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A revelação sobre trocas na equipe do Gabinete de Segurança Institucional antes da abrupta sucessão de mudanças na Polícia Federal (PF) e de sua própria renúncia deu munição para o ex-ministro Sergio Moro, da Justiça e Segurança Pública, reforçar a acusação de tentativa de interferência política do presidente Jair Bolsonaro na PF.

A defesa do ex-ministro diz que os "fatos levam à inevitável conclusão" de que a manifestação de Bolsonaro na reunião ministerial de 22 de abril, sobre a troca na "segurança do Rio", se refere à Superintendência da Polícia Federal fluminense.

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O advogado do ex-ministro da Justiça, Rodrigo Sánchez Rios, diz ainda que "aguarda respeitosamente" a divulgação do vídeo da reunião no Palácio do Planalto - peça-chave do inquérito Moro contra Bolsonaro - na qual, segundo ele, "as intenções das alterações na Polícia Federal ficarão ainda mais evidenciadas".

Ao Supremo, Moro pediu que fosse divulgada a íntegra do vídeo, "como verdadeira lição cívica". A decisão final pelo levantamento do sigilo será tomada na próxima semana, pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello.

Em nota divulgada neste sábado, 16, Moro faz alusão à reportagem do Jornal Nacional, da TV Globo, exibida ontem (15), que revelou que o presidente não enfrentou problemas para fazer mudanças no GSI, colocando em xeque a versão de Bolsonaro, de que estava agastado com sua segurança pessoal - missão do gabinete - e que não se referia à PF quando reclamou na reunião ministerial.

"Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro oficialmente e não consegui. Isso acabou. Eu não vou esperar f minha família toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence à estrutura. Vai trocar; se não puder trocar, troca o chefe dele; não pode trocar o chefe, troca o ministro. E ponto final. Não estamos aqui para brincadeira", disse Bolsonaro na reunião, conforme transcrição encaminhada ao Supremo pela Advocacia-Geral da União (AGU).

Segundo relatos de pessoas que assistiram ao vídeo, o presidente chamou a superintendência da Polícia Federal no Rio de "segurança no Rio". Bolsonaro alega, por outro lado, que se referia à sua segurança pessoal, que é feita pelo Gabinete de Segurança Institucional.

A defesa de Moro argumenta que a revelação sobre as trocas no GSI demonstra que "nunca houve por parte do presidente da República qualquer insatisfação com o serviço de segurança pessoal que lhe era prestado ou a seus familiares no Rio de Janeiro, tampouco qualquer dificuldade para realizar substituições na área, já que os responsáveis foram, logo antes da reunião ministerial do dia 22/4/2020, promovidos ou substituídos".

"Os fatos levam à inevitável conclusão de que a manifestação do Sr. Presidente na referida reunião ministerial, de que precisaria interferir na 'segurança do RJ' e se necessário trocar o 'chefe' ou o 'ministro' para evitar prejuízos a 'familiares e amigos', dizia mesmo respeito à Superintendência da Polícia Federal no RJ, ao Diretor-Geral da PF, e ao Ministro da Justiça, aliás todos substituídos nos dias seguintes à reunião", registra o texto assinado advogado Rodrigo Sánchez Rios, que defende o ex-ministro.

Rios destaca ainda que as declarações do presidente devem ser associadas à mensagem enviada por Bolsonaro à Moro às vésperas da demissão do ex-ministro. Imagens de diálogo no whastapp mostram que no dia 23 de abril Bolsonaro envia a Moro o link de uma notícia do portal O Antagonista, com a manchete: PF na cola de 10 a 12 deputados bolsonaristas. "Mais um motivo para a troca", diz o presidente. A reportagem faz referência ao inquérito das fake news, conduzido no STF.

Conforme revelado pelo Jornal Nacional, em 26 de março, quase um mês antes da reunião de abril, o general André Laranja Sá Correa - então diretor do Departamento de Segurança Presidencial do GSI - foi promovido por Bolsonaro para exercer o cargo de Comandante da 8ª Brigada de Infantaria Motorizada.

A direção do Departamento de Segurança Presidencial acabou ficando com o então adjunto, Gustavo Suarez, promovido ao cargo titular da repartição.

Uma terceira troca envolvendo a segurança pessoal do presidente ocorreu no Rio de Janeiro. Uma portaria de 28 de fevereiro, dois meses antes da reunião ministerial de abril, colocou o tenente coronel Rodrigo Garcia Otto para exercer a função de chefe no escritório de representação no Rio de Janeiro da Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial do GSI.

O presidente Jair Bolsonaro reconduziu Carlos Marun, ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo da gestão Temer (MDB), e o deputado José Carlos Aleluia (DEM), parlamentar citado na delação da Odebrecht, ao Conselho de Administração da Itaipu Binacional. As nomeações foram publicadas no Diário Oficial nesta sexta, 15, assinadas por Bolsonaro e pelo ministro de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque, que também foi conduzido ao conselho, ele pela primeira vez. Os mandatos vão até maio de 2024.

O Conselho de Administração da Itaipu Binacional é composto de 14 integrantes, sendo sete de cada país - seis conselheiros e um representante do Ministério de Relações Exteriores. Também foram reconduzidos ao colegiado Pedro Miguel da Costa e Silva, Célio Faria Júnior e Wilson Pinto Ferreira Júnior, presidente da Eletrobras.

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Marun chegou ao conselho por indicação feita pelo ex-presidente Michel Temer no último dia de seu mandato. Ele chegou a ser afastado do cargo em março por liminar do desembargador Rogerio Favreto, mas em setembro o Tribunal Regional Federal da 4ª Região acabou suspendendo a decisão e liberando sua permanência no colegiado.

O ex-deputado pelo MDB foi quem comemorou com dança o resultado da votação do parecer pela rejeição de denúncia contra Temer no plenário da Câmara dos Deputados. Em vídeo, Marun disse que 'surrou' a oposição ao adaptar letra da música Tudo Está no Seu Lugar, sucesso na voz do cantor Benito de Paula.

Advogado, Marun também foi ao encontro de Temer nas duas vezes que o ex-presidente foi preso no âmbito da Operação Descontaminação, desdobramento da Lava Jato.

Marun também é aliado do ex-deputado Eduardo Cunha, tendo o visitado na prisão da Lava Jato no fim de 2016. Depois teve que devolver à Câmara R$ 1.242,62 que gastou para fazer uma 'visita natalina' ao amigo.

Já o outro nome reconduzido por Bolsonaro ao conselho da Itaipu, Aleluia, foi citado na delação da Odebrecht. Documento produzido pelo Ministério Público Federal em 2018 apontou que relatórios com dados extraídos do sistema do Setor de Operações Estruturadas da empreiteira revelavam evidências de suposto pagamento de R$ 300 mil ao deputado.

Anexado ao inquérito que investiga o parlamentar no Supremo Tribunal Federal (STF), o documento indicava que o pagamento ocorreu no dia 17 de setembro de 2010, em favor do codinome 'Missa', que, segundo executivos da empreiteira, identifica Aleluia.

À época, o parlamentar reagiu enfaticamente. "Não houve absolutamente nenhum pagamento. As evidências que têm são de que o dinheiro teve outro destino, porque inclusive a época é incompatível, eu estava com a eleição perdida".

A medida provisória MP 966/2020, publicada no Diário Oficial de quinta-feira (14), flexibiliza a punição de agentes públicos por atos administrativos assinados durante a pandemia da covid-19.

Pelo texto, agentes públicos só podem ser responsabilizados nas esferas civil e administrativa quando houver intenção de fraudar ações ou ficar comprovado o cometimento de erros grosseiros, considerados evidentes e indesculpáveis. Senadores criticaram a medida e querem que o texto seja devolvido ao Executivo. 

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MP sobre gestor público é alvo de polêmica

*Da Agência Senado

 

O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), criticou o presidente Jair Bolsonaro após a informação de que ele teria chamado o prefeito de vagabundo na reunião ministerial do dia 22 de abril. "Aquele ‘vagabundo’ do prefeito de Manaus, que está abrindo cova coletiva para enterrar gente e aumentar o índice da Covid. Vocês sabem filho de quem ele é, né?", teria dito Bolsonaro.

 Virgílio Neto chamou o presidente de palhaço, covarde, cretino, nojento, analfabeto, imbecil, primata, entre outros insultos, segundo coluna no Uol. "Para mim, Bolsonaro não passa de um palhaço", disse o prefeito, que ressaltou ter ficado magoado com a menção ao pai, Arthur Virgílio filho, ex-senador deposto pelo golpe militar.

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 "Bolsonaro é nojento. Não tem o direito de mexer com a memória do meu pai. não chega aos sapatos dele. Não pode se meter com um homem honrado, que não é da sua laia, chegada a rachadinhas", teria dito o prefeito.

 Ele continuou: "Analfabeto, Bolsonaro não conhece história. Só decorou a lista de quem foi cassado ou perdeu a vida, e os nomes dos torturadores, que idolatra. No mais, se perguntar quem descobriu o Brasil, ele não saberá dizer."

 "Ele é ridicularizado', continua Virgílio Neto', "trata-se de pessoa primária, um primata. Estamos sendo governados por um cretino de dicionário médico, responsável por milhares de mortes."

"Ele tem olho de peixe morto, uma cara assustada, típica de pessoa que não sabe ficar quieta. Não sei que outras moléstias esse sujeito tem além da mental. Mas há algo no seu coração perverso, capaz de tocar em feridas que estão sepultadas", completou.

O presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) reconduziu a seu antigo cargo o aliado do ex-presidente Michel Temer e do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, que se encontra preso. Marun fez parte do conselho de 31 de dezembro de 2018 até o último mês de março, quando a decisão de uma desembargador o afastou com base na Lei das Estatais de 2016.

A lei afirma que ministros não podem integrar conselhos administrativos, mas como Itaipu se trata de uma binacional, há divergências de interpretação. Antes de assumir a pasta no governo Temer, Marun ficou conhecido por defender Cunha, que foi preso e transferido para Bangu 1, mas hoje cumpre pena domiciliar devido ao coronavírus.

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Marun também foi um grande defensor de Temer, chegando até mesmo a visitá-lo na prisão nos momentos em que o ex-presidente foi preso. Quando a denúncia contra Temer foi barrada no Congresso, Marun chegou a dançar na Câmara dos Deputados.

Bolsonaro também reconduziu o ex-deputado federal e delatado pela Odebrecht Célio Faria Junior, o assessor-chefe da assessoria especial da Presidência Wilson Ferreira Junior, o presidente da Eletrobras, e o embaixador Pedro Miguel da Costa e Silva, secretário de Negociações Bilaterais e Regionais nas Américas, ao conselho de Itaipu. Segundo o Supremo Tribunal Federal (STF), José Carlos Aleluia era suspeito de receber R$ 300 mil por meio de caixa 2 para campanha eleitoral. À época, ele negou quaisquer irregularidades.

O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF) despachou comunicado ao Palácio do Planalto nesta sexta-feira, 15, para informar o presidente Jair Bolsonaro do processo em tramitação na Corte que envolve um pedido de impeachment apresentado contra o mandatário. A determinação do decano também abre espaço para Bolsonaro se manifestar e contestar a ação, caso queira.

O processo foi apresentado pelos advogados José Rossini Campos e Thiago Santos Aguiar com o objetivo de cobrar, pela Justiça, que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), analise um pedido de afastamento protocolado por eles em março.

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Após receber o caso, Celso de Mello pediu a inclusão de Bolsonaro no processo e "prévias informações" a Maia sobre o pedido de impeachment questionado. Em resposta enviada nesta semana, o presidente da Câmara pediu a rejeição da casa ao avaliar que o afastamento é uma "solução extrema" e pontuar que não há norma legal que fixe prazo para a avaliação dos pedidos protocolados no Congresso.

"O impeachment é uma solução extrema: o primeiro juiz das autoridades eleitas numa democracia deve ser sempre o voto popular. A Presidência da Câmara dos Deputados, ao despachar as denúncias contra o chefe do Poder Executivo, deve sopesar cuidadosamente os aspectos jurídicos e político-institucionais envolvidos. O tempo dessa decisão, contudo, pela própria natureza dela, não é objeto de qualquer norma legal ou regimental", frisou Maia.

A decisão pelo arquivamento ou não da ação cabe ao relator do caso, ministro Celso de Mello.

O presidente Jair Bolsonaro utilizou como codinome em um exame para detecção do coronavírus o nome do filho de uma das responsáveis pela coleta do material utilizado na análise, uma farmacêutica que trabalha no Hospital das Forças Armadas (HFA). A informação foi revelada pelo jornal Correio Braziliense e confirmada ao Estadão pelo Ministério da Defesa.

Os exames do presidente Jair Bolsonaro foram divulgados na quarta-feira por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) após o Estadão pedir na Justiça para ter acesso aos laudos. O jornal entrou ontem com um recurso no STF para certificar que o presidente Jair Bolsonaro entregou mesmo à Justiça todos os exames realizados para identificar se foi contaminado ou não pelo novo coronavírus.

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Em um dos exames, o nome utilizado é o do jovem R. A. A. C. F., de 16 anos. De acordo com o Ministério da Defesa, a mãe de R.A., que é tenente-coronel da Aeronáutica, coordenava a coleta das amostras para o exame de covid-19 do presidente e de seus assessores. Estava também sob a coordenação dela o envio do material para o laboratório Sabin, responsável pelo exame. O exame foi por coleta de material da nasofaringe, feita no dia 17 de março.

O Estadão está preservando os nomes dos envolvidos por se tratar de um menor. Segundo a Defesa, o nome do filho foi o que "ocorreu" à tenente-coronel no momento da coleta, quando foi pedida a utilização de um codinome. Além de trabalhar no HFA, a tenente-coronel é sócia, com o marido, de uma farmácia de manipulação em Brasília (DF). Em foto nas redes sociais, ela colocou os dizeres "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos", slogan utilizado por Bolsonaro.

Na quarta-feira, o Estadão falou, por telefone, com o pai de R.A, marido da tenente-coronel. Ele disse que não sabia o motivo de o presidente ter usado o nome de seu filho. "Você podia perguntar pra ele (Bolsonaro) e me fala depois", disse. O pai, que também é farmacêutico, se negou a responder se o jovem R.A. havia feito exame para covid-19. A reportagem ligou ontem para a mãe, mas ela desligou o telefone depois da identificação da repórter e não respondeu às mensagens enviadas.

O laboratório Sabin disse que não utiliza codinomes nos cadastros realizados em suas unidades. "Os casos referidos foram identificados e colhidos pelo HFA ", informou, em nota.

O Planalto não explicou a decisão de Bolsonaro de utilizar o nome de uma pessoa real. O Ministério da Defesa disse que "o uso de pseudônimos em exames de saúde de pessoas públicas, visando proteger a privacidade, é comum e não representa irregularidade".

Em um outro exame de covid-19, o teste feito por Bolsonaro foi atribuído genericamente ao nome de "paciente 5", sem nenhuma informação adicional. Este laudo foi emitido pela Fiocruz, que disse ter atendido "solicitação advinda do gabinete da Presidência da República".

Ao contrário do que fez com os exames para covid-19, o presidente se identificou com seu nome de batismo em exames médicos feitos no Hospital das Forças Armadas entre junho de 2019 e janeiro de 2020. Um grupo de hackers invadiu o sistema de informações do Exército e divulgou esses exames na internet. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Mudanças feitas no governo 28 dias antes da reunião ministerial gravada que é alvo de polêmicas e disputa judicial entre Bolsonaro e o ex-ministro da Justiça Sergio Moro contradizem a versão apresentada pelo próprio presidente sobre seus desejos de mudanças no comando da Polícia Federal.

De acordo com informações do Jornal Nacional, apesar de ter afirmado que ao se referir a “gente da segurança nossa no Rio de Janeiro” ameaçando até fazer demissões de chefes e ministros na reunião Bolsonaro falava de sua própria segurança e da de sua família, 28 dias antes o presidente fez o oposto.

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Em vez de demitir, promoveu o diretor do Departamento de Segurança Presidencial, general André Laranja Sá Correa, a comandante da Oitava Brigada de Infantaria Motorizada do Exército, localizada em Pelotas (RS), e o até então diretor-adjunto Gustavo Suarez assumiu o posto. A lei que trata da promoção de oficiais das Forças Armadas, como as do dia 31 de março, determina que a escolha de quem é promovido é feita pelo presidente da República.

Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI)

O Departamento de Segurança Presidencial integra a Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), e consequentemente subordinado ao General Augusto Heleno, ministro do GSI. Algumas das obrigações do gabinete são:

Zelar pela segurança pessoal do presidente da República, do vice-presidente da República e de seus familiares; zelar pela segurança dos palácios presidenciais e das residências do presidente da República e do vice-presidente da República; e estabelecer e manter os escritórios de representação como bases operacionais avançadas para a garantia da segurança do presidente da República, do vice-presidente da República e de seus familiares.

A contradição de Bolsonaro vem de sua fala na reunião ministerial gravada no dia 22 de abril, que já foi transcrita para o processo que investiga se ele tentou intervir na Polícia Federal. Na ocasião, o presidente afirmou “Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro oficialmente e não consegui. Isso acabou. Eu não vou esperar f. minha família toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence à estrutura. Vai trocar. Se não puder trocar, troca o chefe dele. Não pode trocar o chefe, troca o ministro. E ponto final. Não estamos aqui para brincadeira”.

Quando questionada, a Advocacia Geral da União (AGU) afirmou que “importa lembrar que a segurança presidencial é realizada pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República" e que nesse momento da reunião "em nenhum momento, o presidente da República menciona ou refere-se, direta ou indiretamente, a 'superintendente', 'diretor-geral' ou 'Polícia Federal'”.

Apesar da afirmação, a troca feita por Bolsonaro de que sua afirmação se referia a dificuldades de mexer em sua segurança institucional, o presidente já havia feito alterações no GSI dias antes, não com a intenção de punir mas de promover o diretor do órgão, colocando no lugar o “número dois” da diretoria.

Houve, ainda, uma terceira mudança em um posto mais baixo do GSI do Rio de Janeiro. Em 28 de fevereiro, menos de dois meses antes da reunião ministerial, o chefe do escritório, o coronel Luiz Fernando Cerqueira, foi substituído pelo tenente coronel Rodrigo Garcia Otto. O escritório do Rio funciona como uma extensão da sede em Brasília, apurando e repassando informações. O Palácio do Planalto não comentou o tema.

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Autor e relator do Projeto de Lei 873/20, aprovado pelo Congresso, que amplia a relação de beneficiados com o auxílio emergencial de R$ 600, criticaram nesta sexta-feira (15) os vetos à proposta.

O presidente da República, Jair Bolsonaro, vetou 11 pontos ao sancionar a proposta que ampliava para dezenas de categorias o pagamento do auxílio destinado aos trabalhadores informais afetados pela pandemia de Covid-19. Com os vetos, a nova norma apenas estende o auxílio para mães menores de 18 anos.

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A lista (vetada) de novos beneficiários do auxílio emergencial incluía, entre outras categorias, pescadores artesanais, motoristas e entregadores de aplicativos, taxistas, diaristas, agricultores familiares, artistas, profissionais autônomos da educação física e catadores de material reciclável.

O relator da matéria na Câmara, deputado Cezinha de Madureira (PSD-SP), se disse assustado com os vetos, uma vez que a proposta foi negociada com lideranças governistas na Câmara. “Esse veto nos assusta muito porque havia uma concordância. E nos preocupa porque onde fica a segurança com o líder do governo? O líder não tem autonomia para tocar as demandas, para fazer os acordos? Como ficam os próximos acordos? É preocupante, sim. ”

O projeto aprovado é de autoria do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Ele fez um apelo para que parlamentares derrubem os vetos. "Bolsonaro demorou cerca de 1 mês para sancionar nosso PL que amplia o auxílio emergencial. Não satisfeito com a demora, trouxe vetos injustificáveis! Negou o benefício de R$ 600 a pescadores, motoristas de aplicativos, taxistas, e muitos outros. Vamos lutar para derrubar esses vetos!", afirmou o senador em suas redes sociais.

Vice-líder da Minoria, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) disse em suas redes sociais que "Bolsonaro zomba do povo brasileiro". Ela criticou o veto a ampliação do benefício a outras categorias. "São pessoas que passam fome hoje e poderiam receber a renda emergencial! Excluiu garçons, artistas, motoristas de app e até pescadores!", ressaltou.

A Rádio Câmara entrou em contato com lideranças do governo, mas não obteve retorno. Os vetos ainda serão analisados pelo Congresso Nacional, que pode aprová-los ou não.

Da Agência Câmara de Notícias

Em live transmitida na última sexta-feira (15), a cantora Ana Carolina fez uma versão da música “Disritmia”, do sambista Martinho da Vila, cuja letra ela elaborou com o compositor Edu Krieger, chamou de “Pandemia”. Além de lembrar medidas de proteção à saúde, a letra da paródia também faz críticas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). 

Ainda nos primeiros versos, “Pandemia” já defende o isolamento social e relembra medidas de higienização das mãos. “Prometo também me empenhar pra não dar abraço, só o cotovelo. lavar as mão a todo instante, com muito sabão, por vinte segundos”, cantou Ana Carolina. 

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Mais adiante na letra, a artista assume um tom mais crítico e político ao afirmar “eu quero que o chefe de estado tenha consciência e não seja omisso, que bom se fosse um resfriado ou uma gripezinha, mas não é só isso (...) Me deixe te pedir cuidado pra acabar de vez com essa pandemia, vai logo pro confinamento, troca o corre corre pela calmaria”. 

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Como rotineiro, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é um dos assuntos mais comentados no Twitter, desta vez por conta de mais uma saída de ministro do governo. A #EuAvisei, até o início da noite desta sexta-feira (15), já contava com mais de 40 mil tweets.

Entre as pessoas que se engajaram na Hashtag está o deputado federal Alexandre Frota (Dem). "Eu avisei em janeiro de 2019 e fui tirado de louco, judas, traidor. Eu avisei do plano, eu disse exatamente o que estava acontecendo. Fui ameaçado, tive a família ameaçada e hoje vocês estão acompanhando dia a dia o que esse cara está fazendo. Assumam que o Frota tinha razão", escreveu o político.

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O debate nas redes sociais acontece por conta de mais um ministro da Saúde que sai do cargo em pleno crescimento do número de pessoas que estão sendo infectadas e morrendo devido ao Covid-19. De acordo com a última atualização, 202.918 mil pessoas testaram positivo para o novo coronavírus no Brasil - outras 13.993 morreram devido a pandemia.

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O ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, defendeu a posição do presidente da República, Jair Bolsonaro, de se preocupar com o impacto econômico das medidas de isolamento social como forma de combate ao avanço do novo coronavírus. Segundo o ministro, "fome e miséria matam historicamente mais que qualquer epidemia".

O Brasil já registrou 13.993 mortos pela covid-19, segundo a contabilidade oficial mais recente do Ministério da Saúde.

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Bolsonaro tem escalado empresários e ministros para pedir a abertura dos estabelecimentos comerciais alegando que a economia está "no limite".

"O presidente vem sendo agredido porque ousou preocupar-se com todos. Parece que só poderia se olhar em uma direção", disse Onyx na abertura de uma entrevista coletiva no Palácio do Planalto sobre o pagamento da segunda parcela do auxílio emergencial de R$ 600 a informais.

O governo prevê pagar mais de R$ 120 bilhões ao longo de três meses como forma de ajuda às famílias que precisaram justamente parar de trabalhar durante o período mais crítico da pandemia da covid-19.

Segundo o ministro da Cidadania, o presidente deu à área da saúde condições para que o SUS se fortalecesse, além de ter dado apoio a governadores e prefeitos. "Por outro lado, o presidente foi a primeira voz a dizer que é preciso se preocupar com Brasil como um todo", disse Onyx. "Fome e miséria matam historicamente mais que qualquer epidemia", acrescentou.

O ministro da Cidadania afirmou ainda que é uma questão de "justiça" pedir honestidade intelectual no debate sobre os impactos econômicos da pandemia. Ao defender a abertura, o ministro argumentou que o Brasil, segundo ele, é um dos países com menor número de óbitos por milhão de habitantes.

"Entendemos a necessidade de todos", disse Onyx. "Não faltou dedicação para o auxílio chegar a 59 milhões de brasileiros."

Nesta sexta-feira (15), a demissão de Nelson Teich do governo de Jair Bolsonaro movimentou bastante as redes sociais. Seu desligamento do Ministério da Saúde gerou discussão entre artistas e intelectuais. No Twitter, Thaíde não poupou palavras ao criticar o presidente da República. O rapper escreveu que o político não é provido de inteligência.

"O atual presidente é burro, ignorante e precisa cair logo. Quem vier aqui me atacar pra defendê-lo, só vai estar se rebaixando ao nível dele. #FiqueEmCasa", tuitou. A postagem do músico obteve concordância dos seus seguidores. "Burro, ignorante, autoritário, mal caráter, mentiroso, covarde safado. Esse é o perfil desse presidente de mer**", detonou um dos internautas.

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Confira:

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O ministro Celso de Mello, decano do Supremo Tribunal Federal, irá assistir pessoalmente ao vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril, peça-chave do inquérito que apura suposta tentativa de interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal. Com isso, a decisão sobre a liberação total ou parcial da gravação deverá ficar para a próxima semana.

O decano deverá assistir à gravação na próxima segunda, 18, e somente depois irá decidir pelo levantamento do sigilo. Celso de Mello já tem uma visão geral do teor da reunião, feita a partir do relato do juiz federal auxiliar Hugo Sinvaldo Silva da Gama Filho, mas quer ver a íntegra antes de tomar uma decisão.

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O procurador-geral da República Augusto Aras e o Advogado-Geral da União se manifestaram pela divulgação parcial da gravação, somente de falas do presidente Jair Bolsonaro. O PGR foi ainda mais restrito quanto ao vídeo, pedindo ao decano do Supremo que libere somente as falas do presidente relacionadas ao objeto do inquérito que tramita no STF.

Já a defesa de Moro, defende que a divulgação integral do conteúdo caracterizará verdadeira lição cívica, por se tratar de um ato oficial do governo.

O vídeo está sob sigilo temporário por ordem do decano desde o dia que foi entregue pelo Planalto na sexta, 8. Na terça, 12, foi exibido no Instituto Nacional de Criminalística da corporação em Brasília, em ato único, a Moro, advogados do ex-ministro, integrantes da Advocacia-Geral da União, procuradores e investigadores que acompanham o caso.

Fontes que acompanharam a exibição do vídeo avaliaram que o conteúdo da gravação escancara a preocupação do presidente com um eventual cerco da Polícia Federal a seus filhos.

O presidente aparece no vídeo chamando a superintendência fluminense da PF de segurança do Rio, segundo relatos. Os investigadores avaliam que o material é devastador para o presidente. "O vídeo é ruim para Bolsonaro, muito ruim", anotou uma das fontes que teve acesso ao conteúdo.

Tratada agora como sigilosa pelo governo, a reunião ministerial de 22 de abril, a última com o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, foi presenciada por ao menos 40 pessoas. Os "segredos de Estado", conforme alega o governo, foram conversados na presença de todo o primeiro escalão, presidentes de bancos públicos, assessores especiais, ajudantes de ordens, cinegrafista e fotógrafo.

Pareceres

Após a exibição do vídeo na terça, Celso de Mello deu 48 horas para que Moro, a AGU e a PGR se manifestassem sobre o levantamento do sigilo do material.

A primeira manifestação entregue foi a de Moro, na qual o ex-ministro argumentou que pediu a divulgação da íntegra do vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril, ou ao menos que, sejam publicizadas todas as falas do presidente durante tal reunião. Segundo os advogados de Moro, por se tratar de um ato oficial do governo, a divulgação integral do conteúdo caracterizará verdadeira lição cívica.

No documento enviado ao Supremo, os advogados de Moro alegam ainda que a divulgação integral do conteúdo da gravação permitirá verificar que as declarações do Presidente da República foram direcionadas ao Ministro da Justiça.

Já o parecer da AGU foi entregue na tarde desta quinta, 14, no sentido de que seja levantado o sigilo de todas as falas do presidente constantes no registro, preservadas referências a eventuais e supostos comportamentos de nações amigas e as manifestações dos demais participantes da reunião.

No documento, a AGU transcreveu falas no presidente, inclusive que apresentam as palavras família e PF. Bolsonaro afirmou e reiterou à imprensa que não havia menção à Polícia Federal no vídeo.

"Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro oficialmente e não consegui. Isso acabou. Eu não vou esperar 'f...' minha família toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence à estrutura. Vai trocar. Se não puder trocar, troca o chefe dele. Não pode trocar o chefe: troca o Ministro. E ponto final. Não estamos aqui para brincadeira", afirmou o presidente na ocasião, conforme transcrição da AGU.

Bolsonaro disse aos auxiliares na reunião ministerial que não pode ser "surpreendido com notícias". "Pô, eu tenho a PF que não me dá informações; eu tenho as inteligências das Forças Armadas que não têm informações; a ABIN tem os seus problemas, tem algumas informações, só não tem mais porque 'tá faltando realmente temos problemas aparelhamento, etc. A gente não pode viver sem informação."

"Me desculpe o serviço de informação nosso - todos - é uma vergonha, uma vergonha, que eu não sou informado, e não dá para trabalhar assim, fica difícil. Por isso, vou interferir. Ponto final. Não é ameaça, não é extrapolação da minha parte. É uma verdade", afirmou Bolsonaro, segundo manifestação da AGU.

A manifestação de Aras foi a última a ser enviada ao decano, na noite desta quarta, 14. O PGR defendeu a divulgação apenas de falas do presidente relacionadas ao objeto do inquérito - declarações que tratam da atuação da Polícia Federal, da segurança, do Ministério da Justiça, da Agência Brasileira de Inteligência e da alegada falta de informações de inteligência das agências públicas.

Segundo o chefe do Ministério Público Federal, a divulgação da íntegra do material o converteria em arsenal de uso político, pré-eleitoral, de instabilidade pública e de proliferação de querelas e de pretexto para investigações genéricas sobre pessoas, falas, opiniões e modos de expressão totalmente diversas do objeto das investigações.

Logo após o presidente Jair Bolsonaro vetar parte do projeto que autoriza a expansão do auxílio emergencial de R$ 600 para outras categorias profissionais, senadores da oposição foram às redes sociais protestar contra a decisão. Eles defendem a derrubada do veto e pedem que o Congresso Nacional delibere sobre o assunto o mais rápido possível. 

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) foi o primeiro a se manifestar. Ele lamentou o fato de o presidente ter esperado o prazo final para sancionar a proposição. Randolfe disse que Bolsonaro "lavou as mãos em uma bacia de sangue" e o chamou de covarde. 

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"Bolsonaro lava suas mãos em uma bacia de sangue! Quantos desses trabalhadores e quantas dessas famílias sofrerão, além da crise, com a fome e a falta de recursos? Covarde! Vamos lutar pela derrubada desses vetos!", afirmou. 

O senador lembrou ainda que a inclusão de mais profissionais não foi o único ponto vetado pelo Executivo, que barrou também a possibilidade de o beneficiário acumular o auxílio emergencial com o Bolsa Família.

"Ele vetou a possibilidade de acumulação com o Bolsa Família, vetou todas as categorias! Vetou o pai sozinho, que é chefe de família, as fintechs [bancos virtuais], a extensão a alguns trabalhadores com contrato intermitente e as restrições à cessação de aposentadorias e pensões durante a pandemia", acrescentou. 

O presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH), senador Paulo Paim (PT-RS), também se pronunciou, dizendo que deputados e senadores devem analisar o veto o mais rápido possível, pois milhões de brasileiros precisam desse dinheiro.

"É urgente que o Congresso delibere os vetos ao PL 873, que estende a outras categorias o auxílio emergencial de R$ 600. Milhões dependem desse recurso para satisfazer as necessidades mais básicas e enfrentar a pandemia da covid-19", disse no Twitter. 

Entendimento

O senador Chico Rodrigues (PSL-RO), por sua vez, lembrou que parte do projeto foi vetado porque não houve a indicação da fonte dos recursos e também porque a proposta beneficia algumas profissões em detrimento de outras. Segundo ele, o Congresso Nacional deve discutir a situação. 

"Deve ser uma discussão tensa em razão da atual situação fiscal do país. Não tem dinheiro, mas devemos chegar a um consenso, a um entendimento. Para muitos, sobram problemas como saúde, aluguel... E falta o essencial, que é o alimento. Portanto, o governo deve sim encontrar uma solução", afirmou à Agência Senado. 

Veja o que disseram outros senadores nas redes sociais: 

*  Humberto Costa (PT-PE): "O Congresso agiu rápido para resguardar aqueles trabalhadores que estavam sem qualquer lastro nesta grave crise. Jair Bolsonaro foi lá e empurrou todos eles para fora". 

* Paulo Rocha (PT-PA): "Bolsonaro não governa para os brasileiros. O auxílio emergencial, que é um direito do povo, foi negado a milhões de trabalhadores. Ele alega não haver fontes de recursos para estender o benefício para pescadores artesanais, motoristas de aplicativos e outros. Balela! Essa crueldade é mais uma tentativa de forçar a saída do povo do isolamento. A crueldade desse ser não tem limites". 

* Weverton (PDT-MA): "É indignante a falta de sensibilidade deste governo. Recebemos a lamentável notícia de que o presidente Bolsonaro vetou o auxílio emergencial de R$ 600 para uma série de categorias profissionais. São pessoas que estão sem ter como trabalhar e se alimentar na crise causada pelo coronavírus. São vidas! Vamos trabalhar no Congresso para derrubar esse vetos e fazer justiça com essas famílias". 

* Jean Paul Prates (PT-RN): "Ao vetar que motoristas de aplicativos, pescadores e outras categorias profissionais recebam o auxílio emergencial, Bolsonaro quer que a população brasileira morra de fome. Ele continua a desprezar vidas. Enquanto isso, continua andando de jet ski e fazendo churrasco para amigos". 

*Angelo Coronel (PSD-BA): "Nós senadores incluímos grupos que não estavam no projeto original. O presidente vetou e esse veto será analisado pelo Congresso onde espero que sejam derrubados. Pois os incluídos são pessoas necessitadas e que precisam desses recursos para sua subsistência e da sua família. Achei um ato de muita crueldade vetar, ou seja, excluir esses grupos de pessoas". 

* Major Olimpio (PSL-SP): "Ou o Congresso derruba este veto do presidente ou milhares e milhares de trabalhadores informais não terão o que comer. É gente que precisa se alimentar e alimentar suas famílias. Misericórdia!".

*Da Agência Senado

 

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), encerrou a entrevista coletiva desta sexta-feira (15) "mandando uma mensagem", segundo suas próprias palavras, para o presidente da República. Nela, pediu que Jair Bolsonaro tenha "paz no coração", pare de brigar e de "buscar culpados".

"Vamos somar forças, unir o Brasil. Unir todos aqueles que vivem aqui, independentemente de posição política, ideologia, religião", disse o tucano.

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Doria também falou ao presidente que "tente ser um líder respeitado" e "considere opiniões que não sejam exatamente aquelas que o senhor tem". "É bom ouvir e decidir ouvindo. Tenha bons gestos para os brasileiros. Tenha bons gestos para o Brasil", concluiu o governador paulista.

Três dias após ter sido categórico ao afirmar que não havia citado a Polícia Federal, o presidente Jair Bolsonaro admitiu, nesta sexta-feira (15), ter usado o termo "PF" para se referir à instituição durante reunião ministerial do dia 22 de abril. Segundo depoimento do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, durante o encontro o presidente ameaçou demiti-lo caso não promovesse mudanças no órgão. Um inquérito no Supremo Tribunal Federal apura o caso.

O recuo de Bolsonaro ocorre após a própria Advocacia-Geral da República (AGU) apresentar ao Supremo transcrição das falas do presidente em que aparecem citações a "PF" e a "família". Na manifestação, a AGU pediu o levantamento do sigilo apenas das declarações do presidente na reunião, que estão sendo investigadas em inquérito. A decisão será do relator do caso, ministro Celso de Mello.

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"Ô cara, tem a ver com a Polícia Federal, mas é a reclamação 'PF' no tocante ao serviço de inteligência", afirmou Bolsonaro a jornalistas na manhã desta sexta-feira, quando deixava o Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência. Ao chegar ao local, Bolsonaro carregava uma folha impressa com a manchete do jornal Folha de S.Paulo, que diz: "'Vou interferir e ponto final', afirmou Bolsonaro sobre PF". O presidente também levou impressas publicações da revista Crusoé e do jornal O Globo.

"A interferência não é nesse contexto da inteligência não, é na segurança familiar. É bem claro, segurança familiar. Não toco em PF e nem Polícia Federal na palavra segurança", disse o presidente, que defendeu a divulgação do vídeo da reunião. Na manifestação ao STF, a AGU quer que apenas a parte referente ao inquérito seja exibida.

Questionado se falava em interferência no Gabinete de Segurança Institucional (GSI), órgão responsável por garantir a segurança do presidente e de seus familiares, Bolsonaro demonstrou irritação e chamou a entrevista de "palhaçada". "Eu não vou me submeter a um interrogatório da parte de vocês. Espero que a fita se torne pública para que a análise correta seja feita", disse.

Interferência

Segundo a transcrição do encontro enviada pela AGU, Bolsonaro disse aos auxiliares na reunião ministerial que não pode ser "surpreendido com notícias". "Pô, eu tenho a PF que não me dá informações; eu tenho as inteligências das Forças Armadas que não têm informações; a Abin tem os seus problemas, tem algumas informações, só não tem mais porque tá faltando realmente… temos problemas… aparelhamento, etc. A gente não pode viver sem informação", afirmou.

"Então essa é a preocupação que temos que ter: a questão estratégia. E não estamos tendo. E me desculpe o serviço de informação nosso - todos - é uma vergonha, uma vergonha, que eu não sou informado, e não dá para trabalhar assim, fica difícil. Por isso, vou interferir. Ponto final. Não é ameaça, não é extrapolação da minha parte. É uma verdade", afirmou.

Moro se demitiu do governo dois dias após o encontro, após Bolsonaro exonerar o então diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, contra a sua vontade. No lugar, o presidente tentou nomear o atual diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, mas foi impedido pela Justiça. Optou, então, pelo "braço direito" de Ramagem na agência, Rolando Souza.

Na reunião ministerial do dia 22 de abril, peça-chave no inquérito que apura suposta tentativa de interferência política do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal, o chefe do Executivo pediu ajuda de seus ministros para "salvar o governo" dizendo que "a barca está afundando", segundo fontes que assistiram à gravação na terça-feira passada.

O presidente também teria dito aos presentes que, se ele caísse, eles cairiam junto e ainda que poderiam ser presos por homofobia e racismo, prevendo até a punição que pagariam: 8 anos de prisão.

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Fontes que acompanharam a exibição do vídeo da reunião no Planalto avaliaram que o conteúdo da gravação mostra a preocupação do presidente com um eventual cerco da PF a seus filhos, e que Bolsonaro vinculou a necessidade de trocar o superintendente da corporação no Rio à defesa de seus próprios filhos, alegando que sua família estaria sendo perseguida. O presidente aparece no vídeo chamando a superintendência fluminense da PF de "segurança do Rio", conforme relatos.

Bolsonaro afirmou na terça-feira que o vídeo da reunião não contém as palavras "Polícia Federal", "investigação" nem "superintendência". Em manifestação enviada nesta quinta ao Supremo, a Advocacia-Geral da União (AGU), no entanto, afirmou que o presidente citou a Polícia Federal na reunião, e pediu o fim do sigilo sobre o vídeo.

Parte dos investigadores avalia, no entanto, que o material é "devastador" para o presidente. Entende que a gravação confirma as acusações do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, que atribui ao presidente tentativa de interferência na corporação - o que levou à abertura de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF). O jornal O Estado de S. Paulo não obteve a íntegra do vídeo, que segue mantido sob sigilo.

O registro da reunião foi exibido a um restrito grupo de pessoas autorizadas pelo ministro Celso de Mello, relator do inquérito no STF. A exibição ocorreu no Instituto Nacional de Criminalística da corporação em Brasília, com participação de Moro, integrantes da AGU, procuradores e investigadores.

Na segunda-feira, Celso de Mello determinou que uma equipe realizasse perícia do vídeo. O ministro também cobrou a degravação integral do HD externo apresentado pela União. Os arquivos deverão ser encaminhados ao seu chefe de gabinete, Miguel Piazzi.

O material está sob sigilo temporário por ordem do decano do Supremo desde o dia que foi entregue pelo Planalto, no dia 8. No entanto, ao autorizar o acesso do material pela Procuradoria-Geral da República, AGU e Moro, o ministro registrou que decidirá "brevissimamente, em momento oportuno, sobre a divulgação, total ou parcial, dos registros audiovisuais contidos na mídia digital".

No dia da exibição do vídeo, o decano pediu que Moro, o procurador-geral da República, Augusto Aras, e a AGU se manifestassem sobre o levantamento do sigilo - total ou parcial - do vídeo. A defesa de Moro pediu a divulgação da íntegra. A PGR não enviou seu posicionamento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Menos de um mês após assumir a pasta, o ministro da Saúde, Nelson Teich, vai deixar o cargo. Em nota, o ministério informou que Teich pediu exoneração na manhã desta sexta-feira (15). O secretário executivo, general Eduardo Pazuello, assume interinamente.

 Uma coletiva de imprensa será realizada nesta tarde para maiores esclarecimentos sobre a saída do ministro. Teich assumiu o posto em 17 de abril. Ele substituiu Luiz Henrique Mandetta, que apresentava discordâncias com o presidente Jair Bolsonaro.

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 Assim como Mandetta, Teich também havia apresentado desentendimentos com o presidente em temas como uso da cloroquina, saída do isolamento e ampliação dos serviços considerados essenciais.

Oscar Schmidt está arrependido de ter votado em Jair Bolsonaro. O ex-jogador de basquete deu uma entrevista ao UOL, onde fez severas críticas ao presidente e ao modo que o seu governo vem encarando a pandemia do novo coronavírus.

"Eu votei no Bolsonaro, tinha um otimismo danado nele, muito mais que a maioria das pessoas. Mas todos os dias o cara dá chance para o azar. Eu achei que seria diferente. Confiei e me arrependi. Ele tem mostrado ser outra pessoa, com um despreparo danado para ocupar um posto tão importante. É muito triste durante uma pandemia a gente ainda ter que se preocupar com política. Esse vírus não tem partido, ele pode matar qualquer um. E pra quem ainda chama isso de gripezinha, isso me deixa louco”, disse o ex-jogador de basquete.

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O “mão santa” criticou atitudes recentes de Bolsonaro e citou a saída do ministro da Justiça. “Como o presidente vai a pé do Planalto até o Supremo, fala para mim? Como ele se enfia no meio de uma manifestação? Ninguém aprova isso. Você é exemplo, tem que ser exemplo, meu amigo. Usa a máscara, troca a roupa, deixa o sapato fora de casa. Meu ídolo é o Moro. Como você tira ele do Governo, me diz", afirmou. “Nas ruas, muita gente sem máscara. Claro, né? Se a população ouve o presidente dizendo que não precisa de máscaras, pra que usar?”, acrescentou.

Oscar ainda comentou sobre os cuidados que está tendo para não ser contaminado pelo novo coronavírus. “Estou trancado há três meses, deixando de ganhar dinheiro com eventos, palestras e publicidade por um bem maior que é minha saúde e do Brasil. A vida é uma só. É muito bom viver, não quero morrer. Eu tinha muito medo da morte, o câncer me fez perder esse pavor. Mas pra isso sigo regras. Se eu sair de casa, posso me infectar com esse vírus maldito e morrer. Faço meu isolamento, uso máscara, e realizo todos os procedimentos de desinfecção. Fico indignado quando vejo alguém que deveria ser exemplo a ser seguido fazendo tudo diferente, fazendo tudo errado”, finalizou. 

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