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O diplomata Fernando Schmidt Ariztía, embaixador do Chile no Brasil, visitou a UNAMA - Universidade da Amazônia, campus Alcindo Cacela, na tarde de segunda-feira (4). A visita foi para conhecer os cursos e a estrutura da Universidade.
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Na instituição, Fernando Schimidt se reuniu com os professores Eulina Maia, coordenadora do curso de Direito; Ana Vasconcellos, pró-reitora de Pós-graduação; Herica Simão, diretora Acadêmica; e Antonio Comaru, representando o curso de Gastronomia. Além dos professores, o pró-reitor Wagner Muniz deu as boas-vindas ao embaixador.
Em entrevista, Fernando Schimidt destacou que a embaixada do Chile tem atuação muito concentrada no Centro-Sul do Brasil e defendeu que o país deve ter presença no Pará, assim como está presente no Nordeste. "Este é um país-continente, em diversos aspectos, e devemos ter a presença do Chile aqui no Norte. Estamos pensando em abrir um consulado honorário aqui no Pará, e devemos também explorar possibilidades econômicas, no âmbito da cultura, e diversos elementos. Por isso estou aqui na Universidade, em busca de informações, explorando como é que a Universidade pode ser também um instrumento para complementar isso", explicou.
Para o embaixador, o diálogo com a UNAMA está no início e há mais para se conhecer. O interesse de Fernando Schimidt é voltar os olhares para a Amazônia. "Os fluxos turísticos do Chile terminam, hoje, na área de Pernambuco, um pouco mais no norte, mas não no Norte do país. E aqui fica a cinco horas de Lisboa e são dez horas de Santiago (capital chilena). Então é natural que a gente tenha uma visão mais próxima de Portugal, europeia, do que da América Latina. Isso é uma dimensão que devemos começar a trocar por um olhar diferente", avaliou.
Segundo o embaixador, as expectativas para a relação Brasil-Chile, no governo Bolsonaro, são boas. "Esse governo está no início, e começar a falar um relacionamento com metas, objetivos claros, é ainda um pouco cedo, depois vamos ver. Queremos, primeiro, uma ratificação do tratado de livre comércio que foi assinado no governo do ano passado; segundo, gostaríamos de ver realizado um projeto muito ambicioso, muito antigo, que é o Corredor Binacional. Corredor que possa utilizar o Pacífico para exportação de grãos, exportação de produtos do Brasil; terceiro, gostaríamos de ter uma interação maior dos governos do Brasil e do Chile. Não temos uma conexão de dados de alta velocidade, absolutamente fundamental para o desenvolvimento da ciência, não temos uma conexão importante na área astronômica, nossos universitários se encontram nos países desenvolvidos, não se encontram nos seus próprios países", declarou Fernando Schimidt.
Para Fernando Schimidt, não existe unilateralidade em nenhuma das partes dos países do Mercosul. "A última reunião do presidente Bolsonaro com Macri (Maurício Macri, presidente da Argentina) já deu sinais de que o Mercosul vai mudando de um mercado fechado a um mercado mais flexível. Por outra parte, os países aliados do Pacífico também estão tentando convergir para o Mercosul. Esse processo de convergência é um processo extraordinariamente importante, onde queremos aportar nossos esforços", avaliou.
Em relação aos intercâmbios, segundo o embaixador, há muitas possibilidades de aproximação entre Brasil e Chile. "A realidade é que os alunos chilenos e brasileiros se encontram nas universidades americanas, francesas, portuguesas, espanholas, não nos encontramos aqui dentro. Deixei aí algumas informações. Temos mestrado, doutorado, pós-doutorado, diversos tipos de bolsas de estudos que deveriam ser aproveitadas. Dever ser aproveitado tudo o que é relacionado a Startup. Estamos outorgado 38 mil dólares para cada projeto. Então, por que um aluno brasileiro, uma boa ideia brasileira, não pode participar de concurso para ganhar esses 38 mil dólares, e começar um relacionamento mais forte?", ressaltou.
Sobre as expectativas para o Acordo de Livre Comércio, assinado em novembro do ano passado, o embaixador disse que gostaria muito de quebrar a inércia negativa. "Concluímos a negociação em outubro, em novembro foi assinado um tratado. Isso marcou uma pauta extraordinariamente veloz. Agora o assunto é o desafio. Como podemos ratificar, manter a ratificação no parlamento, essa é uma pergunta. Não temos uma resposta para isso, mas esperamos que sim, esperamos que isso possa acontecer. Não como diziam alguns amigos meus em Brasília, no mínimo cinco anos para ratificar o tratado. Espero que não sejam cinco, seis anos, espero que sejam cinco, seis meses", explicou.
Para o pró-reitor Wagner Muniz, a visita do embaixador foi uma grande supresa. "Nós temos um distanciamento das instituições aqui no entorno da América Latina, e o Chile veio muito a calhar. O embaixador ficou bastante lisonjeado com a nossa comida, se mostrou bastante surpreso em saber do que a UNAMA desenvolve na pesquisa, principalmente na área gastronômica e na área da saúde, ficou impressionado com os serviços que a UNAMA presta ao meio coletivo, que circunda a UNAMA, principalmente com relação ao curso de Direito. Isso nos abre muitas possibilidades de intercâmbio entre estudantes do Chile e estudantes do Pará, especificamente da UNAMA, em universidades chilenas", concluiu.
De Belém, o embaixador chileno seguiu para Manaus.