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O Fórum dos Governadores concordou em destinar 5% das doses da vacina que os Estados irão receber para o Amazonas, principalmente Manaus. A proposta foi apresentada na quinta-feira (21) pelo governador do Piauí, Wellington Dias (PT). Segundo ele, além de "uma questão humanitária", a ação é "estratégica" para evitar a transmissão para outras localidades do País. Em um vídeo publicado no Instagram nesta sexta-feira (22), Dias comenta que a situação no Amazonas "é muito mais grave do que antes", em referência à semana passada, e aponta que o vírus já marca forte presença "na divisa com o Estado do Pará".

A proposta do governador é que, "na distribuição do novo lote de seis milhões de doses, que a gente possa tirar uma fatia maior, algo como 5%, cerca de 300 mil vacinas, para viabilizar a vacinação em Manaus e nesses municípios mais afetados, inclusive da divisa com os Estados".

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Para Dias, ao controlar a situação em Manaus, "estamos controlando também no Brasil". Ainda no Twitter, o governador reforçou: "torço para que a proposta seja implementada".

O recebimento de imunizantes extras pelo Amazonas foi proposto diante do colapso de saúde e da falta de oxigênio registrados na capital amazonense desde a última semana e que vem se espalhando pelos demais municípios. Segundo o governador do Piauí, a ação foi aprovada por parte dos governadores e apoiada pelo Ministério da Saúde.

Ainda nesta sexta-feira, o Brasil deve receber 2 milhões de doses do imunizante da Oxford/Astrazeneca vindas da Índia.

A comunidade do game PUBG no Brasil (playerunknown's battlegrounds), fará uma live beneficente, nesta sexta-feira (22), para arrecadar doações que devem ajudar as unidades de saúde de Manaus. A transmissão acontecerá no canal da Twitch do streamer aXt e deverá usar o valor coletado para comprar cilindros de oxigênio que auxiliarão no atendimento de pacientes na capital amazonense. 

A ação, intitulada Somos um Squad, contará com participações de Ivanzito, Afrodite_XX e Thaina_ . O valor arrecadado será doado para a instituição BoraAjudar, que tem atuado diretamente na coordenação e aquisição de cilindros de oxigênio para os hospitais do Amazonas. 

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Os interessados em ajudar poderão doar diretamente na Twitch pelo canal do aXt durante a realização da live. A live está marcada para começar às 18h. 

Durante reunião do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), realizada na manhã desta quinta-feira (21), a Secretaria da Fazenda de Pernambuco votou a favor da isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o oxigênio hospitalar.

O secretário da Fazenda de Pernambuco, Décio Padilha, assegurou que a medida vale para a aquisição do Estado, destinadas às unidades hospitalares aqui situadas, e para à remessa solidária que será enviada ao Amazonas.

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Vale lembrar que Pernambuco já enviou 200 concentradores de oxigênio, juntamente com a Prefeitura do Recife, para o Governo do Amazonas. A doação chegou em terras amazonenses no último domingo (17). 

Os equipamentos doados foram usados em hospitais de campanha de Pernambuco e agora devem ajudar na grave situação vivenciada pelo Estado do Amazonas em meio à pandemia da Covid-19. 

O Governo de Pernambuco garante que a doação dos equipamentos não compromete a estrutura de assistência hospitalar aos pernambucanos.

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) solicitou que a Prefeitura do Recife, através de um ofício encaminhado à Secretaria de Saúde do Recife (Sesau) na última quarta-feira (20), informe sobre a atual situação do município diante dos riscos de aumento no número de casos e de óbitos por conta da Covid-19, como vem acontecendo no Amazonas. O pedido atende a uma recomendação do Conselho Nacional de Presidentes dos Tribunais de Contas (CNPTC). 

O documento foi enviado pelo conselheiro Carlos Porto, relator das contas da SESAU, à secretária Luciana Albuquerque, considerando a trágica situação vivida nas últimas semanas pelo povo amazonense que levou a um novo colapso no Sistema de Saúde local e à falta de oxigênio para atender pacientes internados.

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A prefeitura terá até a próxima segunda-feira (25) para informar as ações que vêm sendo tomadas para evitar que o município do Recife passe por situação semelhante e se foram feitas atualizações no Plano Municipal de Contingência, elaborado em março de 2020.

O TCE também quer saber a atual situação dos contratos com as empresas fornecedoras de oxigênio para a cidade e como ocorre o seu abastecimento e distribuição na capital pernambucana. A prefeitura terá que informar quais as quantidades de cilindros e concentradores estocados no município e se este número é suficiente para evitar um eventual colapso do sistema de saúde local, diante de um novo surto da pandemia.

Uma equipe técnica da Gerência de Contas da Capital (GECC) do TCE deverá realizar uma vistoria nos locais de armazenamento no próximo dia 28 para conferir os quantitativos e a situação dos estoques do gás.

*Com informações do TCE

A vacinação contra Covid-19 para os profissionais de saúde foi suspensa em Manaus por um dia nesta quinta-feira (21) para reformulação da campanha. Há municípios do interior do Amazonas que terão de devolver doses do imunizante, enviadas erroneamente pelo Estado. Mesmo com a suspensão, os funcionários do Samu devem ser vacinados ainda nesta quinta-feira.

Segundo a assessoria da Secretaria de Estado da Saúde (Susam), a quantidade de doses da vacina contra o coronavírus disponibilizada pelo Ministério da Saúde nessa primeira fase corresponde a 34% do total de profissionais de saúde do Estado. O Amazonas enfrenta uma grave crise sanitária, com aumento de casos e internações por Covid-19 e falta de oxigênio para pacientes hospitalares há pelo menos uma semana.

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Para conter a polêmica de quarta-feira (20) quando um filho de um deputado e as gêmeas de um empresário local recém-formados em Medicina postaram fotos sendo vacinadas em rede social, a orientação agora é de que a prioridade na vacinação deva ser dada aos profissionais das unidades de referência, de média e alta complexidade, que tenham contato direto com pacientes com Covid-19, levando em conta fatores como comorbidades e idade.

O Amazonas recebeu 282.320 doses da vacina na segunda-feira, 18. Desse total, segundo a Susam, 25.440 foram levados pela Força Aérea Brasileira (FAB) diretamente para Tabatinga ainda na segunda-feira, em função de um acordo do Ministério da Saúde por causa da localização na tríplice fronteira.

O quantitativo enviado está acima do que era previsto, de 21.783 doses, e, portanto, o município terá de devolver a diferença (3.657 doses). Ainda segundo a assessoria do governo, os lotes entregues pelo Ministério da Saúde são destinados para aplicação de duas doses, garantindo a imunização do público-alvo.

Quatro municípios (Alvarães, com 2.171 doses, Codajás, com 198, Nova Olinda do Norte, com 820, e Uarini, 885) vão receber a primeira dose até esta quinta-feira, conforme o Plano Operacional da Campanha de Vacinação contra a Covid-19, assim como Silves, que vai receber mais 296 doses, completando a remessa equivalente à primeira dose, que foi menor que o necessário. Segundo a Susam, do total de 58 dos 62 município abastecidos, 33 receberam somente a primeira dose por não possuírem estrutura adequada para acondicionamento das vacinas.

Após o cálculo de todos os grupos, de acordo com critérios do Ministério da Saúde e cruzamento com os dados do Amazonas, houve uma sobra de 8.345 doses, que serão redistribuídas. Em nota, a Susam assume que a Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), órgão subordinado à secretaria e responsável pela divisão das vacinas, "errou ao informar, na última terça-feira, 19, que as doses armazenadas nos contêineres na fundação correspondiam somente à segunda dose da vacina para capital e região metropolitana. Na verdade, as doses armazenadas correspondem à reserva técnica de modo geral e às segundas doses dos municípios que não têm estrutura para receber as duas doses de uma vez só".

O deputado federal Raul Henry (MDB-PE) apresentou um pedido para a aberura de uma de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), com a finalidade de investigar as causas e os responsáveis pelo colapso do sistema de saúde em Manaus, no Amazonas. A proposta foi protocolada nessa terça-feira (19) na Câmara dos Deputados. 

Na avaliação de Henry, “a Câmara dos Deputados não pode se omitir da investigação desses fatos gravíssimos. A impunidade não pode prevalecer ante a negligência criminosa que foi praticada contra o povo do Amazonas”.

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“De todos os absurdos dessa tragédia que atinge o Brasil, cujas mortes pela Covid-19 representam 10% das mortes do mundo pela doença, o maior de todos foi o colapso no sistema de saúde de Manaus, em propagação pelo interior da região Norte do país”, observou o deputado ao justificar a solicitação.

 “Sem oxigênio nos hospitais, leitos fechados por falta do insumo, doentes levados a outros estados, cemitérios sem vagas e toque de recolher, a capital do Amazonas vive uma crise sem precedentes. O que chama atenção, no entanto, é que estamos diante de uma tragédia anunciada, que foi formalmente comunicada às autoridades desde as últimas semanas de 2020. Documentos oficiais, inclusive, relatam com detalhes o tamanho do problema e até a previsão exata de quando ocorreria o colapso”, emenda o emedebista.

 Raul Henry ressalta também que os casos de contaminação da doença cresceram e aponta a morosidade de atuação do Ministério da Saúde diante da situação na cidade. Veja a justificativa na íntegra:

De todos os absurdos dessa tragédia que atinge o Brasil, cujas mortes pela covid-19 representam 10% das mortes do mundo pela doença, o maior de todos foi o colapso no sistema de saúde de Manaus, em propagação pelo interior da região Norte do país.

Sem oxigênio nos hospitais, leitos fechados por falta do insumo, doentes levados a outros estados, cemitérios sem vagas e toque de recolher, a capital do Amazonas vive uma crise sem precedentes. O que chama atenção, no entanto, é que estamos diante de uma tragédia anunciada, que foi formalmente comunicada às autoridades desde as últimas semanas de 2020. Documentos oficiais, inclusive, relatam com detalhes o tamanho do problema e até a previsão exata de quando ocorreria o colapso.

Segundo dados do Ministério da Saúde, o número de internações em Manaus dobrou em uma semana, saindo de 36 casos, em 20 de dezembro, para 88 casos, em 27 de dezembro. Nessa data, fornecedores de oxigênio da região já apontavam para a insuficiência da oferta do gás.

Após reunião do ministro da saúde, Eduardo Pazuello, com o seu secretariado, no dia 28 de dezembro, foi decidido que um grupo técnico seria enviado para avaliar a situação em Manaus. Mas a comitiva só chegou na cidade no dia 3 de janeiro de 2021. Já no dia seguinte, 4 de janeiro, o governo reconheceu a possibilidade iminente de colapso do sistema de saúde, dentro de 10 dias.

No dia 7 de janeiro, a White Martins oficiou que não tinha condições de atender à demanda dos hospitais por oxigênio, chegando a sugerir o nome de uma segunda fornecedora para ajudar a suprir essa necessidade.

Mesmo diante de todas essas alarmantes evidências, o que se viu foram pessoas indo a óbito por asfixia, pela impossibilidade do socorro adequado.

Diante do exposto, entendo que o Parlamento tem o dever de adotar as medidas que lhe cabem. A Câmara dos Deputados não pode se omitir da investigação desses fatos gravíssimos. A impunidade não pode prevalecer ante a negligência criminosa que foi praticada contra o povo do Amazonas.

Assim, justifica-se plenamente a criação da COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO, respaldada pelas assinaturas que acompanham a proposta.

 RAUL HENRY

Em meio a uma forte crise de saúde, causada pela alta da segunda onda da pandemia no estado amazonense, a cidade de Manaus já recebeu os primeiros lotes da vacina contra a Covid e deu início à imunização dos grupos prioritários. Porém, a vacinação na capital do Estado começou cercada de denúncias. Segundo a página Bora Conversar Política, o prefeito David Almeida (Avante) teria nomeado os filhos dele e de alguns empresários para cargos comissionados na área de saúde a fim de “furarem a fila” da vacina. Além disso, caixas com o imunizante teriam sido desviados para outros órgãos na cidade. 

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De acordo com os Tweets da “BCPolítica”, o suposto esquema teria sido descoberto após filhas de um empresário do Amazonas terem postado em suas redes sociais fotos durante a vacinação. “Em Manaus, filhos(as) de empresários e políticos que acabaram de se formar em Medicina estão sendo nomeados pelo Prefeito para atuar na linha de frente da COVID-19 e furam fila da vacina. Milhares de doses estão sumindo e ninguém sabe para onde foram”. A denúncia foi feita na madrugada desta quarta (20). 

Além disso, o perfil também indica que alguns lotes da vacina teriam sido desviados para outras áreas, que não a da saúde, na capital amazonense. “Dizem que algumas caixas foram desviadas para o Tribunal de Justiça, Tribunal de Contas, Ministério Público, políticos e empresários.” Em um dos comentários da postagem, um seguidor repostou um vídeo no qual David Almeida aparece dizendo que será emitida uma portaria proibindo a publicação de fotos nas redes sociais durante a imunização. 

Entre as postagens, a página também mostrou alguns prints de Isabelle Lins, filha de um empresário amazonense, se defendendo das acusações. Segundo Isabelle, ela é médica formada e, portanto, parte do grupo prioritário na imunização. “Eu sou profissional de saúde e tive o meu direito. Falem qualquer coisa, menos que furei a fila por ser herdeira”. A jovem também disse que entraria com processos caso fosse preciso. 

Procurada pelo LeiaJá, a Prefeitura de Manaus falou sobre as denúncias. Confira a nota na íntegra: 

A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), iniciou na tarde desta terça-feira, 19/1, a vacinação dos profissionais de saúde da rede pública da cidade. A equipe de imunização da Semsa iniciou os trabalhos pelas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), com atendimento exclusivo para casos suspeitos de Covid-19.

Com o baixo volume de doses de vacinas contra a Covid-19 repassado pelo governo do Estado à Prefeitura de Manaus - apenas 40.072 das 282 mil recebidas do Ministério da Saúde, na última segunda-feira, 18 -, o Executivo municipal precisou rever o plano de vacinação.

Do total de doses recebido, a prefeitura reservou 12,2% delas para os profissionais da rede municipal, que estão atuando no enfrentamento à Covid-19.

Com o baixo volume de vacinas, a Semsa solicitou ao Estado a lista de prioridades das suas unidades de média e alta complexidades. No entanto, o documento final só foi enviado por volta das 15h30.

Seguindo a programação, com escolta, a equipe de imunização saiu, às 14h, do complexo oeste da divisão do Programa Nacional Imunização municipal, no bairro da Paz, onde está localizada a rede de frio municipal, onde são armazenadas todas as vacinas.

Com a lista de prioridades da rede de saúde do Estado, a Semsa começa nesta quarta-feira, 20, a vacinação dos profissionais da saúde dos hospitais, prontos-socorros, Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Serviços de Pronto Atendimento (SPAs) escolhidos pelo governo.

Sobre o caso das médicas Gabrielle Kirk Lins e Isabbele Kirk Lins, vacinadas neste primeiro dia de imunização, não há nenhuma irregularidade, uma vez que se encontram nomeadas e atuando legitimamente no plantão da unidade de saúde, para a qual foram designadas, em razão da urgência e exceção sanitárias, estabelecidas nos primeiros 15 dias da nova gestão.

O Ministério da Saúde autorizou a contratação temporária e emergencial de mais 72 médicos para reforçar o atendimento a pacientes com covid-19 em Manaus (AM). Segundo o texto da portaria ministerial n° 79, publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (19), os profissionais serão contratados por um ano, por meio do Programa Mais Médicos, do governo federal.

As vagas deverão ser preenchidas por chamamento público e o prazo de contratação será improrrogável. Os interessados em participar da iniciativa devem se inscrever ainda hoje, na página do programa na internet.

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De acordo com o ministério, a iniciativa é uma resposta à situação emergencial que o Amazonas enfrenta. Há ainda outras 36 vagas em aberto, remanescentes do chamamento anterior, totalizando a possibilidade de 108 contratações para a rede de atenção primária da capital amazonense, onde, segundo o ministério, é feito a maior parte do atendimento de casos leves de síndrome gripal e covid-19.

Sessenta e quatro profissionais já atuam em Manaus por meio do Programa Mais Médicos. De acordo com o ministério, diante da situação, o recesso de alguns dos participantes do programa, previsto para ocorrer a partir da segunda quinzena de janeiro, foi suspenso.

 

Na manhã desta terça-feira (19), Whindersson Nunes avisou aos seguidores do Twitter que estava enviando oxigênio para Manaus, no Amazonas. O humorista garantiu na postagem que 217 cilindros do insumo já estava a caminho da capital amazonense. 

Assim que fez o anúncio, internautas parabenizaram Whindersson. "Parabenizo o humorista pela atitude de doar, certeza que está salvando muitas vidas. Mas não pensem que isso faz dele uma pessoa melhor do que você, ele só está doando o que tem. Você que não tem condições financeiras pode ajudar orando", comentou um dos usuários da rede social.

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Whindersson Nunes capitaneou na últuma semana uma mobilização na internet para conseguir arrecadar uma boa quantidade de cilindros de oxigênio, com destino aos hospitais de Manaus. A capital do Amazonas vem sofrendo um colapso no sistema público de saúde em relação aos altos índices de internações por Covid-19.

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Mais 15 transferências de pacientes com covid-19 do Amazonas foram realizadas na tarde desta segunda-feira (18) para outros estados da Federação na tarde de hoje. Dessa vez, os internados foram encaminhados para a cidade de Góias (GO).

Pela manhã, também foram transferidos de Parintins (AM) para Belém dois pacientes. A previsão é que mais cinco pacientes do município devem ser transportados amanhã (19) para o Hospital de Campanha de Belém.

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Até o momento foram transferidos 94 pacientes para outros estados, segundo informou a Secretaria de Saúde estadual. A ação faz parte da força-tarefa, em conjunto com o governo federal, para diminuir a lotação dos hospitais públicos do estado diante do aumento do número de internações de pessoas infectadas pelo novo coronavírus.

Segundo a secretaria, o estado de saúde dos pacientes é estável e, portanto, permite a locomoção área dos internados. Os pacientes transferidos para Goiás estavam no Serviço de Pronto Atendimento (SPA) São Raimundo, SPA Alvorada, SPA Zona Sul, Hospital e Pronto Socorro (HPS) Dr Aristóteles Platão Bezerra de Araújo e HPS Dr. João Lúcio Pereira Machado, todos na capital Manaus.

Segundo boletim divulgado há pouco, a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas contabilizou 232.434 casos da doença no estado. Desde que a presença do novo coronavírus no país foi confirmada, no fim de fevereiro de 2020, 6.308 pessoas morreram em decorrência da doença.

Entre os casos confirmados, 1.766 pacientes estão internados, sendo 1.144 em leitos (475 na rede privada e 669 na rede pública), 598 em UTI (284 na rede privada e 314 na rede pública) e 24 em sala vermelha (estrutura voltada à assistência temporária para estabilização de pacientes críticos ou graves que, uma vez estabilizados, são encaminhados a outros pontos da rede de atenção à saúde).

 

A Advocacia-Geral da União (AGU) atendeu a uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) e prestou informações sobre as providências tomadas pelo governo federal para neutralizar a situação de emergência na cidade de Manaus (AM) em razão da pandemia da covid-19. De acordo com a AGU, o Ministério da Saúde teve conhecimento da escassez no estoque de oxigênio no estado no dia 8 de janeiro.

A informação foi passada ao ministério pela empresa fabricante do produto. “A partir do conhecimento dessa informação, houve alteração da programação da visita do secretariado do Ministério da Saúde a Manaus, que passou a envolver a inspeção das localidades de armazenamento e manejo de oxigênio hospitalar”, explicou a AGU.

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A AGU destacou ainda que foram repassados R$ 370 milhões ao município de Manaus, considerando a soma de diversos repasses financeiros para estados e municípios, como o Fundo Nacional de Saúde – FNS; o Apoio do Fundo de Participação dos Estados e do Municípios e o Programa Federativo de Enfrentamento à Covid-19.

Dentre as informações prestadas pelo advogado-geral da União, José Levi do Amaral Júnior, a Secretaria Especial de Assuntos Federativos, integrante da Secretaria de Governo, da Presidência da República, tem articulado encontros semanais de Comitês de Crise regionais. Segundo o advogado da União, o Comitê de Crise da Região Norte realizou 17 reuniões em 2020 e em nenhuma delas foram informados problemas relativos à escassez de oxigênio nos hospitais locais.

O ministro Lewandowski, relator da ação, determinou a ampla publicidade das providências já empreendidas e a remessa formal das informações prestadas pelo governo federal ao Congresso Nacional.

Crise

Desde o fim do ano passado, o Amazonas vive um avanço nos números do covid-19 e está com quase todos leitos clínicos e de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ocupados, tanto na rede pública como na privada.

A crise na saúde do estado levou os familiares de pacientes infectados por covid-19 a buscarem cilindros de oxigênio por conta própria para tentar evitar que seus parentes morressem por asfixia. O estoque de oxigênio acabou em vários hospitais da capital na semana passada, o que levou pacientes internados à morte, segundo relatos de médicos que trabalham na cidade. Pacientes têm sido levados para tratamento em outros estados, que também têm doado cilindros de oxigênio para hospitais da capital do Amazonas.

 

A situação alarmante nos hospitais em Manaus chamou atenção de todo o País. No Recife, por exemplo, o elenco do Sport, em uma iniciativa encabeçada pelos experientes Patric e Thiago Neves, conseguiram a doação de 375 cilindros de oxigênio que serão enviados aos hospitais da região. A ação também contou com apoio de uma empresa da área de saúde e do projeto Transforma Brasil. 

Além de dar o exemplo, os jogadores pedem, por meio de suas redes sociais, que torcedores e mais pessoas também engajem para cooperar com a ação. Os atletas doaram 125 cilindros, enquanto os parceiros doaram os outros 250. 

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“Temos que fazer a nossa parte. Somos figuras públicas e podemos ajudar para que outras pessoas possam contribuir com a população de Manaus. Queremos dar o nosso auxílio para salvar vidas. É preciso ter sensibilidade neste momento com o que vem passando a população de Manaus”, disse o lateral Patric.

O Hospital Universitário de Brasília (HUB) recebeu neste domingo (17) de madrugada 15 pacientes com covid-19 transferidos de Manaus. Eles chegaram em avião da Força Aérea Brasileira (FAB) por volta das 3h e foram transportados da Base Aérea da capital federal para o HUB, com o apoio do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Segundo o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, foram usadas cinco ambulâncias, quatro com suporte básico e uma com suporte avançado. A corporação informou que todos os pacientes estão conscientes e têm o quadro estável.

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Ao chegarem ao HUB, os pacientes foram transferidos para a Unidade de Pronto-Socorro, que tem leitos exclusivos para pacientes com covid-19, com suporte de oxigênio. Caso algum paciente tenha de ir para Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), poderá ser transferido para a rede pública do Distrito Federal.

Esse foi o segundo grupo de pacientes enviados de Manaus para a capital federal. Na quinta-feira (14), seis foram transferidos para Brasília. Cinco estão no hospital particular Santa Lúcia, com o tratamento custeado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e um militar da Força Aérea que estava no Hospital da Aeronáutica de Manaus está internado no Hospital das Forças Armadas (HFA).

Por causa do colapso do sistema de saúde na capital amazonense, pacientes com covid-19 estão sendo transferidos para outros estados. Além do Distrito Federal, os hospitais universitários da Universidade Federal do Piauí e da Universidade Federal do Maranhão (HU-UFMA) receberam pacientes do Amazonas.

Administrada pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, a rede de hospitais universitários federais ofereceu 205 leitos, em diversos estados, para receber os pacientes do Amazonas. As transferências continuarão a ser feitas nos próximos dias.

 

Duas cargas de oxigênio encaminhadas pelo governo federal a Manaus, no mês de maio de 2020 e neste final de semana, dariam para abastecer o Amazonas por apenas poucas horas.

Na manhã deste sábado, o presidente Jair Bolsonaro propagandeou nas redes sociais que no dia 3 de maio mandou um carregamento de 200 cilindros de oxigênio ao Estado, algo em torno de 2 mil metros cúbicos do produto. Também no sábado, o Ministério da Defesa divulgou nota destacando que mais 6 mil metros cúbicos foram encaminhados ao Estado, o que totalizaria 8 mil metros cúbicos do oxigênio.

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De acordo com o governo do Amazonas, no entanto, a demanda diária, que estava antes do segunda onda da pandemia de covid-19, em torno de 30 mil metros cúbicos, subou para mais de 70 mil na última semana. As duas remessas, dessa forma, não somariam nem 10% da demanda total de um dia dos hospitais do Estado.

Se for levado em conta os duzentos cilindros de oxigênio que o presidente da República, Jair Bolsonaro, disse no Twitter que enviou no mês de maio para o Amazonas, o volume não daria para abastecer os hospitais do Estado nem por duas horas, mesmo se fosse considerada a demanda de períodos anteriores à pandemia.

Desde a última quarta-feira, 13, quando o sistema de saúde do Amazonas entrou definitivamente em colapso, o presidente passou a ser cobrado a dar uma resposta imediata ao problema. As mortes de pessoas por asfixia, devido à falta de oxigênio, ganharam o mundo.

O governo brasileiro também foi duramente criticado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Nas redes sociais e no meio político o presidente também passou a ser cobrado com maior intensidade, até que Bolsonaro resolveu, nesta sexta, 15, se defender. "Fiz tudo o que estava ao meu alcance, o problema agora é do Estado do Amazonas e da Prefeitura de Manaus", disse.

No dia seguinte aos partidos de oposição anunciarem que vão ingressar com um novo pedido de impeachment, o presidente foi às redes sociais, neste sábado, para reafirmar que o governo estaria agindo. "Desde o início da pandemia o @govbr, além de recursos, enviou material humano e oxigênio para o Amazonas", destacou, no Twitter.

A postagem é acompanhada de um vídeo, da Secretaria Especial de Comunicação, que informa que o governo mandou duzentos cilindros de oxigênio para o Amazonas no mês de maio. Além do oxigênio, Bolsonaro diz no Twitter que o Ministério da Defesa entregou no Estado 31 toneladas de álcool em gel, no início da pandemia, em aviões cargueiros da Força Aérea Brasileira (FAB).

A reportagem procurou o Palácio do Planalto, neste sábado, para que o governo pudesse comentar a postagem do presidente. O Estadão também quis saber se outras cargas de oxigênio, além da informada pelo presidente, foram enviadas pelo governo a Manaus durante a pandemia. O governo não quis comentar.

Quando disse que a FAB não tinha mais Boeings que poderiam levar suprimentos a Manaus, o vice-presidente Hamilton Mourão esqueceu de contar que a Aeronáutica não tem mais esses aviões por duas decisões da gestão Jair Bolsonaro. A primeira foi cancelar em fevereiro de 2019 licitação para compra de aeronave usada Boeing-767-300ER. A segunda foi cancelar licitação que atingiu o leasing da mesma aeronave, que estava sendo alugada desde 2016. Esta segunda decisão foi em 12 de agosto de 2020, já na pandemia.

Só em seu porão, a aeronave poderia levar 31 toneladas de carga, fora a possibilidade de ser adaptada para o transporte de pacientes em uma emergência. Para se ter ideia do que essa capacidade de carga significa, a maior aeronave hoje da FAB, o cargueiro KC-390, pode levar 26 toneladas de equipamento. A FAB tem quatro KC-390, mas um deles foi enviado em meio à crise para os EUA a fim de participar de treinamento militar com o Exército americano. Apesar disso, a Aeronáutica disse que essa falta não prejudica a logística para socorrer Manaus.

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Quatro meses antes da decisão de não se comprar o Boeing, a Itália e a França haviam transportado pacientes para outras regiões para desafogar hospitais. Na época da decisão, a FAB informou que o cancelamento se devia a razões orçamentárias. Temia-se que, com a crise da covid, houvesse queda da arrecadação e, preventivamente, decidiram economizar. E alegava-se que a pandemia modificava os valores do mercado internacional.

Procurado, o Comando da Aeronáutica informou que "o recebimento do cargueiro multimissão KC-390 Millennium, que aumentou a capacidade de transporte da Força" estava entre as razões para deixar de comprar o Boeing 767-300ER. Também informou que três dos 4 KC390 da FAB estão empenhados na operação de auxílio ao Amazonas.

Na quinta, o ministro da saúde, Eduardo Pazuello, disse que seis aviões da FAB seriam mobilizados para levar oxigênio. Por fim, a FAB disse ainda que anteontem outras duas aeronaves C-130 Hércules pousaram no Amazonas com 18 toneladas de cilindros de oxigênio.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Jair Bolsonaro, em 28 de dezembro de 2020, esteve no Estádio da Vila Belmiro, em Santos (SP), onde boicotou mais uma vez medidas sanitárias contra a covid-19. Em declaração à imprensa, ainda no gramado, o presidente elogiou protestos feitos em Búzios (RJ), Fortaleza (CE) e Manaus (AM) contra o fechamento do comércio. "Sei que a vida não tem preço. Mas não precisa ficar com esse pavor todo", disse o presidente. "Vi que o povo em Manaus ignorou o decreto do governador do Amazonas."

As manifestações na cidade levaram o governador a recuar e reabrir o comércio no Estado. Menos de um mês depois, Manaus vive o pior momento da pandemia, com colapso no sistema de saúde e falta de oxigênio para pacientes da covid-19 e até bebês prematuros.

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As aglomerações de fim de ano, além da circulação de uma nova variante da covid-19, são fatores tidos como determinantes para a explosão de internações em Manaus, segundo o governo estadual e especialistas.

Bolsonaro não apenas apoiou as aglomerações, como seu governo minimizou alertas de que Manaus poderia colapsar. O presidente negou responsabilidades pela crise e disse que cabe ao governo federal somente repassar recursos para o combate à pandemia. "Fizemos nossa parte, com recursos e meios", disse.

A postura do governo, porém, levou a Procuradoria da República no Amazonas a determinar a abertura de inquérito civil para apurar se houve falha no apoio ao Estado e opção por indicação de "tratamento precoce com eficácia questionada".

O questionamento dos procuradores faz menção à visita do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e sua equipe ao Estado. Mesmo sob alertas de colapso em Manaus, a comitiva da Saúde apostou em uma arma ineficaz: o tratamento precoce, ou seja, o uso de medicamentos sem eficácia para a covid-19, como a cloroquina. A falta da prescrição destes medicamentos foi apontada por Bolsonaro como um dos maiores motivos da crise em Manaus.

Pazuello deixou a cidade em 13 de janeiro, na véspera de alguns hospitais ficarem sem oxigênio e pacientes morrerem asfixiados. Os procuradores apontam que o governo só mobilizou o transporte dos cilindros de oxigênio e a transferência de pacientes a outros Estados, por meio de aviões da Força Aérea Brasileira (FAB), no dia 14, quando a crise ganhou projeção nacional. Antes disso, porém, o governo local já alertava sobre a falta do insumo, segundo ofício que determina a apuração.

A Procuradoria deve questionar os ministérios da Saúde, da Defesa e o governo local sobre a pressão pelo uso do "tratamento precoce", além da resposta aos alertas sobre a crise no Amazonas. A empresa White Martins, que fornece oxigênio ao governo local, deve ainda explicar se alertou o ministério de Pazuello sobre a falta do insumo.

O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), evita críticas a Bolsonaro e ao ministro Pazuello pela crise em Manaus. O Estado depende do apoio federal. Nos bastidores, no entanto, auxiliares do governador reclamam que Pazuello recebeu Lima em Brasília, no último dia 6, ouviu que o quadro era grave e que a nova cepa pode aprofundar a crise no País, mas não respondeu à altura. "O problema é muito grave por conta da pandemia. Estamos chegando ao nosso limite e vim fazer um apelo ao ministro para que aumente o socorro para o Amazonas", disse Lima após reunião com Pazuello, na última semana.

Alerta da cunhada. Na segunda-feira, 11, Pazuello mostrou que conhecia a crise por oxigênio. O ministro, que viveu e tem família em Manaus, citou um caso próximo, mas minimizou o colapso. "Quando cheguei na minha casa, ontem, estava a minha cunhada... o irmão (dela) não tinha oxigênio nem para passar o dia. Acho que chega amanhã. O que você vai fazer? Nada. Então, vamos com calma. Calma com suas reivindicações pessoais", disse ele.

No mesmo discurso, Pazuello reforçou que o uso do tratamento que já foi apontado pela ciência como sem eficácia amenizaria a crise. Ele disse que era preciso cobrar a prescrição de profissionais de saúde, diretores de hospitais e conselhos profissionais. "A medicação pode e deve começar antes desses exames complementares (de diagnóstico). Caso o exame lá na frente der negativo, reduz a medicação e tá ótimo. Não vai matar ninguém", disse Pazuello.

Em Manaus, também lançou o TrateCOV, aplicativo para médicos que ajuda no diagnóstico e indica o uso do "tratamento precoce". Em ofício à Secretaria de Saúde de Manaus, o ministério chegou afirmar que é "inadmissível" não prescrever antivirais contra a covid-19.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Diante do colapso do sistema de saúde de Manaus e da falta de oxigênio para suprir a demanda de internações por covid-19 no Amazonas, 107 médicos graduados na Venezuela se ofereceram para ajudar Manaus, informou neste sábado, 16, o ministro de Relações Exteriores do país, Jorge Arreaza.

De acordo com o anúncio, os 107 profissionais parte da Associação dos Médicos Formados no Exterior (Amfex) e se apresentaram na sexta ao consulado venezuelano em Boa Vista, Roraima, para ajudar no atendimento médico aos pacientes acometidos pelo coronavírus no Amazonas.

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A brigada, que conta com médicos brasileiros e venezuelanos formados na Universidade de Caracas, Venezuela, enviou documento ao governador Wilson Lima (PSC) nesta sexta-feira, 15. No documento, o grupo afirma que "107 médicos residentes no Brasil estão à inteira disposição para prestar o apoio que seja necessário para nessa luta contra o coronavírus e a favor da vida humana".

A colaboração do país vizinho vem após, no último dia 14, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, orientar que sua diplomacia atendesse ao pedido do governo do Amazonas para liberar uma carga de oxigênio hospitalar da White Martins produzida no país. O governador do Amazonas, Wilson Lima, disse que a Venezuela foi o único país a se prontificar a ajudar o Estado na crise falta de oxigênio.

Além da colaboração dos profissionais da saúde, o ministro chavista também comunicou que informou ao governador do Amazonas que neste sábado os primeiros caminhões de cilindro com milhares de litros de oxigênio saem da fábrica do SIDOR, em Puerto Ordaz, para Manaus.

A cidade de Puerto Ordaz, na Venezuela, fica a 1.580 quilômetros da capital manauara. Ainda não há estimativas de quando essa carga chegará ao Brasil.

A mãe da jornalista Marcela Valente Elias, Maria Auxiliadora Valente, de 64 anos, morreu, na tarde de quinta-feira (14), por falta de oxigênio na UTI do Hospital 28 de Agosto, em Manaus, sem qualquer aviso à família sobre a falta de cilindros. Até aquele dia ainda era possível comprar o material na rede particular. Nesta sexta-feira (15), os estoques estavam esgotados.

"Quem foi esse assassino? Que autoridade tem sob esse ato? Canalhas", escreveu a jornalista em texto forte no Facebook. Sua mãe estava internada há três dias, com Covid-19, esperando um leito na UTI. Nesta sexta-feira, pacientes com covid começaram a ser transferidos para outros unidades da federação. O governo do Amazonas pediu ajuda aos Estados de São Paulo e Maranhão para abrigar bebês prematuros que estão internados.

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Assim com Maria Auxiliadora, a tia do produtor cultural Fabricio Nunes, Maria Gorete Abreu, de 60 anos, morreu em uma maca comum, sem ter conseguido vaga na UTI do Serviço de Ponto Atendimento (SPA) do bairro Alvorada, zona centro-oeste da capital amazonense, onde estava internada havia dois dias com sintomas de covid. "Estamos transtornados na família, queremos saber o porquê de não termos sido avisados da possibilidade de faltar oxigênio", disse Fabricio.

Um médico que preferiu não ter o nome divulgado disse que 41 pacientes morreram nas 12 unidades de saúde que atendem casos de covid na capital do Amazonas por falta de oxigênio. O número nem a causa não são confirmados pela Secretaria da Saúde do Estado do Amazonas (Susam).

De acordo com a assessoria da Susam, ontem pela manhã a Força Aérea Brasileira (FAB) desembarcou 6 mil litros de oxigênio líquido da empresa White Martins. O material foi distribuído pelos hospitais da rede estadual. Questionada, a pasta não informou por quanto tempo esse suprimento durará. A Susam afirmou ainda que mais 22 mil metros cúbicos chegarão de Guarulhos até quarta-feira.

O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), afirmou ontem que Manaus tem oxigênio suficiente para atender a central do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), a Maternidade Moura Tapajóz e a Fundação Dr. Thomas, e que estava esperava para ontem uma remessa de 6 mil metros cúbicos de oxigênio.

Transferências de pacientes

O Ministério da Saúde afirmou ontem que pacientes com a Covid-19 internados em Manaus começaram a ser transferidos para hospitais de oito capitais.

Conforme o ministério, as transferências ocorrerão por avião e estão garantidos 149 leitos: 40, em São Luís; 30, em Teresina; 15, em João Pessoa, 10, em Natal; 20, em Goiânia; 4, em Fortaleza; 10, no Recife, e 20; no Distrito Federal. A estimativa do governo do Amazonas é de que até 700 pacientes podem ser transferidos nos próximos dias.

Além da FAB, pacientes com Covid-19 têm usado aviões particulares para buscar atendimento em outras cidades. A reportagem registrou a chegada de um jatinho com um doente no aeroporto de Brasília, na manhã de ontem. O paciente, não identificado, foi transportado deitado de bruços na maca, técnica usada para facilitar a ventilação nos pulmões, e recebido por uma ambulância de uma rede particular de saúde.

O ministério afirma que a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), responsável pela gestão de hospitais universitários federais espalhados pelo País, também está oferecendo leitos aos pacientes.

Rede particular

Um médico de um hospital particular de Manaus disse que a situação é "gravíssima" também nos hospitais particulares, cinco na capital, todos com seus prontos-socorros fechados desde o início de janeiro, com capacidade esgotada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Por meio de um Twitter, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ) acusou o também parlamentar Marcelo Freixo (PSOL-RJ) de ameaçar contra a vida do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Na publicação, feita nessa sexta-feira (15), há um print de uma publicação feita na conta do psolista com as palavras: “É impeachment ou morte”.

“Mesmo após um ex-membro de seu partido ter tentado assassinar meu pai, deputado do PSOL segue incitando a violência”, afirmou Eduardo. A publicação provocou reações, que levou o nome de Freixo aos trends topics da rede. Entre os comentários, há explicações do que significa a frase, remetendo ao quantitativo de mortes ocasionadas pela forma que o Governo Federal atua durante a pandemia. Além disso, também há quem chame o Freixo de ‘frouxo’, por ter apagado o tuíte.

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Após a repercussão do print, o post foi apagado da conta do Twitter do Marcelo Freixo. Ao longo do dia, Freixo reiterou seu posicionamento em favor do impeachment do atual presidente. “Para quem não sabe ler ou sofre de mau caratismo, repito: ou fazemos agora o impeachment de Bolsonaro ou mais brasileiros morrerão”, disse Freixo nessa sexta-feira.

A cantora Demi Lovato usou suas redes sociais para dar visibilidade a tragédia que ocorre em Manaus. Pelo Story do Instagram, a artista - que acabou de lançar um documentário sobre a época em que era usuária de drogas - divulgou um tweet da criadora da Agência Lupa, Cristina Tardáguila, sobre a situação amazonense. 

Demi escreveu "Brasil, eu vejo vocês e ouço vocês" e disponibilizou um link, no "arraste para cima", para que outras pessoas tenham acesso a informações sobre o que está acontecendo na região Norte do país.

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Manaus

A tragédia da escassez de oxigênio, que acometeu Manaus nos últimos dias, fez com que a cidade batesse um mórbido recorde. A capital amazonense registrou, entre quarta (13) e sexta-feira (15), 213 sepultamentos em seus cemitérios. Artistas e diversos Estados do Brasil têm se organizado para enviar cilindros de oxigênio para atender a população manauára.

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