Tópicos | defesa

Os ex-desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo Ivan Sartori e do Tribunal de Justiça do Distrito Federal Sebastião Coelho pregaram um golpe militar para impedir que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assuma o Palácio do Planalto. Os dois magistrados participaram de audiência no Senado organizada por parlamentares que apoiam o presidente Jair Bolsonaro (PL).

"Perder a eleição, sim, faz parte do jogo. Agora, da forma como tudo ocorreu, sem paridade de armas, sem que respondam às questões levantadas pelos técnicos, sem que se permitam as investigações, isso não podemos aceitar porque temos efetivamente uma eleição que traz muitas dúvidas para todos nós e aí não podemos nos conformar com esse resultado", declarou Sartori, que é próximo do presidente Bolsonaro e já foi cotado para cargos no governo.

##RECOMENDA##

"A solução seria realmente a aplicação do artigo 142 combinado com a lei complementar 97/99 que permite ação imediata para que cessem essas arbitrariedades que nós estamos presenciando, que infelizmente vem sangrando e fazendo sangrar o nosso País", declarou o ex-desembargador paulista.

Como argumento para a "intervenção federal", bolsonaristas radicais têm usado uma interpretação deturpada do artigo 142 da Constituição que tem sido citado para embasar ações antidemocráticas e contestar o resultado das urnas. Especialistas afirmam que não há respaldo legal para tal interpretação. O trecho da Carta apenas versa sobre a função das Forças Armadas no País.

As falas golpistas foram feitas em audiência realizada pela Comissão de Fiscalização e Controle do Senado nesta quarta-feira, 30, que discute a fiscalização das inserções de propagandas politicas eleitorais. O ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, divulgou a reunião nas redes sociais, que conta com a audiência de 120 mil pessoas. A audiêcia foi pedida pelo senador Eduardo Girão (Podemos-CE), que rejeita o rótulo de bolsonarista, mas encampa muitas teses do governo, como as críticas ao STF.

Desde o fim do período eleitoral, bolsonaristas estão acampados em frente a quartéis pedindo, entre outras coisas, a anulação da eleição do petista e intervenção militar. Em outra frente, mais de mil protestos com bloqueios de estradas foram desfeitos pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Sebastião Coelho reclamou que o Supremo Tribunal Federal (STF) tem feito interferências em prerrogativas do Poder Legislativo e Executivo e, assim como Sartori, apelou para que Bolsonaro acione os militares para uma intervenção. O ex-desembargador do TJDF também usou a interpretação deturpada da Constituição para justificar seu pedido golpista.

"Qual a solução constitucional? O presidente da República invocar o artigo 142 da Constituição para dar legitimidade às Forças Armadas para agirem", disse. "No momento em que nós estamos, com fragmentos da Constituição ainda em vigor, se as Forças Armadas agirem de ofício vai ser colocado como um golpe, embora seja um contragolpe, mas se o presidente da República convocar, não, porque ele está exercendo seu poder constitucional para garantir a ordem pública", declarou Coelho.

Ele ainda insinuou que, se Bolsonaro não pedir a intervenção dos militares, em janeiro, "as ruas" irão impedir a posse de Lula e fechar o Congresso Nacional. "A rua vai dizer que o poder que o povo delegou para que o Parlamento exercesse, o Parlamento não está exercendo. Então o povo, eu acho, que do estágio que nós estamos, poderá exercer diretamente. Nós não sabemos onde o nosso País vai parar. Falo isso com muita dor no coração", declarou.

Coelho ainda disse que há a possibilidade de uma "convulsão social" no Brasil e que somente o Senado poderia evitar isso, agindo contra o STF. "Nós não temos a quem recorrer. Por isso que eu digo, que a ordem constitucional está rompida e a ordem pública está abalada, a ordem pública foi jogada no lixo. Nós podemos ter uma convulsão social nesse País, infelizmente. Podemos evitar? Poderíamos pelo Senado, mas não vai".

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu com os editores do WikiLeaks Kristinn Hrafnsson e Joseph Farrell na última segunda-feira, 28, e voltou a defender a libertação do australiano Julian Assange, preso desde 2019 em Londres.

Em publicação nas redes sociais, Lula disse que foi informado "da situação de saúde e da luta por liberdade" de Assange. "Pedi para que enviassem minha solidariedade. Que Assange seja solto de sua injusta prisão", escreveu.

##RECOMENDA##

Em junho, Lula já havia cobrado uma "pressão mundial" pela libertação do fundador do WikiLeaks.

O editor-chefe do WikiLeaks Kristinn Hrafnsson publicou no Twitter que apresentou ao petista uma demanda "para acabar com a perseguição" de Assange, "entendendo que isso pode prejudicar a liberdade de imprensa em todo o mundo". "Um verdadeiro homem de paixão, visão e simpatia", escreveu sobre Lula.

Quem é Julian Assange e por que ele foi preso?

Assange foi detido em abril de 2019 pelas autoridades britânicas depois de o Equador retirar o asilo diplomático concedido em 2012. Em junho deste ano, o ativista teve a extradição para os EUA autorizada, acusado de conspiração por ciberpirataria. Ele segue detido, porém, na prisão de segurança máxima de Belmarsh, próximo a Londres, enquanto recorre à decisão da justiça.

Ele ganhou atenção mundial a partir de 2009, quando, por meio da plataforma WikiLeaks, publicou centenas de mensagens e documentos sobre militares americanos. Com a ajuda de cinco jornais internacionais (The New York Times, The Guardian, Der Spiegel, Le Monde e El País), também divulgou mais de 250 mil documentos secretos que revelavam segredos da diplomacia americana, no episódio que depois foi batizado de "cablegate".

Os representantes do WikiLeaks cumprem agendas em diversos países para pedir a libertação de Assange. Na terça-feira, 29, eles também estiveram no Congresso em reuniões com parlamentares.

O general da reserva Hamilton Mourão, vice-presidente e senador eleito pelo Republicanos do Rio Grande do Sul, afirmou, nesta terça-feira (29), que o ex-presidente do Tribunal de Contas da União (TCU) José Múcio Monteiro "será um nome positivo" para comandar o Ministério da Defesa.

Como mostrou o Estadão, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu com Múcio nessa segunda e indicou que vai convidá-lo para chefiar a pasta a partir de 2023. A ideia é que o nome do ministro da Defesa e dos comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica sejam anunciados até a próxima semana.

##RECOMENDA##

"Tenho muito apreço e respeito pelo ministro Múcio, com quem tive excelente relação quando ele estava no TCU. Julgo que será um nome positivo para o cargo", afirmou o vice do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Estadão. O tom do general contraria o discurso agressivo de bolsonaristas radicais, que tem pregado contra a eleição de Lula e pedido intervenção para que o petista não assuma.

Mourão também minimizou o fato de o comando da Defesa ficar pela primeira vez com um civil em mais de quatro anos. A tradição dos governos do PSDB e do PT era que civis comandassem o ministério, mas desde fevereiro de 2018, quando o então presidente Michel Temer (MDB) escolheu o general Joaquim Silva e Luna para a pasta, o ministério sempre foi chefiado por militares. "Tivemos inúmeros civis como ministros", declarou o senador eleito.

Eleito cinco vezes deputado federal por Pernambuco, Múcio foi ministro das Relações Institucionais de 2007 a 2009, no segundo mandato de Lula, e é elogiado pela capacidade de articulação política. Lula enfrenta muitas dificuldades de relacionamento com a cúpula militar e Múcio tem ótimo trânsito nas Forças Armadas.

Os militares ganharam protagonismo político sob Bolsonaro. Além do Ministério da Defesa, integrantes das Forças Armadas chegaram a comandar Saúde e Minas e Energia, sem contar estatais, como Correios e Petrobras.

Desde o fim do período eleitoral, bolsonaristas radicais estão acampados em frente a quartéis pedindo, entre outras coisas, a anulação da eleição do petista e intervenção militar. Em outra frente, mais de mil protestos com bloqueios de estradas foram desfeitos pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Diante desse quadro, os militares optaram por adotar uma postura dúbia.

Interlocutores do PT com as Forças Armadas têm defendido que a definição do ministro da Defesa seja uma das primeiras a serem anunciadas. A avaliação é que a definição de um porta-voz para a área ajudaria a construir um diálogo com os militares, poderia servir para acalmar os setores mais radicais e jogaria as discussões sobre a área para "o futuro", evitando que os atuais comandantes das três Forças Armadas e o atual ministro da Defesa de Bolsonaro ditassem os rumos.

Com poder sobre o destino do orçamento secreto, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), é hoje favorito à reeleição, a partir de fevereiro de 2023. Dono de um discurso corporativista, Lira tenta construir uma aliança que vá do Centrão ao PT para ser reconduzido ao comando da Casa e obrigar o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva a tê-lo como aliado preferencial, se não quiser dor de cabeça. Até agora, o deputado já reúne apoios que extrapolam o núcleo duro do Centrão, formado por PP, PL e Republicanos, e podem chegar à casa dos 400 votos.

Os últimos dias foram marcados por reuniões políticas que deixaram a candidatura de Lira ainda mais forte. Sem a participação do deputado Luciano Bivar (PE), presidente do União Brasil, a bancada do partido aprovou ontem apoio ao líder do Centrão, somando-se assim ao Republicanos e ao Podemos, que no dia anterior tinham seguido o mesmo caminho. Bivar era um dos nomes que pretendiam concorrer ao comando da Câmara, mas foi convencido a desistir. À noite, ele apareceu para o anúncio da parceria.

##RECOMENDA##

"Nós confiamos na sua imparcialidade, na sua defesa do Poder Legislativo, das nossas instituições e, por consequência, do estado de direito", disse Bivar, ao lado de Lira. "Eu agradeço, com muita emoção. Os partidos que vêm reunindo as suas bancadas e antecipando (o apoio) é porque sabem que nós precisamos fortalecer o movimento do Parlamento", afirmou o presidente da Câmara.

Como mostrou o Estadão, Lula pediu ao PT que não lance candidato próprio para enfrentar Lira, até agora um aliado do presidente Jair Bolsonaro. Não quer repetir o que houve em 2015, quando o partido decidiu brigar com o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha, à época no MDB, e fez campanha para o petista Arlindo Chinaglia. No fim daquele ano, Cunha aceitou o pedido de impeachment de Dilma Rousseff (PT), cassada em 2016.

Na avaliação de Lula, não é prudente desafiar um presidente da Câmara que tem domínio sobre os seus pares. Até mesmo a aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que fura o teto de gastos para pagar o novo Bolsa Família de R$ 600 e o aumento do salário mínimo têm entrado nas negociações de Lira com o futuro governo, em busca de votos.

Com o PT

A expectativa do deputado é obter o apoio de pelo menos dez partidos, incluindo na lista o PT de Lula. As eleições que vão escolher os presidentes da Câmara e do Senado ocorrerão em fevereiro de 2023 e, até o momento, o deputado não tem um desafiante de peso. Embora não conte com um bloco tão robusto quanto o de Lira, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também é hoje o mais cotado para permanecer à frente da Casa.

Lira arregimenta cada vez mais adesões, embalado pela distribuição do orçamento secreto - com previsão de R$ 19,4 bilhões para 2023 - e por um discurso de defesa das prerrogativas da Câmara. Na segunda-feira, por exemplo, o deputado mandou recados a Lula e ao Supremo Tribunal Federal (STF) ao dizer que "é errado retroceder". Foi uma referência ao orçamento secreto, chamado por ele de "municipalista", que deve passar pelo crivo do STF ainda neste ano.

As tratativas de Lira com os partidos para formar um "blocão" envolvem, ainda, a divisão de espaços estratégicos nas comissões e na Mesa Diretora. Com 68 deputados eleitos, o PT é a segunda maior bancada, atrás do PL de Bolsonaro (99), mas, se ficar isolado e não participar de blocos, perderá a prioridade nos assentos.

Atualmente, a maior resistência ao poder de Lira está numa ala do MDB. "Por que o MDB não pode ter um candidato?", perguntou o deputado eleito Eunício Oliveira (MDB-CE), que avalia a possibilidade de entrar no páreo. "Tem de ter calma com isso."

Inimigo

O senador Renan Calheiros (MDB-AL), inimigo do presidente da Câmara, é um dos que tentam articular a base política de Lula para enfrentar o líder do Centrão. Renan e Eunício chegaram a procurar Bivar para formar um bloco contra Lira, mas o União Brasil preferiu apoiar a reeleição.

O partido também pode se aliar a Lula, dependendo dos cargos que conquistar no novo governo. "O PT tem de dizer qual é o espaço que a gente vai ter", afirmou Bivar ao Estadão. Filiado ao União Brasil, o senador eleito Sérgio Moro (PR) rejeita esse acordo.

O líder do MDB, Isnaldo Bulhões (AL), disse que é preciso ter cautela antes do fechamento de alianças. "O MDB não colocou candidatura até o momento. Estamos na fase de discutir possíveis blocos."

O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin, coordenador-geral do gabinete de transição de governo, afirmou nesta terça-feira, dia 22, que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva vai anunciar nesta quarta-feira, dia 23, os integrantes do grupo temático indicado para lidar com as Forças Armadas. O vice disse que a equipe será composta de civis e militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. Lula é aguardado em Brasília, após passar por procedimento cirúrgico.

"O presidente Lula teve uma pequena intervenção. Estará vindo agora para Brasília. Já temos um esboço com os nomes e aí vamos anunciar o grupo da Defesa, talvez amanhã ou no máximo quinta-feira", afirmou Alckmin. "Está bem discutido. A Defesa é estratégica para o País. Estamos amadurecendo propostas, cumprir o programa de governo estabelecido e ter bons nomes para sua formação, civis e das três Forças."

##RECOMENDA##

Na equipe devem estar o senador Jaques Wagner (PT-BA), ex-ministro da Defesa, e o general da reserva Gonçalves Dias, ex-chefe da segurança presidencial.

Como o Estadão mostrou, a área da Defesa se converteu num impasse no novo governo, e Lula teve que arbitrar. Havia distintas visões sobre como a equipe deveria ser composta, se apenas com civis ou com militares da reserva, entre eles ex-colaboradores de gestões do PT. Conselheiros de Lula também divergiam sobre a fusão ou não com o grupo de Inteligência Estratégica, composto para espelhar as atribuições do Gabinete de Segurança Institucional e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

"Só ele (Lula) pode autorizar, ele tem que coordenar esse processo", disse o ex-ministro Aloizio Mercadante, coordenador dos grupos temáticos e um dos interlocutores do próximo governo junto a generais. "Amanhã, amanhã", enfatizou ao ser questionado se haveria a indicação de colaboradores da ativa ou somente da reserva.

Os integrantes do gabinete minimizaram "dificuldades", mas Alckmin admitiu que não houve contato direto com o ministro da Defesa, general de Exército reserva Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira. Ele indicou o secretário-geral da pasta, general da reserva Sergio José Pereira, como ponto de contato para os integrantes da comissão.

"Em relação à Defesa, não temos tido contato direto ministro por ministro. Até para não romper a relação, que pela lei é feita pela transição do presidente eleito através do (ministro) Ciro Nogueira, da Casa Civil. A gente sempre se relaciona com a Casa Civil, quando precisa de informação pede a ele. Mas composto o grupo técnico vamos ouvir e conversar", desconversou Alckmin. "Não há nenhuma dificuldade, isso está praticamente equacionado."

Ao contrário do que disse o vice eleito, no entanto, já houve contatos diretos de grupos da transição com ministros de Bolsonaro, como no caso dos ministérios da Cidadania (Ronaldo Bento), das Relações Exteriores (Carlos França) e de Ministério de Minas e Energia (Adolfo Sachsida).

Chefiado pelo general da reserva Augusto Heleno, um dos ministros de Bolsonaro mais radicalizados, o Gabinete de Segurança Institucional não informou nenhuma autoridade de contato e sugeriu que a equipe de Lula deverá se relacionar com a Casa Civil. Já a Abin disse estar à disposição dos integrantes da transição quando for demandada.

Desde a campanha, Lula passa por dificuldades de acesso às cúpulas das Forças Armadas, principalmente da ativa, e falta de quadros do PT. Ele também enfrenta resistências ideológicas na caserna e reconhece nos quartéis uma simpatia pelo presidente Jair Bolsonaro, que foi capitão do Exército.

Ministro

Lula foi aconselhado e já confirmou a indicação de um ministro civil para chefiar a Defesa. Desde o governo Michel Temer, a pasta passou a ser comandada por militares. Alckmin não antecipou nomes e disse que dentro de "alguns dias" o presidente eleito deverá começar a anunciar os integrantes do primeiro escalão. "O presidente Lula tem 40 dias para ir anunciando (ministros). Não deve ter essa correria. Mais alguns dias aí começam os novos ministros", disse o vice.

A pedagoga Claudia Fernandes Tavares Hoecker, de 40 anos, que foi presa em Santa Catarina por matar o marido porque era vítima de violência doméstica desabafou que sentiu uma “sensação de liberdade” após o assassinato. “Eu sinto que a minha filha está mais segura, não vai ter ninguém impedindo a gente de se ver. Sei que vou parar de apanhar, não sei explicar, mas é uma sensação de liberdade”, afirmou, ao Beto Ribeiro, no YouTube.

A entrevista foi concedida antes da pedagoga se entregar para a polícia, na segunda-feira (21). “Eu vou agora cumprir minha pena, vou pra cadeia, mas eu nunca me senti tão livre”, disse. Claudia matou o marido Valdemir Hoeckler e escondeu o corpo dele no freezer de casa.

##RECOMENDA##

Ela relatou situações de violência em que ela e a filha eram ameaçadas pelo marido. Segundo Fernandes, o estopim para ela foi quando o homem a proibiu de viajar com as colegas de trabalho. “No domingo eu pedi para ir. Ele me bateu e disse que eu não ia. Disse que se eu fosse, ele iria me buscar onde eu estivesse e ia me matar”, relatou. 

Claudia confessou ter dado remédio para o marido dormir e o asfixiou. “Dei um surto. E pensei: ‘já que alguém vai morrer, que seja você’”. 

Valdemir foi encontrado morto dentro de um freezer na residência do casal no último sábado (19), em Lacerdópolis, Santa Catarina. Ele estava desaparecido há quatro dias. 

A esposa chegou a ser submetida a exames de corpo de delito durante as investigações, por conta das lesões e hematomas que tinha no corpo, que eram semelhantes a agressões. O advogado dela informou que a morte foi motivada por episódios de violência doméstica. 

A Procuradoria-Geral da República tomou depoimento nesta quarta-feira (16) da deputada federal Carla Zambelli no bojo da apuração sobre o episódio em ue a Parlamentar sacou uma pistola e perseguiu o jornalista Luan Araújo, em São Paulo, na véspera do segundo turno da eleição presidencial. A oitiva foi solicitada pelo próprio Ministério Público Federal e autorizada pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal.

Aliada de primeira hora do presidente Jair Bolsonaro, Zambelli foi ouvida por vioconferência. Em nota, a assessoria da deputada disse que ela 'esclareceu o contexto' em que sacou sua arma, sustentando que sua conduta 'não se revestiu de nenhuma ilegalidade'. A parlamentar se diz vítima de violência política. A assessoria ainda destaca que Zambelli tem 'porte federal' e que a deputada se voluntariou para fazer exame de pólvora, com resultado negativo.

##RECOMENDA##

"A defesa da deputada esclarece que não existe nenhuma ação penal em andamento, tratando-se tão somente de um procedimento de apuração preliminar, a qual acredita conduzirá ao arquivamento do caso", registra ainda a nota da equipe de Zambelli.

No despacho que determinou a oitiva da deputada, Gilmar defendeu uma investigação do caso com um "ritmo adequado" devido à relevância do episódio. O ministro citou possíveis crimes de porte ilegal e disparo de arma de fogo e "infrações penais contra a liberdade pessoal, a honra ou a vida dos envolvidos".

O coordenador dos grupos temáticos do governo de transição, Aloizio Mercadante, disse nesta quinta, 17, que os nomes dos membros dos GTs de Defesa e Inteligência devem ser anunciados no começo da próxima semana. Até o momento, já foram anunciados 30 GTs com mais de 290 integrantes, restando apenas essas duas áreas sem nomeações.

Segundo Mercadante, os GTs de Defesa e Inteligência estão "bem encaminhados", mas os nomes ainda serão submetidos ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que participa da COP27 no Egito. "É até bom que o GT de Inteligência, que vai tratar da Abin e do GSI, seja mesmo mais discreto", brincou Mercadante, no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB).

##RECOMENDA##

Mais cedo, o senador e ex-ministro Jaques Wagner (PT-BA) confirmou deve estar no grupo temático da Defesa. Ao chegar ao CCBB, ele disse que conversaria com o vice-presidente Geraldo Alckmin sobre o assunto.

A defesa da pastora, cantora gospel e ex-deputada Flordelis dos Santos de Souza, de 61 anos, vai recorrer buscando a anulação da sentença que a condenou. Declarada culpada da acusação de ser mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, ocorrido em 16 de junho de 2019, Flordelis recebeu pena de 50 anos e 28 dias de prisão. Mas, de acordo com a defesa, o julgamento pode ser anulado. O motivo é uma série de "nulidades" (atos jurídicos com grave vício e desprovidos de validade).

"Vamos recorrer porque ocorreram diversas nulidades no decorrer do julgamento. Não consigo nem lembrar a quantidade", disse ao Estadão o advogado Rodrigo Faucz, que lidera a defesa da ex-deputada.

##RECOMENDA##

O defensor destacou duas situações ocorridas no último dia do julgamento que teriam "o poder de anular o julgamento", conforme afirmou.

"Foram duas nulidades absolutas, ou seja, que devem ser reconhecidas a qualquer tempo", explicou. "Numa das situações, o MP fez menção a documento a que a defesa não teve acesso. O advogado explicou que, além de não estar em posse da defesa, o documento trata de procedimento da Vara de Infância e estava sob sigilo. "Portanto, não poderia ter sido usado."

Faucz disse também que o assistente de acusação, Ângelo Máximo, abordou, em sua sustentação oral, o silêncio dos acusados no interrogatório. Trata-se de direito garantido na Constituição. O procedimento do acusador é proibido pelo Código do Processo Penal.

O Conselho de Sentença do Tribunal do Júri de Niterói condenou Flordelis por quatro crimes. São eles: homicídio triplamente qualificado (27 anos e 6 meses), tentativa de homicídio duplamente qualificado (18 anos e 8 meses), uso de documento falso (2 anos 9 meses) e associação criminosa armada (3 anos e 1 mês).

A defesa tem cinco dias para fazer a apelação regular junto ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. O advogado lembrou, porém, que as nulidades absolutas poderiam ser questionadas a qualquer momento.

Recursos

A apelação será só para Flordelis, a única dentre as rés condenadas que Faucz defendeu. Simone dos Santos Rodrigues, filha da ex-deputada que também foi condenada - recebeu pena de 31 anos e 4 meses de prisão por homicídio, tentativa de homicídio e associação criminosa armada -, contou com outra defesa, a cargo da advogada Daniela Gregio.

Outros três réus - Marzy Teixeira, André Luiz de Oliveira e Rayane dos Santos, defendidos pela mesma equipe que Flordelis - foram absolvidos.

"Em relação aos outros três, ficamos bastante satisfeitos, tendo em vista que conseguimos comprovar, no decorrer do julgamento, que não tinham qualquer participação na morte do pastor, bem como que não ocorreu qualquer tentativa de envenenamento."

O Ministério Público vai recorrer dessas absolvições. Na manhã de domingo, quando a sentença foi proclamada, a promotoria afirmou que não considera que tenha havido nenhuma das nulidades alegadas pela defesa.

O Ministério da Defesa informou que vai encaminhar na quarta-feira (9) ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o relatório de fiscalização do sistema eletrônico de votação elaborado por técnicos das Forças Armadas. 

Os militares fazem parte da comissão de transparência criada pelo próprio TSE para fiscalizar as eleições, que foram encerradas no dia 30 de outubro. Com fim do pleito, outras entidades também entregaram à Justiça Eleitoral suas conclusões sobre o processo eleitoral. 

##RECOMENDA##

 Na semana passada, a missão internacional da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) concluiu que as eleições brasileiras ocorreram de forma segura e confiável. 

De acordo com a entidade, a votação por meio da urna eletrônica é “confiável e credível” e permitiu a contagem célere dos votos. Segundo a CPLP, não há reclamações suscetíveis para colocar em dúvida a transparência do processo de votação. 

A missão da Organização dos Estados Americanos (OEA), que também participou de eleições anteriores como observadora, afirmou que não houve irregularidades em 100% dos testes e auditorias acompanhadas pela OEA.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), defendeu a abertura de crédito extraordinário via Medida Provisória - fora do teto de gastos - para que o governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) possa bancar o novo Bolsa Família de R$ 600 e despesas de interesse da nova gestão a partir do próximo ano. Para Pacheco, essa alternativa seria "melhor" que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, tratada como prioridade pela equipe de Lula, porque evitaria mudanças no texto constitucional.

"Se houver alternativa que seja Medida Provisória através de crédito extraordinário, para que tudo isso seja implementado, evidentemente que não mexer na Constituição seria melhor. Mas, se a técnica nos recomendar que a segurança jurídica necessária é a alternativa constitucional, infelizmente, nós reputaremos como necessária mais essa mudança constitucional para o bem do povo brasileiro", afirmou Pacheco em entrevista na tarde desta sexta-feira, 4, à GloboNews.

##RECOMENDA##

Como mostrou o Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a ideia do crédito extraordinário é vista como plano B pela equipe de transição. O senador Wellington Dias (PT) confirmou nesta sexta que a alternativa tem sido estudada, mas ponderou que o grupo está "fixado" na PEC. A proposta do crédito passou a ser considerada após críticas de aliados como o senador Renan Calheiros (MDB-AL). Para ele, a ideia de mudança na Constituição é "barbeiragem" e "erro político".

Segundo cálculos da equipe de transição, os gastos fora do teto seriam de R$ 160 bilhões, podendo chegar a R$ 200 bilhões, como defendem alguns integrantes da cúpula petista.

Pacheco defendeu ainda que é necessário fazer "relativização do teto de gastos" para custear políticas que foram compromissos de campanha de Lula e que o Congresso terá "boa vontade" na apreciação da PEC de Transição.

"Considero que, em se tratando de um novo governo, é muito importante que, antes da discussão de Orçamento, se defina um planejamento. A partir disso, se definir uma peça orçamentária que se encaixe dentro desse propósito do governo, como Auxílio Brasil de R$ 600, correção de aspectos na saúde, educação, cultura, meio ambiente. (...) É natural que haja necessidade de se fazer relativização do teto de gasto, como foi feito em 2020 com PEC Emergencial (na pandemia) e em 2021, com a PEC dos Precatórios, agora recentemente com essa PEC que aumentou o Auxílio Brasil", declarou.

O presidente do Senado disse também que, apesar da necessidade de se manter e ampliar políticas sociais, é preciso evitar "extravagâncias orçamentárias". "É preciso que haja um diagnóstico do que realmente se precisa no orçamento. De nossa parte, havendo esse diagnóstico, diagnóstico técnico, sem extravagâncias orçamentárias, que não podemos permitir um gasto além do necessário, haverá, por parte do Congresso Nacional, toda boa vontade de apreciação, desde já, de uma PEC."

A procuradora de Justiça Ana Tereza Abucater, do Ministério Público do Pará (MP-PA), defendeu as manifestações que fecharam estradas após a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) na eleição do domingo passado. Ela compartilhou uma publicação nas redes sociais declarando apoio aos caminhoneiros. "Nenhum passo daremos para trás. Eleição não se toma. O povo não é palhaço", diz a imagem.

A procuradora escreveu a legenda: "O povo é soberano. E se o poder emana do povo, o povo está no seu direito a exercer esse poder."

##RECOMENDA##

Outra imagem publicada afirma que o Supremo Tribunal Federal (STF) "não tem autoridade sobre a manifestação". "O povo é constituinte originário. Não saiam das ruas", diz a foto. Em julgamento unânime, o STF determinou a liberação "imediata" de todas as vias públicas bloqueadas.

Ana Teresa é eleitora declarada de Jair Bolsonaro. Antes do segundo turno da eleição, a procuradora disse que não aceitaria um "governo comunista e cheio de gente corrupta e que foram presos por corrupção e soltos por conveniência de seus apadrinhados".

Defesas

A reportagem entrou em contato com o Ministério Público do Pará, mas o órgão informou que não comentaria as publicações da procuradora. Também pediu um posicionamento da procuradora Ana Tereza Abucater, mas o gabinete informou que, por enquanto, ela não se manifestaria sobre as publicações.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou nesta quinta-feira, 3, o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB), a receber visitas da mulher no presídio de Bangu 8.

Quando foi preso, Roberto Jefferson ficou proibido de receber visitas, inclusive de familiares. Moraes só autorizou a entrada dos advogados do ex-deputado. A restrição foi revista a pedido da defesa e deixa expresso que as visitas devem "observar as regras do estabelecimento prisional".

##RECOMENDA##

Moraes também deu sinal verde para o Exército entregar pessoalmente ao ex-deputado a notificação de cancelamento do seu Certificado de Registro de Caçador, Atirador, Colecionador (CAC).

"Defiro o requerimento, devendo a notificação ocorrer em data previamente acordada entre o Exército Brasileiro e o estabelecimento prisional, com comunicação a esta Suprema Corte", escreveu o ministro.

A Polícia Federal (PF) apreendeu mais de 7,6 mil cartuchos de munição, de diferentes calibres, um fuzil e uma pistola 9mm, coletes balísticos e dois simulacros de arma na casa do ex-deputado, em Comendador Levy Gasparian (RJ), quando ele foi preso.

O ex-deputado não quis se entregar e chegou a atacar os policiais com tiros de fuzil e três granadas, o que levou a PF a pedir seu indiciamento por tentativa de homicídio.

A prisão de Roberto Jefferson foi motivada por ataques misóginos à ministra do STF Cármen Lúcia. Em um vídeo publicado nas redes sociais, ele comparou Cármen Lúcia a "prostitutas", "arrombadas" e "vagabundas".

A candidata ao governo do Estado pela coligação Pernambuco na Veia, Marília Arraes, apresentou, junto ao Ministério Público Eleitoral, notícia-crime contra a sua adversária neste segundo turno, Raquel Lyra, por denunciação caluniosa. Para os advogados de Marília, Raquel imputou falsamente a Marília os crimes de calúnia, injúria e difamação em interpelação judicial ajuizada na manhã desta terça-feira 25 sobre peças publicitárias em que a responsabilidade da tucana sobre as rebeliões e mortes em unidades da Funase é questionada. A defesa de Marĺia ainda requer a instalação de inquérito policial. 

Na notícia-crime contra Raquel Lyra, a defesa de Marília salienta que a candidata tucana quer cercear a liberdade de expressão da candidata da coligação Pernambuco na Veia, uma vez que as falas de Marília sobre o caso Funase não configuram crime de qualquer natureza, uma vez que são fatos amplamente divulgados pela imprensa.

##RECOMENDA##

Há, inclusive,  falas de Raquel a respeito das péssimas condições das unidades de Abreu e Lima e do Cabo de Santo Agostinho e que “a estrutura do sistema de socioatendimento aos jovens infratores ainda é falho no Estado”. 

 Os advogados também apontam que a campanha de Raquel tentou, ao provocar a Justiça, criar um fato político - inclusive já explorado nas redes sociais da candidata tucana. A interpelação judicial foi ajuizada “às 11h06 desta terça 25 de outubro para servir como fato político a ser utilizado por ocasião do debate promovido neste mesmo dia pela TV Jornal”. 

Durante o período em que Raquel Lyra foi secretária estadual da Criança e da Juventude, entre janeiro de 2011 e dezembro de 2012, nove rebeliões ocorreram em unidades da Funase, com sete assassinatos. A Funase era subordinada à secretaria ocupada por Raquel.

*Da assessoria 

O candidato à Presidência pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, voltou a apelar nesta tarde para convencer eleitores a comparecer às urnas no próximo domingo, 30. O foco da campanha nesta última semana será, segundo ele, "convencer as pessoas que não foram votar que compareçam para votar" e facilitar para que as pessoas "consigam votar".

"(Vamos) tentar ganhar cada voto, tentar facilitar que as pessoas vão votar", disse Lula, ao defender que municípios deveriam garantir transporte gratuito à população. O petista elogiou a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Roberto Barroso. O magistrado liberou que municípios adotem transportes aos eleitores. A campanha do petista teme que haja um boicote para dificultar que pessoas mais pobres consigam votar no domingo.

##RECOMENDA##

Lula reforçou que o que está em jogo nas eleições deste ano é viver em um País democrático ou "viver em barbárie e neofascismo" e que o dia 30 de outubro é a chance de "tentar restabelecer normalidade nesse País".

Os titulares da Defesa de Estados Unidos e Rússia conversaram pela primeira vez em meses nesta sexta-feira (21), mas o secretário de Estado americano, Antony Blinken, disse que não vislumbra interesse por parte de Moscou de realizar conversas mais amplas para pôr fim à guerra na Ucrânia.

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, "enfatizou a importância de manter as linhas de comunicação abertas em meio à guerra em curso contra a Ucrânia" durante a conversa telefônica com o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, assinalou o porta-voz do Pentágono e general de brigada, Pat Ryder.

Por sua vez, o Ministério da Defesa da Rússia confirmou a conversa telefônica e disse que os dois falaram sobre Ucrânia, sem oferecer mais detalhes.

Os titulares de Defesa dos dois países tinham conversado pela última vez em 13 de maio, quando Austin pediu a Moscou que estabelecesse um "cessar-fogo imediato" na Ucrânia.

A Rússia não o fez e, desde então, as forças de Kiev recuperaram das mãos de Moscou porções de território no leste e no sul do país com o apoio dos Estados Unidos e de outras nações ocidentais, que enviaram bilhões de dólares em armas e equipamentos.

Austin também conversou com o ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, "para reiterar o compromisso inquebrantável dos Estados Unidos de apoiar a capacidade da Ucrânia para contra-atacar a agressão da Rússia", assinalou Ryder.

Blinken, por sua vez, adiantou que os Estados Unidos manterão seus contatos com a Rússia, mas acrescentou que uma diplomacia mais ampla depende do presidente Vladimir Putin mostrar interesse "em deter a agressão" contra o território ucraniano.

"Não vimos evidência disso neste momento. Pelo contrário, vemos a Rússia duplicando e triplicando sua agressão", disse Blinken em uma entrevista coletiva conjunta com a ministra das Relações Exteriores da França, Catherine Colonna.

Nesse sentido, o funcionário americano mencionou os ataques recentes da Rússia contra usinas de energia e outras infraestruturas civis na Ucrânia, assim como a mobilização parcial de tropas, que considerou "horrível", pois se trata de "bucha de canhão que Putin está tentando jogar na guerra".

"A diferença fundamental é que os ucranianos estão lutando por seu país, sua terra, seu futuro. E a Rússia não. Quanto mais cedo o presidente Putin entender isso e chegar a essa conclusão, mais cedo poderemos acabar com esta guerra", declarou Blinken.

A última vez em que o secretário de Estado americano se reuniu com o chanceler russo Sergei Lavrov foi em janeiro deste ano, para advertir sobre as consequências de uma invasão à Ucrânia, que Moscou acabou realizando um mês depois.

Desde então, Blinken tem recusado os encontros com Lavrov, mas falou com ele por telefone em julho, em uma tentativa para libertar cidadãos americanos presos na Rússia.

burs-sct/bfm/llu/yow/rpr/mvv

O Ministério da Defesa concedeu a Ordem do Mérito Aeronáutico para o empresário Luciano Hang, dono das lojas Havan e apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL). Hang receberá a honraria no grau de comendador.

Por lei, a Ordem do Mérito Aeronáutico se destina a premiar militares da aeronáutica que tenham prestado "notáveis serviços ao País ou se hajam distinguido no exercício de sua profissão", assim como civis que tenham "assinalados serviços prestados à Aeronáutica".

##RECOMENDA##

A inclusão de Hang na ordem foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (10), juntamente com outros militares e civis. Também será agraciado com o grau de comendador o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, André Luiz Ceciliano (PT), que foi candidato ao Senado pelo partido. Apesar de filiado ao PT, Ceciliano se aproximou de diferentes políticos e tem bom relacionamento com o atual governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL).

Receberão a honraria ainda funcionários do gabinete pessoal do presidente Jair Bolsonaro, além de juízes, diplomatas e funcionários públicos.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) se defendeu nesta quarta-feira (5) das críticas por ter ido a uma loja da Maçonaria. Durante transmissão ao vivo nas redes sociais, o chefe do Executivo disse que foi bem recebido no local. "O que eu tenho contra maçom? Não tenho nada", declarou. A campanha do candidato à reeleição teme que a repercussão do vídeo antigo, que viralizou nas redes sociais, tire votos de Bolsonaro entre eleitores religiosos. "Ele sentiu o golpe", afirmou um interlocutor, ao Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, sobre a reação do presidente.

"Está aí na mídia agora, o pessoal me criticando porque fui a uma loja maçom em 2017. Fui, sim, fui numa loja maçom, acho que foi a única vez que eu fui na loja maçom. Eu era candidato a presidente, pouca gente sabia. E um colega falou 'vamos lá', e eu fui lá. Acho que foi aqui em Brasília, fui muito bem recebido. Tudo bem, me trataram bem", disse Bolsonaro, na live. "E eu sou presidente de todos, e ponto final. Fui de novo? Não fui. Agora, eu sou o presidente de todos. Isso, agora, a esquerda faz um estardalhaço. O que eu tenho contra maçom? Não tenho nada", emendou.

##RECOMENDA##

Aliados do presidente preveem que a campanha vai reagir com "algo mais pesado" após o vídeo na Maçonaria ter viralizado. No primeiro turno da eleição, bolsonaristas divulgaram fake news sobre o fechamento de igrejas caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com quem Bolsonaro disputa agora o segundo turno, seja eleito. Além disso, o chefe do Executivo tem atrelado seu adversário a Daniel Ortega, que governa de forma ditatorial a Nicarágua e, segundo o presidente, tem perseguido padres.

Na visão de um interlocutor de Bolsonaro, a "guerra religiosa" deve se intensificar até o dia 30, quando acontece o segundo turno das eleições. Em discursos durante a campanha, o presidente se referiu à disputa eleitoral como uma "luta entre o bem e o mal". Um dia antes do primeiro turno, no último sábado, 1º, a primeira-dama Michelle disse que a eleição era um "momento decisivo" e que os "ataques" contra Bolsonaro eram contra os "princípios e valores" de Deus. "As portas do inferno não prevalecerão", declarou, na Esplanada dos Ministérios.

Durante a campanha, Michelle passou a acompanhar Bolsonaro em atos religiosos para tentar alavancar a votação do presidente entre as mulheres, principalmente evangélicas. Nas últimas semanas antes do primeiro turno, contudo, a primeira-dama passou a se dedicar mais à tentativa de impulsionar a candidatura da ex-ministra e pastora Damares Alves, que foi eleita senadora pelo Distrito Federal.

A primeira-ministra britânica, Liz Truss, voltou a defender nesta terça-feira (4) seu polêmico plano fiscal, que teve uma das medidas suprimidas na segunda-feira, e seu ministro das Finanças pretende, segundo a imprensa, antecipar a publicação de como o governo pretende financiar o pacote.

Em uma entrevista à BBC, Truss defendeu as medidas econômicas, que incluem uma considerável redução de impostos acompanhada por ajudas a famílias e empresas para pagar as elevadas contas de energia.

"Estou decidida a seguir adiante com o pacote de crescimento", declarou, antes de insistir que o plano é "responsável". "Mas também é importante ouvir a população e ter o país conosco", acrescentou.

Apresentado em 23 de setembro, o plano recebeu muitas críticas por prever o financiamento dos cortes de impostos com mais dívida pública.

Pressionada por instituições financeiras, a opinião pública e pelo próprio Partido Conservador, o governo anunciou na segunda-feira a retirada de uma de suas principais medidas: o fim da faixa de imposto de renda mais elevada, de 45% para que tem renda superior a 150.000 libras por ano (170.000 dólares).

De acordo com o jornal Financial Times e a BBC, o ministro das Finanças, Kwasi Kwarteng, deve adiantar a apresentação do plano para financiar as medidas, que inicialmente pretendia deixar para 23 de novembro.

Os mercados financeiros ficaram agitados na semana passada com a falta de números precisos sobre o pacote orçamentário e a perspectiva de financiar as medidas com o aumento da já gigantesca dívida pública britânica.

O Banco da Inglaterra precisou atuar de maneira emergencial e comprar títulos do Tesouro a longo prazo para evitar a quebra dos fundos de pensão. O Fundo Monetário Internacional (FMI) fez um apelo para que o governo não aumente a desigualdade em plena crise do custo de vida com um corte de impostos a favor dos mais ricos.

O governo também terá que administrar em breve outra questão delicada: a reavaliação da assistência social.

Em uma entrevista à rádio LBC, Truss afirmou que ainda não tomou nenhuma decisão sobre o aumento em um cenário de inflação historicamente alta, ao redor de 10%.

Mas deputados conservadores importantes já deram a entender que podem votar contra um aumento inferior à inflação, o que provoca o temor de uma nova rebelião entre a maioria parlamentar.

Às vésperas do primeiro turno das eleições e contramão da pregação do presidente Jair Bolsonaro, que frequentemente ataca o sistema eletrônico de votação, o procurador-geral da República Augusto Aras, divulgou em seu canal do Youtube nesta sexta-feira, 29, um vídeo com um conjunto de declarações em defesa das urnas eletrônicas.

O chefe do Ministério Público Federal diz que elas 'inegavelmente puseram fim a um conjunto de fraudes' que existiam antes do desenvolvimento do mecanismo. "Nós acreditamos no sistema eleitoral vigente. Nós acreditamos que termos eleições limpas", ressaltou.

##RECOMENDA##

As afirmações de Aras foram registradas durante conversas com jornalistas da imprensa estrangeira, em julho e em agosto, e também durante manifestação no plenário do Supremo Tribunal Federal nesta quinta-feira, 29. Segundo o PGR, é preciso 'preservar a legitimidade do processo eleitoral'.

Diante dos ministros da corte máxima, Aras declarou seu 'desejo e atuação em busca da vontade popular manifestada de forma livre e consciente em um ambiente de paz e harmonia'. O PGR disse esperar que o primeiro turno seja 'mais um domingo de paz em uma festa cívica de todos os brasileiros'.

"Confiamos na nossa democracia e haveremos de ter o resultado, qualquer que seja, devidamente respeitado pelas instituições publicas e privadas, pelos Poderes e pelo povo brasileiro. De qualquer forma, teremos um presidente e todos os brasileiros", indicou.

Em outro momento do vídeo, registrado durante entrevista concedida a jornalistas, o PGR diz que gostaria que todos cidadãos fossem 'fiscais' das eleições. "Porque aí sim teríamos uma cidadania amplamente defendida, sem tendências ou mesmo sem suspeitas acerca da legitimidade material do poder político no nosso ambiente democrático", afirmou.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando