De acordo com pesquisa do IBGE, o desemprego vem crescendo de forma mais acelerada na faixa dos jovens de 18 a 24 anos de idade, que atingiu, em 2016, o patamar de 20,8%, número a que não se chegava desde 2007. Um dos possíveis fatores para esse quadro é o cenário econômico de crise que o Brasil está atravessando, que torna a contratação de uma pessoa com pouca experiência um investimento de risco aos olhos dos empregadores e dificulta a vida dos estudantes e recém-formados que buscam seu primeiro emprego.
O LeiaJá encontrou jovens que garantiram um emprego logo após a formatura para saber o que eles fizeram para conseguir se formar empregado e fugir das estatísticas do desemprego entre os mais jovens.
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“Surgiu a vaga, me indicaram e eu tentei”
A assistente de mídia e estudante de Publicidade e Propaganda na UFPE Lerynda Lima conseguiu um emprego em uma agência de publicidade aos 20 anos, durante o curso superior que ainda está concluindo. O primeiro ponto que ela destaca como sendo importante para quem sonha em se formar com um emprego é ter uma boa rede de contatos que possa ajudar na hora de saber das vagas e conseguir indicações. “Eu era estagiária na área de inteligência de mercado e estava procurando outro estágio, na parte de mídia. Surgiu essa vaga, me indicaram e eu tentei”, conta.
Lerynda afirma que não tinha experiência profissional no ramo da publicidade em que está atuando, mas que sempre buscou levar sua formação para além da grade curricular da universidade: “Eu sempre me especializei, paguei vários cursos, pois a faculdade deixa todo mundo ‘igual’ e eu queria me destacar".
Além disso, ela também busca agarrar oportunidades de conquistar reconhecimento profissional para o seu currículo, como prêmios. “Fui finalista de um prêmio da Globo e em 2015 venci a competição das etapas regional e nacional na categoria estudante do congresso da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação, o Intercom”, ressalta Lerynda.
“Fui atrás do sim”
Ana Paula é formada em Psicologia pela UNINASSAU e atualmente trabalha na própria universidade como Psicóloga Organizacional e Analista de Carreiras. Segundo ela, uma das coisas que a ajudou a conseguir o emprego antes da sua formatura foi não se limitar às aulas e buscar, dentro da universidade, outras oportunidades de atuação profissional e acadêmica para enriquecer o currículo. “Busquei atividades com as quais eu pudesse me destacar dentro da faculdade, como monitorias e congressos, pois faculdade não é só nota, também é contato e experiência. Eu tinha essa expectativa de me formar empregada, trilhei os caminhos para isso e consegui o emprego seis meses antes de me formar na própria universidade”.
Quando perguntada sobre como decidiu que iria disputar uma vaga destinada a pessoas formadas, mesmo ainda estando no final da sua graduação, Ana Paula pontua: “O ‘não’ eu já tinha, então decidi ir atrás do 'sim'”. E como dica para estudantes que estão pensando se tentarão ou não uma vaga de emprego, ela diz que “Às vezes você tem experiências que agregam coisas boas à sua formação e já te ajudam a ter destaque mesmo sem ter concluído o curso”.
“Atribuo a contratação ao meu esforço”
Ediva Freitas tem 24 anos, é estudante do sexto período de Publicidade e Propaganda na UniNassau e trabalha na fábrica da montadora de carros multinacional Jeep, onde começou como estagiária e foi contratada apenas sete meses depois. Para ela, o principal motivo para ter conseguido o emprego foi o esforço e a dedicação que levaram a melhorias no funcionamento da empresa. “Eu trouxe mais tecnologia, acelerei a comunicação e quando surgiu uma vaga de analista resolveram me contratar. Eu atribuo a contratação ao meu esforço, fiz com que vissem a importância do meu trabalho fazendo-o imprescindível”.
Ediva também destacou a importância de buscar inserção no mercado através de estágios sem se incomodar com o valor da bolsa que lhe será paga: “Eu acho que a pessoa deve procurar primeiro um estágio para abrir portas em vez de ficar só com a faculdade e tentar focar mais na carreira que no salário, não recusar trabalho por uma bolsa com valor pequeno, pois o estágio abrirá portas e te mostrará a prática”.
Ela também coloca a iniciativa pessoal como fator importante para alcançar os objetivos pessoais no campo profissional ao pontuar necessidade de a pessoa “não ficar sentada em casa" só mandando currículo para emprego esperando que aconteça.
Experiência e formação extracurricular
Segundo a Analista de Carreiras da UNINASSAU Bruna Carolina da Silva Costa, a busca de uma formação acadêmica nem sempre garante uma vaga de emprego. Além disso, as oportunidades se tornam cada vez mais competitivas. Para que o aluno consiga se manter atraente diante deste cenário é necessário preparar-se desde o início da graduação e estar sempre atento às novas possibilidades de agregar novos conhecimentos. Veja os destaques apontados por ela como diferenciais para alcançar a empregabilidade:
Cursos Online: Uma forma de manter-se atualizado e qualificado diretamente na área desejada, essa opção também pode ser realizada de forma gratuita.
Estágio não obrigatório: Ainda muito conhecido como extra-curricular, é uma excelente opção para que o aluno consiga colocar em prática as teorias vistas em sala de aula, bem como ter a oportunidade de vivenciar as rotinas organizacionais e experimentar árias áreas. escolhendo a de maior identificação.
Palestras e Congressos: É de extrema importância participar de eventos e congressos da área que você está se especializando. Há uma grande possibilidade de conhecer profissionais de sua área e trocar experiências e contatos, já podendo iniciar um networking durante a vida acadêmica.