga pra você’. Volto para a Guarda e o comandante se recusa a me receber. Voltei para casa chorando, porque fui impedida de trabalhar”, acrescenta.

Em meio ao vaivém entre as pastas da prefeitura e a ameaças de exoneração praticadas por Admilson, Abby conta que a superintendência de Ordem Pública mandou que ela permanecesse em casa até que “uma solução” fosse encontrada. Com o agravamento do quadro psicológico, em novembro, Abby volta à Guarda em busca de uma resposta. “Disseram que estavam pensando em me colocar na secretaria de Direitos Humanos, mas não fizeram nada. Eu mesma tomei a iniciativa de procurar a secretária de Direitos Humanos [Cláudia Freire], que ficou horrorizada com a situação e escreveu um ofício me solicitando para a equipe dela. Mesmo assim, nada mudou”, prossegue.

Sem retorno, Abby tentou tirar a própria vida em dezembro. “Fui novamente internada, depois de quatro meses de humilhação e idas e vindas. Me pergunto de onde vem tanto ódio, se nunca fiz mal a ninguém. Por que fazem isso comigo? Porque eu sou trans. Eu não sou gente, eu deixei de ser gente. Eu não sangro, eu não sofro, eu não sinto nada. Me senti uma merda, uma coisa indesejada. Acabaram com a minha existência”, afirma.

Denúncia

"Acabaram com minha existência", diz Abby. (Júlio Gomes/LeiaJáImagens)

No dia 8 de fevereiro deste ano, a servidora denunciou o comandante Admilson de Freitas ao Ministério Público de Jaboatão dos Guararapes, por transfobia. No documento, endereçado à promotora de Direitos Humanos Isabela Bandeira, Abby solicita que órgão promova uma audiência pública com a presença do acusado, da presidência do Conselho LGBT Municipal, de um representante do Centro Estadual de Combate à Homofobia, de um representante da Comissão de Diversidade Sexual da OAB e da presidência do Sindicato dos Guardas Municipais de Jaboatão (Sindguardas).

No dia 11 de fevereiro, o Diário Oficial de Jaboatão dos Guararapes registrou a exoneração de Admilson de Freitas. Um dia depois, a prefeitura divulgou a realocação de Abby da Secretaria Executiva de Ordem Pública e de Mobilidade para a Secretaria Executiva de Direitos Humanos. “Eu tinha orgulho de vestir a farda da Guarda. Eu saía na rua e as pessoas me respeitavam, me tratavam por ‘ela’, por ‘senhora’. Quando eu tiro a farda, viro escória. Agora, se eu puder ficar em Direitos Humanos, prefiro. Essa ferida que fizeram em mim não vai fechar. Destruíram minha auto estima emeu único orgulho, que era minha farda”, lamenta.

Por meio de nota, o MP confirmou o recebimento da manifestação por meio da 6ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania de Jaboatão dos Guararapes (Direitos Humanos).  “Segundo a Promotoria, já foi instaurado o respectivo procedimento e, como medida preliminar, foi marcada uma audiência, para a primeira semana de março, com a vítima, o suposto agressor, o Conselho LGBTQI+, a Secretaria de Direitos Humanos e com o Sindicato dos Guardas Municipais de Jaboatão dos Guararapes”, diz o posicionamento.

No Brasil, a transfobia é crime desde 2019, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) passou a enquadrar a prática no crime de racismo. A pena prevista para tais condutas discriminatórias é de um a três de detenção, além de multa. Assim, embora o comandante tenha sido exonerado, Abby frisa que sua luta está longe de acabar. “Esse é só o começo. Quero ir até o fim para que o Ministério Público realize a denúncia e ele seja condenado por transfobia. Isso não pode ficar impune. O respeito pra mim é algo tão difícil que se tornou um sonho”, ressalta.

O Centro de Valorização da Vida (CVV) realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que precisam conversar, de forma totalmente sigilosa. Para obter informações sobre o atendimento, basta ligar para o número 188.

O presente do anjo, recebido por Pedro Scooby no BBB 22, tem gerado muita polêmica do lado de fora da casa. Após a treta entre Luana Piovani e Boninho, por conta do veto dela a um vídeo dos filhos do surfista, foi a vez do público mirar em um comportamento dele com a colega de confinamento Linn da Quebrada. O atleta foi acusado de transfobia após um comentário direcionado a ela. 

Depois de assistir aos vídeos da família de Scooby, Linn fez uma brincadeira em relação ao irmão do surfista. Mostrando-se interessada no rapaz, a cantora disse: "Por que você não falou que era meu cunhado? Você não sabe da gente, então?". Scooby, então, perguntou se a sister havia se interessado e disparou: “O meu irmão vai em tudo!"; ao que Lina rebateu: "Olha como ele fala: 'meu irmão vai em tudo'. E eu lá sou tudo? Sou qualquer coisa?".

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Nas redes sociais, o comentário de Scooby não repercutiu bem e ele foi acusado de transfobia. “Pedro Scooby soltando esse ‘meu irmão vai em tudo’ com a Lina e fazendo talvez uma das transfobias mais horríveis, se tiver como mensurar um troço que não devia rolar nunca. A Lina ainda cortou muito na moral e ele se fez de sonso. Por mim saía do programa hoje”; “Homem insuportável!”;”Depois de ter uma atitude gordofóbica com Tiago Abravanel, Pedro Scooby foi transfóbico com @linndaquebrada”.

Uma estudante do ensino médio da rede estadual de ensino foi vítima de transfobia na manhã da quarta-feira (9) em um caso que gerou briga generalizada entre estudantes da escola Galdino Pinheiro Franco, na cidade de Mogi das Cruzes, região metropolitana de São Paulo. A aluna trans, que é menor de idade e teve identidade preservada, foi alvo de agressões físicas e xingamentos por parte de outros adolescentes.  

Após ter sido tratada pelo pronome masculino pelos colegas de classe, a vítima reagiu, tendo chutado carteiras e assentos da sala de aula. Na confusão, um dos objetos teria atingido uma outra aluna, o que desencadeou uma reação de outros estudantes; em seguida, um grupo se uniu para agredir a jovem trans.  

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Toda a briga ocorreu durante o intervalo. Nas imagens é possível ver a aluna sendo agredida com socos e pontapés em um corredor da escola. 

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A Secretaria Estadual de Educação de São Paulo (Seduc-SP) afirmou que repudia toda e qualquer forma de agressão dentro ou fora do ambiente escolar. "O caso seguirá sendo apurado pela Pasta, assim como pela DE e a direção da escola, para uma conclusão assertiva", diz o posicionamento.

Apesar da instituição pertencer ao Estado de São Paulo, o prefeito de Mogi das Cruzes, Caio Cunha (Podemos), emitiu nota de repúdio ao acontecimento e se mostrou disposto a prestar assistência à vítima. “Como prefeito e, principalmente, como pai, os meus sinceros sentimentos a essa aluna. Todas as pessoas merecem respeito, dignidade e têm o direito de serem quem elas quiserem ser. Contem conosco para uma cidade segura e cada vez mais educativa”, escreve o gestor. 

O Fórum Mogiano LGBT realiza a acolhida da vítima e dos familiares. “Recebemos essa denúncia através das redes sociais e estamos tentando, por diferentes modos, fazer contato com a vítima e com a família para dar o acolhimento necessário e cobrar providências por parte do poder público”, afirma a presidente e fundadora Regina Maria Tavares. 

Confira a nota da Seduc:

“A Diretoria de Ensino (DE) de Mogi das Cruzes esclarece que o episódio ocorrido nesta quarta-feira (9) na EE Galdino Pinheiro Franco foi pontual, e que a direção da escola agiu assim que tomou conhecimento. A Ronda Escolar foi acionada para garantir a segurança dos estudantes e os familiares do envolvidos foram chamados pela direção da unidade, a fim de dar ciência dos fatos. O caso seguirá sendo apurado pela Pasta, assim como pela DE e a direção da escola, para uma conclusão assertiva. A equipe do Conviva, programa de convivência e segurança da Seduc-SP, foi acionada para dar suporte à comunidade escolar e o caso foi registrado no Placon, sistema do programa que tem como principal objetivo monitorar a rotina das escolas da rede estadual. A unidade escolar também dispões da assistência do Programa Psicólogos na Educação, que poderá ser acionado para auxiliar no caso, se for necessário.”

 

Luna Nunes, transsexual de 22 anos, denunciou a Polícia Militar por crime de transfobia, em caso ocorrido no bairro de Mutinga, em Osasco, São Paulo. O ato foi gravado no último domingo (30).

Em post nas redes sociais, Luna contou que estava em uma tabacaria com suas amigas, e que durante a madrugada aconteceu um acidente de trânsito em frente ao local onde estava. Um carro atropelou uma motocicleta e fugiu do local. Luna e suas amigas socorreram a vítima, e chamaram à ambulância e a Polícia Militar. Ela contou que quando os policiais chegaram, deram início às agressões verbais, risadas, com Luna e suas amigas, que também são transsexuais.

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O vídeo, postado por Luna em suas redes sociais, mostra uma policial desrespeitando ela. A policial insistiu em chamá-las de “eles”.

“Quer que eu chame de mulher, vai trocar o nome da certidão. Tem que ter no RG nome de mulher”, disse a policial.

Até o momento, Luna não registrou boletim de ocorrência, mas pretende fazer registro oficial na delegacia.

A PM relatou que foi instaurado um procedimento interno para analisar a conduta da policial, que também será reorientada.

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Reação

A ANTRA (Associação Nacional de Travestis e transsexuais), postou um comunicado sobre o ocorrido.

“Transfobia é crime imprescritível BRASIL. E o direito a autodeclaração de gênero foi assegurado pelo STF desde 2018. Agentes do estado não podem ser responsáveis por violar os direitos das pessoas trans e submeter nossa população a esse tipo de violência e constrangimento”, diz a nota.

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Angélica usou o Instagram para falar de um assunto delicado. Na rede social, a apresentadora lamentou a morte de uma fã por transfobia. Compartilhando a notícia, a esposa de Luciano Huck se revoltou ao fazer o desabafo. "Respeito. Hoje vim falar de respeito. Uma dor, na verdade", iniciou a comunicadora.

"Nós vivemos em uma sociedade opressora, em um país que tem a maior taxa der mortalidade de travestis e pessoas trans. Ao mesmo tempo, nós somos o país que mais consome conteúdo pornográfico transexual no mundo. Existe uma cultura de opressão sendo constantemente alimentada, gerando situações de preconceito, de violência à comunidade diariamente", completou.

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Destacando a violência no relato, Angélica contou que sua seguidora cometeu suicídio: "Uma fã muito querida infelizmente – vítima desses preconceitos e violências – tirou a própria vida. Depois de ter tirado de si a liberdade de ser quem ela é. Hoje a Babalu nos deixa. Uma fã maravilhosa, de longa data, me acompanhou desde o início da minha carreira. Estou aqui para deixar um abraço enorme para todos os familiares e amigos. Que sua passagem seja leve e tranquila, de muita luz". Montagens entre Angélica e a fã foram compartilhadas.

Veja:

Eslovênia deu uma ‘bola fora’ pela segunda vez com a colega de confinamento no 'BBB 22', Linn da Quebrada. Na festa do último sábado (22), a ex-miss Pernambuco referiu-se à cantora novamente no masculino e acabou levando uma bronca. Lina disse que não dava mais pra ela errar o pronome pelo qual deve ser chamada. Por sinal, a artista tem “ela” tatuado em sua testa. 

As duas sisters conversavam quando Eslô chamou Linn de “amigo”. De imediato, ela identificou o erro e desculpou-se dizendo: “Foi sem querer”. A cantora, então, deu um chamada na colega, sem se alterar, e disse: “Não dá ́mais pra ficar errando, amiga".  

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Essa não foi a primeira vez que Eslovênia se referiu a Linn utilizando o pronome masculino. Logo após a entrada da cantora na casa, a sister usou o pronome msculino “ele” para falar sobre a artista e foi repreendida pelos demais colegas. 

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As constantes situações de transfobia envolvendo a artista no BBB 22 têm sido tema nas redes sociais. Em seu perfil oficial, o time de Adms da cantora, que por sinal é formado integralmente por travestis, vem pedindo respeito a ela. “A indignação contra esse tipo de violência é fundamental e deve existir para além das redes sociais”. 

Seja você uma pessoa que acompanha ou não o Big Brother Brasil, uma coisa é certa: algumas das discussões aborddas no reality vão acabar chegando ao seu conhecimento pelas redes sociais. A edição de número 22 do programa começou há menos de uma semana e já levantou dois temas bastante urgentes: racismo e transfobia. Este ano, o elenco do casa conta com uma travesti, a cantora Linn da Quebrada, e ela já tem ajudado a falar contra o preconceito dentro e fora do confinamento.

Após a chegada de Linn, na última quinta (20), algumas situações pautaram as redes sociais e a transfobia virou tema de discussão. Após ser chamada de “ele”, e não ela, pela sister Eslovênia, alguns perfis repercutiram o erro da pernambucana. Na ocasião, a cantora corrigiu a colega de confinamento de imediato informando a ela por qual pronome deve ser chamada. 

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Mais tarde, durante conversa no quarto, o brother Rodrigo usou o termo “traveco” para referir-se a uma travesti. Ele foi repreendido por Vyni e Maria e, horas mais tarde, decidiu consultar Linn a respeito. A cantora, então, dissse: “Traveco é utilizado nesse lugar pejorativo. Acho que a gente até sabe mas também não se ligue porque isso acaba se tornando um hábito de se referir. É não usar mais. Se fosse comigo, ia ficar ressabiada ali”. O brother pediu desculpas e sua equipe, nas redes sociais, também publicou um comunicado de retratção.

Fora da casa

A repercussão do assunto fez uma ex-sister relembrar um situação parecida que viveu com Pedro Scooby, também confinado no BBB 22. Ariadna Arantes, primeira mulher trans a participar do BBB, em 2011, contou que o surfista referiu-se a ela usando o termo pejorativo durante uma festa, enquando ainda namorava com a cantora Anitta. A ex-sister diz que ele não se desculpou na época, mas que espera que o atleta tenha aprendido a lição. 

Reprodução/Twitter

Uma escola britânica decidiu retirar o nome J.K. Rowling de um de seus prédios e rebatizá-lo, devido às polêmicas opiniões da autora da famosa saga de Harry Potter sobre questões de transexualidade, que lhe valeram acusações de transfobia.

A Boswells School, em Chelmsford, no leste da Inglaterra, que atende alunos de 11 a 18 anos, explicou que mudou o nome do prédio para Holmes, em homenagem ao medalhista de ouro olímpico Kelly Holmes.

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"Na Boswells School, promovemos uma comunidade escolar inclusiva e democrática, onde estimulamos os alunos a se desenvolverem como cidadãos autoconfiantes e independentes", disse o diretor da instituição, Stephen Mansell.

No final de 2021, "revisamos e mudamos o nome de uma das nossas casas, após inúmeros pedidos de alunos e funcionários, assim como de uma votação de toda escola", acrescentou.

Em um boletim informativo de julho, o centro afirmou que seus seis edifícios foram nomeados em homenagem a "destacados cidadãos britânicos".

"No entanto, após os vários pedidos de alunos e funcionários, estamos revisando o nome da nossa casa vermelha 'Rowling', à luz dos comentários e opiniões de J.K. Rowling sobre pessoas trans", explicou.

A escritora escocesa está envolvida em polêmica com a comunidade transgênero por sua crença de que os direitos das mulheres baseados no sexo devem ser protegidos.

A disputa começou em 2020, quando a autora tuitou contra o uso da frase "pessoas que menstruam", em vez de apenas mulheres.

A mensagem gerou um distanciamento por parte de algumas das estrelas dos filmes de Harry Potter, incluindo seu protagonista, Daniel Radcliffe, que tuitou um pedido de desculpas em seu nome.

Rowling nega ser transfóbica e revelou, em novembro, que recebeu ameaças de morte por suas declarações.

Filho de pai e mãe trans, Apolo nasceu em um parto normal nessa quinta-feira (9), em São Paulo. Após uma gestação marcada pela união entre Lorenzo Gabriel Duvali e Isis Broken na luta contra a transfobia, o bebê surpreendeu por se desenvolver mesmo com a carga hormonal que o pai tomou antes de descobrir que esperava uma criança.

"É aquele ditado: o pai carrega 9 meses pra ser a cara da mãe", brincou Lorenzo após conhecer o filho Apolo.

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Há cerca de dois anos ao lado de Isis, ele disse que ficou surpreso com a gestação, pois tomou testosterona por cerca de três anos e acreditava ser estéril.

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"Apolo, sua família transcentrada te ama muito! Papai fez muito esforço e colocou muito amor em sua saída, mamãe ficou horas em pé sem conseguir pregar o olho pra te ter por perto o máximo possível", publicou Isis.

Em uma das últimas consultas do pré-natal, o casal chegou a ser abandonado na rua por um motorista de aplicativo e precisou fugir correndo com medo das ameaças do homem furioso. Após o contato com a Uber feito pelo LeiaJá, a empresa informou que excluiu o condutor do quadro de colaboradores.

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Emocionado ao dar à luz, Lorenzo publicou uma declaração a Apolo. "Te amo filho, você foi fruto de muito amor, muita luta e é uma pequena parte de uma revolução, hoje papai entende que tudo o que passei enquanto vc estava na barriga foi pra me tornar mais forte", escreveu.

A mãe acompanhou o parto e também comemorou a chegada do pequeno. "A maternidade travesti é a coisa mais gostosa e linda desse mundo! Digam oi a Apolo", apresentou.

A britânica J. K. Rowling, autora da saga de sucesso Harry Potter, revelou nesta segunda-feira (22) que recebeu ameaças de morte, segundo ela, de ativistas dos direitos dos transgêneros que a acusam de transfobia.

"Recebi tantas ameaças de morte que agora poderia colocar de papel de parede", disse a romancista em uma série de tweets.

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Nessas mensagens, Rowling, de 56 anos, afirma que três militantes "se fotografaram em frente à (sua) casa" na semana passada, "posicionando-se expressamente de forma que (meu) endereço fosse visível", e postaram as imagens no Twitter.

Contactada pela AFP, a polícia escocesa afirmou que o caso estava sendo investigado.

No ano passado, a autora das histórias do bruxo compartilhou um artigo sobre "pessoas que menstruam" no Twitter. "Tenho certeza de que costumava haver uma palavra para essas pessoas. Que alguém me ajude", ela indicou, ironicamente.

Vários internautas responderam que homens transgêneros podem menstruar e que há mulheres trans que não podem.

O status das pessoas trans é objeto de debate nos últimos anos no Reino Unido.

Rowling afirmou na segunda-feira que foi contatada por muitas mulheres que foram vítimas de "campanhas de intimidação", variando de assédio a ameaças de estupro.

E acusou essas três ativistas que divulgaram seu endereço de terem feito isso para "intimidá-la e impedi-la de defender os direitos das mulheres com base no sexo" biológico.

Na volta para casa após a consulta pré-natal de 35 semanas de gestação, um casal trans foi agredido pelo motorista da Uber, na noite dessa sexta-feira (12), na Grande São Paulo. Lorenzo e Isis foram abandonados no meio da rua e precisaram correr não serem espancados.

Isis é sergipana e está em São Paulo há cerca de um mês para participar da gravidez do companheiro Lorenzo, que espera por Apolo há oito meses. Além do preconceito em sua terra natal, ela conta que deixou o Nordeste para proporcionar um acompanhamento mais justo e humanizado ao filho. 

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Prestes ao nascimento, em uma das últimas viagens para o pré-natal, o casal denuncia que podia ter perdido o filho por não se calar aos insultos de um motorista por aplicativo identificado como Silvio.

De acordo com o relato das vítimas, ele se intrometeu na conversa para "corrigir" e discordar do gênero do casal, sem dar ouvidos as explicações sobre a temática LGQTQIA+.

"Isso é coisa da cabeça. Vamos parar por aqui que não vai dar certo. Se você se estressar, eu também vou me estressar e vai dar merda", ameaçou.

Isis aponta que ele pode ser preso se prosseguir com a postura e ouve risos de Silvio, que responde: "nesse país ninguém vai preso. Eu tenho curso de Direito".

O motorista é questionado se iria agredir fisicamente uma pessoa gestante, quando começa a gritar e eleva ainda mais o tom das ameaças. Após ser reiteradamente desrespeitado, o casal contesta Silvio com xingamentos, que o irritam ainda mais.

"Então a gente vai ver quem é um merda na hora que a gente descer. Aí você vai repetir o que falou", intimida.

Apesar de estar perto do destino, a situação preocupa Lorenzo, principalmente pela integridade do filho, e ele pede que Isis ligue para a mãe e conte sobre o caso ao padrasto, que é policial. O contato seria para pedir que ele fique atento ao fim da corrida e espere na porta de casa.

O motorista fica mais irritado pelo casal tentar envolver o padrasto e continua a elevar o tom, aparentemente por medo de que o caso pare na delegacia.

A discussão chega ao estado mais crítico quando o carro entra na rua para deixá-los. Lorenzo tenta pular do veículo ainda em movimento, mas é impedido pela companheira. Poucos metros depois, Silvio encerra a corrida mesmo sem estar no destino final e o casal foge antes que ele consiga descer. 

Já em casa, Lorenzo começa a passar mal e é amparado por Isis e pelos familiares com fortes dores na barriga. O casal revela que não é a primeira vez que sofre com esse tipo de violência mas, apesar da hostilidade, todos estão bem. 

Na próxima terça-feira (16), eles vão juntos à Comissão de Direitos Humanos de São Paulo e dar entrada em um processo judicial contra a Uber. No mesmo dia, garantem que vão buscar a delegacia para prestar um boletim de ocorrência contra o agressor.

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Posicionamento da Uber

Procurada pelo LeiaJá, a Uber repudiou e classificou a conduta do motorista como inaceitável. A empresa acrescenta que a conta dele já foi desativada e que segue à disposição para colaborar com as investigações.

Confira o comunicado na íntegra

"A Uber considera inaceitável e repudia qualquer ato de violência e discriminação. A empresa acredita na importância de combater, coibir e denunciar casos dessa natureza às autoridades competentes. A conta do motorista parceiro foi desativada assim que tomamos conhecimento do ocorrido. A Uber permanece à disposição das autoridades para colaborar com as investigações, na forma da lei.

A Uber defende o respeito à diversidade e reafirma o seu compromisso de promover o respeito, igualdade e justiça para todas as pessoas LGBTQIA+. A empresa fornece diversos materiais informativos a motoristas parceiros sobre como tratar cada usuário com cordialidade e respeito e ser um aliado ou aliada na luta contra a LGBTQIA+fobia".

A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) aprovou, na última segunda-feira (25), o Projeto de Lei Ordinária 2307/2021 que prevê vedar a contratação, por parte da administração pública, de terceirizados condenados pela prática de homofobia e transfobia.

A PL é de autoria do deputado Clodoaldo Magalhães (PSB) e foi aprovada por unanimidade na Comissão de Constituição, Legislação e Justiça (CCLJ). Após a aprovação pela Comissão, a iniciativa, que altera a Lei nº 13.462, de 9 de junho de 2008, tramitará nas comissões de Administração Pública, Cidadania, Direitos Humanos e Participação Popular, Desenvolvimento Econômico e Segurança Pública e Defesa Social até a votação no plenário.

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Para que seja aprovada de fato, o Projeto precisa que maioria dos deputados votem favoráveis a ele. Em caso de deferimento, o PL seguirá para sanção do governador de Pernambuco, Paulo Câmara.

Uma aluna trans, de 17 anos, da Escola de Referência em Ensino Médio Professora Euridice Cadaval, localizada em Itapissuma, Região Metropolitana do Recife, acusa a instituição de ensino de transfobia. A jovem, que por ser menor de idade não teve o nome divulgado, foi proibida de usar o banheiro feminino por um funcionário da escola na última quarta-feira (27).

Após a denúncia de estudantes, colegas realizaram, nesta quinta-feira (28), um protesto em apoio à jovem e para chamar atenção da Secretaria Estadual de Educação (SEE). O movimento exigiu que a aluna vítima de transfobia tenha direito ao uso do banheiro feminino.

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Em entrevista ao portal G1, a estudante transexual relatou como foi abordada pelo funcionário. "Fui para o banheiro trocar de roupa e um funcionário viu e veio gritando. Disse que era lugar de mulher e que eu estava no banheiro errado. Rebati, dizendo que era uma mulher trans e que era meu direito usar o banheiro feminino. Ele chamou o gestor, que me chamou até a sala dele e disse que o que eu fiz foi muito errado, que eu era homem e estava no banheiro feminino", afirmou.

No relato, ela também alega que a proibição foi a mando do gestor da escola, que, segundo a aluna, é integrante de uma igreja evangélica. Mesmo explicando ao diretor do EREM que é uma mulher trans, a jovem foi direcionada a usar o banheiro masculino. "Ele disse que a gestão passada era liberal demais", disse.

Procurada pela reportagem do LeiaJá, a Secretaria Estadual de Educação informou, por meio da assessoria, que já tem conhecimento da denúncia da aluna. "Gerência Regional da Educação Metropolitana Norte abriu um processo de investigação administrativa dos fatos. Uma comissão da regional está acompanhando o caso e apurando com todos os envolvidos", diz parte do comunicado.

E finaliza: "A gestão da unidade de ensino marcou uma reunião com o conselho escolar e os pais/responsáveis para tratar sobre estes assuntos na próxima quarta-feira (3)".

O estado de Pernambuco figura como o sétimo mais perigoso para transexuais no país, segundo pesquisas da Associação Nacional de Travestis e Transsexuais (Antra). Além disso, só em 2020, no Brasil, 175 assassinatos foram motivados por transvestifobia, de acordo com a Antra, colocando o país como o que mais mata transgêneres no mundo. Para protestar contra tamanha violência, o coletivo Agridoce lança, no próximo sábado (9), às 20h, o vídeo-performance Incendiárias, filhas do fogo, no YouTube. O trabalho ficará disponível gratuitamente até às 0h do domingo (10). 

Formado por 13 artistas trans e travestis de Pernambuco, o Coletivo de Dança-Teatro Agridoce tem buscado na arte uma ferramenta para lutar contra a violência direcionada à população trans. Em Incendiárias, o público é provocado a pensar no tema a partir de cenas de mulheres trans e travestis em performance por espaços públicos em Pernambuco.

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A obra busca, também, homenagear algumas vítimas da tranvestifobia, como Roberta Nascimento, queimada viva no último 24 de junho, no Cais de Santa Rita; Gisberta Salce Júnior, travesti assassinada em Portugal, em 2006; e Xica Manicongo, a primeira trans brasileira, assassinada no Brasil Colônia.  

O elenco do trabalho é composto pelas artistas Sharlene Esse, Sophia William, Jorja Moura, Aurora Jamelo, Pietra Tenório, Renna, Lorrany Silva, Cora Losty, Sabrina Raissa, Catarina Almanova, Leandra Salles, Estella Koral e Yafé Dias. Conta ainda com a participação de  Flávio Moraes e Nilo Pedrosa. O vídeo-performance poderá ser conferido gratuitamente no YouTube até a meia noite do domingo

Após o lutador britânico do UFC, Darren Till, publicar uma 'piada' transfóbica, usando imagem da cantora Pablo Vittar em suas redes sociais nessa sexta (30), internautas fizeram campanha e prestaram apoio a drag brasileira na hashtag “Pablo Vittar merece respeito”.

O Instagram suspendeu a conta do lutador, mas a 'piada' ainda pode ser vista em seu twitter. No post, a montagem de uma foto de Pablo no médico, fazendo um ultrassom que mostra apenas fezes em sua barriga, enquanto na legenda tem escrito em inglês: “when you transgender and you think pregnant”. Na tradução literal: “quando você é transgênero e pensa que está grávida”.

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Os fãs da cantora e a comunidade LGBTQIA+ se revoltaram e usaram as redes sociais para criticar o lutador e pedir respeito, apesar de Pablo não ser transgênero e sim drag queen.

“Mais um hétero fracassado querendo surfar no sucesso da maior drag do mundo”, escreveu um fã. “Pablo Vittar merece respeito e pessoas trans também”, disse outro.

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