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Acusada de formação de cartel para fraudar licitações na chamada Máfia da Merenda, em São Paulo, a empresa Nutriplus Alimentação e Tecnologia Ltda venceu licitação da Prefeitura de Salvador no valor de R$ 25.345.152,00, para prestar serviço alimentar na escolas da capital baiana.

O resultado final da licitação, que aponta a empresa como vencedora do pregão eletrônico, foi publicado pela gestão do prefeito ACM Neto (DEM) no Diário Oficial do Município na quinta-feira, dia 25.

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A Máfia da Merenda foi um esquema delatado pelo empresário Genivaldo Marques dos Santos, então sócio da empresa Verdurama - uma das envolvidas na fraude. À época, ele denunciou que quatro empresas que forneciam merenda a cidades paulistas formaram um cartel para controlar o resultado das licitações em pelo menos 57 cidades e dois Estados. O esquema, segundo o delator, teria movimentado R$ 280 milhões em notas frias entre 2008 e 2010.

Em nota, a Nutriplus afirmou que está autorizada a participar de processos licitatórios, não estando inserida na lista de empresas inidôneas. A empresa também ressaltou que não foi condenada em nenhum processo judicial que trate sobre fraude nas licitações e que mantém a confiança na improcedência das acusações do passado.

Também por meio de nota, a Secretaria Municipal de Educação de Salvador informou que a contratação da empresa se deu de forma transparente e de acordo com a lei. "O processo de licitação foi através de pregão eletrônico, com a participação de empresas de todo o país, sendo vencedora a que apresentou a proposta de menor preço", diz a nota.

Procurado pela reportagem, ACM Neto se manifestou sobre o assunto. "Foi feito um pregão eletrônico, conforme estabelece a Lei 8.666, com empresas do Brasil inteiro. A empresa que venceu a licitação é a que deu o menor preço, como tem que ser. O Brasil inteiro participou da licitação. Se a empresa tivesse com alguma pendência, não poderia participar. Então isso tudo é feito com critérios técnicos. A gente é obrigado a contratar pelo menor preço, como estabeleceu o edital de licitação. É preciso registrar, ainda, que não existe nenhuma denúncia contra a empresa na Prefeitura e que seus concorrentes não fizeram nenhuma contestação do resultado. Assim como em todas as licitações, a Prefeitura de Salvador também agiu com absoluta transparência e lisura neste processo".

A Polícia Civil deu maiores detalhes, na tarde desta quinta-feira (11), da Operação Castelo de Farinha, deflagrada contra a empresa Casa de Farinha por fraude em processos licitatórios. Segundo a Polícia Civil, há indícios de que a empresa intimidava e ameaçava concorrentes para não participarem dos pregões. Três mandados de prisão temporária foram expedidos contra representantes da empresa, que é do setor alimentício.

O principal fato investigado pela Polícia Civil é uma licitação de merenda escolar da Prefeitura de Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife (RMR), no dia 4 de julho de 2018. Os alvos da operação Valéria dos Santos Silva, Romero Pontual Filho e Nelson Canizza participaram do pregão, que teve como vencedora a Casa de Farinha. A polícia pediu a prisão temporária dos suspeitos e, até o momento, apenas Valéria foi presa.

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Segundo a delegada Patrícia Domingos, o carro de uma empresa concorrente foi batido duas vezes no caminho para o local da licitação. Após o carro parar, ao invés dos ocupantes do outro veículo discutirem a responsabilidade do acidente, eles só diziam que ninguém deveria sair do local até resolver a questão. "Quando o licitante entregou a documentação para a funcionária para ela participar do pregão, um homem pegou o documento, rasgou e jogou no rio", lembra Patrícia.

Uma testemunha também relatou que outro licitante foi abordado por dois homens e ofertado um valor em dinheiro para que o valor da proposta fosse alterado. "Fizeram ameaças veladas como 'você não teme pela sua vida?'", relatou a delegada. Outra licitante ainda estaria em uma lanchonete próxima à prefeitura quando suspeitos arrancaram os documentos dela e desapareceram.

Todas as empresas com algum registro de ocorrência são de fora de Pernambuco. Por conta disso, a Polícia investigará se há alguma formação de quadrilha da Casa de Farinha com outras empresas pernambucanas.

A Casa de Farinha também foi investigada em outra operação da Polícia Civil, por fraudes em licitações do Cabo de Santo Agostinho. Segundo Patrícia, as merendas seriam de má qualidade. Romero e Nelson teriam abordado licitante e ofertado dinheiro para que não participasse de pregão da Prefeitura de Olinda. O Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) investiga irregularidades nos contratos também com a Prefeitura do Recife.

Por nota, o advogado da Casa de Farinha, Ademar Rigueira, rebateu as acusações. O defensor ressalta que há mais de 13 anos a companhia é reconhecida por atuação no segmento de alimentação coletiva, "seguindo todos os padrões de controle e qualidade exigidos pelos órgãos de fiscalização, não se tratando, portanto, de uma quadrilha". Romero Pontual Filho, afirma a defesa, estava no exterior e irá se apresentar nos próximos dias. Sobre a licitação de Ipojuca é dito que ela ocorreu dentro da mais estrita legalidade, com observação de parâmetros técnicos, formais e legais. Por fim, o advogado diz também que a polícia agiu com finalidade exclusivamente midiática. O pregão de Ipojuca foi cancelado.

O Ministério Público do Estado de Roraima  entrou com uma ação civil contra o governo do estado e a Secretaria Estadual de Educação pedindo a regularização da distribuição de merenda escolar para os alunos do ensino fundamental das escolas estaduais de Boa Vista e Cantá.

 "A falha no fornecimento de merenda é algo grave e requer medidas urgentes por parte do governo, uma vez que a alimentação escolar adequada é indispensável ao processo de aprendizagem dos alunos”, declarou a promotora de Defesa da Educação, Érika Michetti.

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Por meio de nota, o MPRR informou ter tomado conhecimento do caso a partir de uma denúncia formalizada na Promotoria de Justiça de Defesa da Educação. Constava na reclamação que gestores das escolas estariam usando recursos pessoais para complementar a merenda oferecida aos estudantes.

O MPRR constatou, após inspeção no Departamento de Apoio ao Educando (DAE), que no local havia “uma pequena variedade de produtos e todos em quantidade insuficiente para suprir a demanda de um único dia, acaso viessem a ser distribuídos corretamente a todas as escolas”.

“Além da falta de fornecimento da merenda escolar, os alunos vêm consumindo alimentos que, certamente, fogem aos padrões ideais conferidos pelos profissionais habilitados. Essa omissão do Poder Público poderá ocasionar sérios prejuízos aos estudantes”, argumentou, por meio de nota, a promotora.

A ação foi protocolada no último dia 24 de agosto na Vara da Infância e da Juventude. Caso a Justiça acolha o pedido do MPRR, o estado poderá ser obrigado a fornecer, imediatamente e de forma regular, a merenda a todos os alunos do ensino fundamental da rede estadual de ensino, sob pena de multa diária no valor de R$ 1.000 por escola.

 

O juiz federal Alessandro Diaféria, da 1.ª Vara Criminal de São Paulo, determinou o afastamento imediato de 16 servidores públicos no interior de São Paulo pelo suposto envolvimento com a Operação Prato Feito. A ordem foi expedida na mesma decisão em que o magistrado autorizou a deflagração da missão, que mira desvios por meio de contratos da Prefeitura da capital paulista e outras 29 prefeituras no interior do Estado.

A ação mira 65 contratos, cujos valores totais ultrapassam R$ 1,6 bilhão. De acordo com a Polícia Federal, cinco grupos criminosos são suspeitos de desviar recursos da União para a educação destinados ao fornecimento de merenda escolar, uniformes, material didático e outros serviços.

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Ao deflagrar a Operação, o juiz determinou o afastamento de funcionários públicos de todos os escalões - de assessor de vereador a vice-prefeito.

Entre os afastados, estão secretários de Esportes, Assuntos Governamentais, Finanças, Educação de diversos municípios; além de pregoeiros, assessores, diretores de licitações e até mesmo servidores de Câmaras Municipais investigados por integrar o esquema bilionário.

Diaféria também proibiu 29 empresas de contratar com o poder público e determinou a inclusão dessas pessoas jurídicas pela Controladoria-Geral da União no cadastro de inidôneas.

"Ressalte-se que a presente medida é indispensável e visa a evitar novas práticas criminosas pelo grupo ora sob investigação, fazendo cessar ou extirpar a atividade nociva à Administração, de modo a resguardar o interesse público", anotou.

O magistrado pondera "não ser o caso, todavia, de suspender os contratos públicos, firmados com as empresas acima, com participação dos investigados, e que ainda estão em vigor, muito embora presentes indícios de ilegalidade".

"Isso porque o dano causado à coletividade, sobretudo a crianças de baixa renda que dependem da alimentação fornecida pela rede de ensino municipal, seria desproporcional ao objetivo pretendido", anotou.

O Ministério Público Federal (MPF) ofereceu denúncia contra 12 pessoas, no âmbito da Operação Mata Norte, que desbaratou, em 2017, associação entre empresários, agentes e servidores públicos para desviar recursos destinados à aquisição de merenda escolar pelo município de Lagoa do Carro.

De acordo com as investigações foi detectado que a Prefeitura de Lagoa do Carro realizou quatro procedimentos licitatórios irregulares, entre 2013 e 2016, com verbas do Programa de Apoio à Alimentação Escolar na Educação Básica (PNAE), sem elementos comprobatórios da inviabilidade de adoção da modalidade eletrônica de pregão. O valor repassado chegou a quase R$ 1 milhão.

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A denúncia do MPF divide os acusados em dois núcleos. No primeiro, formado pelos agentes públicos que promoviam as licitações fraudulentas para beneficiar empresas, estão o ex-prefeito do município, Severino Jerônimo da Silva (Jaílson do Armazém),  Adeildo Marques dos Santos Jr. (ex-pregoeiro do município), Silvia Maria Santos Porto (ex-secretária municipal de Educação), Antônio Flávio Guerra Barreto (ex-secretário municipal de Assuntos Jurídicos), Talita Correia Dias de Almeida (ex-secretária municipal de Finanças) e Luiz Cavalcanti Petribu Neto (ex-assessor jurídico).

O segundo núcleo inclui os empresários e particulares que participavam do esquema delituoso, sob liderança, segundo a procuradora da República, de Ricardo José de Padilha Carício, também denunciado pelo MPF no âmbito da Operação Torrentes, proprietário de fato das empresas Radar Mercantil Ltda. e FJW Empresarial Ltda., que teve sob seu comando os empresários Ricardo Henrique Reis dos Santos, Taciana Santos Costa, Jully Anne de Moraes Barros, João Henrique dos Santos e Eliab Américo Coutinho, para frustrar os processos licitatórios superfaturados e desviar os recursos públicos federais em favor de suas empresas.

Crimes – Os envolvidos foram denunciados por fraudes em licitações e associação criminosa. Severino Jerônimo da Silva, Silvia Maria Santos Porto, Talita Correia Dias, Ricardo Padilha Carício e Ricardo Henrique Reis também foram acusados da prática de crime de responsabilidade. Se forem condenados pela Justiça Federal, as penas podem chegar a mais de 30 anos de reclusão. O MPF requer, ainda, que seja decretada a perda dos eventuais cargos ou funções públicas dos envolvidos, bem como que seja fixada indenização mínima no montante dos valores superfaturados.

Além da denúncia oferecida à Justiça Federal, o MPF requisitou uma série de diligências à PF, incluindo a colheita de depoimentos de Silvia Maria Santos Porto, Ricardo Padilha e Taciana Santos, além do compartilhamento de provas e informações decorrentes da Operação Torrentes, que tem em seus alvos as empresas de Padilha, dentre outras medidas.

Com informações da assessoria do MPF

A Polícia Federal (PF) em São Paulo deflagrou na manhã desta sexta-feira, 6, em conjunto com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de São Paulo (Gaeco), a Operação Cadeia Alimentar, que investiga associação criminosa e fraude a licitações da merenda escolar em pelo menos 32 prefeituras paulistas, na região de Ribeirão Preto.

Oito mandados de prisão e 24 mandados de busca e apreensão em diversas cidades do Estado são executados por 180 agentes federais.

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A investigação revelou que o proprietário de distribuidoras de alimentos sediadas em Brodowski (SP), e seus funcionários, "associaram-se com representantes de outras seis distribuidoras de outras cidades do estado para, em conjunto, fraudar licitações destinadas à compra de gêneros alimentícios, notadamente carne, para inclusão na merenda escolar e cestas básicas".

Segundo a PF, os integrantes do grupo "se organizavam para ajustar de forma prévia a divisão de itens e preços ofertados e também para incluir produtos e exigências específicos em editais".

A PF destacou que os investigados vão responder, na medida de suas participações, por associação criminosa, falsidade ideológica, fraude a licitações, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro, com penas que podem atingir até 34 anos de prisão e multa.

O Programa Mundial de Alimentação (PMA) das Nações Unidas anunciou uma maior colaboração entre o Brasil e Angola na área da segurança alimentar e merenda escolar. A informação foi divulgada hoje (26) pela diretora do PMA para África Austral e Oceano Índico, Lola Castro, que pretende visitar o Brasil com o objetivo de compreender as políticas públicas contra a fome e a desnutrição infantil.

“Angola também quer trabalhar na merenda escolar. Estamos trabalhando para ir ao Brasil para aprender com o projeto Fome Zero e também ver a merenda escolar brasileira, ligada aos pequenos camponeses que produzem e vendem para as escolas. Com isso, as crianças vão ter uma alimentação diversificada e mais nutritiva. A ação também apoia o camponês e aumenta a renda e a segurança alimentar na família,” disse a diretora, através de nota oficial.

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De acordo com o Ministério da Educação de Angola, a colaboração entre os dois países pretende também garantir uma educação de qualidade, combater a taxa de reprovação nas escolas e combater a desnutrição das crianças angolanas.

As denúncias envolvendo o ex-prefeito do Cabo de Santo Agostinho José Ivaldo, mais conhecido como Vado da Farmácia não param. Após a Polícia Civil deflagrar a Operação Ratatouille e afirmar que as empresas contratadas pela prefeitura tinham alimentos em decomposição e com ratos, a delegada Patrícia Domingos afirmou que os bens de Vado incluem lancha, Jet skis e até o luxuoso carro da marca Porshe, que estavam em nome de terceiros. 

Além da vida estável que o ex-prefeito mantinha, a declaração de uma testemunha conforme contou Domingos durante coletiva, nessa quinta-feira (22), demonstra a gravidade da situação. Segundo relato de uma pessoa de uma das escolas, chegou a ser preparado uma canja de galinha com apenas um peito de frango para servir 300 alunos. 

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A delegada falou que as crianças estavam “passando fome” dentro das escolas enquanto o peito de frango, o leite e a verdura foram trocados por lancha, Jet skis e quadriciclos. “Chama bastante atenção o fornecimento de merenda deteriorada para consumo, de misturar carne bovina com carne de soja, a quantidade de leite reduzido, e um peito de frango para fazer canja para 300 alunos. Se a gente considerar que essas crianças de escola públicas, muitas vezes, a única refeição que elas têm é essa, na verdade, as pessoas suspeitas tiraram o alimento da boca da nossa futura geração”, lamentou. 

Foi contado detalhes sobre o fornecimento de merenda em decomposição na cidade. “Diversas irregularidades de empresas como fornecimento de alimentos estragados, de alimentos com mau cheiro, carnes com péssima qualidade e carne misturada com soja. Foi verificado também o não fornecimento de merenda. Em alguns casos, o quantitativo era bem menor que o previsto em contrato ou escolas onde merenda de péssima qualidade ou não era fornecida”. 

Patrícia Domingos afirmou que toda a situação vai ser apurada e garantiu que, se for comprovado que os fatos realmente aconteceram, os culpados serão “exemplarmente punidos”. 

 

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A Polícia Civil cumpriu 20 mandados de busca e apreensão domiciliar e três mandados de sequestro de bens móveis na manhã desta quarta-feira (21). O trabalho faz parte da operação Ratatouille, que investiga crimes licitatórios, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro por parte das empresas que forneciam merendas ao município do Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife. Os crimes teriam acontecido durante a gestão 2013/2016 do prefeito José Ivaldo Gomes, o Vado da Farmácia. 

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As investigações começaram há três meses e foram comandadas pelos Delegados da Delegacia de Polícia de Crimes contra a Administração e Serviços Públicos (DECASP) e assessorados pelo Núcleo de Inteligência, com apoio da DINTEL. Cerca de 130 policiais civis - entre delegados, agentes e escrivães - participaram da operação, que cumpriu mandados no Cabo de Santo Agostinho, Recife, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Tamandaré, Escada e Sirinhaém. A operação foi supervisionada diretamente pela Chefia de Polícia e coordenada pela DIRESP. 

O nome da operação é em referência ao filme de mesmo título, onde um rato comandava a cozinha. A Polícia Civil informou que Ratatouille foi escolhido em uma alusão às precárias condições das cozinhas onde eram preparadas as merendas e aos alimentos apodrecidos que eram fornecidos por uma das empresas investigadas. 

No município de Landri Sales, distante cerca de 370 quilômetros de Teresina, capital do Piauí, um homem acabou sendo preso após ser pego em flagrante delito pela Polícia Civil da região. Ele havia invadido a Escola Municipal Hugo Napoleão e foi pego pelos agentes preparando uma sopa com o frango e macarrão do local, ingredientes utilizados para fazer a merenda dos estudantes. À polícia, o homem revelou que estava com fome e, após saciá-la, pretendia vender o restante dos produtos que estavam na dispensa.

Segundo informações da TV Clube do Piauí, o suspeito foi conduzido até a delegacia, para que fossem tomadas as devidas providências, no último domingo (25). O delegado do plantão informou que essa já era a terceira vez que o rapaz entrava na escola para comer e furtar merenda. Em entrevista, a diretora da unidade de ensino falou que o local tem sido furtado constantemente; até talheres são levados.

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O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Gianpaolo Smanio, denunciou ao Tribunal de Justiça o deputado estadual Fernando Capez (PSDB), ex-presidente da Assembleia Legislativa, e mais oito alvos da Operação Alba Branca. A investigação foi deflagrada em janeiro de 2016 contra desvios no fornecimento de merenda escolar. A Capez são atribuídos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Smanio cobra R$ 2.279.857 - o valor equivale ao dobro da propina que teria sido destinada a Capez, a lobistas e a um representante comercial da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf). A cooperativa, em Bebedouro (SP), é apontada como centro das fraudes. O deputado tucano nega as acusações.

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A denúncia afirma que a propina paga a Capez, as comissões repassadas a lobistas da chamada máfia da merenda e ao representante comercial da Coaf "alcançaram ao menos o patamar de 10% do valor dos contratos administrativos - R$ 11.399.285 - celebrados entre a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo e a cooperativa".

"Os valores pagos a título de propina e comissões chegaram à cifra de R$ 1.139.928,50. Tais valores, evidentemente, foram extraídos daqueles gerados pelo superfaturamento do preço da mercadoria alienada à Secretaria da Educação", apontou o procurador-geral.

Suco

A Operação Alba Branca desarticulou fraude a licitações na Secretaria Estadual da Educação para o fornecimento de suco de laranja na merenda escolar. Desencadeada pela Polícia Civil e pela Promotoria, a ação mirou em contratos para o fornecimento de suco e produtos agrícolas a pelo menos 30 prefeituras do interior paulista pela cooperativa de Bebedouro.

Esta denúncia contra Capez é relativa somente à suposta incursão do deputado na pasta da Educação do Estado. A atuação da máfia da merenda sobre administrações municipais é alvo de outra investigação, sob competência do Tribunal Regional Federal da 3.ª Região (TRF-3) porque envolve prefeitos e verbas públicas da União.

Além de Capez, foram denunciados os ex-assessores do tucano Jeter Rodrigues Pereira e José Merivaldo dos Santos; o ex-chefe de gabinete da Secretaria Estadual da Educação Fernando Padula; a ex-coordenadora de Infraestrutura e Serviços Escolares Dione Maria Di Pietro; um outro ex-presidente da Assembleia, Leonel Julio (1976), e seu filho, o lobista Marcel Julio; e os empresários Cássio Chebabi e Cesar Augusto Lopes Bertolino, ligados à Coaf.

Segundo a denúncia, "por intermédio do assessor parlamentar Jeter Rodrigues Pereira, com quem agia em concurso e com identidade de propósitos, Capez solicitou para si vantagem indevida" de representantes da cooperativa.

Em 2013, afirmou Smanio na denúncia, a cooperativa venceu chamada pública da Secretaria da Educação para o fornecimento de suco de laranja para merenda escolar. No entanto, a entidade não foi chamada para celebrar o contrato pela pasta porque "irregularidades macularam" a concorrência. Conforme a acusação, após reunião com Marcel Julio, Capez ligou para Padula e pediu que reabrisse um edital para que a Coaf se sagrasse vencedora. A denúncia relata que Capez pretendia receber 6% do valor do contrato, no valor de R$ 11 milhões, entre a cooperativa e a pasta da Educação.

Mandato

Smanio pediu à Justiça a decretação da suspensão do mandato de deputado de Capez e também das funções de procurador. Segundo o procurador-geral, "a influência política típica do exercício do mandato" de parlamentar tem levado o tucano "à reiteração na prática de crimes contra a administração pública". Segundo o chefe do Ministério Público paulista, a aproximação das eleições deste ano autoriza "o justo receio de que, no exercício da função parlamentar, Capez torne a delinquir, de modo a colocar em risco a ordem pública".

"Uma vez afastado do exercício da função parlamentar, automaticamente, o acusado retomará o desempenho das atribuições de seu cargo de procurador de Justiça, motivo pelo qual se cumula o pedido de afastamento das duas funções", argumentou o procurador-geral.

A denúncia contra o parlamentar será analisada pelo Órgão Especial do TJ, formado por 25 desembargadores, os 12 mais antigos da Corte, 12 eleitos por seus pares e o presidente do tribunal. Se a acusação for acolhida, o deputado vira réu.

"Irresponsabilidade"

O deputado Fernando Capez negou as acusações da Promotoria. "O que não existe não pode ser provado. Procurem ler a denúncia e acompanhar as provas", afirmou. "Finalmente, vou poder demonstrar o abuso dessa investigação perante a Justiça. Irresponsabilidade é o mínimo que podemos dizer disso."

Em ocasiões anteriores, Capez já havia negado o recebimento de propinas do esquema na merenda escolar e disse acreditar que o ex-assessor Jeter Rodrigues Pereira pode ter usado seu nome para "abrir caminho" para a cooperativa de Bebedouro (SP).

O ex-chefe de gabinete da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo Fernando Padula afirmou que está "perplexo" com a denúncia apresentada pelo procurador-geral de Justiça, Gianpaolo Smanio. "Já foi demonstrado que não tive qualquer conduta ilícita. Infelizmente eu, minha família e amigos sofreremos mais uma vez essa infâmia e injustiça", disse Padula.

A Secretaria da Educação afirmou ser "vítima" e disse que tomou "todas as medidas cabíveis no âmbito administrativo e colaborou com a Justiça nas investigações do caso". Informou ainda que solicitou ao Tribunal de Contas do Estado que a Coaf seja proibida de participar de licitações do governo de SP "pela prática de atos ilícitos e por ter descumprido obrigações assumidas em chamada pública". A reportagem não localizou os outros denunciados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os professores da rede municipal de ensino de Guarulhos afirmam que a carne servida na merenda escolar possui qualidade duvidosa. Já a prefeitura, por meio da Secretaria de Educação, Cultura, Esporte e Lazer (Secel), informa que o fornecedor disponibiliza carnes do tipo patinho moído, patinho em cubos/iscas e paleta em cubos. Ela também reforça que, de acordo com o contrato, a carne deve ter um percentual máximo de 10% de gordura e que serão adotadas as devidas providências contra qualquer possível irregularidade.

Por problemas relacionados à qualidade da carne fornecida, a gestão Guti (PSB) substituiu a BW Foods Brasil Comercial pela Prime Refeições e Serviços Eirelli. O contrato com esta empresa teve início no último dia 7 e se encerra em maio do próximo ano pelo custo de R$ 7 469.100,00.

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Após a polêmica envolvendo a oferta da farinata nas escolas da rede municipal, a Prefeitura de São Paulo anunciou o Programa Alimento Saudável, com o objetivo de ampliar a compra de orgânicos utilizados na merenda das escolas da rede municipal de ensino.

O programa apresentado nesta quinta-feira, 16, prevê também a criação de 200 novas hortas pedagógicas nas escolas e ampliação da compra de produtores familiares e de agricultores locais. A previsão é que o gasto com orgânicos este ano chegue a R$ 4,5 milhões.

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Apelidado de "ração humana", a farinata, que é um composto produzido a partir de alimentos próximos à data de vencimento, gerou forte reação na opinião pública, o que levou o governo municipal a desistir da medida.

A rede municipal de ensino fornece 2,2 milhões de refeições por dia. Doria reiterou ter desistido do projeto de implementar a farinata na escolas municipais. "Decretamos que não utilizaremos a farinata não pelo aspecto intrínseco, mas pela polêmica em torno dela. Entendemos que não seria adequado insistir nesse projeto", disse.

Prefeito regional

Questionado sobre quando será apresentado o novo prefeito regional de Casa Verde/Nova Cachoerinha, Doria disse que quer fazê-lo o mais breve possível. "Pedi ao (secretário de prefeituras regionais) Cláudio Carvalho que avaliasse um nome técnico, não político. E volto a dizer que prefeito ou prefeita regional tem que trabalhar, não reclamar. É um alerta para todos", avisou.

Na quarta-feira, 15, o governo municipal demitiu o prefeito regional da Casa Verde/Nova Cachoeirinha Paulo Cahim, por ele ter reclamado publicamente da falta de verba para a limpeza do piscinão Guaraú, destinado ao escoamento de água na Zona Norte.

A Polícia Federal, com a participação do Ministério Público Federal, Ministério Público do Estado do Amapá, da Controladoria-Geral da União e do Tribunal de Contas da União, deflagrou na manhã desta terça-feira, 31, a Operação Senhores da Fome. A investigação mira o desvio de recursos destinados a merenda escolar do Amapá.

Em nota, a PF informou que estão sendo cumpridos quatro mandados de prisão temporária, sete mandados de condução coercitiva e 18 mandados de busca e apreensão em Macapá. Cerca de 120 policiais federais participam da ação.

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A operação investiga a atuação de empresários, diretores de escolas e servidores da Secretaria de Educação do Estado do Amapá no desvio de aproximadamente R$ 2 milhões, destinados a merenda escolar de vários municípios do Estado.

Com o desvio, pelo menos 52 escolas da capital amapaense ficaram sem os alimentos da agricultura familiar. De acordo com as investigações, no início de 2016, vários diretores assinaram o termo de recebimento dos alimentos sem, entretanto, recebê-los. Algumas dessas entregas teriam sido feitas, inclusive, no período de férias escolares.

Os investigados irão responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de peculato, associação criminosa e falsidade ideológica.

Pernambuco é o grande vencedor da Região Nordeste na 2º edição do concurso Melhores Receitas da Alimentação Escolar, com a receita do “Caldo Nordestino Nutritivo”. A iguaria é preparada com macaxeira, bode, açafrão e couve flor. Parte dos ingredientes é cultivado na horta da escola e adquiridos através do Programa de Agricultura Familiar e do Merenda Escolarizada.

O resultado foi anunciado nesta quinta-feira (26), em Brasília, durante solenidade de premiação realizada pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC).

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A merendeira Gilda Rosângela de Souza, da Escola Estadual Juazeiro, localizada na zona rural de Tracunhaém, levou o título de receita mais nutritiva destinada à merenda escolar.

O concurso tem como objetivo valorizar o papel das merendeiras e merendeiros na oferta de uma alimentação saudável ofertada aos estudantes das escolas públicas do país. Foram escolhidas as melhores receitas de cada região (Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro Oeste). Os cinco grandes vencedores receberam premiação em dinheiro e troféu.

Da Secretaria de Eduacação de PE

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou nesta quarta-feira, 18, que o composto alimentar produzido a partir de alimentos próximos à data de vencimento será incluído na merenda de parte das escolas municipais da cidade ainda neste mês. Segundo a Prefeitura, ainda está "em estudo" como será feita a distribuição e quais instituições serão inicialmente contempladas, mas está definido que não haverá nenhum custo para os cofres públicos.

Disponível em versões em pó, granulada ou processada na forma de macarrão e biscoito, o composto será utilizado como complemento e substituto de parte da merenda escolar. A secretária municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Eloísa Arruda disse que será estudada, por exemplo, a substituição do macarrão comprado para as escolas pela versão doada pela Sinergia, organização da sociedade civil de interesse público (Oscip) que detém a patente do produto.

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Segundo a fundadora da Sinergia, Rosana Perrotti, a indústria alimentícia irá pagar para a Oscip realizar o processo de transformação dos alimentos, que seriam descartados, em farinha ou granulado. Ela não especificou, contudo, qual é o custo do processo, que, segundo ela, é mais barato que o descarte. A empresária reafirmou, ainda, que o produto é "seguro" e respeita todos os padrões de produção da indústria.

Doria disse que inicialmente as empresas participantes não receberão nenhum tipo de isenção ou incentivo fiscal, embora essa possibilidade esteja prevista na Lei 16.704/17, sancionada na semana passada dentro do programa Alimento para Todos.

Sem antecipar prazos, o prefeito ressaltou que o produto também deve ser distribuído em outros equipamentos sociais, como espaços que acolhem pessoas em situação de vulnerabilidade.

D. Odilo Scherer

O cardeal d. Odilo Scherer, que também estava na entrevista coletiva concedida na Cúria de São Paulo, voltou a declarar que apoia o projeto da Sinergia há pelo menos quatro anos e afirmou que o composto alimentar já está sendo adotado nos sítios da Missão Belém, que acolhe pessoas em situação de vulnerabilidade social. "Eu fico ofendido quando dizem que é ração. Desrespeitar o pobre é lhe negar o alimento, é a fome", declarou.

No mesmo evento, Doria e o cardeal provaram uma torrada feita com o composto, que também foi distribuída a jornalistas antes da coletiva sem a informação de que era produzida com a farinata.

Estados e municípios irão receber R$ 384,1 milhões para aplicar em merenda escolar dos estudantes do ensino básico em todo o país. A verba foi liberada através do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), criada pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão administrado pelo Ministério da Educação.

Esse valor é referente à oitava parcela. Em um total de dez parcelas, elas devem cobrir os 200 dias de ano letivo nas escolas brasileiras. Quando o valor for repassado para as secretarias municipais e estaduais de educação, a verba será utilizada para a compra de merenda do ensino infantil até a educação de jovens e adultos na rede pública e conveniada.

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Para saber a parcela que cada município e estado recebe, acesse o site: https://www.fnde.gov.br/sigefweb/index.php/liberacoes

A alimentação escolar é uma importante política estratégica para o enfrentamento de problemas sociais mundiais relacionados à nutrição precária decorrente da má alimentação. O Brasil tem um programa exitoso que serve de modelo a vários países no fortalecimento de suas próprias experiências, que é o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). As afirmações são de Najla Veloso, coordenadora de um projeto para o fortalecimento de programas de alimentação escolar na América Latina e Caribe, da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

“A obesidade, o sobrepeso, esses temas relacionados a doenças e enfermidades crônicas não-transmissíveis são vinculados à má nutrição e ao consumo de alimentos ultraprocessados, articulado com a falta de atividade física, com maus hábitos de consumo e a falta de educação de gerações anteriores de decidir e ajudar nossas crianças e adolescente a comer aquilo que deve ser comido”, disse Najla.

Para ela, é fundamental que a escola seja esse espaço de consciência e compromisso em mostrar que a educação alimentar e nutricional é um tema importante para a sobrevivência. “Esse debate não é muito antigo. Falamos de fome por muitos anos e falamos pouco da qualidade do que se come”, ressaltou ela.

O projeto coordenado por Najla é uma cooperação do Brasil, por meio do FNDE, com a FAO e países da América Latina e Caribe, para compartilhar a experiência de 62 anos do Pnae. Desde terça-feira (3), representantes de 24 países estão reunidos em Brasília para discutir o papel da alimentação escolar e compartilhar experiências sobre a educação alimentar e nutricional, no Congresso Internacional de Alimentação Escolar.

“O objetivo é que se construa conhecimento para gerar empoderamento das pessoas que estão aqui para usar o tempo e o espaço que a escola oferece para fazer essa relação importante entre o que se come e os conhecimentos relacionados ao que se come”, disse Najla, destacando os aspectos antropológicos, sociológicos, econômicos, éticos, nutricionais e todas as diversas dimensões que os alimentos têm. “E ter como resultado, por exemplo, adolescentes que saibam a importância de amamentar seus filhos, que sejam mães mais comprometidas com a qualidade do que vão comer suas famílias. E os adolescentes homens que vão entender que cozinhar é tarefa de todo mundo, que  cozinhar é uma questão de sobrevivência”.

A inclusão desse paradigma no Pnae se deu no Brasil a partir de 2009 com a Lei da Alimentação Escolar, que, além do acesso a alimentos saudáveis, trouxe a educação alimentar e nutricional como um dos seus eixos.

Segundo Najla, o Pnae é considerado um dos melhores programas de alimentação do mundo pelas suas recomendações nutricionais, pela abrangência – ele atende 41 milhões de estudantes –, e pela inovação promovida pelo Brasil, que é a compra pública de produtos da agricultura familiar para a merenda escolar.

A Lei da Alimentação Escolar determina que pelos menos 30% dos recursos que são transferidos do governo federal para os entes municipais e estaduais sejam destinados à aquisição de produtos da agricultura familiar. “É algo que faz diferença na hora de executar um programa sustentável”, disse a coordenadora-geral do Pnae, Karine Santos.

Entretanto, a meta ainda não foi alcançada. Segundo Karine, em 2010, quando o governo iniciou as aquisições da agricultura familiar, o índice era de 4,8%. Em 2016, ele chegou a 24,84%, um incremento de 3,32% ao ano.

Para a coordenadora da FAO, Najla Veloso, é importante destacar ainda o desenvolvimento socioeconômico do Pnae, já que esses recursos são destinados a pequenos agricultores familiares, “muitos deles pelejando para sobreviver”. “Temos no Brasil experiências maravilhosas de oferta de filé de tilápia, por exemplo, preparadas pelos pescadores locais. Mas já tivemos meninos da ilha de Fernando de Noronha comendo atum enlatado vindo dos Estados Unidos. No Caribe isso ainda acontece”, contou.

Comunidade escolar

Entretanto, Najla diz que o Brasil ainda precisa aumentar o envolvimento da comunidade escolar nos programas de educação alimentar e nutricional, elemento bem desenvolvido em países como República Dominicana, El Salvador, Costa Rica, Guatemala, Honduras e Paraguai. “Eles têm uma fortaleza que é o fato de que começaram a discutir a alimentação escolar com mães e pais voluntários. É uma debilidade porque esses profissionais não são remunerados e gastam seu tempo ali com uma responsabilidade que é do estado. Mas é uma fortaleza no sentido de que é uma comunidade escolar comprometida com o que o filho come”, disse.

A articulação interinstitucional em nível local e o protagonismo e envolvimento comunitário também precisam ser melhor desenvolvidos no Brasil, para a coordenadora da FAO.

Política irreversível

Najla conta que chegou a ser discutido no âmbito da atual gestão do governo federal a possibilidade da anulação do decreto que obriga os 30% de recursos para a agricultura familiar. “Porém, a força que isso alcançou aqui dentro com a sociedade civil, cooperativas de agricultores, várias entidades vinculadas em nível local e nacional, isso tudo agregado foi um impeditivo para que essa discussão avançasse”, disse.

Para ela, é um movimento irreversível pela forma como o Pnae foi articulado pelos diversos segmentos da sociedade. “Ela se instituiu como uma política forte a ponto de ser proposta uma lei para tornar a corrupção com a alimentação escolar um crime hediondo”, disse, contanto sobre o projeto de lei em tramitação no Congresso Nacional.

Boas práticas

O FNDE conciliou o congresso internacional com a premiação do concurso Boas Práticas da Agricultura Familiar para a Alimentação Escolar. Vinte e cinco iniciativas foram premiadas e estão relatadas no Caderno de Boas Práticas de Agricultura Familiar para a Alimentação Escolar, lançado durante a premiação. A versão virtual do caderno estará disponível em breve no portal do FNDE e a lista das experiências vencedores está na página do concurso.

São iniciativas executadas por secretarias estaduais e municipais que têm contribuído para o bom funcionamento das ações que envolvem a alimentação escolar nas regiões brasileiras. Segundo Karine Santos, o caderno traz ainda temas que envolvem a agricultura familiar, como o cooperativismo, a associativismo e importância de alimentos regionais.

Um das iniciativas destaque é a da Secretaria Estadual de Educação do Paraná, que consegue cumprir a meta de investir mais de 30% dos recursos da alimentação escolar na agricultura familiar. É a única secretaria estadual premiada. “A secretaria estadual tem um papel estratégico diferenciado pelo volume de recursos que recebe, pelo número de alunos que atende e pela própria dimensão territorial de execução de programa”, disse Karine.

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A Polícia Federal (PF) prendeu na manhã desta sexta-feira (29) o principal líder da organização criminosa investigada na Operação Mata Norte, que apura um esquema de corrupção envolvendo empresas fornecedoreas de merenda escolar. O empresário Ricardo José Padilha Carício estaria destruindo provas desde que a primeira fase da operação foi lançada.

De acordo com a Polícia Federal, esta terceira fase da operação foi motivada após análise do material apreendido anteriormente. Desde a deflagração da operação, o empresário passou a pernoitar em locais diversos, como hotéis e residências de familiares. Ele começou a retirar provas dentro de seu apartamento e ocultar veículos de luxo como carros importados de sua propriedade que se encontravam registrados em nome de terceiros, diz a polícia.

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A terceira fase da operação foi lançada por volta das 6h. Os policiais cumprem, além do mandado de prisão preventiva do empresário, três mandados de condução coercitiva e cinco mandados de busca e apreensão nos bairros de Boa Viagem, na Zona Sul da capital, e Casa Forte, na Zona Norte.

A operação - A PF e a Controladoria-Geral da União deflagraram a operação na última sexta-feira (22). O esquema de corrupção foi identificado no município de Lagoa do Carro, na Mata Norte de Pernambuco.  Entre os alvos, políticos e empresários. As empresas investigadas são FJW Empresarial LTDA, Radar Mercantil LTDA e ME- Comércio Américo.

As investigações tiveram início em julho de 2017 a partir de um relatório da Controladoria-Geral da União relatando suposta prática decorrente de contratação fraudulenta através de empresas para fornecimento de merenda escolar em Lagoa do Carro nos anos de 2013 a 2016. Ficou constatado o desvio de recursos públicos federais decorrentes do Programa de Apoio à Alimentação Escolar na Educação Básica (PNAE), através de sobrepreço e superfaturamento nos valores das licitações para obtenção de vantagem ilícita, promovendo um prejuízo aos cofres públicos estimados em R$ 512 mil. 

A PF destaca que os processos licitatórios eram montados, dando aparência de legalidade e de competitividade entre as empresas conluiadas, que se revezavam na contratação com a Prefeitura de Lagoa do Carro, contando com cobertura de políticos, sócios de empresas, empresários, advogado, servidores públicos, pregoeiros e assessores jurídicos. As empresas investigadas atuam em outros municípios pernambucanos e também são fornecedoras de órgãos estaduais.

 

Dos nove presos da Operação Mata Norte, deflagrada na quinta-feira (21) pela Polícia Federal (PF), oito tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça na audiência de custódia. A Operação Mata Norte investiga esquema de corrupção na prefeitura de Lagoa do Carro, na Mata Norte de Pernambuco.

Na manhã desta sexta-feira (22), a PF divulgou o nome dos presos e as empresas que foram alvo da investigação. Tiveram a prisão decretada: Severino Jerônimo da Silva, ex-prefeito da cidade pelo PSB; Silvia Maria Santos Porto; Adeildo Marques dos Santos Júnior; Taciana Santos Costa; João Henrique dos Santos; Ricardo Henrique Reis dos Santos; Carlos Eduardo Brito de Albuquerque; e Eliab Américo Coutinho.

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Apenas Jully Anne de Morais Barros teve sua prisão revogada. Já as empresas investigadas foram FJW Empresarial LTDA, Radar Mercantil LTDA e ME- Comércio Américo. 

Operação – As investigações tiveram início em julho de 2017 a partir de um relatório de auditoria da Controladoria Geral da União relatando uma suposta prática de contratação fraudulenta de empresas para fornecimento de merenda escolar no município de Lagoa do Carro. O prejuízo aos cofres públicos está estimado em R$ 512 mil.

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