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Uma menina de seis anos de idade foi resgatada com vida nesta segunda-feira (13), uma semana depois do terremoto devastador que matou mais de 35 mil pessoas na Turquia e na Síria.

Miray passou 178 horas nos escombros de um prédio em Adiyaman, uma das cidades mais atingidas pelo abalo sísmico de 7.8 na escala Richter, mas foi encontrada viva por socorristas, segundo a TV estatal TRT.

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Já em Antioquia, uma idosa de 70 anos, Nuray Gurbuz, também foi salva após ficar 178 horas presa nos destroços de um edifício. Geralmente, utiliza-se o prazo de 72 horas dentro do qual é mais provável encontrar sobreviventes de desmoronamentos.

A própria Organização das Nações Unidas (ONU) admitiu nesta segunda-feira que a busca por sobreviventes está chegando ao fim e que o foco deve passar para o auxílio aos feridos e desabrigados.

Da Ansa

Nessa sexta-feira (13), a Polícia Civil de Santa Catarina, por meio da Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso de Joinville, cumpriu um mandado de prisão em face de um homem acusado de ter estuprado uma criança, de 12 anos, que voltava de uma lanchonete. O crime aconteceu no final de dezembro de 2022, nas proximidades do bairro Jarivatuba, em Joinville. 

O homem teria simulado pedir informação para a criança, momento em que a puxou para dentro de um carro para a prática criminosa. Após conhecimento do fato, a equipe de policiais conseguiu identificar o veículo utilizado no crime e, através de diligências, foi identificado o autor. A Autoridade Policial representou pela prisão preventiva pelo cometimento do crime de estupro de vulnerável. O Poder Judiciário expediu o mandado de prisão.

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 Após a prisão ocorrida nessa sexta-feira, o homem foi levado ao Presídio Regional de Joinville, onde permanece à disposição da Justiça.

Da assessoria

O auxiliar de pedreiro Reidimar Silva, de 31 anos, confessou ter matado a menina Luana Marcelo Alves, de 12, que havia desaparecido na manhã de domingo, 27, ao sair para comprar pão em uma padaria que fica a 400 metros de sua casa, em Goiânia (GO), segundo a Polícia Civil.

Os policiais chegaram ao homem a partir de imagens das câmeras de segurança de uma lan house, que mostraram o veículo do auxiliar de pedreiro, um Celta branco, estacionado próximo ao local onde a menina foi vista pela última vez, voltando da padaria.

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Preso em flagrante, Silva confessou o crime na terça-feira, 29. Ele disse ter convencido Luana a entrar em seu carro dizendo-lhe que devia uma quantia em dinheiro para seus pais e que daria o valor a menina se ela entrasse no veículo.

Ainda de acordo com seu depoimento à polícia, ele teria tentado agarrar a menina, mas ela teria resistido. "Ele confessou ter estrangulado Luana e mantido relações sexuais com ela já desfalecida", relata a delegada Carolina Borges, que investiga o caso. Depois, teria queimado o corpo com materiais de uma carcaça de um freezer e o enterrado no quintal do barracão onde mora, no setor Madre Germana 2, o mesmo da vítima.

Na noite de terça-feira, 29, os peritos estiveram no local para colher cinzas e partes do corpo que foram enterradas e, segundo a delegada, os laudos não foram concluídos, mas o que foi encontrado na região condiz com a narrativa do ajudante de pedreiro.

Para a delegada, os indícios apontam para crime sexual e ela acredita que possa haver outras vítimas do ajudante de pedreiro em razão da forma como ele praticou o assassinato. A polícia também apura se Reidimar Silva seria o autor de outro crime sexual ocorrido no dia em que Luana desapareceu no mesmo setor da capital goiana.

A polícia de Paris prendeu dois suspeitos de participação no homicídio de uma menina de 12 anos que chocou a França nos últimos dias. A corpo de Lola Daviet foi encontrado dentro de uma caixa, com as mãos e os pés amarrados, e um corte no pescoço. Um dos suspeitos presos seria parente de uma vizinha da vítima.

O corpo de Lola foi encontrado na última sexta-feira, dia 14, após a menina ir para a escola e não retornar. O pai da garota acionou a polícia, que encontrou o corpo esmagado da criança dentro de uma caixa transparente, coberta por tecidos. De acordo com o relato da rede britânica BBC, o corpo estava com os membros amarrados e dois post-its foram colocados em seus pés, com os números 0 e 1. O laudo médico, porém, diz que Lola morreu por asfixia.

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No sábado, 15, a polícia prendeu duas pessoas. Uma mulher de 24 anos, chamada Dahbia B, e um homem de 43 anos que não teve a identidade revelada. A mulher, de origem argelina, seria parente de uma vizinha de Lola e foi flagrada por câmeras de segurança entrando no prédio acompanhada pela menina. Horas depois, ela deixou o local carregando uma caixa.

O homem de 43 anos teria transportado a suspeita e a caixa em que ela provavelmente transportava o corpo da menina.

Uma testemunha ouvida pela polícia chegou a dizer que Dahbia B. teria abordado pessoas para ajudá-la em um caso de tráfico de órgãos, segundo a BBC. Até o momento, no entanto, a hipótese foi descartada pelos policiais, que acreditam que o caso não tenha uma motivação premeditada.

Você já deve ter visto que Viih Tube anunciou que está namorando com Eliezer e logo em seguida os dois tornaram público que estão esperando pelo primeiro filho do casal. E claro, a influenciadora está compartilhando cada parte do processo da maternidade.

E assim como de costume, a influenciadora abriu uma caixinha de perguntas para interagir com seus fãs e atualizou mais um pouquinho sobre a gravidez. Entre tantas novidades que Viih Tube fez questão de contar, ela adiantou que está com aversão à carne e que está comendo bastante peixe, bolo e macarrão.

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Todo mundo sabe que enquanto uma mulher está grávida, ela tem alguns sentidos aguçados e a ex-BBB comentou acredita que está esperando por uma menina, mas já o papai da criança acha que vai nascer um menino.

Uma menina de 11 anos foi encontrada morta no último domingo (18) após ter sido vista pela última vez no fim da tarde do dia anterior, na igreja em Cachoeira do Pajeú, no Vale do Mucuri, em Minas Gerais. O crime deixou os pouco mais de 9 mil habitantes da pequena cidade em choque. Um adolescente de 16 anos confessou ter estuprado e depois enforcado a garota, segundo a polícia.

A Polícia Militar foi acionada no dia 18, por volta das 14h, quando familiares contaram que Suzana tinha saído para ir à igreja no sábado (17) onde encontraria uma tia, mas o encontro não aconteceu. As buscas realizadas pela PM, junto com familiares e amigos, terminaram no fim da tarde de domingo, quando a menina de 11 anos foi achada morta, em matagal próximo a uma estrada vicinal da Fazenda Maravilha na zona rural de Cachoeira do Pajeú.

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Conforme a PM, a criança estava sem vida, com as roupas próximas ao corpo, sinais de violência sexual, escoriações nas costas, inchaços nos pés, deitada no lado esquerdo, com indícios de esganadura. Após denúncia anônima, a PM isolou o local e chamou a perícia, que removeu o corpo da menina e a encaminhou para a cidade de Almenara, onde foram feitos os trabalhos periciais.

Desde então, policiais civis e militares começaram as investigações para tentar descobrir a autoria do crime. A PM informou que o pai da vítima contou que obteve informações de pessoas conhecidas que relataram ter visto o suspeito conversando com sua filha em uma rua no centro da cidade. Ela teria entrado em um veículo azul escuro, modelo Celta ou Palio, que seguiu no sentido da Rua Goiás. A menina foi com o suposto autor do crime até a casa dele, conforme contaram.

Após o relato do pai da menina, o suspeito disse que teria apenas conversado com ela nesse mesmo local, mas que ela não saiu de lá com ele. O pai contou que a filha tinha um celular que era monitorado por ele, mas disse ter descoberto após o crime que havia um outro telefone dado à menina pelo suspeito, pelo qual eles se comunicavam, e que no celular havia fotos dos dois juntos.

Ainda de acordo com a PM, durante as investigações, o adolescente suspeito do crime teria dito que realmente havia marcado um encontro em uma escola, mas que ela não apareceu. Com isso, ele foi de moto à casa de parentes da menina.

Antes de confessar o crime, o adolescente contou outra versão. Disse que teria trabalhado com o tio em uma oficina o dia inteiro na data em que a menina desapareceu e que, após o fim do expediente, às 18h, teria ido para casa e ainda jogado futebol com o pai no fim do dia. Finalizou o dia, disse, em um bar do tio onde foi buscar umas coisas a pedido da mãe.

Ao confessar o crime, o jovem contou que encontrou com a menina às 20h de sábado, próximo ao cemitério. Disse que manteve relações sexuais com o consentimento dela, sem preservativo, e que "do nada" a esganou e a deixou no local quando percebeu que ela não respirava mais. Ainda que ele tenha relatado ser com o consentimento, por se tratar de uma menor de idade, o caso é considerado crime de estupro.

O adolescente usou o carro de um tio para cometer o crime. O veículo foi vendido logo após o assassinato. Quando o rapaz foi apreendido, estava com o celular da vítima. O adolescente foi conduzido e ouvido na Delegacia de Plantão em Pedra Azul. Ele segue sendo investigado pela prática de estupro de vulnerável e homicídio.

Uma menina de 5 anos denunciou abuso sexual praticado pelo próprio pai. O relato foi gravado, em áudio, por uma vizinha, que acionou a polícia. Os agentes da Polícia Militar (PM) conduziram a mulher, a criança e o acusado até a delegacia de Anápolis, em Goiás. No entanto, por falta de provas, o homem não foi preso. 

"Ele mexe aqui embaixo. Manda tirar a roupa também. Coloca o [órgão genital] na minha barriga. Ele faz várias coisas e eu não gosto disso", relatou a menina. Em outro trecho do áudio, ela, com uma voz de choro, conta que o pai fazia coisas das quais ela não gostava. Segundo a criança, os abusos aconteceram na última segunda-feira (15). 

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Confira o áudio: 

 

Uma menina de quatro anos, feliz e contente, empurra orgulhosa o seu carrinho em um vídeo gravado por sua mãe e publicado no Instagram. Porém, uma hora depois, Liza morreu, vítima do disparo de um míssil russo lançado do Mar Negro.

O carrinho rosa permanece tombado na rua e manchado com o sangue da menina.

Liza Dmitrieva, com síndrome de Down, se dirigia, na quinta-feira, com sua mãe Irina, para um centro terapêutico em Vinnytsia, uma cidade de aproximadamente 370.000 habitantes situada 250 quilômetros a sudoeste da capital Kiev.

No vídeo que Irina publicou nas redes sociais às 9h38 locais, Liza pula na calçada vestindo uma calça legging branca e um top azul celeste, com o que parece ser uma margarida costurada no ombro.

Nenhuma das duas tinha motivos para temer o que aconteceria. Vinnytsia está a centenas de quilômetros da linha de frente mais próxima.

"Para onde vamos, querida?", pergunta a mãe para sua filha no vídeo publicado no Instagram. "Para lá!", responde a menina sacudindo seus cabelos loiros, presos com um prendedor branco em forma de borboleta.

Cerca de 80 minutos depois, vários mísseis lançados de um submarino russo no Mar Negro atingiram Vinnytsia, devastaram o centro da cidade e mataram 23 pessoas, incluídas outras duas crianças.

Irina, a mãe de Liza, perdeu uma perna no ataque e foi inicialmente declarada morta, antes que o chefe da polícia ucraniana afirmasse hoje que ela continuava lutando pela vida.

Irina publicava regularmente na internet notícias e fotos dos feitos e desafios de sua filha, que tinha se transformado em uma sensação nas redes sociais.

O perfil de Instagram criado pela mãe e dedicado a Liza contava com cerca de 20.000 seguidores, um número que passou para 80.000 na manhã desta sexta após a tragédia.

"Ela adora os vestidos!", comenta Irina em uma publicação, junto com um vídeo da menina dando voltas com seu vestido lilás em um campo de lavanda.

"Estou tão feliz de ser o melhor exemplo para minha filha. Ela copia absolutamente tudo: as danças, os movimentos, as poses diante do espelho, as coisas da vida cotidiana", assinala Irina em outra publicação.

Ato abertamente terrorista

Nas primeiras horas desta sexta, a primeira-dama ucraniana, Olena Zelenska, afirmou que estava "horrorizada" pelas imagens do carrinho tombado na calçada, difundidas pelas autoridades locais, antes de se dar conta de que conhecia Liza pessoalmente.

"Ao ler as notícias, me dei conta de que conheço esta menina. A conhecia...", comentou no Instagram.

As duas estiveram juntas durante a gravação de um vídeo para as festas de Natal, alguns meses antes.

"Em apenas meia hora, a menina conseguiu passar tinta no chão, em si mesma e em seu vestido, e também em todas as demais crianças, em mim, nos cinegrafistas e no diretor", lembrou a primeira-dama, citando as atividades realizadas naquele dia.

"Choro junto com seus entes queridos", acrescentou Zelenska na rede social.

O presidente Volodymyr Zelensky, por sua vez, comparou o bombardeio de Vinnytsia com um "ato abertamente terrorista".

As imagens difundidas pelas autoridades mostram os restos queimados de dezenas de carros ao lado de um edifício de cerca de dez andares, que abrigava pequenos comércios. Uma fumaça marrom emanava do local do impacto.

Nesta sexta-feira, a Rússia disse que o alvo do ataque em Vinnytsia era uma reunião da Força Aérea da Ucrânia na "Casa dos Oficiais", situada no local do impacto, assegurando que "os participantes foram eliminados".

Serhiy Borzov, governador da região de Vinnytsia, indicou ontem que 13 vítimas, incluídas as outras duas crianças, ainda não puderam ser identificadas.

Uma criança de oito anos fraturou uma vértebra após cair de uma tirolesa no Parque da Jaqueira, localizada na Zona Norte do Recife, neste último domingo (10). O rompimento do cabo do brinquedo teria sido a motivação do acidente.

A prefeitura do Recife, que é responsável pela gestão do parque, informou, por meio da Secretaria Municipal de Saúde que, por volta das 11h48 do domingo, o SAMU foi acionado para atender a ocorrência e enviou uma ambulância de suporte avançado e uma motolância para atender a vítima.

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Um médico que estava no parque prestou os primeiros socorros e informou ao profissional que atendeu ao chamado que a garota estava com dores nos membros inferiores, com movimentos preservados e estável. Ela foi levada para um hospital particular da cidade.

A  Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb) assegurou que existe uma visitação diária para supervisão dos equipamentos do Parque da Jaqueira.

"Quinta-feira a tirolesa foi revisada, lubrificada e estava operando normalmente. Porém, há relatos e reclamações constantes de adultos se utilizando do brinquedo para crianças, o que pode gerar o desgaste acentuado do conjunto roldana cabo", pontuou a Emlurb.

Proposta pelo coletivo feminista Juntas!, a petição que pede o afastamento da juíza Joana Ribeiro Zimmer atingiu a meta de 300 mil assinaturas nesta quinta-feira (23). A organização aponta que a magistrada rejeitou o direito ao aborto seguro e praticou violência psicológica contra a menina, de 11 anos, que está grávida de 29 semanas após ser vítima de estupro.  

"Assine nossa petição para que o Conselho Nacional de Justiça afaste a juíza Joana Ribeiro, que não cumpre o seu dever profissional e coloca em risco a vida de uma criança grávida vítima de estupro", convocou o coletivo formado por mais de 50 movimentos sociais. 
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Para o Juntas!, a magistrada que ocupava a 1ª Vara Cível de Tijucas, em Santa Catarina, também atuou contra a Lei Mari Ferrer, que resguarda vítima de violência no processo judicial. Ela foi promovida pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC) dias antes da repercussão do caso.  

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) abriu um procedimento administrativo disciplinar para apurar a conduta da magistrada. A Corregedoria do Tribunal de Santa Catarina também analisa se houve desvio. 

O Ministério Público Federal (MPF) recomendou que o Hospital Universitário Polydoro Ernani de São Thiago (HU), que atendeu a menina de 11 anos vítima de estupro em Santa Catarina e que teve o aborto legal negada na Justiça, realize o procedimento na criança caso ela, junto com a sua representante legal, procure a unidade e demonstre interesse em interromper a gestação.

O HU, ligado à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), negou a realização do aborto, que é permitido no Brasil quando a gravidez é resultado de estupro. Contudo, ao chegar no hospital, a vítima estava com 22 semanas de gestação, e as normas da unidade determinam a realização do procedimento antes da 20ª semana de gravidez. Por esse motivo, foi solicitada uma autorização judicial para realizar a interrupção da gestação, o que não ocorreu.

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A recomendação do MPF, assinada nesta quarta, 22 pela promotora Daniele Cardoso Escobar, estende a orientação ao HU, considerado referência no Estado no serviço de interrupção legal da gestação, para que o hospital acolha outros casos de vítimas de estupros e que o atendimento deve ser realizado "independentemente da idade gestacional e peso fetal, sendo desnecessária qualquer autorização judicial ou comunicação policial", escreveu a promotora.

Daniele Cardoso Escobar ainda determinou que o HU se manifeste sobre a orientação do MPF até a quinta-feira, 23, ao meio-dia. "Excepcionalmente, em razão da urgência que o caso requer, fixo prazo até amanhã, dia 23 de junho, às 12h, para que sejam remetidas a esta Procuradoria da República informações sobre o acatamento desta Recomendação".

A reportagem procurou o hospital, que não se manifestou até o fechamento da matéria.

"Se a Justiça Federal vai interceder nesse processo, é bom esclarecer que, uma vez autorizada a intervenção, essa autorização não vai valer só para esse caso em si. Mas vai valer também para outros casos de aborto legal que aparecerem para terem a gestação interrompida", declarou a advogada da família, Daniela Félix, ao Estadão.

"Isso soma e dá eco a uma exigência histórica que os movimentos de cuidado e luta pelo aborto", acrescentou.

Na terça-feira, a criança, que estava há mais de um mês em um lar de acolhimento por conta de uma medida protetiva, e mantida longe de casa por decisão da juíza Joana Ribeiro Zimmer, da 1ª Vara Cível de Tijucas, a 50 quilômetros de Florianópolis, foi desacolhida por ordem da desembargadora Cláudia Lambert de Faria.

No final da tarde desta terça-feira, a advogada Daniela Félix impetrou um habeas no Tribunal de Justiça de Santa Catarina para que seja determinado o abortamento legal da criança. Ao Estadão, na tarde desta quarta-feira, ela afirmou que o pedido ainda está aguardando uma decisão por parte do juiz.

O recente caso da criança de 11 anos proibida por uma juíza de fazer um aborto legal, após um abuso, não é exceção. Embora as meninas de até 14 anos sejam a maioria entre o total de vítimas de estupro registradas oficialmente no País, poucas têm acesso à interrupção legal da gravidez. Especialistas atribuem a situação a uma série de burocracias.

O Anuário Brasileiro de Segurança Pública mais recente, com dados de 2020, mostra que os menores de idade de até 13 anos são 60,6% (cerca de 36,6 mil) da vítimas de estupros. Do total, 28,9% têm de 10 a 13 anos, 20,5% de 5 a 9 anos e 11,3% de 0 a 4 anos. Na maioria dos casos, 86,9%, a vítima é do gênero feminino. Mas a coordenadora institucional do Fórum de Segurança, Juliana Martins destaca que os números são ainda maiores na realidade, pois há alta subnotificação de crimes sexuais. "É muito permeado por vergonha, questões sociais, ainda há um tabu em torno desse tema."

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Segundo dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS, foram realizados 24 abortos por razões médicas em meninas de até 14 anos de janeiro a abril. Em 2021, foram 132. Como comparação, o número total do ano (incluindo mulheres a partir de 15 anos e adultas) é de 2.042. Em 2020, foram 88 procedimentos na faixa etária de até 14 anos.

Embora a Lei 12.015 considere como "estupro de vulnerável" qualquer conjunção carnal com menores de 14 anos, a maioria das meninas não tem acesso ao aborto legal. O Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos aponta que 17.579 meninas dessa faixa tiveram filhos em 2020, por exemplo. No ano anterior, foram 19.333 recém-nascidos nesse perfil.

A pesquisadora Emanuelle Góes aponta que há uma série de barreiras que explicam a dificuldade de acesso, desde a restrição de espaços que realizam o procedimento a algumas capitais e cidades de maior porte (o que exige deslocamento e custos) até o acolhimento insuficiente dessas vítimas pelas autoridades.

Ligada ao Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde da Fiocruz Bahia, ela ainda destaca que as meninas costumam demorar mais do que as mulheres para identificar e reportar esse tipo de gestação, diante dos estigmas, da falta de informação e do autor do crime majoritariamente ser uma pessoa conhecida ou parte da família. "A gente tem essa grande discrepância entre as que conseguem acessar o serviço de aborto legal e as que acabam vivendo a gravidez na infância e adolescência. Isso mostra como várias políticas públicas não estão sendo efetivas para interromper os ciclos de violência."

Lei e saúde

De acordo com o Código Penal, o acesso ao aborto legal é previsto "se não há outro meio de salvar a vida da gestante" e no "caso de gravidez resultante de estupro". Desde 2012, há uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental do Supremo Tribunal Federal que permite o procedimento em casos de fetos com anencefalia.

A gestação também é um risco à saúde das meninas, segundo especialistas. De acordo com os dados mais recentes do Sistema de Informações sobre Mortalidade, do SUS, por exemplo, 1.549 meninas de até 14 anos morreram em 2020 por causas relacionadas à gravidez. "Os abortos realizados no primeiro trimestre são 14 vezes mais seguros que um parto", argumenta a pesquisadora Marina Jacobs, doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da UFSC, no qual pesquisou o tema.

Na pesquisa, identificou que hospitais costumam estabelecer uma idade gestacional máxima, com base em uma nota técnica emitida em 2012 pelo Ministério da Saúde, que indica que "não há indicação para interrupção da gravidez após 22 semanas de idade gestacional". A advogada Marina Ganzarolli argumenta, contudo, que a nota técnica não tem valor legal.

A juíza Joana Ribeiro Zimmer, que impediu o aborto em Tijucas (SC) e usou a limitação por semanas, foi promovida e transferida de cidade - o processo é anterior ao caso. A criança chegou ao Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com 22 semanas de gestação. A equipe médica rejeitou o aborto.

Houve judicialização do caso e a juíza mandou a menina para um abrigo, impedindo que fosse submetida ao procedimento. O caso foi revelado pelos sites Portal Catarinas e The Intercept Brasil. As reportagens mostraram trechos da audiência com a criança, em que a magistrada fala para a menina manter o bebê.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A menina de 11 anos, grávida após ser vítima de um estupro, em Santa Catarina, vai poder voltar para casa graças a uma autorização concedida pela desembargadora Cláudia Lambert de Faria, nesta terça-feira (21). A criança estava afastada da família desde o mês passado por decisão judicial que determinou a institucionalização da vítima em um abrigo de acolhimento em Tijucas, município localizado a 50 quilômetros de Florianópolis. A medida protetiva foi um pedido do Ministério Público do Estado para distanciá-la do possível agressor, que convivia com a menina na mesma residência.

"Assim, visando o bem estar da infante (da menina), durante esse momento sofrido de uma gravidez indesejada e inoportuna, e considerando o seu manifesto desejo de estar próxima à mãe, com a qual mantém forte vínculo afetivo, não há razão que justifique, no caso, a manutenção do acolhimento institucional", escreveu a desembargadora Cláudia Lambert em decisão obtida pelo Estadão.

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No texto, Lambert considera que manter a menina longe de casa, em um estado gestacional, poderia levá-la a ter problemas de saúde mental, física e fisiológica com potenciais para serem fatais, tanto para a criança quanto para o bebê em gestação. "Dessa forma, com a companhia e os cuidados da mãe, no aconchego do lar, a agravante (a menina) terá melhores condições psicológicas para enfrentar este momento tão delicado de sua vida", escreveu a desembargadora.

A decisão da desembargadora foi tomada mediante um agravo de instrumento feito pela defesa da mãe, que pedia o fim da tutela e do acolhimento da criança por parte do Estado e do acolhimento, e exigia o retorno da menina para a casa. A decisão foi autorizada e comunicada ao juízo da Vara de Infância da Comarca de Tijucas, que no final da tarde cumpriu a decisão do Tribunal de Justiça e desacolheu a criança.

De acordo com a advogada que representa a família da menina, Daniela Félix, a decisão de Cláudia Lambert de Faria foi correta, sobretudo quando a desembargadora cita que o caso deveria ser analisado na Vara Criminal e não na Vara da Infância, como estava sendo feito. "Não compete à Vara da Infância tergiversar sobre a temática da legalidade do aborto", disse a advogada, indo ao encontro do que foi proferido por Lambert na decisão: "Lembrando que a questão relativa à interrupção ou não da gravidez não é matéria afeita a esse juízo, porque constitui temática que compete ao juízo criminal".

De acordo com Daniela Félix, no final da tarde desta terça-feira, a defesa impetrou um habeas corpus no Tribunal de Justiça para que seja determinado o abortamento legal da criança.

O caso

Tramitando em segredo de Justiça, o caso ganhou repercussão nacional na última segunda-feira, 20, após divulgação da gravação de uma audiência realizada no dia 9 de maio, em que mostra a juíza Joana Ribeiro Zimmer, da 1.ª Vara Cível de Tijucas, e a promotora Mirela Dutra Alberton sugerindo à vítima, então com 10 anos, que ela sustentasse a gravidez por mais algumas semanas para a realização de um parto antecipado, de modo a salvaguardar o bebê.

A magistrada tem impedido a criança de realizar o aborto, que é permitido pela legislação brasileira em casos de estupro. Joana Ribeiro alega que, passadas 22 semanas de gestação - a criança está com 29 semanas -, a interrupção da gravidez seria considerada um homicídio contra o feto. A juíza não se encontra mais à frente do caso porque foi promovida e não atua mais na Comarca de Tijucas. A promoção foi concedida antes da divulgação do caso. Procurada, a juíza não quis dar nenhuma declaração sobre o episódio.

"Quanto tempo que você aceitaria ficar com o bebê na tua barriga para a gente acabar de formar ele, dar os medicamentos para o pulmãozinho dele ficar maduro para a gente poder fazer a retirada para outra pessoa cuidar?", perguntou a juíza à menina, que responde: "Eu não sei". A magistrada, porém, insiste: "Se a tua saúde suportasse (a gestação), tu suportaria ficar mais um pouquinho com o bebê? Mais duas ou três semanas?". A garota então consente. "Sim".

O vídeo que mostra Joana Ribeiro Zimmer defendendo a ideia de a vítima do estupro não interromper a gravidez - desejo manifestado no vídeo pela criança e pela sua mãe, responsável legal pela filha -, foi divulgada em uma reportagem publicada pelo portal Catarinas, em conjunto com o site The Intercept Brasil.

Já em um diálogo direto com a mãe, a juíza afirma que existem cerca de 30 mil casais que "querem o bebê". "Essa tristeza para a senhora e para a sua filha é a felicidade de um casal", disse a magistrada. "É uma felicidade porque eles não estão passando pelo o que eu estou passando", respondeu a mãe da criança.

Na decisão desta terça-feira que permite à criança voltar para casa, a desembargadora Cláudia Lambert levou em consideração o diálogo da magistrada com a mãe. "Na audiência", diz a desembargadora, "foi possível observar a grande preocupação e sofrimento da genitora (mãe), ao ver a filha abrigada nesse momento tão difícil de sua vida". Na conversa, a mãe da menina diz a Joana Ribeiro Zimmer que um último pedido que gostaria de fazer à magistrada era o de permitir o retorno da filha à casa da família.

O apelo da mãe, entretanto, foi negado por Joana Ribeiro Zimmer. No último dia 1.º, a juíza emitiu um despacho determinando a permanência da menina em um lar de acolhimento, e justificou a decisão sob o argumento de que, em casa, a menina poderia ser submetida ao procedimento de aborto. "Se no início da medida protetiva o motivo do acolhimento institucional era a presença de suspeitos homens na casa, o fato é que, doravante, o risco é que a mãe efetue algum procedimento para operar a morte do bebê", escreveu a magistrada.

A garota foi vítima de estupro quando estava com 10 anos de idade. A mãe da menina descobriu o caso apenas na 22.ª semana de gestação e a levou a um Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago (HU), de Florianópolis, por orientação do Conselho Tutelar. Na unidade, a menina passou por exames, mas não teve o procedimento de aborto realizado porque as normas do hospital só permitem a interrupção da gestação até a 20.ª semana.

Dias depois, de acordo com a reportagem do The Intercept e do portal Catarinas, o Ministério Público de Santa Catarina entrou com ação cautelar pedindo pelo acolhimento institucional da criança. Em audiências realizadas no Fórum de Tijucas, em 17 e 23 de maio, os médicos do Hospital Universitário alegaram que a criança estava, até o momento, apresentando sinais de uma gravidez sem riscos.

Tanto o Tribunal de Justiça, como o Ministério Público, ambos de Santa Catarina, afirmaram que a Corregedoria-Geral de cada órgão vai investigar os fatos do episódio.

A juíza Joana Ribeiro Zimmer, que impediu uma menina de 11 anos de fazer um aborto após ter sido estuprada, deixou o caso. A interrupção da gravidez em casos de violência sexual está prevista em lei.

A magistrada foi promovida e transferida de cidade. A promoção foi confirmada pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC) no último dia 15 - antes, portanto, da repercussão do caso. Desde a última sexta-feira, 17, ela não faz mais parte da comarca de Tijucas, onde corre o processo.

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A criança chegou ao Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com 22 semanas de gestação. A equipe médica se recusou a fazer o aborto.

Com a judicialização do caso, a juíza mandou a menina para um abrigo, impedindo que ela fosse submetida ao procedimento, como deseja a família. A justificativa foi a de que a medida serviria para proteger a criança, porque há indícios de que os abusos ocorriam em casa, mas em sua decisão Joana disse que havia "risco" que a "mãe efetue algum procedimento para operar a morte do bebê".

O caso foi revelado pelos sites Portal Catarinas e The Intercept Brasil. As reportagens também mostraram trechos da audiência com a criança. A magistrada tenta induzir a menina a manter o bebê.

"Quanto tempo que você aceitaria ficar com o bebê na tua barriga para a gente acabar de formar ele, dar os medicamentos para o pulmãozinho dele ficar maduro para a gente poder fazer a retirada para outra pessoa cuidar?", perguntou a juíza. A menina responde: "Eu não sei". A juíza, porém, insiste: "Se a tua saúde suportasse [a gestação], tu suportaria ficar mais um pouquinho com o bebê? Mais duas ou três semanas?".

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) abriu um procedimento administrativo disciplinar para apurar a conduta da magistrada. A Corregedoria do Tribunal de Santa Catarina também analisa se houve desvio.

A seccional da Ordem dos Advogados do Brasil em Santa Catarina (OAB-SC) disse que vai acompanhar o processo e seus desdobramentos, "com o intuito de que a vítima receba amparo integral".

"Estamos buscando junto aos órgãos e instituições com atuação no caso todas as informações necessárias para, de forma incondicional, resguardarmos e garantirmos proteção integral à vida da menina gestante, com embasamento em laudos médicos e nas garantias legais previstas para a vítima em tais situações", diz a nota.

A Justiça de Santa Catarina negou que uma criança, de 11 anos, vítima de estupro e grávida de 29 semanas, realizasse um aborto autorizado. Em despacho expedido em 1º de junho, a magistrada Joana Ribeiro Zimmer, da 1ª Vara Cível de Tijucas, a 50 quilômetros de Florianópolis, decidiu pela permanência da criança em um abrigo com o objetivo de mantê-la afastada do possível autor da agressão sexual e também para impedir que a mãe da menina, responsável legal pela filha, levasse a cabo a decisão de interromper a gravidez.

"Se no início da medida protetiva o motivo do acolhimento institucional era a presença de suspeitos homens na casa, o fato é que, doravante, o risco é que a mãe efetue algum procedimento para operar a morte do bebê", escreveu Joana Ribeiro Zimmer.

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Por envolver menores de idade, o caso segue em segredo de Justiça, mas o jornal O Estado de S. Paulo conseguiu acesso à decisão. As identidades da vítima e da mãe foram preservadas.

No despacho, Joana Ribeiro Zimmer defendeu a continuidade da gestação por parte da criança. Ela citou que o aborto deve ser realizado até 22 semanas de gravidez ou o feto atingir 500 gramas.

A juíza se manifestou ainda favorável a manter a gravidez independentemente de a gestação provocar riscos à menina. "E ainda que feita a retirada do bebê no caso de risco concreto para a gestante, por qual motivo seria descartada a vida do bebê, que tem mais de 22 semanas e não é mais um conjunto de células, um bebê humano completo?", questionou.

O caso ganhou repercussão nacional nesta segunda-feira, 20, com a divulgação da gravação de uma audiência de 9 de maio, em que mostra a defesa da magistrada à ideia de a vítima do estupro não interromper a gravidez - desejo manifestado no vídeo pela criança e pela sua mãe, responsável legal pela filha.

Na gravação, obtida pelo site The Intercept Brasil e divulgada em reportagem produzida em conjunto com o portal Catarinas, Joana sugeriu à garota a continuidade da gravidez por mais algumas semanas para que o parto fosse feito e o bebê fosse entregue para outra família.

"Quanto tempo que você aceitaria ficar com o bebê na tua barriga para a gente acabar de formar ele, dar os medicamentos para o pulmãozinho dele ficar maduro para a gente poder fazer a retirada para outra pessoa cuidar?", perguntou a juíza.

A menina responde: "Eu não sei."

A juíza, porém, insiste: "Se a tua saúde suportasse [a gestação], tu suportaria ficar mais um pouquinho com o bebê? Mais duas ou três semanas?"

A garota então consente. "Sim", responde.

Já em um diálogo direto com a mãe, a juíza afirma que existem cerca de 30 mil casais que "querem o bebê". "Essa tristeza para a senhora e para a sua filha é a felicidade de um casal", disse a magistrada. "É uma felicidade porque eles não estão passando pelo o que eu estou passando", respondeu a mãe da criança.

Já na decisão, a magistrada se apoiou nas definições de aborto estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). "Lembro que vigora no Brasil o Marco Legal da Primeira Infância, que deixa clara a proteção do bebê desde a gestação, daí o fortalecimento legal da interpretação da autorização do Código Penal pela literalidade da palavra 'aborto' lá contida, como conceito que, segundo a entidade, é considerado apenas até 22 semanas ou 500g do bebê".

Contudo, a OMS não menciona os limites de duração da gestação nas suas novas diretrizes sobre o aborto divulgadas em março. A organização, no entanto, enfatiza que "a gravidez pode ser interrompida com segurança, independentemente da idade gestacional", e afirma ainda que negar um aborto por causa do tempo da gestação "pode resultar na continuação indesejada da gravidez", algo que seria "incompatível com requisito no direito internacional dos direitos humanos".

O jornal O Estado de S. Paulo não conseguiu contato com a magistrada. Por meio de nota, o Tribunal de Justiça catarinense afirmou que o processo tramita em segredo de justiça.

A corte, contudo, afirmou que sua corregedoria vai investigar. "A Corregedoria-Geral da Justiça, órgão deste Tribunal, já instaurou pedido de providências na esfera administrativa para a devida apuração dos fatos."

"Estamos lutando para essa interrupção da gestação. Primeiro, porque a criança é assistida por lei. Ela está no enquadramento do aborto legal, por ser vítima de violência e por correr riscos de morte", afirmou advogada Daniela Félix, que representa a família da vítima. "A gente tem, no Brasil, três casos de aborto que independe do tempo de gestação. Nesse caso, estamos amparados por dois (risco à saúde da gestante e estupro) - o terceiro caso seria o de anencefalia", explicou a advogada.

Conforme o artigo 128 do Código Penal, não se pode punir o aborto quando: não há outro meio de salvar a vida da gestante, se a gravidez resulta de estupro, ou se o aborto é precedido de consentimento da gestante ou de seu representante legal.

Em 2012, o Supremo Tribunal Federal (STF) ampliou as condições de interrupção da gravidez ao definir pela não criminalização da decisão de a grávida abortar fetos anencéfalos.

"O procedimento de interrupção da gestação é completamente legal", afirma Daniela. Se a mãe, que é a representante legal, está se manifestando pela interrupção da gestação, "o Estado tem de cumprir e dar autorização para essa interrupção da melhor forma possível para a criança de 11 anos".

"Pela idade, a criança não tem capacidade postulatória ou poder de decidir em qualquer ação judicial. Dá pra ver como os atos indicam erros, condutas que podem ser questionadas. Não tem como uma criança saber se vai continuar com a gestação por duas semanas. Quem decide isso é a mãe", declarou Daniela Félix.

'Não há riscos'

A conversa com Joana Ribeiro Zimmer aconteceu após a vítima e a mãe recorrerem ao Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago (HU), de Florianópolis, no começo de maio, para buscar a interrupção da gravidez.

Na época, em 5 de maio, a gestação estava com 22 semanas e três dias, o que impediu os médicos de realizarem o procedimento, uma vez que a norma no hospital é que o aborto seja feito com até 20 semanas de gestação. Mesmo assim, o HU realizou exames na criança e pediu autorização judicial para interromper a gravidez.

Dias depois, de acordo com a reportagem do The Intercept e do portal Catarinas, o Ministério Público de Santa Catarina entrou com ação cautelar pedindo pelo acolhimento institucional da criança, e que deveria retornar à família somente depois de não estar mais em situação de perigo dentro de casa.

Nos dias 17 e 23 de maio, os médicos do Hospital Universitário foram ouvidos pelo Ministério Público sobre o caso em audiências realizadas no Fórum de Tijucas.

O jornal O Estado de S. Paulo teve acesso também à descrição dos depoimentos dos profissionais, que alegaram que a criança estava, até o momento, apresentando sinais de uma gravidez sem riscos.

"Das audiências em referência, a partir dos relatos médicos, o que se pode extrair, de maneira enfática, é que, a par do risco geral decorrente de uma gravidez em tenra idade, a gestação está se desenvolvendo de forma normal, dentro de um limiar de absoluta segurança", escreveu em 25 de maio a promotora Mirela Dutra Alberton, da 2ª Promotoria de Comarcas de Tijucas, no pedido judicial de interrupção da gestante, anexado nos autos do processos, documento que a reportagem também teve acesso.

Ela ressaltou, porém, que o único consenso apresentado pelos médicos é que a criança, então no final do mês passado, com 23 semanas de gestação, não se encontrava "em situação de risco imediato". Mas a promotora fez uma ressalva: "Com o avançar da gravidez, a tendência natural é que o risco geral se acentue e possa evoluir para riscos específicos, conforme exposto pelos profissionais".

De acordo com os médicos, os riscos à vida da vítima estão relacionados com a duração da gestação, e também com os procedimentos de parto e pós-parto a que uma criança de 11 anos será submetida. O descolamento de placenta e sangramento provocados pelo trabalho de parto prematuro e atonia uterina (falta de contrações do útero) após o nascimento do bebê foram alguns dos problemas citados pelos médicos.

A reportagem não conseguiu localizar a juíza Joana Ribeiro Zimmer e a promotora Mirela Dutra Alberton até a conclusão desta reportagem.

O HU não respondeu aos questionamentos da reportagem até o fechamento do texto.

Uma menina de seis anos morreu na madrugada deste sábado, 11, após cair de um prédio, localizado no município de Praia Grande, no litoral paulista. A Polícia Militar de São Paulo atendeu ocorrência e, no local, encontrou a criança morta no chão do edifício.

O óbito também foi confirmado por uma equipe do Samu. O caso foi registrado na Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Praia Grande como abandono de incapaz.

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De acordo com a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), o pai da vítima foi preso em flagrante e encaminhado à audiência de custódia.

A pasta não deu mais detalhes "para garantir a autonomia do trabalho policial no esclarecimento do crime".

O Artigo 133 do Código Penal diz que abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono pode resultar em pena de detenção, de seis meses a três anos.

O inciso 1º acrescenta que se por conta do abandono houver lesão corporal de natureza grave, a pena é de reclusão de um a cinco anos.

O inciso seguinte acrescente que, em caso de morte, a prisão pode chegar a 12 anos.

A pena pode ser ampliada ainda se a vítima for deixada em lugar ermo, se quem praticou o abandono é um agente ascendente ou descendente, como cônjuge, irmão ou tutor. Ou ainda se a vítima tiver idade superior a 60 anos.

A indígena de 12 anos que foi diagnosticada com raiva morreu na UTI do Hospital João Paulo II, no Centro de Belo Horizonte, Minas Gerais. O caso foi notificado no dia 5 de abril e o resultado de exames confirmaram a doença no dia 19. 

A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) informou que o óbito ocorreu na última sexta-feira (29) e que a causa pode ter relação com um morcego. No dia 4 de abril, um indígena de 12 anos também não resistiu à doença após dar entrada na UPA de Teófilo Otoni. 

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Outra criança, de 5, que morava na mesma aldeia, na Zona Rural de Bertópolis, no Vale do Mucuri, morreu no dia 17 de abril. Ela não apresentou sintomas, mas a pasta investiga o caso como raiva devido à proximidade das outras ocorrências. 

Quarto caso

Uma menina, de 11, parente do segundo caso, está hospitalizada em leito clínico, com sintomas da raiva, como febre e dor de cabeça. Ela apresenta quadro estável e segue em observação enquanto aguarda o resultado de exames.

Investigação epidemiológica

No domingo (24), a SES-MG enviou doses de vacina antirrábica humana para a comunidade. A pasta também enviou soro específico para humanos e imunizante animal para cães e gatos da região. A investigação epidemiológica foi ampliada para identificar a existência de novos pacientes e as causas do contágio. 

A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) irá solicitar ao Senado a criação de uma comissão para acompanhar as investigações sobre denúncia de estupro e morte de uma menina yanomâmi em Roraima. Além disso, ela vai pedir uma audiência com a diretoria da Polícia Federal para conferir as providências tomadas em relação ao caso.

O ocorrido veio à tona na última segunda (29). Segundo a denúncia, a vítima é uma menina de 12 anos que foi estuprada e morta por garimpeiros em uma comunidade na região de Waikás, na Terra Indígena Yanomâmi.

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Sobre o caso, a senadora responsabiliza a omissão do governo federal sobre a frequência dessas ações. “Essas denúncias apontam que o estupro teria sido por parte de garimpeiros. O que traz sobre nós a grande responsabilidade do aprofundamento desta investigação. Não é errado dizer que a omissão que nós temos acompanhado pelo governo federal tem contribuído para que ações dessa natureza possam acontecer. Dentre elas a defesa, inclusive, da exploração mineral dentro das comunidades indígenas”, afirmou.

Uma menina ianomâmi de 12 anos foi estuprada até a morte por garimpeiros na comunidade Aracaçá, na área de Waikás, na Terra Indígena Yanomami, em Roraima, segundo denúncia feita por Júnior Hekurari, líder indígena na região. O Ministério da Justiça e Segurança Pública informou que entrou em contato com a Fundação Nacional do Índio (Funai) e que os fatos estão sendo apurados.

O relato foi feito por Hekurari, presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Yek’wana (Condisi YY), em vídeo publicado na noite de segunda-feira, dia 25, em sua rede social. Os garimpeiros, conta ele, aproveitaram quando a maior parte dos indígenas estava caçando para invadir a comunidade.

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Segundo Hekukari, uma mulher, a menina e outra criança de 4 anos foram levadas para o acampamento de um garimpo ilegal de ouro, onde a pré-adolescente passou a ser violentada. A mulher, tia da menina, tentou impedir, mas foi jogada no Rio Uraricoera, junto com a outra criança. As três indígenas estavam sozinhas, afirma ele.

"Eles chegaram de surpresa, só estavam as três. O restante da comunidade estava no mato, trabalhando na roça e caçando", disse. A mulher conseguiu escapar nadando até a aldeia, mas a criança não foi localizada. O corpo da adolescente foi recuperado pelos moradores da comunidade. Hekurari enviou ofício ao Distrito de Saúde Indígena (DSEI) de Roraima, à Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), à Funai e a Polícia Federal.

Na terça-feira, 26, ele tentou viajar para a região, mas o mau tempo não permitiu o deslocamento. "Estou muito preocupado. Esta comunidade está muito chateada e corre o risco de tentarem revidar atacando os garimpeiros. Só que os garimpeiros estão armados e em um embate a comunidade vai ser totalmente massacrada, porque só vivem cerca de 30 pessoas lá", explicou. Segundo ele, desde 2021 os ianomâmis da região vêm sofrendo seguidos ataques em suas aldeias.

Relatório divulgado pela Hutukara Associação Yanomami no último dia 11 registrou quatro ataques que resultaram na morte de ano menos sete crianças desde o início de 2021. Em um dos casos, um ataque a tiros por garimpeiros em Palimiu resultou na morte de duas crianças por afogamento. Segundo o documento, os atiradores eram capangas de uma chefe de garimpo do Rio Uraricoera, que margeia a Terra Indígena Yanomami.

Outras duas crianças morreram em um ataque com arma de fogo em maio de 2021, Sete embarcações com 27 homens armados e vestindo coletes à prova de balas invadiram e atacaram a comunidade Yakepraopé. Outras três mortes de crianças foram relatadas por afogamento, após serem sugadas pela correnteza provocada por dragas garimpeiras. Segundo o relatório, os familiares acabaram abandonando a região.

Estima-se que mais de 20 mil garimpeiros estejam atuando de forma clandestina dentro da Terra Yanomami, um território cada vez mais ameaçado. A maior reserva indígena do Brasil tem quase 10 milhões de hectares, entre os Estados de Roraima e Amazonas - e parte da Venezuela. Na região, vivem 30 mil índios em 360 comunidades.

As terras dos ianomâmis são alvo do garimpo ilegal de ouro desde a década de 1980, mas nos últimos anos a busca pelo minério se intensificou. Conforme mostrou reportagem do Estadão, com base em estudo do Instituto Igarapé, o desmatamento e o garimpo de ouro na Amazônia acabam se conectando com outros crimes, como a corrupção de agentes públicos, o tráfico de drogas, o trabalho escravo e os homicídios.

O corpo da menina Raquel Antunes da Silva, de 11 anos, foi enterrado neste sábado (23), no cemitério do Catumbi, no Centro do Rio de Janeiro. Ela estava internada desde a madrugada de quinta-feira (21), após ser imprensada por um carro alegórico, não resistiu aos ferimentos e morreu no início da tarde da sexta-feira (22), no Hospital Municipal Souza Aguiar.

A mãe de Raquel precisou ser amparada por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) durante a despedida.

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Aos gritos, a manicure Marcela Portelinha Antunes pedia por justiça pela morte da filha: "Eu quero minha menina, isso não pode ficar assim."

No fim da cerimônia, ela voltou a ser atendida pela equipe de socorristas. Ela está grávida de três meses. Familiares e amigos acompanharam o enterro com camisetas e flores em homenagem a Raquel.

O acidente ocorreu no primeiro dia de desfiles do Rio. A menina subiu no carro alegórico da escola de samba Em Cima da Hora, na saída da Marquês de Sapucaí, na rua Frei Caneca, enquanto a mãe observava a passagem de outras agremiações na avenida. Naquele instante, o veículo passou em um trecho estreito e as pernas da menina foram prensadas entre a alegoria e um poste.

Raquel foi socorrida em um posto médico montado na Marquês de Sapucaí e, depois, foi encaminhada ao Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro.

A menina passou por uma cirurgia que durou cerca de 7 horas e precisou ter a perna amputada. Durante o procedimento, sofreu uma parada cardiorrespiratória, revertida pelos médicos. Apesar disso, seu quadro de saúde permaneceu gravíssimo. A direção do Souza Aguiar informou a morte às 12h10 da sexta-feira.

Paes e Castro prestam solidariedade

Pelo Twitter, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, prestou solidariedade aos familiares de Raquel na sexta-feira. Ele disse que vai acompanhar a investigação policial que apura as responsabilidades do acidente envolvendo um carro alegórico da escola Em Cima da Hora. Afirmou ainda que a Secretaria de Assistência Social está dando apoio aos familiares.

O governador do Rio, Cláudio Castro, divulgou nota na sexta para a imprensa em que lamenta a morte: "Manifesto minha solidariedade aos parentes da pequena Raquel, que morreu hoje após acidente com carro alegórico. Desde ontem, o governo do Rio, por meio da Seavit (Secretaria de Estado de Assistência à Vítima do Rio), está prestando assistência psicológica aos familiares da menina. Vamos seguir acompanhando o caso e daremos prioridade às investigações para que todas as responsabilidades sejam apuradas o mais rápido possível."

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