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Com a negativa da Índia em entregar dois milhões de doses de vacinas da AstraZeneca/Oxford ao Brasil, o governo decidiu dar um novo destino para a aeronave que iria a Mumbai.

Em nota oficial, o Ministério da Saúde informou que o avião da Azul, que está em Recife (PE), seria enviado ainda nesta sexta-feira (15), às 23h, até Campinas (SP), para carregamento de cilindros de oxigênio que serão transportados a Manaus (AM) no sábado (16).

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"A aeronave levará a capacidade máxima para esse tipo de carga. O pedido foi feito pelo Ministério da Saúde a fim de abastecer as unidades de saúde da região", informou a pasta.

"O voo será realizado pela mesma aeronave que partiria hoje para Mumbai, na Índia, uma vez que a missão foi reprogramada devido questões diplomáticas entre Brasil e Índia e deverá ocorrer nos próximos dias."

A decisão da Índia frustrou a expectativa do governo federal, que havia preparado um plano para que o imunizante chegasse ao País até domingo (17), a tempo de ser usado no início da vacinação em todo o País, prevista para quarta-feira (20).

Após a resposta dos indianos, o Ministério da Saúde solicitou nesta sexta-feira a entrega "imediata" de seis milhões de doses da Coronavac, produzidas pelo Instituto Butantã, em parceria com a chinesa Sinovac.

O Instituto Butantã, por sua vez, respondeu que vai liberar o imunizante assim que houve autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e questionou o quantitativo de vacinas que será destinado ao Estado de São Paulo, além da data e horário em que será iniciada a campanha de vacinação "simultaneamente" em todo o País.

Em novo ofício ao Butantã, o Ministério da Saúde não respondeu às perguntas e afirmou que é sua a responsabilidade pela elaboração, atualização e coordenação do Plano Nacional de Operacionalização da vacinação contra a Covid-19.

Mesmo com a recusa da Índia em enviar as doses, não está descartada a possibilidade de a vacinação começar apenas com a Coronavac, o que representaria um revés político a Bolsonaro.

A negociação pela vacina gerou crise entre os governos federal e de São Paulo. Bolsonaro chegou a forçar o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, a recuar da promessa de compra, em outubro. Bolsonaro disse também que não compraria a vacina "pela sua origem".

Por fim, o presidente recuou e acabou adquirindo a vacina, principal aposta do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), seu adversário político, para a vacinação no Estado. Ainda assim, Bolsonaro ironizou a eficácia de 50,4% da vacina, próximo do patamar mínimo exigido pela Anvisa.

Em entrevista ao programa Brasil Urgente, apresentado por José Luiz Datena, o presidente havia dito que o envio de doses pela Índia poderia atrasar "um ou dois dias", até o início da vacinação fosse iniciada no país asiático, prevista para este sábado. Na nota oficial, o governo não informou a nova data do voo para a Índia.

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, chegou a telefonar na noite de quinta-feira ao chanceler da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, e reiterou o pedido para importação das vacinas. A Índia, no entanto, alegou "problemas logísticos" para liberar as doses ao Brasil.

O governo federal comprou 46 milhões de doses da Coronavac neste mês. Há ainda a opção de adquirir mais 54 milhões de unidades.

A Anvisa deve decidir, neste domingo (17), se libera o uso emergencial da Coronavac e da vacina de Oxford. Antes deste aval, estes imunizantes deveriam ficar sob guarda do Butantã e da Fiocruz.

A tragédia da escassez de oxigênio, que acometeu Manaus nos últimos dias, fez com que a cidade batesse um mórbido recorde. A capital amazonense registrou, entre quarta (13) e sexta-feira (15), 213 sepultamentos em seus cemitérios. O número é maior do que quando o município enfrentou seu ápice de mortes por Covid-19, com 198 pessoas sepultadas, em 2020.

O Estado do Amazonas tem enfrentado um colapso no sistema de saúde, agravado pela quantidade de infectados após as festas de final de ano. Além das mortes por conta da falta de oxigênio, muitas pessoas têm morrido em casa, segundo o monitoramento da Prefeitura de Manaus. 

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De acordo com a White Martins Gases Industriais do Norte Ltda, responsável por fornecer oxigênio à rede de saúde do Estado, houve um aumento no consumo diário de oxigênio, que saltou de 40 mil metros cúbicos em 30 de dezembro, para 76,5 mil metros cúbicos. Com a falta do insumo para o tratamento adequado muitos pacientes morreram asfixiados. 

Artistas se unem para conseguir oxigênio

Encorajados pelo humorista Whindersson Nunes, diversos artistas fizeram a compra de oxigênio para Manaus. Whindersson se prontificou a doar 20 cilindros de 50L de oxigênio para hospitais da capital amazonense e cutucou os colegas famosos. "Alô, meus amigos artistas! Na hora de fazer show é tão bom quando o público nos recebe com carinho, né. Vamos retribuir?". Assim como ele, Tirulipa, Simone e Simaria, Tatá Werneck, Luciano Huck, Marília Mendonça, Bruno Gagliasso, Paola Carosella, Paulo Coelho, Marcelo Adnet e o sertanejo Gusttavo Lima fizeram suas contribuições.

A Prefeitura do Recife e o Governo de Pernambuco devem enviar 200 concentradores de oxigênio para auxiliar a cidade de Manaus, Amazonas, no enfrentamento à Covid-19. Serão 100 enviados pelo governo municipal e 100 pelo estadual.

O prefeito João Campos (PSB) afirmou que esses equipamentos estavam no estoque da cidade e eram provenientes dos hospitais de campanha que foram desativados. Esses aparelhos evitam, em muitos casos, a necessidade da utilização de um respirador.

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"Cada concentrador enviado representará uma vida com mais chance de superar esse que é o maior desafio das gerações vivas. A pandemia pede compromisso, urgência e humanidade", disse João Campos.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, informou na tarde desta quinta-feira (15), que vai encaminhar agora à tarde um pedido de convocação da Comissão Representativa para que possam discutir o colapso na saúde pública de Manaus.

Além disso, ele quer debater todo o processo que envolve a vacinação no Brasil. "É mais do que urgente que o Parlamento esteja de portas abertas, trabalhando para encontrar soluções para essa situação tão drástica e urgente. Não podemos nos omitir", revela.

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Com coordenação do Ministério da Saúde, uma rede de apoio está sendo criada em todo o Brasil para receber os pacientes de Manaus com Covid-19 que não encontram mais vagas para internação na capital amazonense. A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) disponibilizou 150 leitos, distribuídos em nove hospitais universitários federais do País, que fazem parte da rede administrada pela Ebserh, com o intuito de ajudar o estado do Amazonas. 

O Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC-UFPE)/Ebserh é um deles e confirmou, nesta sexta-feira (15), que vai disponibilizar dez leitos para esses pacientes com Covid-19. A data em que esses dez pacientes irão chegar ainda não foi definida.

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Para recebê-los, uma força-tarefa foi montada para redefinir os fluxos, reorganizar as equipes e redistribuir os leitos. Os pacientes de Manaus irão ficar internados na enfermaria de Doenças Infecciosas e Parasitária do HC – espaço que, em julho do ano passado, passou por requalificação estrutural para garantir mais conforto e qualidade para os pacientes e profissionais.

“Nosso hospital está preparado para receber esses pacientes. Temos uma equipe multiprofissional altamente qualificada, além de infraestrutura física, equipamentos e insumos de qualidade”, garantiu o superintendente do HC-UFPE/Ebserh, Luiz Alberto Mattos.

Como os pacientes infectados pelo novo coronavírus não podem receber visitas devido ao alto risco de contágio, serão feitas visitas virtuais para diminuir a angústia e a distância entre os pacientes e seus familiares, por meio de tablets e outros instrumentos de comunicação.

O reitor da UFPE, Alfredo Gomes, disse que a Universidade se solidariza com o estado amazonense. “A Universidade cumpre sua função social e compromisso com a vida, colocando seu hospital escola a serviço do povo brasileiro. O HC é um patrimônio público. Só podemos dar a resposta necessária a essa pandemia com a união de profissionais da saúde, cientistas, governos, instituições e a sociedade. A UFPE esteve atuante no enfrentamento da pandemia e permanece à disposição”, afirmou o professor Alfredo Gomes.

A Justiça Federal do Amazonas deu prazo de 24 horas para que a União e o estado do Amazonas apresentem um plano urgente para resolver o desabastecimento de oxigênio na rede de saúde, de modo a “garantir o direito fundamental  à vida durante a pandemia.”

Enquanto isso, a juíza Jaiza Maria Pinto Fraxe, da 1ª Vara Federal Cível do Amazonas, determinou que o governo federal é responsável pela transferência imediata para outras unidades da federação de pacientes da rede pública “que por ventura estejam na iminência de perder a vida em razão do desabastecimento do insumo oxigênio.”

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A juíza ordenou que fique no estado apenas o número de pacientes que possam ainda ser atendidos com as reservas ainda existentes.

“Fica expressamente esclarecido que qualquer ação ou omissão criminosa de servidores públicos ou agentes políticos, proprietários ou acionistas de empresas fornecedoras de insumos (oxigênio) e que resulte em óbito levará à imediata apuração e responsabilização dos culpados, sujeitos ativos de ilícitos, sem prejuízo das ações de improbidade”, afirmou a magistrada.

Além do planejamento, a juíza determinou que a União e o governo estadual informem se localizaram cilindros de oxigênio em outros estados e que requisitem, transportem e instalem de imediato o material.

O despacho da magistrada, assinado na noite de quinta-feira (15), foi proferido em uma ação aberta pelo Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM) e Defensoria Pública da União (DPU), Defensoria Pública do Estado do Amazonas e Tribunal de Contas do Estado do Amazonas.

Os órgãos pedem uma liminar urgente para obrigar os governos federal e estadual a agirem para resolver a situação de desabastecimento de oxigênio. Entre as medidas, além da requisição de oxigênio na indústria e em unidades de saúde de outros estados, a peça inicial pede também que a Força Nacional seja mobilizada.

Nesta sexta-feira (15), a Força Aérea Brasileira começou a transferir 235 pacientes de Manaus para hospitais de outras 8 unidades da federação: Ceará, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco. Segundo o Ministério da Defesa, desde o início da semana a FAB tem levado cilindros e tanques de oxigênio para o Amazonas.

As transferências de pacientes estão sendo realizadas em meio à sobrecarga do sistema de saúde no Amazonas, em decorrência do avanço dos números da pandemia de covid-19 no estado.

Segundo boletim divulgado na noite de ontem (14) pela Fundação de Vigilância Sanitária do Amazonas (FVS-AM), foram registrados 3.816 novos casos de contágio e 51 mortes nas últimas 24h no Amazonas. Desde o início da pandemia, são 223.360 casos e 5.930 mortes.

 

Milhares de pessoas subiram a #impeachmentBolsonarourgente no Twitter por conta das falhas do governo federal na gerência da Covid-19 no Brasil. Um dos principais pontos é a situação calamitosa que o estado do Amazonas está vivendo atualmente.

Sem oxigênio em estoque, algumas pessoas estão morrendo nas UTIs de Manaus. Sem a gerência do Estado, famosos e anônimos estão se mobilizando para comprar cilindros de oxigênio e organizar a logística de entrega

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Um panelaço também está sendo organizado pelos internautas para a noite desta sexta-feira (15), para chamar a atenção das pessoas sobre o impeachment do presidente da República. 

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O governo do Amazonas informou nesta sexta-feira (15) que 235 pacientes com covid-19 serão transferidos da rede pública hospitalar de Manaus para sete estados e para o Distrito Federal. Um primeiro grupo que estava na internado na rede estadual foi removido na manhã desta sexta-feira (15) para continuar o tratamento na capital piauiense, Teresina.

Segundo o Ministério da Saúde, as transferências ocorrerão por via aérea e estão garantidos - de imediato - 149 leitos: 40 em São Luís (MA); 30 em Teresina (PI); 15 em João Pessoa (PB); 10 em Natal (RN); 20 em Goiânia (GO); 04 em Fortaleza (CE); 10 em Recife (PE) e 20 no Distrito Federal.

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A pasta informou ainda que os pacientes que serão trasladados atendem a critérios clínicos definidos pela equipe médica. O transporte será feito em parceria com o Ministério da Defesa por duas aeronaves da Força Aérea Brasileira com capacidade de 25 pacientes deitados em macas.

Situação nos estados

Teresina é a primeira capital que receberá pacientes de covid-19 oriundos de Manaus. O estado do Piauí tem atualmente 52,1% de ocupação em leitos de UTI (146) e conta com 134 leitos disponíveis. Até o momento, o estado já registrou 2.930 mortes provocadas pelo novo coronavírus.

Segundo o governo do Piauí, o estado tem 801 leitos ativos (entre UTI e enfermaria). Atualmente, os leitos de covid-19 estão 44% ocupados. O sistema informa que há 153 leitos de UTIs ocupados e outros 152 disponíveis. 

De acordo com o Painel Covid-19 atualizado pelo governo do Maranhão, o estado tem 62,22% dos leitos exclusivos para o novo coronavírus ocupados. Atualmente, há 84 leitos livres, o correspondente a 37,78%. O estado registra 245 pacientes internados por coronavírus em leitos de UTI na rede pública hospitalar.

Dados da Secretaria de Saúde da Paraíba apontam que o estado tem 801 leitos ativos (entre UTI e enfermaria). Atualmente, os leitos para covid-19 estão 44% ocupados. O sistema informa que há 153 leitos de UTIs ocupados e outros 152 disponíveis. O município com maior número de leitos é João Pessoa, com 139 leitos de enfermaria e 59 leitos de UTI.

O Rio Grande do Norte tem atualmente 64,29% dos leitos de UTI para tratamento de covid-19 na rede pública hospitalar ocupados. Segundo o governo do estado, 11 leitos de UTI e 9 leitos clínicos estão bloqueados para atendimento de pacientes. Esse bloqueio pode ser realizado por fatores como manutenção, rede de gases em manutenção, vazamentos ou falta de pessoal.

secretaria de Saúde do estado de Goiás informou que a taxa de ocupação de leitos de UTI para tratamento de covid-19 estão com taxa de ocupação de 59,29%. A capital goiana tem 295 leitos, dos quais 197 estão ocupados (66,78%). O município deve receber cerca de 20 pacientes de Manaus. 

Segundo o governo do Ceará, no estado os leitos de UTI registram uma ocupação de 64,8% e estão com tendência de alta. Os dados disponíveis no sistema, contudo, ainda são referentes à dezembro de 2020.

Os dados sobre internação em Pernambuco englobam informações sobre pacientes com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e indicam que há uma ocupação de 83% dos leitos de UTI na rede hospitalar do estado, com 973 pessoas em tratamento. Outros 892 pacientes ocupam leitos de enfermaria nos hospitais para tratamento de covid-19.

A capital federal deve receber cerca de 20 pacientes de Manaus. Atualmente, o Painel Covid-19 no Distrito Federal registra 68,12% de ocupação em leitos públicos com suporte de ventilação mecânica. A rede inclui leitos em hospitais particulares do DF. Segundo o sistema, quase 80% dos pacientes permanecem até 15 dias em internação.

 

Senadores repercutiram o colapso pela falta de oxigênio para pacientes internados com covid-19 em hospitais de Manaus (AM), onde houve relatos de mortos por asfixia nessa quinta-feira (14). Médicos e familiares gravaram vídeos denunciando a falta de cilindros de ar. O estado registrou 3.816 novos casos de coronavírus em um dia, sendo 2.516 somente na capital.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, divulgou nota informando que articula medidas de emergência junto ao Palácio do Planalto para ajudar a combater os efeitos da nova onda da pandemia no estado. Nas redes sociais, Davi também disse que colocou o Congresso Nacional à disposição, em busca do que for necessário para minorar o sofrimento desses brasileiros.

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“Estive em contato com o presidente Jair Bolsonaro, com o ministro Fernando Azevedo, da Defesa, com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e, ainda, com o ministro do Superior Tribunal de Justiça Mauro Campbell, que também é amazonense, para agilizar medidas urgentes de socorro à população”.

O líder do Podemos, senador Alvaro Dias (PR) destacou que cerca de 150 pacientes começaram a ser transferidos de Manaus para oito capitais brasileiras nesta sexta-feira (15). Segundo o parlamentar, duas aeronaves da Força Aérea Brasileira já iniciaram o transporte dos doentes para estados como Maranhão e Piauí.

“Parabenizamos a FAB pela eficiência que sempre demonstra em missões de emergência como esta. Desejamos que os pacientes que estão lutando pela vida sejam curados. Somos gratos por todos que atuam na linha de frente para salvar os brasileiros”.

O líder do MDB, senador Eduardo Braga (AM), ressaltou que uma onda de indignação e de solidariedade se apresentou Brasil afora, na crise vivida pelos amazonenses. Ele disse que as pessoas socorridas pela FAB para outras cidades do país nesta sexta são “quase nada” diante da tragédia registrada no Amazonas, mas ponderou que cada vida vale o esforço.

“Cada vida merece nossa atenção e nossas orações” — compartilhou.

Críticas

A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) considerou a situação em Manaus inadmissível e comparou os hospitais a câmaras de asfixia. Para ela, o Ministério da Saúde e os governos estaduais agem com inoperância em relação ao assunto.

“É desesperador assistir brasileiros sufocados. Uma omissão desumana morrer sem ar, enquanto em países vizinhos a vacina já é aplicada”.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) defendeu a retomada das atividades presenciais do Congresso para discutir as medidas emergenciais de combate à pandemia. Ele disse que assinou requerimento do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) nesse sentido.

“Não temos vacina, falta oxigênio, o sistema de saúde de Manaus já colapsou e em outros locais do país pode acontecer a mesma coisa. Não há estoque de seringas suficientes para atender o plano de Imunização, estamos em um dos mais graves momentos da história do país”.

Líder do PT, o senador Rogério Carvalho (SE) também alertou para a possibilidade de os acontecimentos em Manaus se repetirem em outras partes do país.

“A falta de oxigênio em Manaus nos faz perder o ar diante de tanta negligência com a gravidade em que vivemos. Chega de brincar com a vida dos brasileiros. É lamentável a constatação de que a continuidade do desprezo do governo na segunda onda da pandemia tenha como prejuízo mais e mais vidas perdidas”.

Para o senador Jean Paul Prates (PT-RN), a falta de cilindros de ar nos hospitais é resultado de “negacionismo, falta de informação e uma série de erros”. O senador informou que o Partido dos Trabalhadores acionou o Supremo Tribunal Federal para exigir que o Poder Executivo garanta oxigênio, mobilize a Força Nacional para reforçar a segurança pública e também disponibilize médicos de outras regiões para atender a população de Manaus.

“Deixamos aqui nossa solidariedade e força às famílias, aos guerreiros profissionais de saúde, e a todo o povo de Manaus”.

Ao se solidarizar com os amazonenses, a senadora Maria do Carmo Alves (DEM-SE) considerou a situação dramática e angustiante. Ela defendeu medidas urgentes de socorro à população e lembrou os brasileiros sobre a necessidade de continuarem com as medidas de prevenção e contenção do coronavírus.

“Nunca é demais repetir o protocolo orientado pelos profissionais de saúde: só saiam de casa se necessário, preservem a si e seus entes queridos. Não subestimem a força desse vírus.

O senador Antonio Anastasia (PSD-MG) também reforçou que, por mais impopulares que sejam as medidas de restrições e distanciamento social, elas ainda hoje são a forma mais eficiente de controle da proliferação da pandemia.

“A situação vivenciada em Manaus é chocante e inacreditável, é de sangrar o coração. Torço para que a vacinação que se aproxima ponha fim a esse pesadelo que vivemos no Brasil e no mundo. Espero, e estou cobrando isso, que o governo federal tome as providências para auxílio imediato à população, de forma que os pacientes contem com os insumos necessários para o tratamento da doença e tenham, acima de tudo, dignidade”.

Para o senador Carlos Fávaro (PSD-MT), é importante cada um fazer a sua parte, tomando os cuidados para evitar a propagação do vírus e, assim, evitar o colapso no sistema de saúde.

“Temos que ter, sobretudo, consciência. Cada brasileiro pode e deve salvar vidas. Precisamos olhar com carinho e cuidar dos cuidadores. Quando o sistema colapsa, vidas humanas perecem. Os profissionais de saúde estão fazendo um trabalho incansável em Manaus e em todo o Brasil. Em respeito a todos que arriscam suas vidas à exaustão, repito: vamos nos cuidar”.

Plínio Valério (PSDB-AM) disse que é hora de reforçar o sistema de saúde também no interior do estado. E cobrou ajuda dos que defendem a preservação da Amazônia.

“As pessoas no Amazonas estão morrendo asfixiadas. Onde se escondem aqueles que nos cobram a preservar 'o pulmão do mundo'? Se fosse queimada de árvores, a comoção seria mundial. Essa situação dramática nos tira o sono e a preocupação é reforçar o sistema de saúde de atendimento também no interior”.

Governo

O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) afirmou que, embora o problema não seja de responsabilidade da esfera federal, o Poder Executivo tem agido para minimizar o sofrimento dos amazonenses. Ele informou que, em 2020, o governo transferiu recursos da ordem de R$ 8,91 bilhões para o Amazonas, dos quais R$ 2,36 bilhões foram destinados a medidas de combate à pandemia em Manaus.

“Governo Bolsonaro, mais uma vez, provando que ninguém fica para trás mesmo quando a responsabilidade pelo problema não tem absolutamente nada a ver com a esfera federal. Povo de Manaus, conte conosco”.

Veja o que disseram outros senadores:

Fabiano Contarato (Rede-ES)

Em Manaus, em meio à floresta que é pulmão do mundo, nossos irmãos brasileiros estão morrendo por falta de oxigênio envasado. A negligência do poder público desampara e mata, custando milhares de mortes evitáveis.

Confúcio Moura (MDB-RO)

Anteontem foram transportados de Belém cilindros para Manaus A situação é desesperadora, já que o consumo de oxigênio está seis vezes maior por causa do novo surto da covid-19.

Paulo Rocha (PT-PA)

“Não é Manaus que está jogada a própria sorte, é o Brasil que está abandonado”.

Rodrigo Cunha (PSDB-AL)

“A situação enfrentada por Manaus é de intensa calamidade e exige esforço nacional para que possamos minimizar o mais rápido possível a situação. Destaco ainda a necessidade de que todos os parlamentares do país se dediquem a fiscalizar os equipamentos hospitalares dos seus estados. Assim fiz e seguirei fazendo por Alagoas”.

Kátia Abreu (PSD-TO)

“Se avião da FAB está em manutenção, freta avião privado. Faltar oxigênio aos pacientes é crime. Governo do estado também é responsável. Improviso geral com vidas humanas”.

Paulo Paim (PT-RS)

“O Brasil do caos: 207.160 mortes; em 24h, 1.151 mortes; casos confirmados em 24h, 68.656; média de novos casos nos últimos sete dias, 56.453; total de casos, 8.326.115; Manaus sem cilindros de oxigênio; UTIs lotadas; politização e lentidão na aplicação da vacina”.

Weverton (PDT-MA)

“Muito grave o que está acontecendo em Manaus, com pacientes morrendo por falta de oxigênio. A omissão do governo federal, que se nega a estabelecer uma política séria e nacional de enfrentamento à Covid-19, já nos custou vidas demais”.

Humberto Costa (PT-PE)

“Pacientes estão morrendo asfixiados em Manaus. Isso não pode ser tratado com desdém por Bolsonaro e Pazuello. Isso é um problema de todos. É mais que urgente. Sem o oxigênio, equipes tiveram que ventilar manualmente pacientes internados na UTI”.

Soraya Tronicke (PSL-MS)

“Chegamos ao ponto de politizar a vida. O que falta? Que tragédia, que vergonha”.

Cid Gomes (PDT-CE)

“Incapacidade e desprezo levam Manaus a um caos humanitário. Confirmando a perversidade como característica, o presidente, mais uma vez, não enfrenta o problema. O combate à pandemia no país é um fracasso. Choram e sofrem mais de 207 mil famílias. Um crime diário”. 

*Da Agência Senado

 

O procurador da República no Amazonas, Igor da Silva Spindola, disse que o Ministério da Saúde foi informado há, no mínimo, quatro dias sobre a situação do oxigênio nos hospitais de Manaus. De acordo com informações publicadas pelo colunista Guilherme Amado, da revista Época, Spindola declarou que faltou coordenação por parte da pasta federal que só tratou sobre o assunto nessa quinta-feira (14), quando o colapso já acontecia e pessoas estavam morrendo por asfixia.

"O Estado não se preparou. E como se não bastasse, a direção de Logística do Ministério da Saúde só se reuniu hoje (quinta-feira) para tratar disso após ser avisada há quatro dias", afirmou o procurador, criticando também a gestão estadual.

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"Acordei com uma ligação por volta de 7h do diretor do Hospital Universitário dizendo que só tinha duas horas de oxigênio. Por volta de 12h, a gente já tinha notícia dos óbitos por asfixia. Foi emocionalmente impactante", emendou Spindola ao relatar o quadro vivido na capital amazonense.

Em 2020, ainda segundo o procurador, Manaus utilizou 20 mil metros cúbicos de oxigênio no pico da pandemia, mas neste momento o número pulou para 70 mil. Igor da Silva Spindola é um dos membros do Ministério Público Federal que assinou uma ação civil pública ajuizada na intenção de cobrar do Governo Federal uma solução para o cenário vivido em Manaus.

Alguns artistas brasileiros se uniram em uma verdadeira força-tarefa para coletar doações para os hospitais  da cidade de Manaus (AM), que estão em colapso por conta da alta de casos da Covid-19. A cantora Roberta Miranda, uma das que estão na missão, foi às redes sociais para fazer um alerta sobre revendedores de oxigênio e outros insumos hospitalares que estão aumentando os preços dos itens para se aproveitar do momento de emergência.

Com um breve vídeo em seu Instagram. Roberta  disse estar “indignada” e relatou o que está acontecendo. Segundo ela, revendedores de oxigênio e demais insumos faltantes em Manaus estão “aumentando os preços de meia em meia hora”. “Tão se aproveitando da pessoa que está morrendo sem oxigênio. Se você não tem medo do castigo de Deus, o seu tá reservado. Como é que você se aproveita do sofrimento do próximo?”, disse.

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Desde a última quinta (14), vários artistas, arregimentados pelo humorista Whindersson Nunes, estão movendo esforços para comprar oxigênio e outros materiais hospitalares e enviar o apurado para Manaus. A capital amazonense está vivendo um verdadeiro colapso em sua rede de saúde devido a uma nova alta de casos da Covid-19. 

 

As polícias Civil e Militar do Amazonas apreenderam um caminhão com 33 cilindros de oxigênio em Manaus, na tarde da quinta-feira (14). O sistema de saúde do Amazonas vive um caos, com recorde de internações, falta de leitos e de oxigênio para pacientes da Covid-19.

A apreensão dos cilindros ocorreu após denúncia anônima. Um homem de 38 anos foi detido e vai responder por reter produtos para fim de especulação.

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O caminhão estava distante da empresa e os cilindros, sendo distribuídos paulatinamente. Dos 33 cilindros encontrados, 26 tinham oxigênio.

Durante interrogatório, o suspeito informou que possui uma empresa de comercialização de oxigênio e que ficou com medo de que a população invadisse o estabelecimento em busca do material. 

Os materiais apreendidos foram encaminhados na noite da quinta-feira para hospitais de Manaus. O Hospital Beneficente Português recebeu 11 cilindros. Seis foram para a Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), seis para o SPA do São Raimundo e três para o SPA do Coroado.

Na última quinta (14), o Brasil assistiu, pela internet, a vídeos de profissionais da saúde da cidade de Manaus (AM) relatando o verdadeiro drama diário que tem sido lutar contra o coronavírus em suas unidades de saúde. Com escassez de diversos insumos e um alto número de pacientes, até mesmo o oxigênio estava em falta, levando alguns doentes à morte. Motivados pelo humorista Whindersson Nunes, que decidiu ajudar, vários famosos se uniram numa corrente de solidariedade que ressoou pelas redes sociais. 

Whindersson foi o primeiro a se mexer para tentar enviar alguma ajuda para Manaus. Ele se prontificou a doar 20 cilindros de 50L de oxigênio para hospitais da capital amazonense e cutucou os colegas famosos. "Alô, meus amigos artistas! Na hora de fazer show é tão bom quando o público nos recebe com carinho, né. Vamos retribuir?"

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O apelo funcionou e rapidamente outras celebridades se pronunciaram.Tirulipa, Simone e SImaria, Tatá Werneck, Luciano Huck, Marília Mendonça, Bruno Gagliasso, Paola Carosella, Paulo Coelho e Marcelo Adnet foram alguns dos que entraram na corrente de doações de oxigênio. O sertanejo Gusttavo Lima também aderiu e doou 150 cilindros do gás.  

A boa ação dos famosos repercutiu nas redes sociais e todos foram muito elogiados. Além disso, os anônimos também entraram na corrente e fizeram doações em dinheiro para a campanha SOS Amazonas, que ao final do dia já tinha arrecadado mais de R$ 300 mil. Um internauta deixou uma mensagem bastante emblemática. “Whindersson Nunes no momento está ajudando mais o país do que o próprio presidente. Clique no coraçãozinho aqui em baixo para votar em Whindersson Nunes para presidente em 2022”.

Em meio ao colapso do sistema sanitário em Manaus, o estado do Amazonas registrou nesta quinta-feira (14) seu maior número diário de novos casos do coronavírus Sars-CoV-2.

Segundo boletim da Fundação de Vigilância em Saúde, foram contabilizados 3.816 contágios em um período de 24 horas, mais de mil a mais que o recorde anterior (2.763), de maio de 2020.

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Dos casos da última quinta-feira, 2.516 foram registrados na capital Manaus, que sofre com a falta de oxigênio para pacientes e o colapso em seu sistema hospitalar. Até o momento, o Amazonas soma 223.360 infecções e 5.930 mortes por Covid-19, com índice de 143,1 óbitos para cada 100 mil habitantes.

Se fosse um país, o Amazonas estaria atrás apenas de San Marino (192,4/100 mil), que tem menos de 35 mil habitantes; da Bélgica (177,7/100 mil), que contabiliza todas as mortes suspeitas; e da Eslovênia (149,6/100 mil).

Na última quinta-feira, operadores da área da saúde relataram a falta de tubos de oxigênio para auxiliar pacientes com dificuldades respiratórias em Manaus. Um deles, o pesquisador Jesem Orellana, da Fiocruz-Amazônia, disse à Folha de S. Paulo que os hospitais manauaras viraram "câmaras de asfixia".

Organizações da sociedade civil iniciaram uma campanha de arrecadação de fundos para a compra de cilindros de oxigênio para a capital amazonense, em iniciativa catapultada por dezenas de artistas, como o humorista Whindersson Nunes.

Além disso, o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, anunciou que o país vai oferecer oxigênio para "atender a contingência sanitária em Manaus". "Solidariedade latino-americana antes de tudo", escreveu o chanceler no Twitter.

Já o governo do Amazonas requisitou o estoque ou produção de oxigênio de 17 indústrias do Polo Industrial de Manaus, incluindo as multinacionais Honda, Yamaha, Electrolux, Whirlpool, Denso, Samsung e LG.

O governador Wilson Lima ainda editou um decreto que institui toque de recolher em todo o estado das 19h às 6h. "São medidas duras, mas necessárias. Estamos em uma operação de guerra", disse Lima, que no fim de dezembro havia revogado o fechamento do comércio no Amazonas.

Devido ao colapso dos hospitais manauaras, mais de 230 pacientes com Covid-19 tiveram de ser transferidos para outros estados brasileiros.

Governo Bolsonaro - Em transmissão ao vivo com o presidente Jair Bolsonaro no Facebook, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, admitiu o colapso do sistema hospitalar na capital amazonense e que a cidade vive uma situação "extremamente grave", mas disse que a responsabilidade é da Prefeitura e do governo estadual.

Além disso, Pazuello culpou o "período de chuvas" e a falta de "tratamento precoce" contra a Covid-19 - medida que não encontra respaldo na ciência - pela situação em Manaus.

No entanto, o procurador da República no Amazonas Igor da Silva Spindola contou à revista Época que o Ministério da Saúde foi alertado "há quatro dias" sobre a falta de oxigênio em Manaus.

"O Estado não se preparou. E como se não bastasse, a direção de Logística do Ministério da Saúde só se reuniu hoje [quinta-feira] para tratar disso, após ser avisada há quatro dias", declarou.

Da Ansa

Após um dia de caos na saúde e que acarretou em 51 mortes nas últimas 24 horas em Manaus, capital do Amazonas, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM) fez uma convocação, pelo Twitter, aos integrantes do Congresso Nacional, para interrompam as férias em prol de “salvar vidas”.

Na sua conta, o democrata disse que defende a volta às atividades parlamentares na próxima semana. “Está na hora de todas as forças se unirem para salvar vidas. É fundamental - como defendi em dezembro com outros parlamentares - que o Congresso retome suas atividades na semana que vem”, escreveu.

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Ao mencionar o dia caótico que Manaus viveu hoje, o presidente da Câmara criticou a “agenda negacionista”. “A falta de oxigênio em Manaus, o atraso na vacina, a falta de coordenação com estados e municípios são resultado da agenda negacionista que muitas lideranças promovem”.

 

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, havia prometido durante a apresentação do plano estratégico de enfrentamento à covid-19, na última segunda (11), atender a 100% das demandas do Amazonas relacionadas à doença. Nesta quinta (14), contudo, o estado enfrenta as consequências do colapso de seu sistema de saúde, que não conta sequer com oxigênio para os pacientes.

“Temos um comando conjunto ativado em Manaus que tem capacidade de logística de apoiá-los em muitas demandas, e ele está sendo demandado e está cumprindo a sua missão. (...) Tudo o que me foi pedido, 100%, ou está sendo entregue ou já foi entregue, e nós podemos apoiar no que mais o estado e o município pedir”, comentou Pazuello.

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Durante a visita, o ministro admitiu que o estado enfrentava  uma “crise de oxigênio”. “Estamos vivendo crise de oxigênio? Sim. De abertura de UTIs? Sim. De pessoal? Sim. A nossa saúde de Manaus já começa com 75% de ocupação. Qual é a novidade? Então, é muito importante medidas que diminuam a entrada (hospitalar). Precisa tomar medidas para reduzir a entrada nos hospitais de outras doenças”, reconheceu.

Um dia depois, o presidente Jair Bolsonaro culpou os governos estadual e municipal pela falta de oxigênio no Amazonas. “"Mandamos ontem o nosso ministro da Saúde para lá. Estava um caos. Não faziam tratamento precoce. Aumentou assustadoramente o número de mortes. E mortes por asfixia, porque não tinha oxigênio. O governo estadual e municipal deixou acabar o oxigênio. É morrendo asfixiado. Imagina você morrendo afogado. Fomos para lá e ele interferiu", afirmou Bolsonaro.

 

Nesta quinta (14), relatos de falta de oxigênio nos hospitais do Amazonas tomaram as redes sociais, em decorrência do grande número de casos de covid-19. Nesta quinta, o governador do Estado, Wilson Lima, informou que 235 pacientes serão transferidos para outros 6 estados para receber atendimento médico. No fim de 2020, contudo, populares haviam protestado contra o lockdown em Manaus, capital do estado, com o apoio de deputados bolsonaristas como Bia Kicis (Sem partido/DF), Carla Zambelli (PSL/SP) e Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).

Os protestos contra a iniciativa do governo do Amazonas de iniciar o lockdown tomaram Manaus em 26 de dezembro. No mesmo dia, Wilson Lima decidiu autorizar a reabertura do comércio não-essencial. Na ocasião, Eduardo Bolsonaro escreveu: “1° Búzios e agora Manaus. Todo poder emana do povo”.

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Em 27 de dezembro, Bia Kicis utilizou as redes sociais para comemorar o recuo do governo. “A pressão do povo funcionou tb em Manaus. O governador do Amazonas, @wilsonlimaAM voltou atrás em seu decreto de Lockdown. Parabéns, povo amazonense, vcs fizeram valer seu poder”.

Um dia depois, Zambelli também comemorou a revogação do lockdown no Amazonas. "O despertar pode ser gigante! Como Búzios, Manaus não aceitou o lockdown", postou em seu Twitter.

 “Pelo amor de Deus, quem puder ajudar, trazer bomba de oxigênio aqui pro SPA, Policlínica da Redenção, ajudem”. O apelo da psicóloga Thalita Rocha que circula em forma de vídeo nas redes sociais, durante esta quinta (14), expõe o agravamento da situação do sistema público de saúde de Manaus, capital do Amazonas, em decorrência do grande número de casos da covid-19, conforme apontam os relatos de profissionais de saúde de linha de frente e de administradores de hospitais.

Nas imagens, Thalita mostra o momento em que um grupo de homens descarrega, às pressas, um cilindro de oxigênio na porta da SPA Policlínica Dr José Lins. “Pessoal, peço misericórdia de vocês. Nós estamos numa situação de deplorável. Simplesmente acabou o oxigênio de toda uma unidade de saúde”, denuncia.

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Em outro momento, Thalita aparece ao lado de uma profissional de saúde, identificada como diretora do hospital, e afirma que a unidade só possui 12 cilindros de oxigênio. “Graças a Deus tem muitas pessoas entrando em contato para oferecer cilindros, mas o que precisamos é de muita ajuda com a remoção das pessoas...Que isso aqui é uma unidade básica”, completa a psicóloga, que lembra que a policlínica não possui UTI.

Também nesta quinta, o pesquisador da Fiocruz-Amazônia Jesem Orellana confirmou, à Folha de São Paulo, que está recebendo vídeos, áudios e relatos telefônicos de profissionais de saúde, que relatam a situação dramática dos hospitais da capital amazonense. "Estão relatando efusivamente que o oxigênio acabou em instituições como o Hospital Universitário Getúlio Vargas e serviços de pronto atendimento, como o SPA José de Jesus Lins de Albuquerque", afirmou.

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Orellana disse ainda que há informações de que uma ala inteira de pacientes faleceu devido à falta de oxigênio. "Os pacientes que conseguirem sobreviver, além de tudo, deve ficar com sequelas cerebrais permanentes”, completou.

Ainda de acordo com a Folha de São Paulo, uma profissional de saúde do Hospital Getúlio Vargas (HUGV) revelou que os pacientes estão sendo "ambuzados", isto é, recebendo oxigenação de forma manual. Segundo ela, cada profissional de saúde só seria fisicamente capaz de realizar o procedimento por 20 minutos, sendo necessário o revezamento, de maneira cansativa e arriscada, entre eles.

Transferências

Nesta quinta, o governador do Amazonas, Wilson Lima, informou que 235 pacientes serão transferidos para outros seis estados para receber atendimento médico. A média móvel de mortes em decorrência do novo coronavírus no Amazonas cresceu 183% nos últimos sete dias.

A ocupação dos leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) para covid-19 na rede pública terminou 2020 e começou 2021 acima de 80% em nove capitais brasileiras. O dado é referente ao período de 21 de dezembro a 4 de janeiro e consta no boletim especial divulgado nesta quarta-feira (13) pelo Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que faz um balanço da pandemia no Brasil ao longo de 2020.

O índice de 80%, ou mais, é considerado zona de alerta crítica pela Fiocruz. A situação foi constatada entre 21 de dezembro e 4 de janeiro em Manaus (89,4%); Boa Vista (83,3%); Macapá (94,4%); Belém (100%); Belo Horizonte (80,5%); Vitória (80,1%); Rio de Janeiro  (99,8%); Curitiba (80%) e Campo Grande (100%). Recife, com77,5%, e Porto Alegre, com 73,8%, também apresentaram taxas superiores a 70%. 

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Quando analisada a ocupação das UTIs por estado, Amazonas (89,2%), Amapá (81%), Mato Grosso do Sul (85,6%), Pernambuco (83%) e Espírito Santo (80,7%), além do Distrito Federal (88,7%), enquadraram-se na zona de alerta crítica entre 21 de dezembro e 4 de janeiro.

Números de 2020

O Brasil identificou o primeiro caso de covid-19 em 26 de fevereiro, em um cidadão de São Paulo que chegou da Itália. Em março, o número de casos chegou a 4.579, e o de mortes, a 159.

O país atingiu 1 milhão de casos em junho, mês em que o número de mortes chegou a 58.314. A partir daí, o número de infecções confirmadas saltou cerca de 1 milhão por mês até dezembro, quando fechou o ano em 7,68 milhões. Já o número de óbitos pela doença no país em 2020 chegou a 195.742.

No mundo inteiro, foram confirmados 83,43 milhões de casos de covid-19 ao longo do ano passado, com 1,82 milhão de mortes.

Evolução da pandemia

O boletim destaca que a pandemia se espalhou no Brasil de forma inicialmente mais lenta que na Europa e Ásia e formou um "extenso patamar de transmissão" desde junho, com ligeira queda em setembro e retorno a níveis altos no fim do ano. Segundo os pesquisadores, Brasil, Reino Unido, Itália e Espanha apresentam padrão semelhante de alta incidência e mortalidade, destacando-se dos outros países.

Já os Estados Unidos "representam um caso trágico e particular, com as maiores taxas de incidência e mortalidade e a sobreposição de três ondas epidêmicas, que não mostram sinais de arrefecimento", diz o boletim.

No Brasil, os estados com maior incidência de casos por 100 mil habitantes ao longo de 2020 foram Roraima, Amapá, Tocantins e Santa Catarina, além do Distrito Federal. Quanto às mortes por 100 mil habitantes, as taxas foram mais altas no Amazonas, em Roraima, no Pará, Ceará, Rio de Janeiro, em Mato Grosso e no Distrito Federal.

"Outro grupo de estados apresenta uma evolução mais próxima ao que se conhece como segunda onda, com picos em meados do ano de 2020 e outro mais recente, em dezembro, como Bahia, Paraíba, Espírito Santo e Rio de Janeiro", acrescenta o estudo da Fiocruz.

Diferente da mortalidade, que é o número de vítimas por 100 mil habitantes, a letalidade é o percentual de casos que geraram óbitos. Essa taxa caiu ao longo de 2020, "provavelmente devido a ações de saúde como o aumento da cobertura de testes, a melhoria e ampliação das ações da Atenção Primária em Saúde, o aumento no número de leitos e o aprendizado no tratamento hospitalar de casos graves", avaliam os pesquisadores.

A taxa de letalidade terminou o ano entre 2% e 3% na maioria dos estados, com apenas Rio de Janeiro e Pernambuco acima de 5%, o que "revela graves falhas no sistema de atenção e vigilância em saúde nesses estados", já que um nível alto de letalidade está relacionado à subnotificação dos casos.

O estudo alerta que o Brasil encerrou 2o ano passado com patamar de casos comparável aos valores de junho a agosto, quando havia cerca de 40 mil casos e 1 mil mortes por dia. Em dezembro, foram registrados novamente 40 mil casos diários, com 600 vítimas por dia. "As perspectivas para o verão não são alentadoras, uma vez que o sistema hospitalar apresenta sinais de saturação e grande parte das medidas de distanciamento físico e social e uso obrigatório de máscaras vêm sendo apenas parcialmente adotadas nos estados e municípios."

SRAG

Um dos principais indicadores de tendência da pandemia ao longo de 2020 foi a evolução dos casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG). A incidência de SRAG chegou a mais de 10 casos por 100 mil habitantes no Brasil no pico da transmissão, com Amazonas, Pará, Ceará e Distrito Federal alcançando 20 casos por 100 mil habitantes nos primeiros meses da pandemia.

É contabilizado como SRAG todo caso de doença respiratória com hospitalização ou óbito, em que sejam registrados os seguintes sintomas: tosse ou dor de garganta, dispneia ou saturação de oxigênio abaixo de 95%, ou dificuldade respiratória.

Ao longo do ano, mais de 640 mil casos se enquadraram nesses critérios no país. Entre eles, mais de 350 mil tiveram alguma confirmação de vírus respiratório, sendo o SARS-CoV-2 o causador da infecção em 97%.

Além disso, o boletim informa que foram mais de 150 mil óbitos por SRAG no Brasil. Entre aqueles causados por vírus respiratórios, o coronavírus foi o agente infeccioso em 99%.

Desigualdades

A Fiocruz destaca que a desigualdade social e regional do Brasil acentua os riscos trazidos pela pandemia para grupos mais vulneráveis, com impactos tanto imediatos, quanto de médio e longo prazos. "As desigualdades sociais fazem mal à saúde, colocando alguns grupos em grande desvantagem para cumprir as medidas de higienização, distanciamento físico e social, isolamento e quarentena, bem como no acesso aos serviços de saúde, incluindo exames diagnósticos, tratamento e reabilitação".

O problema afeta pessoas com condições de vida e trabalho mais precárias e dificuldade de acesso a bens e serviços essenciais, como alimentação, moradia, saneamento básico, educação, transporte e outros. Os pesquisadores incluem ainda nesse grupo mais exposto pessoas que sofrem injustiças por questões de gênero, raça e etnia.

"Embora a pandemia afete a população do país como um todo, seus impactos não afetam do mesmo modo todas as pessoas", diz o boletim, que recomenda a adoção de medidas de reparação através de políticas públicas pró-equidade", afirma o boletim.

 

Em Manaus, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, apresenta, na manhã desta segunda-feira (11), ações de reforço ao plano de contingência para enfrentamento da covid-19 no estado do Amazonas.

De acordo com o Ministério da Saúde, Pazuello deve anunciar esforços que vão da reorganização do atendimento nos postos e hospitais ao recrutamento de profissionais de saúde. Também deve anunciar a abertura de leitos de UTI e o envio de equipamentos, insumos e medicamentos. À tarde, o ministro deve participar da entrega de 10 leitos de UTI e 118 leitos clínicos no Hospital Universitário Getúlio Vargas.

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Covid no Amazonas

Na última quinta-feira (7), o governador do Amazonas, Wilson Lima, prorrogou por mais 180 dias (seis meses) o estado de calamidade pública no Amazonas, depois que hospitais do estado voltaram a ficar lotados com pacientes de covid-19. Na sexta-feira (8), o estado confirmou a morte de mais 54 pessoas pela doença, sendo que 43 delas faleceram nas últimas 24 horas.

Segundo dados da Fundação de Vigilância Sanitária do Amazonas (FVS-AM), o estado soma 212.996 casos confirmados, com 5.669 óbitos. A média móvel, que é a média de mortes nos últimos sete dias, chegou a 32 na sexta-feira (8). Um mês antes, em 8 de dezembro, o índice era de 10 mortes.

 

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