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A Polícia Federal e a Força Nacional destruíram dois barcos clandestinos para pesca predatória e apreenderam armadilhas para peixes e redes de pesca durante patrulhamento, nesta quinta, 18, margens do rio Iguaçu, no trecho entre a Usina Hidroelétrica Baixo Iguaçu e a foz do rio Santo Antônio.

Os agentes percorreram quase 100 km de estradas rurais no perímetro do Parque Nacional do Iguaçu, fronteira com a Argentina.

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Segundo a PF, durante a 'ação foram fiscalizados 8 balneários turísticos e outras 9 propriedades rurais, sendo destruídas 2 embarcações clandestinas utilizadas na pesca predatória e apreendidas armadilha metálica para peixes e redes de pesca'. "As ações de combate a crimes ambientais ao longo do Rio Iguaçu, devem continuar durante o feriado e final de semana".

A Polícia Federal (PF) prendeu a ajudante de cozinha Ivanube da Silva Cruz, de 30 anos, com 5,3 kg de cocaína no Aeroporto Internacional dos Guararapes, na Zona Sul do Recife. A prisão, ocorrida na segunda-feira (15), foi divulgada na manhã desta quinta-feira (18) pela polícia.

Durante a manhã da segunda-feira, a PF realizava uma fiscalização de rotina para reprimir o tráfico internacional e doméstico de entorpecentes no aeroporto. Algumas bagagens de um voo oriundo de Manaus-AM foram submetidas aos aparelhos de raio-x e tabletes com conteúdo orgânico foram identificados em uma delas. A mala seguiu o curso normal na esteira e quando a proprietária retirou o objeto foi abordada por policiais para uma entrevista preliminar.

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Durante as perguntas feitas pelos policiais, ela não soube explicar o local em que ficaria hospedada e quanto tempo permaneceria no estado. Em seguida, os policiais fizeram a abertura da bagagem, encontrando os 5,3 kg de cocaína.

Em interrogatório, a mulher, residente de Porto Velho-RO, deu poucas informações, se limitando a dizer que recebeu a droga no aeroporto de Porto Velho para ser entregue a um traficante do Recife. Ela receberia R$ 3 mil pelo serviço. Ivanube foi autuada por tráfico interestadual de entorpecentes.

 

O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin foi ouvido hoje (16) pela Polícia Federal (PF) como testemunha em um inquérito que, segundo ele, investiga formação de cartel. A PF, entretanto, não confirmou a que inquérito se refere o depoimento de Alckmin.

“Fui colocado como testemunha do processo que envolve cartel no Brasil inteiro na área de energia, transporte, hidrelétricas. No que eu pude colaborar, colaborei”, disse o ex-governador a jornalistas, após o depoimento na PF. “Vim aqui como testemunha para ajudar nesse inquérito”, acrescentou.

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Alckmin chegou à sede da Superintendência da Polícia Federal em São Paulo por volta das 15h30 e deixou o local pouco antes das 18h, após falar rapidamente com a imprensa.

“Na área do cartel, temos um processo que movemos no caso da Siemens e de outras empresas, no qual o estado [de São Paulo] é vítima”, afirmou o ex-governador. Ele informou que entrou com processo judicial pedindo que o estado seja indenizado. “O processo está andando para o estado ser ressarcido”, acrescentou.

O ex-governador disse que as perguntas a que respondeu hoje foram “mais genéricas” e que o processo corre em segredo de Justiça.

O advogado Marcelo Martins de Oliveira informou que o depoimento prestado por Alckmin nesta terça-feira se refere a um inquérito policial da Delegacia Fazendária que está apurando questões relativas à formação de cartel. De acordo com o advogado, esse inquérito foi instaurado em 2011.

Outro processo

Ontem (15),em outro processo, a Justiça de São Paulo bloqueou bens, contas bancárias e veículos em nome de Alckmin e de quatro executivos ligados à empreiteira Odebrecht. Na decisão, o juiz da 13ª Vara de Fazenda Pública do Tribunal de Justiça de São Paulo Alberto Alonso Munoz requer o bloqueio de bens até o limite de R$ 39,7 milhões. O bloqueio foi pedido pelo Ministério Público de São Paulo

Nesta ação, Alckmin é acusado de ter recebido R$ 7,8 milhões da Construtora Odebrecht em doações não declaradas à Justiça Eleitoral para a campanha ao governo estadual em 2014. O valor não está corrigido.

Hoje, em entrevista a jornalistas, o ex-governador disse que a “medida foi injusta” e que vai entrar com recurso. “Estou confiando na Justiça”, disse ele. “Não houve caixa 1, caixa 2, nem caixa 3. Uma coisa totalmente injusta”, afirmou.

“A defesa do governador vai recorrer ao Tribunal da Justiça por entender que  a decisão de bloquear os bens não tem qualquer fundamento”, disse Oliveira. “Ele não cometeu qualquer desvio de conduta que justificasse uma medida dessa natureza”, acrescentou o advogado.

A Polícia Federal em Pernambuco (PF) autuou em flagrante duas mulheres que aplicavam golpe contra agência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em Escada, Zona da Mata do Estado. Judith Maria Batista de Lima, de 66 anos, e Josefa de Fátima Barros, 33, podem receber pena de até seis anos de prisão.

As duas mulheres foram presas na quarta-feira (10) quando tentavam reativar um benefício previdenciário de amparo ao idoso que já havia sido cancelado por fraude em março deste ano. Para solicitar a reativação, a dupla usava documentos falsos em nome de Judith Barbosa Militão da Silva.

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De acordo com a PF, a idosa informava que seu benefício havia sido suspenso e que queria reativá-lo para receber os valores atrasados. Os servidores da agência perceberam que em tal benefício constava dois pedidos de transferência para cidades da Paraíba e que foram apresentados, para saques anteriores, documentos de identidade de mesmo número e nome do titular, porém com fotos diferentes. Com os indícios de fraude, os servidores acionaram a Polícia Militar, que efetuou a prisão na agência do INSS de Escada.

A idosa possui diabetes e dificuldades de locomoção. Em interrogatório, ela afirmou que aceitou a proposta de um aliciador por estar passando por situação financeira difícil para comprar os remédios. Judith afirmou ainda que receberia R$ 300 por cada aposentadoria que sacasse e que esta não é a primeira vez que fazia saque ilegal. A segunda detida informou que seu papel era apenas de acompanhar a idosa e que receberia R$ 200.

Elas foram autuadas por uso de documento falso. Na audiência de custódia, a idosa teve a prisão preventiva confirmada, sendo encaminhada para a Colônia Penal Feminina. Já Josefa vai responder pelo crime em liberdade.

A Polícia Federal (PF) realizou na Paraíba, nesse domingo (7), uma operação para combater fraudes em concursos públicos federais. A ação foi denominada “Ponto Final”.

Quatro pessoas foram presas enquanto participavam da prova da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) para os cargos de administrador e assistente em administração. “As prisões ocorreram nas cidades de Rio Tinto e João Pessoa. Os candidatos presos utilizam instrumentos eletrônicos de recepção de dados, com objetivo de receberem, de terceiros, o gabarito de suas provas”, detalhou a PF.

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Segundo as autoridades, os acusados responderão pelos crimes de fraudes em certames de interesse público e organização criminosa. Somadas, as penas poderão chegar a 14 anos de reclusão.

 

A Receita Federal identificou que os dois servidores que acessaram dados do presidente Jair Bolsonaro e de seus familiares fizeram várias consultas ao longo de 2018 e em períodos que coincidem com datas importantes do calendário eleitoral, disse ontem ao Estadão/Broadcast o secretário da Receita Federal, Marcos Cintra. "Está comprovado e está nas mãos da polícia. Nem o secretário da Receita pode entrar e fuçar o que quiser."

De acordo com o secretário, dois acessos feitos no final de outubro não foram justificados e estão sob investigação.

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Foram levantados dados de irmãos e tios do presidente, além do próprio Bolsonaro. Em depoimento à Polícia Federal, um dos servidores investigados, Odilon Alves Filho, disse que fez apenas um acesso e consultou só dados cadastrais, por curiosidade. Ele é irmão da deputada Norma Ayub (DEM-SP).

A Receita abriu sindicância depois de a corregedoria ter sido informada que dados confidenciais do presidente e de vários CPFs relacionados à família dele estavam sendo acessados - os sistemas do órgão são monitorados e cada consulta é registrada. "Pedimos à PF que investigue se há ligações externas, se isso faz parte de um plano maior, se tem gente por trás", afirmou o secretário.

Cintra avisou Bolsonaro da sindicância no fim de janeiro e disse que o presidente pediu para dar andamento à investigação "como qualquer outro caso". O secretário teve vários encontros com Bolsonaro nos últimos meses. Na sexta-feira (5), o presidente escreveu no Twitter que os servidores procuravam "algo para vazar" e incriminá-lo antes das eleições.

Os acessos aos dados foram feitos em datas próximas a convenções de partidos, no início do segundo turno e logo depois do resultado das eleições, entre outros períodos. A PF foi acionada no fim de janeiro e, segundo apurou o Estado, está agora investigando a dimensão dos acessos e que dados os servidores, ambos administrativos, conseguiram levantar. Na quinta-feira (4), os policiais apreenderam computadores e ouviram os servidores. A operação está em andamento e o sigilo foi redobrado.

Sindicância

Foi aberto um processo disciplinar dentro do Fisco, que pode levar à suspensão ou exoneração dos investigados. Além de Alves, que trabalha em uma delegacia da Receita em Cachoeiro do Itapemirim, no Espírito Santo, é investigado também um segundo servidor vinculado à delegacia da Receita Federal de Campinas, que acessou dados em Sumaré, ambas cidades do interior de São Paulo. Os dois funcionários teriam agido de forma separada.

Apesar de não ser presidente na época, a consulta a dados de Bolsonaro já não poderia ser feita por servidores sem justificativa, já que, como deputado federal, ele era uma "pessoa politicamente exposta". Políticos e familiares fazem parte dessa lista em que há um controle ainda maior no sistema da Receita e, quando os dados são consultados, é gerado um alerta para o superior imediato do servidor.

De acordo com o advogado Yamato Ayub Alves, irmão de Odilon, ele admitiu ter feito um acesso a dados cadastrais do presidente, no dia 30 de outubro - dois dias depois do segundo turno das eleições presidenciais e quando já se sabia que Bolsonaro havia sido eleito presidente.

Ayub disse que o irmão acessou apenas dados do chamado sistema via, que permite consulta a nome, CPF e endereço, e não entrou em um segundo sistema da Receita que tem dados fiscais, como a declaração de Imposto de Renda do contribuinte. "Ele fez isso de forma ingênua, sem maldade. Não houve vazamento nem quebra de sigilo."

Segundo a deputada Norma Ayub, "Odilon é Bolsonaro doente". Ela afirmou que também fez campanha para ele ano passado. O servidor é agente administrativo da Receita na agência de Cachoeiro do Itapemirim. Ele ingressou no órgão em 1981 e recebe cerca de R$ 5 mil por mês. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou em silêncio nesta sexta-feira, 5, em audiência na Polícia Federal no Paraná, no âmbito de dois inquéritos criminais em que é citado. A defesa do petista alegou que não teve acesso aos autos, por isso ele não poderia responder às indagações da PF.

Em um inquérito, Lula é citado por suposta lavagem de dinheiro, corrupção e cartel em contratos da usina de Belo Monte. No outro, é apontado como beneficiário de propinas da Odebrecht na construção de navios sonda pela Sete Brasil.

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O ex-presidente cumpre pena de 12 anos e um mês de reclusão - no processo do triplex do Guarujá - em uma sala especial da PF em Curitiba desde abril de 2018.

Neste domingo, 7, ele completa um ano na prisão da Lava Jato.

Defesa

Em nota, o advogado Cristiano Zanin Martins, que defende Lula, afirmou que "o ex-Presidente Lula é o maior interessado na verdade dos fatos, porque não praticou qualquer ato ilícito. Mas o seu depoimento deve ocorrer dentro das regras do Estado de Direito e um dos pressupostos para isso é o conhecimento de todos os elementos já documentados ao longo da investigação, o que ainda não ocorreu, a despeito de termos obtido uma decisão liminar do Supremo Tribunal Federal para essa finalidade. Diante disso e de outros aspectos já formalizados nos autos, orientamos nesta data o ex-Presidente a prestar seus esclarecimentos após termos acesso a todos os documentos que instruem o inquérito policial, nos termos assegurados pela Súmula Vinculante nº 14, editada pelo Supremo Tribunal Federal, e pelo art. 7º, inciso XIV, do Estatuto do Advogado."

Policiais federais cumprem nesta terça-feira (26) dois mandados de prisão preventiva contra acusados de lavagem de dinheiro relacionado ao tráfico internacional de drogas. Também estão sendo cumpridos sete mandados de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro e Paraná.

A operação Tio Oculto identificou empresas do ramo alimentício constituídas nesses dois estados com o objetivo de lavar dinheiro do tráfico, ou seja, investir dinheiro ilícito em negócios lícitos de uma forma a dar uma aparência de legalidade a esses recursos.

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Segundo a Polícia Federal, a organização criminosa também constituiu empresas no Paraguai.

Quatro dias após ser preso, o ex-presidente da República Michel Temer (MDB) foi libertado e deixou a sede da Superintendência da Polícia Federal (PF) no Rio de Janeiro às 18h43 desta segunda-feira, 25, em um carro particular, com escolta da Polícia Federal. Ainda não foi confirmado para onde o ex-presidente seguirá, mas o trajeto indica ser o aeroporto Santos Dumont. Ele se submeteu a exame de corpo de delito na própria Superintendência da PF. Agora, possivelmente voltará para São Paulo, onde mora e foi preso.

O ex-ministro Wellington Moreira Franco e as outras seis pessoas que foram presas na última quinta-feira, 21, por ordem do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, e continuavam detidas também foram libertadas por decisão do desembargador Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2). Perante o TRF-2 foram impetrados na semana passada dois habeas corpus em favor de Temer e outros em favor de Moreira Franco e de outros detidos.

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Na sexta-feira, 22, Athié não havia decidido - apenas encaminhou o caso para julgamento pela 1ª Turma Especializada do TRF-2, do qual faz parte com outros dois desembargadores. O julgamento pelo colegiado ocorreria na próxima quarta-feira, 27, mas, segundo a assessoria de imprensa do TRF-2, Athié avaliou o caso durante o final de semana e decidiu conceder o habeas corpus a todos os presos - aos sete que haviam impetrado recurso e também ao único que não impetrou. Todos serão libertados nas próximas horas.

O caixa 2 foi o crime eleitoral mais investigado em 2018 pela Polícia Federal no País. Ao todo, o órgão abriu 1.188 investigações sobre esse delito, que representam 42% do total de apurações, superando a corrupção eleitoral, a chamada compra de votos (354 casos). Os dados da Divisão de Assuntos Sociais e Políticos da PF mostram ainda que, ao todo, foram instaurados no Brasil 2.792 inquéritos por crimes eleitorais no ano passado, um aumento de 150% em relação às eleições de 2014.

Os dados foram obtidos pelo Estado por meio da Lei de Acesso à Informação. "O caixa 2 é uma exceção na Justiça Eleitoral, em que a maioria dos crimes ainda é de pouca expressão, casos periféricos ou cometidos no interior, como a compra de votos", afirmou o procurador da República Pedro Barbosa Pereira Neto, que atua em São Paulo na área eleitoral. Entre 2006 e 2016, a maioria dos procedimentos eleitorais abertos pela PF estava relacionada à acusação de compra de voto.

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No entanto, é Justiça Eleitoral que deverá ter a atribuição, segundo decisão tomada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), de analisar todos os casos de corrupção cometidos em razão das eleições.

Previsto no artigo 350 do Código Eleitoral (Lei 4.737/65), o caixa 2 é punido com até cinco anos de prisão, sendo agravada quando o autor é funcionário público. "A investigação sobre caixa 2 é mais técnica. Deve-se fazer a prova da movimentação financeira e compará-la com o que foi declarado à Justiça Eleitoral", afirmou o delegado Edvandir Paiva, presidente de Associação dos Delegados de Polícia Federal. Para ele, não é só o caixa 2 que é um crime difícil de ser comprovado. O mesmo acontece com a compra de votos. "Quase sempre você só consegue a materialidade dela quando existe o flagrante."

O ex-juiz do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) André Jorge concorda que o problema é a dificuldade em se encontrar provas de caixa 2. "Ninguém comete crime de caixa 2 à luz do dia."

Em razão das dificuldades para tornar uma investigação em um processo criminal, o Ministério Público Eleitoral tem apostado em ações pedindo a cassação dos mandatos dos infratores eleitos. "Isso é muito mais efetivo do que se brigar pela condenação criminal, que só vai tornar o político inelegível no futuro, em razão da Lei da Ficha Limpa", afirmou o procurador.

Dificuldade

A dificuldade para a apuração dos crimes eleitorais pode ser medida por outro dado obtido pelo Estado. A Polícia Federal demora em média um ano para concluir a investigação de uma denúncia de crime eleitoral. O total de casos solucionados em cada ano representa em média 90% do número de inquéritos abertos para apurar esses crimes. Em 2018, por exemplo, em 58,2% dos casos não foram encontrados indícios da existência do crime ou de sua autoria. Em 34,3%, os acusados foram indiciados.

Para o delegado e o procurador, uma das razões principais para isso acontecer é o denuncismo eleitoral. Políticos adversários se denunciam mutuamente para usar as investigações em seus palanques. "Tudo para provocar desgaste no adversário", disse o procurador.

O número de casos concluídos com o indiciamento de acusados, no entanto, vem crescendo no País. Em 2015, eles somavam 26,8% do total e, neste ano, já são 35% - em menos de 3 meses já foram abertas 609 investigações pela PF.

Para o advogado Anderson Pomini, especialista em direito eleitoral e ex-secretário municipal de Justiça de São Paulo, esses números jogam por terra o argumento que a Justiça Eleitoral tem estrutura para julgar os crimes eleitorais. Para ele, "a Polícia Federal não está conseguindo dar vazão". "Não tem estrutura. Os crimes eleitorais, na ordem de importância da PF, se tornam subsidiários."

No caso da Justiça Eleitoral, o Ministério Público Eleitoral tem em São Paulo apenas 2 procuradores da República - nos outros Estados há apenas um procurador designado para os tribunais eleitorais. "O STF quis nos colocar como responsáveis pelo combate à corrupção no País. Estamos sobressaltados sobre o que vai acontecer", afirmou o procurador da República. Para ele, a Justiça Eleitoral sempre foi uma jurisdição de menor importância.

Além do caixa 2 e da compra de votos, os crimes que mais foram investigados no País em 2018 foram o registro falso de eleitor, a propaganda ilegal e a violação do sigilo do voto. Em terceiro lugar no ranking, o registro falso de eleitor provocou a abertura de 275 inquéritos, seguido pela propaganda irregular (258) e pela violação do sigilo, com 81 casos - crime ligado ao fenômeno do uso de celular para fotografar a urna eletrônica. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em depoimento à Polícia Federal, no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, o executivo ligado à Engevix José Antunes Sobrinho declarou que o empresário Rodrigo Neves, preso na operação que também capturou o ex-presidente Michel Temer (MDB), se apresentava como pessoa próxima ao ex-presidente do Senado Eunício Oliveira (MDB-CE). Relatório da PF anexado à investigação da Operação Descontaminação, deflagrada na quinta-feira (21) contra propinas nas obras da usina de Angra 3, apontou que Rodrigo Neves foi sócio do ex-senador em duas empresas.

A desembargadora Simone Schreiber, plantonista do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, acolheu neste sábado (23) o habeas corpus impetrado pela defesa de Rodrigo Castro Alves Neves e mandou soltar o empresário.

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A Lava Jato afirma que Rodrigo Neves foi responsável por intermediar o pagamento de vantagem indevida exigida pelo coronel reformado da Polícia Militar de São Paulo João Baptista Lima Filho, o coronel Lima, a José Antunes Sobrinho

De acordo com a investigação, foram transferidos R$ 1 milhão da empresa Alumi para a empresa PDA Arquitetura e Engenharia, controlada pelo coronel amigo de Temer.

Durante o contrato de projeto de engenharia eletromecânico 01, da usina nuclear de Angra 3, afirmam os procuradores, o coronel Lima pediu a Antunes Sobrinho o pagamento de propina, supostamente em benefício de Temer.

O Ministério Público Federal aponta que a propina foi paga no final de 2014 com transferências totalizando R$ 1,091 milhão da empresa Alumi Publicidades para PDA .

O depoimento de José Antunes Sobrinho foi prestado em junho de 2018 ao delegado da Polícia Federal Cleyber Malta Lopes. O delator declarou que conheceu Neves em 2013 e acreditava que ele era sócio da Alumi.

Segundo o empresário, Rodrigo Neves teria se aproximado dele demonstrando interesse em parceria comercial com a Inframérica, consórcio vencedor e responsável pela concessão e reforma do Aeroporto Internacional de Brasília da qual ele era presidente na época.

"O depoente nunca se encontrou com nenhum outro representante ou sócio da empresa Alumi; que Rodrigo Neves se apresentava também como pessoa próxima do senador Eunício Oliveira, sendo que Rodrigo Neves dizia que estava disposto a colaborar com os negócios do Aeroporto de Brasília, sendo ele quem levou a melhor proposta para exploração da mídia externa do aeroporto de Brasília, no caso em questão, da empresa Alumi", declarou José Antunes Sobrinho.

A PF apontou no relatório que, em 2014, a Alumi, por intermédio de Rodrigo Neves, conseguiu contratar com a Inframérica um contrato privado no valor de R$ 24 milhões para explorar serviço de publicidade e mídia externa do Aeroporto Internacional de Brasília por um período de 6 anos. José Antunes Sobrinho relatou que por conta desse contrato teria solicitado que Rodrigo Neves quitasse um compromisso de aproximadamente R$ 1 milhão com o coronel Lima.

"Esclareceu sobre a situação para Rodrigo Neves, tendo falado para ele que se tratava de quitação de um compromisso assumido pelo depoente para auxiliar o MDB e o vice-presidente Michel Temer; o qual estava sendo cobrado reiteradamente por João Batista Lima Filho", contou o delator.

No relatório, a PF anotou que chamou atenção o fato de Rodrigo Neves ter sido sócio juntamente com o senador Eunicio Lopes de Oliveira em pelo menos 2 empresas. Na avaliação dos investigadores, isto corroboraria o depoimento de Sobrinho no que tange à influência política de Ricardo Neves.

"Outro fato que chamou atenção é a respeito da pessoa de Ricardo Neves, o mesmo seria o responsável por intermediar o contrato de R$ 24 milhões entre a Alumi e a Infraamérica para explorar serviço de publicidade e mídia externa do Aeroporto Internacional de Brasília por um período de 6 anos. Ricardo Neves já foi sócio do atual senador da República, Eunício de Oliveira, em pelo menos duas empresas, podendo corroborar com o depoimento de Sobrinho no que tange à influência política de Ricardo Neves", apontou a PF.

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (21), uma operação para investigar desvios de recursos públicos relacionados a um convênio firmado entre a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), através da Superintendência de Infraestrutura (SUINFRA), e a Fundação de Apoio à UFRGS, que concede bolsas a estudantes da instituição.

A chamada Operação Alforje, que significa um tipo de bolsa composta por dois compartimentos, distribuídos de forma que o peso de um seja contrabalanceado pelo do outro, contou com a atuação de 40 policiais federais, responsáveis por cumprir 11 mandados de busca e apreensão, em Porto Alegre, Viamão e Gravataí. Foram apreendidos arquivos digitais, documentos e celulares. Cinco servidores foram afastados dos cargos pela Justiça Federal, que também determinou bloqueio nas contas e veículos dos investigados.

A suspeita é que mais de 100 pessoas estariam sendo favorecidas pela aplicação irregular de recursos do convênio, que estabeleceu repasse de R$ 11,4 milhões à FAURGS para elaboração de projetos nas áreas de engenharia e arquitetura, entre 2015 e 2017. A PF apura se os pagamentos foram feitos irregularmente, em favor de beneficiários selecionados sem critérios técnicos.

Os suspeitos podem responder por peculato, falsidade ideológica e associação criminosa, entre os relatos estão o de envolvidos que já haviam se formado, mas que ainda assim continuavam recebendo os recursos da instituição.

A Polícia Federal indiciou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu filho, Luís Cláudio, por supostos crimes de lavagem de dinheiro e tráfico de influência. A investigação, que é abastecida pela delação da Odebrecht, mira pagamentos à empresa de marketing esportivo Touchdown, de propriedade de Luís Cláudio. Segundo a PF, a empresa teria recebido R$ 10 milhões em alguns anos "apesar de seu capital social de R$ 1 mil".

As informações foram reveladas pelos repórteres Bruno Tavares e Robinson Cerântula, da TV Globo, e confirmadas pelo jornal O Estado de S. Paulo.

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A juíza da 4.ª Vara Criminal de São Paulo, Bárbara de Lima Issepi, remeteu o caso para uma das varas especializadas em lavagem de dinheiro.

A investigação tem origem na delação de executivos ligados à Odebrecht. Eles afirmam que Lula teria mantido contato com a empreiteira para beneficiá-la no governo Dilma Rousseff, e, "como contrapartida, a empresa ficaria responsável por financiar projetos pessoais de seu filho, Luis Cláudio".

Consta nos autos que "a partir disso, Alexandrino Alencar (Odebrecht) teria procurado a empresa 'Concept', com o intuito de beneficiar a empresa de Luis Claudio, Touchdown, a desenvolver o futebol americano no Brasil".

"Adalberto Alves, representante da Concept, por sua vez, afirmou que a empresa foi principalmente remunerada pela Odebrecht, contudo prestou serviços para a empresa Touchdown: segundo consta, a Odebrecht teria arcado com valor aproximado de R$ 2 milhões, ao passo que a Touchdown teria desembolsado aproximadamente R$ 120 mil".

A juíza anota que "apesar das expressivas quantias pagas, não houve sequer a formalização de qualquer contrato".

"Por sua vez, a empresa Touchdown teria comprovado o pagamento de aproximadamente R$ 150 mil. A autoridade policial ainda aponta outros elementos que, no seu entendimento, possuem severas inconsistências."

Segundo a PF, "a empresa Touchdown recebeu ao longo dos anos vultuosas quantias (mais de R$ 10 milhões) de grandes patrocinadores, apesar de seu pequeno capital social, de apenas R$ 1 mil (fl. 317); os serviços prestados pela empresa Concept estão aproximadamente 600% acima do valor de mercado, haja vista que, segundo afirmado por Adalberto, os custos da atividade realizada seriam em torno de R$ 300/400 mil".

"Há indícios de utilização de intermediários ('laranjas') para o pagamento de valores suspeitos. A esse respeito, destaque-se o pagamento de R$ 846 mil, apenas no ano de 2013, a empresa com capital social de R$ 1,00, cujo objeto social diz respeito à animação de festas (recreação, e fabricação de doces e salgados). Segundo a Autoridade Policial, a representante desta empresa (Roseane Matos), antes de começar a receber valores da Touchdown, possuía renda mensal de apenas um salário mínimo". Conforme a Autoridade Policial, a própria Confederação Brasileira de Futebol Americano (fl. 474) nunca obteve um patrocínio anual, tampouco investimentos que se protraíssem por anos, de expressivos valores, e sem ter havido sequer formalização por meio de contrato, caso dos benefícios que teriam sido auferidos pela Touchdown", afirma a PF.

Consta nos autos que a "Receita Federal viu indícios de irregularidade nas transações em questões, entendendo caracterizada possível omissão de receitas pela Touchddown".

A juíza anota que "causou estranheza à Autoridade Policial que a Touchdown comprove pagamentos apenas a partir de 03/12/2012, ao passo que os serviços já eram prestados ao menos desde 16/03/2012, bem como, desde 02/05/2012, a Odebrecht já estar realizando pagamentos à Concept".

"No caso dos autos, haveria, ao menos em tese, condutas destinadas a ocultar ou dissimular a origem de valores provenientes de infração penal, tais como pagamentos parciais com a intenção de oferecer aparência de licitude, triangulação de valores, utilização de interpostas pessoas, entre outras práticas", escreve a magistrada.

Defesa

Em nota, o advogado Cristiano Zanin Martins, que defende Lula, afirmou que "o relatório produzido pela autoridade policial não tem qualquer implicação processual e muito menos afasta a garantia constitucional da presunção de inocência em favor do ex-Presidente Lula e de seu filho Luis Claudio.

Trata-se de mero documento opinativo, com enorme fragilidade jurídica e distanciamento da realidade dos fatos, que dá sequencia ao 'lawfare' praticado contra Lula e seus familiares.

Lula jamais solicitou ou recebeu, para si ou para terceiros, qualquer valor da Odebrecht ou de outra empresa a pretexto de influir em ato da ex-Presidente Dilma Rousseff ou de qualquer outro agente público. Tampouco teve qualquer atuação nas atividades da TOUCHDOWN, empresa de titularidade de seu filho Luis Claudio que organizava um campeonato nacional de futebol americano.

Luis Claudio, por seu turno, comprovou serem mentirosas as afirmações de delatores da Odebrecht. A empreiteira jamais suportou os custos de fornecedores da TOUCHDOWN. Especificamente no caso do grupo CONCEPT, referido por tais delatores, Luis Claudio apresentou o contrato de prestação de serviços firmado com a TOUCHDOWN e comprovou ter feito todos os pagamentos dos honorários contratados e das despesas incorridas durante a prestação dos serviços.

Espera-se que o Ministério Público Federal de São Paulo, a quem cabe a análise do material, siga a lei e encerre o caso em relação ao ex-Presidente Lula e a Luis Cláudio, tendo em vista que eles não praticaram qualquer ato ilícito."

Um ano e dez meses após apreender um celular de Andrea Neves, irmã do deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG), a Polícia Federal ainda não conseguiu acessar os dados do aparelho. Numa última tentativa, o iPhone foi enviado para os Estados Unidos na esperança de que parceiros consigam descobrir a senha capaz de desbloqueá-lo.

Andrea foi presa em maio de 2017, na Operação Patmos, acusada de pedir propina a Joesley Batista, da J&F, no valor de R$ 2 milhões, em benefício de Aécio. Na época da suposta transação, o tucano era senador e presidente nacional do PSDB. Ambos foram denunciados pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) em abril de 2017. Atualmente, ela responde o processo em liberdade.

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Segundo a reportagem apurou, a irmã de Aécio não irá repassar a senha de acesso do seu celular aos investigadores. O motivo: não é obrigada a produzir provas contra ela mesma e, se a Polícia quiser acessar seus dados, terá de descobrir a senha sozinha. Procurada, a defesa de Andrea disse que não iria comentar o assunto.

A PF tenta acessar o conteúdo gravado no celular de Andrea desde o dia 18 de maio de 2017, quando apreendeu dois iPhones e um iPad na casa dela, em um condomínio de luxo em Brumadinho (MG). Dos três aparelhos, dois tiveram os dados extraídos, mas um deles segue imune às investidas.

O desbloqueio poderia ajudar na continuidade de investigações sobre os repasses da JBS ao parlamentar e à irmã dele, mas as apurações avançam independentemente disso.

Em um dos relatórios abordando essa dificuldade, um delegado citou o bloqueio com "código de usuário com número de dígitos indeterminado". E informou que os equipamentos disponíveis só conseguem desbloquear iPhones com sistema operacional somente até o iOS 7. O telefone da irmã de Aécio é posterior: iOS.3.1. O que, escreveu, "impossibilitava, à época dos exames, o acesso ao conteúdo do aparelho sem que haja o fornecimento deste código de usuário".

Para Evandro Lorens, da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais, não existem celulares blindados. "O que pode tornar o acesso aos dados e a análise mais complexa é uma combinação de fatores, como as configurações de segurança, a complexidade das senhas, entre outros", disse.

A posição de Andrea difere da adotada por seu primo, Frederico Pacheco. Alvo da mesma operação, ele entregou a senha do celular - o que a defesa ressaltou como "postura colaborativa". O primo foi flagrado por ações controladas da PF recebendo dinheiro em espécie de um representante da J&F. O valor seria para Aécio. O deputado sempre negou a acusação e diz que pegou dinheiro empresado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O delegado da Polícia Federal Alessandro Netto Vieira informou ao juiz Luiz Antonio Bonat, da 13.ª Vara Criminal Federal de Curitiba, novo magistrado da Operação Lava Jato, que o ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza será transferido para 'uma cela individual, normalmente usada para presos femininos e que se encontra ociosa'.

A defesa do operador do PSDB relatou ao juiz que ele estava em uma cela de nove metros quadrados, com outros 11 presos, na Superintendência da PF, em Curitiba, e pediu a transferência para o Complexo Médico Penal, em Pinhais - região metropolitana da capital paranaense.

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Os advogados do ex-diretor ressaltaram que na mesma cela haviam 'presos acusados de toda sorte de crimes (inclusive hediondos), em local absolutamente insalubre, onde não é possível nem mesmo sentar ou deitar durante todo o dia e/ou noite'.

Vieira de Souza foi preso em 19 de fevereiro pela Lava Jato do Paraná. O ex-diretor da Dersa ficou custodiado em São Paulo para acompanhar audiências de um processo na Justiça Federal paulista até a quarta-feira, 13, quando foi transferido para Curitiba.

Ao magistrado, o delegado relatou que 'tão logo recebido o preso Paulo Vieira nesta unidade de policia, foi ele encaminhado à carceragem onde ficou recolhido com o demais presos em situação absolutamente normal, porém separado da ala onde se encontram os presos decorrentes da operação Lava Jato, posto que em tal ala remanescem apenas presos que ostentam a condição de delatores'.

"Considerando as condições pessoais de Paulo Vieira noticiadas na petição retro e para evitar o acúmulo de presos em um único ambiente, será ele então, ainda na data de hoje, colocado em uma cela individual, normalmente usada para presos femininos e que e encontra ociosa", comunicou o delegado.

Alessandro Netto Vieira destacou que 'paralelamente, já estão sendo feitos contatos com o sistema prisional do Estado para providenciar a remoção dele (Vieira de Souza), visto preencher os requisitos de ser um preso preventivo e sem intenção de promover acordo de colaboração premiada'.

O ex-diretor da Dersa foi indiciado pela PF por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha na quinta-feira, 14.

A Lava Jato afirma que o ex-diretor da Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa), responsável por empreendimentos bilionários de governos do PSDB em São Paulo, disponibilizou, a partir do segundo semestre de 2010, R$ 100 milhões em espécie ao operador financeiro Adir Assad, no Brasil.

Assad entregou os valores ao Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, aos cuidados do doleiro Álvaro José Novis - que fazia pagamentos de propinas, a mando da empresa, para vários agentes públicos e políticos, inclusive da Petrobrás.

"Esse, por sua vez, repassou o dinheiro, ainda no exterior, mediante a retenção de comissões, diretamente a Paulo Vieira de Souza, ou, por vezes, a doleiros chineses, que se encarregavam de remeter os valores, também por meio de instituições bancárias estrangeiras, ao representado (Paulo Vieira de Souza)", narrou a Lava Jato.

A Procuradoria da República afirmou ainda que o ex-diretor da Dersa manteve R$ 131 milhões em quatro contas no banco Bordier & CIE, de Genebra, em nome da offshore panamenha Groupe Nantes SA, da qual o operador é beneficiário econômico e controlador. As contas foram abertas em 2007 e mantidas até 2017.

Antes de ser pego pela Lava Jato do Paraná, o operador do PSDB estava em recolhimento domiciliar integral e monitoramento por meio de tornozeleira eletrônica desde setembro do ano passado. A decisão havia sido tomada pelos ministros da Segunda Turma do Supremo após a prisão de Paulo Vieira de Souza pela Lava Jato de São Paulo.

Em um dos processos da Lava Jato SP, Vieira de Souza pegou 27 anos de prisão (sete anos e oito dias em regime fechado e 20 anos de detenção em regime semiaberto e aberto) por cartel e fraude à licitação. Em outra ação, o ex-diretor foi condenado a 145 anos e oito meses de prisão por peculato, inserção de dados falsos e associação criminosa.

Em 1º de março, Vieira de Souza virou réu pela terceira vez na Lava Jato SP. O juiz Diego Paes Moreira, da 6.ª Vara Criminal Federal, recebeu uma denúncia da força-tarefa contra o ex-diretor da Dersa por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Quando Paulo Vieira de Souza foi preso no dia 19 de fevereiro, o PSDB declarou:

"O PSDB de São Paulo esclarece que não é parte no processo em questão e não mantém qualquer tipo de vinculo com o sr. Paulo Vieira, jamais recebeu qualquer contrapartida de empresas nem autorizou terceiros a fazê-lo em seu nome. Os recursos recebidos pelo partido, em período eleitoral ou não, foram doados de maneira absolutamente legal e declarados à Justiça Eleitoral, respeitando a legislação vigente."

"A Executiva Nacional do PSDB não foi informada sobre os detalhes do caso, mas reitera seu apoio e confiança na justiça brasileira, em vista dos esclarecimentos prestados pelo ex-senador Aloysio Nunes".

A Polícia Federal desenvolveu nos últimos anos uma metodologia de investigação para identificar os usuários da dark web, parte da internet cujo acesso é possível apenas com tecnologia que esconde a identificação do usuário. A utilização da dark web pelo dois atiradores para planejar o massacre na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, na Grande São Paulo, que terminou com dez mortos e 11 feridos, na quarta-feira, 13, é uma das linhas de investigação do Ministério Público de São Paulo.

O núcleo de investigações cibernéticas do MP paulista vai apurar se Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, e o adolescente G.T.M., de 17 anos, responsáveis pelo ataque, mantiveram contatos em fóruns da dark web com pessoas que contribuíram no planejamento do crime ou no fornecimento das armas. A ação dos dois foi comemorada em um fórum localizado nessa parte da internet, que conta com um sistema de acesso específico que busca dificultar a identificação e os rastros dos seus usuários por meio de ferramentas como criptografia e embaralhamento de IPs, espécie de "CEP" do usuário na rede.

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O jornal O Estado de S. Paulo falou com investigadores e peritos com experiência nesse tipo de investigação que confirmaram se tratar de um tipo de apuração muito complexa. Segundo eles, não há anonimato na rede e é possível encontrar e identificar os criminosos que se escondem na dark web.

A principal dificuldade nesses casos, segundo relato de peritos criminais ao Estadão, é mapear a "infraestrutura" envolvida na hospedagem e armazenamento dos dados. Como o IP, responsável por identificar quem é o usuário da rede, fica sobreposto por várias camadas de "protocolos", é necessário um trabalho exaustivo para identificar os servidores em que as informações se encontram. Após o mapeamento, é necessário conseguir autorização para acioná-los. De posse da autorização judicial, começa, diz um investigador, a apuração tradicional.

Com a ajuda de ferramentas desenvolvidas pela própria PF, como o Iped, esses dados, normalmente em grandes quantidades, são espelhados e se dá início ao trabalho de análise.

Histórico

 

Em 2014, pela primeira vez na América Latina, a PF conseguiu mapear usuários da dark web que se valiam do anonimato para disseminar pornografia infantil. A operação batizada de Darknet resultou na prisão de 55 pessoas em 18 estados e no Distrito Federal. Além disso, os investigadores brasileiros conseguiram avisar outros cinco países - Portugal, Itália, Colômbia, México e Venezuela - sobre o envolvimento de seus cidadãos no esquema.

"Apesar da triste realidade de encontrarmos tantos abusadores, também é uma conquista para a sociedade a possibilidade de podermos investigar esses crimes", disse à época a delegada Diana Calazans Mann. "Poucas polícias no mundo obtiveram êxito em investigações na dark web, como o FBI, a Scotland Yard e a Polícia Federal Australiana", disse a PF em nota divulgada em novembro de 2016, após a segunda fase da operação.

A juíza Gabriela Hardt, da 13.ª Vara Criminal Federal de Curitiba, prorrogou o inquérito que investiga o ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza - apontado pela Lava Jato como operador de propinas do PSDB e da Odebrecht - por suposta lavagem de dinheiro. A decisão acolhe pedido da Polícia Federal, que investiga o caso. O prazo para o término desta investigação era terça-feira passada, dia 5 de março. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um passageiro alemão de 61 anos morreu, nessa terça-feira (5), durante viagem em um avião da LATAM. De acordo com informações da Polícia Federal, Horst Gerard Elsner partiu de Guarulhos-SP rumo ao Recife.

Segundo a PF, passageiros informaram que a vítima estava acompanhada de uma amiga polonesa e, de repente, passou mal dentro da aeronave. O alemão chegou a ser atendido por uma médica e enfermeiros que estavam no avião, mas acabou falecendo por volta das 18h20.

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Quando o avião pousou no Aeroporto Internacional dos Guararapes, a PF foi acionada para iniciar as investigações. A Polícia Civil de Pernambuco também foi chamada para que o corpo passe por uma perícia.

“Caso seja constatada que a morte foi provocada por infarto ou por outro tipo que tenha causas naturais, a investigação se dará por concluída, porém se as circunstâncias da morte tiverem uma conotação criminosa, a Polícia Federal ficará à frente das investigações em virtude de o episódio ter ocorrido à bordo de uma aeronave”, informou a PF.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, afirmou que a investigação conduzida pela Polícia Federal sobre a facada ao presidente da República, Jair Bolsonaro, ainda não está concluída. Segundo o ministro, a audiência agendada para as 17 horas desta segunda-feira, 25, entre ele, Bolsonaro e o diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, é para informar ao presidente o resultado até aqui da apuração.

"Ainda está em andamento. O presidente é a vítima, então é interessado. Então, será apresentado a ele o resultado da investigação até o momento", disse Sérgio Moro, nesta segunda-feira, na saída de um seminário sobre segurança pública em Brasília.

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Além dos três, estarão na reunião o delegado responsável pelo caso, Rodrigo Morais, e o superintendente da PF em Minas Gerais, o delegado Cairo Costa Duarte. O teor do relatório da PF até o momento ainda não foi divulgado.

O ataque ao presidente da República foi feito no dia 6 de setembro de 2018, durante a campanha eleitoral, por Adélio Bispo, que está preso desde então.

Em vídeo gravado quando ainda estava internado para retirar a bolsa de colostomia, Bolsonaro cobrou da PF uma resposta sobre o caso. No vídeo, o presidente citou a necessidade de a corporação dar uma resposta para o caso "nas próximas semanas".

Uma operação conjunta das Polícias Federal de Pernambuco e da Paraíba resultou na prisão de Hilton Dias de Araújo, conhecido pelas alcunhas de Gordo do Parage, Gordo Ito e Histonas, de 38 anos, que era procurado pela Justiça paraibana. Hilton foi preso no famoso Edifício Holiday, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, na sexta-feira (22).

O suspeito é apontado como participante de uma explosão de terminal eletrônico da Caixa Econômica Federal (CEF) e assalto a uma joalheria em shopping de Campina Grande-PB. Durante o crime no shopping, os criminosos chegaram a fazer reféns. Quatro pessoas envolvidas na ação já foram presas anteriormente.

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A PF deu voz de prisão a Hilton no apartamento em que estava residindo no Edifício Holiday. Ele não esboçou reação. Na ocasião, o procurado estava usando identidade falsa no nome de Silvino Gomes da Silva Neto. Com o homem, a polícia apreendeu celular, relógio e roupas que podem ter sido utilizadas no assalto.

Ele foi encaminhado para audiência de custódia, onde teve a prisão preventiva decretada. Em seguida, Hilton foi transferido ao estado da Paraíba.

 

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