Nesta terça-feira (12), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), confirmaram um caso do superfungo Candida auris em um paciente que estava internado no Hospital da Restauração (HR), localizado na área central do Recife, e que recebeu alta no final do mês de dezembro do ano passado. Outros dois casos estão em investigação.
Candida auris é um fungo que pode causar infecções invasivas, além de ser multirresistente a fármacos comumente utilizados para tratar infecções por Candida.
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Um exame de urina do homem de 38 anos levantou a suspeita do micro-organismo e, por isso, a amostra foi encaminhada ao Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (Lacen-BA), que confirmou a presença do fungo na última segunda-feira (10).
O fungo, de ocorrência hospitalar, pode causar infecção de corrente sanguínea e outras infecções invasivas, podendo ser fatal, principalmente em pacientes imunodeprimidos ou com comorbidades. De acordo com a Anvisa, ainda não se sabe o mecanismo de transmissão, acreditando-se que é por meio de contato com superfícies ou equipamentos contaminados.
O órgão emitiu, em 2017, um comunicado orientando sobre a vigilância laboratorial de Candida auris no Brasil, que teve seu primeiro caso confirmado em dezembro de 2020, na Bahia. O tratamento vai depender da avaliação médica e do grau de infecção.
O paciente de 38 anos que estava internado no HR deu entrada na emergência de trauma da unidade de saúde no dia 21 de novembro do ano passado. A SES-PE garante que o paciente já estava colonizado pelo fungo e que a identificação da Cândida auris foi feita por meio de um exame de rotina do Hospital da Restauração, mas que não havia infecção provocada por ele.
Um dos casos suspeitos trata-se de uma mulher de 70 anos, que havia dado entrada no HR por outras causas, mas existe a hipótese de que ela estaria colonizada pelo fungo, mas ainda precisa de confirmação laboratorial. A idosa morreu na UTI do hospital no dia cinco deste mês.
Um homem de 46 anos é o segundo caso suspeito que também deu entrada no Hospital da Restauração no dia 13 de dezembro do ano passado, por outra causa. Ele está na UTI sem nenhum sintoma relacionado à infecção pelo fungo. O exame laboratorial sugestivo da unidade hospitalar saiu na última terça (11) e será encaminhada para o Lacen da Bahia.
A Coordenação Estadual de Prevenção e Controle de Infecção de Pernambuco (CECIH-PE), ligada à Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa), informa que está apoiando a unidade hospitalar, desde a identificação do primeiro caso suspeito, nas atividades para evitar novas contaminações pelo micro-organismo, tendo realizado visita técnica e, atualmente, permanecendo no monitoramento das atividades.
"Para isso, houve capacitação com a equipe multiprofissional do serviço e criado um plano de ação para reforçar as medidas de prevenção e controle, com higienização (limpeza e desinfecção) dos ambientes, higienização das mãos, monitoramento sistemático de contactantes, a partir de cultura de vigilância, e isolamento dos casos suspeitos", detalha a SES-PE.
Surto
a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) esclareceu por meio de nota que, apesar de no momento haver só um caso confirmado e outros em análise no Brasil, pode-se considerar que há um surto de Candida auris porque a definição epidemiológica de surto abrange não apenas uma grande quantidade de casos de doenças contagiosas ou de ordem sanitária, mas também o surgimento de um microrganismo novo na epidemiologia de um país ou até de um serviço de saúde – mesmo se for apenas um caso.