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O presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou, nesta terça-feira (4), a promessa de conceder o 13º a mulheres que recebem o Auxílio Brasil. Sem dizer de onde sairiam os recursos, o chefe do Executivo afirmou que a medida passaria a valer a partir do ano que vem. Candidato à reeleição, Bolsonaro aposta na economia e em novas "bondades" nos benefícios sociais para derrotar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno.

"Está acertado. Só para as mulheres, 17 milhões, a partir do ano que vem", declarou Bolsonaro, em pronunciamento no Palácio da Alvorada, após receber o apoio do governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). Nesta segunda-feira (3), o presidente havia compartilhado em seu grupo oficial no Telegram uma notícia sobre o anúncio desse 13º.

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"O Auxílio Brasil de R$ 600 está garantido para todo o nosso governo. Isso foi acertado com o Paulo Guedes. Recursos, já sabemos de onde virão. No momento, está garantido R$ 600 por lei. Os R$ 200 extra nós vamos manter esse valor, a partir do ano que vem, já garantido, temos fonte para buscar esse recurso", emendou o chefe do Executivo, no Alvorada.

O custo de conceder o 13º salário a mulheres que recebem o Auxílio Brasil seria de R$ 10,110 bilhões. De acordo com informações da Secretaria Nacional de Renda de Cidadania do Ministério da Cidadania, as mulheres representaram 81,6% no recebimento do Auxílio Brasil em setembro. São 16,85 milhões de famílias chefiadas por mulheres que recebem o mínimo de R$ 600 do programa de transferência de renda.

A promessa do presidente não tem espaço no Orçamento de 2022 e tampouco na proposta orçamentária do próximo ano já enviada ao Congresso. Apesar de garantir que os pagamentos de R$ 600 continuarão a partir de janeiro, o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2023 tem recursos suficientes apenas para o pagamento médio de R$ 405 por família.

De acordo com cálculos do Ministério da Economia, o custo adicional para manter a parcela extra de R$ 200 nos benefícios seria de R$ 52 bilhões, valor que subiria para mais de R$ 62 bilhões com a nova promessa de 13º para as famílias chefiadas por mulheres.

No mês passado, Bolsonaro também prometeu pela primeira vez cumprir a lei do Auxílio Brasil e pagar um adicional de R$ 200 às famílias que comprovarem algum vínculo formal de emprego. O chamado Auxílio Inclusão Produtiva Urbana prevê o pagamento extra, mas nunca foi operacionalizado pelo Ministério da Cidadania.

Sem espaço no teto de gastos, tanto Lula quanto Bolsonaro precisarão negociar com o Congresso um novo rompimento da regra fiscal para conseguir ampliar o gasto social em 2023. O relator-geral do Orçamento do próximo ano, senador Marcelo Castro (MDB), já avisou que só começará a debater a peça orçamentária após o fim da eleição presidencial.

Antes do início da campanha, a economia era considerada o "calcanhar de Aquiles" de Bolsonaro, já que a inflação estava alta, os preços dos combustíveis aumentavam e a pobreza crescia. Às vésperas das eleições, contudo, o governo conseguiu aprovar um pacote de "bondades" no Congresso, que incluiu o aumento do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600 até o fim deste ano e um teto para o ICMS sobre combustíveis, que ajudou a reduzir os preços da gasolina e do diesel.

O mercado mundial da arte contemporânea foi este ano liderado por criadores com menos de 40 anos e os principais vendedores foram as mulheres, segundo o relatório anual da consultora francesa Artprice publicado nesta terça-feira (4), que apresenta um volume de negócios ligeiramente em queda (-1,1%) .

Entre 1º de julho de 2021 e 30 de junho de 2022, os leilões de arte contemporânea (artistas nascidos após 1945) chegaram a 2,7 bilhões de dólares, em comparação com os 2,73 bilhões de dólares no ano anterior, especifica o líder mundial em informações sobre o mercado da arte.

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Essa pequena queda é explicada "principalmente pela política chinesa de zero covid, o que representou uma queda de 33% do volume de negócios (China continental, Hong Kong, Macau e Taiwan), ou seja, de 1 bilhão de dólares em 2021 para 740 milhões em 2022", explicou à AFP Thierry Ehrmann, seu presidente.

Por outro lado, os Estados Unidos voltaram a se estabelecer no primeiro lugar no mundo, com 1 bilhão de dólares em vendas, uma progressão de 39%. Nova York responde por 100% dessas vendas e 38% do valor mundial.

Já os NFTs, os "tokens não fungíveis" associados a obras de arte imateriais, tiveram uma queda impressionante.

No primeiro semestre de 2022, foram vendidos 50 NFTs, no valor de 3,2 milhões de dólares, enquanto no primeiro semestre de 2021, foram vendidos 30 lotes, por um faturamento de 107 milhões de dólares.

O chamado mercado de arte "ultracontemporânea", ou seja, aqueles com menos de 40 anos, representou 420 milhões de dólares. Embora o valor seja pequeno em relação ao volume total de negócios, representou um crescimento de 28% em relação ao ano anterior.

Essa "arte ultracontemporânea" já representa 15,5% do total.

Em termos de transações, o mercado de arte contemporânea cresceu 12%. Foram realizadas 119,4 mil vendas, em comparação com 102 mil compras no ano anterior.

Dos 10 melhores artistas com menos de 40 anos, oito são mulheres, destaca o relatório.

Essas "jovens" vêm multiplicando sua presença. Atualmente, cerca de 2.670 artistas dessa faixa etária estão listadas no mercado, cinco vezes mais do que há 20 anos.

O preço médio de seus cinco best-sellers passou de 618.000 dólares para 4,9 milhões de dólares (por obra).

A dominação das casas de vendas anglo-saxônicas é absoluta: Christie's (31% do faturamento mundial), Sotheby's (26%) e Phillips (14%) respondem por mais de 70% do faturamento neste segmento.

O Grupo Fcamara, em parceria com a comunidade Orange Juice, irá realizar no próximo sábado (8) a primeira edição do evento Elas por Elas, voltado para mulheres que atuam ou pretendem atuar na área de Tecnologia da Informação (T.I).

 A programação prevê palestras e estandes cheios de informações, buscando estimular as mulheres no mercado, com pautas sobre liderança e muito mais. Entre eles, as empresas apresentarão o Programa de Formação, que capacita pessoas que desejam ingressar no mercado de tecnologia sem exigir qualquer formação ou experiência prévia dos participantes, e possuem como principal objetivo aumentar a inclusão de mulheres no setor.

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O evento acontecerá a partir das 9h às 18h no Condomínio Clube VX, na avenida Washington Luís, 565, Salão de eventos, Boqueirão, Santos, São Paulo. A entrada custa entre R$ 20 e R$ 40, sendo obrigatória a doação de um Kit Mulher que contenha: um pacote de absorvente com 16 unidades, uma escova de dente, um creme dental, e um cosmético (opcional).

Os ingressos estão disponíveis no site.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) usou o Twitter, nesta sexta-feira (30), para alfinetar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Seguindo a linha de discurso e apontando mais uma vez que o seu principal adversário na disputa pelo Palácio do Planalto é "ladrão", Bolsonaro aproveitou uma publicação da jornalista Miriam Leitão para justificar o fato de ter sentado apenas entre os homens durante o debate promovido pela TV Globo nessa quinta (29).

 Compartilhando o post em que Mirian destaca que Lula sentou próximo das mulheres candidatas à Presidência, Soraya Tronicke (UB) e Simone Tebet (MDB), o chefe do executivo que concorre à reeleição argumentou que os ladrões preferem as mulheres como seus alvos de ataque. 

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"Mulheres são os alvos preferidos de ladrões", escreveu o presidente da publicação. 

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As autoridades iranianas lançaram um alerta, nesta quinta-feira (29), às celebridades que apoiam os protestos desencadeados pela morte da jovem curda Mahsa Amini, 22, detida pela polícia moral.

"Tomaremos ações contra os famosos que sopraram as brasas" dos "distúrbios", disse hoje o governador da província de Teerã, Mohsen Mansouri, segundo a agência de notícias ISNA.

Vários atletas, atores e cineastas iranianos apoiam o movimento de protesto e pediram às autoridades que ouçam as demandas da população.

No domingo (25), por exemplo, o diretor de cinema iraniano Asghar Farhadi, vencedor do Oscar, pediu ao mundo que mostre "solidariedade" com os manifestantes.

"Convido todos os artistas, cineastas, intelectuais, ativistas dos direitos civis em todo mundo (...) todos que acreditam na dignidade humana e na liberdade, a se solidarizarem com as poderosas e corajosas mulheres e homens do Irã, fazendo vídeos, escrevendo, ou de qualquer outra maneira", escreveu Farhadi em uma mensagem de vídeo publicada no Instagram.

O ex-astro da seleção iraniana de futebol Ali Karimi também publicou várias mensagens de apoio às manifestantes em suas redes sociais.

No início da semana, o atacante iraniano Sardar Azmoun, craque da seleção e jogador do Bayer Leverkusen, disse que não poderia ficar calado diante das inúmeras mortes deixadas pela repressão.

"Isso não pode ser apagado da nossa consciência. Vocês deveriam ter vergonha!", escreveu ele nas redes sociais.

Os talibãs dispersaram com tiros para o alto uma manifestação de mulheres diante da embaixada do Irã em Cabul em apoio às iranianas, com as quais afirmam compartilhar a mesma luta.

O Irã foi abalado nas últimas semanas por protestos após a morte da jovem Mahsa Amini, que havia sido detida em Teerã pela polícia da moral da República Islâmica.

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Com gritos de "mulher, vida, liberdade", 25 mulheres protestaram durante 15 minutos na rua diante da embaixada do Irã. Elas foram dispersadas pelos tiros para o alto dos combatentes talibãs mobilizados no local.

Os guardas também tentaram agredir as manifestantes, segundo os correspondentes da AFP.

As mulheres exibiam cartazes com frases como "Irã levantou, agora é a nossa vez" e "De Cabul ao Irã, diga não à ditadura"

Os talibãs rasgaram os cartazes diante das manifestantes.

As mulheres, algumas de óculos escuros e máscaras, recolheram os cartazes rasgados e formaram bolas de papel para jogar nos talibãs.

Os homens armados também ordenaram que os jornalistas apagassem as imagens dos protestos.

O Irã é cenário de protestos todas as noites desde 16 de setembro, data da morte de Mahsa Amini, de 22 anos, três dias depois de sua detenção pela polícia da moral por supostamente violar as regras severas impostas às mulheres sobre as vestimentas na República Islâmica, onde devem cobrir o cabelo em público.

"Estamos aqui para mostrar nosso apoio e nossa solidariedade a povo iraniano e às mulheres vítimas dos talibãs no Afeganistão", declarou uma das mulheres na manifestação de Cabul, que pediu anonimato.

- Normas muito rígidas -

Desde o retorno dos talibãs ao poder em agosto de 2021 foram registradas manifestações esporádicas de mulheres na capital afegã e em outras cidades do país, apesar da proibição, seja pela perda de emprego ou para exigir o direito ao trabalho.

Algumas foram foram reprimidas com violência e as ativistas que convocaram protestos foram detidas pelos talibãs.

Após 20 anos de guerra e da saída do exército americano do Afeganistão, o novo governo do país impôs regras muito rígidas para as mulheres, com a exigência do uso de véu integral em público, de preferência a burca.

Também decretaram a separação de homens e mulheres nos parques públicos de Cabul e proibiram a presença das mulheres nas escolas do Ensino Médio na maioria das províncias.

O temido ministério para a Propagação da Virtude e a Prevenção do Vício substituiu a pasta dos Assuntos da Mulher.

Em 10 de setembro, dezenas de jovens protestaram em Gardez, leste do país, quando constataram o fechamento de suas escolas, que haviam sido reabertas uma semana antes sob pressão das alunas e dos líderes das tribos.

Um relatório da ONU denunciou as "restrições severas" impostas aos direitos das mulheres, especialmente no que diz respeito ao Ensino Médio, e pediu aos talibãs a revogação "imediata" da medida.

A suspensão das restrições é uma condição essencial para o reconhecimento oficial do governo talibã, reitera a comunidade internacional.

Até o momento, nenhum país reconheceu o governo talibã.

O Irã tem protestos em pelo menos 46 cidades do país, com a televisão estatal sugerindo que ao menos 41 pessoas tenham morrido em meio às manifestações dos últimos dias. As manifestações ocorrem desde 17 de setembro, com a contagem a partir de declarações oficiais em ao menos 13 mortos, além de mais de 1.200 manifestantes presos.

O Ministério das Relações Exteriores do Irã afirmou neste domingo, 25, que convocou o embaixador britânico para protestar contra o que descreveu como atmosfera hostil criada pela mídia em língua farsi sediada em Londres. Teerã também criticou agências de notícias e convocou o embaixador da Noruega no país para protestar contra recentes declarações do presidente do Parlamento norueguês, Masud Gharahkhani.

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O estopim dos protestos foi a morte de Mahsa Amini, de 22 anos, detida pela polícia da moralidade do país e morta enquanto estava sob custódia das autoridades. Confrontos entre manifestantes e as forças de segurança continuavam a ocorrer.

Amini foi detida pela polícia em Teerã por supostamente estar com seu véu islâmico muito frouxo sobre a cabeça. A polícia afirma que ela morreu por um ataque cardíaco e que não sofreu maus-tratos, mas sua família coloca a versão em dúvida. A morte da jovem gerou forte condenação de países do Ocidente e da Organização das Nações Unidas.

Houve, porém, também manifestações a favor do governo em várias cidades do Irã neste domingo. Milhares participaram de um ato na Praça da Revolução (Enghelab), e algumas autoridades estiveram presentes, entre eles o porta-voz do gabinete de governo, Ali Bahadori Jahromi.

Das 224 candidaturas aos governos estaduais colocadas no Brasil, de acordo com os dados do Tribunal Superior Eleitoral, 38 são de mulheres, o que representa apenas 17% das candidaturas. Para se ter noção, em 2018, das 202 candidaturas colocadas, 30 eram femininas, o que representava menos de 15%. 

Ao todo na disputa aos governos, após a definição de uma cota de 30% do fundo eleitoral para candidaturas femininas, as mulheres estão presentes em 52% das chapas, sendo a maioria ocupando o cargo de candidata a vice. 

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Em Pernambuco, 11 candidaturas estão colocadas, mas quem lidera as pesquisas ao governo é uma mulher, Marília Arraes (Solidariedade), com 33%, seguida por Raquel Lyra (PSDB), única chapa que tem uma outra mulher como vice, Priscila Krause (DEM), que aparece com empate técnico com quatro, dos cinco candidatos colocados, com 11%, e  Claudia Ribeiro (PSTU), que pontua 1%. O resultado é da pesquisa do Ipec divulgada na quarta-feira (21).

O cenário de subrepresentação das mulheres nas candidaturas ainda é nítido, tendo em vista que elas representam 53% do eleitorado, o que corresponde a 86 milhões de votantes, além de 46% dos filiados a partidos políticos. 

No entanto, houve avanço do número de candidaturas a vice, que inciou em 2018 por conta da nova regra do Fundo Eleitoral, de R$4,9 bilhões nas eleições de 2022, que são definidos pelos partidos e podem destinar verba para candidaturas majoritárias lideradas por homens que têm mulheres como vice. 

Das mulheres colocadas aos governos neste ano, além de Marília Arraes, mencionada anteriormente, Fátima Bezerra (PT), candidata à reeleição no Rio Grande do Norte, também é a favorita do Estado, no Nordeste. 

Ao menos desde 2002, as eleições gerais não registram uma participação feminina tão expressiva, seja em números absolutos, com 9.239 candidatas, ou em proporção do total, com 33,81% das candidaturas aptas sendo de mulheres. 

Os dados, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), levam em consideração somente as candidaturas aptas, ou seja, aquelas que atenderam a todos os critérios legais e formais e foram deferidas pela Justiça Eleitoral. 

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Em 2018, por exemplo, quando já valia a imposição aos partidos de que ao menos 30% de candidaturas femininas, as mulheres representaram 31% (8.075) dos candidatos aptos a receber votos. Em 2014, essa proporção foi de 28,81% (6.331). 

Os números refletem até mesmo na corrida presidencial, em que há quatro mulheres na disputa pelo Planalto. Ao menos desde 2002 não há um número tão expressivo de mulheres disputando cargos eletivos.  Neste ano há também um recorde de candidatas que se declararam negras. São 1.706 que tiveram o registro deferidos, 18,47% de todas as candidaturas femininas. Em 2018 esse número era de 1.086, e de 647 em 2014. 

O mesmo ocorre com as que se declararam indígenas, que são 77 neste ano, acima dos 48 de 2018 e de apenas 25 em 2014.  No total, as Eleições 2022 têm 27.329 candidaturas aptas, que disputam cargos para presidente, governador, deputado federal e deputado estadual. 

O primeiro turno de votação está marcado para 2 de outubro. Eventual segundo turno para os cargos de presidente e governador ocorrerá em 30 de outubro.

Termina nesta sexta-feira (23) o prazo para que o empresário Thiago Brennand volte ao Brasil e entregue seu passaporte à Justiça. Ele é acusado por ao menos dez mulheres dos crimes de estupro, ameaça, cárcere privado e lesão corporal. Ele viajou para Dubai no último dia 4 e, até o momento, não se sabe o seu paradeiro.

O processo no qual foi determinado seu retorno ao Brasil tramita em segredo. Contudo, a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de São Paulo confirmou o término do prazo nesta sexta.

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O empresário passou a estar nos noticiários depois de ser flagrado por câmeras de segurança agredindo a modelo Helena Gomes dentro de uma academia em um shopping de São Paulo, caso revelado pelo programa Fantástico, da TV Globo. Em entrevista ao Estadão, a modelo afirmou que as agressões físicas e verbais que sofreu teriam sido por causa da sua recusa em sair com o empresário. Ele se utilizaria da ajuda de uma outra mulher para abordar suas potenciais vítimas, convidando-as para passeios. De acordo com Helena, muitas sequer sabiam que Brennand estaria presente.

Devido à repercussão das imagens da academia, outras mulheres sentiram-se encorajadas a denunciar Brennand. Muitas vítimas foram acolhidas pelo escritório Janjacomo Advogados, em São Paulo, e, até esta sexta, dez já haviam procurado a polícia para formalizar queixa contra ele.

A decisão que determina a volta do acusado para o Brasil é da juíza Érika Soares de Azevedo Mascarenhas, da 6ª Vara Criminal de São Paulo. Além do retorno ao Brasil, Brennand também está proibido de frequentar academias e deve manter uma distância mínima de 300m da modelo Helena Gomes, além de não poder fazer qualquer tipo de contato.

Brennand é acusado de outros crimes, não apenas contra mulheres. Vitor Igor Rodrigues Machado, garçom de um restaurante no interior do condomínio Fazenda Boa Vista (35 km de Sorocaba, interior de São Paulo), relata que foi agredido com socos pelo empresário e que, desde então, não conseguiu retornar às suas funções. Ele foi remanejado para outro setor da empresa.

Esta semana o Estadão divulgou também um vídeo no qual Brennand vandaliza uma oferenda de religiões de matriz afro. Contudo, não há investigações contra ele por crimes de intolerância religiosa ou racismo.

COM A PALAVRA, THIAGO BRENNAND

A reportagem entrou em contato com os dois escritórios que hoje representam Thiago Brenannd - Carlos Barros & Gustavo Rocha Advocacia Criminal, em Recife, e Alves de Oliveira & Salles Vanni Sociedade de Advogados, em São Paulo. Contudo, até a publicação desta reportagem, não obteve resposta. A palavra está aberta.

Pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (22) mostra que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera as intenções de voto no eleitorado feminino, com 49%, contra 29% do presidente Jair Bolsonaro (PL). O petista cresceu 3 pontos porcentuais (pp) em relação ao levantamento anterior, publicado em 15 de setembro, enquanto Bolsonaro manteve a porcentagem.

Bolsonaro tenta reduzir a rejeição entre as mulheres, que somam 52% do eleitorado brasileiro. Uma das estratégias é ampliar a participação da primeira-dama Michelle Bolsonaro na campanha, mas o presidente esbarra no histórico de atitudes machistas.

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O instituto ouviu 6.754 pessoas em 343 cidades, e a pesquisa encomendada pela Folha e pela TV Globo está registrada sob o número BR-04180/2022 no Tribunal Superior Eleitoral. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.

Criado pela Medida Provisória (MP) 1.116/2022, o Programa Emprega + Mulheres foi sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro. A sanção da Lei 14.457/2022 foi publicada na edição desta quinta-feira (22) do Diário Oficial da União. 

 A versão final da MP 1.116 foi aprovada no Plenário do Senado em 31 de agosto. A relatora do texto foi a senadora Dra. Eudócia (PSB-AL), que, na época, destacou os principais objetivos do programa, como apoiar o papel da mãe na primeira infância dos filhos, qualificar mulheres em áreas estratégicas visando à ascensão profissional e facilitar o retorno das trabalhadoras após o término da licença-maternidade. 

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A nova lei flexibiliza a jornada de trabalho para mães e pais que tenham filhos com até 6 anos ou com deficiência. Também determina que mulheres recebam o mesmo salário dos homens que exerçam a mesma função na empresa e prevê apoio ao microcrédito para mulheres. Além disso, amplia para 5 anos e 11 meses a idade máxima para a criança ter direito a auxílio-creche, fortalece o sistema de qualificação de mulheres vítimas de violência doméstica e apresenta medidas de combate ao assédio sexual. 

 Veto

A Lei 14.457/2022 foi sancionada com um veto do presidente Jair Bolsonaro, que não concordou com o artigo 21 da proposta. 

 Tal artigo dizia que a opção por acordo individual para formalizar alguns direitos dos trabalhadores, como reembolso-creche, só poderia ser feita em duas situações:  nos casos de empresas ou de categorias de profissionais para as quais não haja acordo coletivo ou convenção coletiva celebrados; no caso de haver acordo coletivo ou convenção coletiva, se o acordo individual a ser celebrado contiver medidas mais vantajosas à empregada ou ao empregado que o instrumento coletivo vigente.

"Em que pese a boa intenção do legislador, a medida contraria o interesse público, pois a discussão de qual seria a norma mais benéfica acarretaria insegurança jurídica, haja vista que a expressão ‘medidas mais vantajosas’ é imprecisa. Assim, a medida configuraria retrocesso em relação à reforma trabalhista empreendida recentemente e impactaria a geração de empregos, o que iria de encontro aos esforços empreendidos pelo governo federal", justificou. 

 O veto agora precisa ser analisado pelo Congresso Nacional. A Constituição determina que ele seja analisado pelos parlamentares em sessão conjunta, sendo necessária a maioria absoluta dos votos de deputados e senadores para sua rejeição.   

*Da Agência Senado

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que neste ano de 2022 será realizado nos dias 13 a 20 de novembro, é uma prova que apresenta um caráter social predominante, de modo que, na construção da redação-argumentativa, se torna essencial para o candidato demonstrar repertório para lidar com as problemáticas presentes na sociedade.

Dessa maneira, um recurso interessante para o estudante é usar citações de personalidades marcantes na história. Assim, para ajudar você nessa missão, o Vai Cair No Enem selecionou sete mulheres que brilharam nas suas áreas de atuação e que você pode citar na sua redação. Confira: 

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Angela Davis

Um dos maiores nomes da luta pelos direitos civis da população negra e das mulheres, Angela Davis já foi encarcerada e perseguida por seu forte ativismo social. A filósofa, professora e ativista nasceu no ano de 1944, no Alabama, e vivenciou toda a violência incentivada pela segregação racial aceita na maioria dos estados do sul dos Estados Unidos.

Muito conhecida ao redor do mundo como uma destacada professora e filósofa, Angela lutou ativamente contra a discriminação racial, sendo um dos membros mais conhecidos do Partido dos Panteras Negras, movimento que aderia uma posição mais radical e combativa contra o racismo.

No caso da redação abordar temas como racismo, feminismo, encarceramento em massa e outras pautas sociais, usar algumas das frases dessa marcante pensadora será uma ótima ideia. Confira algumas:

“Quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela”

“A política não se situa no polo oposto ao de nossa vida. Desejemos ou não, ela permeia nossa existência, insinuando-se nos espaços mais íntimos.”

“Se o Estado usa a violência policial para solucionar problemas, há a mensagem de que a violência também pode ser usada para resolver problemas em outras esferas, como os relacionamentos.”

Marie Curie

Um dos nomes mais importantes da ciência, Marie Curie nasceu na Polônia em 1867. Após conquistar o diploma de física no ano de 1893 e o de matemática em 1894, a cientista se dedicou à pesquisa científica sendo a primeira mulher a ganhar um prêmio Nobel, além de ser a única pessoa a ter ganhado a premiação duas vezes. 

Entre as contribuições de Marie, está a demonstração da existência da radioatividade natural, essencial para o desenvolvimento do raio x e da radioterapia, além da descoberta dos compostos químicos, polônio e rádio. Para usar essa cientista na sua redação, confira algumas de suas frases:

"Me ensinaram que o caminho do progresso não era rápido nem fácil."

"Nada na vida deve ser temido, somente compreendido. Agora é hora de compreender mais para temer menos."

“A humanidade necessita também dos sonhadores, para quem o desenvolvimento desinteressado de um empreendimento é tão cativante que lhes torna impossível cuidar dos seus próprios interesses materiais."

Hannah Arendt 

Nascida em 1906 na Alemanha, a filósofa e teórica política, Hannah Arendt, que tem origem judia, vivenciou os tempos sombrios causados pelo nazismo. A pensadora iniciou sua vida acadêmica na Universidade de Berlim onde estudou latim, grego e teologia, e depois se tornou doutora em filosofia pela Universidade de Heidelberg.

Hannah chegou a ser presa em um campo de concentração enquanto estava refugiada na França. Diante dessa vivência em meio a ascensão do antissemitismo, a pensadora teve grandes contribuições para a pesquisa sobre o totalitarismo, a violência, os direitos políticos e os direitos humanos.

Confira frases da filosófa para usar na redação do Enem:

“Uma vida sem pensamento é totalmente possível, mas ela fracassa em fazer desabrochar sua própria essência – ela não é apenas sem sentido; ela não é totalmente viva. Homens que não pensam são como sonâmbulos.” 

“A essência dos Direitos Humanos é o direito a ter direitos.”

“O revolucionário mais radical se torna um conservador no dia seguinte à revolução.”

Rosalind Franklin

A química Rosalind Franklin deixou sua marca na ciência ao abrir caminho para a descoberta da estrutura do DNA. Nascida em Londres, no ano de 1920, ela foi responsável pelo registro de uma molécula de DNA chamada “Fotografia 51”, que posteriormente foi usada para descobrir a estrutura dupla-hélice do DNA.

Além das descobertas científicas, Rosalind se torna uma inspiração ao contrariar o desejo dos pais e decidir se tornar cientista em uma época em que a educação ainda era pouco acessível para as mulheres. Confira uma frase da química, para usar na sua redação:

“Mas a ciência e a vida cotidiana não podem ser separadas. A ciência, para mim, dá uma explicação parcial para a vida.”

Djamila Ribeiro

A redação do Enem é pautada em temas sociais que refletem principalmente a realidade da população brasileira. Neste contexto, uma boa dica é usar as ideias da filósofa, feminista, escritora e acadêmica brasileira, Djamila Ribeiro, para enriquecer sua argumentação e mostrar repertório enquanto ao contexto sócio-cultural do Brasil.

Algumas das obras de Djamila que valem a leitura e podem ajudar no Enem, são os livros 

“O que é Lugar de Fala?” e “Quem tem medo do feminismo negro?”. Para usar pensamentos da autora, o Vai Cair No Enem listou algumas de suas frases mais marcantes:

“A invisibilidade da mulher negra dentro da pauta feminista faz com que ela não tenha seus problemas nem ao menos nomeados. E não se pensa em saídas emancipatórias para problemas que nem sequer foram ditos.”

“O feminismo deve contemplar todas as mulheres, é necessário perceber que não dá pra lutar contra uma opressão e alimentar outra.”

“Quando discutimos identidades, estamos dizendo que o poder deslegitima umas em detrimento de outras.

Hipátia de Alexandria

A filósofa neoplatônica grega Hipátia de Alexandria nasceu no Egito, por volta do ano de 355, período final do Império Romano. Considerada a primeira mulher a ser documentada como matemática na história, a pensadora se dedicou a diversas ciências como filosofia, artes, astronomia, matemática, religião e poesia.

Mesmo vivendo em um tempo violento para as mulheres, que eram restringidas ao ambiente doméstico, Hipátia ousou se dedicar à busca pelo conhecimento e tornou-se uma respeitada professora, além de ter sido diretora da famosa escola platônica em Alexandria. 

Confira algumas frases da filósofa para usar na sua redação. 

"Defenda seu direito de pensar, porque pensar de maneira errada é melhor do que não pensar”

“De fato, as pessoas lutam tanto pela superstição quanto pela verdade, ou até mais. Como uma superstição é tão intangível que é difícil de refutá-la, a verdade é um ponto de vista e, portanto, pode ser mudada.”

Malala Yousafzai

Aos 17 anos, Malala Yousafzai tornou- se a pessoa mais jovem a ser laureada com o prêmio Nobel da paz. Nascida em 1997, a paquistanesa cresceu em um local no qual as meninas quase não possuem direitos individuais, além de vivenciar o domínio do grupo fundamentalista islâmico, Talibã, que fechou das escolas e aumentou a violência contra as mulheres.

Diante dessa realidade violenta, Malala nunca abriu mão dos estudos, apesar de ser proibida de frequentar a escola por ser mulher, se tornando uma respeitada militante pelos direitos das crianças e das mulheres. Confira frases dela para usar na sua redação:

“Só percebemos a importância da nossa voz quando somos silenciados”

“A diversidade garante que crianças possam sonhar, sem colocar fronteiras ou barreiras para o futuro e os sonhos delas.”

“A diversidade promove a tolerância. Quando você não encontra pessoas diferentes, não percebe coisas, não percebe o quanto tem em comum com elas.”

Pesquisa Ipec divulgada na noite desta segunda-feira, 19, mostra que as maiores vantagens do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL) estão nos recortes de eleitorado representativos do Nordeste, das mulheres e das pessoas que recebem menos de um salário mínimo. Esses três grupos impulsionam a distância do petista sobre o candidato à reeleição, que hoje é de 16 de pontos porcentuais.

O petista tem 63% da preferência entre os eleitores do Nordeste, enquanto o chefe do Executivo tem 18%. É, respectivamente, a maior taxa para Lula e a menor para Bolsonaro naquela região medida pelo instituto nas últimas cinco rodadas do levantamento. Entre quem ganha menos de um salário mínimo por mês, o candidato do PT tem 58%, e Bolsonaro, 20%.

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Entre as mulheres, o candidato do PT tem 50% das intenções de voto, enquanto o candidato à reeleição tem 27%. A campanha de Bolsonaro tem tentado se aproximar desse público, trazendo para os holofotes a primeira-dama Michelle Bolsonaro, por exemplo. Foi ao ar, inclusive, uma propaganda para o horário eleitoral gratuito destacando frases polêmicas de Lula sobre o eleitorado feminino. Mas declarações do presidente Bolsonaro pesam contra ele, como quando ele hostilizou a jornalista Vera Magalhães e a rival Simone Tebet (MDB) no debate da Band TV, em 28 de agosto.

O chefe do Executivo tem vantagem entre evangélicos (48% a 32%) e pessoas com renda superior a 5 salários mínimos (47% a 32%).

No resultado geral, o Ipec mostrou Lula com 47% das intenções de voto, e Bolsonaro, com 31%. Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet aparecem em seguida com 7% e 5%, respectivamente. O petista tem 52% dos votos válidos e possibilidade de vencer a disputa ainda no primeiro turno, a ser realizado no dia 2 de outubro.

A XP investimentos, empresa corretora de valores, irá realizar, no próximo sábado (24), o evento Xday em São Paulo, um projeto que visa a contratação de assessores de investimentos em todo o Brasil. Nesta edição, o evento vai recrutar 20 mulheres com ou sem experência. 

O Xday é um processo de contratação no qual todas as etapas de seleção acontecem no mesmo dia. As candidatas passarão por uma série de dinâmicas e entrevistas com líderes da XP e, no final, podem sair contratadas no regime CLT, com remuneração compatível com o mercado e benefícios.   

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Embora o processo seletivo seja presencial no escritório da companhia, mulheres de qualquer região poderão participar, pois após a contratação será no modelo de trabalho Anywhere, que corresponde ao trabalho remoto. 

Para participar, é necessário efetuar a inscrição através do site, realizar um teste cultural e enviar um vídeo de apresentação. É desejável ter a Certificação Profissional ANBIMA Série 20 (CPA-20), mas caso a candidata não possua, a empresa garante ajuda para emitir o documento.

O candidato ao governo de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) voltou a afirmar que repudia ataque às mulheres. O candidato citou, mais uma vez, o ato do seu correligionário, Douglas Garcia, que atacou a jornalista Vera Magalhães nos bastidores do último debate.

"Repudio qualquer ataque às mulheres, repudiei veemente o que aconteceu no debate da TV Cultura", disse o ex-ministro da Infraestrutura durante debate esta noite. Tarcísio também se comprometeu a criar uma plataforma de governo "viva" para mulheres, começando pela criação de uma secretaria dedicada para o público feminino.

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Tarcísio aproveitou a pergunta sobre mulheres para fazer ataques à atual gestão paulista no que tange a políticas públicas voltadas à saúde e educação, por exemplo. "O respeito à mulher vai além e inclui o respeito aos filhos, também", disse, ao mencionar que "22% das escolas estavam sem professores."

Denunciado após ser flagrado agredindo uma modelo em uma academia da capital, o empresário Thiago Brennand Fernandes Vieira, de 42 anos, será investigado agora pela prática de crimes sexuais contra ao menos dez mulheres. A partir de segunda-feira, 19, as promotoras públicas do Núcleo de Atendimento às Vítimas de Violência (NAVV) do Ministério Público de São Paulo começam a ouvir as vítimas, segundo informou o MPSP. Relatos prévios obtidos pelas promotoras dão conta de crimes de assédio sexual, estupros, cárcere privado, agressões e ameaças. Três teriam sido marcadas com as iniciais dele tatuadas no corpo.

O empresário, que já se tornou réu no caso da agressão à modelo paulistana, viajou para Dubai, nos Emirados Árabes, no último dia 4 e continua no exterior. A Justiça deu prazo de dez dias para que ele retorne ao Brasil. O prazo vence no próximo dia 23.

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Conforme o MPSP, o núcleo de atendimento foi criado no início deste ano para prestar apoio às vítimas de crimes violentos, sobretudo os sexuais, oferecendo assistência psicológica, social e de saúde, em parceria com outras instituições. As vítimas do empresário procuraram os canais da Justiça depois que outros casos envolvendo Thiago Brennand se tornaram públicos. Para isso, elas tiveram o apoio do Projeto Justiceiras, de prevenção à violência de gênero.

As promotoras vão ouvi-las de maneira informal, para que elas se sintam à vontade para falar, mesmo sobre os momentos mais dolorosos. Se os relatos confirmarem a existência de crimes, elas serão ouvidas formalmente para a abertura de inquéritos. O próprio MP pode iniciar o procedimento investigatório criminal. Além da equipe de promotores do NAVV, coordenado pela promotora Silvia Chakian, o promotor de Porto Feliz, Josmar Tassignon Junior, participa da investigação, que vai correr em sigilo.

Conforme o MPSP, os relatos dão conta de crimes graves, principalmente estupros. As mulheres teriam sido atraídas pessoalmente ou através de redes sociais e foram levadas para a mansão do empresário em um condomínio de luxo em Porto Feliz, interior de São Paulo, onde os crimes teriam acontecido.

Tatuagem à força

O advogado Márcio Cezar Janjacomo, que assiste as vítimas e encaminhou os casos ao MP, disse que o modus operandi usado pelo empresário é o mesmo relatado pela mulher que já o havia denunciado à Polícia Civil de Porto Feliz. A vítima, uma jovem pernambucana, foi mantida em cárcere privado, estuprada e obrigada a se submeter a uma tatuagem com as letras TFV, as iniciais do nome do empresário.

"Ele deixava claro que marcava as vítimas como forma de registrar que eram sua propriedade. Além dessa vítima, houve mais dois casos (de tatuagem), que ainda dependem da investigação. O fato é que são crimes bárbaros e elas vão mostrar conversas no celular sobre vídeos que ele teria feito e ameaçava divulgar para destruir a reputação delas, além de ameaças, humilhações. É um material farto e incriminador", disse.

Ainda segundo o advogado, as vítimas são jovens mulheres que conheceram Thiago Brennand em eventos sociais ou através de redes sociais. "Nem todas são do nível econômico e do meio social dele. Algumas moças ele conheceu em bares e baladas. Como no início ele era gentil e cordial, muitas ficaram iludidas, achando que tinham encontrado o príncipe encantado", afirmou.

Os casos aconteceram entre o final de 2017 e o início deste ano. Um dos recentes é o da mulher que teve um relacionamento com o empresário em 2021 e, depois de denunciar o caso à polícia de Porto Feliz, teve de voltar atrás em razão das ameaças dele. As testemunhas, entre elas o tatuador, disseram à polícia que nada houve. Além de arquivar o caso por falta de provas, a polícia encaminhou o inquérito para a Polícia Civil de Pernambuco para que a vítima fosse investigada por denunciação caluniosa. O MP de Porto Feliz mandou reabrir a investigação.

Outro relato é de uma brasileira de 37 anos que mora nos Estados Unidos e conheceu Thiago pelas redes sociais, passando a trocar mensagens. Em agosto do ano passado, ela veio para São Paulo e foi levada à mansão dele em Porto Feliz. Depois de um período de romantismo, ele se tornou possessivo e violento, ao ponto de obrigá-la a entregar a senha do celular. Após ver suas conversas pessoais, ele passou a xingar e agredi-la com tapas no rosto e na cabeça, segundo o advogado.

Naquela noite, o homem a estuprou, obrigando-a a fazer sexo anal com ele. Antes, permitiu que um tatuador entrasse no quarto e, na presença de seguranças, gravasse suas iniciais no corpo dela. A vítima relata que foi mantida em cárcere privado e impedida de se comunicar com familiares. Ele tinha câmeras no quarto e gravou os momentos íntimos dos dois, ameaçando mandar os vídeos para a filha da mulher.

Enredo

Conforme o advogado Janjacomo, as outras mulheres relataram ter sofrido crimes semelhantes. "O enredo era sempre o mesmo. Ele iniciava uma relação e depois começava a humilhar e abusar das vítimas, obrigando-as ao silêncio sob a ameaça de divulgar os vídeos e acabar com elas."

Thiago já é réu na Justiça pelos crimes de lesão corporal e corrupção de menores por ter sido acusado pelo MP de agredir a modelo Helena Gomes numa academia na capital paulista e incentivar o filho dele menor de idade a ofendê-la. A Justiça ainda proibiu o empresário de frequentar academias e de se aproximar de testemunhas. Ele também foi obrigado a entregar o seu passaporte, o que deve fazer após seu retorno ao País. Em caso de descumprimento das medidas cautelares impostas, poderá ser decretada a prisão preventiva de Thiago.

Durante as investigações, a Polícia Civil apreendeu acessórios para armas de Thiago dentro de uma mala num armário dele em sua casa no condomínio Fazenda Boa Vista, em Porto Feliz. Uma perícia vai apontar se os equipamentos estão legalizados. Logo após a operação, o Exército suspendeu o certificado de registro de CAC (Colecionador, Atirador e Caçador desportivo), que permitia a Thiago ser colecionador de armas.

Além das mulheres, ao menos dois homens acusam o empresário de agressões: um enfermeiro de um hospital na capital e um garçom de um hotel em Porto Feliz. O caso do garçom Vitor Igor Rodrigues Machado, de 26 anos, está em processo de investigação pela Polícia Civil.

Acusado de passar "correndo" com a moto pela frente da mansão do empresário em Porto Feliz o jovem conta ter sido agredido a socos e ameaçado para não mais voltar a cruzar o caminho do agressor. Desde o episódio, o garçom está afastado do serviço no restaurante Fasano, mudou de função e está em home office como auxiliar administrativo.

A reportagem entrou em contato com a defesa de Thiago Brennand e ainda aguarda retorno.

As mulheres são 53% do eleitorado brasileiro. Apesar disso, a participação feminina nos parlamentos é bem menor, entre 15% e 20%. Se analisarmos os cargos executivos, como governos estaduais e prefeituras, esse percentual é ainda menor. 

Mesmo baixos, esses números são recordes na realidade brasileira e só foram possíveis depois que o Congresso Nacional aprovou leis que garantem a participação feminina na política. É crime assediar, constranger, humilhar, perseguir ou ameaçar, por qualquer meio, candidata a cargo eletivo ou detentora de mandato eletivo. 

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Para ajudar o Brasil a tomar conhecimento da lei, a Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados, em parceria com outras instituições como o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), lançou campanha de combate à violência política contra a mulher. As denúncias podem ser feitas pelo Ligue 180, por formulários disponíveis no site da ouvidoria do TSE e na sala de atendimento ao cidadão do Ministério Público Eleitoral.  A existência de leis, no entanto, não é garantia de sua aplicação. Pesquisadoras e políticas concordam que é preciso fortalecer uma cultura de combate à violência política contra mulheres. 

Ataques

Em período eleitoral, nas redes sociais, muitas candidatas a algum cargo político se deparam com ataques, em geral, relacionados à aparência e à conduta moral. Termos cruéis são usados, como: gorda, burra, feia, prostituta, doida. Mas por que a política é um dos universos hostis para as mulheres no Brasil?  Para responder a essa pergunta, estudos científicos apontam que é preciso entender de que forma as mulheres são socializadas.

“A gente vive num país sexista", diz a professora Valeska Zanello, do Departamento de Psicologia Clínica da Universidade de Brasília. "A gente aprende como mulher que a coisa mais importante na nossa vida, que a gente deve priorizar, é ter um companheiro, fazer uma relação e ter uma família. Estar sempre disponível para atender no dispositivo materno as necessidades, desejos e anseios dos outros." 

Por outro lado, continua a professora, política é debate. "Você tem que às vezes subir o tom. Você tem que dizer: não entre aqui, este não é seu espaço. Então, as mulheres na socialização não são preparadas para o jogo da política como ele é exercido hoje”, explica Valeska. 

A deputada Maria do Rosário (PT-RS) já foi vítima desse tipo de violência. “Nós precisamos de mais mulheres na política, mas as mulheres muitas vezes não se sentem seguras o suficiente. Nas suas comunidades, elas são atacadas. São colocados impropérios, inverdades, mentiras sobre suas vidas, atacam os seus filhos. O que mais preocupa a mulher é quando atacam seus filhos e filhas”, afirma a parlamentar. 

Quando a violência política atingiu o filho da deputada Joice Hasselmann (PSDB-SP), ela conta como se sentiu fragilizada. “Meu filho recebeu montagens pornográficas com a própria mãe. Quando aquilo chegou ao miolinho da minha família, mexeu comigo. Me deixou muito fragilizada. E eu não tenho vergonha de dizer isso. Sou uma mulher muito forte, mas tenho o direito também de ser frágil, de estar frágil e eu estava muito fragilizada naquele momento”, relembra Joice.

  Importunação sexual

Além de ataques à aparência das mulheres e a difamação delas, há outras formas de violência. Como a que ocorreu na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), quando a deputada Isa Pena (PCdoB) foi vítima de importunação sexual pelo deputado Fernando Cury (União) em plenário. 

O parlamentar foi flagrado por uma câmera da Alesp abraçando a parlamentar por trás e passando a mão no seio dela. O deputado foi julgado pelo Conselho de Ética e teve o mandato suspenso por 180 dias. 

Mas casos de cassação de mandato nos conselhos de ética do Poder Legislativo por causa de violência política de gênero são praticamente inexistentes. Segundo a professora Valeska Zanello, a não punição desse tipo de abuso é uma proteção para os homens. 

“Essa casa dos homens, ela se reproduz em várias instituições. No Judiciário, inclusive. Acho que em todas as instituições de poder. Geralmente nessas instituições, a gente vai ter como público majoritário homens e homens brancos. São os primeiros a barrar aquilo ali como denúncia, porque eles se identificam não com a mulher que sofreu o assédio, a humilhação, mas com o homem que assediou.” 

Lei O combate a violência de gênero virou lei virou lei em 2021 (Lei 14.192/21), com pena de reclusão de um a quatro anos e multa. Caso a discriminação ou menosprezo seja em relação a cor, raça ou etnia, a pena aumenta em um terço até a metade. 

O projeto que deu origem a lei é de autoria da deputada Rosângela Gomes (Republicanos-RJ), que relembra violências sofridas no ambiente político de todos os tipos. 

“Fui vereadora na cidade de Nova Iguaçu (RJ) e também encontrei uma casa onde há mais de três legislaturas não tinha uma representação feminina, uma vereadora. E, quando eu cheguei, cheguei com muita dificuldade, muita luta, enfrentei muitas humilhações a ponto de ser chamada de macaca, de ser chamada de analfabeta, ao ponto de ter a última cadeira, a última mesa. Não tinha direito a gabinete”, recorda a parlamentar.

  Caminho

No Congresso Nacional, as parlamentares trabalham para tornar natural a participação feminina na política, como pontua a deputada Joice Hasselmann.

“O grande papel de nós mulheres no poder, chegando ao poder, é tornar mais fácil o caminho daquelas que vêm depois de nós. O meu sempre foi difícil, o de tantas mulheres também", lamenta a parlamentar.  Apesar das dificuldades, a deputada Maria do Rosário diz que desistir da política não é uma opção. “Minha obrigação aqui é não desistir. Desistir não está no meu vocabulário. Desistam eles, os machistas. Eu vim aqui para fazer o meu trabalho.” 

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*Da Agência Câmara de Notícias

Mulheres da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito entregaram uma carta de apoio às candidaturas petistas à Presidência e ao governo de São Paulo e à chapa de Márcio França (PSB-SP) ao Senado.

O documento, assinado por Nilza Valéria Zacarias e Fernanda Fonseca, da coordenação nacional da frente, foi enviado a Ana Estela Haddad, Lu Alckmin e Lucia França, mulheres do indicado pelo PT ao governo paulista, Fernando Haddad, do vice-candidato à Presidência na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) Geraldo Alckmin, e de nome pessebista ao Senado de São Paulo, Márcio França.

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A iniciativa nasceu após uma roda de conversa com mulheres evangélicas, na Casa de Mulheres que Levantam Mulheres, na zona sul de São Paulo, na última segunda-feira (12). Por lá, elas trocaram experiências sobre políticas públicas e falaram sobre a violência contra a mulher.

O documento afirma que as igrejas evangélicas e outras instituições religiosas podem colaborar com ações governamentais e aborda temas em defesa da mulher, como o fim do feminicídio e a paridade salarial com homens. A carta ainda diz que as mulheres evangélicas não querem ser tratadas "de forma diferente de nenhuma outra mulher brasileira, de qualquer credo religioso".

"O que toda mulher, de norte a sul do Brasil, precisa é de tranquilidade, de certeza que sairá para trabalhar e ao voltar encontrará seus filhos vivos", afirma o texto. "Inclusive, somos nós, mulheres, que sustentamos os espaços civilizatórios da sociedade brasileira. Mais da metade dos lares brasileiros são chefiados por mulheres. Nas igrejas, são as mulheres as principais contribuintes, as que mais trabalham, as que sustentam a missão de Jesus Cristo, de sermos sal e luz no mundo."

Segundo Valéria Zacarias, a Frente reconhece que os candidatos têm voz, mas preferiu ouvir as mulheres que já exerceram o papel de primeira-dama para compreender melhor como podem as evangélicas participarem mais da política e combater a violência contra as mulheres.

"Não deixem que, após o processo eleitoral, as mulheres sejam esquecidas no processo no governo", finaliza a carta.

Lucia França, vice da candidatura de Haddad ao governo de São Paulo, destacou a importância de São Paulo ser gerida por duas pessoas que vieram da educação, como ela e o ex-prefeito.

Ana Estela Haddad, também acadêmica, defendeu políticas sociais inclusivas e afirmou que a sociedade precisa avançar coletivamente. Lu Alckmin, por sua vez, falou da necessidade de mudar a realidade atual, de milhões de pessoas com fome.

Os ataques recentes contra a jornalista Vera Magalhães, cometidos pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus seguidores, como o deputado estadual bolsonarista Douglas Garcia, estão longe de serem casos isolados de agressões às mulheres ao longo dessa campanha política. Nos dois debates, de presidenciáveis e candidatos ao governo de São Paulo, assim como em entrevistas, as mulheres têm sido alvos constantes.

Na noite da terça-feira, 13, ao fim do debate entre os candidatos ao governo de São Paulo, Vera foi abordada por Douglas Garcia, que, usando um celular para gravar o ato, foi até ela e reiterou os ataques feitos pelo chefe do Executivo há duas semanas a chamando de "vergonha para o jornalismo brasileiro", em seguida, reproduziu uma falsa notícia sobre a remuneração anual dela na TV Cultura.

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Essa não foi a primeira vez que o deputado atacou Vera. Ainda neste ano, ao lado do pastor Silas Malafaia, acusou a jornalista de receber R$ 500 mil por ano da fundação ao qual pertence a TV Cultura para atacar o presidente Bolsonaro. No entanto, como mostrou o Estadão Verifica, Vera tem contrato vigente desde 2019 com a Fundação Padre Anchieta (FPA) e o pagamento mensal da jornalista é de R$ 22 mil, o que significa um valor anual de R$ 264 mil, pouco mais da metade do valor citado pelo pastor.

Debate

No debate entre os candidatos à Presidência, a vítima não foi apenas Vera. Bolsonaro atacou a também candidata Simone Tebet.

A candidata Soraya Thronicke defendeu tanto a jornalista quanto a adversária ao dizer que o presidente era o tipo de homem tchutchuca com outros homens e tigrão com as mulheres. O ataque às mulheres se tornou o tema do debate.

No dia seguinte ao debate, as duas candidatas foram alvos de ofensas por parte de bolsonaristas nas redes sociais. Elas foram alvo de ofensas, montagens e xingamentos em novas postagens de aliados do presidente.

Em um evento com mulheres no Rio Grande do Sul, o presidente voltou a se referir a Simone Tebet, dizendo que a senadora cobra defesa das mulheres, mas não atua nesse sentido quando tem oportunidade. "Essa mesma mulher, quando foram duas senhoras, a Nise Yamaguchi e a senhora Maíra (conhecida como Capitã Cloroquina), depor na CPI, elas foram esculachadas por pessoas sem caráter como Renan Calheiros, Omar Aziz e Randolfe Rodrigues. O que essa senadora fez? Nada", afirmou.

Mas, como mostrou o Estadão Verifica, Tebet não estava presente na comissão no dia em que a doutora Nise prestou depoimento. Nise Yamaguchi e Mayra Pinheiro defenderam o uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra a covid-19, como a cloroquina.

Entrevistas

Em recentes entrevistas, Bolsonaro também partiu para o ataque contra outras jornalistas. Em entrevista á Rádio Jovem Pan, no dia 6, o presidente se desentendeu com a jornalista Amanda Klein.

Após ser questionado sobre suspeitas de corrupção envolvendo seus familiares, o chefe do Executivo disse que a profissional estava fazendo "acusações levianas", perguntou se ela acredita em si mesma ao se olhar no espelho e mencionou a vida pessoal da jornalista. "Você é casada com uma pessoa que vota em mim, não sei como é seu convívio com ele na sua casa", afirmou. "Mas eu não tenho nada a ver com isso, não responde, por favor", completou.

"Você acredita na imprensa, Amanda? Você acredita em si mesma na frente do espelho?", questionou o presidente. Amanda havia citado reportagem sobre a suspeita de haver funcionários fantasmas no gabinete de Bolsonaro quando ele era deputado federal. "A minha vida particular não está em pauta", respondeu a jornalista.

No dia 31 de agosto, outro candidato bolsonarista foi protagonista dos ataques. Durante sabatina na TV Meio Norte, repetidora da Band em Teresina, o candidato a governador Silvio Mendes (União) - que tem o apoio do chefe da Casa Civil de Bolsonaro, Ciro Nogueira (PP-PI) - disse à jornalista Katya D’Angelles que ela é "quase negra, mas uma pessoa inteligente".

A jornalista questionou se o candidato ao governo do Piauí tinha planos para combater o feminicídio e em favor das minorias. "Eu imagino quantas discriminações você não sofreu. Você que é quase negra, na pele, mas você é uma pessoa inteligente, teve a oportunidade que a maioria não teve e aproveitou", foi a resposta dada.

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