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 Sem alarde, o governador Paulo Câmara enviou à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) um projeto de Lei que autoriza o Complexo de Suape a doar uma área de 221,2215 hectares, equivalente a 323 campos de futebol, para as empresas Companhia Siderúrgica SUAPE (CSS) e CONEPAR S/A. No local, vivem há cerca de trinta anos comunidades agricultoras e pescadoras artesanais, como a comunidade de Jurissaca, no município do Cabo de Santo Agostinho.

Em reportagem do LeiaJá, famílias residentes no perímetro denunciaram que a vigilância privada de Suape promove a derrubada ilegal de casas, cortes de energia elétrica e a destruição de estradas, com o intuito de forçar os posseiros a deixar as comunidades rurais. As ações dificultaram a vida de trabalhadores que subsistem da terra e agora precisam percorrer distâncias superiores a 12 quilômetros, todos os dias, para acessar suas plantações. Relatos de intimidações são constantes.

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Indenizações

Embora reúnam documentos que comprovam que a ocupação das terras é antiga, os posseiros que permanecem em Jurissaca reivindicam indenizações para deixar o local. Um total de 41 famílias atingidas por desapropriações ainda não receberam o valor prometido. Suape alega que não possui condições financeiras de arcar com as indenizações.

O aumento da violência no local está associado ao novo Plano Diretor de Suape (Decreto 37.160/2011), que passou a designar a área do Engenho Jurissaca como Zona Industrial, além de proibir a ocupação humana dentro de seu perímetro foi proibida. Para a mudança das normas, os moradores que já viviam no local, contudo, não foram consultados. Também em 2011, diante das tratativas para a instalação de uma siderúrgica na área, Suape deu início à remoção forçada da comunidade.

Através da Lei n.º 15.932 de 30 de novembro de 2016, também a pedido de Paulo Câmara, o Legislativo autorizou SUAPE a vender suas terras com desconto de até 70%, em um período de dois anos. No dia 07 de junho de 2019, a Lei n.º 16.582 permitiu que a aplicação do desconto fosse estendida por mais 4 anos.

“É de se questionar, com base no princípio da moralidade da Administração Pública, a postura contraditória do Governo do Estado e de SUAPE de, por um lado, negligenciar a situação das famílias de Jurissaca, sob a justificativa de não ter orçamento para indenizá-las e reassentá-las, e, de outro lado, repassar terras públicas a empresas privadas a valores irrisórios e, agora, a título gratuito. Trata-se de uma verdadeira dilapidação do patrimônio público e descaso com as 41 famílias que desde 2011 reivindicam os seus direitos usurpados pela empresa. Diante de tudo isso, o Fórum Suape Espaço Socioambiental e as famílias do Engenho Jurissaca rogam pela não aprovação do Projeto de Lei n.º 2902/2021”, diz nota do Fórum Suape, que presta assistência às comunidades que vivem no entorno do complexo.

Uma pesquisa realizada pela PageGroup e pela Dom Cabral revelou que uma em cada dez mulheres ou pessoa negra ocupa posição de CEO em empresas. O levantamento ainda explicitou que cerca de 90% dos cargos de liderança de 149 empresas respondentes da pesquisa são ocupados por homens e brancos.

“O mercado de trabalho reflete as transformações da sociedade. A falta de políticas organizacionais e de interesse no passado fez com que tivéssemos muito menos diversidade hoje. Vivemos o resultado da construção de gerações. Agora as empresas estão focadas na diversidade, dando oportunidades de desenvolvimento para isso”, comenta Ricardo Basaglia, diretor geral da Page Executive, segundo nota divulgada pela assessoria de imprensa. 

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Segundo a mesma pesquisa, 8% dos CEOs são mulheres e 89% se identificam como brancos. Além disso, a equipe na linha direta com os líderes são pequenas e pouco diversas. Cerca de 70% são com até 20 pessoas. Em 80% dos casos, menos da metade das pessoas que se reportam ao CEO são mulheres.

O levantamento ainda detalha a seguinte realidade: as mulheres representam 23% de Executives (Executivos), 29% Senior Managers (Gerentes Senior), 37% Managers (Gerentes), 42% Professionals (Profissionais) e 47% Support staff (Equipe de Suporte).

Além dos dados supracitados, a pesquisa faz ainda uma raio-X das CEOs no Brasil, que são mulheres brancas, entre 41 e 60 anos de idade, com graduação nas áreas de negocios ou engenharia, com MBA, mestrado profissinal ou outra pós-graduação lato sensu. Segundo o levantamento, elas demoraram cerca de dez anos para se tornar CEO e não teveram experiencia fora do Brasil. Nos dados coletados, suas formações são equivalentes às dos CEOs homens. Além do perfil descrito, a maior parte das mulheres em cargo de CEO estão em São Paulo e grande parte é lider da própria empresa.

Diante de todos as adversidades sofridas no dia a dia, as mulheres ainda têm jornada dupla com cuidados com filhos e casa. Quando comparados aos homens, apenas 1,5% dos CEOs executam os trabalhos domésticos.

A baixa presença de mulheres no pipeline de liderança dificulta a sucessão para a posição de CEO. Com volumes equiparados entre homens e mulheres na base da pirâmide organizacional, as mulheres avançam para os níveis de primeira gestão e a representatividade vai perdendo força nos cargos de média liderança.

Por Samuel D' Paulla

O Grupo Ser Educacional realiza desde o dia 01 o evento “Vivência CX: Muito Além da Captação e Retenção” na Universidade Guarulhos (UNG), que visa destacar a importância de oferecer aos clientes uma boa experiência de atendimento e satisfazê-los com o serviço contratado. As atividades ocorrem no campus Centro, terminam hoje e são voltadas aos colaboradores. 

De acordo com a Gerente de Customer Experience, Gisele Corbanezi, nesta nova era de experiência, é fundamental que as empresas otimizem suas estratégias de atendimento, caso contrário, não alcançarão longevidade no mercado.

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Gisele lembra que a pandemia do Covid-19 proporcionou que muitas empresas, preparadas com tecnologias, se aproximassem de seus clientes. “A crise também acelerou um movimento de mercado, em que as empresas que não estavam preparadas para este momento, precisaram correr para se adaptarem”, realça.

Segundo a Gerente de Customer Experience, a crise sanitária fez com que o atendimento de canais remotos das empresas avançassem em um ano o equivalente a dez anos. “Ou a empresa buscava por uma maneira de se comunicar com seus clientes remotamente, principalmente as que possuem uma base de consumidores expressiva, ou elas não teriam acesso aos seus compradores”, afirma Gisele.

Neste cenário, Gisele pontua que as empresas que conseguiram criar um canal de comunicação funcional, seguro e que fizesse com que o cliente se sentisse à vontade para usar, conseguiram continuar com suas atividades, mesmo com o avanço da pandemia.

Para Gisele, é fundamental que as empresas tracem estratégias focadas nos clientes, que possam trazer eficiência ao serviço contratado e oferecer a eles uma boa experiência.  Outro ponto importante é investir em treinamentos de humanização e empatia, para que o consumidor se sinta à vontade com aquela companhia e com o serviço oferecido.

Sobre o Ser Educacional

O Grupo Ser Educacional é uma empresa criada em 1993, que é composto por diversas instituições de Ensino Privado, entre elas, UNG, Centro Universitário Maurício de Nassau (UNINASSAU), Universidade da Amazônia (Unama) e Centro Universitário Universus Veritas (UNIVERITAS).

Em todas essas marcas, o Ser Educacional se destaca por oferecer cursos técnicos, graduações e pós-graduações, tanto em modalidades presenciais como a distância.

A Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco, órgão ligado à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), está com inscrições abertas até o dia 03 de janeiro de 2022, para o programa Centelha/PE 2, que busca incentivar o empreendedorismo através de capacitações para o desenvolvimento de produtos e processos inovadores. A ação prevê a formalização de 60 novas empresas na área de tecnologia  e cerca de 300 empreendedores em todo o estado. 

Podem se candidatar pessoas físicas, vinculadas ou não a empresas com até 12 (doze) meses de existência anteriores à data de publicação do Edital e faturamento bruto anual de até R$ 4.800.000,00, sediadas no Estado de Pernambuco.

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Serão disponibilizadas para incentivo dos projetos aprovados, recursos de subvenção econômica e bolsas de fomento tecnológico destinadas ao desenvolvimento de empresas com base tecnológica que incorporem novas tecnologias aos setores estratégicos do estado de Pernambuco.

Os projetos apoiados devem se enquadrar nas seguintes temáticas: Automação; Big Data; Biotecnologia e Genética; Blockchain; Design; Eletroeletrônica; Geoengenharia; Inteligência artificial e machine learning; Internet das coisas (IoT); Manufatura avançada e robótica; Mecânica e mecatrônica; Nanotecnologia; Química e Novos materiais; Realidade aumentada; Realidade virtual; Segurança, privacidade e dados; Tecnologia Social; e Tecnologia da Informação (TI) e Telecom.

Poderão ser apoiados até 60 projetos, que receberão os recursos de subvenção econômica no valor de até R$ 60.000,00 com apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e do estado de Pernambuco. Além disso, a equipe executora das ideias inovadoras  contratadas poderá ter disponibilizado o valor R$ 26.000,00, a depender da liberação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

As inscrições que estão abertas até o dia 03 de janeiro, podem ser realizadas por meio do site Programa Centelha. Mais informações podem ser conferidas no Edital.

Por Thaynara Andrade

Para se proteger de ataques cibernéticos, grandes empresas como Nubank, C6, TIM e OLX estão aderindo a uma tendência mundial e procurando "caçadores de recompensa" para invadir seus sistemas. O objetivo é encontrar falhas ou vulnerabilidades que possam ser a porta de entrada para criminosos roubarem ou "sequestrarem" dados, o que implica prejuízos milionários para as companhias.

Chamados de "bug bounty", os programas de premiação envolvem plataformas com milhares de especialistas, conhecidos como "hackers do bem" ou "hackers éticos". Esses profissionais têm a missão de vasculhar os sistemas das empresas e encontrar pontos fracos de forma legal. Se conseguirem furar a segurança da companhia, recebem recompensas de até R$ 15 mil no Brasil - no exterior, os valores são bem maiores, podendo superar US$ 100 mil, dependendo da descoberta.

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Por aqui, esses programas ainda enfrentam uma certa desconfiança dos empresários, que temem ficar mais vulneráveis. Mas, com o crescimento da digitalização durante a pandemia e a consequente multiplicação de ataques cibernéticos, muitas empresas tiveram de buscar novas alternativas. O Nubank, por exemplo, acaba de lançar seu programa com recompensas que começam a partir de US$ 150.

"Segurança é um dos pilares da nossa operação desde o primeiro dia da empresa", diz o gerente de Engenharia de Segurança de Informação do banco, Rodrigo Santos. Ele conta que, no ano passado, a instituição já havia iniciado um teste sem remuneração com Hacker One - uma das maiores plataformas de bug bounty do mundo. Nesse teste, foram reportadas 15 falhas consideradas válidas.

No programa atual, a empresa optou pela modalidade privada, em que há a escolha de uma quantidade de profissionais para buscar as vulnerabilidades do sistema. Na modalidade pública, qualquer especialista da comunidade de hackers pode fazer os testes. "Como essa cultura ainda não está totalmente difundida no Brasil, as empresas ficam com receio e entram mais leve nos programas", diz o fundador da BugHunt, Bruno Telles, diretor operacional da plataforma brasileira.

Criada em março de 2020, a empresa tem cerca de 7 mil hackers inscritos e 25 programas ativos. Telles diz que os programas de recompensa estão apenas começando no Brasil, mas devem ganhar tração nos próximos anos com o avanço da digitalização. Além de empresas privadas, os governos também devem começar a aderir essa solução como forma de se protegerem contra cibercriminosos.

Aumento de ataques

De acordo com relatório da Fortinet, empresa de segurança digital, só no primeiro semestre deste ano, o Brasil sofreu cerca de 16,2 bilhões de tentativas de ataques virtuais. O País é o quinto com maior número de ransomware - ataque virtual em que o criminoso só libera o acesso ao sistema por meio de pagamento de um resgate -, conforme dados da consultoria Roland Berger. E os problemas não se restringem a apenas um setor. Tem sido generalizado.

"A melhor forma de se proteger é testar suas falhas. Normalmente tenho um time interno para fazer esse tipo de trabalho, mas agora também posso contar com hackers do mundo inteiro", diz José Santana, responsável pela área de segurança da informação do C6 Bank. O programa de bug bounty do banco tem 842 pesquisadores (hackers) autorizados a ficar de olho em qualquer furo que o sistema do banco possa ter.

Desde que adotou a solução, em 2019, a instituição já pagou cerca de US$ 25 mil (R$ 136 mil) de recompensas, sendo uma média de US$ 696 (R$ 3,8 mil) por premiação. Santana explica que, se a recompensa for muito baixa, poucos hackers vão se interessar pela oportunidade, uma vez que os testes podem demorar.

"A remuneração maior, de fato, atrai mais gente, mas tem aqueles que querem ganhar pontos para subir no ranking dos que mais encontram falhas. Esses aceitam valores menores", diz Telles. Os pagamentos seguem uma tabela de gravidade dos problema. Quanto mais crítico, mais alta é a recompensa.

Tecnologia

Nos Estados Unidos, esse é um mercado de milhões de dólares. Gigantes, como Google e Apple, têm programas que oferecem US$ 1 milhão para quem conseguir fazer um ataque nos seus sistemas de segurança. Em 2017, só o Google pagou US$ 3 milhões em programas de segurança.

"Acredito que os programas de bug bounty trazem, de fato, um perfil independente (para a análise dos sistemas). Só vejo vantagens", diz o diretor de tecnologia da OLX Brasil, Raúl Rentería. Na avaliação dele, com essa solução, a empresa consegue ter acesso a profissionais que estão fora do dia a dia da companhia e que conseguem ver outras vertentes do problema.

Só neste ano, os hackers reportaram 32 bugs no sistema da OLX. Desses, 17 foram aprovados ou estão em revisão. As recompensas da empresa podem chegar a R$ 10 mil, dependendo do nível da falha. Ele conta que a empresa tem funcionários internos que também testam os programas de segurança do grupo. "Mas esse olhar de fora, que caça falha em tudo quanto é canto, é importante."

Esse olhar externo fez Manoel Abreu Netto, de 37 anos, reportar mais de 300 relatórios com falhas e vulnerabilidade no sistema de várias empresas. Ele não gosta de falar os valores, mas diz ser vantajoso. Ele atua como "hacker do bem" há três anos.

Formado em Ciência da Computação, Netto divide seu tempo entre um emprego na administração pública e as plataformas de bug bounty. Já ganhou três desafios internacionais de vulnerabilidade em sistemas que lhe renderam três viagens para Argentina e Estados Unidos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ciclo de alta da taxa Selic, iniciado em março, deve atrasar a retomada do investimento produtivo no Brasil. Com as empresas saindo de crises consecutivas desde 2015, muitas delas vão preferir preservar o caixa até que o cenário esteja mais claro, do ponto de vista monetário, fiscal ou político. Além disso, o custo de capital está maior. Na média, subiu de 7,7%, em dezembro de 2021, para 10,59% em agosto deste ano, segundo o Centro de Estudos de Mercado de Capitais da Fipe (Cemec-Fipe).

Na semana passada, por exemplo, a Arezzo informou que o momento não é adequado para fazer novas emissões de dívida. Com a alta de juros, a empresa deve priorizar o crescimento orgânico e manter o "caixa como rei". O presidente da companhia, Alexandre Birman, diz que, com a alta dos juros, a alavancagem financeira, que nunca foi premissa da companhia, torna-se ainda menos atrativa.

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"Conceito de ‘cash is king’ (o caixa é o rei) se torna fundamental no cenário de juros que vamos entrar", diz. A empresa pagou as últimas aquisições com caixa próprio e tem bancado de maneira orgânica a expansão das lojas e do e-commerce, cujas vendas cresceram 36% no terceiro trimestre.

Cautela

Segundo Carlos Antonio Rocca, coordenador do Cemec-Fipe, apesar de o custo da dívida ainda ser baixo comparado ao dos últimos anos, o momento não é adequado para fazer expansões. Hoje, a taxa de investimento no País está em 18,2%, depois de ter batido em 15% no 2.º trimestre de 2022. "A incerteza é um conteúdo de risco que não dá para medir", afirma.

Rocca destaca que, com a redução da capacidade ociosa (em torno de 85%), as empresas já teriam dificuldade de atender o mercado caso tivessem de aumentar a produção.

Com incertezas sobre vendas, empresários refazem planos

O aumento da taxa Selic e do custo da dívida veio num momento em que a confiança do empresariado estava em recuperação por causa do avanço da vacinação, afirma o gerente de análise econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Marcelo Azevedo. Ele ressalta que a escalada dos juros é mais um componente para o desestímulo aos investimentos.

O presidente do Magazine Luiza, Frederico Trajano, por exemplo, esperava um cenário diferente para o segundo trimestre do ano. Com a pandemia mais controlada e o comércio sem restrições, a expectativa era de um varejo aquecido. "Esperávamos economia mais pujante; encontramos inflação e juros altos", afirma.

A empresa se preparou para um cenário mais positivo e acabou vendo seus estoques subirem de 70 para 100 dias. Esse revés fez a companhia aumentar as provisões - dinheiro destinado a possíveis perdas e inadimplência. A expectativa é escoar os produtos na Black Friday. Para essa data, a companhia aposta em produtos premium para atingir um público que teve a renda menos corroída pela inflação.

Para o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) José Ricardo Roriz Coelho, as perspectivas para a demanda interna são incertas. Segundo ele, no ano passado houve uma euforia e uma falsa impressão de que a demanda estava voltando - efeito do auxílio emergencial. "Hoje, estamos na situação de que a inflação retirou 10% da renda das pessoas, o desemprego continua alto, e não há competitividade para exportar", diz Coelho, que comanda a Associação Brasileira da Indústria de Plástico (Abiplast).

Neste momento, diz o executivo, as empresas estão em período de definir o orçamento para 2022. Mas as incertezas têm atrapalhado decisões futuras. "Qualquer investimento, hoje, está entre 30% e 40% mais caro. Dólar, insumo e custo de capital, tudo subiu. Muitas empresas estão esperando até meados do ano que vem para decidir sobre novos investimentos", afirma Coelho.

Durante apresentação do balanço do terceiro trimestre, o presidente do Itaú Unibanco, Milton Maluhy, também destacou os efeitos do aumento da Selic na economia. Para ele, as condições de crédito no atacado dependem do mercado de capitais, tanto via emissões de ações, quanto de renda fixa. Com a alta dos juros, no entanto, as emissões ficam menos atraentes para as empresas.

Segundo dados do Centro de Estudos de Mercado de Capitais da Fipe (Cemec-Fipe), o custo de dívida das empresas já aumentou sensivelmente. Para as grandes companhias, subiu de 6,88%, em dezembro de 2020, para 9,67% em agosto passado; entre as médias, de 11,12% para 14,15%; e, para as pequenas, de 11,91% para 16,31%. O crédito bancário, com recursos livres, foi o que teve maior avanço no período, de cerca de 11% para 16%.

Gargalo

Além da alta dos juros, outros fatores têm pesado para desestimular a retomada de investimentos, segundo Marcelo Azevedo, da CNI. Ele explica que o aumento do preço de insumos, como a energia elétrica, e a falta de uma série de matérias-primas têm sido um gargalo dentro das empresas. Há cinco trimestres esse fator vem sendo apontado como o maior problema para as empresas, segundo a Sondagem Industrial feita pela entidade. Até então, a carga tributária sempre aparecia em primeiro lugar entre os maiores problemas relatados pelos empresários.

Outro fator, destaca o executivo da CNI, é que muitas empresas financiam o investimento com recursos próprios. Mas o fato de elas estarem saindo de crises consecutivas deixou o caixa mais apertado em alguns setores. Tudo isso acaba influenciando no planejamento e na decisão de tirar um projeto do papel.

Na opinião do presidente da Trevisan Escola de Negócios, Vandyck Silveira, para um empresário investir em plantas, equipamentos e tecnologia, precisa ter um retorno superior ao custo de capital. "Não vamos passar mais uma década perdida, mas um milênio", afirma.

No dia em que os Estados Unidos ultrapassou a marca de 750 mil mortes por Covid-19, o governo de Joe Biden estabeleceu o prazo de 4 de janeiro para que empresas com mais de 100 funcionários garantam que todos os trabalhadores estejam totalmente vacinados ou que realizem testes semanais para detectar o novo coronavírus.

Anunciada pelo democrata em setembro passado, a medida afeta aproximadamente 84 milhões de trabalhadores do setor privado do território americano e faz parte de um plano para combater a emergência sanitária, de acordo com a Casa Branca.

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O governo Biden também vai passar a exigir que 17 milhões de trabalhadores da saúde que participem dos programas federais Medicare e Medicaid sejam imunizados contra o novo coronavírus.

Segundo a Administração de Segurança e Saúde Ocupacional dos Estados Unidos (OSHA), os funcionários são considerados totalmente vacinados se tiverem recebido duas doses das vacinas Pfizer-BioNTech ou Moderna, ou a dose única da Johnson & Johnson.

Já os cidadãos não imunizados terão que usar máscaras de proteção e apresentar teste de Covid-19 com resultado negativo semanalmente a partir da data estipulada.

A Casa Branca garante que mais de 70% dos americanos adultos do país já foram vacinados, mas é preciso elevar o número "para salvar vidas, proteger a economia e acelerar o caminho para sair da pandemia".

Conforme dados da Universidade Johns Hopkins, os Estados Unidos lideram o ranking de países mais afetados pela emergência sanitária em todo o mundo, com 750 mil óbitos e 46,2 milhões de casos, à frente de Brasil (608 mil mortes e 21,8 milhões infecções) e Índia (459 mil vítimas e 34,3 milhões contágios).

Da Ansa

Com a retomada gradual do retorno presencial ao trabalho no País, por causa do avanço da vacinação anticovid, o ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, editou uma portaria para proibir os empregadores de exigirem o certificado de vacinação de seus funcionários ou de impor o documento como obrigatório nos processos de seleção para contratação de pessoal. Pela portaria, as empresas também não poderão demitir por justa causa aquelas pessoas que se recusarem a apresentar o cartão da vacina. Se o fizerem, terão de reintegrar ou ressarcir os demitidos.

O ato põe em prática a posição do presidente Jair Bolsonaro, que é contrário à vacinação anticovid obrigatória e ao cartão de vacinação como passaporte de entrada e saída das pessoas em diferentes lugares e estabelecimentos.

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Em postagem no Twitter, o ministro Onyx disse que "ameaçar de demissão, demitir, ou não contratar por exigência de certificado de vacinação é absurdo". Ele também destacou em vídeo publicado na mensagem que a não apresentação de cartão de vacinação contra qualquer enfermidade não está inscrita nem na Constituição nem na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) como motivo de justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador. No vídeo, ele aparece assinando a portaria, publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) na tarde desta segunda-feira.

"Ao empregador é proibido, na contratação ou na manutenção do emprego do trabalhador, exigir quaisquer documentos discriminatórios ou obstativos para a contratação, especialmente comprovante de vacinação, certidão negativa de reclamatória trabalhista, teste, exame, perícia, laudo, atestado ou declaração relativos à esterilização ou a estado de gravidez", diz a norma. "Considera-se prática discriminatória a obrigatoriedade de certificado de vacinação em processos seletivos de admissão de trabalhadores, assim como a demissão por justa causa de empregado em razão da não apresentação de certificado de vacinação", acrescenta.

Em vez de punir os não vacinados ou os que resistirem a se imunizar, a portaria diz que o empregador deve estabelecer e divulgar orientações ou protocolos com a indicação das medidas necessárias para prevenção, controle e mitigação dos riscos de transmissão da covid-19, além de desenvolver políticas de incentivo à vacinação de seus trabalhadores e de testagem periódica.

Se houver rompimento da relação de trabalho por ato discriminatório, determina a portaria, o empregado terá direito à reparação pelo dano moral e a empresa, por sua vez, poderá optar entre "a reintegração com ressarcimento integral de todo o período de afastamento, mediante pagamento das remunerações devidas, corrigidas monetariamente e acrescidas de juros legais" ou "a percepção, em dobro, da remuneração do período de afastamento, corrigida monetariamente e acrescida dos juros legais".

Em julho, a Justiça confirmou, em segunda instância, a demissão por justa causa de empregado que se recusou a se vacinar contra a covid-19. A decisão foi do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo, contra uma auxiliar de limpeza hospitalar que recusou a imunização. O entendimento do órgão foi de que o interesse particular do empregado não pode prevalecer sobre o coletivo. Foi a primeira decisão no País nesse sentido, segundo advogados especialistas nesse tipo de ação.

Antes, em fevereiro deste ano, o Ministério Público do Trabalho (MPT) já tinha orientado que os trabalhadores que se recusassem a tomar vacina contra a covid-19 sem apresentar razões médicas documentadas poderiam ser demitidos por justa causa. O entendimento do MPT é que as empresas precisam investir em conscientização e negociar com seus funcionários, mas que a mera recusa individual e injustificada à imunização não poderá colocar em risco a saúde dos demais empregados.

Contato: luci.ribeiro@estadao.com

*Por Thaynara Andrade

A indústria está em um momento de recuperação gradual, após a recessão econômica impulsionada pela pandemia de Covid-19. Segundo o levantamento do Pagegroup, consultoria líder mundial em recrutamento, essa melhoria reflete no mercado de trabalho, onde a demanda por profissionais da indústria aumentou 54% este ano, em relação ao mesmo período de 2020.

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O relatório da empresa indica que os perfis mais requisitados atualmente no setor, são os de profissionais com habilidades multifuncionais, desde a liderança de projetos de pesquisas de novos produtos até o processo de produção.

Para descobrir quais os cargos mais procurados, a PageGroup realizou uma pesquisa em empresas de todos os portes (pequena, média e grande), em mais de 14 setores de todo o Brasil. Os consultores acompanharam os processos de contratação em todos os níveis hierárquicos, analisando as informações para transformá-las em indicadores de desempenho.

Segundo o levantamento, os profissionais mais cobiçados na atualidade pelo setor indústrial são: especialistas ou coordenadores de pesquisa e desenvolvimento, gerentes nacional de vendas B2B, gerentes de RH, coordenador de produção e processos, engenheiros de projetos, supervisores de produção industrial, supervisores de produção e manutenção.

Esses cargos têm salários que variam de R$ 6 mil a R$  20 mil, com demandas diferentes a depender da região do país.

*Por Thaynara Andrade

A primeira edição do fórum JÁ Conexões será realizada no dia 28 de outubro, no auditório do Softex Recife, na Rua da Guia, localizada no bairro do Recife, capital pernambucana. A iniciativa é liderada pela ONG Junior Achievement e terá como principal debate o papel das lideranças empresariais como agentes transformadores da sociedade. A programação está planejada para começar às 10h, no formato híbrido, presencial e com transmissão on-line via plataforma Zoom.

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O fórum vai promover discussões sobre a importância do voluntariado, quais as possibilidades de atuação do setor privado na capacitação da juventude, como estimular o empreendedorismo e a autonomia na educação, entre outras temáticas.

As lideranças empresariais interessadas em participar da primeira edição do Fórum Ja Conexões, seja presencialmente ou online, devem entrar em contato pelo e-mail  jape@jape.org.br ou telefone (81) 3421.2277. As vagas presenciais são limitadas. 

O Grupo SBF, dono das empresas esportivas Centauro, Fisia e NWB, está com inscrições abertas para o Programa de Trainees 2022, com salários de R$ 6.500. São dez vagas disponíveis, e os candidatos podem se inscrever até 13 de outubro pelo site do programa

O trainee exige que os candidatos tenham ensino superior completo de qualquer curso de bacharelado ou tecnólogo, de dezembro de 2018 até dezembro de 2021. Para garantir uma maior diversidade nas candidaturas, não é obrigatório o conhecimento de língua estrangeira, nem há restrições de idade.

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O processo seletivo consiste em algumas etapas após a inscrição, como testes de fit cultural, dinâmicas em grupo, e painéis com lideranças e com o time executivo. Os selecionados começarão o trabalho como trainees da empresa a partir de janeiro de 2022 em formato híbrido de trabalho.

O programa terá duração de 12 meses, em que os participantes poderão desenvolver projetos, planos estratégicos para a empresa, além de mentorias para otimizar a performance. Além do salário, os selecionados terão benefícios como vale-refeição, plano de saúde, programas de bônus, desconto em produtos e auxílio-esporte, entre outros.

Nos últimos meses, o executivo André Veloso já foi sondado para, pelo menos, 20 vagas de diretor financeiro, também conhecido como CFO (sigla em inglês para Chief Financial Officer). Nos últimos dois anos, ele trabalhou na T4F (Time for Fun) e ajudou a companhia a lidar com os efeitos da pandemia, que paralisou o setor de entretenimento. Havia tanto trabalho para preservar caixa, cortar custos e renegociar dívidas, que Veloso nem conseguia avaliar direito o que chegava até ele de proposta.

No mês passado, no entanto, ele decidiu aceitar uma vaga e trocar a T4F pela Bemobi Mobile, que abriu o capital no início deste ano. "Contou a favor não só a questão financeira como também o ambiente e o projeto que será tocado", explica. Veloso destaca que a parcela de incentivo de longo prazo, que normalmente pode envolver participação na empresa ou uma fatia da valorização das ações, foi bastante relevante na sua escolha pela nova vaga, até mais que o salário fixo.

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"Dependendo da proposta, você tem mais tranquilidade na condução do trabalho e sabe que terá reconhecimento de todo valor agregado, que vai ser premiado pelo esforço", diz o executivo, que atua como CFO há 11 anos no mercado.

Como Veloso, muitos outros profissionais estão sendo assediados por recrutadores para mudar de emprego em troca de salários altos e incentivos que variam de empresa para empresa, mas podem significar ter parte das ações da companhia. Segundo dados da consultoria Egon Zenhder, multinacional especializada em desenvolvimento e recrutamento de lideranças, os incentivos de longo prazo (ILP) tiveram uma alta de quase 60% entre 2020 e 2021.

Ou seja, as empresas estão apostando nesse instrumento para atrair os profissionais e retê-los por períodos mais longos. Além de os valores terem aumentado mais em relação a pares de outras áreas, como diretor de marketing (19,03%), o prazo para receber os incentivos totais aumentou cerca de 12 meses, para quatro anos e meio (para os executivos de marketing esse prazo subiu metade, para três anos).

"O mercado está mais acirrando. Uma das formas de manter os profissionais é incrementar esse incentivo de longo prazo e amarrá-los por mais tempo", diz Luis Giolo, consultor líder da prática de sucessão de presidentes e Conselhos no Brasil da Egon Zenhder. Esses bônus variam muito entre as empresas, mas podem chegar a R$ 30 milhões por ano, com prazos de 2 a 5 anos para recebimento. Atualmente, o salário médio de um CFO é de R$ 130 mil por mês, segundo levantamento da consultoria. Entre o ano passado e agora, a remuneração cresceu 8% - acima da inflação. Os bônus de curto prazo praticamente não mudaram.

Na avaliação de Giolo, a expectativa é de que esse movimento de demanda pelos diretores financeiros continue em alta nos próximos meses por uma série de fatores. Primeiro porque durante o ano passado houve uma demanda reprimida. Muitas empresas seguraram contratações e agora estão retomando. Outros estão tirando alguns projetos do papel e precisam de executivos experientes.

Também tem o efeito dos IPOs (oferta pública de ações), que mesmo tendo esfriado um pouco devem ser retomados em algum momento. E, nesse caso, as empresas exigem profissionais que já tiveram experiência com abertura de capitais, diz o sócio do Grupo Fesa, de recrutamento executivo. "Há profissionais disponíveis no mercado, mas a maioria dos que contratei até agora estava em outras companhias. Isso gera uma inflação no setor."

Muitas empresas precisaram buscar esses profissionais para arrumar a casa por causa dos efeitos da pandemia. Além de ter de cortar despesas, algumas tiveram de reestruturar dívidas. O CFO André Veloso conta que foi procurado para ocupar vagas em diferentes empresas e setores. "Mas o motivo quase sempre estava ligado à agenda de crescimento. As companhias queriam se reestruturar para voltar a crescer ou para abrir o capital", disse ele. O que o atraiu para a empresa escolhida foi o projeto de crescimento inorgânico, ou seja, por meio de aquisições, o que deve exigir uma atuação forte da área financeira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A oferta de novos empregos nas áreas de tecnologia da informação (TI) tem crescido no Brasil. Segundo uma pesquisa da Datahub, foi registrado um aumento de 210%, no período de 2011 a 2020, no número de oportunidades abertas no setor.

A Brasscom, associação nacional de empresas de tecnologia, prevê que a área irá demandar cerca de 420 mil profissionais aptos a trabalhar até 2024 para atender a demanda das empresas. Para ajudar a expandir o setor mais rápido, alguns empreendimentos têm trabalhado em contratações pelo sistema remoto, que se popularizou no início da pandemia do novo coronavírus, e pode se tornar o padrão mesmo após a crise sanitária.

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 Existem empresas com oportunidades disponíveis, e oferecendo o conhecido ‘home office’ como forma de trabalho. Confira seis marcas que dispõem de mais de 100 vagas remotas em diversos setores de TI.

FreteBras

A plataforma on-line de transporte de cargas possui 100 vagas em trabalho remoto para o setor de tecnologia em áreas como produto, Business Intelligence (BI), engenharia de dados, análise de testes e programação, entre outros. Não é preciso ter graduação para se candidatar, e as vagas podem ser acessadas no site de recrutamento da empresa.

Camerite

A startup de soluções de videomonitoramento oferece vagas em regime home office em diferentes setores. Pessoas de todo o país podem se candidatar.

Cignifi

A empresa tem uma vaga aberta para engenheiro de software, além de oferecer benefícios. Não há necessidade de apresentar diploma de curso superior, porém é exigida experiência prévia. Os interessados podem se candidatar no site da empresa

Reach

Com uma vaga para desenvolvedor de software, a empresa busca profissional qualificado e que possa se desenvolver durante o trabalho. A oferta do cargo pode ser conferida no portal de recrutamento da companhia.

Zappts

A aceleradora de empresas conta com onze vagas disponíveis em desenvolvimento de software, analista de qualidade, entre outros cargos. As vagas podem ser acessadas no portal de recrutamento da marca.

Grupo Nexxees

A Nexxera está com oito oportunidades para diversos cargos, sendo eles desenvolvedor de sistemas python (pleno), desenvolvedor de sistemas .net (júnior), arquiteto de software (pleno), coordenador de desenvolvimento e gerente de desenvolvimento. Os interessados podem se candidatar pelo site da empresa

A partir desta segunda-feira (20) até o dia 30 de setembro, o Programa de Proteção e Defesa do Consumidor do Recife (Procon) liberou cadastro para MEIs, micro e pequenas empresas participarem do Mutirão de negociação de débitos. As dívidas vencidas serão negociadas entre os dias 4 e 8 de outubro.

Voltado ao Microempreendedor Individual (MEI) e empresas de micro e pequeno porte do Recife, o cadastro para a negociação de débitos com a Prefeitura, como IPTU e ISS, com a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), operadoras de telefonia -Tim, Claro e Oi-, e com os bancos do Nordeste e Santander é feito através do site.

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Em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Pernambuco (Sebrae-PE), também serão realizadas palestras e oficinas durante o período de negociações. As capacitações e consultorias serão sobre educação e gestão financeira, e de administração do negócio. 

As palestras ocorrem de forma online e requer inscrição prévia na loja Sebrae

Confira programação das palestras:

Educação financeira - 27/09 - 19h;

Controles financeiros-  29/09 - 19h;

Formação de preço de venda - 06/10 - 19h;

Ferramentas digitais para gestão financeira - 08/10 - 19h;

Planejamento financeiro - 13/10 - 19h.

Educação financeira - 15/10 - 19h

Os primeiros meses de pandemia do novo coronavírus no Brasil exigiram que Estados e municípios adotassem medidas restritivas. Muitas empresas precisaram se adaptar e mudar a dinâmica laboral por causa do isolamento social, logo, passaram a aplicar o regime de trabalho home office ou remoto.

Popular em outros países, mas nem tanto no Brasil, trabalhar em casa demandou, em um primeiro momento, adaptação, organização e, em alguns casos, colaboração dos demais integrantes da família. De acordo com um levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em 2020, 11% dos trabalhadores brasileiros adotaram o trabalho em casa.

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“O momento exigiu que, além das empresas, os trabalhadores, as famílias se adaptassem a uma nova realidade de uma forma brusca. O home office em outros locais tem planejamento, ponderações. Por aqui, foi algo emergencial, pessoas estavam adoecendo e morrendo rapidamente por causa de um vírus, até então, desconhecido por muitos. Não tivemos tempo hábil para realizar esta mudança de forma planejada”, ressalta Cíntia Braga, especialista em Recursos Humanos e consultora de carreiras.

Adaptação e planejamento passaram a ser palavras de ordem para a professora Karen Nascimento, que se viu em casa com o marido, a filha e nove turmas on-line do ensino fundamental II. Ela conta para o LeiaJá que o início foi difícil, principalmente, por desconhecer a plataforma adotada pela instituição de ensino onde trabalha para manter o ano letivo. “Foram muitos dias vendo tutoriais, pedindo ajuda ao meu marido e colegas até consegui me adaptar ao sistema. Errei bastante, mas sempre queria aperfeiçoar e trazer coisas novas para os alunos”, diz.

A docente afirma que após o primeiro mês trabalhando de casa, já não apresentava dificuldades, mas, os desafios passaram a ser a participação dos estudantes nas aulas, as demandas da casa e a filha, que também estudava em caráter remoto.

“Muitas vezes, entrava na sala virtual e todas as janelas estavam fechadas. Muitos alunos não ligavam a câmera nem interagiam. Foi algo complicado, porque na sala de aula física a dinâmica é outra. Fora isso, ainda tinha que auxiliar minha filha nas aulas e atividades”, explica.

Mesmo assim, Karen afirma que o tempo em home office foi positivo e uma das melhores experiências de trabalho que teve. Atualmente, ela ministra aulas de forma híbrida, ou seja, presencial e remoto.

“O home office me proporcionou acompanhar mais de perto a minha filha, além de, finalmente, conhecer alguns pais e responsáveis. Trabalhar em casa me deixou segura, menos exposta neste período de pandemia, além da questão da mobilidade. Reconheço meu privilégio, pois, sei que muita gente não teve essa oportunidade”, observa. 

Diminuindo distâncias

O mesmo pensamento é do publicitário Everton Nunes. Morador do município de Itamaracá, litoral pernambucano, ele trabalha em uma agência de comunicação situada na área central do Recife. Antes da pandemia, Everton acordava às 4h para conseguir chegar no horário.

“Todos os dias, antes da covid, eu dormia tarde e acordava muito cedo. Chegava sempre cansado e não tinha tanto tempo para me recuperar. Sem falar no transporte e trânsito, um horror”, aponta.

Ao LeiaJá, o publicitário afirma que o home office o deixou mais focado, organizado e criativo. "Como não me sinto muito cansado, isso aumentou meu desempenho e refletiu na minha criatividade. Passei a produzir mais e melhor e isso me deixa muito feliz. Sempre via as startups com esse tipo de modelo e me questionava se realmente dava certo. E dá mesmo", fala.

Questionado se sente falta do trabalho presencial, Everton Nunes é taxativo: "Gosto do meu ambiente de trabalho e da convivência com os amigos e colegas da agência, mas prefiro essa dinâmica mais flexível e sem trânsito". E complementa: "No momento, não me vejo de volta ao presencial e a empresa já decretou home office até o final do ano. Isso é uma alívio porque a pandemia ainda não acabou".

Chegou para ficar?

A especialista Cíntia Braga explica que muitas corporações, em um primeiro momento, não eram favoráveis ao trabalho remoto. Uma das justificativas apontadas por ela é a questão da produtividade.

"Por total desconhecimento, acredito que muitas empresas relutam em adotar o sistema home office. Ainda se tem o pensamento que para ser produtivo o profissional deve estar no escritório e às vistas do gestor ou dono da empresa", aponta.

Para ela, após o período de adaptação, o home office passou a ser visto de forma positiva pelas instituições e sua adesão deve ser permanente em alguns casos. "Passado o momento de adaptação e reorganização laboral, as empresas começaram a ver resultados positivos no rendimento da equipe e qualidade do trabalho. Acredito que o trabalho remoto é o presente e futuro e tem tudo para ser adotado por muitos lugares".

Cerca de 100 mil empregadores que aderiram à suspensão do recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), entre maio e agosto, terão de quitar a primeira parcela dos pagamentos adiados até esta segunda-feira (6). Os recolhimentos suspensos serão parcelados até dezembro de 2021.

Implementada pela Medida Provisória 1.046/21, a suspensão por quatro meses do pagamento das contribuições ao FGTS foi tomada para ajudar empresas afetadas pela segunda onda da pandemia de covid-19. Segundo a Caixa Econômica Federal, a medida contribuiu para a preservação de 7 milhões de empregos.

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A consulta aos valores devidos e a emissão das guias de pagamento podem ser feitas na plataforma www.conectividadesocial.caixa.gov.br. De acordo com o banco, R$ 5,9 bilhões deixaram de ser recolhidos ao FGTS nos últimos quatro meses.

O empregador que não estiver em dia com o FGTS não poderá emitir o Certificado de Regularidade do FGTS - CRF. Nos casos em que o recolhimento ocorrer após a data de vencimento, haverá a incidência de encargos. A Caixa recomenda aos empregadores que acessem o endereço eletrônico do banco, de forma antecipada, para obterem todas as informações necessárias.

Embora a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) esteja em vigência desde 2020, somente no mês de agosto deste ano uma de suas determinações mais importantes passou a ser válida. Trata-se dos artigos que deliberam sobre as sanções administrativas - também conhecidas como multas - a que empresas dos setores público e privado estão sujeitas em caso de infrações confirmadas pela Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD).

Segundo observa a advogada e professora doutora da Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP), Paloma Saldanha, a atuação do órgão, que foi criado para, entre outras coisas, monitorar o cumprimento da Lei Geral de Proteção de Dados, não deve partir de uma premissa estritamente acusatória, mas sim, ancorada nas possibilidades de defesa e diálogo.

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“É importante lembrar que a Agência é um órgão recém-criado da administração pública federal e toda a fiscalização, como a própria Lei estabelece, deve acontecer por meio administrativo de modo a garantir o contraditório, a ampla defesa e o direito de recurso, caso a decisão administrativa não seja o esperado pela empresa supostamente infratora”, ponderou a especialista, que também é Presidente da Comissão de Direito da Tecnologia e da Informação (CDTI) na OAB de Pernambuco.

Além dos aspectos ligados às punições, que incluem advertências, multas de até 2% do faturamento (limitadas a R$ 50 milhões), ou até o bloqueio de dados da empresa, a ANPD também é responsável por promover ações socioeducativas, visto que, o debate sobre privacidade e compartilhamento de dados ainda é considerado “novo” na sociedade brasileira.

Nesse sentido, Paloma Saldanha destaca ainda que a expectativa é de que o órgão “assuma agora o papel de orientar, educar e sanar dúvidas da sociedade civil em geral, antes de, necessariamente, iniciar o processo punitivo com multa por violação ao estabelecido na Lei”. Segundo ela, “assim como já vem acontecendo, as pessoas que se sentirem lesadas em seus direitos poderão procurar o Poder Judiciário, o Ministério Público ou o PROCON para solucionar a questão”.

Preciso implementar a LGPD na minha empresa. E agora?

O Sebrae estima que o Brasil tenha cerca de 19 milhões de empreendimentos. Destes,  6,5 milhões figuram na classificação dos micro-negócios, enquanto outros 900 mil são EPPs (empresas de pequeno porte). Diante da LGPD, é certo que todos os negócios precisam se adaptar, contudo, o processo enfrentado por empresas com pouca estrutura jurídica e tecnológica pode ser ainda mais desafiador.

No intuito de orientar sobre a “tratativa dos dados”, ou seja, assegurar que as informações dos clientes estejam protegidas de acordo com o que determina a lei, serviços de assessoria jurídica têm se multiplicado pelo país. A advogada Roberta Lôbo, especialista em LGPD no escritório Pontes e Lôbo, explica que “esses profissionais vão ajudar a entender as mudanças que a lei propõe, quais são os pontos mais relevantes para o negócio e quais consequências a lei pode gerar em cada caso”.

“Para isso, os profissionais irão acompanhar cada fase do planejamento, sugerindo mudanças e adequações. Além de alterar processos já existentes, criar novos procedimentos, emitir relatórios, criar protocolos, auditar e atuar na crise, quando ocorrer o vazamento de dados”, explicou.

Lôbo destaca ainda os seis tipos de penalidades ou multas previstas na LGPD:

Advertência:

Essa modalidade virá com um prazo para que a empresa se adeque à legislação. Caso não corrija no prazo estipulado, haverá penalidade.

Multa simples em cima do faturamento ou multa diária:

A multa pode ser de até 2% do faturamento da pessoa jurídica. O limite é de 50 milhões de reais por infração. A punição diária também será limitada a 50 milhões de reais.

Publicização da infração:

Neste caso, a infração se tornará pública e os prejuízos à imagem da empresa são incalculáveis.

Bloqueio dos dados pessoais:

A sanção administrativa impede que as empresas utilizem os dados pessoais coletados até a situação se regularizar.

Eliminação dos dados pessoais:

A sexta penalidade prevista na LGPD obriga a empresa a eliminar por completo os dados coletados em seus serviços, causando danos à operação da empresa.

Setores jurídico e de T.I precisam estar alinhados

Apenas a atuação individual de juristas especializados na legislação de dados não é o suficiente para garantir o integral cumprimento da LGPD nas empresas. Por isso, de acordo com Paloma Saldanha, é preciso que exista “uma parceria entre jurídico, negócio, e T.I [Tecnologia da Informação]”.

Os setores tecnológicos da empresa, geralmente posicionados na linha de frente no que se relaciona ao recebimento de dados dos consumidores, necessitam seguir a tendência de regulamentação. ”O não ‘cometimento de infrações’ está diretamente ligado ao comprometimento da alta gestão e dos colaboradores com o funcionamento da cultura de proteção de dados estabelecida no ambiente”, enfatiza Saldanha.

Na balança dos prejuízos ocasionados pela infração da lei, segundo ela, o fechamento de contratos pode ser ainda pior que as multas aplicadas pelo órgão responsável. A especialista também cita outro importante aspecto sobre a relação de fornecimento de dados que pode existir entre empresas parceiras.

“De nada adianta a empresa X estar em conformidade com a LGPD e legislações afins se a empresa Y, fornecedora/parceira da empresa X, estiver em desconformidade. As duas estarão automaticamente em desconformidade e isso gera perdas contratuais de todas as espécies”, ressalta.

O que prevê a LGPD

Aprovada e sancionada sob a perspectiva de evitar o vazamento de dados e garantir o respeito à privacidade e outras garantias individuais, a Lei Geral de Proteção de Dados regula as operações realizadas pelos setores público e privado com dados pessoais, a exemplo de coleta, uso e armazenamento dessas informações.

“A lei define regras, princípios e fundamentos que devem ser observados por todas as pessoas físicas ou jurídicas que optam por tratar dados pessoais, em território nacional, com finalidade econômica. Assim, a definição de diretrizes diminui a incidência de violações a direitos constitucionalmente estabelecidos, por exemplo, e empodera o(a) titular dos dados – eu e você – a partir do momento que estabelece, no corpo do texto, os direitos nos cabem e as obrigações dos agentes de tratamento em fazer cumprir esses direitos”, detalha Saldanha.

 

O ataque cibernético que deixou fora do ar o e-commerce e os totens de autoatendimento da varejista Lojas Renner serviu como um alerta para os riscos da cibersegurança no Brasil: parte dos sistemas da empresa está inoperante desde quinta-feira (19), mostrando a gravidade desse tipo de ação de hackers. Segundo especialistas ouvidos pelo Estadão, esse pode ser o empurrão que faltava para fazer "cair a ficha" dos empresários em relação ao tema.

Os números mostram que o problema no Brasil é muito maior do que se imagina. Hoje, segundo levantamento da ISH Tecnologia, a média mensal de ataques a companhias brasileiras é de 13 mil, sendo que 57% são do tipo da ransomware - que pedem resgate em dinheiro às empresas. Os resgates também estão mais caros: segundo a empresa Unit 42, os valores cobrados pelos criminosos saltaram 82% no último ano, chegando a US$ 570 mil por ocorrência.

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O pouco investimento no segmento evidencia que a preocupação do empresário brasileiro está muito aquém do tamanho do problema. Segundo dados da consultoria de risco Cyber Risk e da corretora Marsh Brasil, do total de orçamento com TI das empresas, só 5% são gastos em cibersegurança. Uma das exceções nessa tendência é o setor financeiro, onde essas despesas sobem, ficando entre 15% e 18%. "O risco não está apenas nos dados. Um ataque pode paralisar o sistema operacional da empresa", diz Marta Schuh, diretora da Cyber Risk.

Enquanto isso, os grupos hackers se multiplicam, segundo especialistas. "O ransomware virou uma indústria que vai gerar mais de US$ 20 bilhões de receita neste ano. Esse tipo de sequestro cresce, em média, 100% ao ano", afirma Marco DeMello, presidente da startup de cibersegurança PSafe (mais informações nesta página). "O empresário brasileiro ainda pensa que esse tipo de problema só acontece com multinacional, mas a história está mostrando que todas as empresas são alvos."

Segundo Marcus Garcia, vice-presidente de tecnologia e produtos da FS, especializada em tecnologia, medidas de segurança - como restrições a determinados dados e o uso de um sistema de backup robusto e, de preferência, fora da internet - é vital, pois nem sempre o pagamento do resgate garante o restabelecimento das informações. Conforme o executivo, na média internacional, entre 40% a 50% dos hackers não cumprem o combinado mesmo após receber o dinheiro.

Garcia diz, ainda, que empresas de todos os portes precisam estar atentas ao problema, pois existem sistemas automatizados de invasão e grupos especializados em atacar tanto grandes companhias quanto negócios menores. "Esses grupos surgem a todo momento e atacam por todos os lados, não importa se é hospital ou igreja."

Fontes ouvidas pelo Estadão descartaram a informação sobre o valor do resgate que teria sido pedido à Renner: US$ 1 bilhão. Isso porque o sequestros de dados de negócios muito maiores que o da varejista movimentaram valores bem mais baixos. Embora a Renner não esteja comentando o assunto, o Procon-SP já pediu à varejista informações sobre o vazamento de dados e, em especial, dos clientes.

Outros casos

 

A Renner pode ter se tornado o caso mais famoso, mas o ataque está longe de ser o primeiro a afetar empresas brasileiras. Operações locais e globais de empresas brasileiras dos mais diversos ramos, como JBS (alimentos), Fleury (laboratórios) e Protege (segurança), já enfrentaram o problema.

No caso da JBS, o ataque ocorreu nos Estados Unidos e, além da operação americana, as unidades do Canadá e Austrália foram afetadas. A investida foi investigada pelo FBI, que é a polícia federal dos EUA, e houve suspeitas de que a origem da invasão partiu da Rússia. Para recuperar o acesso aos seus servidores, a JBS decidiu, após ouvir especialistas na área, pagar um resgate de US$ 11 milhões (mais de R$ 60 milhões).

"Foi uma decisão difícil de tomar para nossa empresa e para mim pessoalmente, mas sentimos que essa decisão deveria ser tomada para evitar qualquer risco potencial para nossos clientes", afirmou André Nogueira, presidente da JBS nos EUA, em nota divulgada à época. Procurada, a JBS afirmou que não teria comentários adicionais a fazer.

Já o Fleury foi afetado por um incidente no mês de junho. O grupo informa que "sua base de dados se manteve íntegra, os sistemas foram rapidamente restabelecidos e em nenhum momento os atendimentos foram interrompidos". Em seu balanço, a companhia informou que os gastos relacionados à segurança cibernética somaram R$ 14 milhões, incluindo a contratação de consultorias.

Efeito da pandemia

 

Esse tipo de ataque não é novo, mas ficou mais fácil de ser executado na pandemia, dizem especialistas. Por causa do trabalho remoto, muitas empresas liberaram o acesso a computadores e servidores a funcionários, cada um em sua casa - a segurança, inicialmente pensada para o ambiente do escritório, não acompanhou o movimento. Além disso, com as pessoas em casa, o e-commerce se tornou um componente muito mais importante para a receita das varejistas, incluindo a Renner, nos últimos 18 meses.

De acordo com pesquisa da empresa de segurança Kaspersky, foram registradas 1,3 milhão de tentativas de ataques de ransomware na América Latina entre janeiro e setembro de 2020, uma média de 5 mil ataques bloqueados por dia. O país mais atacado foi o Brasil, que registrou 46,7% das detecções. Procurada, a Protege não comentou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em janeiro de 2021, a startup brasileira de cibersegurança PSafe identificou o maior vazamento de dados da história do País, quando 223 milhões de brasileiros (incluindo já mortos) tiveram dados expostos e vendidos na internet. Diante de uma brecha desse tamanho, Marco DeMello, presidente da PSafe, não vê a alta de casos de sequestro de dados de empresas com surpresa. Segundo ele, as companhias ainda não se deram conta do tamanho do prejuízo a que podem estar expostas ao não proteger seus sistemas de forma diligente.

O caso da Renner criou pânico, diz Mello, que recebeu ligações de empresários com medo de virarem a próxima vítima. "Mas eu pergunto: por que o pânico só agora? A ficha tinha de ter caído há muito tempo."

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Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista.

Como o sr. enxerga esse momento com tantos ataques? As empresas estão se precavendo?

 

A obrigação de um criminoso é o de cometer crime. O ransomware vai gerar mais de US$ 20 bilhões de receita neste ano. Virou uma indústria. Então, a obrigação e a responsabilidade das empresas é de se defender. A única solução para as empresas é a prevenção. O empresário brasileiro ainda pensa que esse tipo de problema só acontece com multinacional, mas a história está mostrando que todas são alvo.

Os empresários estão preocupados com esses ataques?

 

Recebi várias ligações de empresários em pânico após esse ataque da Renner. Mas eu pergunto: por que o pânico só agora? A ficha tinha que ter caído há muito tempo. A proteção não é por antivírus, mas com uma defesa inteligente. Os ataques podem ser nos servidores, mas 90% dos ataques começam por uma máquina vulnerável e só depois vão para os servidores.

Como ocorrem esses ataques?

 

Por meio de inteligência artificial. Temos de acabar com a imagem do hacker com um gorro na cabeça e espinha no rosto. É uma indústria. Os criminosos utilizam inteligência artificial para tomar o controle da empresa e sequestram tudo por meio da tecnologia. São criminosos muito sofisticados e que investiram muito. E a defesa das empresas não tem nada de sofisticada. A proteção precisa ser contínua e proativa.

Quais são as opções das empresas após ter os seus dados sequestrados?

 

Depois que o ataque acontece, a empresa não tem o que fazer. As opções são pagar o resgate, o que acontece na maioria das vezes, ou ter um backup de todo o servidor - dependendo da empresa, restaurar os dados pode ser até mais caro do que o resgate. Para completar, o valor do resgate não é feito de maneira aleatória: eles passam a ter acesso a todos os dados da empresa e conseguem fazer o cálculo exato do dinheiro que a empresa tem para pagar.

Por que o número de casos vem crescendo tanto?

 

A explosão aconteceu, principalmente, desde 2020. Todos os dados das empresas, por causa da pandemia, passaram a estar online, e a segurança não acompanhou. Os hackers evoluíram dez anos em dez meses e perceberam que se trata de um negócio lucrativo: ninguém é preso, ninguém é perseguido ou rastreado pelo governo e nem paga imposto, pois tudo é feito por bitcoin.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A CPI da Pandemia aprovou 187 requerimentos. Entre eles, estão a quebra de sigilos de pessoas e empresas ligadas à Precisa Medicamentos e ao seu dono, Francisco Maximiano; ao líder do governo, deputado Ricardo Barros (PP-PR) e dos responsáveis por redes sociais bolsonaristas que propagaram informações falsas.

O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) alegou que essa decisão da CPI é um atentando à democracia. Já a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) argumentou que a liberdade de expressão não ampara fake News que podem matar.

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Também foram convocados sócios do FIB Bank, que apresentou garantia no contrato da Covaxin apesar de não ser um banco, e da Belcher Farmacêutica, Emanuel Catori, que tentou vender imunizante chinês do laboratório Cansino.

Da Agência Senado

 

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