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A três dias das eleições, os candidatos à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) têm agendas lotadas, mas organizadas de forma bem distinta. Bolsonaro recebe correligionários de diversas áreas, enquanto Haddad intensificou as viagens e irá até a sexta-feira (26) a três capitais do Nordeste. Na noite desta quinta-feira (25) ele estará no Recife.

Haddad programou ainda atos políticos em Salvador amanhã e, em seguida, irá para João Pessoa. O Nordeste foi a região em que o PT recebeu mais votos no primeiro turno das eleições.

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Nos últimos atos e entrevistas, o candidato do PT subiu o tom contra o adversário, aumentando as críticas e acusações. Às vésperas do segundo turno, Haddad voltou a cobrar a participação do candidato do PSL em debates.

Em casa, no condomínio na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, Bolsonaro recebe correligionários, entre eles parlamentares e prefeitos, e também aproveita para fazer suas postagens nas redes sociais.

Nas conversas com colaboradores e nas redes sociais, o candidato do PSL, aos poucos, indica como pretende organizar seu governo, se eleito. Nessa quarta-feira (24) integrantes da bancada ruralista afirmaram que Bolsonaro não pretende seguir adiante com o projeto de unir as pastas da Agricultura e do Meio Ambiente.

A quatro dias do 2º turno, o Partido dos Trabalhadores divulgou, nesta quarta-feira (24), uma carta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pedindo unidade do povo e dos democratas em torno da candidatura presidencial de Fernando Haddad (PT).  Para o líder-mor petista, a escolha entre Haddad e Jair Bolsonaro (PSL) deixa o país diante da “ameaça de um enorme retrocesso” para a democracia.

Desde o fim do primeiro turno, esta é a primeira vez que a legenda expõe uma mensagem de Lula. A estratégia de distanciar o ex-presidente da campanha foi adotada para que Haddad pudesse construir a chamada frente democrática, inclusive com adversários ferrenhos de Lula, mas a junção de apoios não foi de sucesso.

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Na carta, Lula diz que no momento uma “ameaça fascista paira sobre o Brasil” e, por isso, ele “quer chamar todos e todas que defendem a democracia a se juntar ao nosso povo mais sofrido, aos trabalhadores da cidade e do campo, à sociedade civil organizada, para defender o estado democrático de direito”. Além disso, o petista diz que Haddad “representa a sobrevivência do pacto democrático, sem medo e sem vacilações”.

“Se há divergências entre nós, vamos enfrentá-las por meio do debate, do argumento, do voto. Não temos o direito de abandonar o pacto social da Constituição de 1988. Não podemos deixar que o desespero leve o Brasil na direção de uma aventura fascista, como já vimos acontecer em outros países ao longo da história. Neste momento, acima de tudo está o futuro do país, da democracia e do nosso povo”, argumentou.

No texto, Lula elenca ações realizadas enquanto ele foi presidente e questiona do que a população e os políticos antipetistas tem “ódio”.  “De onde me encontro, preso injustamente há mais de seis meses, aguardando que os tribunais façam enfim a verdadeira justiça, minha maior preocupação é com o sofrimento do povo, que só vai aumentar se o candidato dos poderosos e dos endinheirados for eleito. Mas fico pensando, todos os dias: por que tanto ódio contra o PT?”, indagou.

Ainda na carta, o ex-presidente volta a dizer a gestão do PT foi responsável pelo fortalecimento das instituições responsáveis pela Lava Jato e pondera que se estivesse na disputa teria sido eleito no primeiro turno. Lula era o candidato do PT à Presidência, mas teve o registro impugnado por ter sido enquadrado na Lei da Ficha Limpa.

Leia o texto na íntegra:

"Meus amigos e minhas amigas,

Chegamos ao final das eleições diante da ameaça de um enorme retrocesso para o país, a democracia e nossa gente tão sofrida. É o momento de unir o povo, os democratas, todos e todas em torno da candidatura de Fernando Haddad, para retomar o projeto de desenvolvimento com inclusão social e defender a opção do Brasil pela democracia.

Por mais de 40 anos percorri este país buscando acender a esperança no coração do nosso povo. Sempre enfrentamos o preconceito, a mentira e até a violência, e, mesmo assim, conseguimos construir uma profunda relação de confiança com os trabalhadores, com as pessoas mais humildes, com os setores mais responsáveis da sociedade brasileira.

Foi pelo caminho do diálogo e pelo despertar da consciência cidadã que chegamos à Presidência da República em 2002 para transformar o país. O povo sabe e a história vai registrar o que fizemos, juntos, para vencer a fome, superar a miséria, gerar empregos, valorizar os salários, criar oportunidades, abrir escolas e universidades para os jovens, defender a soberania nacional e fazer do Brasil um país respeitado em todo o mundo.

Tenho consciência de que fizemos o melhor para o Brasil e para o nosso povo, mas sei que isso contrariou interesses poderosos dentro e fora do país. Por isso tentam destruir nossa imagem, reescrever a história, apagar a memória do povo. Mas não vão conseguir.

Para derrubar o governo da presidenta Dilma Rousseff, em 2016, juntaram todas as forças da imprensa, com a Rede Globo à frente, e de setores parciais do Judiciário, para associar o PT à corrupção. Foram horas e horas no Jornal Nacional e em todos os noticiários da Globo tentando dizer que a corrupção na Petrobras e no país teria sido inventada por nós.

Esconderam da sociedade que a Lava Jato e todas as investigações só foram possíveis porque nossos governos fortaleceram a Controladoria Geral da União, a Polícia Federal, o Ministério Público e o Judiciário. Foi por isso, e pelas novas leis que aprovamos no Congresso, que a sujeira deixou de ser varrida para debaixo do tapete, como sempre aconteceu em nosso país.

Apesar da perseguição que fizeram ao PT, o povo continuou confiando em nosso projeto, o que foi comprovado pelas pesquisas eleitorais e pela extraordinária recepção a nossas caravanas pelo Brasil. Todos sabem que fui condenado injustamente, num processo arbitrário e sem provas, porque seria eleito presidente do Brasil no primeiro turno. E resistimos, lançando a candidatura do companheiro Fernando Haddad, que chegou ao segundo turno pelo voto do povo.

O que assistimos desde então foi escandaloso caixa 2 para impulsionar uma indústria de mentiras e de ódio contra o PT. De onde me encontro, preso injustamente há mais de seis meses, aguardando que os tribunais façam enfim a verdadeira justiça, minha maior preocupação é com o sofrimento do povo, que só vai aumentar se o candidato dos poderosos e dos endinheirados for eleito. Mas fico pensando, todos os dias: por que tanto ódio contra o PT?

Será que nos odeiam porque tiramos 36 milhões de pessoas da miséria e levamos mais de 40 milhões à classe média? Porque tiramos o Brasil do Mapa da Fome? Porque criamos 20 milhões de empregos com carteira assinada, em 12 anos, e elevamos o valor do salário mínimo em 74%? Será que nos odeiam porque fortalecemos o SUS, criamos as UPAS e o SAMU que salvam milhares de vidas todos os dias?

Ou será que nos odeiam porque abrimos as portas da Universidade para quase 4 milhões de alunos de escolas públicas, de negros e indígenas? Porque levamos a universidade para 126 cidades do interior e criamos mais de 400 escolas técnicas para dar oportunidade aos jovens nas cidades onde vivem com suas famílias?

Talvez nos odeiem porque promovemos o maior ciclo de desenvolvimento econômico com inclusão social, porque multiplicamos o PIB por 5, porque multiplicamos o comércio exterior por 4. Talvez nos odeiem porque investimos na exploração do pré-sal e transformamos a Petrobras numa das maiores petrolíferas do mundo, impulsionando nossa indústria naval e a cadeia produtiva do óleo e gás.

Talvez odeiem o PT porque fizemos uma revolução silenciosa no Nordeste, levando água para quem sofria com a seca, levando luz para quem vivia nas trevas, levando oportunidades, estaleiros, refinarias e indústrias para a região. Ou talvez porque realizamos o sonho da casa própria para 3 milhões de famílias em todo o país, cumprindo uma obrigação que os governos anteriores nunca assumiram.

Será que odeiam o PT porque abrimos as portas do Palácio do Planalto aos pobres, aos negros, às mulheres, ao povo LGBTI, aos sem-teto, aos sem-terra, aos hansenianos, aos quilombolas, a todos e todas que foram discriminados e esquecidos ao longo de séculos? Será que nos odeiam porque promovemos o diálogo e a participação social na definição e implantação de políticas públicas pela primeira vez neste país? Será que odeiam o PT porque jamais interferimos na liberdade de imprensa e de expressão?

Talvez odeiem o PT porque nunca antes o Brasil foi tão respeitado no mundo, com uma política externa que não falava grosso com a Bolívia nem falava fino com os Estados Unidos. Um país que foi reconhecido internacionalmente por ter promovido uma vida melhor para seu povo em absoluta democracia.

Será que odeiam o PT porque criamos os mais fortes instrumentos de combate à corrupção e, dessa forma, deixamos expostos todos que compactuaram com desvios de dinheiro público?

Tenho muito orgulho do legado que deixamos para o país, especialmente do compromisso com a democracia. Nosso partido nasceu na resistência à ditadura e na luta pela redemocratização do país, que tanto sacrifício, tanto sangue e tantas vidas nos custou.

Neste momento em que uma ameaça fascista paira sobre o Brasil, quero chamar todos e todas que defendem a democracia a se juntar ao nosso povo mais sofrido, aos trabalhadores da cidade e do campo, à sociedade civil organizada, para defender o estado democrático de direito.

Se há divergências entre nós, vamos enfrentá-las por meio do debate, do argumento, do voto. Não temos o direito de abandonar o pacto social da Constituição de 1988. Não podemos deixar que o desespero leve o Brasil na direção de uma aventura fascista, como já vimos acontecer em outros países ao longo da história.

Neste momento, acima de tudo está o futuro do país, da democracia e do nosso povo. É hora de votar em Fernando Haddad, que representa a sobrevivência do pacto democrático, sem medo e sem vacilações.

Luiz Inácio Lula da Silva"

Candidato à Presidência, Fernando Haddad (PT) rebateu, nesta quarta-feira (24),  as declarações recentes do adversário Jair Bolsonaro (PSL) sobre eliminar os movimentos sociais e políticas públicas para as minorias brasileiras. O deputado federal chamou as ações de “coitadismo” para negros, nordestinos, mulheres e gays. Haddad, contudo, disse que coitado era Bolsonaro por não ter feito nada enquanto parlamentar durante 28 anos.

 “Cada dia o Bolsonaro solta uma. Ontem ele falou que tem que acabar com o ‘coitadismo’ dos nordestinos, negros, mulheres e gays. Coitado é ele que em 28 anos como deputado não fez nada pelo Brasil. Se tivesse participado dos debates, nem no segundo turno ele estaria”, alfinetou Fernando Haddad, em publicação no Twitter.

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 Em entrevista a uma TV do Piauí nessa terça (23), ao ser questionado sobre as políticas afirmativas defendidas pelos movimentos sociais, Bolsonaro disse que elas “reforçam o preconceito”. “Isso não pode continuar existindo. Tudo é coitadismo. Coitado do negro, coitada da mulher, coitado do gay, coitado do nordestino, coitado do piauiense", chegou a dizer o candidato. 

Haddad classificou a declaração como "atrocidade" e pontuou que "depois de defender a ditadura, a tortura, o extermínio de quem pensa diferente dele, agora chamou o preconceito a negros, mulheres, nordestinos de 'coitadismo'".

"Para ele, um problema histórico que atinge milhões de pessoas é apenas frescura. O pior de tudo é que ele realmente pensa isso, e é por isso que ele foge aos debates: pra não mostrar a sua verdadeira face, o que realmente pensa. É um nível de desumanidade nunca antes visto. Bolsonaro é um perigo à democracia e ao povo brasileiro", considerou Haddad.

Jair Bolsonaro lidera as pesquisas de intenções de votos, segundo a última pesquisa Ibope, com tem 57% contra 43% de Haddad (PT). O petista também comentou sobre a vantagem do adversário no microblog. “Vamos trabalhar até sábado para evitar o pior. Bolsonaro é arrogante, já está preparando transição com o Temer, mas quem decide é o povo domingo”, frisou.

Com o segundo turno marcado para o próximo domingo (28), o calendário eleitoral prevê alguns limites para os candidatos. A realização de comícios e atos políticos, por exemplo, é permitida até esta quinta-feira (25). Já na sexta (26) encerra a propaganda eleitoral gratuita no rádio, televisão e a paga em jornais impressos.

 O calendário observa também que até sábado (27), a legislação permite propaganda “mediante alto-falantes ou amplificadores de som”, distribuição de material gráfico e a promoção de caminhada, carreata, passeata e carro de som. Os candidatos, porém, não podem discursar nos eventos. 

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O candidato à Presidência Fernando Haddad (PT) pretende fazer o último comício em Pernambuco, onde tem um ato marcado para as 16h no Recife, e até a sexta (26) deve visitar cidades de estados nordestinos como Rio Grande do Norte e Bahia.

Jair Bolsonaro (PSL) não está mais participando de atos públicos desde 6 de setembro, quando foi vítima de uma facada em Juiz de Fora. Ele vem recebendo correligionários e aliados em casa, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. As mobilizações pelo país estão sendo realizadas pelos seus apoiadores. No Recife, por exemplo, membros do Movimento Brasil Livre - como o deputado federal eleito Kim Kataguiri - estarão no Recife para caminhada pró-Bolsonaro.

O senador Humberto Costa (PT) anunciou, na manhã desta quarta-feira (24), que o deputado federal e senador eleito Jarbas Vasconcelos (MDB) declarou apoio à candidatura de Fernando Haddad (PT) à Presidência da República. Jarbas era a única incógnita da chapa que disputou pela Frente Popular de Pernambuco com relação ao apoio a Haddad no segundo turno. Na primeira etapa do pleito presidencial o deputado apoiou Geraldo Alckmin (PSDB).   

 “Acabo de receber uma ligação do meu companheiro de chapa Jarbas Vasconcelos. Jarbas nos dá a grata notícia do apoio dele à candidatura de Fernando Haddad e Manuela D’Ávila”, afirmou Humberto, em publicação no Twitter.   

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“Com a brilhante história de luta que tem em defesa da democracia, Jarbas se mostra coerente com os seus princípios ao se posicionar, mais uma vez, ao lado do povo e das causas democráticas. É uma grande chegada à nossa frente, que recebe Haddad em PE amanhã”, completou, fazendo referência a agenda do candidato nesta quinta-feira (25), no Pátio do Carmo, área central do Recife. 

Apesar de ser do MDB, partido do presidente Michel Temer, e ter feito uma histórica oposição ao PT, Jarbas adotou uma postura amena e conciliadora  - até na redução dos discursos - nas eleições deste ano quando dividiu o palanque com Humberto Costa para disputar as duas vagas de Pernambuco no Senado - os dois venceram o pleito.

Os programas para a área de Ciência, Tecnologia e Inovação dos candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) apresentam ênfases diferentes no tocante às prioridades e ao papel do Estado e do governo federal. Nos dois planos de governo, há seções específicas para o tema, que aparecem junto com desafios de desenvolvimento econômico e à estruturação do ensino superior.

Jair Bolsonaro condena o que chama de “centralização em Brasília” e propõe o estímulo a polos descentralizados nos quais haveria parceria entre universidades e a iniciativa privada. Enquanto o programa de Haddad defende uma retomada de investimentos públicos em pesquisa, especialmente por meio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

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Em relação à estrutura responsável, os dois candidatos mencionam um ministério específico para a área. Fernando Haddad (PT) fala na recriação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), desmembrando o atual MCTIC, criado após a fusão da antiga pasta com a das Comunicações. No programa de Bolsonaro, há uma proposta de cortar o número de ministérios para 15. O documento não traz a listagem de quais seriam estes. Em entrevistas à imprensa, o candidato chegou a mencionar a indicação do astronauta Marcos Pontes para comandar o ministério. 

O plano do candidato avalia que o modelo de pesquisa e inovação no Brasil está “esgotado”. A área não deveria ser baseada em uma estratégia centralizada, organizada por Brasília e centrada em recursos públicos. No lugar, defende o fomento de “hubs” tecnológicos nos quais universidades se aliam à iniciativa privada “para transformar ideias em produtos”. O texto cita experiências de países como Japão e Coreia do Sul, advogando por um foco nas ciências exatas.

O programa coloca a necessidade de se criar um ambiente favorável ao empreendedorismo no Brasil, com estímulo a que alunos busquem abrir negócios próprios. Quem deseja seguir carreira acadêmica deve fazê-lo em programas de mestrado e doutorado “sempre perto das empresas”. O documento defende que o campo da ciência não deve ser “estéril”. O texto indica a busca de especificidades em cada região, citando como exemplo a exploração de energia renovável solar e eólica no Nordeste.

Outra proposta é que o país invista na pesquisa e desenvolvimento em grafeno e nióbio. O primeiro é uma forma cristalina do carbono, forte, leve e bom condutor. O nióbio é usado em ligas de aço. No capítulo sobre economia, o programa prevê a abertura comercial para importação de equipamentos para a migração para a indústria 4.0, requalificação de mão-de-obra para tecnologias de ponta e apoio a startups (pequenas empresas de tecnologia).

Nas propostas para segurança, elenca investimento em equipamentos e tecnologia, entre outros itens. Ao tratar da Defesa Nacional, o texto prevê que as Forças Armadas precisam de equipamentos modernos diante das ameaças digitais. Essas instituições precisariam estar preparadas por meio de pesquisa e desenvolvimento tecnológico.

O programa do candidato tem como proposta principal o que chama de “remontagem do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação” (CT&I), articulando universidades e centros de pesquisa e políticas públicas com ecossistemas de inovação para atuar em áreas produtivas com alto grau de conhecimento, como manufatura avançada, biotecnologia, nanotecnologia, energia e defesa nacional.

Para isso, a candidatura tem como intuito ampliar os investimentos na área de CT&I. O texto menciona o aumento das verbas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), duas principais responsáveis pelo custeio de projetos de pesquisa e bolsas de pós-graduação. No caso do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), o objetivo é a majoração dos recursos com repasse do Fundo Social do Pré-sal.

O programa prevê também um plano de 10 anos de ampliação dos recursos no setor, incluindo verbas governamentais e empresariais. A meta é atingir 2% do Produto Interno Bruto em CT&I até o ano de 2030. Esse patamar é caracterizado pelos autores do texto como necessário assegurar condições de competição do Brasil no mercado mundial em transformação em razão de tecnologias digitais e áreas de conhecimento de ponta.

Além disso, a candidatura promete recriar o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), extinto na gestão de Michel Temer e fundido com o Ministério das Comunicações para criar o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) pediu proteção à Polícia Federal depois de ter sido citado nominalmente pelo candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) no discurso em que projeta a prisão do petista e deixa claro que pretende banir do país “os marginais vermelhos” fazendo uma faxina ampla. A informação é do jornal Folha de São Paulo.

De acordo com a publicação, Lindbergh disse que a fala de Bolsonaro respaldava a violência contra quem se posiciona diferente dele. O senador pediu proteção à PF com base no que chama de "discurso de um candidato ditador".

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"Foi o discurso de um candidato a ditador. A ideia central foi de eliminação do adversário. É um discurso que autoriza a violência. Me preocupo porque no Rio todos os grupos milicianos apoiam Bolsonaro", afirmou Lindbergh .

Na disputa pelo Palácio do Planalto contra Fernando Haddad (PT), Jair Bolsonaro disse no discurso transmitido ao vivo na Avenida Paulista, no último domingo (21), que Lindbergh e Haddad seriam presos e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai “apodrecer” na cadeia.

“Aqui não terá mais lugar para corrupção e seu Lula da Silva, vou te dizer, você vai apodrecer na cadeia. E brevemente você terá Lindbergh Farias [senador pelo RJ] para jogar dominó no xadrez. Aguarde, o Haddad vai chegar aí também para ficar alguns anos ao teu lado, já que vocês se amam tanto, vão apodrecer na cadeia, porque lugar de bandido que rouba o povo é atrás das grades”, argumentou.

Deputado federal mais votado pelo Estado da Bahia, o pastor da Assembleia de Deus e sargento da Polícia Militar Manoel Isidório (Avante) declarou que não vai compor as bancadas evangélica e da segurança pública na Câmara Federal. O motivo, de acordo com ele, é o apoio da maioria à candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência. Isidório, que no primeiro turno esteve aliado ao Cabo Daciolo (Patriota), já declarou voto a Fernando Haddad (PT) e disse ter sido enganado por fake news na campanha do 1º turno.

Na ótica do sargento, a fé cristã não pode ser conciliada com o discurso de Bolsonaro. “Quem lê a Bíblia sabe que Jesus disse 'amai-vos uns aos outros'. Não tem lugar nenhum Jesus dizendo para matar. Tem um bocado de evangélico defendendo isso”, criticou em entrevista ao site Congresso em Foco.

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“Existe a possibilidade de ganhar a eleição quem está pregando que polícia que não mata não é polícia, derramamento de sangue e tortura. Estou preocupado. Duvido que os oficiais do Exército, Marinha e Aeronáutica queiram voltar para a ditadura”, completou.

Já em publicação nas redes sociais, o pastor explica que tinha ressalvas em relação a Haddad, mas mudou ao procurar informações e ver que estava sendo vítima de fake news.

“O que eu sabia era que o Haddad era viado. Depois meu filho descobre que ele é casado há 30 anos, pai de família e foi quem mais fez pela educação. Aí eu paro para analisar e lembrei que antigamente um bocado de pastores antigos diziam que Lula ia fechar as igrejas. Passou Lula e Dilma, o PT governou, e ninguém viu kit gay, nem liberar drogas, o aborto ou fechar igrejas… Jesus não disse armai-vos, mas amai-vos. Gay, lésbica, quem usa droga ou fez aborto não pode sofrer descarte. Esta nação é de Jesus, precisa de paz”, justificou.

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Candidato à Presidência da República, Fernando Haddad (PT) disse que aguarda “ansiosamente” por uma manifestação de apoio de Ciro Gomes, que concorreu o primeiro turno presidencial pelo PDT. “Eu esperava e espero que o Ciro dê um alô de onde ele estiver, porque é muito importante para o Brasil que ele se manifeste publicamente. Aguardo ansiosamente o seu aceno, porque precisamos ganhar a eleição e governar juntos o Brasil”, considerou, em entrevista ao Roda Viva, na noite dessa segunda-feira (22).

Ciro viajou para o exterior dias após o 1º turno e o PDT declarou apoio crítico ao PT, tanto que o irmão do ex-presidenciável, Cid Gomes, chegou a bater boca com militantes petistas ao pedir que o partido fizesse uma mea culpa sobre a crise enfrentada pelo país após o governo de Dilma Rousseff (PT).

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Questionado se o PT não precisava fazer uma autocrítica com relação aos pedetistas, uma vez que a presidente nacional da legenda, senadora Gleisi Hoffmann (PR), chegou a dizer que Ciro não passava no partido para um eventual apoio "nem com reza brava", Haddad disse que pensava diferente da dirigente.

O presidenciável ponderou que desde o ano passado tem buscado aproximação com Ciro Gomes e classificou o pedetista como um “grande quadro político”. “Sou muito próximo do Ciro e era dos petistas que cogitava que sim, o PT sim poderia apoiar o Ciro à Presidência se houvesse uma aproximação maior. Cheguei a ligar para o Carlos Lupi para sugerir uma visita dele ao Instituto Lula, conversei com Mangabeira Unger e disse porque não pensar uma chapa Lula/Ciro”, ressaltou, dizendo que se o ex-presidente fosse impedido de candidatar-se, como aconteceu, Ciro poderia assumir a chapa.

“Sempre agi com muito desprendimento em relação a isso. O que está em jogo no Brasil é tão sério que projetos pessoais jamais deveriam se impor sobre qualquer outro interesse que não seja o nacional. Acho e repito: Bolsonaro é uma ameaça ao interesse nacional e popular, desde sempre acho isso. Ciro sabe de tudo isso, conhece essa história toda”, acrescentou.

Nessa segunda, Haddad recebeu o apoio de dois ex-presidenciáveis de partidos que haviam declarado neutralidade: Eymael (DC) e Marina Silva (Rede).

A cinco dias do segundo turno das eleições, os candidatos à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) expõem o estilo pessoal no modo de fazer política. Ambos estarão nesta terça-feira (23) no Rio de Janeiro, mas em bairros distantes. Bolsonaro deverá ficar em casa, na Barra da Tijuca, zona oeste, enquanto Haddad irá ao centro e à zona sul.

O candidato do PT concederá entrevista exclusiva a sites e emissoras logo cedo. Depois, ele tem encontro marcado com a Congregação das Igrejas Evangélicas, visita a comunidade da Maré e reúne-se com a comunidade judaica. Por último, participa de ato político organizado por artistas, intelectuais e simpatizantes nos Arcos da Lapa.

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Bolsonaro tem evitado sair de casa, mas recebe visitas o tempo todo. Nessa segunda-feira (22), empresários, o presidente do Tribunal Superior do Trabalho, Ives Gandra, e líderes religiosos evangélicos estiveram no condomínio onde mora o candidato. Nas redes sociais, ele resume parte do seu dia.

Apesar de figurar como um dos problemas mais citados por brasileiros em pesquisas recentes feitas pelo Ibope e Instituto Datafolha, a saúde parece ter perdido espaço nas entrevistas e discursos dos presidenciáveis. 

Em seu plano de governo, Jair Bolsonaro (PSL) afirma que o Sistema Único de Saúde (SUS) não precisa de mais recursos e propõe mudanças no Programa Mais Médicos. Já Fernando Haddad (PT) defende maior financiamento público da saúde e o reforço do Mais Médicos. O único ponto em comum na plataforma de ambos é a adoção de um prontuário eletrônico que permita reunir o histórico do paciente, incluindo consultas realizadas, medicamentos prescritos e resultados de exames.

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O candidato diz que, se eleito, a saúde será uma das três áreas consideradas prioritárias, acompanhada de educação e segurança. Bolsonaro avalia a situação atual do setor como “à beira do colapso” e diz que as ações planejadas terão como foco “eficiência, gestão e respeito com a vida das pessoas”. A bandeira defendida pelo partido é a de que é possível fazer mais com os recursos atualmente disponíveis.

“Abandonando qualquer questão ideológica, chega-se facilmente à conclusão de que a população brasileira deveria ter um atendimento melhor, tendo em vista o montante de recursos destinados à saúde”, destaca o plnao de governo do candidato, disponível no Tirbunal Superior Eleitoral (TSE). “Mesmo quando observamos apenas os gastos do setor público, os números ainda seriam compatíveis com um nível de bem-estar muito superior ao que vemos na rede pública.”

O chamado Prontuário Eletrônico Nacional Interligado, de acordo com o plano de governo, será o pilar da saúde. A proposta é que postos, ambulatórios e hospitais sejam informatizados com todos os dados de atendimento e que registrem o grau de satisfação do paciente ou responsável. O cadastro do paciente, segundo Bolsonaro, reduz os custos ao facilitar o atendimento futuro por outros médicos em diferentes unidades de saúde, além de permitir cobrar maior desempenho dos gestores locais.

O candidato também propõe o credenciamento universal de médicos que, segundo ele, abriria caminho para que toda força de trabalho da saúde possa ser utilizada pelo SUS, “garantindo acesso e evitando a judicialização”. A estratégia permitiria às pessoas maior poder de escolha, compartilhando esforços da área pública com o setor privado. “Todo médico brasileiro poderá atender a qualquer plano de saúde”, cita o documento.

Em relação ao Mais Médicos, o plano de governo prevê que “nossos irmãos cubanos serão libertados” e que suas famílias poderiam imigrar para o Brasil desde que os profissionais sejam aprovados no Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior Estrangeira (Revalida). Os médicos cubanos, segundo o candidato, passariam a receber integralmente o valor pago pelo governo brasileiro e que, atualmente, é redirecionado, via convênio com a Organização Pan-americana da Saúde (Opas), para o governo de Cuba.

Bolsonaro se compromete a criar o que chama de carreira de médico de Estado, no intuito de atender áreas remotas e com carência de profissionais – demanda antiga da classe médica e defendida fortemente por entidades como o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Médica Brasileira (AMB). Agentes comunitários de saúde, de acordo com o plano de governo, seriam treinados para se tornarem técnicos de saúde preventiva numa tentativa de auxiliar o controle de doenças como diabetes e hipertensão.

Há ainda a previsão de estabelecer, em programas neonatais, a visita de gestantes ao dentista, como alternativa para a redução de partos prematuros; e a inclusão de profissionais de educação física no programa Saúde da Família no intuito de ativar as academias ao ar livre como forma de combater o sedentarismo e a obesidade.

Caso seja eleito, o candidato do PT diz que terá compromisso com o SUS e sua implantação total para assegurar a universalização do direito à saúde, fortalecendo a regionalização e a humanização do atendimento. Em seu plano de governo, Haddad cita diretrizes como aumento imediato e progressivo do financiamento da saúde; valorização dos trabalhadores; investimento no complexo econômico-industrial; e articulação federativa entre municípios, estados e União.

“O país deve aumentar progressivamente o investimento público em saúde, de modo a atingir a meta de 6% em relação ao PIB [Produto Interno Bruto]. Novas regras fiscais, reforma tributária, retorno do Fundo Social do Pré-Sal, dentre outras medidas, contribuirão para a superação do subfinanciamento crônico da saúde pública”, destaca o plano de governo, apresentado à Justiça Eleitoral.

Além do Mais Médicos, programas como Saúde da Família, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e Farmácia Popular teriam, de acordo com o PT, “novamente” o apoio da União. O partido propõe também a criação de uma rede de Clínicas de Especialidades Médicas que articularia a atenção básica com cuidados especializados para atender a demanda de consultas, exames e cirurgias de média complexidade.

Em relação ao Mais Médicos, citado pelo partido como “ousada iniciativa para garantir a atenção básica a dezenas de milhões de brasileiros”, Haddad defende que o programa norteie novas ações de ordenação da formação e especialização de profissionais de saúde, considerado o interesse social, a organização e o funcionamento do SUS.

O candidato defende a regionalização dos serviços de saúde que, segundo ele, deve se pautar pela gestão da saúde interfederativa, “racionalizando recursos financeiros e compartilhando a responsabilidade com o cuidado em saúde”. Além disso, o partido propõe explorar ao máximo a potencialidade econômica e tecnológica do complexo industrial da saúde, de forma a atender as necessidades e especificidades do setor, reduzindo custos e aumentando eficiência.

Há ainda a previsão de integrar serviços básicos e especializados já existentes e criar novos, além de qualificar o cuidado multiprofissional e ampliar a resolutividade no setor. “Será implantado um eficiente sistema de regulação das filas para gerenciar o acesso a consultas, exames e procedimentos especializados, em cogestão com estados e municípios”, destaca o plano de governo.

O candidato também se compromete a investir na implantação do prontuário eletrônico de forma universal e no aperfeiçoamento da governança da saúde. A proposta é estimular a inovação na saúde, ampliando o uso da internet e de aplicativos na promoção, na prevenção, no diagnóstico e na educação em saúde. 

O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, se encontrou com catadores de material reciclável em uma cooperativa em Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo e defendeu a substituição de lixões por aterros sanitários, além de investimento em reciclagem.

Haddad afirmou que no período em que foi prefeito da capital paulista, de 2013 a 2016, incentivou cooperativas para coleta de materiais recicláveis. "Nós entendemos que essa política, se somar tecnologia com a disposição dessa força de trabalho para reciclagem, vamos poder acabar com os lixões no Brasil que ainda são um problema muito grande. Nem toda cidade está conseguindo cumprir a lei que prevê a instalação de aterros sanitários", argumentou.

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A lei que o presidenciável se referiu foi a de número 12.305, de 2010, que determinou que até 2014 todos os municípios deveriam substituir lixões a céu aberto por aterros sanitários, porém a maioria ainda possui depósitos de lixo sem tratamento.

Haddad também afirmou que pretende investir em equipamentos e tecnologia para reciclagem. "Somos contra a incineração. Entendemos que a economia circular é o caminho para reaproveitamento desse material sustentável do ponto de vista ecológico. Vamos expandir a experiência de São Paulo, que é uma das mais exitosas, para todo país. Inclusive com estímulos federais para a aquisição desses novos equipamentos", explicou.

O candidato petista recebeu o apoio do movimento nacional dos catadores, que reivindicam medidas do governo para promover a inclusão social. Ele assinou um compromisso com 13 propostas feitas pelos trabalhadores, como incentivar os gestores das cidades a implantarem a coleta seletiva de lixo e cederem espaços públicos para associações e cooperativas da categoria.

A seis dias do segundo turno presidencial, o ex-candidato ao Palácio do Planalto Eymael (DC) defendeu, nesta segunda-feira (22), que seja feito um “pacto” pela democracia no país capitaneado pelo candidato Fernando Haddad (PT). Eymael repudiou a fala do deputado federal eleito pelo PSL, Eduardo Bolsonaro, sobre como faria para fechar o Supremo Tribunal Federal (STF) e insistiu que Haddad “ultrapasse as fronteiras do PT” para conquistar apoios pela manutenção da democracia brasileira.

“A afirmação publicada ontem, do Deputado Federal eleito pelo PSL em São Paulo, Eduardo Bolsonaro e considerada golpista pelo Decano do STF, Ministro Celso de Melo, de que basta um soldado e um cabo para fechar o STF afasta qualquer possibilidade de neutralidade! Proponho ao candidato a presidente, Fernando Haddad, que ultrapasse as fronteiras do PT e firme, com as Lideranças Político Partidárias Democráticas do País, o PACTO NACIONAL PELA DEMOCRACIA NO BRASIL [sic]”, declarou, em publicação nas redes sociais.

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Para Eymael, a atitude do filho do adversário de Haddad, Jair Bolsonaro (PSL), não é capaz de manter a neutralidade declarada pelo DC no segundo turno, por ameaçar as instituições democráticas do país. Em 12º lugar na disputa no primeiro turno, Eymael - famoso pelo jingle “um democrata cristão” - tem pregado a importância do país não voltar a ser regido pela ditadura militar.

O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e ex-presidenciável Guilherme Boulos (PSOL) disse, nesta segunda-feira (22), que o discurso do candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) desse domingo (21) revelou o “projeto de ditador” que lidera as pesquisas de intenções de votos tem para o país. Na ótica de Boulos, o tom da fala de Bolsonaro deixa claro que ele “não vai tolerar oposição” a um eventual governo seu e recorda “tempos sombrios” da época de ditadura militar vivido no país.

“O discurso que Bolsonaro mais se revelou como projeto de ditador. Nesse discurso Bolsonaro declarou que quem é contra ele, a quem chamou de vermelhos, tem duas opções: ou sair do país ou ir para a cadeia. Ou seja, não há espaço para a oposição. É isso que ele está dizendo com todas as letras. Isso lembra um lema da ditadura, nos anos mais duros, 'Brasil, ame-o ou deixe-o'. É isso que ele diz que quer fazer. Essa é a gravidade”, comentou Boulos.

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O psolista também criticou o fato de o candidato ter projetado a prisão do adversário na disputa, Fernando Haddad (PT). “Nominalmente ele ameaçou de prisão os seus adversários. Disse que Fernando Haddad será preso. E disse que vai tipificar a atuação de movimentos sociais como terrorismo… Os movimentos sociais foram responsáveis por conquistar a democracia”, observou.

Diante das falas de Bolsonaro, Guilherme Boulos questionou o silêncio das instituições. “Já fazem mais de oito horas desse discurso e não ouvimos o TSE dizer uma palavra, o Supremo Tribunal Federal e o Ministério Público dizerem uma única palavra. Cadê as instituições democráticas? Estão silenciando agora e depois vão ser as vítimas”, argumentou.

“Assim começam as ditaduras, os regimes autoritários. Há uma semana ele disse a que veio e o que quer. Coloquei no período eleitoral as críticas que tenho ao PT e os erros que eles cometeram, mas qualquer diferença não é maior do que o desejo pela democracia. Temos uma semana para evitar que o país volte a tempos escuros”, acrescentou.

Tratamento psiquiátrico

Boulos ainda comentou a frase do filho de Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL), que ameaça fechar o Supremo Tribunal Federal caso tivesse impossibilitado à candidatura do pai. "Se quiser fechar o STF [...] manda um soldado e um cabo", afirmou Eduardo. A declaração causou polêmica e diversos políticos se posicionaram contra, inclusive Jair Bolsonaro recomendou que o filho procurasse um psiquiatra.

Para Guilherme Boulos, o tratamento tem que ser familiar. “Primeiro ele disse que não se responsabilizava pelo que dizia Mourão, depois por apoiadores seus que estão tocando terror, assassinando pessoas; depois que não podia responder pelas empresas que gastaram milhões para beneficiá-lo e agora recomenda o filho procurar um psiquiatra. Cabe um psiquiatra de atendimento familiar, para ver como se resolve essa história. É impressionante como ele se esquiva”, disparou.

Embora fora das discussões de campanha, umas das atribuições do novo presidente será a sucessão de comando nas Forças Armadas. Enquanto na Marinha a escolha mais provável é o primeiro integrante do alto comando na ordem de antiguidade, no Exército e na Aeronáutica há mais questões que devem ser consideradas. Na FAB, por exemplo, Jair Bolsonaro (PSL) ou Fernando Haddad (PT) terão a oportunidade de empossar o primeiro comandante negro.

O perfil considerado ideal entre os militares para assumir o Exército, a Marinha ou a Aeronáutica, no atual momento do País, é de um oficial-general que tenha forte liderança e apetite político. Também precisa ter pulso para não permitir que a política volte aos quartéis, o que consideram inadmissível, assim como impedir qualquer tipo de interferência do governo nas forças e vice-versa. A observação vale para PT, que já tentou interferir em assuntos internos no passado, e para Bolsonaro, que, segundo os oficiais, se eleito, não ficará à frente de um governo militar.

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Na Marinha, o atual chefe do Estado-Maior da Armada, almirante de Esquadra Ilques Barbosa Júnior, é o favorito. Mesmo próximo de ir para a reserva, o que não é impeditivo, é quem reúne o maior apoio entre colegas. A boa relação com o Exército também conta a seu favor para substituir o atual titular, almirante Eduardo Leal Ferreira. Mas a lista tríplice conteria ainda os nomes dos almirantes Paulo Cezar Küster, Comandante de Operações Navais, e Liseo Zampronio, Secretário-Geral da Marinha.

Já na Aeronáutica há divisões nas preferências internas. Quem hoje tem mais chances, segundo militares ouvidos pelo jornal O Estado De São Paulo, é o número dois na ordem de antiguidade, o atual chefe do Estado-Maior da Força Aérea, brigadeiro Raul Botelho. Caso escolhido, ele será o primeiro negro a assumir o posto. Conta a seu favor também a influência do seu colega de turma na FAB, coronel Braga Grillo, que está assessorando a campanha e trabalha há anos com o filho de Bolsonaro, Flávio Bolsonaro (PSL), senador eleito pelo Rio.

O brigadeiro mais antigo, porém, é Antonio Carlos Moretti Bermudez, Comandante-Geral do Pessoal. Ele também está próximo de ir para a reserva, mas ainda espera assumir o comando da Força. Recentemente, recusou um convite para uma vaga no Superior Tribunal Militar (STM) por acreditar que tem chances de comandar a tropa. A mesma vaga foi oferecida a Botelho, que também a recusou pela chance de chegar ao posto mais alto da carreira militar. Há ainda um terceiro nome na possível lista da FAB: o brigadeiro Antonio Carlos Egito do Amaral, que está no Comando de Preparo.

Além do comando da FAB há ainda outro posto pretendido pelos quatro estrelas da Aeronáutica: o de chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas, hoje ocupado pelo almirante Ademir Sobrinho. A FAB pleiteia que seja chancelado rodízio no posto que, seguindo este critério, deverá ser ocupado agora por um tenente-brigadeiro. Neste caso, valeria a mesma lista de concorrência.

Exército

A sucessão mais delicada, porém, é a do Exército. Caso Bolsonaro seja o eleito, os quatro primeiros na linha de antiguidade foram companheiros de turma do capitão reformado na Academia Militar da Agulhas Negras (Aman): generais Edson Leal Pujol, Paulo Humberto, Mauro César Lourena Cid e Carlos Alberto Neiva Barcellos.

Os nomes considerados mais fortes são o do chefe do Estado-Maior do Exército, general Paulo Humberto César de Oliveira - número dois na linha de antiguidade -, e o comandante Militar do Sul, Geraldo Antônio Miotto.

Embora seja só o quinto mais antigo, Miotto é quem aparece como favorito. Seu perfil é considerado semelhante ao de Villas Bôas, além de ser ligado ao general Hamilton Mourão, vice na chapa de Bolsonaro. Na hipótese de vitória do presidenciável do PSL, Mourão e o general Augusto Heleno, cotado para o Ministério da Defesa, terão forte influência nesta escolha.

Haddad

Caso o eleito seja o candidato do PT, a avaliação é de que Haddad opte pelos primeiros nomes da lista de antiguidade, podendo haver um diferencial em relação ao Exército. Neste caso, há quem lembre que há possibilidade de que o general Marcos Antônio Amaro dos Santos possa ser o escolhido para o comando da Força. Chefe da segurança da presidente cassada Dilma Rousseff, ele foi fiel a ela durante o período em que esteve no Planalto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A corrida à Presidência do Brasil entrou na reta final nesta segunda-feira (22). Faltando apenas seis dias para a votação no segundo turno das eleições, os candidatos Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL) colocaram no ar campanhas mais acusatórias um contra o outro, na tentativa de convencer os eleitores indecisos.

Bolsonaro usa a estratégia de atacar o PT com os casos de corrupção nos quais o partido já se envolveu quando governava o Brasil, como o mensalão. Haddad, por sua vez, ataca Bolsonaro pelas suas falas antidemocráticas e contra minorias, como mulheres e homossexuais. Ambos, porém, tem sido alvos de fake news (notícias falsas veiculadas em sites ou redes sociais).

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No fim de semana, a Polícia Federal anunciou que abriu um inquérito para investigar a disseminação das notícias falsas no WhatsApp. A investigação foi um pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, após o jornal "Folha de S.Paulo" publicar uma reportagem segundo a qual empresas estariam financiamento fake news contra Haddad no WhatsApp.

Caso confirmada, a denúncia pode configurar crime de "caixa 2" de Bolsonaro, pois seriam doações e apoio financeiro de empresas que não foram declaradas à Justiça Eleitoral. Além das fake news contra Haddad, serão apuradas também as notícias falsas que a campanha do PT possa ter veiculado contra Bolsonaro. Mas a PF disse não haver prazo para concluir a investigação. 

Da Ansa

O candidato à Presidência da República pelo PT, Fernando Haddad, chamou seu adversário, Jair Bolsonaro (PSL), de "chefe de milícia" e criticou o economista do militar reformado, Paulo Guedes, que já foi anunciado como seu futuro ministro da Fazenda, caso eleito. "Quem conhece o Paulo Guedes sabe que é um (Michel) Temer piorado. Conheço o suficiente para saber que as medidas dele trariam grande prejuízo para o Brasil", disse durante entrevista à imprensa em São Luís do Maranhão, onde faz campanha neste domingo. A entrevista foi transmitida ao vivo pelo PT nas redes sociais.

"Não temos compromisso nenhum com as reformas do Temer e lamento que o Bolsonaro só agora tenha falado que o governo Temer não é tão ruim", disse ele, ressaltando que o candidato do PSL já disse que quer manter a equipe econômica do atual presidente, que tem alto nível de impopularidade. Haddad voltou a falar em reformular a reforma trabalhista, ressaltando que é "uma certeza" que isso vai acontecer em seu governo.

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O petista foi perguntado por jornalistas sobre a questão de como lidar com a segurança pública, uma das principais bandeiras da campanha de Bolsonaro. Haddad prometeu dobrar o contingente da Polícia Federal. "Muitos policiais federais já reconhecem nossa proposta como o melhor caminho para a segurança publica", disse ele em São Luís.

Ao falar sobre a questão da segurança pública, Haddad criticou Bolsonaro, afirmando que ele "não é um democrata, não sabe conviver com a divergência". "Não é um candidato a presidente, é um chefe de milícia. Depois que você dá o poder para quem anda armado, você não tira mais", afirmou o petista. Haddad disse que os filhos de Bolsonaro "são milicianos, são capangas". "É gente de quinta categoria", completou.

Para Haddad, só não está com medo de Bolsonaro neste momento "quem está anestesiado pelo estado de coisas que o País está vivendo". Ele citou que a imprensa internacional vem alertando sobre os riscos que uma vitória do ex-capitão do Exército trará ao Brasil, mas banqueiros e empresários fazem de conta que nada está acontecendo. "Enquanto a justiça eleitoral me permitir, vou denunciar o que está acontecendo no Brasil. Só o discurso de Bolsonaro já está fazendo o País ficar mais violento."

Na mesma entrevista, Haddad voltou a falar que reduzirá o preço do gás e afirmou que reajustará o Bolsa Família. Segundo ele, em janeiro "em nenhum lugar do País" o gás custará mais que R$ 49, ante preços atuais de R$ 80 a R$ 85. Sobre o bolsa família, Haddad afirmou que o benefício será elevado em 20%. Ele afirmou que a redução do preço do gás não trará maiores prejuízos para a Petrobras, pois o item responde por apenas 4% do faturamento da empresa. "Ninguém está querendo tratar a Petrobras como uma empresa que não precisa prestar contas a seus acionistas."

Embora fora das discussões de campanha, umas das atribuições do novo presidente será a sucessão de comando nas Forças Armadas. Enquanto na Marinha a escolha mais provável é o primeiro integrante do alto comando na ordem de antiguidade, no Exército e na Aeronáutica há mais questões que devem ser consideradas. Na FAB, por exemplo, Jair Bolsonaro (PSL) ou Fernando Haddad (PT) terão a oportunidade de empossar o primeiro comandante negro.

O perfil considerado ideal entre os militares para assumir o Exército, a Marinha ou a Aeronáutica, no atual momento do País, é de um oficial-general que tenha forte liderança e apetite político. Também precisa ter pulso para não permitir que a política volte aos quartéis, o que consideram inadmissível, assim como impedir qualquer tipo de interferência do governo nas forças e vice-versa. A observação vale para PT, que já tentou interferir em assuntos internos no passado, e para Bolsonaro, que, segundo os oficiais, se eleito, não ficará à frente de um governo militar.

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Na Marinha, o atual chefe do Estado-Maior da Armada, almirante de Esquadra Ilques Barbosa Júnior, é o favorito. Mesmo próximo de ir para a reserva, o que não é impeditivo, é quem reúne o maior apoio entre colegas. A boa relação com o Exército também conta a seu favor para substituir o atual titular, almirante Eduardo Leal Ferreira. Mas a lista tríplice conteria ainda os nomes dos almirantes Paulo Cezar Küster, Comandante de Operações Navais, e Liseo Zampronio, Secretário-Geral da Marinha.

Já na Aeronáutica há divisões nas preferências internas. Quem hoje tem mais chances, segundo militares ouvidos pelo jornal O Estado De São Paulo, é o número dois na ordem de antiguidade, o atual chefe do Estado-Maior da Força Aérea, brigadeiro Raul Botelho. Caso escolhido, ele será o primeiro negro a assumir o posto. Conta a seu favor também a influência do seu colega de turma na FAB, coronel Braga Grillo, que está assessorando a campanha e trabalha há anos com o filho de Bolsonaro, Flávio Bolsonaro (PSL), senador eleito pelo Rio.

O brigadeiro mais antigo, porém, é Antonio Carlos Moretti Bermudez, diretor do Departamento de Ensino da Aeronáutica (Depens). Ele também está próximo de ir para a reserva, mas ainda espera assumir o comando da Força. Recentemente, recusou um convite para uma vaga no Superior Tribunal Militar (STM) por acreditar que tem chances de comandar a tropa. A mesma vaga foi oferecida a Botelho, que também a recusou pela chance de chegar ao posto mais alto da carreira militar. Há ainda um terceiro nome na possível lista da FAB: o brigadeiro Antonio Carlos Egito do Amaral, que está no Comando de Preparo.

Além do comando da FAB há ainda outro posto pretendido pelos quatro estrelas da Aeronáutica: o de chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas, hoje ocupado pelo almirante Ademir Sobrinho. A FAB pleiteia que seja chancelado rodízio no posto que, seguindo este critério, deverá ser ocupado agora por um tenente-brigadeiro. Neste caso, valeria a mesma lista de concorrência.

Exército. A sucessão mais delicada, porém, é a do Exército. Caso Bolsonaro seja o eleito, os quatro primeiros na linha de antiguidade foram companheiros de turma do capitão reformado na Academia Militar da Agulhas Negras (Aman): generais Edson Leal Pujol, Paulo Humberto, Mauro César Lourena Cid e Carlos Alberto Neiva Barcellos.

Os nomes considerados mais fortes são o do chefe do Estado-Maior do Exército, general Paulo Humberto César de Oliveira - número dois na linha de antiguidade -, e o comandante Militar do Sul, Geraldo Antônio Miotto.

Embora seja só o quinto mais antigo, Miotto é quem aparece como favorito. Seu perfil é considerado semelhante ao de Villas Bôas, além de ser ligado ao general Hamilton Mourão, vice na chapa de Bolsonaro. Na hipótese de vitória do presidenciável do PSL, Mourão e o general Augusto Heleno, cotado para o Ministério da Defesa, terão forte influência nesta escolha.

Haddad. Caso o eleito seja o candidato do PT, a avaliação é de que Haddad opte pelos primeiros nomes da lista de antiguidade, podendo haver um diferencial em relação ao Exército. Neste caso, há quem lembre que há possibilidade de que o general Marcos Antônio Amaro dos Santos possa ser o escolhido para o comando da Força. Chefe da segurança da presidente cassada Dilma Rousseff, ele foi fiel a ela durante o período em que esteve no Planalto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O programa do candidato Fernando Haddad (PT), que teve sua versão atualizada neste segundo turno, têm um total de 62 páginas e dedica ao menos 18 para diversos temas relacionados à economia, incluindo a revisão de reformas aprovadas nos últimos anos e a mudança no modelo tributário do país. 

A principal diretriz apresentada no programa é o que a candidatura chama de um “novo projeto nacional de desenvolvimento”. Para isso, Haddad defende, primeiramente, a revogação a Emenda Constitucional 95. Essa emenda determina que até 2036 as despesas federais não poderão crescer acima da inflação de 12 meses, calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

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Outra proposta desse projeto de desenvolvimento é a revogação da reforma trabalhista, substituindo pelo Estatuto do Trabalho, produzido de forma negociada. A campanha diz que a “terceirização irrestrita” e a reforma trabalhista aprovadas pela atual governo impôs um “cardápio de contratos precários de trabalho”, desequilibrando as relações entre capital e trabalho, em favor dos empresários, e precarizando ainda mais o trabalho.

O novo estatuto do trabalho prevê “a reformulação e ampliação do sistema de formação ao longo da vida laboral dos trabalhadores, capaz de integrar no novo sistema de formação e aprendizagem das distintas linhas atualmente existentes. “Ao mesmo tempo, a sua operacionalização contará com a valorização de sindicatos e associações de trabalhadores e empresários na orientação da preparação para a qualificação profissional. Também fará parte a reorganização dos fundos sociais existentes para criar uma nova política de proteção durante a vida laboral dos trabalhadores”, diz o plano de governo.

A revogação das reformas depende de aprovação do Congresso Nacional. 

Ainda na área do mercado de trabalho, a proposta de Haddad prevê a criação do Programa Meu Emprego de Novo. Para isso, serão necessárias várias medidas para elevar a renda, ampliar o crédito e gerar novas oportunidades, como prioridade para a juventude e retomada de obras.

O plano de governo de Haddad prevê o Programa Salário Mínimo Forte, com a manutenção da atual política de reajuste, ou seja, definido por meio da fórmula que garante variação da inflação do ano anterior medida pelo INPC, acrescida da variação do PIB de dois anos antes, desde que ela seja positiva. “Haverá ganho real do salário mínimo em todos os anos, mesmo que o crescimento do PIB seja negativo. Isso porque aumentar o poder de compra do trabalhador é uma das maneiras mais eficazes de fazer a economia crescer”, diz o plano de governo.

Haddad também propõe suspender, caso eleito, a política de privatização de empresas estratégicas para o desenvolvimento nacional e a venda de terras, água e recursos naturais para estrangeiros. Além de “recuperar o pré-sal para servir ao futuro do povo brasileiro, não aos interesses de empresas internacionais”. A campanha do PT critica as mudanças nas regras para leilões de áreas de petróleo e gás realizadas pelo governo Michel Temer, que permitiu maior participação de companhias estrangeiras nos certames sob regime de partilha no pré-sal.

O plano de governo de Haddad prevê “regulações que reduzam os movimentos puramente especulativo de curto prazo sobre o mercado interbancário e sobre o mercado de derivativos”. “Dessa forma, a volatilidade da taxa de câmbio, causada pela especulação financeira, deverá ser fortemente inibida”.

Para isso, a proposta é que o imposto de exportações incidente sobre ascommodities (produtos primários com cotação internacional) poderá ser usado para estimular a elevação do valor agregado das exportações e minimizar a variação cambial. “Esse imposto deve acompanhar a variação dos preços e formar um fundo de estabilização cambial que beneficiará os exportadores no longo prazo”, diz a proposta.

Em eventual governo de Haddad, o Banco Central (BC) terá a autonomia mantida e o mandato de controlar a inflação, “permanecendo atento a temas como a estabilidade do sistema financeiro e o nível de emprego”. A proposta prevê a redução do custo do crédito, com aprofundamento da competição bancária estimulada pelos bancos públicos e pela difusão de novas instituições de poupança e crédito. “Daí porque torna-se fundamental revitalizar os bancos públicos, especialmente BNDES [Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social], BB [Banco do Brasil] e CEF [Caixa Econômica Federal], e os mecanismos de financiamento ao desenvolvimento nacional. O Brasil precisa superar a estrutura oligopolista que controla o sistema financeiro e bancário privado. Tudo isso para a retomada da bancarização, ampliação dos serviços bancários e difusão do crédito aos pequenos negócios e à população de baixa renda”, diz a proposta. Simultaneamente, propõe a adoção de uma tributação progressiva sobre os bancos, com alíquotas reduzidas para os que oferecerem crédito a custo menor e com prazos mais longos

O programa de governo de Haddad também propõe alteração da Taxa de Longo Prazo (TLP), “visando filtrar a volatilidade excessiva típica dos títulos públicos de longo prazo e dar incentivo a setores e atividades de alta externalidade e retorno social”.

Um eventual governo Haddad pretende fazer renegociação das dívidas e da situação de guerra fiscal entre estados e municípios. O outro tema considerado central é a realização da reforma tributária voltada para alteração na composição dos tributos, estabilizando, ao longo do mandato, a carga tributária líquida no patamar do último período, assegurando as transferências para as políticas sociais sem perda de receita real dos entes federados.

A reforma tributária compreenderá, entre outras medidas, a tributação direta sobre lucros e dividendos e a criação e implementação gradual de Imposto sobre Valor Agregado (IVA), que substitua a atual estrutura de impostos indiretos. No âmbito da reforma tributária, o plano de governo prevê uma reestruturação da tabela do Imposto de Pessoa Física, para isentar quem ganha até cinco salários mínimos (R$ 4.770), condicionado ao aumento das alíquotas para os “super-ricos”. 

Na última semana antes do segundo turno, os candidatos à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) adotam novo estilo. Bolsonaro demonstra estar mais aberto a entrevistas coletivas, enquanto Haddad eleva o tom de críticas ao adversário, encerrando neste domingo (21) sua visita ao Nordeste.

Neste domingo, pela manhã, o candidato do PT faz caminhada e ato de campanha na Praça do Coreto, no bairro do Anil, em São Luís, capital do Maranhão. No sábado (20), ele se revezou entre cidades do Ceará e Piauí. Criticou duramente o adversário que classificou como “soldadinho de araque” e “aberração”.

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Após gravar nesse sábado participação no horário eleitoral, Bolsonaro concedeu entrevista coletiva à imprensa. Ele disse que quer da mais autonomia ao Banco Central (BC), indicou que pretende manter o atual presidente do BC, Ilan Goldfajn. Também defendeu o fim da reeleição e a redução do número de parlamentares. “Acabar com o instituto da reeleição e reduzir de 15% a 20% a quantidade de parlamentares.” 

Haddad deve retornar hoje para São Paulo onde fica até esta segunda-feira (22), mas novamente irá intensificar as viagens. É possível que ele vá ao Rio de Janeiro, na terça-feira (23). Bolsonaro deve passar o dia em casa, na Barra da Tijuca, na capital fluminense, onde recebe correligionários e apoiadores da campanha.

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