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No último sábado (13), foi inaugurado em Belém o primeiro coworking específico para as mães que têm filhos pequenos. Denominado Casa Sorriso, o espaço oferece condições para que a mulher não precise escolher entre trabalhar ou ficar com seu filho.

Fundado por quatro mães empreendedoras, que tinham o desejo de poder trabalhar com seus filhos ao lado, o coworking foi pensado há 10 anos pela coordenadora do projeto, Tathy Mota, mãe do Miguel e da Lulu e mentora em finanças e planejamento estratégico. Desde a sua primeira maternidade, Tathy viu a necessidade de trabalhar e cuidar de uma criança ao mesmo tempo.

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“Na verdade, isso aqui é a realização do sonho de todas nós. Cada uma tinha seus projetos pessoais que foram somando e se tornando o que são hoje”, relata Tathy.

“É possível ser profissional e ser mãe ao mesmo tempo. Já chega da mulher ter que escolher, já chega das mulheres não serem vistas”, diz a coordenadora pedagógica Tereza Jardim.

Localizada no bairro de Val-de-Cães, a Casa Sorriso tem o propósito de ser uma rede de apoio para as mães, fazer o acolhimento da mãe e da criança. “Nosso propósito está alinhado a impulsionar o empreendedorismo materno, de forma bem direta. Agindo diretamente na capacidade da mulher para desenvolver o seu trabalho, sem precisar abrir mão da companhia da sua criança”, explica Tereza.

A Casa oferta um ambiente adequado para as mães trabalharem e para que as crianças possam desenvolver atividades pedagógicas e de socialização. Funciona às terças e quintas, das 14 às 18 horas.

O espaço proporciona às crianças oficinas, recreação, atividades com psicomotricidade, além da conexão com a mãe. “Esse espaço faz com que a criança fique segura, tenha conectividade com a mãe e continue criando a afetividade”, explica Dandara, coordenadora pedagógica.

 “O mercado de trabalho não está preparado para a mãe, ele quer que ela produza como se não tivesse filho e quer que ela seja mãe como se ela não trabalhasse”, pondera Dandara.

Lucilayne Sereni, advogada e empresária, disse que a Casa Sorriso representa a união das mães e o fortalecimento do empreendedorismo. A advogada espera ficar mais perto do filho, fazer novas amizades e ver seu filho interagir com outras crianças, além de estar mais segura por ver o ambiente do coworking como familiar.

“O espaço vai ser um apoio. Para fazer uma reunião, por exemplo, e ao mesmo tempo estando acompanhada do meu filho”, diz Lucilayne.

Informações: 98815-8990.

Por Alessandra Nascimento.

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As polêmicas envolvendo Gui Araujo não param. Desta vez, a mãe do peão saiu em defesa do filho após as acusações feitas por Gabi Brandt, ex-namorada dele. Gabi afirmou que Gui chegou a ameaça-lá quando os dois namoravam.

Em um Instagram de fofoca, Rosana Cagnoto comentou: "Gabi, você como boa cristã, que está vivendo a doutrina cristã, deveria ao menos respeitar, e não aproveitar que o Gui está confinado dentro de um reality, no dia de seu aniversário, sem saber o que está acontecendo e sem ter como se defender! O cristão perdoa, desculpa, ajuda... Para que isso agora, depois de quatro anos? Hoje tem sua família, seus filhos, está feliz com seu marido, qual o sentido? Você não está atacando apenas ele, e sim quem te recebeu como uma filha em nossa casa. Respeite. Sou mãe assim como você é hoje!"

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Por sua vez, Silvia Nunes, mãe de Gabi Brandt, respondeu: "Gabi não disse nem um terço de tudo que passou com seu filhote... Abusivo, mentiroso, desrespeitoso, desnecessário, manipulador, mal educado, grosseiro, abusou psicológica e financeiramente da Gabi. Eu, pessoalmente, te falei sobre as ameaças que ele fazia, que iria se matar se a Gabi o deixasse, e você, na ocasião, se fez de sonsa! Perdoá-lo não anula tudo que ele fez, e não, não tem como defender! O que ele fez com a Gabi realmente foi bizarro e muito, mas muito triste e dolorido para ele e para quem conviveu com essa situação por meses. Nem nos meus piores pesadelos eu sequer imaginava tamanha crueldade com minha filha. Portanto, Rosana, se poupe e nos economize! Guarde sua energia para dar suporte ao seu filho quando ele sair. Ele precisa de ajuda psicológica muita mais que defesa neste momento".

A polêmica entre as mães dos influenciadores aconteceu depois de Gabi Brandt, ex-namorada de Gui, expôs o relacionamento deles em entrevista ao PodCats, podcast de Virginia Fonseca e Camila Loures.

Na ocasião, a influenciadora afirmou que foi traída por Gui e ainda acusou o peão de ameaças contra a sua vida. Gabi também defendeu Jade Picon da suposta traição cometida por ela com Gui Araújo enquanto ainda namorava com o filho do cantor Leonardo, João Guilherme.

Ser mãe solo nos dias de hoje já é um grande desafio. Com a chegada da pandemia da covid-19 no Brasil e todas as restrições impostas por este período, se tornou, por vezes, desolador. Na solidão da maternidade, Ana e seu bebê são protagonistas no espetáculo "Meu Nome é Ana", uma performance da atriz Penélope Lima, em temporada nos próximos dias 16, 17, 18 e 19 de setembro, sempre às 20 horas, no Centro Cultural Atores em Cena, com entrada franca. O espetáculo é contemplado com recursos da Lei Aldir Blanc, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult).

Penélope Lima, que interpreta Ana, também é a dramaturga do espetáculo e se inspirou nos relatos de outras mães no período de lockdown para contar a história da personagem. "Eu também sou mãe e vi no relato de outras mães a possibilidade de construir uma narrativa que fizesse jus ao que nós passamos neste período, especialmente a quem deu à luz neste período ou se viu nos cuidados de crianças pequenas sem ter como sair de casa e sentiu medo com tanta coisa acontecendo", conta.

Na dramaturgia, Ana é uma mãe de primeira viagem que se vê sozinha em casa e com a necessidade de cuidar de uma filha ainda bebê, realidade comum em muitos lares Brasil afora. Na solidão da maternidade, aliada ao isolamento social, ela se vê em desespero diante das incertezas em relação ao vírus, do luto decorrente da perda de pessoas queridas, da reviravolta na rotina e no cotidiano e de instabilidade financeira.

"Quis explorar, além da maternidade, o contexto de luto e dor ocasionado pela pandemia", explica Penélope. A peça estabelece uma teia entre ilusão e realidade que se desenrola aos olhares do público. A direção é de Paulo Santana, com produção de Tânia Santana, em parceria com o Grupo de Teatro Palha. A visualidade é assinada por Nelson Borges e iluminação por Malu Rabelo.

Serviço

Espetáculo "Meu Nome é Ana".

Dias 16, 17, 18 e 19 de setembro, 20 horas.

Espaço Cultural Atores em Cena - Av. Nª Sra. de Nazaré, 435.

Lotação máxima de 20 pessoas por sessão.

Entrada franca.

Informações: 98941 9117 e 98567 6402.

Instagram.com/teatropalha

Facebook.com/fumoartistico

Da assessoria do espetáculo.

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Há um mês, o movimento por vacinação para lactantes na Bahia estimulou o início da campanha "Lactantes pela Vacina", que luta por prioridade do grupo de mães na fila de imunização contra a Covid-19 em mais de 20 estados. A mobilização aponta que o aleitamento garante anticorpos do vírus ao bebê após a aplicação nas mães, conforme a Sociedade Brasileira de Pediatria.

Nesse caso, com apenas uma vacina, a mãe e os filhos estariam protegidos contra o coronavírus. Em Salvador já foi iniciada as aplicações em lactantes sem comorbidades de bebês com até um ano.

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Cartas abertas já foram encaminhadas a governadores e secretários de Saúde para pressionar por uma resposta. Sem posição, a organização cobra pelas doses nas plataformas digitais, onde promove debates, campanhas e lançou as hashtags #lactantespelavacina, #imunizamama e #vacina1protege2.

O objetivo é que Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Goiás, Tocantins, Pará, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Acre, Minas Gerais, Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Maranhão, Alagoas, Espírito Santo, Sergipe e Rondônia também possam vacinar o grupo.

Apoiadas por representantes políticos, um abaixo-assinado já recolheu 10.200 assinaturas em Pernambuco. Na capital, a vereadora Liana Cirne (PT) conseguiu aprovar um requerimento sobre o tema e aguarda aprovação do prefeito João Campos (PSB).

Dois projetos de lei dos deputados estaduais Gleide Ângelo (PSB) e João Paulo Costa (Avante) pela inclusão das lactantes no grupo prioritário corre na Assembleia Legislativa do Estado (Alepe). Outras duas indicações dos deputados Tony Gel (MDB) e Teresa Leitão (PT) vão ser discutidos pela Assembleia nesta quinta (10).

O projeto de Lei PL 1865/2021 do deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) foi despachado e estipula que lactantes sem comorbidades que amamentam sem idade definida sejam incluídas no Plano Nacional de Imunização.

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Trabalho remoto, aulas on-line, mais tempo em casa com a família. A pandemia do novo coronavírus provocou uma nova dinâmica na vida das famílias brasileiras no último ano. 

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Os protocolos sanitários para conter a disseminação da covid-19 determinam que as pessoas mantenham isolamento domiciliar e social. Por isso, uma parte dos brasileiros passou a ficar mais tempo em casa com a família.

A psicóloga Gabriela Araújo conta que os vínculos familiares aumentaram durante o período de isolamento, já que as pessoas passaram a ficar muito mais tempo em casa. “É realmente visível que os vínculos dentro de algumas famílias aumentaram durante esse período, visto que antes do isolamento muitas pessoas passavam mais tempo fora de casa, com seus afazeres, e se encontravam apenas pela parte da manhã ou da noite. Com o home office e isolamento social, os momentos de interação e conexão se tornaram mais frequentes, possibilitando o fortalecimento do vínculo”, assinala.

Com o isolamento social, a relação de Brenda Cristina da Silva, 35, com os filhos Ágatha Cristina da Silva, 10, e Yuri Gabriel da Silva, 12, se tornou mais forte devido à convivência. A ajudante de cozinha conta que passar muito tempo em casa deixava as crianças estressadas e ansiosas e percebeu a necessidade de criar um momento de distração. “Passamos a ficar mais tempo juntos. Nos divertimos juntos; temos um momento cinema, para ver filmes e comer pipoca”, diz.

Brenda fala que passou a prestar mais atenção nas emoções dos filhos e a respeitar esses sentimentos. “Foi importante perceber essas emoções porque eles estão passando por uma fase de transição, da infância para a adolescência. Então, é comum que haja mudanças constantes no humor deles e reprimir não iria fazer bem a eles”, relata.

Além da relação de mãe e filho, ela diz que as crianças passaram a conviver melhor e que foi uma coisa boa. “Espero que no pós-pandemia possamos nos fortalecer mais e mais, que possamos sempre estar tirando um tempo para valorizar a família e se fazendo presente um na vida do outro”, afirma.

Mudanças significativas

A professora do ensino infantil Mônica Campos, 30, fala que, por imaginar que não demoraria tanto para a vida voltar ao normal, o início da pandemia foi mais tranquilo. “Encaramos como férias inicialmente e saímos totalmente da rotina. Mas à medida que o tempo foi passando e o home office entrou em nossas rotinas tudo mudou.  Tivemos que tentar retornar à rotina para dar conta de tudo, o que acarretou um maior estresse, mesmo a relação familiar estando mais fortalecida com tanto tempo passando juntos”, relata Mônica.

A relação de Mônica com o filho Théo Protázio, 2, teve mudanças significativas. “Ele já estava bem habituado a ficar longe no período em que eu estava fora trabalhando. Ele tinha iniciado a escola no início de 2020 e tinha sido bem tranquilo, mas depois desse tempo em casa senti que ele ficou me solicitando muito mais. Ele aprendeu muitas coisas e já era bem independente, mas ainda assim solicita o tempo todo minha presença, mesmo que seja só para estar junto”, relata.

Mônica conta que, sem a escola, criou atividades diversas para preencher o dia dele, para brincarem juntos, considerando que normalmente, por conta do trabalho, era raro terem esses momentos. “Começamos a procurar horários alternativos em espaços públicos - horários e dias para fugir das aglomerações - para que ele corra e ande de bicicleta. Investi também em materiais de pintura e livros para os dias de chuva ou em que não conseguíamos fazer uma brincadeira externa”, continua.

A professora diz ainda que pretende continuar com o hábito de sair para pegar um ar. “A rotina cansativa era a desculpa que eu tinha para não sair de casa. E depois de tanto tempo sem poder sair de casa, percebi o quanto isso é importante. Ver ele se sentindo livre para brincar e correr nas praças, nos parques, isso tudo só me faz querer que essa pandemia acabe logo”, relata.

O filho de Mônica está prestes a completar 3 anos e já consegue expor muitos dos seus sentimentos, como a raiva e a frustração. “Converso muito com meu esposo, para ajudarmos ele a entender o que está sentindo. Sempre que ele fica frustrado por alguma coisa que não pode fazer eu tento intervir, nomeando o que eu acho que ele está sentindo e buscando uma alternativa para desviar o foco. Na maioria das vezes dá certo. Senti que mesmo pequeno ele já fala sobre estar triste ou feliz e percebo o quanto a educação emocional tem que vir de quando pensamos que eles ainda nem entendem, e que precisamos acolher sempre”, comenta.

Além da relação com o filho, Mônica teve a oportunidade de entender alguns comportamentos de sua própria mãe neste período em que passaram grande parte do isolamento juntas, o que contribuiu para aumentar a cumplicidade entre elas.  “A tarefa de ser mãe e cuidar do lar é exaustiva e muitas vezes solitária. Meus pais tiveram covid-19 e precisaram de internação. Na volta deles para casa, bem debilitados, o papel se inverteu e eles tornaram-se meus filhos. Eles preocupados por estarem dando trabalho e eu extremamente agradecida por tê-los aqui comigo com vida. Sempre dei um valor imenso para minha mãe, acho que fui uma boa filha, mas com toda essa experiência pude entender muito mais os sentimentos dela, suas alegrias e frustrações, o quanto ela é minha fortaleza e o quanto ela se doou e ainda se doa pela família”, finaliza.

Acolhimento é a base

A psicóloga Gabriela Araújo dá algumas dicas para mães com filhos pequenos para auxiliar no dia a dia durante o isolamento. “O principal é lembrar que crianças também são pessoas, por menor que sejam. Pessoas com sentimentos como frustrações, conquistas, raiva e outros. Também está sendo difícil para eles, então o acolhimento mútuo é uma base para o bom relacionamento com as crianças nesse momento. Além disso, existem práticas como auxiliá-los no contato com colegas, mesmo via internet; contar com uma rede de apoio e atividades que sejam prazerosas para a relação”.

Gabriela conta ainda que esse fortalecimento nas relações surgido na pandemia tem impactos diferentes nas relações entre mães com filhos pequenos e mães com filhos adultos. A psicóloga diz que, com filhos pequenos, existe uma relação de codependência e que o isolamento reforçou isso. Com filhos adultos, Gabriela diz que a convivência mostra a necessidade do próprio espaço.

“Com a fase adulta, esse desejo já é algo que acontece naturalmente, mas foi potencializado nesse momento por alguns motivos, como a necessidade de espaço adequado para o home office. Além disso, a convivência mais intensa faz com que alguns incômodos - de ambas as partes - se tornem mais evidentes. Diante disso, o diálogo empático e acolhedor é sempre primordial”, complementa Gabriela.

Gabriela conta que é possível manter e fortalecer esse vínculo que foi potencializado na pandemia, desde que permaneça sendo construído com respeito e afeto por ambos os lados. “As nossas relações familiares também são construídas ao longo dos anos, assim como amizades e relações amorosas. Portanto, também precisam ter cuidado, respeito e empatia como pilares”, finaliza a psicóloga.

André é professor pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Com a pandemia, dá aulas remotamente e passa a maior parte do tempo em casa com a mãe Aracilda Santos, 69, e a irmã Raquell Santos, 38. O professor relata que a mãe é uma mulher ativa e comunicativa, mas não pode sair de casa nem reunir a família e amigos nas festas.

O professor fala que mudanças ocorreram no dia a dia da família e que a dinâmica familiar teve que se fortalecer durante a pandemia. “A grande maioria das conversas acaba girando em torno de nós três, que moramos juntos. De certa forma, é uma mudança benéfica, claro, poder ter mais tempo em casa com a família, mas da mesma forma a gente sabe que tem momentos em que é bom ver e falar com outras pessoas”, conta André.

André fala que também existe um lado negativo nas mudanças. “Você perde muito da sua liberdade de locomoção. Minha mãe reclama muito de ter que ficar esses longos períodos em casa, afinal, já temos mais de um ano de pandemia. E acredito que ninguém seja tão autossuficiente que não precise estar em contato com mais pessoas”, relata.

Aracilda frequentava sessões de terapia convencionais. No isolamento, o filho a apresentou outros métodos terapêuticos para ajudar a aliviar o estresse causado pela pandemia: terapia integrativa, como o Reiki, e o uso de ervas terapêuticas.

O filho de Aracilda acredita que as experiências positivas do isolamento social devem permanecer no pós-pandemia. “Temos que aprender a tirar lições das adversidades. E o período de isolamento social não pode ser encarado como um monstro, então eu acredito que as experiências positivas que envolvem uma melhor sociabilidade entre as pessoas da casa devem permanecer mesmo depois da pandemia”, afirma André.

O isolamento também fortaleceu a relação entre Maria José Jaste, 57, e seu filho Lucas Jaste, 25. Os dois passaram a conversar mais, dividiram a gestão da casa e as contas do dia a dia. “Durante a pandemia, para organizar questões como contas, tivemos que conversar mais, o que acabou nos tornando mais próximos”, diz Lucas.

Antes da pandemia a família costumava passar pouco tempo em casa, devido a trabalho e faculdade. O isolamento acabou promovendo um convívio com o qual a família não estava acostumada. “No início houve um pequeno estresse, pois não estávamos acostumados a passar tanto tempo juntos, mesmo morando na mesma casa, mas agora sinto que estamos mais parceiros”, relata o estudante.

Essa proximidade também os ajudou a resgatar alguns hábitos antigos. “Sempre fomos próximos, então voltamos a conversar contando com a maturidade de entender o lado de cada um”, comenta o filho de Maria José.

Para Lucas, a tendência é que essa proximidade com a mãe, gerada pelo convívio assíduo no isolamento, permaneça e se fortaleça no pós-pandemia. “Mesmo com a rotina voltando ao ‘normal’ estamos seguindo com as conversas, para que a organização e a proximidade continuem fluentes”, afirma.

Por Ana Vitória da Gama e Isadora Simas.

 

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A longa lista de missões atribuídas às mães possui uma das tarefas mais difíceis no processo de formação social das crianças: acompanhar o desenvolvimento escolar dos filhos. Essa etapa, muitas vezes, ocorre em paralelo à fase dos anos iniciais dos pequenos, o que fortalece os laços afetivos familiares.

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Para sentir a nostalgia da época escolar e, por consequência, relembrar o desenvolvimento escolar dos filhos, muitas mães guardam recordações não apenas na memória, mas em caixas e gavetas, como forma de perpetuar os momentos em que seus filhos as homenagearam, fortificando os laços de carinho, afeto e amor.

Esse é o caso de Marinêz Lima, 57 anos, mãe de três filhos, dois deles já adultos. Ela guarda todos os trabalhos escolares que eles fizeram para ela. Entre cartas, desenhos, cartões comemorativos com muitas cores e corações, a mãe encontra um sentimento de dever cumprido.

Para Marinêz, essas lembranças possuem relevância sentimental. “Representam muito, porque eu me sinto bem, me sinto feliz, realizada de ter participado, levado meus filhos para a escola, ter assinado os boletins, frequentado as festas juninas, Dia das Mães, Dia dos Pais”, ela recorda.

Em um dos cartões, escrito por sua primogênita, Juliana, quando era criança, podem ser lidas algumas definições sobre o que é ser mãe, na visão da filha. “Ser mãe é ser cooperadora de Deus na criação de uma nova vida; é ser a guia do nosso viver; é receber com alegria sua missão tão árdua; é sorrir sempre, mesmo nos momentos mais difíceis; é perdoar e não guardar ressentimentos; é o amor sempre em doação; é o porto seguro nos momentos de aflição”, escreveu a filha, aos quatro anos de idade, segundo a mãe.

Marinêz se recorda do momento em que recebeu o presente, dizendo o quanto ela ficou emocionada. “Eu guardo uma lembrança profunda. Muito bonito isso, a criatividade dela”, diz. Atualmente com 28 anos, Juliana ainda se lembra do empenho que colocava ao fazer os cartões. “Tentava caprichar nas cores e nas mensagens para ficarem bem bonitas e diferenciadas. Mas batia um nervoso pouco antes de entregar porque já sabia que ela iria se emocionar”, ela relembra.

A jovem, formada em engenharia, relata a gratidão que sente pela mãe por toda a dedicação dela durante sua infância. “É um misto de sentimentos, desde de afeto a lembrar do passado e não ter noção da correria danada que minha mãe passava para criar seus filhos. Até algum tempo não entendia como alguém poderia achar tanta emoção nas lembranças, mas depois entendi que ver sua criança evoluir e procurar te agradecer e demonstrar afeto, ainda que de forma simples, é um grande passo na criação e é, de fato, muito emocionante”, afirma Juliana.

A memória afetiva é um traço importante da formação de qualquer pessoa, e muitas dessas lembranças vêm da relação da mãe com seus filhos. É como explica o psicólogo Dino Rangel: “O afeto é algo construído desde a gestação. E a criança, segundo a neurociência, começa a ouvir o que as pessoas falam a partir dos cinco meses de idade. Então, essa memória é construída de forma mais eficaz ao longo da constituição social do ser”.

Sabendo por experiência própria dos benefícios da recordação guardada, o quanto enriquece a memória afetiva, Juliana espera poder fazer o mesmo com seus futuros filhos. “[Quero] colocar em fichário, catalogar, tirar fotos. Quero deixar bem claro para a criança que toda demonstração pura e sincera de afeto merece ser estimulada e ajuda muito a carregar o peso que é ser mãe”, comenta.

O mesmo sentimento perpassa Aline Gusmão, 32 anos, que tem na relação com sua mãe, Marlene Gusmão, 62, um porto seguro. “Minha mãe sempre procurou ser o mais participativa possível na minha vida escolar, ela foi bancária por muitos anos, agora aposentada, e sempre trabalhou as oito horas que o banco exigia, e muitas vezes, mesmo que cansada, ela tentava participar de cada apresentação, seja do coral do colégio, do grupo de dança”, ela recorda.

Marlene e a filha Aline relembram momentos da época escolar. Foto: Arquivo pessoal

Marlene relata a importância que as recordações têm para ela. “Estas fotos representam uma memória afetiva guardada, uma lembrança boa. A memória mais vívida era o abraço no pegar da escola, pouco tempo, já tinha saudade. Estas lembranças estão materializadas em fotos e penso em digitalizar”, diz.

Uma das recordações que Marlene guarda é um cartaz feito por Aline no Dia das Mães há mais de 20 anos. Uma foto delas colada em uma folha, decorada pela filha. Aline conta que colou o presente na porta do quarto de Marlene, como uma surpresa para ela. Marlene relembra o momento com emoção. “Quando recebi aquele cartaz, tão simples, mas cheio de significados, me emocionei, pois para mim representava a forma que ela achou para representar o seu amor e carinho. A melhor forma de me homenagear e declarar o seu amor. Que mãe não se renderia a esta atitude de carinho? São pequenos gestos e atitudes, que consolidam cada vez mais nosso amor. Gratidão por ter vivenciado esses momentos e ter essas lembranças”, compartilha.

A psicóloga Ivalda Marinho analisa que a memória afetiva é fundamental para a formação da autoestima da criança. “No momento em que a criança se sente valorizada, querida, ela vai crescer guardando aquilo para sempre. Mesmo não conscientes, eles existem, esses estímulos positivos que a memória afetiva traz podem trazer sensações de bem-estar, emoções e sentimentos de carinho e afeto que nos edificam. O benefício maior é um adulto centrado, sensível, empático, com toda a condição de transmitir o amor que recebeu”, observa a psicóloga.

“Planejamento de carreira e maternidade” é o tema central de uma oficina gratuita marcada para os dias 4, 5,11 e 12 de maio. Idealizado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), por meio do Serviço de Orientação Profissional (SOP) e o do Núcleo de Apoio ao Estudante (NAE), o evento será realizado pela plataforma Google Meet, no horário das 19h às 22h.

De acordo com a instituição de ensino, a oficina é voltada a mães de crianças de zero a 12 anos que almejam refletir e até mesmo replanejar sua carreira profissional, bem como serão discutidas situações em torno da maternidade. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas por meio de formulário eletrônico.

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“Todo dia é dia de a gente se conscientizar sobre ser diferente, algo inerente à condição humana. O autismo é só mais uma das diferenças”, afirma a professora Mônica Costa, mãe do José Miguel, 5 anos, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista com 1 ano e meio de idade. Neste 2 de abril, Dia Mundial da Conscientização do Autismo, mães relatam como o isolamento social tem sido desafiador para esse grupo social, mas afirmam que também é possível mostrar avanços no desenvolvimento.

Mônica, que é doutoranda em Educação Inclusiva, diz que o começo foi mais difícil, pois Miguel tinha uma rotina muito movimentada, com as atividades terapêuticas e a escola. “A pessoa com autismo é extremamente apegada a rituais, rotinas. Aí houve essa ruptura. Isso trouxe para ele sofrimento, entrava em crise durante o dia, chorava, se desorganizava. O que tentei fazer foi manter os mesmos horários e ir promovendo ao longo do dia atividades que ele costumava fazer”.

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Os passeios de moto ao entardecer foram fundamentais para Anna Clara, 14 anos. “Ela gosta muito de andar de moto, então todo dia, no fim da tarde, a gente dava uma voltinha. Ela escolhia o caminho. Essa volta de moto era muito significativa, porque era o momento em que ela se soltava mesmo”, relata a mãe Laura Marsolla, também professora. Clara foi diagnosticada aos 7 anos com um grau leve do Espectro Autista. “Como é verbal, ela se comunica muito bem e ia dando dicas pra gente: estou com vontade disso, não quero aquilo.”

Karina Frizzi, psicóloga e analista do comportamento do Grupo Conduzir, clínica especializada, percebe que há muitos esforços dos pais nesse acompanhamento. “Os pais estão sempre preocupados em estimular os filhos, então acaba sendo uma carga grande, principalmente para as famílias que não tem um suporte”. 

Segundo dados do Centro de Controle de Doenças e Prevenção, dos Estados Unidos, existe hoje um caso de autismo a cada 59 crianças. Ainda de acordo com o centro, pessoas com transtornos no desenvolvimento cognitivo, independentemente da idade, têm risco maior de contágio pelo novo coronavírus. Além disso, se forem infectadas, podem apresentar formas mais agudas da doença. 

Avanços

Apesar de apresentar mais dificuldades na interação social, Mônica afirma que percebe ganhos importantes de Miguel na comunicação e em atividades cotidianas. “Como estou em casa, pude acompanhar mais de perto esse processo de desfralde, por exemplo. São ganhos que para alguns podem ser pequenos, mas para ele são muito significativos: uma comunicação mais eficiente e ganhos de habilidade da vida diária, como se alimentar sozinho, desfraldar e usar o banheiro”.

Com Anna Clara, a necessidade de estabelecer uma rotina com as aulas online contribuíram para avanços na autonomia e responsabilidade. “A gente fica muito feliz em ver o quanto ela foi treinada na resolução de problemas nesse período”, relata Laura. A mãe lembra que também percebe dificuldades resultantes da falta de interação. “Na escola, ela acompanha a turma, a linguagem do pessoal, então vai aprendendo junto com os pares. Ficando em casa, já não tem essa troca”. 

Diagnóstico

Por não se tratar de uma doença, mas de uma condição que tem relação com o desenvolvimento neural, tanto Mônica quanto Laura relatam dificuldades na definição do diagnóstico. “Essa busca não foi fácil. Ele era muito novo e também há essa cultura dos médicos de invalidar, deslegitimar a fala das mães, que por vezes dificulta o diagnóstico. Como o autismo é um conjunto de comportamentos, às vezes aqueles comportamentos não se manifestam no consultório do médico.”

O diagnóstico de Anna Clara, por sua vez, foi aos 7 anos. “Levamos em vários profissionais e eles diziam que viam algumas características que eram de autismo, mas ela tinha muita coisa que não era. Ela falava, conversava bastante, não tinha problema de pedir as coisas para os outros, olhava nos olhos, abraçava, era muito afetiva, então foi difícil fechar o diagnóstico”, lembra.

Desconhecimento

"A criança é mimada”, "A mãe não deu limite", "A criança faz birra e se joga no chão". Essas são alguma das frases e dos olhares condenatórios ao qual pais e responsáveis por pessoas com autismo precisam lidar. Por isso, informação é fundamental. As duas mães foram taxativas ao destacar a necessidade de mais conhecimento sobre essa condição na sociedade. 

“O autismo não determinará até onde ela vai chegar, ou deixar de chegar, são as condições, as possibilidades que são dadas a esse sujeito, as oportunidades sociais, escolares, de intervenções terapêuticas que vão fazer toda a diferença”, diz Mônica, acrescentando a necessidade de melhor acolhimento nos serviços de saúde. “Existem ações pontuais, mas é preciso uma política mais efetiva para garantir os direitos deles.”

“O desconhecimento do autismo era uma coisa que vivia em mim”, reconhece Laura. Ela conta que associava a condição às estereotipias, que são ações repetitivas ou ritualísticas vindas do movimento, da postura ou da fala. “Quando saiu o diagnóstico de que ela era autista, aí que nós fomos descobrir que existem muitas diferenças entre eles. E que ela é sim autista, e tudo bem.”

Atendimento

Na capital paulista, o atendimento a pessoas com autismo é feito por unidades básicas de Saúde (UBS), por centros especializados em Reabilitação (CER) e centros de Atenção Psicossocial (CAPS). “O trabalho dos CAPS consiste no serviço de apoio e subsídio ao processo diagnóstico, à articulação de serviços de saúde, ao apoio às equipes que trabalham em rede, acompanhamento direto das situações de gravidade e corresponsabilidade na atenção às urgências.”

Um estudo divulgado nessa quinta-feira (25), pelo American Journal of Obstetrics and Gynecology, concluiu que as vacinas Pfizer/BioNTech e Moderna Covid-19 são eficazes em mulheres grávidas e lactantes. A mesma pesquisa diz que as mães podem passar anticorpos para os bebês pelo cordão umbilical e pelo leite materno.

O estudo envolveu pesquisadores do Massachusetts General Hospital, do Brigham and Women's Hospital e do Ragon Institute of MGH, MIT e Harvard. Foram coletadas amostras entre 17 de dezembro de 2020 e 2 de março de 2021, de 131 mulheres que receberam a vacina Pfizer/BioNTech ou Moderna Covid-19; 84 estavam grávidas, 31 estavam amamentando e 16 não estavam grávidas ou amamentando. 

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Foi observado que os níveis de anticorpos induzidos pelas vacinas de mRNA era equivalentes nas mulheres grávidas e lactantes, em comparação com mulheres que não estavam grávidas. De acordo com os cientistas, os níveis de anticorpos foram expressivamente maiores do que os resultantes da infecção por coronavírus durante a gravidez.

Segundo os pesquisadores, esse é o primeiro estudo que fornece os primeiros dados sobre a geração de anticorpos maternos em resposta à vacinação Covid-19 e que sugere que a vacinação de mulheres grávidas e lactantes pode gerar imunidade materna e neonatal.

Fazer uma prova de vestibular pela primeira vez é um momento de tensão para jovens que desejam entrar na universidade. Quando a grande estreia vem em 2021, depois de um ano letivo a distância devido à pandemia da Covid-19, o contexto fica ainda mais difícil.

Para tentar reduzir o nervosismo desse momento, um gesto aparentemente simples, esperar o estudante fora do local de prova pode trazer mais tranquilidade aos candidatos. Neste domingo (31), na escola Politécnica de Pernambuco, no bairro da Benfica, no Recife, a recepcionista Viviane Kássia, de 35 anos, decidiu esperar sua filha ao ver que a adolescente ficou ainda mais nervosa quando a mãe falou em ir para casa. A jovem enfrenta a prova do Sistema Seriado de Avaliação (SSA), da Universidade de Pernambuco (UPE). 

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"Ela mudou de feição quando falei que ia embora, aí combinei de esperar. Deu mais segurança à ela. Ela veio tensa, entregou o cartão ao fiscal com a mão tremendo, muito nervosa. Estudou muito e disse que se não tirar uma nota boa vai ficar frustrada", disse a mãe. 

Viviane conta que por ver o nervosismo de sua filha, também se sente abalada, mas busca não demonstrar para ajudar a menina. "Tento não mostrar para não ser pior e dou chocolate e chá a ela", disse Viviane. 

Karina Pereira tem 33 anos, é cabeleireira e não está trabalhando no momento. Ela também aguardava a filha, que estreava em vestibulares, já fez provas de seleção para colégios, mas lida bem com a situação. A candidata deseja se tornar médica. 

"Ela é tranquila, ainda bem. Sempre espero ela nas provas para dar suporte e ajudar em qualquer emergência, não confio em deixar ela pegar um transporte, um Uber sozinha", declarou Karina.

Questionada se está confiante no que diz respeito ao desempenho da jovem na prova, Karina afirma que acredita em um bom resultado. "Creio que vai passar, ela é muito esforçada, gosta de ler e estudar", disse a mãe. 

As provas do SSA 1 começaram às 8h15. Os feras enfrentam o primeiro dia do vestibular até 12h15.

Mães de candidatos que realizam o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020 na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) lamentaram o início das provas neste domingo (17). Elas disseram ter medo de que seus filhos se contaminem com a Covid-19.

"Achei desorganizado. E tem o risco da saída de casa até chegar aqui. Muitos podem pegar um Uber, mas e quem não pode?", questionou Roberta Cioly, de 43 anos, mãe da candidata Luiza Cioly, 15.  Ela também destacou que os estudantes não tiveram uma rotina de estudo normal em 2020, o que pode prejudicar o desempenho deles.

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Maria Gorete, 45, é mãe de um jovem de 18 anos que tenta entrar na universidade pela primeira vez. Ela também criticou a realização do exame. "Eu acho que deveria ter sido adiada. Teve aglomeração aqui na entrada. Não sei lá dentro, mas aqui ficou muita gente esperando". Seu filho é de escola pública, não tem computador em casa e teve que estudar por celular com internet ruim. "Foi complicado", resume Gorete. 

A mãe Ana Paula Rodrigues, 41, também criticou a aglomeração no local. "Parecia que estava tudo normal", criticou ela. Rodrigues conta que sua filha estava em um cursinho, interrompido por causa da pandemia. "Ela acabou estudando pouco. Não está confiante."

"Queria que as provas tivessem sido adiadas. Está sendo muito difícil. As pessoas estão agindo como se não existisse a doença",  disse Rosângela Cavalcante, 45, mãe de Érika, 18. Segundo Rosângela, sua filha teve muita dificuldade em estudar remotamente. "Ela reclamou muito. Só conseguiu se organizar de três semanas para cá."

Neste domingo (17), primeiro dia do Enem 2020, os candidatos respondem, das 13h30 às 19h, questões de Ciências Humanas, Linguagens, além da redação. Já no dia 24 deste mês, os feras enfrentarão quesitos de matemática e Ciências da Natureza.

A versão digital está programada para o dia 31 de janeiro e 7 de fevereiro. De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão responsável pela organização do Enem, quase 5,8 milhões de candidatos se inscreveram no Exame, cujo resultado está programado para março.

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Entre 2000 e 2019, o número de nascidos no estado de São Paulo diminuiu de 699,4 mil para 580,2 mil, com importante mudança no perfil etário das mulheres que tiveram filho. Pesquisa da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) mostra que a proporção de mães com menos de 20 anos caiu pela metade, de 19,5% para 10,4%, de 2000 para 2019. Por outro lado, aumentou a parcela das mães com mais de 30 anos. Aquelas com idade de 30 a 39 anos passaram de 26% para 39,1%, no mesmo intervalo de tempo.

A entidade avalia que o resultado é consequência de mudanças na estrutura etária populacional e no comportamento reprodutivo. A mudança na distribuição dos nascimentos segundo grupos de idade resultou no aumento de quase três anos na média de idade das mães paulistas, que passou de 25,9 a 28,7 entre 2000 e 2019.

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Na capital, a média é ligeiramente mais elevada, ou seja, há maior proporção de mães em grupos com mais idade: em 2019, essa média foi de 29,1 anos, 2,5 anos a mais do que em 2000. Para o conjunto dos demais municípios paulistas, o aumento na média foi de três anos, passando de 25,7 para 28,5 anos no mesmo período. Considerando os municípios paulistas separadamente, a idade média das mães variou de 24 a 33 anos, em 2019.

Cerca de 25 mil adolescentes com menos de 18 anos foram mães em 2019. Embora essa parcela represente 4,3% do total de nascimentos e tenha caído pela metade entre 2000 e 2019, a Seade avalia que a gravidez na adolescência permanece como importante tema de estudo, já que pode trazer diversos riscos à saúde materna e do recém-nascido, bem como consequências relacionadas à educação e a questões socioeconômicas e familiares. As regiões de Itapeva e Registro apresentaram as proporções mais elevadas de mães com menos de 18 anos.

A pedagoga Cíntia Garcia teve o filho Gael no fim do mês passado, aos 32 anos. Apesar de sua primeira filha ter nascido quando ainda não tinha completado os 30 anos, ela conta que decidiu esperar um pouco mais pelo segundo filho por causa do cuidado que uma criança exige e para que alcançasse uma estabilidade financeira.

Ela e o marido planejavam ter o segundo quando sua filha completasse três anos, mas a faculdade e a busca por um novo emprego adiaram os planos. “Era o último ano da faculdade e eu queria entrar em uma escola [para trabalhar], então decidimos esperar mais um pouco por causa disso. Até os três, era por conta da diferença deles. Quando ela fez três, foi por causa da faculdade e no intuito de arrumar um emprego primeiro”, contou.

Para a pedagoga, o benefício de ter filhos na faixa entre 30 e 39, e não mais jovem, é que ela conseguiu maior estabilidade financeira. “No nosso caso, [o benefício] é estar com tudo arrumado, casa, emprego, a santa estabilidade - que nunca é estável, mas é mais estável do que mais jovem, porque antes dos dois [filhos] estávamos na casa dos nossos pais.”

O projeto Mães Produtivas, desenvolvido pelas Instituições mantidas pelo grupo Ser Educacional, abriu inscrições para preenchimento de novas vagas em bolsas de estudos em cursos EAD de graduação e pós-graduação. A iniciativa busca oportunizar, para mães de crianças com doenças raras, o acesso ao ensino superior. Em Maceió, por meio da UNINASSAU - Centro Universitário Maurício de Nassau, são ofertadas três vagas em cursos de graduação e uma em cursos de pós-graduação.

O projeto faz parte do Programa EAD Social do grupo Ser Educacional e visa beneficiar as mães que não podem comparecer às aulas presenciais, por seus filhos precisarem de cuidados especiais. “O Mães Produtivas é um dos projetos de Responsabilidade Social mais importantes da UNINASSAU, em que nos comprometemos com essas mães de bebês com doenças raras, possibilitando o acesso ao ensino superior e incentivando que elas não esqueçam do seu lado profissional”, afirma o reitor da UNINASSAU Maceió, Avelino Balbino.

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Avelino destaca ainda que, em uma graduação presencial, os horários são muito corridos e o ensino a distância oferta flexibilidade para essas mães estudarem em um momento de folga e transformar o conhecimento adquirido em uma forma de estabilidade financeira no futuro.

Para as interessadas em se candidatar a uma vaga, as inscrições têm início nesta segunda-feira (05) e vão até o dia 12. Inicialmente, as candidatas devem entrar em contato pelo e-mail sarah.coelho@uninassau.edu.br, onde será informada a documentação necessária para concorrer às vagas e os próximos passos da seleção.

*Da assessoria

Diante da pandemia do novo coronavírus, pais estão deixando de levar os filhos ao pediatra e a postos de vacinação. Gestantes estão iniciando o pré-natal com atraso, mas, mesmo com medo, realizam as demais consultas nas datas corretas. As constatações são de profissionais que participaram de uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Pediatria e da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) sobre os impactos da covid-19.

O levantamento, apresentado ontem, teve participação de 1.525 profissionais, Ele aponta que 61% dos pediatras relataram queda acentuada no número de consultas e 73% disseram que as crianças deixaram de ser vacinadas no período, algo considerado preocupante pelos especialistas. A pesquisa foi feita entre 20 de julho e 16 de agosto.

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"Com medo de levar as crianças para vacinar, os pais estão tirando delas uma grande proteção. É indispensável fazer essa vacinação mesmo em tempos de pandemia", pondera Luciana Rodrigues Silva, da Sociedade Brasileira de Pediatra. Segundo ela, o levantamento mostra o impacto do isolamento para as crianças.

"Seguramente, essas crianças confinadas em casa ficaram com mais tempo de tela e tiveram alterações comportamentais. Durante a infância é importante a socialização e o contato com outras crianças. É importante que o pediatra oriente que brincadeiras devem ser feitas durante esse período." Ela recomenda também que os pais envolvam as crianças nas tarefas da casa e pratiquem exercícios em família.

De acordo com a pesquisa, 88% dos pediatras relataram que as crianças apresentaram alterações no comportamento, das quais 75% foram oscilações de humor. E ainda 82% dos pediatras afirmaram que houve aumento das consultas por meios como telefone e WhatsApp.

A funcionária pública Tatiane Ramos de Lira, de 39 anos, levava a filha Ana Julia, de 11 anos, todos os meses às consultas com pediatra. Desde março, isso parou, mas as vacinas estão em dia.

Ela conta que vinha tentando adaptar a rotina e permitir que a filha realizasse atividades como pintura e reuniões virtuais com os amigos, mas a situação mudou quando Tatiane e seu filho mais velho, Fernando, de 19 anos, foram infectados pelo vírus. Eles ainda se recuperam da doença.

A assistente editorial Denise Ieiri, de 29 anos, teve o segundo filho em março e o leva às consultas mensais. Diz sentir-se confortável porque a clínica organizou um esquema que evita o contato entre os pacientes.

Gestantes

Ginecologistas e obstetras observaram um grande temor das gestantes de que os filhos sejam infectados pelo novo coronavírus. "A grávida tem medo de, no decurso da gravidez, se contaminar. A pesquisa mostrou que 57% das mulheres relataram aos médicos que têm medo da transmissão vertical. Há uma memória muito recente do vírus da zika" explica César Fernandes, diretor da Febrasgo.

Apesar de os profissionais terem notado um atraso no início do pré-natal (52%), eles relataram que 89% das mulheres seguiram com as demais consultas nas datas corretas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um grupo de mães de estudantes da Escola Referência do Ensino Médio (EREM) Ginásio Pernambucano, localizada na região central do Recife, entrega, pessoalmente, nesta quinta-feira (6), uma carta ao secretário de Educação de Pernambuco, Frederico da Costa Amancio. No documento, há solicitação de que a retomada das aulas  presenciais seja realizada em momento de maior segurança sanitária.

A professora Nena Morais é uma das lideranças à frente do movimento ‘Responsáveis pela Vida’. A mulher é mãe do estudante Gabriel Morais, 15 anos, aluno do Ginásio Pernambucano da Rua da Aurora, centro do Recife. Em entrevista ao LeiaJá, Nena explica que “a importância da conversa de hoje é mostrar ao secretario de Educação e ao Governo de Pernambuco, que nós [mães] não estamos de acordo com volta às aulas presenciais. Com isso, que espere um momento de maior segurança sanitária para crianças e adolescente voltarem”, explicou.

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O movimento começou a partir de um grupo de Whatspp, formado por mães de alunos do Erem GP, feito para discutir os rumos educacionais dos filhos durante o período de pandemia causada pelo novo coronavírus. Na carta, além de falar das condições de seguranças para os adolescente - construída em razão do Protocolo Setorial da Educação, divulgado pela SEE-PE - as mães tratam de aspectos de contaminação para a sociedade como um todo, estendendo a preocupação com a saúde de idosos e crianças. O documento conta com 46 assinaturas e recebe apoio das co-deputadas Juntas, do vereador Ivan Moraes, da advogada Liana Cirne Lins e da jornalista Carol Vergolino.

De acordo com o grupo, há o reconhecimento dos esforços realizados pela autarquia, como por meio do programa 'Conecta Aí', que promete beneficiar 500 mil alunos de escolas públicas estaduais com internet gratuita. No entanto, durante o texto, também reforça a necessidade de implementar políticas públicas efetivas para os estudantes da rede pública estadual. “Consideramos de suma importância todos os esforços da gestão de educação da rede pública do Estado de Pernambuco para vencermos todos os desafios impostos por essa pandemia”, ressalta documento.

Vale ressaltar que, nesta quarta-feira (5), o Governo do Estado comunicou que ainda não há datas definidas para o retorno das aulas presenciais. A nota oficial foi publicada após repercussão da reunião virtual junto aos prefeitos de Pernambuco. Na ocasião, o secretário de Educação, Frederico Amancio, havia apresentado os possíveis planos de retomada das atividades educacionais. No entanto, e assim como comunicado pela Governo, o planejamento segue em discussão.

Diante disso, o movimento ‘Responsáveis pela Vida’ aponta que o próximo passo após entrega da carta ao secretário de Educação é abrir o diálogo com outros pais e mães do Estado sobre o assunto. “Com esse ato queremos alertar que vai ser um cruzamento de contágio muito grande [...] Pais e mães temos o direito de falar sobre a educação de nosso filhos”, disse Nena ao LeiaJáConfira aqui a carta.

O programa Womby por um bit oferece vagas para curso de capacitação on-line destinada a mulheres que são mães e moram em região periférica. A iniciativa tem como objetivo formá-las profissionais digitais, para aumentar as possibilidades de renda e de empregabilidade. Inscrições devem ser realizadas até 15 de julho, através de formulário on-line.

A iniciativa selecionará 550 mulheres e para participar é necessário preencher alguns requisitos, como ser mãe com filhos em qualquer idade; ser alfabetizada em qualquer nível de escolaridade; morar em área periférica do Brasil; além de atender a todas as especificações descritas no formulário de inscrição. 

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A primeira turma será formada no dia 10 de agosto, com foco para formação em “Mídias Sociais”. Além da capacitação, parte das selecionadas irá receber uma bolsa auxílio em dinheiro, com o intuito de incentivar as mães a montarem o próprio negócio, de forma mais segurança. O valor da bolsa e período de recebimento não foram informados. 

O projeto também fará um banco de currículos para recolocação profissional no mercado de trabalho. O resultado será encaminhado aos contatos cadastrados no dia 20 de julho. O projeto é uma iniciativa em colaboração entre as empresas B2 Mamy, Filhos no Currículo, Wishe e Be Blue Ocean.

Os setores da economia que quiserem reabrir na cidade de São Paulo terão de dar garantias de manutenção de emprego a mulheres com filho em idade escolar. Segundo fontes da Prefeitura, estes setores terão de fornecer creches ou alternativa que permita a elas trabalharem enquanto escolas seguem fechadas. Nesta quinta-feira, o prefeito Bruno Covas (PSDB) disse também que o município exigirá das empresas protocolos de higiene e testagem de funcionários para reabrir. O plano estadual libera a retomada de shoppings e lojas de rua a partir de segunda-feira, mas ainda não há data para reabrir.

Apesar de a gestão João Doria (PSDB) ter anunciado a flexibilização da quarentena na capital e em 14 macrorregiões do Estado, a decisão sobre o que reabre e quando é das prefeituras. A partir de segunda, quando entra em vigor a nova regra, a Prefeitura começa a receber propostas de protocolos de reabertura dos setores que se encaixam no modelo.

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Os planos precisam de aval da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho e da Vigilância Sanitária. Entre os requisitos estão medidas de higiene e testagem, controle de circulação de pessoas, capacidade de fiscalização e proteção a funcionários e consumidores.

Covas evitou dar prazos e vai informar sobre a negociação nos protocolos no dia 4. Se os casos subirem após a retomada, Covas promete nova restrição.

No plano de retomada gradual anunciado por Doria, com cinco fases, as regiões do Estado são classificadas com base em critérios como aumento de infecções, leitos de UTI disponíveis e taxas de distanciamento social. A capital está na fase 2 (laranja), que permite abrir, com restrições, shoppings, lojas, imobiliárias, concessionárias e escritórios. Mas a Grande São Paulo segue com bloqueio.

Indagado sobre por quê São Paulo é nível 2, apesar de ainda ter alta de casos, Covas destacou a criação de leitos em UTIs, e a adesão da população ao isolamento. Ele falou que o índice de transmissão na cidade deve cair na próxima semana, sem dizer a fonte da informação. Disse ainda ter pedido mais 2 mil ônibus nas ruas após a retomada e anunciou pesquisa sorológica com 115 mil testes nos 96 distritos da cidade para medir o índice de anticorpos da população.

A Prefeitura estuda medidas para evitar que a reabertura leve ao desemprego de mulheres. Muitas podem ser obrigadas a voltar a trabalhar enquanto as escolas continuam fechadas. Nos EUA, o desemprego entre mulheres cresceu na pandemia. Ainda não há previsão para reabrir escolas em São Paulo.

Covas não detalhou como atuar nesse sentido. O Estadão apurou que a Prefeitura pretende levar essa exigência para a negociação com as empresas.

Testes

O governo estadual vai incentivar empresas a testarem voluntariamente seus funcionários. O protocolo, previsto para ser apresentado nos próximos dias, prevê testes em larga escala para que focos de contaminação sejam identificados rapidamente, segundo o Estadão/Broadcast apurou. A adesão das empresas será voluntária. O governo deve centralizar a comunicação de casos e informará fornecedores certificados para fazer testes. Também são estudados estímulos às empresas, como selos ou prêmios - é cogitado benefício fiscal, mas há pouco espaço para reduzir imposto. Procurado, o governo não se manifestou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Projeto de Lei 559/20 assegura ao trabalhador licença-paternidade de 20 dias, sem prejuízo do emprego ou do salário, em caso de nascimento de filho (a) ou de adoção de criança ou de adolescente.

O texto está em análise na Câmara dos Deputados. Apresentado pela Comissão de Seguridade e Família, acrescenta artigo à Consolidação das Leis do Trabalho (Decreto-Lei 5.452/43).

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O presidente da comissão, deputado Antonio Brito (PSD-BA), explica que a proposta é fruto dos trabalhos da Subcomissão Especial de Adoção, Pedofilia e Família, vinculada ao colegiado.

“Há uma enorme desigualdade entre os direitos da mãe trabalhadora e do pai trabalhador em face do nascimento ou da adoção de um filho”, diz Brito. “Isso afasta os homens dos direitos e deveres decorrentes da paternidade e contribui para a permanência da cultura que faz recair sobre a mulher grande parte das obrigações domésticas e sua consequente discriminação no mercado de trabalho”, acrescenta.

O parlamentar lembra que a Constituição Federal garantiu a todos os trabalhadores urbanos e rurais licença-paternidade, nos termos fixados em lei, que nunca chegou a ser aprovada, continuando a valer portanto o prazo de cinco dias estabelecido no Ato das Disposições Constitucionais Provisórias (ADCP).

Para ele, a proposta contribuirá para o maior equilíbrio nas relações trabalho-família e para a redução da discriminação contra a mulher no mercado de trabalho.

Da Agência Câmara de Notícias

Mães que saem preocupadas de suas casas porque precisam trabalhar; mães que têm enfrentado o home office e, em paralelo a isso, a dificuldade de conciliar a maternidade com as atividades profissionais; futuras mamães à espera dos seus bebês, inseridas em um grupo de risco de uma doença desafiadora para a ciência; filhos e filhas que passarão o dia dedicado às mães de uma forma atípica e jamais imaginável. Estes são cenários insólitos impostos pela pandemia do novo coronavírus.

Diante desta realidade, estão os relatos da autônoma, futura mamãe e filha, Rossane Araújo; da assistente administrativa, que também é filha, Beatriz Carvalho; das mães: a dona de casa Aldinete Pinho, a fisioterapeuta e técnica da Vigilância Epidemiológica da Prefeitura do Recife, Adriana Cytha e a atendente de telemarketing Wacylene Silva. Personagens da vida real que compartilham suas histórias, neste Dia das Mães, na reportagem especial a seguir:

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O entendimento dos moradores da comunidade do Alto do Pascoal é único: Dia das Mães é todo dia. Mas, como celebrar essa data tradicional diante de um momento tão difícil e doloroso que o mundo está enfrentando por conta da Covid-19? No bairro da Zona Norte do Recife, as pessoas podem não ter uma fórmula que sirva para todos, mas a criatividade e a vontade de demonstrar afeto trazem esperança.

Vivendo de “bicos” e com pouco dinheiro, Miguel Soares, 26 anos, pretende reunir os seus dois filhos e fazer uma homenagem virtual para a sua mãe, Lucélia Soares, 55 anos, que mora duas ruas depois da sua, mas que, por ter alguns problemas de saúde, se mantém isolada. “É muito triste ter que celebrar algo desse jeito, não é? Eu nunca imaginei que a humanidade pudesse passar por algo parecido. Eu tenho 26 anos, já tinha ouvido falar de algumas coisas que aconteceram no passado, mas jamais imaginei que pudesse vivenciar isso”, revela.

Miguel teme por seus familiares e acredita que datas como essa servem também para que as pessoas deem mais valor a simples atitudes, como um simples abraço, que para ele, nesse momento, está fazendo muita falta. “Às vezes a gente dá mais valor às coisas materiais, quer comprar, quando pode, claro, as melhores coisas e mais caras. A gente não pode esquecer que tudo isso passa e o que acaba ficando são os sentimentos”, salienta o jovem.

Já Luciana Ferreira, 38 anos, quer fazer à moda antiga. A matriarca Josefina Ferreira, 66 anos, vai receber um ‘carro de mensagens’, que hoje é considerado por muitos jovens como algo ‘cafona’, mas que, até o início dos anos 2000, era a sensação das homenagens. “Toda vez que alguém fazia aniversário, a gente chamava um carro de mensagens. Com o tempo, isso foi se perdendo e agora quando me vi sem saber como poderia homenagear a minha guerreira, lembrei que ela gosta muito dessas coisas. Acho que ela vai ficar feliz! Espero que o coração dela suporte tanta emoção, já que a gente só está se falando por telefone ou pelo ‘cobogó’ do terraço da casa dela”, explana.

Nem tudo é celebração

Os moradores do Alto do Pascoal temem por um crescimento descontrolado dos casos do novo coronavírus na comunidade. Eles opinam que o poder público não atua por lá como se empenha em bairros mais ricos do Recife. David Santos, 33 anos, revela que não tem pessoas com o novo coronavírus ao seu redor, mas acredita que, diante do crescimento dos casos, essa realidade pode mudar. Por isso, o rapz, que atua como auxiliar de cozinha, já preparou o cardápio surpresa para a sua mãe Maria Barbosa, 53 anos.

“Eu não posso ter contato direto com minha mãe e isso é o que me dói mais. Queria muito poder beijar e abraçar minha mãe, principalmente por conta do seu dia, mas como ela gosta muito do meu tempero, essa vai ser uma forma de nos abraçarmos”, diz David.

A percepção de “abandono” das comunidades mais periféricas para o combate da Covid-19 não é única. Como os coletivos já trabalham sob ausência do poder público, grupos de comunidades de Paulista, na Região Metropolitana do Recife, por exemplo, já se anteciparam.

Um dos instrumentos que os coletivos populares tiveram que produzir é o levantamento que embase suas ações e auxilie para pressionar o poder público. A iniciatica tem como objetivo impedir que os impactos do novo coronavírus nessas comunidades mais periféricas e de maior vulnerabilidade não sejam tão desastrosos.

O estudo é uma parceria entre a Rede de Coletivos Populares de Paulista (Rede Coppa), o Centro Popular de Direitos Humanos (CPDH), a Cooperativa Arquitetura, Urbanismo e Sociedade (CAUS), o Instituto dos Arquitetos do Brasil – seção Pernambuco, e a Articulação Recife de Luta. O levantamento ainda contou com a colaboração do geógrafo e professor Diogo Galvão. “A informação generalizada não vai atingir a população que não se adapta a essa informação. É essa a nossa preocupação. Como podemos auxiliar o trabalhador informal? Identificando as características físicas e estruturais de onde ele vive, a insalubridade do esgotamento sanitário de quem mora no entorno do mangue. Essa relação do ambiente físico e da falta de infraestrutura precisa ser cada vez mais mapeada, identificada, para que a gente atue de maneira diferente em cada território”, explica Diogo ao site Marco Zero.

Impacto do coronavírus no comércio

As incertezas e inseguranças causadas pela pandemia da Covid-19 devem ter afetado o comércio nas comemorações do Dia das Mães deste ano. Levantamento feito em todas as capitais pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) revela que 68% dos brasileiros pretendem presentear nesta data. O número é o menor dos últimos três anos, 2017 (73%), 2018 (74%) e 2019 (78%), reflexo da crise econômica causada pela pandemia.

Os que não devem presentear na data apontam principalmente o fato de a mãe já ser falecida (62%), mas também revelam falta de dinheiro (16%) e desemprego (9%). Considerando apenas os brasileiros que vão deixar de presentear por estarem sem dinheiro, desempregados ou não por poderem encontrar a mãe, 77% apontam a Covid-19 como principal motivadora desse cenário.

A pesquisa aponta ainda que o consumidor brasileiro está cauteloso na hora de ir às compras. O percentual daqueles que esperam gastar mais ou a mesma quantia do último ano passou de 67% na pesquisa de 2019 para 40% em 2020, uma queda de 27 pontos percentuais. Por outro lado, a fatia dos que pretendem gastar menos saltou de 24% para 45%. Os motivos mais citados para a redução dos gastos referem-se ao orçamento apertado (49%), às incertezas com relação ao cenário econômico (38%) e por motivos de economia de recursos (36%). O impacto da crise gerada pelo novo coronavírus influenciou a decisão de 88% dos entrevistados como fator de retração de gastos.

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