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O presidente Jair Bolsonaro sancionou a lei que prorroga por dois anos a desoneração da folha de pagamento para 17 setores econômicos, considerados os que mais criam vagas de empregos no País. Com isso, o benefício, que acabaria em 31 de dezembro, vai vigorar até o fim de 2023. O ato foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União de sexta-feira.

O alívio tributário está em vigor desde 2011 e beneficia as empresas ao diminuir encargos trabalhistas. Pela desoneração da folha, as empresas beneficiadas recolhem alíquotas de 1% a 4,5% sobre o faturamento, em vez de 20% sobre a folha de salários. Em transmissão nas redes sociais, na quinta-feira, Bolsonaro já havia anunciado que confirmaria o projeto aprovado pelo Congresso. O benefício deixaria de valer se a sanção não fosse publicada até o dia 31.

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COMPENSAÇÃO. A sanção ficou travada porque a equipe econômica cobrou a exigência de compensação, com aumento de outros impostos, pela redução da tributação para as empresas desses setores. A compensação está prevista na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), e o Orçamento de 2022 foi aprovado sem levar em conta o impacto da desoneração.

Apesar do impasse, o governo informou ontem que fez uma consulta ao Tribunal de Contas da União (TCU) e que o órgão orientou que não há necessidade de nova medida compensatória. O texto da lei prevê o aumento apenas da alíquota de Cofins-Importação durante a vigência da medida, em um ponto porcentual, o que não é suficiente para compensar toda a renúncia fiscal. A justificativa é que "se trata de prorrogação de benefício fiscal já existente" e que a medida havia sido considerada no Relatório de Estimativa de Receita do Projeto de Lei Orçamentária de 2022, feito pelo Congresso.

Por outro lado, foi preciso editar uma medida provisória para revogar a necessidade de a União compensar o valor da desoneração para o Regime Geral da Previdência Social (RGPS) por transferência orçamentária, o que, segundo texto, acabava "fazendo que a mesma despesa fosse computada duas vezes dentro do Orçamento".

"Com a correção na metodologia antiga, não haverá criação de nova despesa orçamentária, o que tornou possível sancionar a prorrogação da desoneração com os recursos já existentes no Orçamento. Caberá apenas à Receita Federal atualizar os seus demonstrativos de receita, considerando a referida prorrogação", disse a Secretaria-Geral da Presidência.

O presidente Jair Bolsonaro sancionou a lei que prorroga por dois anos a desoneração da folha de pagamento para 17 setores econômicos, considerados os que mais criam vagas de empregos no País. Com isso, o benefício, que acabaria ontem, 31 de dezembro, vai vigorar até o fim de 2023. O ato foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União desta sexta-feira (31).

O alívio tributário está em vigor desde 2011 e beneficia as empresas ao diminuir encargos trabalhistas. Pela desoneração da folha, as empresas beneficiadas recolhem alíquotas de 1% a 4,5% sobre o faturamento, em vez de 20% sobre a folha de salários. Na última live do ano nas redes sociais, na quinta-feira, 30, Bolsonaro já havia anunciado que confirmaria o projeto aprovado pelo Congresso Nacional. O benefício deixaria de valer se a sanção não fosse publicada até ontem.

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A sanção ficou travada porque a equipe econômica cobrou a exigência de compensação com aumento de outros impostos pela redução da tributação para as empresas desses setores. Essa compensação está prevista no artigo 14º da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O impasse ocorreu porque o orçamento de 2022 foi aprovado sem levar em conta o impacto da desoneração da folha, que já tinha sido aprovada pelo Congresso.

Entre as compensações avaliadas pelo Receita Federal estão a prorrogação da alta do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) no crédito e da Contribuição Social sobre Lucro Líquido dos Bancos (CSLL).

O projeto de extensão da desoneração é de autoria do deputado Efraim Filho (DEM-PB) e enfrentou vários percalços até ser aprovado pelo Congresso. A medida teve uma tramitação difícil na Câmara e ficou meses parada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) por resistência da área econômica. Os setores empresariais, beneficiados com a medida, porém, fizeram uma forte articulação política no Congresso para aprovar a projeto.

Ao Estadão, Efrain disse que a compensação não é necessária. "Na minha tese, nem precisaria fazer essa compensação nesse tamanho. Tanto que para a prorrogação de 2021 não teve nenhuma compensação", disse. Segundo ele, cálculos da relatoria de receitas do Orçamento apontam uma compensação em torno de R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões.

Para compensar a renúncia gerada pela prorrogação da desoneração, o texto da lei aumenta apenas a alíquota de Cofins-Importação durante a vigência da medida, em um ponto porcentual, o que, segundo relator do projeto no Senado, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), vai garantir um saldo fiscal positivo de cerca de R$ 2,5 bilhões.

A lei estabelece também que "ato do Poder Executivo definirá mecanismos de monitoramento e de avaliação do impacto da desoneração da folha de pagamentos sobre a manutenção dos empregos nas empresas" atendidas pelo benefício.

Os setores alcançados pela medida são: calçados, call center, comunicação, confecção/vestuário, construção civil, empresas de construção e obras de infraestrutura, couro, fabricação de veículos e carroçarias, máquinas e equipamentos, proteína animal, têxtil, tecnologia da informação (TI), tecnologia de comunicação (TIC), projeto de circuitos integrados, transporte metroferroviário de passageiros, transporte rodoviário coletivo e transporte rodoviário de cargas.

O secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, anunciou nesta manhã que o INSS concluiu na última quinta-feira, 07, o leilão de 26 lotes da folha de pagamento, com ágio médio de 612%.

"O resultado foi extraordinário e vai gerar arrecadação estimada de R$ 24 bilhões em cinco anos", escreveu Marinho em sua página no Twitter.

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De acordo com o instituto, 23 instituições bancárias participaram do certame, em que concorreram pelo direito ao pagamento de novos benefícios que serão concedidos entre 2020 e 2024.

No primeiro ano, serão arrecadados R$ 1,3 bilhão, o que superou as expectativas iniciais, que eram de R$ 266 milhões.

"Resultado do aumento da concorrência de bancos e de melhores regras no edital. Garantia de maior eficiência, sem nenhum custo para os segurados", comentou Marinho.

O banco Crefisa foi o que mais arrematou lotes, dez no total. O banco Mercantil do Brasil (BMB) arrematou 8 lotes. Os bancos Agibank e Santander ficaram com três lotes cada e o bancos Itaú Unibanco e BMG ficaram com um cada.

De acordo com o INSS, o êxito do pregão pode ser atribuído à ampla competitividade decorrente do aperfeiçoamento das regras do edital que permitiram que bancos médios e de pequeno porte também pudessem concorrer. O instituto ressaltou que, além do aumento dos lances, o maior número de bancos permite uma ampliação da cobertura bancária para atender aos segurados.

Apenas 5% dos servidores ativos da administração pública federal custam 12% da folha de pagamentos da União e ganham um salário médio acima de R$ 340 mil por ano. Os números fazem parte do mais novo diagnóstico do Ministério da Economia, que ficou pronto nos últimos dias, e serviu para embasar a lista de prioridades para a votação da segunda onda de reformas estruturais no Congresso, depois da aprovação da PEC da Previdência.

A radiografia mostrou também que 80% das 440 rubricas remuneratórias (o que é pago além do salário-base) que existem no governo federal não têm equivalência no setor privado. Por exemplo: tanto no serviço público como na iniciativa privada, há o pagamento de auxílio-transporte, mas no funcionalismo são pagos também adicional de plantão hospitalar, licença prêmio de indenização judiciária e salário família.

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A reforma administrativa e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) emergencial, que aciona "gatilhos" (medidas duras) para a contenção de despesas obrigatórias, terão mais urgência na votação. A expectativa é de uma economia de R$ 27 bilhões nas despesas obrigatórias, se todas as propostas forem aprovadas. A divisão da agenda econômica no Congresso foi definida nesta segunda-feira, 21, pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).

Para a votação da reforma tributária, as duas Casas ainda terão de buscar consenso por meio da criação de uma comissão mista informal que será criada por Alcolumbre. Na prática, a discussão deve demorar mais. A ideia inicial é que o Senado Federal fique com a presidência da comissão e a Câmara, como a relatoria. Depois da convergência das propostas na comissão mista, a proposta será encaminhada para a Comissão Especial da reforma tributária da Câmara que analisa a PEC 45, do líder do MDB, Baleia Rossi (SP).

Novo serviço público

Com a reforma administrativa, será criado o novo serviço público do País com um redesenho de carreiras, mudança na forma de progressão e de entrada no concurso pública. Uma das propostas permitirá o concurso pela chamada "entrada lateral" para níveis mais elevados de uma carreira.

Na segunda-feira, Maia disse que deve aproveitar textos que já estão em tramitação na Casa para acelerar a reforma administrativa. A estratégia, porém, ainda depende do aval de lideranças e também da equipe econômica.

Segundo apurou o Estadão/Broadcast, a equipe econômica avalia aproveitar o trabalho e a "parceria" com o Congresso "dentro do possível". Algumas iniciativas já estão contempladas nessas propostas em tramitação, mas há algumas medidas - como a reestruturação das carreiras - que são de iniciativa privativa do Executivo e terão de ser encaminhadas pelo próprio governo.

Enquanto as mudanças da reforma não fazem efeito, depois da sua aprovação, a PEC dos gatilhos vai propor a suspensão da progressão dos servidores atuais e vedar novos reajustes. Esboço da proposta mostra uma reforma robusta e de grande alcance, com a reformulação do sistema de avaliação do servidor e regulamentação do desligamento por baixo desempenho.

A avaliação da equipe que elaborou a proposta de reforma é de que o sistema de avaliação atual não funciona.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em audiência pública realizada nesta terça-feira (14) na Câmara Municipal de Guarulhos, o secretário de Finanças do Legislativo Roberto Trota revelou que a Casa de Leis prevê um gasto de 62% (R$ 71,3 mi) do orçamento de R$ 115 milhões com a folha de pagamento. Entre concursados e comissionados, a Câmara possui aproximadamente 700 colaboradores.

De acordo com Trota, mesmo depois da readequação das contas, a Câmara não esteve próxima de atingir o teto limite da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Ele afirmou que existia a previsão de um déficit de aproximadamente R$ 14 milhões.

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Além da estimativa que existia em relação ao déficit nas contas do Legislativo, o dirigente ressalta que os procedimentos adotados foram fundamentais para que a Câmara pudesse economizar uma quantia superior a R$ 7 milhões. Para 2018, o orçamento será superior ao deste ano em 8%.

A Secretaria de Estado de Fazenda e Planejamento do Rio anunciou, ontem (28), que fará uma licitação da folha de pagamento do Executivo fluminense em 9 de agosto. Conforme o edital, o preço mínimo que deverá ser oferecido pelos bancos interessados é de R$ 1,318 bilhão.

A instituição financeira escolhida cuidará da prestação de serviços bancários, incluindo o processamento da folha de salário dos servidores ativos, inativos e pensionistas das administrações direta e indireta do Executivo, arrecadação de tributos e pagamentos de fornecedores. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A Operação Spectrum, da Polícia Civil, que cumpriu seis mandados de busca e apreensão e oito de prisão, foi deflagrada na última sexta-feira (12). A ação combate fraudes em folhas de pagamento. No entanto, um casal ainda estava foragido até à tarde do último sábado (13). 

De acordo com a Polícia Civil, Paulo Jorge Albuquerque e Glaucia Coatti foram encontrados em uma pousada na praia de Pipa, no litoral do Rio Grande do Norte. Além deles, mais seis pessoas já haviam sido presas por fraude nas folhas de pagamento de servidores públicos nos municípios de Goiana, em Pernambuco e João Pessoa, na Paraíba. 

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Deflagrada na manhã desta sexta-feira (12) pela Polícia Civil, a Operação Spectrums cumpre mandados de prisão contra suspeitos de participar de organização criminosa envolvida em desvio de dinheiro público no município de Goiana. Os alvos teriam fraudado as folhas de pagamento dos servidores da prefeitura do município entre 2009 e 2012. 

A ação policial acontece na própria cidade de Goiana e em João Pessoa-PB. Também estão sendo cumpridos seis mandados de busca e apreensão. 

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Os presos e materiais apreendidos estão sendo encaminhados à sede do Grupo de Operações Especiais  (GOE), no bairro do Cordeiro,  Zona Oeste do Recife. 

A operação conta com 50 policiais civis de Pernambuco e da Paraíba. A Polícia Civil divulgará os detalhes do esquema fraudulento e de seus envolvidos após o cumprimento dos mandados.

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) divulgou um relatório, nesta segunda-feira (25), apontando que 69% das prefeituras pernambucanas estão comprometendo mais de 54% da receita corrente líquida (RCL) com a folha de pessoal, ultrapassando os limites estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Os dados são relativos aos balanços do primeiro quadrimestre de 2016 apresentados pelas gestões municipais. 

A cidade com o percentual mais alto de comprometimento é em Barreiros, na Mata Sul, onde a folha retém 81,53% da RCL. Outras 127 também estão na lista, entre elas, Caruaru, no Agreste, com 55,42%; São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife (RMR), com 64,95%; e Belém de São Francisco, no Sertão, com 66,82%. Todas receberam uma notificação do TCE e estão passíveis de punições e impedimentos, como a impossibilidade de realizar concurso público. 

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O levantamento do Tribunal também constatou que 31 municípios estão comprometendo entre 48,6% e 54% de sua RCL com pessoal, ou seja, se enquadram entre os limites de alerta e prudencial. O Recife se enquadra neste perfil com 49,96% retido para a folha de pagamento. Segundo a LRF, apenas seis gestões se enquadram da porcentagem ideal, são elas: Ipojuca, Agrestina, Santa Filomena, Jaboatão dos Guararapes, Serrita e Canhotinho.

Com as principais lideranças da oposição em pré-campanha e ausentes na sessão da Comissão de Finanças da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), o secretário da Fazenda, Marcelo Barros, apresentou, sem questionamentos, o balanço do primeiro quadrimestre de 2016. De acordo com os dados, expostos nessa terça-feira (31), o estado arrecadou R$ 9,6 bilhões nos primeiros meses deste ano, R$ 287,3 milhões a mais que o mesmo período de 2015. O crescimento total foi de 3,1%, mas ficou abaixo da inflação. 

Segundo o relatório, o caixa teve uma redução de 1,9% na arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) e de 4,2% nos repasses do Fundo de Participação dos Estados (FPE). Ao confrontar os dados comparativos entre os quadrimestres de 2015 e 2016, Marcelo Barros mostrou que houve, ainda, uma elevação de 18,7% nas despesas com pessoal, que passaram de R$ 4,1 bilhões para R$ 4,9 bilhões. 

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Com isso, a despesa líquida do Poder Executivo com pessoal ficou em 47,1%, percentual acima do limite prudencial determinado pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) que é de 46,55%, mas está abaixo do limite máximo (49%).

Os investimentos, por sua vez, tiveram um crescimento de 15,3%, chegando a R$ 369,7 milhões, enquanto a despesa com a dívida cresceu 9,5%, passando de R$ 426,1 milhões para R$ 466,4 milhões. No primeiro quadrimestre de 2016, a Dívida Consolidada Líquida foi de 57,6% da Receita Corrente Líquida, contra 54% do igual período de 2015. O resultado primário – decorrente da diferença entre receitas e despesas – registrou um superávit de R$ 619,6 milhões no segundo bimestre, 51% menor do que no mesmo período do ano anterior.

“A despeito da contração na base econômica, o equilíbrio fiscal continua. O Estado vem reduzindo despesas de custeio e adotando investimentos como medidas anticíclicas para minimizar os efeitos da crise”, argumentou o novo secretário, que esteve na Alepe acompanhado pelo secretário de Planejamento e Gestão, Márcio Stefanni.

O governador Paulo Câmara (PSB) anunciou, nesta terça-feira (24), as áreas em que serão aplicados os recursos pagos pelo Bradesco, vencedor do leilão para a prestação de serviço da folha de pagamento dos servidores estaduais. De acordo com o socialista, o valor de R$ 696 milhões será aplicado em obras de infraestrutura, saúde, educação e segurança.

“Diante do agravamento da seca, vamos investir em obras relativas à água, como também na nossa malha rodoviária. Também faremos os investimentos necessários nas áreas de saúde, educação e segurança. Vamos fazer com que seja um dinheiro realmente muito bem aplicado”, garantiu Paulo Câmara após audiência com representantes da instituição, no Palácio do Campo das Princesas.

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Participaram da reunião Fernando Antônio Tenório, diretor departamental do Bradesco; Francisco Aquilino, diretor regional e Richard Jose Schwengber, gerente de Negócios do Poder Público.

Realizado pela Secretaria de Administração (SAD), nessa segunda-feira (23), o leilão seguiu modalidade pregão presencial - do tipo maior lance ou oferta. A disputa contou com a participação do vencedor Bradesco e também do banco Santander. 

O novo contrato firmado tem validade de 60 meses (cinco anos), a partir de 2 de fevereiro de 2016. Com um quadro de 220 mil servidores, entre ativos, inativos e pensionistas, a folha de pagamento do Estado é de R$ 790 milhões.

Um homem foi preso nesta segunda-feira (21) portando uma pistola calibre 380. Adriano Nascimento da Silva, de 22 anos, estava em frente a uma agência do Banco do Brasil, localizada no estacionamento do Supermercado Extra, no bairro da Madalena, Zona Norte do Recife, quando foi abordado por policiais militares.

A prisão ocorreu após denúncias apontarem que dois homens suspeitos estavam em uma motocicleta em frente a agência. Eles usavam fardamentos de uma prestadora de serviço da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe).

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A Polícia Militar enviou uma equipe para o local; ao avistar a viatura, um dos suspeitos conseguiu fugir. Adriano foi abordado e informou que aguardava a chegada de um veículo que faria um deposito bancário no valor R$ 240 mil - referente à folha de pagamento de funcionários de uma empresa - e que ele e o comparsa roubariam o dinheiro.

O suspeito foi autuado em flagrante delito pelo porte de arma de fogo e seguiu para uma unidade prisional do Estado.

Em um momento de tensão nos mercados, agravamento da crise política e deterioração dos indicadores econômicos, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse nesta quarta-feira, 5, que "ninguém quer uma ruptura em nenhum aspecto". Ao deixar reunião com o vice-presidente Michel Temer, Levy disse acreditar que será votado ainda neste ano o projeto de lei que revê a política de desoneração da folha de pagamentos, tema decisivo dentro do ajuste fiscal proposto pelo Palácio do Planalto.

"Obviamente (a revisão da política de desoneração) é um sacrifício para as empresas, mas o governo fez uma estratégia em que certamente teve na parte da previdência social, na parte do trabalhador e também a gente quer acabar com essa distorção das empresas. São bilhões de reais para umas tantas mil empresas", comentou o ministro a jornalistas, ao deixar o gabinete de Temer.

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Questionado sobre a possibilidade de o projeto de lei só ser apreciado no ano que vem, Levy disse que "há um mal-entendido". "Não tenho informações sobre isso. Tudo é conversa. Eu acho que não (fica para 2016), essa é uma parte muito importante do ajuste", afirmou.

Questão fiscal

Nesta terça-feira, 4, o Palácio do Planalto foi derrotado na tentativa de adiar a votação da PEC 443, que reajusta salários de servidores da Advocacia-Geral da União (AGU). A PEC 443 - uma das "bombas fiscais" em tramitação no Congresso Nacional - foi discutida na manhã desta quarta, 5, em reunião do vice-presidente Michel Temer com líderes da base na Câmara e os ministros do Planejamento, Nelson Barbosa, da Advocacia-Geral da União, Luís Inácio Adams, e da Aviação Civil, Eliseu Padilha.

"A situação econômica é séria. A questão fiscal é muito séria. A gente tem de ter tranquilidade e firmeza pra continuar o diálogo para alcançar as soluções que o Brasil precisa. Ninguém quer uma ruptura em nenhum aspecto, a gente precisa é garantir a recuperação econômica", ressaltou Levy.

Gols

Botafoguense, o ministro disse que a sua maior preocupação, no momento, é com a situação do clube carioca na Série B do Campeonato Brasileiro. "Minha maior preocupação é a falta de gols", desabafou, ignorando a pergunta do Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado, se a situação do governo estava pior que a do clube carioca.

O Botafogo ocupa atualmente o segundo lugar na tabela da Série B, com 30 pontos - o alvinegro acumula oito vitórias, seis empates e apenas duas derrotas.

Com receio de uma derrota em uma proposta considerada vital para o ajuste fiscal, o governo já trabalha com a possibilidade de uma manobra para adiar a votação prevista para esta quarta-feira, 10, do projeto que revê a política de desoneração da folha de pagamento.

Segundo um auxiliar da presidente Dilma Rousseff, dificilmente haverá tempo hábil para a construção de um acordo com o líder do PMDB na Câmara e relator da matéria, Leonardo Picciani (RJ). O peemedebista só chegou ao Brasil ontem à noite, na véspera da sessão prevista para analisar o texto.

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Enviado em março ao Congresso, primeiro na forma de medida provisória e depois como projeto de lei, o texto volta a onerar setores que recolhiam taxas no regime especial de tributação. Picciani, aliado do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), já anunciou que pretende poupar da elevação dos tributos os segmentos de comunicação, transportes, tecnologia da informação e de alguns itens da cesta básica. Essa hipótese é rechaçada pelo governo, sob o argumento de que exceções "abririam a porteira" para novas concessões, desconfigurando a matéria.

O Planalto tenta convencer Picciani a recuar e garantir que nenhum setor seja excluído do alcance da medida. Hoje, o presidente em exercício Michel Temer tem encontro marcado com o líder do PMDB e com Cunha logo de manhã, no Palácio do Jaburu. Mais tarde, uma nova reunião com lideranças da base para tratar do tema.

Como Picciani nem ainda sequer apresentou seu relatório e passou a última semana em viagem oficial ao exterior, as conversas emperraram. "Ninguém sabe e ninguém viu esse relatório", resume um aliado de Dilma. Há ainda outro fator que dificulta as conversas. A bancada fluminense do PMDB, que foi contemplada recentemente com o comando da companhia Docas do Rio de Janeiro, também reivindica diretorias hoje nas mãos do PDT e do PROS, que resistem a ceder espaço.

A seu favor, o governo tem a fila de votações na Câmara. O projeto das desonerações só pode ser votado se Temer retirar pedidos de urgência constitucional de um pacote anticorrupção. Caso o Palácio do Planalto opte por trabalhar para adiar a votação, Cunha já avisou que só colocará a matéria na ordem do dia novamente depois de uma nova rodada de deliberações da reforma política.

O modo como Picciani tem tratado o relatório gerou descontentamento em partidos da base, inclusive dentro do próprio PMDB. Deputados que representam setores não contemplados estão sob pressão e se queixam que o relatório não pode tratar o tema de forma "seletiva". "Não faz sentido você privilegiar determinados setores e punir outros. É oito ou oitenta: ou matamos a proposta no ninho - nós que defendemos os projetos que desoneraram a folha de pagamento - ou a gente não exclui nenhum setor", disse o deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG) ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

O Planalto mapeou a dissidência e vai usá-la para pressionar Picciani a mudar seu relatório. O governo também acenou que aceita ceder na questão do escalonamento da vigência das novas alíquotas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Câmara dos Deputados está renegociando com o Banco do Brasil e com a Caixa Econômica Federal a folha de pagamento dos 16 mil servidores da Casa, adquirida pelas duas instituições financeiras em 2008 por R$ 220 milhões. Esse valor, atualizado, chega a mais de R$ 300 milhões, graças à inflação e ao rendimento da aplicação.

O valor negociado atualmente ainda é mantido em sigilo, mas, segundo o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o valor é "bem representativo" e "bem maior" que o de sete anos atrás.

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"Não vamos perder a oportunidade de trazer esses recursos para a Câmara", disse Cunha, que participa diretamente da negociação com o Banco do Brasil. "Em economia ou em mercado, há sempre alguém querendo comprar, há sempre um chinelo velho para um pé cansado", afirmou o presidente.

As negociações ainda estão no início. Segundo a reportagem apurou, a composição do valor da última venda, com o valor da transação atual, mais uma contrapartida da iniciativa privada chega ao R$ 1 bilhão estimado para a construção do anexo 5, complexo de três prédios com gabinetes, um plenário novo e um shopping center.

O Estado apurou também que Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal têm interesse em manter a folha de pagamento dos 513 deputados, 3.349 servidores concursados, 1.573 cargos de natureza especial e 10.732 secretários parlamentares da Câmara.

Em fevereiro deste ano, a Mesa Diretora do Senado vendeu a folha de pagamento dos parlamentares e funcionários da Casa para BB e Caixa por R$ 100 milhões. Os dois bancos, que já administravam o pagamento desses salários, obtiveram o direito de gerenciar o serviço por mais cinco anos. O Senado ameaçou vender a folha de pagamento para os bancos privados, o que fez com que as instituições públicas aceitassem pagar mais do que tinham ofertado inicialmente.

Os bancos disputam as folhas de pagamentos de servidores públicos pela atratividade de ofertar crédito consignado a uma clientela de bons pagadores. Um deputado ganha, por mês, R$ 33,8 mil. Cada gabinete tem até R$ 78 mi mensais para os salários dos servidores. Para os concursados, a maior remuneração é de R$ 23 mil.

A Câmara aguarda ainda parecer do TCU (Tribunal de Contas da União) para saber se pode fazer automaticamente a renovação do contrato com o novo valor ou se será preciso realizar uma licitação.

Shopping

A ideia de Cunha é construir um shopping center próximo ao prédio do anexo 4 da Casa. O objetivo da construção é atrair a participação da iniciativa privada para financiar a obra do anexo 5, promessa de campanha do peemedebista quando disputou o comando da Câmara.

Segundo o deputado, o assunto ainda será debatido em reunião com a Mesa Diretora. Ele afirmou que é preciso esperar a publicação de uma proposta de manifestação de interesse - uma espécie de prévia do processo de participação da iniciativa privada - para avaliar a viabilidade do projeto. A ideia é que o complexo do anexo 5 tenha três prédios, um plenário novo e um shopping a serem construídos por meio de parceria público-privada. Cunha afirmou que sua intenção é não trazer mais despesas para a Câmara. "Ninguém vai fazer shopping com dinheiro público", declarou.

A reversão da desoneração na folha de pagamento anunciada pelo Ministério da Fazenda na semana passada pode causar um novo "tarifaço", dessa vez no transporte público. Empresários das companhias de ônibus garantem que lutarão para que a alíquota do setor não suba dos atuais 2,5% para 4% sobre o faturamento, mas alertam que, se o governo federal mantiver a medida, as prefeituras terão que reajustar as passagens em R$ 0,15 a partir de junho.

De acordo com os cálculos da Associação Nacional da Empresas de Transportes Urbanos (NTU), o aumento da alíquota irá gerar um custo adicional ao setor de R$ 750 milhões por ano. Como a elevação do imposto deve valer a partir de junho, a conta para as empresas do setor será de cerca de R$ 400 milhões em 2015. "A desoneração da folha para o setor em 2013 levou a uma redução imediata de R$ 0,15 nas tarifas em todo o País. Se o benefício puxou as tarifas para baixo, agora será necessário um aumento na mesma proporção", avalia o presidente da NTU, Otávio Cunha.

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Na cidade de São Paulo, por exemplo, a passagem de ônibus, que já subiu de R$ 3 para R$ 3,50 em janeiro deste ano, chegaria a R$ 3,65. Os novos R$ 0,15 de aumento significariam um reajuste extra de 4,28% nas tarifas do município. Segundo Cunha, a associação já enviou à Frente Parlamentar dos Transportes duas propostas de emendas à Medida Provisória 669 para manter a alíquota do setor em 2,5%. "Ainda que o Congresso Nacional consiga aprovar uma emenda, a presidente Dilma Rousseff pode vetá-la", pondera o executivo. Por isso, a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) também será procurada para ajudar a pressionar o governo federal. "A equipe econômica toma uma medida, mas o problema vai parar mesmo é nas mãos dos prefeitos, que precisarão aumentar as tarifas", completa.

A NTU alega que já existem defasagens nos preços atuais das passagens, uma vez que a elevação do preço do diesel - graças a outra medida da Fazenda, com a recomposição da Cide sobre o combustível - ainda não foi totalmente repassada para a maioria das tarifas. "Essas defasagens de preço do diesel as empresas conseguem acumular até o reajuste anual seguinte. Mas o impacto da folha de pagamentos é diferente e requer uma revisão imediata das tarifas, como aconteceu quando a alíquota foi reduzida", argumenta.

Com o possível "tarifaço", Cunha alerta para a probabilidade de novas manifestações como as que ocorreram por todo o País em junho de 2013. "Não queremos essa hipótese e lutaremos para que o benefício aos usuários seja mantido. Não podemos remar para trás na questão do transporte público", conclui o presidente da NTU.

As farmácias, os escritórios de engenharia e arquitetura e as empresas de transporte de afretamento ficarão fora da desoneração da folha. O presidente da República em exercício, Michel Temer, vetou a inclusão dos setores no regime especial de contribuição previdenciária.

Segundo o secretário executivo adjunto do Ministério da Fazenda, Dyogo Oliveira, a falta de recursos para arcar com novas desonerações incluídas durante a tramitação da Medida Provisória (MP) 651 no Congresso Nacional justificou o veto. “Tinham sido incluídos setores, mas em virtude da falta de compensação das renúncias fiscais, eles foram vetados”, declarou.

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Com os vetos, permanece em 56 o número de setores da economia beneficiados pela desoneração da folha. Nesse regime, os empresários deixam de pagar 20% da folha de pagamento para a Previdência Social e pagam 1% ou 2% sobre o faturamento, dependendo do setor.

A MP 651 tornou permanente a desoneração da folha para os setores beneficiados. O incentivo originalmente acabaria no fim do ano. De acordo com Dyogo, o texto publicado hoje no Diário Oficial da União tem um erro que excluiu as empresas de serviços na desoneração permanente. Ele disse que, nos próximos dias, o governo editará uma errata para fazer a correção, sem a necessidade de publicar novamente a lei.

O governo vetou outras emendas parlamentares que ampliariam desonerações em vigor. Um dos artigos previa a inclusão de fabricantes de guindastes e pórticos (dispositivos que transportam cargas) no Reporto, regime que desonera investimentos em portos e ferrovias. Segundo Dyogo, a emenda não se relacionava aos fundamentos do programa, criado para beneficiar operadores de portos e ferrovias, não fabricantes.

A renúncia fiscal com a desoneração da folha de pagamento mais que dobrou nos dois primeiros meses de 2014 na comparação com o mesmo período de 2013. A inclusão de 16 setores da economia que não eram beneficiados pela medida no início do ano passado levou o Tesouro Nacional a deixar de arrecadar R$ 3,59 bilhões em janeiro e fevereiro deste ano, ante R$ 1,6 bilhão no primeiro bimestre de 2013.

Segundo a Receita Federal, em todo o ano passado, o Tesouro Nacional deixou de arrecadar R$ 13,2 bilhões com a medida. O novo regime de contribuição para a Previdência Social foi adotado em 2011. Atualmente, 56 segmentos da indústria, do comércio, dos serviços e dos transportes têm desoneração da folha de pagamento.

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A mudança beneficia principalmente as empresas que geram mais postos de trabalho. As companhias beneficiadas deixaram de pagar 20% da folha de pagamento como contribuição patronal à Previdência Social e passaram a pagar 1% ou 2% do faturamento, dependendo da atividade.

Cálculos do Ministério da Fazenda indicam que a alíquota neutra, que não teria impacto na arrecadação federal, seria de 2,2% do faturamento, na média, e chegaria a 4,6% em determinados setores. As novas alíquotas implicam em custos para o governo, já que o Tesouro Nacional compensa o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) com a diferença que deixou de ser arrecadada com o novo regime. (Com informações da Agência Brasil)

Após pressão do empresariado, mais uma vez o governo decidiu prorrogar o início da obrigatoriedade de adesão ao eSocial. O novo sistema, conhecido também como folha de pagamento digital, unifica em um único ambiente online todas as informações fiscais, previdenciárias e trabalhistas enviadas pelas empresas ao governo.

Agora, as empresas de lucro real, com receita anual acima de R$ 78 milhões, terão de iniciar a transmissão obrigatória de dados via eSocial a partir de outubro de 2014, com substituição definitiva das atuais guias de recolhimento a partir de janeiro de 2015 - mesma data em que as demais empresas começam a aderir ao projeto.

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A falta de uma comunicação clara tem sido uma das marcas da implantação do eSocial. Em 17 julho do ano passado, o Ato Declaratório Executivo nº 5 aprovou o leiaute do eSocial, ou seja, as regras para funcionamento do sistema, e instituiu a data de janeiro de 2014 para início da obrigatoriedade de adesão ao sistema. Esse prazo inicial foi adiado posteriormente, mas sem divulgação oficial, para abril deste ano. Segundo fontes, havia depois o plano de prorrogar a adesão para junho deste ano. A informação divulgada agora confirma a data de outubro.

"Não consideramos essa mudança um adiamento, mas sim o resultado de um debate com a sociedade para finalizar a elaboração e publicar o ato normativo que vai instituir o eSocial no âmbito de todos os órgãos participantes", diz a nota enviada pela Receita Federal. Além do Fisco, a equipe de gestão do eSocial é composta pelos representantes da Previdência Social, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e do Conselho Curador do FGTS.

As empresas também aguardam a divulgação de uma portaria sobre o assunto. Um Acordo de Cooperação Técnica do eSocial, assinado pelo MTE em janeiro deste ano para gestão conjunta do projeto entre os órgãos federais, prometia a publicação de portaria interministerial "nos próximos dias", o que não foi cumprido até agora.

Em janeiro, o ministro Guilherme Afif Domingos, responsável pela Secretaria da Micro e Pequena Empresa, criticou o projeto. Afif disse, em sua página pessoal no Facebook, que o eSocial vai apenas digitalizar a burocracia e levar para o virtual tudo aquilo que já não deve mais ser usado nem no papel.

Entenda

Como envolve mudanças organizacionais e na maneira como as informações circulam dentro das empresas e chegam até o governo, empresários temem que o ambicioso projeto do eSocial aumente custos, em vez de diminuir a burocracia. E, justamente por isso, reclamam do prazo curto para adesão ao sistema.

A promessa do governo é de simplificar o trabalho das empresas na prestação dessas informações ao governo. Por outro lado, há a expectativa de aumento da arrecadação. Uma previsão conservadora da Receita prevê um aumento de R$ 20 bilhões na arrecadação por ano, já que o sistema, por ser online, facilitará o cruzamento de dados e a verificação de falhas e fraudes.

"O projeto ainda não está maduro e precisa de aperfeiçoamento", afirmou, em nota, o presidente do Sescon-SP, sindicato que representa as empresas contábeis, Sérgio Approbato Machado Júnior.

As entidades do governo envolvidas no projeto, contudo, discordam dessa visão. "Não é esse o espírito (aumentar os custos). A ideia é simplificar, baratear e diminuir os erros", afirma Henrique Santana, gerente nacional do FGTS, da Caixa Econômica Federal.

Segundo ele, o eSocial deve melhorar a comunicação do trabalhador com o governo federal. "O eSocial vai permitir identificar o direito do trabalhador a um saque de FGTS antes mesmo de ele ter que juntar toda a documentação que é exigida dele", diz.

A sócia da área de outsourcing da Deloitte, Angela Castro, concorda com essa visão. Segundo ela, o funcionário poderá ter um maior controle sobre seus direitos trabalhistas, como aposentadoria, FGTS e informações do holerite. "O ganho em transparência é enorme. Daqui a algum tempo não será mais necessário o trabalhador correr atrás dos seus direitos para provar que pode aposentar, pois o próprio sistema do eSocial vai acusar isso", diz Angela.

No início, haverá um processo de adaptação das empresas, o que significa que o envio atual das informações deverá coexistir por um período com o eSocial. No futuro, a ideia é aposentar todos os envios existentes hoje.

O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) é um que deverá ser extinto. "A partir do eSocial, os dados ficarão num só lugar. Quando estiver em pleno funcionamento, não haverá mais a necessidade de informar a Rais e o Caged, porque os dados já estarão lá", afirma José Alberto Maia, coordenador do projeto do eSocial no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

A política de desoneração da folha de pagamentos de setores selecionados pelo governo federal parece cara diante do resultado verificado até agora. De acordo com especialistas em contas públicas consultados pela reportagem, a renúncia fiscal da medida, que chegará a 56 setores, ao todo, a partir do ano que vem, é grande demais quando cruzada com as consequências sobre a atividade econômica. O governo estima em R$ 21,4 bilhões a renúncia total em 2014, ante R$ 16,5 bilhões neste ano.

Divulgado na segunda-feira pelo jornal O Estado de S.Paulo, o primeiro estudo do Ministério da Fazenda sobre os efeitos da política aponta que a desoneração da folha de pagamentos para os três setores que inauguraram a medida (couro e calçados, confecção e TI), em dezembro de 2011, gerou um potencial de 21,3 mil vagas formais a serem criadas nesses setores. Até julho deste ano, esses mesmos segmentos representaram uma renúncia fiscal da ordem de R$ 3 bilhões.

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"Isso quer dizer que cada emprego potencial nesses três segmentos terá custado R$ 140,8 mil aos cofres públicos, ou R$ 7 mil por mês, desde que ela começou", afirmou José Roberto Afonso, especialista em contas públicas da FGV-Rio. "Considero um valor muito alto, mas a falta de informações mais precisas complica uma análise melhor", disse o economista.

Em estudo recente, Afonso e o economista Gabriel Leal, da FGV-Rio, usaram dados da Receita Federal e estimaram que a renúncia fiscal será muito maior do que a estipulada pelo Ministério da Fazenda. De acordo com os economistas, a renúncia em 2014 será de R$ 27 bilhões, num cenário otimista, a R$ 34,8 bilhões, num quadro pessimista.

O economista Geraldo Biasoto, professor da Unicamp, afirmou que a medida, considerada uma das principais do governo Dilma Rousseff, foi feita da forma errada, ao criar uma nova contribuição sobre o faturamento das empresas, e não substituir a tributação para financiar a Previdência Social da folha do pagamento para o valor agregado pela indústria.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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