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O Conselho de Graduação da Universidade de São Paulo (USP) aprovou a implantação de um novo sistema de ingresso de novos estudantes aos cursos de graduação da instituição por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A decisão foi tomada nesta quinta-feira (20), durante a reunião do Conselho que aprovou a medida por unanimidade.

Com a determinação, a partir deste ano (para ingresso em 2023), os candidatos serão convocados diretamente pela Fuvest pelas notas que obtiverem nas provas do Enem. A nova forma de ingresso se chamará Enem-USP. Até o ano passado, a USP utilizava o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), ligado ao Ministério da Educação (MEC), para selecionar os estudantes.

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Segundo a USP, o objetivo da alteração é possibilitar que o estudante aprovado via Enem possa efetuar sua matrícula juntamente com o ingressante pela Fuvest, não dependendo do sistema e do calendário do Sisu.

“A Fuvest, ao administrar as chamadas das duas formas de ingresso, consegue fazer com que o processo seja simultâneo, o que facilitará a integração e favorecerá o desempenho acadêmico dos novos estudantes, mas também contribuirá com o trabalho das comissões de heteroidentificação [responsável pela averiguação da autodeclaração dos candidatos convocados para matrícula nas vagas reservadas para pretos e pardos]”, destacou o pró-reitor de Graduação da USP, Aluísio Segurado.

A Universidade de São Paulo (USP) se classificou em primeiro lugar entre as universidades da América Latina segundo o ranking do THE World University Rankings 2023 (O Ranking de Universidades do Mundo), divulgado pela consultoria britânica Times Higher Education (THE) na terça-feira (11).

O THE World University Rankings avalia as universidades de todo o mundo em 13 fatores que são agrupados em 5 grandes categorias, sendo elas a qualidade de ensino, a inovação, internacionalização, pesquisa (em questão de volume, investimento e reputação) e citações (influência da pesquisa). Destas categorias, a USP ficou entre as 100 melhores instituições do mundo em duas delas, pesquisa e ensino, ficando em 74º e 88º lugar respectivamente.

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A faculdade paulista obteve a melhor posição do ranking entre as indicações latinas, no 201-250 lugar. É o terceiro ano consecutivo que a instituição mantém sua pontuação no ranking. Ela se iguala a faculdades como a Universidade da Coreia (Coreia), Universidade de Waterloo (Canadá), Universidade de Surrey (Reino Unido) e Universidade de Tel Aviv (Israel). 

Além dela, outras 61 universidades brasileiras entraram no ranking de 2023. A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) ficou em segundo lugar entre as melhores do Brasil, atrás da USP, com o grupo entre 401-500. Foram cerca de 1800 instituições de ensino superior em 104 países analisados nesta edição.

O pódio se fez com a Universidade Oxford (Reino Unido) em primeiro lugar, Universidade Harvard (Estados Unidos) em segundo e a Universidade Cambridge e Universidade Stanford ambas do Estados Unidos e empatadas em terceiro lugar. O top 10 conta com 7 faculdades norte-americanas.

A THE divulgou outros rankings este ano onde a USP também teve boa classificação. São eles a THE Latin America University, um ranking só para instituições da América Latina, e o THE University Impact, que analisa a contribuição, pesquisa, divulgação e governança das universidades com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). A instituição de São Paulo ficou em 2ª e 62ª posição, respectivamente, a última com empate junto à University College Cork na Irlanda.

Desta quinta-feira (1º) até o sábado (3), a Universidade de São Paulo (USP) irá realizar a edição 2022 da Feira de Profissões, oportunidade criada para que vestibulandos possam conhecer as opções de cursos superiores da instituição. O evento será realizado das 9 às 17 horas, na Praça do Relógio, no campus da Cidade Universitária em São Paulo. 

Para participar, basta comparecer ao local acompanhado de documentos ou certificados que comprovem a vacinação contra o Covid-19. O principal objetivo da Feira é apresentar a vida acadêmica da universidade aos estudantes, com a divulgação de informações importantes que os auxiliem em uma escolha correta de qual curso realizar.

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A programação também incluirá atividades científicas e culturais, além da integração dos estudantes na comunidade universitária. Alguns exemplos de atividades, são o Show de Física, Química em Ação, Célula Gigante, Museu de Anatomia, Orientação Profissional, Giro Cultural, Bolsas Auxílios USP, Salas de Bate Papo, Atividades de Canto e o Cinusp, com a exibição de filmes, entre outras.

Os brasileiros dormem muito mal, e a pandemia de covid-19 pode ter contribuído para agravar ainda mais o problema. A conclusão é de um novo estudo, feito por cientistas da USP e da Unifesp e publicado na Sleep Epidemiology, segundo o qual 65,5% da população relata problemas relacionados ao sono.

As mulheres são as mais afetadas: respondem por um terço dos casos, um dado recorrente em outros estudos nacionais e internacionais. Sofrem muito também os viciados em mídias sociais, que não conseguem deixar de lado os smartphones nem na hora de ir para a cama. O novo trabalho revelou também um dado inédito: um aumento dos problemas de sono entre homens jovens, o que costuma ser raro. Os cientistas dizem que mais estudos são necessários para entender o novo dado, mas acreditam que as incertezas trazidas pela pandemia podem ser uma razão.

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"Nesse grupo (65,5%), estão incluídas as pessoas que têm distúrbios do sono, mas também outras que dormem mal pelas mais diversas razões, como estar acompanhado de alguém que ronca muito, por exemplo", contou Dalva Poyares, da Unifesp, uma das autoras do estudo. "Ou seja, não quer dizer que, necessariamente, todos eles tenham um problema de saúde."

Os chamados transtornos do sono são, basicamente, apneia, síndrome das pernas inquietas, narcolepsia e, o mais comum de todos, insônia. Mas as pessoas podem ter um sono ruim por vários outros fatores, como explicam os especialistas, que podem ir desde depressão e ansiedade até um ambiente barulhento ou um colchão ruim. No caso dos transtornos, lembram os médicos, existem tratamentos apropriados para cada uma das condições. Para problemas mais simples, o recomendado é seguir uma rotina de higiene do sono.

"Esse percentual (65,5%) não chega a nos surpreender", afirmou o presidente da Associação Brasileira do Sono (ABS) e médico do Incor, Luciano Dager, principal autor do trabalho. "Vários fatores contribuem para isso, como estilo de vida, problemas financeiros, dificuldades de conciliar agendas, insegurança, ansiedade, depressão, obesidade, conectividade excessiva; ficamos até muito tarde nas redes sociais e nos streamings, mantendo o cérebro muito ativo e inibindo um padrão de sono melhor."

O novo trabalho mostrou que os fatores independentes mais citados como responsáveis pela qualidade ruim do sono são: o diagnóstico de insônia, o uso de mídias interativas pouco antes da hora de dormir e a ausência do parceiro na mesma cama. Isso mesmo, os brasileiros dormem pior quando não estão acompanhados.

"Quando temos essa situação de um parceiro dormindo em outra cama ou outro quarto isso pode significar algumas coisas: ou um deles tem um distúrbio de sono muito grave que precisa se isolar, ou há algum tipo de fragilidade no relacionamento, o que pode influenciar na qualidade do sono", especula Dager.

"Vários estudos internacionais mostram que os divorciados, separados e viúvos dormem pior do que os casados", lembra Dalva, "Dormir junto deve ter algum fator protetor, como confiança, que contribui para um sono melhor."

Os médicos não sabem explicar direito por que, em geral, as mulheres são muito mais afetadas que os homens - um dado que se repete mais ou menos na mesma proporção em várias partes do mundo. Mas há algumas hipóteses.

"Existem algumas características genéticas, a questão da menopausa, embora isso não esteja ainda totalmente estabelecido", diz Dager. "Mas acho que o principal é esse papel central da mulher na nossa sociedade, assumindo múltiplas atividades, cuidando da casa, das crianças, dos idosos, tendo uma carreira, atendendo às mais diferentes demandas numa sociedade machista, o perfil de ansiedade é mais frequente."

Justamente o caso da fonoaudióloga Francine Broggio, de 49 anos, e da advogada Isabelle Machado, de 46 anos.

"Quando a minha mãe morreu, em fevereiro de 2021, comecei a ter problemas para dormir", conta Francine. "Depois que tive covid, a situação piorou ainda mais. Comecei também a ter crises de ansiedade generalizada. Estou tomando antidepressivos e também um remédio especificamente para dormir. Se não tomar, não durmo de jeito nenhum. E mesmo quando tomo, dependendo do dia, das preocupações que tenho, também não consigo dormir."

"Em 2019 eu comecei a ter dificuldades para dormir, tinha falta de ar, chegamos a achar que poderia ser apneia do sono, mas isso acabou sendo descartado. O diagnóstico foi de ansiedade mesmo", diz Isabelle. "Tinha medo de dormir e ter falta de ar; comecei a fazer terapia. Não posso ficar no celular nem na televisão. E uso música clássica para dormir."

Embora a coleta de dados para o novo trabalho tenha ocorrido bem no início da pandemia no Brasil, diferentes aspectos, como problemas econômicos, podem ter tido um impacto na qualidade do sono, especialmente para os homens mais jovens, segundo o estudo.

"Até 8 de abril de 2020, uma semana depois do fim da coleta de dados, um total de menos de 16 mil casos de Covid-19 tinham sido diagnosticados no País. No entanto, o período de estudo coincidiu com a adoção de medidas restritivas. Além disso, outros estudos já tinham demonstrado o impacto da pandemia na qualidade do sono", ponderam os pesquisadores no estudo.

O sono é fundamental para a saúde física, o bem estar, a performance cognitiva e o funcionamento diário mais básico. Pessoas que não dormem bem têm mais tendência a apresentar problemas cardiovasculares e obesidade. O número total de horas de sono necessárias varia de indivíduo para indivíduo. Alguns precisam de até dez horas, enquanto outros ficam bem com seis horas. Com menos de seis horas de sono, explica Dalva, ainda que a pessoa se sinta bem, já há um impacto na saúde.

"O sono é um estado ativo, não é um desligar completamente como as pessoas pensam", afirma Dalva. "Muitos processos acontecem durante o sono, como o repouso do sistema cardiovascular; a pressão arterial diminui, a frequência cardíaca baixa, as artérias relaxam. O sono é importante também para o metabolismo, a secreção de insulina é alterada nesse período, é quando temos o pico de produção do IGH, o hormônio do crescimento, aumenta a produção de melatonina. E é também durante o sono que o cérebro varre o seu lixo metabólico para fora do organismo, faz uma faxina."

O estudo ouviu 2.635 pessoas em todas as regiões do País. Para definir a qualidade do sono dos entrevistados, os pesquisadores usaram um questionário padrão que inclui seis diferentes dimensões para definir o padrão de sono (número de horas dormidas, continuidade do sono, regularidade, qualidade, regularidade de horários e alteração entre estados de alerta e de sono). Cada uma dessas dimensões é relevante à saúde, de acordo com o trabalho.

Um outro estudo feito nacionalmente em 2014, com 2.017 participantes de todas as regiões do Brasil, já indicava o problema: 76% dos entrevistados relataram pelo menos uma reclamação sobre a qualidade de seu sono. Entre as mais citadas, estavam sono leve (27%), ronco (25%), horas de sono insuficientes (23%), excesso de movimentos durante o sono (22%) e insônia (21%). Outras reclamações foram bem menos prevalentes, como sonambulismo (1%), interrupção da respiração (3%), urgências urinárias (5%), pernas inquietas (6%) e bruxismo (7%).

Higiene do sono

Para ter uma boa noite de sono, os especialistas recomendam para todos ter sempre um horário similar para ir para a cama, respeitar o número de horas de sono de que seu corpo necessita, dormir em um ambiente silencioso e escuro, ter um colchão confortável.

Para quem apresenta dificuldades para pegar no sono ou manter o sono, especialistas recomendam o que chamam de higiene do sono; uma preparação que começa pelo menos duas horas antes do horário de ir para a cama.

- Não comer logo antes de dormir. O recomendado é fazer uma refeição leve pelo menos duas horas antes de se deitar.

- Desligar o celular, o computador, o tablet e os streamings pelo menos duas horas antes do horário de dormir. Eles mantêm o cérebro em alta atividade, sobretudo as mídias sociais, em que há interações ativas.

- Não é recomendado preparar a agenda do dia seguinte antes de dormir, ou dar a início a discussões mais sérias como o parceiro/a. Essas também são ações que mantêm o cérebro em alta atividade.

- Garantir um ambiente escuro, silencioso, confortável e com temperatura apropriada.

Presidente da Associação Brasileira do Sono, Luciano Dager diz que, embora muitas pessoas gostem de recorrer a chás caseiros e alguns fitoterápicos, não há comprovação científica de que eles, de fato, tenham algum efeito positivo sobre o sono. O mesmo se aplica aos suplementos de melatonina, cuja comercialização acaba de ser liberada no Brasil.

A Universidade de São Paulo (USP) anulou nesta sexta-feira, 22, um concurso público para seleção de técnicos de enfermagem para o Hospital Universitário (HU). A instituição disse ter sido informada de um possível vazamento de gabarito da prova. Apesar de não ter confirmado isso, a USP constatou uma falha na segurança do sigilo dos dados e também um conflito de interesse relativo a um funcionário que é parente de dois candidatos do exame.

Em nota, a instituição disse que a Superintendência do hospital acatou a recomendação emitida pela Comissão de Apuração Interna para anulação da prova. Uma nova banca deverá ser elaborada "por membros externos ao HU, os quais devem formalizar a ausência de potenciais conflitos de interesses e o entendimento quanto às medidas de segurança e sigilo de dados durante o processo".

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A nova prova relativa ao edital nº 47/2022 ainda não tem data para ocorrer. "A Superintendência do HU está em tratativas com a FUVEST para aplicação de uma nova prova a ser elaborada por equipe externa ao Hospital Universitário, sob coordenação direta da FUVEST, cuja realização será divulgada em data oportuna", declarou.

De acordo com reportagem publicada pelo Portal G1, duas candidatas são suspeitas de terem sido ajudadas pela tia, funcionária do HU, e que teria, conforme a nota da USP, atuado no processo de conferência do gabarito do concurso. As participantes realizaram a prova e ficaram nas primeiras colocações.

O exame aconteceu no dia 12 de junho e o resultado saiu no dia 28 do mesmo mês. No mesmo dia que a classificação do concurso foi divulgada, a universidade foi informada sobre um possível vazamento das respostas da prova.

Ao G1, as envolvidas negaram as acusações. A funcionária do HU afirma que não fez parte do processo seletivo e que as pessoas que a acusam devem apresentar provas que confirmem o seu envolvimento com o concurso e com o possível vazamento de respostas.

Os cursinhos populares ligados à Universidade de São Paulo (USP) estão com inscrições abertas para aulas no segundo semestre. A iniciativa é de estudantes de diversos cursos da universidade e são voltados para alunos em situação de vulnerabilidade socioeconômica que querem se preparar para vestibulares e para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). As aulas são gratuitas ou com preços acessíveis e há oportunidades na capital e em Ribeirão Preto.

Na capital paulista, o Cursinho Popular da Poli-USP, da Escola Politécnica, está com inscrições abertas até o dia 29 de junho, com uma taxa de R$ 15. Os candidatos devem se inscrever no site do cursinho e a seleção dos inscritos é feita por meio de prova e entrevista. Os aprovados pagam uma taxa única de matrícula no valor de R$ 100. Não há mensalidades. 

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Cursinho Popular da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) está com vagas abertas para a modalidade de ouvinte na turma presencial, que funciona de segunda a sexta, das 14h às 19h20, na própria faculdade. As inscrições podem ser feitas por meio de um formulário até o dia 27 de junho. Este cursinho foi criado em 2015 com a proposta de democratizar o acesso ao Ensino Superior.

Os estudantes da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária (FEA) também organizam um curso preparatório para o vestibular e o Enem. Estão abertas vagas em turmas de Ciclo Básico, “para alunos desde o segundo ano do ensino médio até pessoas que querem voltar a estudar”, aponta o informe do grupo. A taxa de inscrição custa R$ 28 e seleção também envolve prova e entrevista. Mais informações estão disponíveis no Manual do Candidato.

As inscrições para o Cursinho Popular Arcadas, da Faculdade de Direito da USP, estão abertas até o dia 15 de julho por meio de formulário on-line. A taxa de inscrição é R$ 22,50. Na primeira fase da seleção, os interessados devem apresentar uma redação. Na fase seguinte, será feita uma entrevista. São oferecidas 120 vagas. 

Em Ribeirão Preto, o cursinho também é organizado pelos estudantes da Faculdade de Direito. As inscrições estão abertas até o dia 4 de julho. O funcionamento é gratuito com apoio de entidades parceiras que doam materiais didáticos. Para o segundo semestre de 2022, estão disponíveis 14 vagas. 

Na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, a iniciativa foi batizada de Cursinho Popular Clarice Lispector. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até o dia 3 de julho por formulário on-line. A seleção dos candidatos, após o preenchimento do formulário, se dará com a participação em uma aula inaugural e utilizando critérios como cotas raciais e sociais, alunos de escola pública, situação socioeconômica e ex-alunos do cursinho.

A Universidade de São Paulo (USP) está com inscrições abertas, até 29 de maio, para o curso gratuito de astronomia para meninas cis e trans entre 14 e 17 anos. A iniciativa faz parte do Projeto Astrominas, que incentiva o acesso de meninas na área científica e é organizado pelo Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP.

Para participar do projeto, as estudantes devem estar matriculadas em escolas da educação básica. A seleção das candidatas será por meio de sorteio, previsto para 3 de junho. Ao todo, o Projeto Astrominas disponibiliza 400 vagas para a formação. Desse total, 20% são destinadas a estudantes pretas, pardas e indígenas, 60% para oriundas de escolas públicas e 20% matriculadas em escolas privadas.

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A terceira edição do projeto se realizará durante três semanas, entre os dias 2 e 22 de julho. As aulas contarão com as disciplinas de Astronomia, Ciências Atmosféricas, Geofísica, Geociências, Física, Oceanografia, Astrobiologia, Matemática e Ciências Humanas.

Além da parte teórica, as adolescentes participarão de experimentos, elaboração de murais, debates, entre outras ações.No decorrer da formação, as alunas deverão reservar até quatro horas diárias para a realização de atividades, que podem ser feitas de maneira remota.

Pesquisadores da USP em Ribeirão Preto realizam um estudo para identificar pessoas com maior ou menor risco de ter câncer. Os 15 mil moradores da região recrutados terão o material genético analisado. 

A partir desse material, os pesquisadores irão criar o chamado “escore poligênico”, que é a soma dos fatores hereditários de predisposição, ou não, da pessoa desenvolver algum tipo de câncer.

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De acordo com um dos coordenadores do estudo, o médico oncologista Leandro Colli, ao fim da pesquisa será possível racionalizar recursos da saúde, direcionando atendimento preventivo para aqueles com maior possibilidade de desenvolver a doença. Segundo ele, a partir disso o poder público terá formas mais eficientes de garantir ferramentas mais adequadas para a prevenção da doença.

Outra possibilidade, a partir da criação desse escore, é ver predisposição das pessoas a outras doenças, conforme explicou Leandro Colli. Para ele, o esforço servirá para outras prevenções.

O estudo integra o Pronon, o Programa Nacional de Atenção à Oncologica; e já é realizado há mais de 10 anos em outros países. A previsão é que esses escores poligênicos estejam concluídos daqui a 3 anos. 

A Universidade de São Paulo (USP) teve 11 cursos eleitos entre os 50 melhores do mundo, de acordo com o novo ranking da QS World University Ranking by Subject, um dos principais de avaliação do ensino superior do mundo. O levantamento analisou mais de 1,5 mil instituições de 88 países. Ao todo, 44 áreas da universidade paulista foram classificadas entre as 51 analisadas pelo ranking, divulgado nesta semana.

Dentre as áreas específicas, a USP entrou para o top 50 em Odontologia (15.ª posição); Engenharia de Minérios e Minas (31.ª); Engenharia do Petróleo (32.ª); Geografia (38.ª); Línguas Modernas (41.ª); Ciência Veterinária (41.ª); Antropologia (42.ª); Arquitetura (44.ª); Agricultura e Silvicultura (48.ª); Ciências do Esporte (49.ª), sendo a única brasileira a figurar nesta lista; e Sociologia (49.ª).

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Em outras 25 áreas específicas, a USP ficou entre a 51.ª e a 100.ª posição; em cinco áreas, entre as 150 melhores; e, em três áreas, entre as 200 melhores. "A edição deste ano do QS World University Rankings por Disciplina fornece algumas notícias positivas para o setor de ensino superior brasileiro: sua principal universidade, a USP, continua a afirmar seu status como potência de pesquisa no continente", afirmou Ben Sowter, vice-presidente sênior da QS.

Entre os critérios considerados pelo QS para a classificação dos cursos estão a reputação acadêmica e entre empregadores, número de citações em artigos científicos, as redes de cooperação internacional, entre outros. O ranking da QS é liderado pelo Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT, na sigla em inglês), seguido por Oxford (Reino Unido), em 2.º, Stanford (EUA) e Cambridge (Reino Unido) empatadas em 3.º e Harvard (EUA) em 5.º.

Na lista geral de universidades, a USP ficou na 121.ª posição. A colocação é a mesma do ano passado e a melhor entre as brasileiras. Outras quatro instituições públicas aparecem no top 500 da lista: a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em 219.º; a Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 369.º; a Federal de São Paulo (Unifesp), em 434.º; e a Universidade Estadual Paulista (Unesp), em 492.º.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Orquestra de Câmara da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (Ocam) promove, neste mês de abril, duas apresentações gratuitas em São Paulo.

A primeira será no dia 1º de abril no Anfiteatro Camargo Guarnieri da USP, que fica na Cidade Universitária, no Butantã. A segunda apresentação ocorrerá no domingo (3), na Catedral Presbiteriana de São Paulo, na região da Consolação.

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Os concertos presenciais da Ocam foram retomados no ano passado.

Para essas apresentações, a orquestra levará aos palcos Masques et Bergamasques, Op. 112, de Gabriel Fauré (1845-1924), e o Concerto para Violino em Ré Maior, Op. 77, de Johannes Brahms (1833-1897). A primeira obra foi composta em 1918 por Fauré e inspirada em versos do poeta simbolista francês Paul Verlaine. A segunda foi escrita em 1878 e é um dos concertos mais importantes do romantismo.

A orquestra terá um convidado, o solista Cláudio Micheletti, violinista spalla da Orquestra Sinfônica da USP e da Orquestra Experimental de Repertório e um dos professores de violino mais celebrados do país.

“A Orquestra de Câmara da ECA/USP projetou sua nova temporada enfatizando a diversidade estética e cultural presentes no contexto da cidade de São Paulo, no Brasil e no mundo”, disse o maestro Gil Jardim, diretor da Ocam e regente desse programa.. Segundo ele, a presença musical de Cláudio tem sido aguardada há muito tempo pela Ocam. 

Nas apresentações serão arrecadados alimentos não perecíveis para serem distribuídos à comunidade São Remo, que fica próxima à USP.

Protagonista nas eleições de 2018, a fake news ainda ameaça o sistema eleitoral e atrai cada vez mais atenção do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para o pleito deste ano. Para verificar a publicação de conteúdos que possam atrapalhar a escolha do eleitor, alunos do Mestrado em Ciência de Dados da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveram um detector online de notícias falsas. 

O combate às fake news começa com a identificação das informações que chegam diariamente pelas redes sociais. Com um clique, o sistema gratuito verifica o link inserido através de uma Inteligência Artificial que foi ensinada sobre as características de um conteúdo falso e aponta a probabilidade de não ser verdadeiro. 

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Integrante da equipe de produção da plataforma com mais sete pessoas, o especialista em Ciências de Dados e aluno da disciplina de Probabilidade e Estatística, Gilsiley Henrique Darú, comentou sobre as etapas iniciais do projeto. 

"Primeiro ensinamos o vocabulário. Foram mais de 100 mil reportagens para ela aprender vocabulários. Uma vez que ela aprendeu, a gente passou a ensinar quando aqueles vocábulos aparecem juntos e aumentam a probabilidade de ser uma fake news", descreveu. 

Características de uma fake news

Antes de repassar os padrões de comportamento às redes neurais artificiais do detector, os mestrandos da USP verificaram o que levam as matérias a serem consideradas suspeitas.  

Sensível aos aspectos da campanha de desinformação sustentada no WhatsApp e Twitter, Darú explicou que "reportagens pequenas tendem a ser falsas, mesmo que você coloque uma coisa verdadeira. Outro exemplo, se você recebe um e-mail com a palavra 'urgentíssimo', com certeza ela vai entender que aumenta a probabilidade de ser fake news. Outros exemplos são erros de português e textos com muita voz passiva". 

Na dúvida, cheque

Em alguns casos, até os seres humanos têm dificuldade de reconhecer informações reais e enganosas. Ainda em processo de aprimoramento, o detector pode ficar confuso com o uso de características subjetivas do texto e figuras de linguagem.  

"Quando a gente tentou identificar onde tínhamos mais erros, a gente percebeu que textos com sarcasmo é uma característica muito difícil de ensinar uma IA ainda hoje", acrescentou. 

Com a margem de êxito de 96% dentro da base que lhe foi ensinada, apesar do alto índice de assertividade, a plataforma não substitui a verificação dos usuários ao se deparar com conteúdos duvidosos.

"Nós podemos ajudar as pessoas a avaliar se aquela informação realmente é verdadeira ou não, dando uma probabilidade, mas nunca a pessoa pode substituir a capacidade humana, a verificação das fontes e o jornalismo sério", destacou Darú.   

As três maiores universidades públicas paulistas - Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual Paulista (Unesp) e Universidade de Campinas (Unicamp) - estão exigindo o passaporte da vacina contra a covid-19 de toda comunidade universitária, inclusive os calouros de 2022. Juntas, elas estão recebendo mais de 20 mil alunos novos este ano. As três instituições prometem cancelar a matrícula de quem recusar a vacina sem motivo comprovado.

Para ser dispensado da vacinação por razões de saúde, o estudante precisa apresentar atestado médico contendo o motivo da contra-indicação e sua fundamentação científica. Embora o governo tenha liberado o não uso da máscara em espaços abertos, as universidades decidiram manter o uso em todos os ambientes dos câmpus. No caso da Unesp, a obrigação foi transformada em "recomendação enfática".

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Entre as razões para obrigar o passaporte da vacina para os estudantes e manter a exigência das máscaras, as universidades invocam o princípio da proteção coletiva: quem se vacinou terá segurança de que a pessoa ao seu lado também foi imunizada. A medida tem respaldo do Conselho Estadual de Educação e de decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). O mesmo princípio - proteção coletiva - valeria para o uso de protetor facial.

Na Unicamp, as aulas presenciais voltam na segunda-feira, 14, com protocolos sanitários a exigência do passaporte da vacina para todos os frequentadores de seus câmpus, incluindo os novos alunos. Até esta sexta-feira, 16, a universidade contabilizava 89,52% dos 17.399 alunos de graduação com imunização completa (duas doses ou dose única), e 0,29% com apenas uma dose; 87,83% dos alunos de pós-graduação com vacinação completa e 0,15% com apenas a primeira dose; e 90% dos 1.763 docentes e 6.744 servidores técnicos e administrativos com quadro vacinal completo, enquanto 0,29% tinham apenas uma dose.

A universidade deve receber 2,5 mil novos alunos que se matricularam em 69 opções de cursos. Assim como os demais graduandos, pós-graduandos, professores e servidores, os ingressantes precisam comprovar a vacinação completa, com duas doses e, sendo o caso, doses de reforço para frequentar os campi. "Seguimos o princípio da proteção coletiva", disse o pró-reitor de Pesquisa, Ivan Toro.

Ele explicou que a exigência é uma forma de garantir a isonomia entre estudantes, docentes e funcionários no cumprimento das medidas de controle da pandemia, e encontra respaldo em decisões do Conselho Estadual de Educação e do Supremo Tribunal Federal. "Queremos que as pessoas sintam segurança no retorno presencial das atividades e isso será possível na medida em que souberem que a pessoa ao lado delas está vacinada", esclarece.

Mesmo com toda comunidade universitária vacinada, a Unicamp vai usar um sistema de salas gêmeas para abrigar todos os alunos com segurança. Para isso, foram adquiridos 220 robôs educacionais - equipamentos de filmagem e transmissão em tempo real - que vão replicar o conteúdo para as duas salas. Isso porque a força tarefa mobilizada para o retorno às aulas presenciais identificou que 22% dos espaços didáticos não conseguiriam abrigar a totalidade de alunos previstos nas disciplinas.

'Necessidade de promover a segurança', diz reitor da USP

No retorno às atividades acadêmicas presenciais, a partir de segunda-feira, 14, a USP vai exigir comprovação da vacinação completa de alunos - inclusive os calouros -, professores e funcionários para acesso a qualquer dependência. A universidade também continuará exigindo máscara em todos os ambientes. "Reconhecemos a necessidade de promover a segurança, o autocuidado e o cuidado solidário em todos os ambientes de estudo e trabalho", disse o reitor Carlos Carlotti, em comunicado de diretrizes divulgado internamente.

No total, a USP deve receber 11.147 novos alunos este ano, incluindo os aprovados no vestibular da Fuvest e as vagas oferecidas através do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). A USP desenvolveu um sistema para facilitar o acesso de docentes, alunos e servidores técnicos e administrativos às suas dependências. O comprovante de vacinação pode ser incorporado ao cartão de identificação eletrônico, através do Portal de Serviços Computacionais da universidade.

Na Unesp, estudantes de graduação e de pós-graduação, além de alunos de cursos de extensão dos três colégios técnicos mantidos pela universidade, têm de apresentar comprovante de vacinação para frequentar as 34 unidades de ensino espalhadas por 24 cidades paulistas. "É condição indispensável para que o aluno ingresse no campus e participe das atividades", disse, em nota.

O aluno que tiver indicação médica para a não vacinação precisa apresentar documentação compatível que será analisada pela área técnica. A maior parte das unidades retomou as aulas presenciais no último dia 7, mas o calendário é flexível. Em algumas unidades, as aulas serão retomadas na próxima semana. O comprovante foi exigido dos novos alunos que se matricularam este ano. A Unesp expediu "recomendação enfática" para que os alunos continuem usando a máscara mesmo em locais abertos, no interior de seus campi.

Em entrevista à Rádio Eldorado, concedida no dia 23 de fevereiro, o reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior falou sobre o início do primeiro semestre dos cursos de graduação no dia 14 de março, que deverá ser retomado no formato presencial, e afirmou que “essa volta tem de ser feita com segurança. Vamos incorporar algumas metodologias que foram utilizadas durante o período da pandemia que não utilizávamos antes. Nosso objetivo é ter, em 2022, um ensino melhor do que fizemos em 2019”.

“Todas as nossas instalações deverão estar funcionando de forma presencial, com acesso às nossas bibliotecas, às nossas salas de aula, aos nossos laboratórios de ensino e de pesquisa. A USP não é uma universidade de ensino a distância. Nosso foco é o ensino presencial. É isso que nossos alunos estão querendo e precisando e nosso corpo docente também”, disse.

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Carlotti também falou sobre o orçamento da Universidade. “Hoje a situação é de bastante equilíbrio. Podemos fazer uma gestão não com foco na gestão financeira, como fomos obrigados nos últimos anos, mas realmente tratar das nossas atividades-fim, de melhorias na graduação, na pós-graduação e na pesquisa”, considerou.

O reitor abordou a questão da obrigatoriedade da vacina da covid-19 para as atividades presenciais na Universidade e citou que a comunidade universitária pode fazer o cadastro dos comprovantes da vacinação no aplicativo do E-card.

Em relação à criação de bancas de identificação racial dos ingressantes, Carlotti explicou que “a ideia é que façamos essa identificação entre o vestibular e o ingresso do aluno. O objetivo é simplificarmos o processo, evitarmos esse processo durante o curso [como ocorre hoje quando há suspeita de fraude] e dar tranquilidade aos nossos alunos. A Unesp e a Unicamp já realizam isso. Não temos ainda o modelo montado. Temos um grupo de professores discutindo esse assunto e acho que essa é uma tendência da Universidade”.

Outros temas que fizeram parte da pauta da entrevista foram a questão da valorização da ciência e o enfrentamento ao negacionismo, a preocupação com a diversidade entre os professores e o muro de vidro da raia olímpica.

Da assessoria

O novo reitor da Universidade de São Paulo (USP), Carlos Gilberto Carlotti Junior, defendeu nesta quarta-feira, 23, o passaporte vacinal na instituição, válido para alunos, professores e servidores técnico-administrativos. As aulas presenciais serão retomadas em 14 de março e, segundo o dirigente, o espaço físico passou por adaptações para reduzir os riscos de transmissão da covid-19.

"É a nossa opção. Temos um aplicativo de identificação em que já pode ser incluída a vacinação. É importante que consideremos a vacinação como obrigação", afirmou ele em entrevista à rádio Eldorado. Segundo ele, um "esquema especial" foi montado às pessoas que não possam - por determinação médica - receber o imunizante contra o novo coronavírus.

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Para o retorno, o reitor disse que a universidade aumentou a ventilação nas salas de aula e prevê um esquema preferencial de refeições em espaços amplos. "Nosso objetivo é ter um ensino em 2022 melhor do que foi em 2019 (último ano inteiramente presencial). O corpo docente está preparado para fazer a transição", garantiu.

"Todos os prédios e instalações deverão estar funcionado. É para ser presencial o ensino. O uso de alguma ferramenta mediada por tecnologia será complementar. A USP não é uma universidade de ensino a distância. É isso que nossos alunos estão esperando e o corpo docente também", acrescentou Carlotti Junior, que é médico.

Ações afirmativas

No campo das ações afirmativas, Carlotti Junior tem defendido maior diversidade de gênero para professores - ele inclusive avalia adotar alguma ação afirmativa nesse sentido - e aperfeiçoar os sistemas de identificação dos cotistas (pretos, pardos e indígenas) com o objetivo de evitar fraudes.

"Obviamente temos limitações e legislações para fazer algumas atividades, mas precisamos ter no corpo docente a mesma diversidade no corpo discente. Por isso, a preocupação que considere a diversidade de gênero e racial. Ainda não temos uma fórmula pronta, mas é um interesse da reitoria que isso seja representado. Isso deve ser feito com o processo natural, sem romper a excelência da universidade", frisou. A USP tem 159 professores pretos ou pardos, o que representa 2,7% de 5.788 docentes.

Desde 2017, a universidade adota o sistema de cotas raciais para alunos de escolas públicas no vestibular da Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest). Também reserva vagas para estudantes oriundos de escolas públicas no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que usa a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Em 2020, pela primeira vez, a instituição teve 50% de seus novos alunos vindos da rede pública de ensino.

O desafio agora, para o reitor, é acabar com erros nos cadastros, já que o vestibular utiliza a autoidentificação dos candidatos cotistas. "Nesse período, tivemos quase duas centenas de casos de acusações de fraudes do nosso sistema. A denúncia acontece durante o curso e, muitas vezes, demora quatro, cinco anos até a apuração ser finalizada. O aluno, então, já vai ter deixado de frequentar a universidade após todo esse período", disse. "Ao invés de tratar de forma punitiva o aluno que eventualmente tenha alguma fraude, trataremos isso desde o início."

Ao ser questionado de que forma esse "julgamento" seria feito, ele explicou que ainda não tem um modelo desenvolvido. "O que utilizamos no nosso vestibular é uma descrição de fenótipo (características físicas). Você deve ter o fenótipo identificado para fazer parte das cotas. Acho que esse será o ponto de partida, mas estamos começando a discussão. Precisamos descrever isso melhor, mas pontuar ter um antepassado negro não garante o acesso. Isso é uma confusão feita por muitos os alunos", exemplificou.

Em várias universidades federais, por exemplo, é adotada a estratégia das bancas de heteroidentificação, em que um comitê avaliador indica se o candidato à cota deve ou não ser contemplado com a ação afirmativa. Carlotti Junior, porém, não detalhou se esse é o modelo que a universidade paulista tem no horizonte.

"A maioria do que estamos chamando de 'fraudes' não é voluntária, é por não entender o processo. Vamos tomar o cuidado de não sermos exclusivos ao utilizar o fenótipo com uma característica muito acentuada, certamente vai ter uma gradação, especialmente com os pardos. Mas a universidade tem conhecimento, pessoas capacitadas para fazer essa postura, inclusive para que a sociedade utilize o que nós iremos definir".

O Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da Universidade de São Paulo (USP) terá uma escola de verão gratuita e online para que garotas entre 8 e 18 anos aprendam a criar aplicativos para celular.

O link para as inscrições será divulgado durante um evento ao vivo, que ocorre hoje (12), às 14h. O evento será transmitido pelo YouTube.

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Para se inscrever, não é necessário ter experiência prévia na área de tecnologia. As participantes precisam se identificar com o gênero feminino (englobando transexuais e não-binários), ter uma conta do Gmail e acesso à internet, além de um computador e um smartphone.

Também é preciso ter disponibilidade para participar dos encontros online da escola de verão e interagir de forma remota (via Whatsapp e por meio de reuniões).

As atividades vão ser realizadas de forma remota entre os dias 5 de março e 23 de abril.

Serão oferecidas 60 vagas para estudantes de escolas públicas e privadas de todo o Brasil. O objetivo da escola é ensinar as garotas a transformar ideias em aplicativos, estimulando habilidades relacionadas ao empreendedorismo, ao trabalho em equipe e à arte de falar em público.

Mais informações podem ser obtidas no site.

No próximo domingo (16) e na segunda-feira (17) será realizado um dos vestibulares mais concorridos do país, a Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest) que dá aos estudantes a oportunidade de estudar na Universidade de São Paulo (USP). Para os vestibulandos, nesta reta final, após o longo tempo de estudos, é hora de revisar o conteúdo e se preparar para as particularidades deste exame. 

No domingo, serão realizadas as provas de português e redação, já na segunda-feira os candidatos irão responder a um prova de habilidades específicas, de acordo com a carreira escolhida. Para ajudar os alunos na preparação, o LeiaJá conversou com professores das disciplinas de língua portuguesa, geografia, matemática, química e biologia para saber o que eles esperam da segunda fase do exame: 

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Português e Redação 

A professora de redação Lourdes Ribeiro, que é idealizadora do curso de produção textual Estudos Arretados, afirma que ao mesmo tempo em que a Fuvest é uma prova extremamente exigente, por outro lado, pela sua  própria estrutura, é esperado que seja menos cansativa que outros exames:

“É uma prova que exige muito conteúdo, porém, o estudante não irá encontrar textos tão longos e trabalhosos como ele encontra no Enem, por exemplo. Então, nesse aspecto, é uma prova menos cansativa. 

Segundo a docente, alguns conteúdos têm alta probabilidade de estarem presentes no processo seletivo: “Conteúdos ligados a funções da linguagem, figuras da linguagem, questão de interpretação de textos, estão sempre presentes, porque isso é uma proposta do próprio ensino de linguagem. A gente sabe que os conteúdos não caem mais de maneira isolada, eles caem dentro de um contexto que requer interpretação textual.”

No que diz respeito à redação, Lourdes explica que o estudante deve estar atento a temas que envolvam algum problema social: “Geralmente são temas sociais. No Enem, você não sabe com certeza que eixo temático será tratado, mas na Fuvest você pode ter mais confiança de que serão temas sociais que provoquem uma reflexão.”

Geografia

Na matéria de humanas, o LeiaJá contou com a ajuda do professor Carlos Lima, que também ressaltou a grande carga de conteúdo da prova: “Tradicionalmente a prova da Fuvest costuma ser mais conteudista e exigente, quando comparada com outros exames. O perfil da prova é diferente do Enem, quanto à abordagem dos conteúdos de geografia, na Fuvest costuma-se cobrar todo o conteúdo, sendo no Enem mais restrito devido a habilidades e competências.”

O professor deu sua dica sobre quais os assuntos de geografia que deverão cair: “População, geopolítica, questões ambientais e geografia física (em especial clima e vegetação) devem ser mais cobrados, devido ao cenário político nacional e internacional atuais.”

Quanto à estrutura das questões, Carlos afirma que são mais concisas: “As questões de geografia na Fuvest costumam ser mais diretas, sem tanto artifício do texto de apoio, além de utilizarem muitas imagens, gráficos e mapas. Assim o candidato deve ter muita atenção aos detalhes dos comandos e alternativas para evitar deslizes.

Matemática

Na matéria exata, o professor Ricardinho Rocha, destaca a importância do domínio dos conteúdos específicos para que o aluno se saia bem: “A prova da Fuvest é temida pelos estudantes por ser mais conteudista. O conhecimento tido como interpretação de texto não é suficiente para o aluno fazer uma boa prova, existe a exigência de clareza nos conteúdos abordados e uma bela dedicação nos estudos”, disse.

Ricardinho também falou um pouco sobre quais habilidades são necessárias para alcançar melhores resultados no exame: “O estudante precisa ter uma linguagem apropriada, a capacidade de síntese, conhecimento de todas as disciplinas, saber relacionar uma disciplina com a outra, no caso a interdisciplinaridade.”

Enquanto aos assuntos que têm mais chances de cair na prova de matemática, o docente deixou sua dica: “Geometria Plana e analítica, trigonometria e suas funções, funções, progressão aritmética e geométrica, análise combinatória e probabilidades.”

Química

Na ciência da natureza, o Leiajá conversou com Francisco Coutinho, professor de química que explica um pouco como essa disciplina é cobrada na prova: "A prova da Fuvest tem um nível bem mais elevado de dificuldade, porque o exame exige que o aluno tenha um conhecimento do conteúdo em si em todas as disciplinas, inclusive em química, ela não faz muita interdisciplinaridade não, ela é bem mais objetiva.”

Para o professor, o grande diferencial é se preparar para solucionar problemas de cálculos: “Exige habilidades dentro da parte de cálculo, praticidade, resolução de questões, o aluno que é bom de matemática provavelmente também irá tirar uma boa nota da parte química." 

Segundo Francisco, alguns conteúdos são quase certos de estarem na prova: “A avaliação aborda muito a físico química, a parte da química que cobra os cálculos, eu destacaria estequiometria, soluções, termoquímica, equilíbrio químico e cinética química. Não esquecer também de radioatividade.”

Biologia 

Em biologia, o professor Leandro Gomes, explica um pouco da disciplina na Fuvest: “É uma prova bem diversificada, cai assuntos de biologia 1, 2 e 3, relacionados à citologia, ao problema de saúde e à genética. Na disciplina, é exigido uma boa interpretação dos fatos.”

Além dos conteúdos específicos, o docente chama atenção para uma visão mais atenta do candidato ao que está acontecendo na sociedade: “Insisto em dizer que a prova de biologia é mais abrangente e tem uma boa distribuição de conteúdos. Então, o aluno deve estar atualizado quanto às notícias sobre as ciências, aos problemas de saúde, as transformações biotecnológicas relacionadas às doenças, assim ele irá fazer uma boa prova”, garante.

Por Thaynara Andrade

A Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest) divulgou, nesta segunda-feira (20), a lista dos candidatos classificados na primeira etapa da avaliação, aplicada no dia 12 de dezembro. Esses participantes já podem consultar os locais para as provas da segunda fase, previstas para 16 e 17 de janeiro de 2022.

Diferente da etapa anterior, que contou com 90 questões objetivas, a segunda fase é composta por quesitos discursivos de português, uma redação e disciplinas de acordo com a área escolhida pelo estudante. De acordo com informações da instituição, candidatos aos cursos de Artes Visuais, Música e Artes Cênicas passaram por uma terceira etapa.

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O resultado final do processo seletivo está previsto para 11 de fevereiro, como divulgado no Manual do Candidato. Ao todo, a Fuvest disponibiliza 8.211 vagas na Universidade de São Paulo (USP), sendo endo 4.954 oportunidades para Ampla Concorrência, 2.169, estudantes oriundos de escolas públicas (modalidade EP), e 1.088 para pretos, pardos e indígenas egressos de escolas públicas – (EP/PPI).

A Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest), organizadora do Vestibular da Universidade de São Paulo (USP) 2022, divulgou nesta sexta-feira uma lista para lembrar os candidatos sobre o que levar no primeiro dia da prova da primeira fase, que será realizada neste domingo (12). Os candidatos ainda devem acessar as informações sobre local de prova no portal do participante.

No dia da avaliação os estudantes devem estar munidos dos seguintes itens: documento de identidade; caneta esferográfica de tinta azul, de corpo transparente. O participante pode levar lápis ou lapiseira para rascunho e borracha, apontador e régua transparente; e alimentos leves e água, sendo necessário retirar-se da sala de prova para comer.

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Medidas de biossegurança

Como forma de evitar a transmissão do novo coronavírus, a Fuvest também estabelece medidas de proteção e higiene pessoal que devem ser seguidas por todos os candidatos.O uso da máscara de proteção é obrigatório, além de ser aconselhado levar uma a mais para trocar ao longo do dia. Os candidatos também devem manter o distanciamento adequado, respeitando os limites colocados pelos locais de prova.

A Fuvest afirma que disponibilizará álcool em gel para higienizar as mãos, além de álcool etílico para a limpeza das mesas. No entanto, a comissão aconselha que os participantes levem seu próprio álcool em gel. Não será aferida a temperatura nas entradas dos locais, mas se o candidato apresentar sintomas de gripe ou suspeita de Covid-19, a orientação é que ele não compareça à avaliação.

As provas terão início às 13h e a saída está permitida a partir das 16h.

O novo reitor da Universidade de São Paulo (USP), o médico Carlos Gilberto Carlotti Junior, pretende contratar futuros professores com cotas para negros e para mulheres. "Se não fizermos de maneira induzida, vai demorar dezenas de anos para ter maior diversidade na universidade", disse com exclusividade ao Estadão, horas após ter sido nomeado pelo governador João Doria. Ele foi o mais votado na eleição interna, justamente apostando numa política de maior inclusão.

A USP tem 159 professores pretos ou pardos, o que representa 2,7% de 5.788 docentes. Por outro lado, neste ano, 44,1% de estudantes autodeclarados pretos, pardos e indígenas se matricularam, o que deve se repetir nos próximos anos por causa das cotas no vestibular. "Precisamos espelhar no nosso corpo docente a mesma diversidade que temos no corpo discente, porque senão o aluno, que é de uma determinada situação, nunca vai enxergar um professor na mesma situação que ele."

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Segundo Carlotti, que toma posse em 25 de janeiro, há previsão e recursos para contratar cerca de 400 professores nos próximos anos. O detalhamento dessas propostas vai ficar com a nova pró-reitoria de inclusão, que será criada pela sua gestão. Ela vai pensar também políticas para aumentar bolsas e outras maneiras de ajudar na permanência dos estudantes de renda baixa na universidade. Em 2020, pela primeira vez, a USP teve 50% de seus novos alunos vindos de escolas públicas. Veja a seguir outros trechos da entrevista em que também falou de volta presencial, aumento de salário e mudanças na Fuvest.

A nova pró-reitoria de inclusão começará já no primeiro ano de seu mandato?

Sim, no primeiro semestre já queremos mandar para o conselho universitário a mudança de regimento e do estatuto que cria a pró-reitoria de inclusão e também para colocar a inovação no mesmo nível da pesquisa na pró-reitoria de pesquisa. Temos de conversar com a comunidade e colocar nos colegiados. Mas grandes mudanças têm de ser feitas no começo da gestão, para as modificações já poderem ser avaliadas. Vamos unificar algumas estruturas já existentes, superintendência social, escritório Usp Mulher, área de saúde mental, não vamos sair do zero.

Há orçamento para isso na USP?

A situação econômica da USP está boa, precisamos só qualificar as nossas ações, utilizar o orçamento para modificações que realmente afetem a sociedade, não seja mais do mesmo. Isso é o grande desafio da gestão, mas é positivo. Deixar de se preocupar com as contas mensais e fazer um planejamento estratégico para modificar a história da universidade.

Há queixas sobre a necessidade de novos professores para completar os quadros de várias áreas.

Na última aprovação do orçamento, houve aumento com gasto de pessoal, tanto para reposição de número quanto salarial. O mais burocrático seria fazer reposição igual pra todo mundo, mas nós temos jovens docentes sentindo a pressão salarial maior que aqueles professores titulares que estão no topo da carreira. Eles tiveram mudança na aposentadoria, não vão incorporar salário. Pessoas que têm salário menor sofrem mais o peso da inflação. Hoje temos os benefícios iguais para todo mundo, vale alimentação, por exemplo. Será que não é mais interessante aumentar de forma diferenciada para quem tem salário menor? Nas novas contratações, gostaríamos de voltar ao número que tínhamos quando começou a crise financeira. A estimativa é contratar ao menos 400 professores nos próximos quatro anos, mas temos de ver o perfil que precisamos.

Quando o senhor fala em perfil, pensa em cotas raciais e de gênero para contratação de professores?

Eu gostaria, se a situação legal me permitir. Se não fizermos de maneira induzida, vai demorar dezenas de anos para ter maior diversidade na universidade. Precisamos de contratações voltadas para o gênero feminino e para a situação étnico racial. Precisamos espelhar no nosso corpo docente a mesma diversidade que temos no corpo discente, porque senão o aluno que é de uma determinada situação nunca vai enxergar um professor na mesma situação que ele. Ter as cotas faz todo o sentido no momento que estamos da sociedade atual, que quer ver essa diversidade em todas as atividades.

A volta presencial de alunos será obrigatória ano que vem?

Se a pandemia estiver dessa forma que está agora, vamos voltar presencial para todo mundo em 14 de março. Nosso perfil é presencial, é isso que sabemos fazer e é a melhor maneira de formarmos nossos alunos. Mas vai depender da pandemia, da variante, tudo pode mudar muito rapidamente e aí teremos de rever nas próximas semanas ou meses.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

1822. 1922. 2022. "3 vezes 22". Esse é o nome do projeto da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin da Universidade de São Paulo (BBM-USP), que busca oferecer conteúdo sobre o bicentenário da Independência do Brasil e o centenário da Semana de Arte Moderna, a serem comemorados no ano que vem. Agora, a iniciativa tem um portal com todo o conteúdo produzido desde 2017.

Os materiais didáticos podem ser usados em aula por professores interessados em pensar a construção do País com os estudantes. Na plataforma, há entrevistas; kits didáticos com material para debater temas ausentes nos currículos de ensino médio e fundamental; posts temáticos; e vídeos de eventos do projeto.

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Além disso, estão presentes as publicações resultantes do concurso de teses e dissertações que abordam as duas datas a serem comemoradas em 2022. Dos 18 livros que se pretende publicar, conforme o coordenador Alexandre Macchione Saes, cinco já estão disponíveis. Os conteúdos buscam, sobretudo, mostrar que a Independência e a Semana de Arte Moderna foram eventos muito mais amplos e diversos do que se imagina. "Nas últimas décadas, tivemos um esforço muito grande de problematizar essas datas", diz Saes.

Ao pensar o passado, porém, os desafios futuros são trazidos à tona. "Devemos olhar para trás, entender o que foram esses eventos, avaliando quais projetos foram concretizados e quais não foram, seguindo em disputa", fala o professor da USP, ao explicar o objetivo da iniciativa. "Devemos enfrentar esse passado para projetar um futuro mais democrático."

Para isso, reforça, os professores, alunos e pesquisadores envolvidos foram além dos autores e livros canônicos, buscaram visitar também aqueles, por vezes, esquecidos pela história. "Tentamos encontrar essas vozes que não foram reconhecidas, para tornar mais completo nosso mosaico sobre o que é o Brasil", comenta Saes.

As vozes pouco reconhecidas, em sua maioria, são de autores negros, conforme o professor. Saes cita, entre eles, Ruth Guimarães, autora de Águas Profundas, publicado em 1946. "É uma autora negra que tem um livro sensacional, mas que certamente não faz parte do típico imaginário de quem lembra os autores do modernismo", declara. Com uma leitura mais plural do Brasil, ele acredita na geração de processos de reconhecimento que vão além do individual. "Abre a possibilidade de se reconhecer ou reconhecer o outro. Um outro olhar para a nossa sociedade é feito."

Outro cuidado dos produtores dos conteúdos, conforme o coordenador, foi o de estimular o leitor a ser independente. Por exemplo, por meio de hiperlinks, que direcionam a leitura para obras do acervo digital da BBM. Nesse sentido, buscam também reforçar o papel das bibliotecas como espaço de consulta.

SALAS DE AULA

Um braço importante do projeto, segundo o coordenador, é o 3×22 na escola, que, a partir de apostilas presentes no portal, pretende chegar às salas de aula. Serão quatro módulos diferentes: três deles já estão disponíveis, abordando cidadania, desigualdades e meio ambiente; o quarto, sobre educação, deve ficar pronto ainda neste mês.

Os materiais foram pensados de maneira interdisciplinar, com o objetivo de atender as demandas do novo currículo do ensino médio. A ideia é a de que os professores consigam construir disciplina eletiva, por exemplo, para pensar o Brasil com os estudantes, por meio do roteiro fornecido pelo 3x22.

O projeto, por isso, busca também contatar escolas e secretarias de Educação. "Esses módulos produzem um itinerário, um roteiro de discussão, percorrendo esses 200 anos de Brasil", fala Saes.

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