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Armando Izzo, zagueiro do Monza, recebeu uma condenação de cinco anos de prisão pelo Tribunal de Nápoles, por envolvimento em fraude esportiva e associação com a organização mafiosa Camorra. O jogador é acusado de participação em manipulação de resultados na temporada 2013/2014 da segunda divisão italiana, período em que jogava pelo Avellino.

Izzo entrou com um recurso através de seus advogados. Com 31 anos, o defensor pertence ao Torino e atualmente está emprestado ao Monza. Ele atuou em 25 jogos na atual temporada pelo time comandado por Raffaele Palladino, marcando um gol.

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“Estou muito desapontado com a decisão. Sou acusado de ter combinado uma partida que eu nem joguei. Vou ler os motivos com os meus advogados e apresentar um recurso”, publicou o jogador em suas redes sociais.

“Acredito na justiça e tenho certeza que minha alienação absoluta ao ambiente criminoso será comprovada. Agradeço ao AC Monza e à minha família que estão sempre lá para mim. Não vou parar de lutar", finalizou.

A polícia da Itália prendeu no último domingo (4) o líder de um clã mafioso que tinha fugido para o Brasil, mas que retornara ao país europeu para o feriado de Páscoa.

Giuseppe Calvaruso, considerado o chefe do clã de Pagliarelli, foi detido em Palermo, na Sicília, após chegar do Brasil com um voo a partir de Natal e conexão em Paris, segundo o jornal La Repubblica.

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De acordo com a Arma dos Carabineiros, Calvaruso teria se tornado o "regente" do clã de Pagliarelli após a prisão do chefe Settimo Mineo, em dezembro de 2018.

Segundo os investigadores, o mafioso teria se mudado para o Brasil, delegando a aliados a gestão dos negócios das famílias subordinadas a ele. Seu plano seria voltar para o país sul-americano depois da Páscoa.

A polícia também prendeu outros quatro membros do clã: Giovanni Caruso, Silvestre Maniscalco, Francesco Paolo Bagnasco e Giovanni Spanò, todos eles acusados de associação mafiosa, extorsão, lesão pessoal, sequestro e ocultamento de bens.

Ainda de acordo com o inquérito, Calvaruso teria lavado dinheiro obtido com atividades mafiosas em restaurantes e no setor de construção civil. No entanto, para evitar a apreensão de bens, teria ocultado seus investimentos através de uma rede de laranjas.

Além disso, ele teria extorquido proprietários de imóveis em restauração a contratarem suas empresas de construção civil. O clã também dava autorização para a abertura de novos negócios em sua área de atuação e punia ladrões que roubavam sem permissão da máfia.

Da Ansa

O chefe mafioso italiano Rocco Morabito, que foi um dos 10 criminosos mais procurados do mundo e se encontrava preso no Uruguai desde 2017 à espera de ser extraditado para a Itália, fugiu do presídio na companhia de outros três estrangeiros, dois deles procurados pela justiça brasileira.

Segundo um comunicado do Ministério do Interior, o mafioso conseguiu fugir pelo telhado do centro de detenção localizado em Montevidéu.

A reação do governo italiano foi imediata.

"É desconcertante e algo muito sério que um criminoso como Rocco Morabito, chefe da 'Ndrangheta' (ndlr: Mafia calabresa), tenha conseguido escapar de uma prisão no Uruguai, onde estava aguardando a extradição", declarou o ministro italiano do Interior, Matteo Salvini.

Morabito, de 52 anos, foi preso em 2017 em um hotel em Montevidéu, depois de residir por anos com outra identidade no balneário uruguaio de Punta del Este.

No momento de sua prisão, ele possuía 13 telefones celulares, vários passaportes, uma pistola automática de 9 milímetros, e uma quantia significativa de dinheiro.

Os dados oficiais indicavam que Morabito estava envolvido com produção agrícola no Uruguai e que, pouco antes de sua prisão, ele havia vendido uma propriedade, o que lhe havia deixado uma boa quantia em dólares.

Era procurado desde 1995 por associação ilícita e tráfico de drogas. Ele foi preso na capital uruguaia depois de obter residência no Uruguai, onde entrou em 2004 com documentos falsos.

Na Itália, Morabito é alvo de uma condenação à revelia de 30 anos de prisão.

Morabito desapareceu pela primeira vez em 1994, em Milão, onde ficou conhecido como o "rei da cocaína".

Ele chegou a Milão aos 25 anos, oriundo de sua cidade natal, Africo, na Calábria. Apelidado de "Tamunga", em referência a um veículo militar todo-terreno alemão, o o jovem Morabito tornou-se uma figura carismática que freqüentava bares e festas, segundo relatos da imprensa italiana.

- Interpol -

As autoridades uruguaias informaram que têm uma ordem internacional emitida pela Interpol contra ele, assim como seus três companheiros de fuga, Leonardo Abel Sinopoli Azcoaga, preso por falsificação de documento e roubo e com pedido de extradição para o Brasil; Matías Sebastián Acosta González, também exigido pela justiça brasileira; e Bruno Ezequiel Díaz, preso por homicídio a pedido da Argentina, informou o Ministério do Interior.

Francesco "Frank" Cali, 53 anos, suposto chefe da família Gambino, com profundos vínculos com a máfia siciliana, foi morto a tiros na noite desta quarta-feira diante de sua residência em Nova York.

Segundo a imprensa americana, esse é o primeiro assassinato de um chefe da máfia italiana em Nova York em 34 anos, desde a morte de Paul Castellano - outro chefe da família Gambino- em 1985 por ordem de John Gotti.

Cali, que era suspeito de dirigir a família Gambino desde 2015, foi baleado diversas vezes diante de sua residência em Staten Island, informou a polícia.

Os paramédicos levaram Cali para o hospital Staten Island University North, onde foi declarado morto.

O jornal New York Daily News afirma que Cali, também conhecido como "Frank Boy", recebeu seis disparos e depois foi atropelado por uma caminhonete na qual fugiram os agressores.

Ele passou 16 meses na prisão depois de ter sido condenado por extorsão em 2008.

A família Gambino é uma das cinco famílias mais conhecidas da máfia italiana em Nova York, junto aos Genovese, Lucchese, Colombo e Bonanno.

Depois da morte de Paul Castellano, John Gotti dirigiu os Gambino até sua condenação por formação de quadrilha e cinco homicídios em 1992.

Gotti morreu em 2002 na prisão.

Segundo a imprensa nova-iorquina, Cali assumiu a chefia da família Gambino em 2015, substituindo Domenico Cefalu.

Um condenado no maior processo contra a máfia 'ndrangheta no norte da Itália sequestrou cinco funcionários em uma agência de correios na cidade de Reggio Emilia, na Emília-Romana, nesta segunda-feira (5).

Francesco Amato foi sentenciado no último dia 31 de outubro a 19 anos e um mês de prisão por associação mafiosa e é alvo de um mandado de captura. O homem está com uma faca de cozinha, mas não se sabe se ele carrega armas de fogo.

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Até o momento, apenas uma mulher foi libertada pelo sequestrador, que ainda tem quatro reféns em seu poder. Amato pede para falar com o ministro do Interior Matteo Salvini, responsável pelas forças de segurança italianas.

O condenado tem 55 anos e é acusado de ser um dos líderes de um braço da 'ndrangheta, a máfia calabresa, na Emília-Romana. Ele foi sentenciado no processo "Aemilia", que contempla 148 réus, dos quais 125 foram condenados. Outros 19 acabaram absolvidos, e quatro tiveram seus crimes prescritos.

Um dos condenados é o ex-atacante Vincenzo Iaquinta, que pegou dois anos de prisão por guardar duas armas na casa de seu pai, que estava proibido de manter armamentos em sua residência e foi sentenciado a 19 anos de cadeia por associação mafiosa. As penas somadas chegam a mais de 1,2 mil anos de prisão.

Da Ansa

Acusada de formação de cartel para fraudar licitações na chamada Máfia da Merenda, em São Paulo, a empresa Nutriplus Alimentação e Tecnologia Ltda venceu licitação da Prefeitura de Salvador no valor de R$ 25.345.152,00, para prestar serviço alimentar na escolas da capital baiana.

O resultado final da licitação, que aponta a empresa como vencedora do pregão eletrônico, foi publicado pela gestão do prefeito ACM Neto (DEM) no Diário Oficial do Município na quinta-feira, dia 25.

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A Máfia da Merenda foi um esquema delatado pelo empresário Genivaldo Marques dos Santos, então sócio da empresa Verdurama - uma das envolvidas na fraude. À época, ele denunciou que quatro empresas que forneciam merenda a cidades paulistas formaram um cartel para controlar o resultado das licitações em pelo menos 57 cidades e dois Estados. O esquema, segundo o delator, teria movimentado R$ 280 milhões em notas frias entre 2008 e 2010.

Em nota, a Nutriplus afirmou que está autorizada a participar de processos licitatórios, não estando inserida na lista de empresas inidôneas. A empresa também ressaltou que não foi condenada em nenhum processo judicial que trate sobre fraude nas licitações e que mantém a confiança na improcedência das acusações do passado.

Também por meio de nota, a Secretaria Municipal de Educação de Salvador informou que a contratação da empresa se deu de forma transparente e de acordo com a lei. "O processo de licitação foi através de pregão eletrônico, com a participação de empresas de todo o país, sendo vencedora a que apresentou a proposta de menor preço", diz a nota.

Procurado pela reportagem, ACM Neto se manifestou sobre o assunto. "Foi feito um pregão eletrônico, conforme estabelece a Lei 8.666, com empresas do Brasil inteiro. A empresa que venceu a licitação é a que deu o menor preço, como tem que ser. O Brasil inteiro participou da licitação. Se a empresa tivesse com alguma pendência, não poderia participar. Então isso tudo é feito com critérios técnicos. A gente é obrigado a contratar pelo menor preço, como estabeleceu o edital de licitação. É preciso registrar, ainda, que não existe nenhuma denúncia contra a empresa na Prefeitura e que seus concorrentes não fizeram nenhuma contestação do resultado. Assim como em todas as licitações, a Prefeitura de Salvador também agiu com absoluta transparência e lisura neste processo".

As jovens identificadas como Kristina, 19 anos, Angelina, 18, e Maria, 17, estão sendo acusadas de assassinar o próprio pai, Mikhail Khachaturyan, 57, a facadas. Segundo informações, as jovens sofriam abusos sexuais praticados pelo patriarca da família. A polícia de Moscou, Rússia, local onde ocorreram os fatos, confirma que as meninas confessaram o crime e, se condenadas, podem pegar detenção de até 15 anos.

Segundo apurações do site britânico Metro, a mais velha das irmãs, Kristina, disse à polícia que elas odiavam o pai e queriam que ele desaparecesse: "queríamos que ele fosse embora e nunca mais voltasse", falou. As irmãs alegaram que no dia do crime o pai foi quem ameaçou com uma faca e uma das jovens conseguiu tomar a arma branca do homem e o esfaqueou várias vezes.

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O site informou que segundo relatórios da investigação, Mikhail ainda tentou fugir do apartamento, mas foi supostamente atacado novamente e morreu perto do elevador. Ele foi identificado como um tipo de chefe da máfia. Amigos e vizinhos alegaram que o pai era "tirânico" e que sua esposa o havia abandonado por causa de seu abuso, sendo proibida por ele de manter contato com as filhas.

Um outro filho do casal, um jovem de 21 anos, também foi expulso da convivência com o pai. Apurações locais apontam que o pai sempre batia nas meninas e que ele já tentou matá-las numa floresta.

Uma jornalista da emissora pública "RAI" foi agredida nesta sexta-feira (9), em Bari, no sul da Itália, enquanto tentava entrevistar parentes do líder de uma organização criminosa.

Mariangela Mazzola estava na capital da Puglia para fazer uma reportagem sobre a criminalidade local. Ao pedir uma entrevista com familiares de um "boss" já condenado pela Justiça, foi agredida no rosto por uma mulher.

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Segundo as primeiras informações, estava acontecendo um velório na casa da agressora da repórter. Mazzola foi levada ao pronto socorro e já foi ouvida pelo procurador Giuseppe Volpe e pela polícia.

Em novembro passado, outra equipe da emissora - um jornalista e um cinegrafista - havia sido atacada por Roberto Spada, irmão de Carmine Spada, condenado em junho de 2016 por extorsão com método mafioso. O episódio ocorreu no distrito periférico de Ostia, em Roma, e Spada acabou detido.

Da Ansa

A Polícia Civil do Distrito Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (26) a "Operação Caronte", que visa desarticular uma quadrilha formada para falsificar atestados de óbito.

Nesta manhã, um dos suspeitos foi preso. Agamenon Martins Borges é médico e dono de uma funerária que fica na cidade de Formosa, Goiás. Segundo a polícia, Borges é acusado de falsificar atestados de óbito no Distrito Federal.

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A Corregedoria Geral da Polícia Civil do Estado, junto com o Ministério Público, identificou a ação de dois grupos criminosos que integravam os serviços funerários, mas conhecido como "a máfia das funerárias". Os suspeitos atuavam no ramo com sepultamento, embalsamento, cremação, translado de corpos, entre outros. Os mesmos cobravam por atestados de óbito e encaminhavam os corpos para funerárias envolvidas no esquema. São elas: Universal e Pioneira, que funcionavam na cidade de Taguatinga, Distrito Federal. Há ainda outras empresas investigadas que estão instaladas em Samambaia (DF) e Goiás.

Um vigilante do Hospital Regional de Taguatinga (HRT) também é alvo de mandado de prisão temporária. Ele fazia o primeiro contato visual das vítimas e ligava para o grupo, que era responsável pelo primeiro contato para a fraude.

Segundo investigações, os funcionários das funerárias copiavam a frequência do rádio da Polícia Civil para chegar na frente do "rabeção" dos servidores do Instituto de Medicina Legal (IML), da capital. Se passando por agentes públicos de captação de órgãos, entrando em contato com as famílias para oferecer um serviço mais rápido e "sem muito sofrimento", quando alguém morria por morte natural, por exemplo. O serviço tinha uma variação de preços que ia de R$ 1,500 a R$ 8 mil. De acordo com a Polícia Civil, um serviço que seria gratuito para o familiar, acabava sendo pago em um momento de dor para as vítimas. O atestado era assinado pelo médico com a causa da morte, sem ao menos olhar para o cadáver. A funerária ficava incumbida de ligar confirmando as informações, tomando à frente do enterro das pessoas.

Foram cumpridas nove prisões temporárias e doze de busca e apreensão nos municípios de Sobadrinho, Rio Grande do Sul, Samambaia e Taguatiga, ambas do Distrito Federal.

Confira o vídeo da Operação que teve a participação do Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial (NCAP), a 4ª Promotoria de Defesa da Saúde (Prosus), a Promotoria de Justiça Criminal de Defesa dos Usuários dos Serviços de Saúde (Pró-vida) e a Corregedoria-geral da Polícia Civil do Distrito Federal.

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A cidade de Locri, na região da Calábria, na Itália, parou nesta terça-feira (21) para homenagear as vítimas e policiais mortos pela máfia. Mais de 25 mil pessoas saíram às ruas em uma passeata convocada pelo movimento antimáfia Libera para marcar o 22º Dia de Memória das Vítimas Inocentes da Máfia, que neste ano ocorre em sua primeira edição instituída por lei.

"Hoje aqui em Locri somos todos policiais. Recordaremos o nome de tantos das forças de ordem que perderam a vida e os quais ninguém pode insultar", disse o padre Luigi Ciotti, um dos fundadores do movimento. A marcha reuniu familiares das vítimas, que carregaram faixas de protesto à violência, com uma bandeira da paz levada por imigrantes menores de idade que chegaram à Calábria em travessias marítimas.

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A passeata em Locri ocorre um dia depois da cidade amanhecer com pichações contrárias e ofensivas ao movimento Libera e ao padre Ciotti. Isso porque, no último domingo (19), o presidente da Itália, Sergio Mattarella, visitou Locri para demonstrar apoio aos grupos e familiares de vítimas que lutam contra a máfia. Ele foi o primeiro chefe de Estado, desde Giuseppe Saragat, a fazer isso.

Em Bari, na Puglia, mais de cinco mil também pessoas participaram das homenagens e a presidente da Câmara dos Deputados da Itália, Laura Boldrini, comemorou a adesão do público em todo o país, que pode mobilizar cerca de 500 mil pessoas ao longo do dia. "Estou orgulhosa porque hoje está sendo celebrado pela primeira vez, como lei, o Dia de Memória das Vítimas Inocentes da Máfia.

Depois de vários anos de mobilização dos cidadãos contra o crime organizado, chegou, via Parlamento, com aprovação unânime, o reconhecimento oficial que esta manifestação merecia", disse a parlamentar. Em toda a Itália, grupos criminosos atuam no controle do tráfico de drogas e de outros artigos de comércio, inclusive com ramificações dentro de governos municipais e regionais. Na Calábria, no sul do país, onde está localizada a cidade de Locri, o domínio pertence à 'Ndrangheta, uma das máfias mais poderosas da Europa. 

A Guarda de Finanças de Nápoles, no sul da Itália, executou nesta quarta-feira (15) 69 mandados de prisão preventiva em uma operação contra a máfia Camorra.

A investigação tem como alvo uma facção ligada ao clã dos Casalesi, um dos principais grupos camorristas, e também envolve empresários e políticos. Entre eles estão o conselheiro regional (espécie de deputado estadual) da Campânia Pasquale Sommese, do partido Nova Centro-Direita (NCD), e o prefeito de Aversa, o independente Enrico De Cristofaro.

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As hipóteses de crime vão de corrupção e fraude em licitação a associação mafiosa. A Guarda de Finanças suspeita que o grupo tenha direcionado pelo menos 18 licitações nas províncias da Campânia entre 2013 e 2016 para beneficiar empresas ligadas aos Casalesi.

A lista inclui contratos para a construção de um crematório no cemitério de Pompeia e de um novo museu arqueológico em Alife e para reformas no centro de eventos Mostra d'Oltremare, em Nápoles. 

A Polícia espanhola prendeu um suspeito de ser um dos líderes da máfia napolitana, anunciou neste sábado o Ministério do Interior, sem determinar a data da operação nem o nome do detido.

Agentes espanhóis "prenderam em Alhaurin de la Torre, em Málaga, um líder da máfia napolitana. Trata-se de um fugitivo internacional considerado um dos maiores responsáveis da máfia no tráfico internacional de cocaína e haxixe", indicou o Ministério.

Um porta-voz da Polícia identificou o detido como Giuseppe Iavarone. A imprensa italiana, entretanto, informou que a prisão teria ocorrido na terça-feira, 17 de janeiro. O detido na Espanha é "considerado como um dos maiores líderes da máfia napolitana e braço direito do chefe dessa organização criminosa", acrescentou o comunicado do Ministério do Interior espanhol.

A prisão ocorreu em uma casa do pequeno povoado de Alhaurin de la Torre ao amanhecer, quando unidades das Forças Especiais entraram de surpresa.

Essa prisão foi feita durante uma operação conjunta que também prendeu "em Nápoles 17 integrantes do clã mafioso Amato-Pagani, o qual monopolizava o mercado das drogas na maior parte da região".

Um delegado investiga o Comitê Olímpico Internacional (COI) e Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Chega perto de peixes graúdos. E subitamente vai parar na geladeira. Você já viu esse filme? Ele está em cartaz.

Acompanhe o roteiro. Contém “spoiler”, ou seja, revela o fim da história: a ida para a geladeira de quem investigava.

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1 - Em agosto de 2016, a Delegacia de Defraudações (DDEF), da Polícia Civil do Rio de Janeiro, inicia investigação de repercussão mundial sobre a “Máfia dos Ingressos” que atua como cambista em Olimpíadas.

2 - Com o decorrer das apurações, figurões do mundo olímpico vão surgindo como participantes. Patrick Joseph Hickey, presidente do Comitê Olímpico Irlandês e ex-executivo do COI, e outros integrantes do grupo são presos.

3 - O caso se aproxima cada vez do presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), após mensagens entre Thomaz Bach e envolvidos serem apreendidas.

4 - Convidado a depor, Thomaz Bach surpreende a todos e não volta ao Rio para os Jogos Paraolímpicos, rompendo tradição olímpica.

5 - Depois de o Comitê Olímpico Irlandês se recusar a pagar fiança, a Associação de Comitês Olímpicos Nacionais (ACNO) paga R$ 1,5 milhão e Hickey é solto. A ACNO, que tem forte influência de Bach, alega “razões humanitárias” para justificar pagamento.

6 - Em outro caso, o titular da DDEF, Ricardo Barboza, abre investigações no dia 31 de outubro para investigar o Departamento de Registros e Transferências da CBF por suspeitas de fraude.

7 - No dia 22 de novembro, com pendências ainda na investigação da “Máfia dos Ingressos” e com o caso da CBF aberto, o delegado Ricardo Barboza é transferido da DDEF para o Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE).

Observação: no caso em questão, a ida para o Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE) foi considerada por diferentes fontes ouvidas como uma geladeira. Expressão para designar quem é tirado de ação e posto em lugar onde não será efetivo.

O caso une o Rio olímpico com o berço dos jogos, a Grécia. Lá também existia a prática do “ostracismo”, que significava o total afastamento de um cidadão do cenário. A essência, no entanto, era distinta: na antiguidade, se fazia por plebiscito e por outras razões.

Por aqui, o que se sabe é que a investigação que resultou em nove indiciados e significativas prisões como a de Patrick Hickey, andava cada vez mais na direção de figuras maiores ainda do mundo olímpico. Com a prisão do presidente do Comitê Olímpico da Irlanda, Patrick Hickey, foram interceptadas mensagens trocadas por e-mail com o presidente do COI, Thomas Bach, com as solicitações do primeiro por mais ingressos.

Pedido feito, pedido atendido: mais 296 ingressos foram destinados para Hickey. O irlandês citava por exemplo que na cerimônia de abertura, recebera apenas 38 ingressos, e quatro anos antes, em Londres, recebera 84. E seguia em suas queixas. Sobre o encerramento, a queixa era da ordem de 60 ingressos. Em Londres recebera 88 e no Rio apenas 28. E assim seguia detalhando na mensagem o seu desejo por mais ingressos. Os que iria vender.

No total, foram interceptados 65 e-mails entre os dois, desde 2014 até os jogos de 2016.

Ao chegar a tal resultado que mostrava um crescimento atípico no volume de convites do COI para o irlandês, logo após o fim dos jogos, o delegado Ricardo Barboza, que além de titular da DDEF era diretor do Núcleo de Apoio aos Grandes Eventos (NAGE), manifestou que iria intimar o presidente do COI como testemunha do caso. Esperado para as Paraolimpíadas, Thomas Bach não compareceu na edição, um caso absolutamente fora do comum.

O escândalo da “Máfia dos Ingressos” ganhou repercussão mundial. Outro inquérito potencialmente explosivo e envolvendo outra grande e poderosa instituição do esporte brasileiro também foi instaurado na mesma DDEF, pelo mesmo delegado. No dia 31 de outubro, Ricardo Barboza abriu investigação contra a CBF com a suspeita de que o Boletim Informativo Diário (BID) era fraudado para favorecer clubes de dirigentes ligados a CBF.

Reynaldo Buzzoni, responsável pelo setor na CBF chegou a estar na delegacia, sem conseguir esclarecer as dúvidas do delegado e por isso o inquérito foi aberto. Outros dirigentes seriam intimados a depor, inclusive o presidente da CBF, Marco Polo del Nero.

Antes disso, e em meio ao aprofundamento das investigações da “Máfia do Ingresso” das Olimpíadas e o inquérito da CBF instaurado, o delegado Ricardo Barboza é transferido. Mais exatamente no dia 22 de novembro. A mudança se dá um mês após a troca de Secretário de Segurança, com a saída de José Mariano Beltrame e entrada de Roberto Sá. O delegado José Luiz Silva Duarte assume a DDEF.

A Polícia Civil é órgão do governo do estado. Nos últimos anos, Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão foram muito próximos aos eventos e dirigentes olímpicos. A reportagem procurou ouvir a Secretaria de Segurança (SESEG) do estado sobre o andamento dos inquéritos e ainda sobre a transferência de um delegado em meio a casos tão rumorosos. A questão foi reencaminhada pela SESEG para a Polícia Civil, que através da assessoria de imprensa respondeu em nota:

“A Polícia Civil informa que foram concluídas em setembro de 2016 as investigações sobre o esquema internacional de venda ilegal de ingressos para as Olimpíadas Rio 2016. A investigação terminou com nove indiciados, entre eles cinco diretores da empresa irlandesa THG, que vendia ingressos para os jogos por preço muito superior ao oficial. Patrick Joseph Hickey, presidente do Comitê Olímpico Irlandês e ex-executivo do Comitê Olímpico Internacional, é apontado nas investigações como um dos principais envolvidos no crime. Patrick chegou a ser preso durante os jogos, mas conseguiu habeas corpus. Os policiais civis do Núcleo de Apoio aos Grandes Eventos (NAGE) apreenderam, durante as diligências realizadas, HDs externos, celulares e tablets. Neles havia uma série de planilhas que indicavam o repasse de ingressos de comitês olímpicos para as empresas envolvidas no esquema de cambismo. No tocante às mudanças de titularidades nas Delegacias de Polícia, a Instituição esclarece que trata-se de praxe na administração e tem como objetivo a difusão de novas práticas frente aos trabalhos de polícia judiciária”.

De acordo com as apurações da reportagem com diferentes fontes, a investigação sobre a “Máfia dos Ingressos”, cujo Registro de Ocorrência é o 00032/2016, teve um inquérito inicial, e este gerou desdobramentos em outras investigações sobre o tema, que deveriam gerar novos inquéritos e tratar, entre outras coisas, da participação do presidente do COI. O inquérito sobre a fraude na CBF segue aberto.

A reportagem tentou ouvir o delegado Ricardo Barboza, que não irá se pronunciar sobre o caso dos inquéritos. A reportagem voltou a tentar contato para saber sobre as razões da transferência, sem sucesso.

A venda de ingressos nos Jogos Olímpicos no mercado paralelo é uma questão antiga e presente em todas as edições dos Jogos Olímpicos, assim como as relações de dirigentes de comitês com tais esquemas. Um dos grandes nomes desse universo e sempre apontado como um dos grandes operadores de todo o esquema de ingressos vips vendidos no paralelo é o croata naturalizado americano Sead Dizdarevic. Conhecido por ser peça decisiva no colégio eleitoral que define as sedes olímpicas e posteriormente por deter boa parte desses ingressos vips e revender em pacotes de hospitalidade.

No Brasil, a presença de Dizdarevic, ainda que sempre agindo nos bastidores, se fez de forma muito próxima aos organizadores: esteve no país pela primeira vez em 2009, cinco meses antes da escolha da sede. Depois voltou mais 13 vezes antes dos Jogos. E comprou a agência de viagens Tamoyo, detentora do monopólio da venda dos milionários pacotes de hospitalidade que negociaram os combos de ingresso/hospedagem da Olimpíada no Brasil, e que foi a agência oficial do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) desde a ascensão de Carlos Arthur Nuzman à presidência até 2012, além de parceira em contrato de passagens do CoRio, que tem o mesmo Nuzman na presidência.

É a agência responsável pelas milionárias transações das vendas de passagens aéreas para boa parte das confederações esportivas nacionais, turbinadas por verba pública vinda das leis de incentivo e convênios com o Ministério do Esporte.

Tal histórico de atuação a cada quatro anos dos detentores destes ingressos e as estritas relações com altos membros da corte olímpica, pavimentando a estrada para este cambismo vip, indica que Patrick Hickey e os demais devem ser apenas o meio da viagem. Mas, ao que tudo indica, a outra parte deste caminho repousará na geladeira de uma delegacia carioca.

Por Lúcio de Castro, da Agência Sportlight de Jornalismo Investigativo

A Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) entrou com ação na Justiça dos Estados Unidos contra oito empresas americanas que têm filiais no Brasil envolvidas na chamada máfia das órteses e próteses. Pelo esquema, médicos e hospitais recebiam comissões dos fabricantes de dispositivos médicos para usar produtos de determinada marca nas cirurgias feitas em seus pacientes. Em alguns casos, doentes foram operados sem necessidade.

Na ação, as operadoras pedem indenização pelos custos indevidos provocados pela máfia e propõem um acordo para que a matriz adote regras mais rígidas para coibir tais práticas entre suas subsidiárias. Nesta semana, a diretoria da Abramge viajou para os Estados Unidos para iniciar a abertura dos processos. Como cada empresa tem sede em um Estado americano diferente, serão oito ações. Em cada uma delas, a Abramge pedirá uma indenização de US$ 5 milhões a US$ 10 milhões.

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"Por ter regras mais rígidas de compliance, a legislação americana não perdoa que as empresas subsidiárias americanas em outros países pratiquem essas ações criminosas. A grande dificuldade que nós tínhamos era mostrar que a matriz nos Estados Unidos sabia que a filial no Brasil estava pagando propina para médico e para hospital. Buscamos as provas e vimos que todas sabiam que suas subsidiárias estavam tendo um aumento de receita porque faziam essas práticas", diz Pedro Ramos, diretor da Abramge, que não quis revelar o nome das empresas processadas.

Ele afirma que o maior objetivo da ação não é o ressarcimento econômico, uma vez que o valor somado das indenizações não cobre o prejuízo de R$ 3 bilhões causado pela máfia. "O escopo dessa ação não é financeiro, é provocar uma mudança de postura", afirma Ramos.

Superintendente da Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos e Odontológicos (Abimo), Paulo Henrique Fraccaro afirma que a ação movida pela Abramge é positiva para o setor. "As empresas que agiram de forma errada terão de arcar com as consequências, mas a mudança de postura precisa acontecer em todas as esferas. As regras de compliance serão uma ferramenta importante para que as concorrências sejam mais iguais. As empresas que não se adequarem a isso estão fadadas ao fracasso", diz ele.

Sequelas

Enquanto as operadoras buscam acabar com o esquema fraudulento, pacientes prejudicados pela máfia ainda esperam a responsabilização dos médicos.

Há dois anos, a secretária executiva Daniela de Castro Nichele, de 42 anos, perdeu os movimentos dos pés e passou a andar com dificuldades, por causa da demora na realização de uma cirurgia por um ortopedista de Porto Alegre investigado por suposta participação no esquema. Em 2014, ela teve uma crise de hérnia de disco e foi internada, mas o médico só aceitou operá-la se fossem utilizados parafusos importados.

"Ele disse que os parafusos nacionais não prestavam e me indicou uma advogada para entrar na Justiça e obrigar meu plano de saúde a pagar os importados. Com isso, minha operação demorou cinco meses para acontecer", conta ela.

"Nesse meio tempo, o plano de saúde entrou em contato comigo e disse que aquele médico estava sendo investigado. Me passaram para outro cirurgião e ele me operou com material nacional e deu tudo certo. O problema é que, como demorou demais, minha hérnia começou a comprimir minha medula e meu nervo ciático e eu fiquei com essas sequelas", diz.

Ela entrou com ação na Justiça contra o médico, mas, enquanto a investigação está em andamento, o profissional continua atuando. "Ele já devia estar preso porque prejudicou muita gente", afirma Daniela. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Conselho Superior do Ministério Público Estadual (MPE) homologou na quarta-feira (6) pedido de arquivamento do inquérito aberto contra o presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Antonio Donato (PT), investigado por suspeitas de improbidade administrativa e enriquecimento ilícito.

O promotor Marcelo Milani é autor do pedido de arquivamento. Ele afirma que o vereador abriu, por conta própria, seus sigilos bancários durante a investigação. O MPE também obteve informações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), do Ministério da Fazenda, com relatório sobre todas as transações financeiras ligadas a Donato - e não encontrou irregularidades.

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A investigação era no âmbito civil. A apuração verificaria se Donato tinha bens acima do declarado, fruto de eventual improbidade administrativa, ao usar seu cargo público para obter vantagem. O vereador não chegou a ser investigado no âmbito criminal. "A evolução patrimonial do vereador é condizente com sua renda. Então recomendei o arquivamento do inquérito, que apurava a possibilidade de enriquecimento ilícito e improbidade administrativa. Se surgirem novas informações, o inquérito pode ser desarquivado", disse o promotor.

As suspeitas contra Donato partiram das investigações da Máfia do Imposto Sobre Serviço (ISS), ocorridas em 2013. Ele foi citado, em uma das denúncias, como receptor de R$ 20 mil mensais do ex­auditor fiscal Eduardo Horle Barcellos, um dos homens acusados de operar a máfia, e de R$ 5 milhões, juntamente com outros vereadores, para arquivar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), ocorrida durante a gestão Gilberto Kassab (PSD).

Afastamento. Por causa dessas suspeitas, Donato se afastou do cargo de secretário de Governo, que ocupava na gestão Fernando Haddad (PT), em outubro de 2013, e voltou à Câmara Municipal, onde foi eleito presidente em 2014.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Polícia Federal poderá assumir as investigações da Operação Alba Branca contra a máfia da merenda escolar que se teria instalado em pelo menos 37 prefeituras de São Paulo para fraudar licitações. A Justiça estadual remeteu os autos para a Justiça Federal em Ribeirão Preto acolhendo manifestação do Ministério Público Estadual de que a quase totalidade da verba desviada em contratos supostamente dirigidos saiu dos cofres públicos da União. Em maio, a Promotoria questionou as administrações municipais sobre a origem do dinheiro. A resposta: 92,72% dos valores foram liberados por Brasília.

As informações foram reveladas nesta terça-feira, 14, pelo repórter Walace Lara, da TV Globo. As investigações apontam para o suposto envolvimento do deputado estadual Fernando Capez (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo. Ele teria sido beneficiário de parte de propinas sobre contratos fraudados - segundo o Ministério Público, as fraudes ocorreram a partir da contratação da Coaf, cooperativa de agricultores instalada no município de Bebedouro, para fornecimento de alimentos e sucos.

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Um delator da Alba Branca, o lobista Marcel Júlio, afirmou que mais de R$ 400 mil foram repassados para a campanha de Capez em 2014. O deputado nega com veemência ligação com a organização.

Essa parte da investigação, porém, não será deslocada para a PF porque Capez, na condição de procurador de Justiça - membro do Ministério Público paulista - tem foro privilegiado perante o Tribunal de Justiça do Estado. A Corte já decretou a quebra do sigilo bancário e fiscal do deputado.

Diante do quadro apresentado pelo Ministério Público, de que a verba federal foi desviada pela máfia da merenda, a juíza Vanessa Barbosa, da Comarca de Bebedouro - base das investigações que estavam a cargo da Polícia Civil e da Promotoria estadual - reconheceu a incompetência da Justiça de São Paulo para o caso.

A decisão de Vanessa de deslocar os autos para a Justiça Federal foi tomada no dia 3 de junho, pouco antes de uma nova etapa da Alba Branca que iria ser deflagrada. Nessa nova fase, a Polícia iria prender 16 investigados. Inicialmente, Alba Branca identificou negócios supostamente ilícitos cm 22 administrações municipais. Os desdobramentos da investigação apontam para contratos fraudados em 37 prefeituras.

A juíza Rosimayre Gonçalves de Carvalho, do Tribunal Regional Federal da 1.ª região, acatou pedido de habeas corpus dos advogados da médica Suzete Macedo, mulher do senador Telmário Mota (PDT-RR). Suzete, considerada foragida desde sábado, se apresentou ontem à Polícia Federal em Boa Vista. A médica, acusada de participar da "máfia dos gafanhotos", que desviou R$ 70 milhões da saúde em Roraima, não chegou a passar a noite na cadeia.

O senador, que acompanhou a mulher até a PF, disse que Suzete é alvo de perseguição política por parte de seus adversários no Estado. Na véspera ele apresentou um pedido de cassação do ex-ministro do Planejamento, o senador Romero Jucá (PMDB-RR), ao Conselho de Ética do Senado.

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Segundo Mota, a mulher não se apresentou antes à PF porque aguardava o julgamento sobre o pedido de habeas corpus. "Ela não se apresentou antes porque os advogados consideraram melhor aguardar e evitar esse constrangimento. Reafirmo que a prisão não é jurídica, é política", disse o senador.

Um dia antes o ex-governador de Roraima Neudo Campos, marido da governadora Suely Campos, outro foragido, se apresentou à PF. Ele é condenado a mais de 13 anos de prisão também por integrar a "máfia dos gafanhotos" e, segundo a PF, tentou fugir para a Venezuela com apoio de policiais militares lotados na Casa Militar do governo. Em audiência de custódia, o ex-governador revelou estar com câncer e solicitou prisão domiciliar. O pedido ainda não foi julgado.

Três anos após a descoberta do esquema de fraude na coleta do Imposto sobre Serviços (ISS) na Secretaria Municipal de Finanças, a Justiça determinou na quarta-feira, 11, pela primeira vez, que uma empresa terá de devolver dinheiro, com multa, para a Prefeitura, por colaborar com a Máfia do ISS. A Trisul, incorporadora atingida pela determinação, já informou que vai recorrer.

A decisão, da juíza Alexandra Fuchs de Araújo, da 6ª Vara da Fazenda Pública, prevê pagamento de cerca de R$ 6 milhões aos cofres municipais.

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Metade do valor terá de ser paga pela própria Trisul. A outra metade, por empresas abertas pela incorporadora, chamadas Sociedade de Propósitos Específicos (SPEs), que são criadas a cada empreendimento, para facilitar a associação com outros grupos durante a construção de prédios novos.

A Prefeitura entrou com ação para cobrar cerca de R$ 600 mil em impostos que deixaram de ser pagos pela Trisul, referentes a dois empreendimentos, segundo investigações da Controladoria-Geral do Município (CGM) e do Ministério Público Estadual (MPE). O total bloqueado inclui multa, conforme determina a punição para improbidade administrativa.

A ação foi movida pela Procuradoria-Geral do Município. O MPE também tem ações de improbidade contra outras empresas ligadas à máfia, mas ainda não obteve condenações. Há empresas que concordaram em fazer acordos, admitindo que sonegaram impostos.

A Máfia do ISS é um grupo que ficou conhecido por receber propina de incorporadoras para reduzir, de forma fraudulenta, o ISS devido de incorporadoras. A estimativa, de 2013, é de que o grupo tenha causado um prejuízo de R$ 500 milhões à Prefeitura, principalmente durante a gestão Gilberto Kassab (PSD), entre 2008 e 2012.

Recurso

O advogado Paulo Araújo, defensor da Trisul, afirma que a decisão é injusta e diz que vai recorrer. A defesa da empresa diz que a Trisul era achacada pela máfia e pagava o grupo sob ameaça de não obter licenças como o Habite-se. "Esse é o entendimento do setor criminal do Ministério Público, que já denunciou os fiscais", disse o defensor.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), nomeou para o cargo de coordenador do Arquivo Público de São Paulo Fernando Padula Novaes, ex-chefe de gabinete da Secretaria da Educação do Estado que está sob investigação da Operação Alba Branca - ação integrada da Polícia Civil e do Ministério Público Estadual para combate à máfia da merenda escolar.

Grampos da Alba Branca indicam que Padula era chamado de "nosso homem" por um operador da organização que fraudava licitações da merenda - Luiz Roberto dos Santos, o "Moita", ex-chefe da Casa Civil de Alckmin.

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O decreto de nomeação de Padula para o Arquivo Público, em comissão, foi publicado no Diário Oficial edição de quinta-feira, 21. Ele assume a vaga deixada por Izaias José de Santana.

O Arquivo é responsável pela formulação de políticas públicas de gestão documental para o Governo do Estado e possui um rico acervo formado por quase 35 mil metros quadrados lineares de documentação sobre a história de São Paulo e mais de 400 mil imagens digitalizadas.

Quadro do PSDB, Fernando Padula é alvo da Alba Branca, investigação sobre organização que se infiltrou em pelo menos 22 prefeituras paulistas para fraudar licitações da merenda escolar. O grupo também mirava em contratos da Secretaria da Educação de Alckmin.

Em fevereiro, acolhendo pedido da Procuradoria-Geral de Justiça, o desembargador Sérgio Rui da Fonseca, do Tribunal de Justiça de São Paulo, determinou a quebra do sigilo bancário e fiscal de Padula.

Também foram alcançados pela medida o deputado Fernando Capez (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, e um outro ex-assessor de Alckmin - Luiz Roberto dos Santos, o "Moita", que foi chefe de gabinete da Casa Civil na gestão Edson Aparecido e é quadro efetivo da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).

A quebra do sigilo é extensiva ainda a um assessor e dois ex-assessores de Capez, apontados na investigação: Luiz Carlos Gutierrez, o Licá, Jeter Rodrigues Pereira e José Merivaldo dos Santos, o "Meriva". A Justiça autorizou inclusive acesso aos computadores utilizados pelos aliados do presidente da Assembleia.

Ao todo, o desembargador decretou o afastamento do sigilo de 12 investigados, inclusive da Cooperativa Coaf - apontada como carro chefe das fraudes -, de seus ex-diretores e de outras empresas.

A decisão foi tomada pelo desembargador Sérgio Rui, relator da Alba Branca no TJ, Corte que detém competência para investigar parlamentares estaduais.

Grampos da Alba Branca pegaram "Moita", também ligado ao PSDB, operando com a quadrilha da merenda de sua sala no Palácio dos Bandeirantes, sede do Executivo estadual.

Uma escuta flagrou "Moita" aconselhando o lobista da organização Marcel Júlio a pedir reequilíbrio financeiro de um contrato com a Educação estadual. Ele teria sido orientado pelo então chefe de gabinete da Pasta, Fernando Padula. Em ligação grampeada, "Moita" fala do "nosso homem", segundo os investigadores referência a Padula.

O presidente da Assembleia Legislativa Fernando Capez nega categoricamente envolvimento com a organização desmontada pela Alba Branca. Indignado, ele afirma que nunca recebeu propinas da máfia da merenda.

O ex-chefe de gabinete da Educação Fernando Padula também já negou ter agido no interesse da organização. No início da Operação Alba Branca, quando seu nome foi citado, Padula disse que é "um objeto em extinção" - referindo-se à sua honestidade.

Com a palavra, o governo do Estado de São Paulo

"Fernando Padula Novaes é funcionário de carreira do Estado, com 17 anos de serviços prestados à administração pública. A Corregedoria Geral da Administração concluiu a primeira etapa da apuração de envolvimento de servidores e não foram comprovados os fatos atribuídos a Padula e constantes das denúncias."

Uma pesquisa encomendada pelo Parlamento italiano confirmou que a presença de lixo tóxico tem gerado uma taxa mais alta que o normal de incidência de câncer e de mortes entre residentes da região de Nápoles. O impacto na saúde é consequência de décadas de depósito ilegal de lixo tóxico pela organização mafiosa local, a Camorra.

A pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Saúde considerou que há uma necessidade crítica de tratar dos bebês de províncias como Nápoles e Caserta que estão sendo hospitalizados no primeiro ano de vida por ocorrência "excessiva" de tumores, em especial tumores no cérebro.

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O estudo culpa as taxas maiores do que o esperado de exposição a "uma combinação de agentes contaminantes do meio ambiente". A contaminação, diz a pesquisa, pode estar vindo de locais ilegais de depósito de lixo tóxico e da queima ilegal de lixo.

Moradores há muitos anos reclamam dos efeitos adversos do lixo para a saúde. A contaminação do subsolo afeta os poços que irrigam as plantações de vegetais responsáveis pelo abastecimento de boa parte do centro e sul da Itália. Ao longo dos anos, a polícia lacrou centenas de plantações porque seus poços de irrigação continham altos níveis de chumbo, arsênico e do solvente industrial tetracloreto.

Autoridades dizem que a contaminação ocorre devido a um negócio multibilionário da Camorra no depósito de lixo tóxico, a maioria com origem em indústrias da região rica do norte da Itália às quais não fazem perguntas sobre o destino do lixo desde que ele seja levado para longe. Nos últimos anos, ex-membros da Camorra revelaram como o esquema funcionava, com o direcionamento da polícia para endereços específicos onde o lixo era jogado.

Em 2014, uma lei determinou que o Instituto Nacional de Saúde, uma entidade pública pertencente ao Ministério da Saúde, reportasse as taxas de morte, hospitalização e câncer em 55 municípios da região. Fonte: Associated Press.

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