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Com a proximidade das eleições, deputados ampliaram o gasto de dinheiro público para fazer autopromoção. Desde o início do mandato, os parlamentares usaram R$ 179 milhões com a divulgação de seus mandatos nas bases eleitorais e, principalmente, na internet. Somente no primeiro bimestre deste ano eleitoral, foram R$ 10,7 milhões destinados à divulgação de suas imagens. O valor supera o que foi gasto no mesmo período de 2021, quando não havia eleição, e dá aos deputados vantagem competitiva em relação aos candidatos que não têm mandato.

A verba sai de uma cota que os congressistas usam para custeio de seus mandatos. Podem pagar despesas de alimentação, transporte, segurança e contratação de consultorias. No ano eleitoral, porém, grande parte dos deputados decidiu ampliar os gastos com promoção de suas atividades, turbinando a divulgação de postagens nas redes sociais.

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Ao destinar dinheiro para impulsionar suas publicações, deputados conseguem atingir um maior número de eleitores. As plataformas permitem a delimitação de um público alvo, e publicações específicas chegam a um número de internautas que não seria possível com um post não patrocinado. Com R$ 100, por exemplo, é possível alcançar mais de 10 mil pessoas. Tudo é pago com dinheiro público.

Para o cientista político e professor da Mackenzie Rodrigo Prando, a cota para propaganda é uma vantagem para o parlamentar. "Obviamente, é uma vantagem competitiva em relação, por exemplo, aos que concorrem pela primeira vez", afirmou. Prando considera que essa divulgação deveria servir como prestação de contas do deputado ao eleitor.

Os dados refletem essa vantagem dos que têm mandato. A taxa de reeleição no País está na casa dos 60% (índice de 2018). Em 2014, chegou a 70%. Não à toa, o valor gasto com promoção do mandato pelos atuais deputados é maior do que o registrado no período anterior. Foram R$ 179 milhões de 2019 até fevereiro deste ano ante R$ 168 milhões na legislatura passada.

O líder do PL, Wellington Roberto (PB), consumiu R$ 1,2 milhão de recursos públicos para autopromoção nesta legislatura. O deputado vai tentar o sexto mandato. O dinheiro foi destinado à edição de materiais gráficos, consultorias e a um blog da Paraíba pago para fazer "divulgação de notícias referentes ao mandato". Ele foi o parlamentar com maior gasto desse tipo na Câmara.

Candidata ao governo de seu Estado, a deputada Mara Rocha (PSDB-AC) gastou R$ 1,1 milhão para promover seu mandato. A parlamentar acriana privilegia rádios e sites regionais, além de consultorias de comunicação. Jéssica Sales (MDB-AC) e Paulo Teixeira (PT-SP) são os outros que alcançaram patamar milionário. A emedebista aposta na propaganda em rádios locais e usou a verba para contratar serviços de seis empresas. Do milhão gasto pelo petista, 70% foram destinados a uma empresa que faz as gestões das redes sociais do parlamentar.

Lucro

Levantamento do Estadão/Broadcast mostra ainda que, apesar do foco em veículos de comunicação locais, o perfil da propaganda vem mudando. Nos últimos dois anos, o Facebook se consolidou como a empresa que, individualmente, mais lucra com a autopromoção de congressistas entre as mais de 5 mil contratadas para a finalidade. Na atual legislatura, já são R$ 2,2 milhões gastos para disseminar posts dos políticos no Facebook e no Instagram.

Em 2021, os deputados pagaram R$ 1,07 milhão à empresa de Mark Zuckerberg. O valor é quase três vezes maior que os R$ 471 mil pagos à segunda que mais faturou com a cota parlamentar no ano passado - uma empresa de consultoria e gestão de redes sociais.

Com atuação discreta no plenário, Weliton Prado (PROS-MG) é o deputado que mais gastou com posts patrocinados, R$ 231 mil. Ele costuma impulsionar fotos em reuniões com sindicalistas e representantes de hospitais, além de compras de equipamentos viabilizadas por meio de suas indicações. "Entregue! Ambulância UTI Móvel para Santa Juliana. Emenda de minha autoria no valor de R$ 300 mil, atendendo reivindicação da vereadora Erica Naves e do deputado Elismar Prado", escreveu em uma publicação. A propaganda alcançou 8 mil pessoas, mais da metade da população total do município. Procurado para comentar a estratégia, ele não se manifestou.

Célio Studart (PSD-CE), por sua vez, gastou com Facebook nesta legislatura R$ 108 mil. Defensor da causa animal, não impulsiona somente publicações relacionadas à atuação parlamentar em defesa da dignidade dos bichos. Costuma pagar para que seus posts de resgate e recuperação de cachorros abandonados cheguem a mais gente.

Segundo o deputado, é uma forma de falar com um eleitor qualificado, que não deu a ele um mandato para um trabalho de distribuição de emendas para prefeituras. "É mais eficiente. Conseguimos atingir um público-alvo. Um outdoor numa avenida, por exemplo, não conseguimos saber com precisão qual é o público alcançado."

Embora restrita para divulgação do mandato, deputados usam a verba para a narrativa política geral. Sidney Leite (PSD-AM) usou R$ 95 mil da cota para alavancar publicações. Entre elas, algumas sobre datas comemorativas, aniversários de cidades amazonenses e de críticas ao governo estadual. "Vivemos um caos na saúde do Estado do Amazonas, além de todas as dificuldades impostas pela pandemia, existem mais de 100 mil pessoas na fila de regulação", publicou em junho passado.

O pré-candidato à Presidência André Janones (Avante-MG) também aparece na lista de maiores cifras usadas para aparecer mais no Facebook durante o mandato, R$ 92 mil. A estratégia digital do deputado já lhe rendeu, em 2020, um recorde de live mais comentada entre usuários do Ocidente ao falar de auxílio emergencial.

TSE

O crescimento de pagamentos ao Facebook é influenciado por uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral, de agosto. Os ministros entenderam que não há propaganda eleitoral antecipada no impulsionamento de publicações nas redes sociais, desde que não haja pedidos de votos.

Cada deputado tem, em média, R$ 40 mil mensais da chamada cota parlamentar. O valor varia de Estado para Estado. A divulgação do mandato costuma ser a principal finalidade da verba, vantagem que pode ser estratégica na busca da reeleição. Com o mecanismo, deputados do baixo clero conseguem trabalhar suas imagens nas bases e encurtam caminhos para um novo mandato. A tendência é a de que os gastos sejam contidos em abril. Uma regra da Câmara veda essa despesa seis meses antes da eleição da qual o deputado vai participar.

Doutoranda em Ciência Política pela USP e pesquisadora do Observatório do Legislativo Brasileiro (OLB), Joyce Luz criticou o crescimento da despesa com promoção em ano eleitoral. "Esse gasto deveria ser permanente ao longo dos anos, e não aumentar perto das campanhas", disse ela.

Contato

Os deputados afirmaram que todas essas despesas são legais, lastreadas no interesse público e na necessidade de prestar contas e informar a população sobre a atividade em Brasília. Wellington Roberto disse que seu perfil de atuação é municipalista, o que demanda um contato permanente com as cidades da Paraíba. "Faço informativos impressos e uma série de ações para fazer a nossa atuação chegar. O cidadão e a cidadã ainda gostam muito de ver, de ler, de pegar um folheto. Por isso, deixo documentado", afirmou.

A equipe de Mara Rocha informou que os custos da deputada são similares aos dos demais parlamentares e que a realidade social de grande parte dos eleitores do Acre exige um contato mais direto, por meio de rádios, sites, outdoors e informativos impressos. "Durante a pandemia, a divulgação ajudou muito com relação aos abonos e pagamentos do governo. Era uma forma de informar a essas pessoas. São 22 municípios distribuídos de forma irregular. Para isso é necessário um tipo de abordagem."

Alexandre Padilha (PT-SP), que gastou R$ 953 mil, disse que a comunicação direta sempre foi uma marca de sua atuação política e que a demanda por informações das bases aumentou muito durante a pandemia por causa da atuação do governo Jair Bolsonaro. Os demais citados na lista de maiores gastos não responderam até a conclusão desta matéria. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) prevê um gasto de até R$ 59 milhões em segurança armada pelos próximos dois anos e meio - período que inclui as eleições de outubro. O montante abrange despesas com proteção privada em residências de ministros, vigilantes armados nas dependências da Corte e grades de metal. O valor será destinado à renovação do contrato de uma empresa terceirizada que expirou no início deste ano.

Em 2017, a Corte firmou um contrato de R$ 16 milhões com a empresa que fez a vigilância armada do tribunal até o início deste ano. Desde então, o custo anual do tribunal com segurança privada se manteve, o que equivale a uma despesa mensal de R$ 1,3 milhão. Caso a renovação prevista para os próximos dois anos e meio utilize totalmente os recursos fornecidos pelo tribunal, o gasto mensal subirá para cerca de R$ 2 milhões por mês.

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Num momento de crise econômica, o reforço na segurança pessoal será destinado apenas a um seleto grupo de juízes. Com exceção dos ministros que assumem as cadeiras destinadas a advogados - como Carlos Horbach, Sérgio Banhos e alguns suplentes -, os demais integrantes do colegiado já são servidos pela polícia judicial dos respectivos tribunais. A proteção se aplica aos magistrados do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A licitação em curso confere, portanto, um grau adicional de resguardo aos integrantes de tribunais superiores.

No edital de contratação deste ano, o setor de licitações do TSE argumenta ser necessário o investimento em vigilância armada, incluindo a casa dos magistrados, para "resguardar a democracia e o trâmite dos processos da Justiça Eleitoral". A Corte afirma ser preciso proteger "o patrimônio e a integridade física dos senhores ministros", assim como os "inúmeros processos que estão em suas residências para julgamento", uma vez que "tais autoridades constituem o nível máximo de representação da Justiça Eleitoral". No processo parcial de licitação, sem serem aprovados critérios técnicos, a empresa favorita para vencer a disputa deu um lance de R$ 47 milhões para oferecer os serviços.

O aumento de despesas em segurança ocorre em meio a ataques ao processo das eleições por parte do presidente Jair Bolsonaro e de sua militância. Empossado presidente do tribunal com o slogan "paz e segurança nas eleições", o ministro Edson Fachin e a instituição demonstram se preparar, desde o início deste ano, para um cenário de confronto.

‘PADRÃO’

Ao Estadão, a assessoria do TSE descartou a hipótese de que as contratações sejam voltadas a possíveis episódios de violência durante as eleições. Segundo o tribunal, as grades de proteção são "equipamento padrão utilizado em eventos diversos", desde a organização do tráfego ao isolamento de áreas e "segurança orgânica". O tribunal também informou não ter identificado riscos de depredação ou vandalismo da sede que justificassem a aquisição. "Tudo isso visa a garantir a autonomia e independência do Poder Judiciário e seus membros, sendo que o TSE, dos Tribunais Superiores, era o que detinha a mais acanhada estrutura de segurança, o que vem demandando gastos para prover sua Polícia Judicial de condições de cumprimento de suas atribuições de segurança orgânica e pessoal", disse o TSE.

‘RISCOS’

Professor de Direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Rio), Wallace Corbo vê relação do investimento em segurança por parte do TSE à crescente onda de ameaças à realização das eleições. Para ele, o gasto com vigilância na casa dos ministros está vinculado também à vulnerabilidade desses locais em comparação com os tribunais, aos riscos de ataques a seus familiares e à possibilidade de violação de processos sigilosos.

Corbo afirmou que uma investida violenta nessas áreas teria efeitos no exercício das funções dos ministros em um período decisivo para a Justiça Eleitoral. "Os magistrados não podem estar sujeitos a decidir com medo desses riscos", disse. Ele observou que os ministros, assim como o tribunal, já têm uma estrutura de segurança. "Porém, quando chegamos a uma situação extraordinária como a de hoje, com riscos sem precedentes à democracia e às eleições, faz algum sentido, aparentemente, que o TSE adote medidas adicionais, com custos adicionais também sem precedentes."

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Comissão de Educação (CE) aprovou nesta quinta-feira (24) convite para que o secretário especial de Cultura do Ministério do Turismo, Mário Frias, preste esclarecimentos sobre gastos com viagens oficiais. De acordo com o senador Jean Paul Prates (PT-RN), autor do requerimento (REQ 4/2022), a secretaria gastou R$ 98 mil em viagens de Frias, do secretário-adjunto Hélio Ferraz e do subsecretário André Porciúncula aos Estados Unidos, entre dezembro de 2021 e janeiro de 2022.

A data para a audiência ainda não foi divulgada. Como se trata de um convite, o secretário não é obrigado a atender.

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Segundo Jean Paul, a secretaria não presta esclarecimentos sobre os gastos. Para o senador, é preciso esclarecer a ida do secretário aos Estados Unidos — que, segundo informações publicadas na imprensa, teria sido motivada para discussão de “projeto cultural” com o lutador de jiu-jitsu brasileiro Renzo Gracie. 

“O secretário chegou a entrar com uma ação judicial pedindo indenização às companhias aéreas dessa viagem, na ordem de mais R$ 33 mil, por ter atrasado a entrega da bagagem. Ou seja, o secretário pretendia receber indenização por atraso na entrega de bagagem numa viagem paga pelo recurso público federal. E para completar, o motivo dessa viagem longa e cara foi encontrar-se com um tal de Renzo Gracie, que curiosamente é conhecido por ter publicado, recentemente, lemas nazistas”, argumentou.

Fonte: Agência Senado

O papa Francisco criticou nesta quinta-feira (24) a promessa de alguns países ocidentais de aumentar seus gastos militares para até 2% do PIB (produto interno bruto) em função da invasão russa na Ucrânia.

Em audiência com uma entidade italiana de direitos da mulher, o líder da Igreja Católica afirmou que a resposta à crise não deve ser dada com "outras armas, outras sanções e outras alianças político-militares", mas sim com "um modo diverso de governar o mundo".

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"Senti-me envergonhado quando li que um grupo de países se comprometeu a gastar 2% do PIB com a compra de armas para responder ao que está acontecendo. Loucos!", afirmou Francisco.

Diversos membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) anunciaram nas últimas semanas o aumento de suas despesas militares para fazer frente à Rússia, e a própria Câmara dos Deputados da Itália, país onde fica o Vaticano, aprovou uma resolução que compromete o governo a elevar os gastos com defesa para 2% do PIB.

"A história dos últimos 70 anos demonstra que nunca faltaram guerras regionais, por isso eu disse que estávamos em uma terceira guerra mundial fatiada, até chegarmos nesta, que tem uma dimensão maior e ameaça o mundo inteiro. Mas o problema de base é o mesmo: o mundo continua sendo governado como um xadrez onde os poderosos estudam os movimentos para estender seu predomínio", acrescentou o Papa.

De acordo com o pontífice, o conflito na Ucrânia é "fruto da velha lógica de poder que ainda domina a assim chamada geopolítica".

As declarações coincidem com uma cúpula de líderes da Otan em Bruxelas, durante a qual foi decidido o envio de mais tropas da aliança para países do leste europeu, como Bulgária, Romênia, Eslováquia e Hungria, sendo que os três últimos fazem fronteira com a Ucrânia.

Da Ansa

As férias do presidente Jair Bolsonaro (PL), juntamente com a comitiva presidencial, custou aos cofres públicos R$ 130.795,96 por dia. O valor foi referente a uma semana em que o Chefe de Estado e o grupo presidencial passaram no Guarujá, no litoral de São Paulo, na véspera do Natal.

Ao todo, de acordo com informações divulgadas pelo Palácio do Planalto, obtidas por meio da Lei de Acesso à Informação pelo G1, foram gastos R$ 915.571,72. Neste período, Bolsonaro não participou de atividades oficiais e realizou passeios de moto e Jet Ski com a filha, Laura. Além disso, o presidente se encontrou com autoridades de modo informal.

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Ainda de acordo com informações do portal, a estadia durante o Natal contabilizou gastos maiores do que o período de Ano Novo, que contou com oito dias de repouso, também sem agenda oficial, e gasto diário de R$ 64.022,54, somando R$ 512.180,31.

O Tribunal de Contas da União (TCU) atendeu ao pedido do senador Fabiano Contarato (PT-ES) e vai investigar os gastos do cartão corporativo do presidente Jair Bolsonaro (PL). Além dos pagamentos com recursos federais, a apuração visa identificar possíveis irregularidades na publicidade das compras.

"A atual gestão vem utilizando os cartões corporativos de modo indiscriminado e com pouca responsabilidade fiscal, o que contrasta com a grave situação em que vivem as contas públicas do governo federal", pontuou Contarato. O senador enfatizou que o aumento de gastos pessoais ocorre enquanto a gestão corta investimentos em áreas sensíveis, como na defesa do Meio Ambiente.

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Em três anos de gestão, Bolsonaro gastou R$ 30 milhões. O montante é 19% maior do que os quatro anos do mandato que se dividiu nas gestões de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB). Só em 2021, o atual presidente usou R$ 11,8 milhões com o cartão corporativo, um valor recorde em comparação aos pagamentos anuais dos últimos oito anos.

De cada R$ 10 recebidos pelos partidos de dinheiro público em 2015, R$ 1 foi gasto de forma questionável. Esse foi o entendimento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ao julgar as prestações de contas das siglas. Entre as despesas que a Justiça Eleitoral reconheceu como irregulares estão compras de itens de luxo, festas, reforma em imóveis de dirigentes, viagens injustificadas, pagamentos em duplicidade e honorários para advogados de réus da Lava Jato, além de indícios de falsidade ideológica.

Embora as despesas sejam de quase sete anos atrás, esse é o período mais recente analisado pela Justiça Eleitoral. Toda a movimentação do Fundo Partidário desde então ainda está passível de apreciação pelo TSE. O tribunal prioriza a avaliação de gastos eleitorais, principalmente dos vencedores, mas as despesas dos derrotados e dos partidos não seguem o mesmo ritmo, até porque os prazos são menos exíguos.

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Dos R$ 811 milhões disponíveis para os partidos em 2015, R$ 76,8 milhões foram considerados irregulares pelo TSE. Naquele ano, nenhuma sigla passou incólume pelo crivo. Tiveram as contas reprovadas 20 legendas. Outras 13 foram aprovadas com ressalvas.

As informações sobre o Fundo Partidário foram reunidas pela iniciativa Freio na Reforma, composta por entidades da sociedade civil, diante da discussão no Congresso de projetos que modificam os sistemas de prestação de contas. As propostas estão em tramitação no Senado - inclusive a que acaba com o prazo de cinco anos para a apresentação de documentos referentes às despesas do Fundo Partidário.

QUESTIONAMENTO. Enquanto alguns partidos tiveram irregularidades em menos de 1% dos recursos recebidos, outros tiveram a metade do dinheiro aplicada de forma questionável, segundo o TSE. Depois da apresentação das contas, há uma análise pela área técnica da Justiça Eleitoral e as legendas são instadas a apresentar justificativas. Só então as prestações vão a julgamento.

Quando a irregularidade é confirmada, há a obrigatoriedade da devolução dos recursos, que são depositados no próprio fundo. Já para a responsabilização dos envolvidos, a legislação prevê que ela só ocorrerá se for dolosa (intencional), que signifique enriquecimento ilícito e que represente lesão ao patrimônio do partido. Além da dificuldade de cumprir todos esses critérios, ainda demanda a proposição de ação pelo Ministério Público Eleitoral. E, muitas vezes, o tempo transcorrido entre a descoberta da ilicitude e a conclusão do processo é tão grande que o caso prescreve.

AERONAVE. A lista das legendas que mais gastaram valores do Fundo Partidário de forma irregular é encabeçada pelo PROS, com R$ 10,7 milhões considerados como gastos irregulares. Do total, chama a atenção o investimento de R$ 3,1 milhões que o partido fez na compra de aeronaves. Segundo a Justiça Eleitoral, 60% dos deslocamentos ocorreram entre as cidades de Formosa e Goiânia, ambas em Goiás. Além de Formosa fazer parte do reduto eleitoral do então presidente do partido, Eurípedes Júnior, os dois municípios estão a apenas 280 quilômetros de distância. Os gastos com manutenção e combustível passaram de R$ 140 mil.

Como mostrou o Estadão, a compra de um helicóptero R66-Turbine foi o motivo da destituição de Eurípedes da presidência da sigla em 2020. Na ocasião, também foi revelada a compra de um avião. O TSE identificou uma terceira aeronave nas contas do PROS, um avião EMB810D Seneca III, da Embraer. O TSE afirmou que é preciso coibir "práticas recorrentes quanto à atuação de líderes partidários que agem como ‘donos’ das agremiações, em perfeita confusão entre seus interesses e fins partidários." Procurado, o partido não respondeu à reportagem.

Também o PT teve as contas desaprovadas por não comprovar de forma satisfatória o uso de R$ 8,3 milhões. O montante inclui o gasto de quase R$ 500 mil para a contratação de advogados de réus da Lava Jato, entre eles o ex-tesoureiro do partido Paulo Ferreira. A Justiça identificou que os serviços advocatícios não tinham vínculo com a atividade partidária. "Constitui irregularidade grave, na medida em que recursos públicos estão sendo utilizados ao amparo de causas individuais e personalíssimas, de evidente afronta aos princípios da administração pública." Em nota, o PT afirmou que apresentou, em outubro, recurso ao Supremo Tribunal Federal contra o acórdão do TSE.

O mau uso de R$ 7 milhões do Fundo Partidário colocou o Patriota no pódio das siglas que tiveram as maiores quantias questionadas. Uma chácara no município de Barrinha (SP) "ganhou" R$ 50 mil em benfeitorias, como TV, frigobar, ar-condicionado e câmera de segurança. O dinheiro público também foi usado para compras de supermercado e a contratação de uma pessoa para fazer a limpeza do local. A chácara pertencia ao então presidente do partido, Adilson Barroso.

À Justiça, o partido alegou que a chácara cumpria o papel de sede administrativa da sigla, mesmo localizada a 343 quilômetros da capital. O TSE afirma que a legenda não comprovou tal vinculação. Procurado, Barroso não respondeu.

SEM CONTROLE. "Há uma sanha por uso de dinheiro público sem controle", disse o diretor do movimento Transparência Partidária, Marcelo Issa. Integrante da Freio na Reforma, ele defendeu a necessidade de um controle maior. "O aumento exponencial de recursos públicos não se fez acompanhar de investimentos em recursos humanos e tecnológicos para fazer essa fiscalização."

Para a coordenadora da Transparência Eleitoral Brasil, Ana Claudia Santano, a reprovação das contas não significa ilicitude. "Se a Justiça Eleitoral não consegue visualizar para onde foi o dinheiro, pode existir irregularidade formal, que precisa ser confirmada se é também material."

O TSE não se manifestou sobre medidas de controle que são adotadas. Todos os outros partidos que tiveram as contas desaprovadas foram procurados. O PTB informou que "notas fiscais, cheques e extratos foram devidamente apresentados". O PL disse que irregularidades no pagamento das despesas cartorárias foram detectadas pela própria agremiação, que "imediatamente solicitou instauração de investigação".

O Podemos afirmou que a responsabilidade de gestões anteriores não pode ser imputada ao atual partido. O PDT, em nota, disse que nunca agiu de "má-fé" na prestação de contas. As demais siglas não responderam.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Para reverter a péssima avaliação da sua gestão entre os eleitores, o presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou de lado a promessa de austeridade econômica e vai abrir os cofres públicos para buscar a reeleição. Após romper o Teto de Gastos, a expectativa é de liberar mais de R$ 90 bilhões em recursos públicos pelo apoio nas urnas. O montante é mais que o dobro do previsto para o déficit das contas de 2022.

Caso abrisse mão dos gastos com a eleição, o rombo poderia ser praticamente zerado, mesmo com os repasses do Auxílio Brasil até dezembro, em torno de R$ 54,5 bilhões, e dos quase R$ 2 bilhões do vale gás.

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A retirada de R$ 21 bilhões da Câmara também é esperada, mas R$ 15,3 bilhões do valor volta aos deputados através do Orçamento Secreto, enquanto R$ 5,7 bilhões devem cair direto nos caixas dos partidos.

Pressão sobre as contas públicas

O doutor em Ciência Política, pesquisador e professor de Relações Internacionais na Asces-Unita, Gustavo Rocha, define o cenário como "assustador" e aponta a tendência de piora com as promessas populistas na busca por votos que tendem a pressionais ainda mais as contas públicas.

O recente reajuste da Polícia Federal já estimulou a barganha de outras categorias pelo aumento salarial, como a Receita Federal e o Banco Central.

Orçamento Secreto

Sobre o interesse político nas emendas do Orçamento Secreto, fundo que não detalha sobre o destino dos recursos da União, o professor evidencia "a falta de compromisso com um projeto de desenvolvimento”.

“Não há articulação nesse orçamento para produzir algum efeito composto. É um mosaico desconexo de gastos, articulados única e exclusivamente em troca de apoio parlamentar. Gastos desconexos produzem um resultado geral pífio. E em outros tempos, seria um escândalo de primeira página nos jornais", descreve.

As controvérsias do novo Bolsonaro

Para o cientista político e também professor da Asces-unita, é comum ver um governante planejando um pacote de benefícios para o ano eleitoral. Contudo, Bolsonaro se elegeu baseado no discurso de responsabilidade econômica, condição que se choca com seu novo discurso. 

"Ele se elegeu com uma crítica à política como era feita e agora vai para a reeleição como um candidato muito parecido com os outros que ele dizia que não seria", compara.

Lançado como ‘outsider’ na campanha de 2018, o então candidato criticava a ‘velha política’ mesmo após quase três décadas como legislador e recuou na intenção inicial de extinguir Ministérios. 

Em 2022, o presidente assume um novo perfil e vai precisar confrontar sua antiga estratégia. "Agora ele vai para uma eleição com partidos do Centrão, com estrutura partidária, com tempo de TV e recursos. Então, o discurso que ele manteve em 218 não pode ser mantido em 2022. Essa é a grande questão", pontua Pimentel.

Com diminuição nos investimentos dos Ministério da Educação, Ciência e Tecnologia, Meio Ambiente e Cultura, "com novos cortes, a situação que já é dramática fica ainda pior", disse Rocha.

Ele ainda prevê mais um corte significativo na pasta da Família e dos Direitos Humanos, liderada por Damares Alves, que representa uma das pautas que sustenta a corrente ideológica conservadora e ainda atrai boa parte da base eleitoral do Planalto.

A Presidência da República gastou R$ 15,2 milhões no cartão corporativo só este ano. O valor corresponde a cerca de 38 mil parcelas de R$ 400 oferecidas pelo Auxílio Brasil, programa do Governo Federal que tenta substituir o Bolsa Família. Do total, R$ 15,1 milhões estão sem informações públicas sobre onde foram gastos — 99,2% de todo o valor contabilizado até outubro deste ano, último mês com dados disponibilizados no Portal da Transparência. As informações são da plataforma M Dados, do Metrópoles.

“Infelizmente essa falta de transparência só aumenta as suspeitas acerca desses gastos do cartão corporativo. Seriam esses gastos estritamente necessários ou seriam privilégios? Não sabemos. É de se lamentar que por um lado se destine recursos públicos sem esclarecer a que exatamente se prestam e, por outro, carência de investimentos em áreas sociais que visem reduzir a dependência de grande parte da sociedade por auxílios emergências”, critica o advogado e diretor do Observatório Social de Brasília Welder Rodrigues Lima, à reportagem.

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O Auxílio Brasil contempla 17 milhões de famílias, mas nesta fase inicial, incorpora a base do Bolsa Família, com 14,6 milhões de famílias. O benefício médio começou a ser pago em novembro, com o valor de R$ 217,18. Na primeira semana de dezembro, a medida provisória (MP) do governo para o programa foi aceita e o valor da parcela subiu para R$ 400.

A pesquisa foi realizada pelo M Dados, o núcleo de análise de grande volume de informações do Metrópoles, e abrangeu os gastos feitos pela Presidência da República, que engloba, como subordinados, a Secretaria Especial de Administração, a Abin, o Gabinete da Segurança Institucional (GSI) e o Gabinete da Vice-Presidência da República.

Ainda de acordo com a reportagem, a maior parte dos desembolsos foi feita pela Secretaria Especial de Administração da Presidência da República, unidade responsável pela execução e supervisão das atividades administrativas da Presidência. Sozinha, a secretaria teve R$ 8.381.238,44 em despesas. Ou seja, 54,8% dos gastos contabilizados. Em segundo lugar vem a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), responsável 33,9% do total.

Na véspera de ano de eleições, a corrida no Congresso para a aprovação de vários projetos com medidas que contemplam renúncias tributárias, aumento de gastos e perdão de dívidas está tão acirrada que o novo "santinho" dos deputados e senadores se transformou em postagens nas redes sociais com as medidas que conseguiram emplacar ou fizeram avançar nessa reta final de votações no Congresso.

"Reunião na Câmara dos Deputados. Após mobilização de Collor, Arthur Lira diz que vai pautar PEC que garante piso salarial para agentes de saúde", gaba-se em publicação, por exemplo, o ex-presidente e senador Fernando Collor (PROS-AL).

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Em outra frente, os evangélicos trabalham para a aprovação de Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê a isenção do IPTU para igrejas e templos que ocupam imóveis alugados.

As negociações foram articuladas em conjunto com a aprovação da urgência para a tramitação de projeto que prevê a legalização dos jogos de azar, como jogo do bicho, cassino e bingo. Outros projetos determinam anistia ampla para os defensores do Fies, programa de financiamento do ensino superior.

'Bombas fiscais'

Para o especialista em contas públicas Marcos Mendes, do Insper, que acompanha a tramitação de projetos com impacto para as contas públicas no Congresso, as "bombas fiscais" não se encerram com as votações deste ano. Ele prevê pressão maior em 2022 pelo lado das renúncias de receitas e também de medidas parafiscais, como anistia e perdão de dívidas como o Fies e os Refis (parcelamento de débitos tributários). Pelos seus cálculos, R$ 3,3 bilhões em isenções tributárias vencem até 2023 e acabarão sendo renovadas com o cenário atual das negociações no Congresso.

"O que acontece geralmente no final do ano (‘bombas fiscais’), vai acontecer, vai persistir", projeta Mendes. Entre essas medidas, ele calcula que a correção da tabela do IRPF e o aumento salarial para mais categorias serão aprovados. "Tudo o que representa redução de receita e benefícios vai ser mais fácil, porque o teto de gasto está frágil, mas não morreu."

Sobre os reajustes, ele diz que a pressão para ampliação do alcance da medida vai ser alimentada pelo Judiciário e o Ministério Público, que ganharam um espaço maior no teto de gastos com a PEC dos Precatórios, e devem dar aumentos para os seus servidores. Esse movimento vai fazer girar a roda da equiparação em 2022 que existe entre as categorias.

Para a economista Laura Kapurska, a consequência macroeconômica de curto prazo é o aumento do prêmio de risco brasileiro - medido pela trajetória dos juros no longo prazo e desancoragem das expectativas de inflação -, que dificulta o trabalho do Banco Central e torna o baixo crescimento o cenário sempre mais provável. "Isto acontece porque há piora da qualidade das contas públicas, da dinâmica da dívida, aumentando a probabilidade de onerarmos com mais impostos gerações futuras", avalia.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O pacote de medidas e promessas do presidente Jair Bolsonaro para buscar sua reeleição em 2022 pode ter um custo superior a R$ 90 bilhões, mais do que o dobro do valor previsto para o rombo nas contas do governo no ano que vem.

Se não fossem esses gastos eleitorais, o déficit poderia ser praticamente zerado, mesmo com o benefício mínimo de R$ 400 do Auxílio Brasil. O levantamento feito pelo Estadão inclui tanto novas despesas quanto renúncias tributárias.

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"O presidente está numa toada desesperada por votos, e o único que segura a chave do cofre está em minoria política", diz o pesquisador do Insper Marcos Mendes, referindo-se ao ministro da Economia, Paulo Guedes - que vem cedendo às pressões de Bolsonaro por mais despesas, como o aumento a policiais. "O interesse do presidente em expandir gastos casa com o da maioria das lideranças do Congresso, com o objetivo de garantir suas próprias eleições."

O custo adicional de R$ 54,4 bilhões para bancar o Auxílio Brasil está entre as medidas já acertadas. O planejado era fixar um valor menor, entre R$ 275 e R$ 300, mas o presidente resolveu pagar os R$ 400, aconselhado pelos seus ministros políticos. O pacote já conta também como certo o vale-gás, com custo de R$ 1,9 bilhão, despesa que já será incorporada ao Orçamento pelo relator, deputado Hugo Leal (PSD-RJ).

A expectativa entre aliados políticos do governo é de que Bolsonaro ainda vai buscar a aprovação de outras medidas, como a correção da tabela do Imposto de Renda, promessa de campanha em 2018, com o aumento da faixa de isenção no início de 2022 para entrar em vigor no mesmo ano. Para a faixa subir dos atuais R$ 1,9 mil para R$ 2,5 mil, a renúncia seria de cerca de R$ 23,5 bilhões.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, apresentou uma reestimativa de despesas para 2022 após a promulgação da Emenda Constitucional 113, de 2021, que limita o pagamento de precatórios e altera o cálculo do teto de gastos. Em ofício encaminhado ao relator-geral do Orçamento, deputado Hugo Leal (PSD-RJ), Guedes indica que o programa Auxílio Brasil deve consumir R$ 90,55 bilhões. A previsão original era de R$ 35,9 bilhões, uma diferença de R$ 54,6 bilhões.

O cálculo considera o valor do benefício médio de R$ 415. A estimativa leva em conta ainda a inclusão de famílias elegíveis e a mudança nas linhas de pobreza e extrema pobreza, previstas na Medida Provisória (MP) 1.061/2021, aprovada neste mês pelo Congresso Nacional.

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O ofício ainda pede a mudança nas despesas obrigatórias e nas programações da saúde e educação. Segundo Paulo Guedes, se a Câmara dos Deputados aprovar as mudanças sugeridas pelo Senado na PEC dos Precatórios, haverá um espaço fiscal aberto de R$ 106 bilhões. Cerca de R$ 62,2 bilhões resultam da correção do teto de gastos, e R$ 43,8 bilhões, do limite ao pagamento de precatórios.

Revisão

Na revisão proposta pelo ministro da Economia, os gastos com a transferência de renda para pagamento de benefícios do Auxílio Brasil correspondem a R$ 89 bilhões. Outros R$ 710,5 milhões vão para remuneração de agentes financeiros e R$ 624,5 milhões para apoio aos entes federados. Há ainda R$ 153 milhões para processamento de dados do programa.

As despesas com o Auxílio Gás, que não constavam no projeto de lei orçamentária anual (PLOA - PLN 19/2021), foram estimadas em R$ 1,9 bilhão. A previsão é manter, no decorrer do exercício de 2022, a concessão a 5,5 milhões de famílias. O benefício em 2022 deve ser de R$ 56, equivalente a 50% do valor do botijão, com valor médio de R$ 112,75. Ainda há R$ 558 mil para o Auxílio-Inclusão às Pessoas com Deficiência.

Saúde e educação

As despesas com aquisição e distribuição de vacinas e insumos para prevenção e controle de doenças cresceram em R$ 4,5 bilhões, alcançando um volume de R$ 13,7 bilhões no ano que vem. Já o Programa de Atenção à Saúde da População para Procedimentos em Média e Alta Complexidade ganhou R$ 687 milhões, chegando a R$ 54,3 bilhões.

As instituições federais de ensino superior devem receber R$ 1,2 bilhão a mais, passando a ter R$ 4,95 bilhões. A rede de educação profissional, científica e tecnológica deve ter mais R$ 564 milhões, com uma dotação de R$ 2,3 bilhões. A concessão de bolsas para o ensino superior foi reestimada para R$ 2,4 bilhões, e para a educação básica, R$ 618 milhões.

Despesas obrigatórias

Na reestimativa de despesas obrigatórias, os gastos com benefícios previdenciários aumentam de R$ 735,7 bilhões para R$ 764,9 bilhões, uma diferença de R$ 29,2 bilhões. O Benefício de Prestação Continuada (BPC) e a Renda Mensal Vitalícia (RMV) sobem para R$ 76,5 bilhões, ou R$ 4,6 bilhões acima do PLOA. Já o Abono e Seguro Desemprego passa para R$ 65,5 bilhões, ou R$ 2,2 bilhões a mais.

O Financiamento de Campanha Eleitoral ganha R$ 34,2 milhões, passando para R$ 2,162 bilhões. Subsídios, subvenções e o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) somam R$ 11 bilhões, ou R$ 2 bilhões a mais do que o enviado no projeto de lei orçamentária.

Cargos e funções

O ofício também pede a mudança nas autorizações para criação ou provimento de cargos e funções do anexo V do projeto de lei orçamentária. Isso se deve ao aumento na criação de cargos e funções no Judiciário, de 1.957 no projeto original para 2.586. O provimento também aumentou de 2.274 para 4.315 cargos ou funções.

Com isso, essas despesas devem aumentar de R$ 243,6 milhões, na estimativa inicial do PLOA, para R$ 520 milhões. O impacto anualizado será de R$ 614 milhões. A maior parte desse crescimento se deve a anteprojetos de lei que criam 150 cargos na Justiça Eleitoral e 469 funções comissionadas na Justiça do Distrito Federal e dos Territórios.

Outra mudança foi no Ministério Público do Trabalho, que vai criar seis cargos de procurador regional do Trabalho e prover mais 234 cargos e funções além do planejado inicialmente. Com isso, o Ministério Público da União deve aumentar suas despesas com criação e provimento de cargos e funções para R$ 36 milhões no ano que vem, com um impacto anualizado de R$ 59,2 milhões.

O Poder Executivo manteve sua previsão de prover 53.442 cargos e funções civis e criar outros 1.129 cargos comissionados militares e gratificações de militares fora da Força. Ainda se espera fixar 11.621 efetivos da Aeronáutica, do Exército e da Marinha. A despesa total com este provimento no Poder Executivo será de R$ 5 bilhões em 2021, com impacto anualizado de R$ 6,6 bilhões.

*Das Agências Câmara e Senado

Uma ação que questiona a recusa do Palácio do Planalto em revelar os gastos presidenciais com o chamado cartão corporativo - impondo sigilo à informação -, está há um ano e meio parada no Tribunal Regional Federal da 3ª Região. O pedido de transparência foi apresentado pelo Estadão, que cobra o direito de os seus jornalistas terem acesso à descrição de como o presidente Jair Bolsonaro faz uso dos recursos públicos para fins pessoais e organizacionais. O valor dos gastos é divulgado pelo Portal da Transparência, mas a explicação sobre os produtos e serviços comprados é omitida.

Decisão do Supremo de novembro de 2019 derrubou o artigo do decreto militar que garantia pouca transparência às compras do presidente, mas mesmo assim o governo mantém os dados sob sigilo, ignorando a decisão judicial.

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RECUSAS

O Estadão moveu a ação contra a União em maio de 2020 após diversas recusas da Secretaria-Geral da Presidência da República a detalhar os gastos de Bolsonaro. Somente nos quatro primeiros meses do ano passado, a fatura presidencial atingiu a marca de R$ 3,76 milhões, segundo informações do Portal da Transparência. O montante representa um aumento de 98% em relação à média dos últimos cinco anos no mesmo período. Neste ano, os gastos presidenciais já somam R$ 15,26 milhões.

Apesar do interesse público do caso, o desembargador federal Nery Junior, responsável pela ação, sequer apresentou o despacho inicial para deferir ou descartar o recurso apresentado pelo Estadão, em caráter de urgência, para ter acesso imediato aos gastos com cartão corporativo. O pedido do jornal segue desde o dia 1º de junho de 2020 paralisado na terceira turma do TRF-3.

"Um assunto de tão óbvia urgência e de tão relevante interesse público merecia do Poder Judiciário uma resposta um pouco mais célere do que um ano e seis meses, ainda que liminar (provisória)", disse o advogado do Estadão Afranio Ferreira.

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) estima que o tempo médio de tramitação dos processos nos Tribunais Regionais Federais é de 1 ano e 7 meses até a sentença, de acordo com o relatório "Justiça Em Números". No caso da ação do Estadão, o processo está parado na gaveta do desembargador Nery Junior há quase 1 ano e 6 meses.

O professor de processo civil Wallace Corbo, da Fundação Getulio Vargas, explica que recursos que tratam de decisões liminares, como o apresentado pelo Estadão, tendem a ser julgados no prazo de 3 a 10 meses, a depender do acervo de processos do órgão. "Considerando que é um caso de ampla relevância política, e está no centro do debate da opacidade do governo Bolsonaro, seria importante que a Justiça desse uma resposta ágil e compatível com a democracia."

PARECER

Em setembro de 2020, o Ministério Público Federal de São Paulo, em parecer à Justiça Federal, se manifestou a favor da procedência parcial da ação movida pelo Estadão, de modo que a Presidência da República levante o sigilo das informações e indique devidamente o tipo de compra, a data, o valor das transações e o CNPJ/razão social dos fornecedores.

Procurado, Nery Júnior não respondeu às perguntas encaminhadas pela reportagem.

O ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União (TCU), determinou que procuradores da extinta força-tarefa da Lava Jato devolvam R$ 2,5 milhões referentes a gastos com diárias e passagens durante a operação. Segundo o ministro, o modelo de funcionamento do grupo de trabalho "viabilizou uma indústria de pagamento a certos procuradores escolhidos a dedo, o que é absolutamente incompatível com as regras que disciplinam o serviço público brasileiro".

A ação pode, com base na Lei da Ficha Limpa, tornar o ex-coordenador da força-tarefa no Paraná, Deltan Dallagnol, e o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot inelegíveis - os dois avaliam uma candidatura em 2022. Ao anunciar a renúncia ao cargo de procurador da República, Dallagnol disse que pode "fazer mais pelo País fora do Ministério Público".

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Dallagnol terá seu "papel" analisado na identificação dos procuradores que propuseram o modelo do grupo de trabalho da operação. Janot, por ter autorizado a constituição da força-tarefa, também deverá apresentar esclarecimentos, "considerando não haver restado descartada a possibilidade de ela ter sido criada com o viés de beneficiar os procuradores envolvidos". Procuradores-gerais e os secretários-gerais que deram aval aos pagamentos das diárias e passagens também serão chamados a prestar informações no processo.

'IMPESSOALIDADE'

Segundo o ministro do TCU, "resta configurado dano ao erário decorrente de ato de gestão ilegítimo e antieconômico" e cabe ao tribunal "adotar as medidas para recuperar gastos que não foram geridos conforme a boa e regular gestão dos recursos públicos, considerando os princípios da economicidade e da impessoalidade".

Dantas afirmou, ainda, que deverão responder pelo dano "tanto os agentes responsáveis pelos atos irregulares quanto aqueles que dele se beneficiaram de maneira imprópria". O ministro ordenou que sejam calculados os "prejuízos" ligados ao modelo da força-tarefa - com o pagamento de diárias e passagens em vez da remoção dos procuradores.

GESTÃO

O despacho de Dantas, de terça-feira (9), foi apresentado após representações do Ministério Público de Contas e de parlamentares que apontavam suspeita de irregularidades na gestão administrativa da Lava Jato. Ao avaliar o caso, Dantas considerou que o "formato" da força-tarefa "garantia aos procuradores participantes o auferimento de vultosas somas a título de diárias, sem que tenham sido minimamente analisadas alternativas mais interessantes sob a perspectiva do Estado".

Procurados, os integrantes da extinta força-tarefa da Lava Jato não responderam.

De acordo com um levantamento realizado pelas Estatísticas de Pagamentos de Varejo e de Cartões no Brasil e divulgado pelo Banco Central, o ano de 2020 fechou com 134 milhões de cartões de créditos ativos, um aumento de 12%, quando comparado a 2019. Esses dados refletem o quanto esta modalidade de pagamento está cada vez mais presente entre os brasileiros.

Além disso, uma pesquisa feita pelo Índice FinanZero de Empréstimos (IFE) mostrou que mesmo com 74% dos brasileiros endividados, em função da crise econômica, a busca por crédito nas pesquisas do Google apresentou crescimento de 29% no comparativo anual.

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Em momentos de crise, o especialista em finanças e planejador financeiro, Marlon Glaciano aponta que com o devido planejamento, o cartão de crédito pode ser um aliado, mas é necessário tomar cuidados para não extrapolar o orçamento mensal. “É possível concentrar todas as compras no cartão, até mesmo as de pequeno valor como o pão da padaria, para que ao final do mês o acúmulo de pontos no cartão seja trocado por dinheiro e outros benefícios”, explica.

Segundo Glaciano, o consumidor precisa respeitar sua capacidade de pagamento, evitar atrasos e parcelamentos de faturas que, na maioria das vezes, vem acompanhados de juros elevados. “O ponto de atenção é que se houver a necessidade de parcelar, existe uma falha grave no planejamento financeiro e precisa ser corrigida com urgência para evitar a criação de um superendividamento”, afirma.

O planejador financeiro lembra que realizar uma compra no cartão de crédito, equivale a fazer um empréstimo e com altos juros em casos de atrasos no pagamento. “Muitas pessoas utilizam erroneamente o limite do cartão como uma extensão do salário”, aponta Glaciano.

Glaciano ressalta que a melhor maneira de controlar os gastos, é ter em mãos um planejamento financeiro eficiente, que compreenda o cartão de crédito apenas como um meio de pagamento das despesas. “Estas devem caber dentro da capacidade financeira mensal. Lembre-se que não podemos gastar mais do que ganhamos”, aconselha.

Para o especialista em finanças, existem diversas maneiras de economizar com o cartão de crédito, entre as opções ele destaca os programas de fidelidade de supermercados e lojas de rede. “Ao comprar com o cartão específico de cada rede, existem vantagens como descontos especiais e a disponibilidade de maior quantidade de parcelas, caso opte por parcelamento”, recomenda Glaciano.

Outra dica é utilizar o programa de cashback. “Com ele, é possível receber de volta um percentual de cada compra feita ao utilizar o cartão”, finaliza Glaciano.

O ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União, determinou a devolução de valores gastos com diárias e passagens a procuradores da extinta Operação Lava Jato. Em despacho proferido nesta terça-feira, 9, o ministro apontou que o modelo de funcionamento da força-tarefa 'viabilizou uma indústria de pagamento de diárias e passagens a certos procuradores escolhidos a dedo, o que é absolutamente incompatível com as regras que disciplinam o serviço público brasileiro'.

"Resta configurado dano ao erário decorrente de ato de gestão ilegítimo e antieconômico. Diante desse cenário, cumpre à Corte de Contas adotar as medidas a seu cargo para recuperar gastos que não foram geridos conforme a boa e regular gestão dos recursos públicos, em especial considerando os princípios da economicidade e da impessoalidade", registrou o ministro em seu despacho.

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Dantas ainda indicou que deverão responder pelo dano tanto os 'agentes responsáveis pelos atos irregulares quanto aqueles que dele se beneficiaram de maneira imprópria', de acordo com os valores que 'excedem as despesas que teriam ocorrido caso adotado outro modelo, como a mera remoção dos interessados a atuar na Operação'.

Nessa linha, o ministro determinou que sejam calculados os 'prejuízos' ligados ao modelo escolhido pela força-tarefa - com pagamento de diárias e passagens em vez da remoção dos procuradores - e ainda ordenou a citação das pessoas responsáveis pela proposta de tal ajuste, mencionando diretamente a análise sobre o 'papel' de Deltan Dallagnol, ex-chefe da força-tarefa que deixou o Ministério Público Federal e deve entrar para a política, disputando uma vaga à Câmara dos Deputados em 2022. Em caso de uma eventual condenação, Deltan pode ser declarado inelegível, após o trânsito em julgado do processo.

Dantas também mandou citar o procurador-geral que autorizou a constituição da força-tarefa, Rodrigo Janot, 'considerando não haver restado descartada a possibilidade de ela ter sido criada com o viés de beneficiar os procuradores envolvidos'. Além disso, os Procuradores-Gerais e Secretários-gerais que autorizaram os pagamentos das diárias e passagens também serão chamados a prestar informações no âmbito do processo.

O despacho foi proferido após representações do Ministério Público de Contas e de Parlamentares que apontavam supostas irregularidades na gestão administrativa da Operação Lava Jato. Ao avaliar o caso, Dantas considerou que o modelo adotado pela força-tarefa 'garantia aos procuradores participantes o auferimento de vultosas somas a título de diárias, sem que tenham sido minimamente analisadas alternativas mais interessantes sob a perspectiva do Estado'.

No documento de nove páginas, o ministro do TCU indicou que levantamento realizado por sua assessoria, composta de Auditores Federais de Controle Externo concursados, encontrou despesas que 'saltam aos olhos'. Dantas cita os casos dos procuradores Diogo Castor de Mattos, 'que recebeu R$ 387 mil em diárias para atuar na Lava Jato de 2014 a 2019 em Curitiba, mesmo residindo naquela capital à época', e Orlando Martello Junior, 'oficialmente lotado em São Paulo, mas casado com uma procuradora residente em Curitiba', sendo que seu deslocamento à capital do Paraná entre 2014 a 2021 resultou no pagamento de R$ 461 mil em diárias, além do dispêndio de R$ 90 mil em passagens.

"Há, ainda, o caso de Carlos Fernando do Santos Lima, que atuou na Lava Jato de 2014 a 2018 e recebeu R$ 361 mil a título de diárias, além de ter dado ensejo ao pagamento de passagens que somaram mais de R$ 88 mil; de Antonio Carlos Welter, que recebeu R$ 506 mil em diárias e deu origem a gastos de R$ 186 mil com passagens; de Januário Paludo, a quem foram pagos R$ 391 mil em diárias e que deu causa ao pagamento de R$ 87 mil em passagens, entre outros", segue o ministro.

Somente os casos citados indicam despesas de mais de R$ 2,5 milhões. Na avaliação de Dantas, ficou 'evidente' que o modelo da extinta força-tarefa 'atenta contra o princípio da impessoalidade, tanto por privilegiar os agentes administrativos em detrimento do interesse público, quanto por não adotar critério imparcial para a escolha desses mesmos agentes'.

"Denota-se que um pequeno grupo de procuradores, que de modo algum retrata a imensa maioria dos membros do Ministério Público Federal, tivesse descoberto uma possibilidade de aumentar seus ganhos privados e favorecer agentes amigos, no âmbito da atividade funcional de combate à corrupção, admitindo-se como práticas naturais o patrimonialismo, a personalização e a pessoalidade das relações administrativas. Criavam-se, então, regras particulares e se toleravam os benefícios pontuais, evidentemente não extensíveis à sociedade como um todo ou mesmo aos demais membros do Ministério Público Federal", ponderou Dantas em seu despacho.

COM A PALAVRA, A FORÇA-TAREFA

Até a publicação desta matéria, a reportagem buscou contato com a extinta força-tarefa, mas sem sucesso. O espaço permanece aberto a manifestações.

Cingapura deixará de pagar despesas médicas dos pacientes com covid-19 que tiverem se negado a se vacinar, anunciaram nesta terça-feira, 9, as autoridades do país do sudeste Asiático, cujo sistema de saúde se encontra sob pressão pela pandemia do coronavírus.

"As pessoas que não estão vacinadas representam uma maioria substancial daqueles que precisam de cuidados intensivos e contribuem, de maneira desproporcional, para a pressão sobre a nossa infraestrutura de saúde", disse o Ministério da Saúde em um comunicado divulgado nesta segunda-feira, 8.

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Cingapura registrou cerca de 91.000 novas infecções por coronavírus nos últimos 28 dias, 98,7% das quais eram casos assintomáticos ou leves, de acordo com o Ministério da Saúde.

O território enfrenta sua pior onda de contágios desde o início da pandemia, com 2.000 a 3.000 novos casos por dia e algumas mortes. Em 8 de novembro, 1.725 pessoas foram hospitalizadas com o vírus. Destes, segundo o Ministério da Saúde, 301 necessitaram de oxigênio, 62 estão na unidade de terapia intensiva e 67 estão gravemente enfermos e intubados. Isso colocou a atual taxa de uso de UTI de Cingapura em 68,5%.

"Embora isso ainda seja administrável aumentando nossa força de trabalho de saúde, não devemos baixar a guarda e evitar o ressurgimento de casos que podem mais uma vez ameaçar sobrecarregar nosso sistema de saúde", disse o Ministério da Saúde na segunda-feira, 8.

Até agora, o governo cobriu os gastos médicos de seus cidadãos e de alguns residentes infectados com o vírus, exceto os que tiveram resultado positivo logo após retornar de uma viagem ao exterior.

A partir de 8 de dezembro, porém, as autoridades começarão a cobrar a fatura dos pacientes com covid-19 que tenham se negado a se vacinar.

Hoje, o governo agora paga a conta de qualquer cidadão de Cingapura, residente permanente e portador de um passe de trabalho de longo prazo que esteja doente com covid-19, a menos que o teste seja positivo logo após retornar do exterior.

"Isso foi feito para evitar que considerações financeiras aumentassem a incerteza e preocupação do público quando a covid-19 era uma doença emergente e desconhecida", disse o Ministério da Saúde em seu comunicado.

"Até que a situação da covid-19 esteja mais estável", acrescentou, o país continuará a cobrir os custos médicos dos vacinados, bem como para os que ainda não podem tomar a vacina: crianças com 12 anos ou menos e pessoas com certas condições médicas. Pessoas parcialmente vacinadas em Cingapura estarão cobertas até 31 de dezembro.

O sistema de saúde de Cingapura é considerado um dos melhores do mundo. Um estudo de 2017 no principal jornal médico do mundo, o The Lancet, mostrou que Cingapura ficou em primeiro lugar entre 188 países nos esforços para cumprir as metas de desenvolvimento sustentável relacionadas à saúde estabelecidas pelas Nações Unidas para 2030.

O modelo de Cingapura, no entanto, mistura prestação de serviços de saúde públicas e privadas. Existem hospitais públicos e privados, bem como vários níveis de cuidados. São cinco classes: A, B1, B2 +, B2 e C. A "A" oferece um quarto privativo, banheiro próprio, ar-condicionado e médico à escolha. A "C" dá a você uma enfermaria aberta com sete ou oito outros pacientes, um banheiro compartilhado e qualquer médico designado para você. Mas escolher "A" significa que você paga por tudo. Escolher "C" significa que o governo paga até 80% dos custos. Além disso, todos os trabalhadores são obrigados a colocar uma porcentagem de seus ganhos em economias para o futuro e poupança saúde - exatamente para arcar com estes custos.

Sob esse sistema, as contas para os não vacinados ainda serão "altamente apoiadas e altamente subsidiadas", disse o ministro da Saúde, Ong Ye Kung, em entrevista coletiva na segunda-feira. "Os hospitais realmente preferem não ter de cobrar esses pacientes", disse Ong. "Mas temos que enviar este importante sinal para exortar todos a se vacinarem, se você for elegível."

No início da pandemia, Cingapura contava com ampla vigilância, rastreamento de contatos e restrições rígidas de movimento para manter o número de casos de vírus baixo. A cidade-estado fortemente vigiada desde então começou a aliviar algumas restrições relacionadas ao vírus. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, teria gasto o equivalente a R$ 2,75 milhões em 202 viagens pelo Brasil desde que assumiu o cargo, em 2019. As informações foram obtidas, por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), pelo jornal 'O Globo'.

Os valores, de acordo com a publicação, foram destinados à hospedagem e deslocamento, no entanto, estão sob investigação pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e Ministério Público Federal (MPF). Ainda segundo os documentos, as viagens com os valores mais altos foram para Itapipoca, no Ceará, e Oeiras, localizada no Piauí.

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Além disso, aponta-se que Pedro Guimarães realizou 49 viagens para São Paulo e 17 para o Rio de Janeiro. O ministro Aroldo Cedraz, relator da investigação no TCU, solicitou à Caixa Econômica Federal informações sobre as viagens realizadas pelo presidente da organização. 

Nesta quinta-feira (14), o deputado federal Túlio Gadelha (PDT) entrou com uma representação na Procuradoria Geral da República solicitando o acompanhamento e a apuração dos gastos "excessivos" autorizados pelo Governo Federal da comitiva de 69 pessoas na Expo Dubai.

Membros dos Ministérios da Cultura e Turismo participaram do evento nos Emirados Árabes entre setembro e outubro deste ano e, de acordo com o Portal de Transparência, até então foram gastos R$ 1,7 milhão com passagens e hospedagens da comitiva.

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Túlio aponta que o governo tem um discurso contraditório quando afirma não ter verba para prestar assistência ao país em tempos de pandemia. Além disso, para ele essa viagem mostra o quanto os membros do governo "pouco se importam com as dificuldades que os brasileiros vêm passando diariamente".

O pedetista complementa que "são recursos retirados dos cofres públicos e, ao que parece, parte desta quantia foi utilizada para o confronto e entretenimento da equipe do governo que faz parte da comitiva. Enquanto uns fazem viagem de luxo às custas do povo brasileiro, milhares de pessoas estão enfrentando filas para comprar ossos para sobreviver", pontua o deputado.

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Saber administrar o que entra e o que sai do nosso bolso é fundamental. Entretanto, nem sempre é uma tarefa simples e sem essa habilidade podem surgir dificuldades no futuro. Para que isso não aconteça, a educação financeira é de extrema importância para o controle de finanças, auxiliando também no desenvolvimento de independência financeira e na hora da tomada de decisões.

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O contador e professor de Graduação e Pós-Graduação da UNINASSAU Rogério Moura explica que a educação financeira é um dos principais métodos para quem deseja empreender e ter um equilíbrio nas contas. Ele defende que a disciplina seja adotada nas escolas públicas e particulares, nos ensinos fundamental e médio. “Agora que estão com uma visão mais avançada diante desse contexto para começar a aplicar essa disciplina dentro do cenário”, observa.

O professor afirma que muitas pessoas não são devidamente informadas sobre questões financeiras e faz uma diferença entre a matemática e a educação financeira. “Na matemática você aprende a fazer os devidos cálculos, e na educação financeira, além de você fazer os cálculos, você se educa diante dos seus gastos e os seus ganhos. Nesse cenário, há uma importância muito grande de nós conhecermos esse método, de podermos estar nos educando diante dessa disciplina”, ressalta.

Rogério Moura diz que, para quem adota esse método no cotidiano, os benefícios são de grande valia, sendo possível ter um retorno significativo e positivo a partir dessa escolha. “Você consegue ter um controle de tudo aquilo que você gasta e de tudo aquilo que você arrecada”, aponta.

De acordo com um panorama traçado por especialistas durante a abertura da Global Money Week 2021 – campanha anual de conscientização financeira realizada em março – a pandemia aumentou e escancarou as desigualdades sociais no mundo inteiro, chamando atenção para a importância da educação financeira de crianças e jovens.

Segundo Rogério Moura, muitas pessoas perderam os seus recursos e foram demitidas. Ele reitera que se faz necessária uma redução nos gastos, que hoje não podem ser exagerados, como um modo de prevenir que a situação se torne mais difícil futuramente por causa das dívidas.

Sendo assim, diz ele, a educação financeira deve partir desde o início, desde quando surge o controle dos gastos até se alcançar um resultado positivo. O professor reitera que possuir essa capacidade é fundamental em momentos de crise. “Todos têm que controlar os gastos”, complementa.

Elaine Cristina Rodrigues é autônoma e relata que tem o costume de anotar tudo o que compra em uma agenda para não perder o controle, e se planeja de acordo com a estimativa e lucro das vendas dela.

A partir disso, ela distribui as prioridades, como dízimo, luz, despesas domésticas, internet, cartões de crédito e outros. “Como utilizo o cartão para tudo, existem meses que são mais caros que os outros. Quando os valores são mais baixos, aí sim eu gasto com coisas aleatórias”, explica.

Elaine diz que a organização se tornou um hábito para ela desde que fez parte de uma caixinha entre amigos, da qual era responsável por gerenciar. Em relação aos benefícios, ela destaca que passou a ter mais seriedade e responsabilidade com as finanças. “Desde então, sou mais compromissada com meus gastos, pois gosto e priorizo saná-los antes do tempo”, acrescenta.

A vendedora, porém, lembra que já foi organizada em relação às finanças de maneira excessiva e que isso gerou consequências até mesmo para a saúde dela. “Eu me preocupava tanto com as contas que já cheguei a tomar remédios para dormir, acabei prejudicando minha saúde por um tempo. Hoje eu continuo organizada, só que de uma forma tranquila”, diz.

Elaine enfatiza que aqueles que desejam ter uma organização financeira precisam ter também compromisso e responsabilidade, e indica que o começo disso pode ser como o dela, tendo o controle de tudo em uma agenda. “Liste tudo aquilo que compra, todos os valores. Não cometa o erro de comprar além do valor que você recebe, isso acaba causando um transtorno financeiro, psicológico e moral”, reforça.

Por Isabella Cordeiro.

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