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Seguem abaixo as datas-chave do Estado de Israel desde a proclamação de sua independência, em 14 de maio de 1948:

- Nascimento e guerras -

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Três anos após o fim da Segunda Guerra Mundial e o extermínio de mais de seis milhões de judeus pelos nazistas, o Estado de Israel foi criado em 14 de maio de 1948 em uma parte do território da Palestina, que desde 1920 estava sob mandato britânico.

No dia seguinte de sua criação, estoura a primeira guerra árabe-israelense, ganha pelo novo Estado em 1949.

Mais de 760.000 palestinos são obrigados a migrar, refugiando-se em países árabes. Mais de 400 povoados são arrasados.

Em 25 de outubro de 1956, três meses após a nacionalização do canal de Suez pelo Egito, começa a segunda guerra árabe-israelense.

Israel usa seus tanques e sua aviação para tomar o Sinai e chega ao canal de Suez. Em 31 de outubro, França e Grã Bretanha bombardeiam o Egito.

Pressionados pela ONU, pelos Estados Unidos e depois pela União Soviética, Israel se retira do Sinai. França e Reino Unido põem fim à operação.

Em 5 de junho de 1967, Israel lança a chamada guerra dos Seis Dias ("Guerra de junho de 1967" para os árabes), contra Egito, Síria e Jordânia. Israel toma Jerusalém Oriental, Cisjordânia, Faixa de Gaza, a parte síria das Colinas de Golã e o Sinai egípcio.

Em 6 de outubro de 1973, Egito e Síria atacam novamente Israel no Sinai e no Golã. É a guerra do Yom Kippur, ou a guerra de outubro para os árabes. Após sérios reveses, as forças israelenses conseguem reverter uma situação desfavorável. A primeira-ministra Golda Meier renuncia em 1974.

- Paz com Egito -

Em 17 de setembro de 1978, o então primeiro-ministro israelense, Menahem Begin, e o presidente egípcio, Anuar el Sadat, assinam em Washington os acordos de Camp David, que perfilam a assinatura, seis meses depois, em 1979, do tratado de paz egípcio-israelense, o primeiro entre Israel e um país árabe.

Jordânia assina um acordo de paz com Israel em 1994.

- Invasão do Líbano -

Em 6 de junho de 1982, o Exército israelense invade o Líbano (operação "Paz na Galileia") e expulsa de Beirute a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), de Yasser Arafat.

Em setembro, as milícias cristãs libanesas pró-israelenses cometem massacres nos campos de refugiados palestinos de Sabra e Shatila, em Beirute.

As tropas israelenses ocuparam o sul do país até sua retirada em 2000.

Após o sequestro de soldados israelenses por parte do movimento libanês Hezbollah, Israel lança uma devastadora ofensiva no Líbano em 2006.

- Acordos e Intifadas -

Em dezembro de 1987, os palestinos dos territórios ocupados, Cisjordânia e Gaza, rebelam-se, e estoura a primeira Intifada contra a ocupação israelense.

Em 13 de setembro de 1993, Israel e a OLP assinam em Washington os acordos de Oslo, uma "declaração de princípios" para estabelecer uma autonomia palestina transitória de cinco anos. É o primeiro acordo de paz entre Israel e os palestinos, selado pelo histórico aperto de mãos entre Yasser Arafat e o então primeiro-ministro israelense, Yitzhak Rabin, assassinado em 1995.

Após o fracasso das negociações palestino-israelenses de Camp David e a controversa visita em setembro do ano 2000 de Ariel Sharon, então líder da oposição de direita, à Esplanada das Mesquitas em Jerusalém, estoura a segunda Intifada.

Os militares israelenses ocupam novamente as principais cidades autônomas da Cisjordânia e, depois, em março de 2002, lançam a maior ofensiva na Cisjordânia desde 1967. Israel levanta um muro de separação com a Cisjordânia para impedir a entrada de homens-bomba palestinos.

Em setembro de 2005, Israel se retira da Faixa de Gaza e impõe um bloqueio sobre o território depois que o movimento islamita Hamas assumiu o controle do enclave palestino.

- Guerras em Gaza -

De 27 de dezembro de 2008 a 18 de janeiro de 2009, Israel lança uma vasta campanha aérea e depois terrestre para pôr fim aos disparos de foguetes da Faixa de Gaza. Morrem cerca de 1.440 palestinos e 13 israelenses.

Em 14 de novembro de 2012, Israel lança uma operação para assassinar o chefe militar do Hamas, Ahmed Jaabari. Em oito dias de bombardeios seletivos morrem 174 palestinos, entre eles uma centena de civis. Seis israelenses, incluindo quatro civis, também morrem.

Em 8 de julho de 2014, Israel lança uma operação contra a Faixa de Gaza para impedir os disparos de foguetes e destrói túneis cavados do enclave palestino.

Essa guerra, a mais longa e mais devastadora das três operações no território desde 2008, deixou 2.251 mortos palestinos, na grande maioria civis, e 74 mortos israelenses, quase todos soldados.

- Apoio de Trump -

Em março de 2015, Benjamin Netanyahu, à frente do governo desde 2009, triunfa nas eleições legislativas e forma o governo considerado mais à direita da história do país.

Em 6 de dezembro de 2017, o presidente americano, Donald Trump, reconhece Jerusalém como capital de Israel e provoca a indignação dos palestinos e rejeição da comunidade internacional.

Em 14 de maio de 2018, dia do 70º aniversário da criação de Israel, os Estados Unidos transferem sua embaixada para Jerusalém.

Em 25 de março de 2019, Donald Trump assina, diante de Netanyahu em Washington, o decreto com o qual os Estados Unidos reconhecem oficialmente a soberania de Israel sobre as Colinas de Golã.

Uma píton de 64 quilos de peso e 5,2 metros de comprimento foi capturada por pesquisadores da Flórida, que usaram técnicas inovadoras. Segundo a Reserva Nacional Big Cypress, que anunciou a captura, a cobra fêmea, capaz de engolir um cervo inteiro, continha 73 ovos em desenvolvimento.

É uma das maiores pítons já capturadas no sul da Flórida, de acordo com a reserva localizada ao norte do Everglades Park. Os pesquisadores descobriram o réptil colocando transmissores de rádio em pítons masculinos, o que lhes permitiu localizar a fêmea.

"Nossa equipe não apenas elimina as cobras invasivas, mas também coleta dados para pesquisas", disseram os cientistas. Segundo eles, esses répteis representam "uma importante ameaça à vida selvagem", já que, na ausência de predadores naturais, nada pode impedir sua multiplicação.

A píton birmanesa foi considerada uma espécie invasora desde que apareceu pela primeira vez na região em 1980. O governo americano proibiu sua importação em 2012 por causa de seu perigo.

Um caçador ilegal que perseguia um rinoceronte no parque nacional sul-africano de Kruger morreu ao ser pisoteado por um elefante e depois foi devorado por leões, informou nesta segunda-feira (8) o Departamento de Parques (SanPark).

O caso foi revelado pelos suposto cúmplices da vítima, que informaram a morte à família do calador, que foi esmagado por um elefante em 2 de abril, informou o porta-voz do SanPark, Isaac Phaahla.

A família alertou a direção do parque nacional, que enviou guardas para procurar o corpo do caçador, mas eles só encontraram um crânio na quinta-feira (4) passada.

"A presença de um grupo de leões foi confirmada na área e parece que devoraram o corpo da vítima", disse Phaahla, antes de indicar que especialistas tentam confirmar a informação.

"Entrar ilegalmente e a pé no parque nacional Kruger não é prudente", recordou o diretor do local, Glenn Phillips. "É muito perigoso e este incidente é uma nova prova disso", completou.

Os quatro cúmplices da vítima foram detidos e devem comparecer esta semana a uma audiência com um juiz.

A cada ano milhares de rinocerontes são mortos na África para a retirada de seus chifres, muito apreciados na medicina tradicional em países como China e Vietnã.

No continente africano restam quase 5.000 exemplares do rinoceronte negro, quase 1.900 deles na África do Sul. O país também tem 20.000 rinocerontes brancos, 80% da população mundial.

A chefe do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos, Kirstjen Nielsen, de 46 anos, pediu demissão. Ela ocupou três altos cargos no governo Donald Trump, desde janeiro de 2017. O pedido foi aceito.

A renúncia de Nielsen ocorre no momento em que o presidente norte-americano expressa frustração com o aumento no número de migrantes que cruzam a fronteira do México com os Estados Unidos.

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Nas redes sociais, Nielsen agradeceu a Trump por ter feito parte de sua equipe. "Foi uma honra para toda a vida servir com os bravos homens e mulheres do departamento. Eu não poderia estar mais orgulhosa e mais humilde com seu serviço, dedicação e compromisso para manter nosso país a salvo de todas as ameaças e perigos" disse.

Cerca de 100 mil imigrantes foram capturados, na fronteira dos Estados Unido com o México, em março. É o maior número em uma década, segundo autoridades da fronteira dos EUA.

*Com informações da DW, agência pública internacional da Alemanha

O exército do Sudão mobilizou tropas nesta segunda-feira (8) ao redor de seu quartel-general em Cartum, onde milhares de manifestantes estão reunidos há três dias para pedir a renúncia do presidente Omar al Bashir.

Desde o início dos protestos no Sudão em 19 de dezembro, o exército não participou na repressão, que foi liderada pelo influente serviço de inteligência (NISS) e da polícia antidistúrbio.

Nesta segunda-feira, os soldados estabeleceram barricadas nas ruas próximas ao complexo militar para evitar a aproximação de veículos.

Algumas horas antes, veículos com integrantes do NISS e da polícia antidistúrbio foram posicionados nas proximidades do QG.

Uma testemunha afirmou que as forças de segurança usaram gás lacrimogêneo contra os manifestantes.

Também foram ouvidos tiros, mas não foi possível determinar a origem dos disparos.

"As forças de segurança do regime tentam dispersar o protesto pela força", afirmou a Aliança para a Mudança e a Liberdade em um comunicado.

Milhares de homens e mulheres estão reunidos desde sábado no local, na maior manifestação desde o início do movimento em dezembro.

Os organizadores dos protestos pediram a adesão dos moradores da capital e seus arredores. No sábado anunciaram o desejo de que o exército "se posicione ao lado do povo".

As manifestações começaram em 19 de dezembro, motivadas pela decisão do governo de triplicar o preço do pão em um país afetado pela crise econômica.

Rapidamente se tornaram um movimento contra Bashir, que em 22 de fevereiro decretou estado de emergência durante um ano em todo o país para tentar conter os protestos.

As manifestações voltaram a ganhar força em 6 de abril, data que recorda a revolta de 1985 que derrubou o regime do presidente Jaafar al Nimeiri.

O líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, pediu que o primeiro-ministro iraquiano, Adel Abdel Mahdi, convoque a saída das tropas dos Estados Unidos presentes no Iraque "o mais rápido possível", segundou seu site oficial.

"Ele precisa tomar iniciativas para garantir que os americanos retirem suas tropas do Iraque o mais rápido possível", disse Khamenei, que recebeu Mahdi no sábado.

"Em todos os lugares onde eles estão presentes, depois é problemático fazê-los sair", disse o guia iraniano, segundo seu site oficial.

"O atual governo e o parlamento do Iraque não são desejados pelos americanos que conspiram para tirá-los do cenário político", argumentou Khamenei.

Iraque e Irã são dois países predominantemente xiitas, enquanto o resto do mundo muçulmano é sunita.

Em fevereiro, o presidente Donald Trump anunciou que os Estados Unidos manteriam uma presença militar no Iraque para monitorar o Irã.

Essas declarações indignaram a maioria das forças políticas iraquianas e reativaram os pedidos para que as tropas deixassem o país.

Grupos armados xiitas próximos ao Irã, que tiveram um papel importante na derrota do Estado Islâmico (EI), pressionaram por um projeto de lei para impor um cronograma para a saída das tropas dos Estados Unidos no parlamento iraquiano.

Estabelecido em 1931 pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI), o Dia do Jornalista é comemorado neste domingo (7). A data ficou marcada por homenagear Líbero Badaró, jornalista assassinado em 1830. A morte de Badaró foi um dos fatores preponderantes para desestabilização do regime imperial que governava o Brasil, forçando Dom Pedro I a abrir mão do poder e voltar a Portugal no dia 7 de abril 1831.

Apesar da liberdade de imprensa no Brasil e em boa parte do mundo, os crimes de assassinato contra jornalistas no exercício da profissão são alarmantes. De acordo com a organização Repórteres Sem Fronteiras, a Síria é o país mais perigoso para os jornalistas. Em segundo lugar está o México. Já nos dados do Comitê para a Proteção de Jornalistas, a conta é de 2.037 profissionais mortos e desaparecidos entre 1992 e 2019.

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O LeiaJá relembra alguns casos mais marcantes:

1. Alí Domínguez

Foto: Reprodução

Após denunciar ameaças do governo de Nicolás Maduro, o jornalista venezuelano morreu após ser espancado, em março deste ano. Domínguez, que estava desaparecido há uma semana, foi encontrado morto na capital Caracas. Apesar de apoiar o regime de Hugo Chávez, ele havia rompido relações com o governo Maduro e era considerado um dissidente. De acordo com a ONG Programa Venezuelano de Educação-Ação em Direitos Humanos (Provea), Domínguez foi encontrado por policiais com traumatismo craniano, fraturas e desprendimento dos dentes, o que poderia indicar que ele teria sido torturado.

2. Viktoria Marinova

Foto: Reprodução

Em outubro de 2018, a jornalista búlgara foi encontrada morta com sinais de estupro e estrangulamento em um parque acoplado ao Rio Danúbio, em Ruse, Bulgária. Durante a última edição do programa que apresentava na TV, Viktoria entrevistou dois jornalistas, o búlgaro Dimitar Stoyanov e o romeno Attila Biro que, naquela semana, denunciaram casos de corrupção envolvendo políticos do país. Como Viktoria também já havia denunciado casos que se referiam a dirigentes búlgaros, a grande suspeita foi de envolvimento dos denunciados na morte da jornalista. As autoridades prenderam Severin Krasimirov, assassino confesso do crime, mas ainda não há esclarecimentos se Krasimirov agiu a mando de alguém.

3 - Jairo Souza

Foto: Reprodução

O jornalista e radialista atuava na Rádio Pérola, em Bragança (PA), e foi morto a tiros quando chegava ao trabalho, em junho de 2018. Souza era conhecido por denunciar casos de corrupção que envolviam o poder executivo municipal, além de veicular casos de homicídio e tráfico de drogas. Amigos próximos do jornalista informaram, na época, ele havia reportado à Polícia ameaças e chegou a usar colete a prova de balas por um período.

4 - Tim Lopes

Foto: Reprodução

O repórter da TV Globo, vencedor do Prêmio Esso de Jornalismo em 2001 pela reportagem "Feira das Drogas", que mostrava a facilidade que traficantes encontravam para comercializar entorpecentes, foi morto por chefes do tráfico da Vila Cruzeiro, na zona norte do Rio de Janeiro. Famoso pela reportagem que lhe deu o prêmio, Tim Lopes voltou ao local em junho de 2002 após receber uma denúncia de que em bailes funk, além de consumo e venda de drogas, menores participavam de orgias sexuais. Ao ser reconhecido, Tim Lopes foi levado pelos bandidos a uma espécie de tribunal do crime, onde lhe deram a sentença de morte. O jornalista foi assassinado, teve o corpo esquartejado e queimado.

5 - Jamal Khashoggi

Foto: Reprodução

Apesar de muito próximo dos príncipes sauditas, Khashoggi era um jornalista crítico dos monarcas e do regime adotado no país. Em outubro de 2018, Khashoggi adentrou o consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia, e não saiu vivo. Depois de diferentes versões, o governo com sede em Riad acabou reconhecendo que o jornalista havia sido morto pelas mãos de agentes que, segundo o governo, agiram por conta. O principal suspeito de ordenar a morte de Khashoggi é o herdeiro do trono Mohammad bin Salman.

Homenagem a Vladmir Herzog

A Praça Memorial Vladimir Herzog, que fica ao lado da Câmara Municipal de São Paulo, recebeu uma réplica em alumínio do troféu que leva o nome do jornalista assassinado pela ditadura militar em 1975. A obra é do artista plástico Elifas Andreato.

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Neste 7 de abril, Ruanda recorda o 25º aniversário do genocídio que ainda é um trauma ainda vivo, apesar de todos os avanços obtidos em um quarto de século por este pequeno país da região africana dos Grandes Lagos.

Entre abril e julho de 1994, o regime extremista hutu matou ao menos 800.000 pessoas, segundo a ONU, principalmente entre a minoria tutsi e também entre os hutus moderados.

O assassinato em 6 de abril de 1994 do então presidente ruandês, o hutu Juvénal Habyarimana, foi o elemento deflagrador do genocídio. No dia seguinte, as Forças Armadas Ruandesas (FAR) e os milicianos hutus Interahamwe, fanatizados após anos de propaganda contra os tutsis, deram início aos massacres.

Os assassinatos se estenderam a todo país. Incitadas pelas autoridades e pela "mídia do ódio", todas as camadas da população se entregaram à causa. Homens, mulheres e crianças foram exterminados a golpes de machado, inclusive dentro das igrejas onde buscaram refúgio.

O massacre teve fim quando a rebelião tutsi da Frente Patriótica Ruandesa (FPR) conquistou Kigali, em 4 de julho, desencadeando o êxodo de milhares de hutus atemorizados para o vizinho Zaire (atual República Democrática do Congo).

Vinte e cinco anos após o último genocídio do século XX, as terras ruandesas continuam a revelar corpos.

Jornalistas da AFP viram há alguns dias como depositaram no memorial de Nyamata (sul) os ossos de pelo menos 30 pessoas recém-encontrados em uma vala comum.

- Unidade nacional -

Para os mais de 12 milhões de ruandeses, este período anual de recordação é muito sombrio.

"Quanto mais nos aproximamos da data, mais penso nisso. Voltam os sons, as imagens. Não consigo dormir", conta Damien Munyakayanza, um sobrevivente do massacre.

Grupos de discussões e vigílias estão previstos. Os sobreviventes recuperam e voltam a enterrar os ossos das vítimas.

Memoriais também são arrumados, e tudo é tingido de violeta, a cor do luto.

O tema dos atos em memória é "Recordação, unidade e renovação" e, este ano, a ênfase é colocada na juventude, que não viveu o genocídio, mas ainda sofre as consequências.

Em questão de uma geração, Ruanda conseguiu muito, ao se tornar um polo de estabilidade política, transformando um país em ruínas em uma economia robusta com uma certa coesão social.

"Durante os últimos 25 anos, a grande preocupação, ou desafio, de Ruanda foi a reconstrução da unidade nacional", afirmou o secretário-geral da Comissão Nacional para o Combate ao Genocídio, Jean-Damascène Bizimana, em entrevista à AFP.

"Tentamos fazer todos os ruandeses entenderem que compartilhamos o mesmo país, os mesmos direitos", acrescenta.

"A construção de um estado de direito foi um desafio fundamental e capital", disse ainda.

- Obstáculos -

Na busca pela reconciliação, a Justiça desempenhou um papel fundamental. Dezenas dos responsáveis pelo genocídio foram condenados pelo Tribunal Penal Internacional para Ruanda (TPIR).

E cerca de dois milhões de ruandeses foram julgados por tribunais populares, os "gacaca".

O "gacaca" foi baseado no princípio da confissão. Mas, em alguns casos, a ausência de remorso e o não pagamento das devidas indenizações por propriedades saqueadas, ou destruídas, têm sido um obstáculo para a reconciliação.

Os ruandeses não escondem que seu país ainda tem um bom caminho a percorrer até que recupere totalmente sua tranquilidade.

Para os críticos do governo, o consenso social nada mais é, porém, do que uma fachada, que esconde o controle total do regime sobre a população.

"Assegurada por uma estrutura política e administrativa onipresente, a 'reeducação' autoritária e a 'reconciliação' de um povo dividido e traumatizado pela guerra e pelo genocídio agora prevalecem em todos os domínios de atividade", diz o pesquisador francês André Guichaoua.

A esposa do ex-presidente da Renault-Nissan, Carlos Ghosn, deixou o Japão após a nova prisão do marido porque se sentia "em perigo", declarou ao jornal francês Le Journal du Dimanche, evitando assim ter que depor à justiça japonesa.

Os promotores japoneses queriam questionar Carole Ghosn, de acordo com vários meios de comunicação japoneses, incluindo a agência de notícias Kyodo, que afirmou que os valores supostamente desviados pelo ex-diretor da Renault-Nissan poderiam ter passado por uma empresa dirigida por ela.

Ghosn foi novamente preso na quinta-feira em Tóquio por novas suspeitas de desfalque financeiro, um mês depois de ser libertado sob fiança.

Carole Ghosn, que estava presente quando foi preso, disse que retornou à França apesar do fato de seu passaporte libanês ter sido confiscado pela polícia japonesa. A mulher disse que usou seu outro passaporte, americano.

"O embaixador francês me acompanhou ao aeroporto. Ele não me deixou sozinha até chegar ao avião", disse ela. "Até o último segundo, não sabia se eles me deixariam decolar."

A mulher também disse que se recusou a assinar um documento em japonês durante a prisão de seu marido. "Eles queriam me levar com eles mais tarde, e meu advogado me aconselhou a recusar", acrescentou Carole Ghosn.

Ela contou ao jornal que seu marido gravou uma mensagem para "designar os responsáveis pelo que acontece com ele e que será transmitida em breve".

Ghosn, que passou 108 dias na cadeia, havia anunciado no dia anterior que planejava realizar uma coletiva de imprensa em 11 de abril para "contar a verdade sobre o que está acontecendo".

"Quando entendeu que seria preso [novamente], ele gravou uma entrevista no Skype para a TF1 e a LCI", explicou Carole Ghosn.

No sábado, o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, disse que pediu a seu colega japonês que garantisse o direito de proteção consular e a presunção de inocência do ex-presidente da Renault-Nissan.

Às vésperas das legislativas de 9 de abril, ativistas do norte de Israel tentam convencer os moradores árabes a votar, mas eles se dividem entre os que querem votar ou boicotar as eleições.

Quatro partidos árabes participam das eleições em duas listas. Afirmam representar a minoria árabe (17,5% da população).

Em cada evento eleitoral, a história se repete. Têm que enfrentar as convocações de boicote feitas pelos árabes israelenses e a hostilidade dos partidos judaicos em um país com três quartos da população judia.

"Sucessivos governos israelenses condenaram a população árabe ao ostracismo" mas "nossa luta não deve estar ausente do Parlamento, é ali que se decide a lei", diz a candidata Sondos Saleh, da aliança de partidos árabes Hadash-Taal.

"Se os árabes boicotarem as eleições, o poder israelense vai eleger árabes que o representem e falem em seu nome", insiste diante de uma centena de moradores na parte antiga de Acre.

Um famoso rapper árabe israelense, Tamer Nafar, publicou na quinta-feira um vídeo em que pede que as pessoas votem.

"Ou votamos ou acabaremos expulsos da pátria", canta, enquanto aparece em um ringue lutando consigo mesmo para demonstrar as contradições da comunidade.

Ao contrário, em um bairro árabe da cidade de Haifa, indivíduos não identificados cobriram cartazes eleitorais com a inscrição em vermelho: "Vou votar quando os mártires forem votar", em alusão aos mortos no conflito entre israelenses e palestinos.

Os árabes israelenses são descendentes de palestinos que ficaram em suas terras após a criação do Estado de Israel, em 1948. A imensa maioria é de muçulmanos, mas também há cristãos e drusos. Têm cidadania israelense e direito ao voto.

- Repúdio ou adesão -

Eles se debatem entre a solidariedade aos palestinos e a adesão ao Estado de Israel, entre a participação e o repúdio ao sistema parlamentar.

Afirmam ser vítimas de discriminação e negligência por parte das autoridades. Quase 50% da comunidade vivia sob o umbral da pobreza em 2015. Comparativamente, o índice de pobreza em outros grupos de Israel (exceto os judeus ultraortodoxos) era de 13,5%, segundo a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE).

Em 2015, 64% dos eleitores árabes foram às urnas.

"Por enquanto, a participação dos árabes é estimada em 51%", afirma o analista A'as al Atrache, radicado em Nazaré. O boicote ganha adeptos entre os jovens de 18 a 30 anos, que fazem campanha nas redes sociais, acrescenta.

Uma situação que se deve às divisões entre partidos árabes e a frustração com os resultados obtidos no Parlamento.

Em 2015, os partidos árabes apresentaram uma lista única para poder alcançar os 3,25% de votos requeridos para entrar no Parlamento. Obtiveram um resultado histórico: 13 assentos do total de 120.

Este ano, concorrem em duas listas: Hadash-Taal, laica, e Raam-Balad, uma aliança entre um partido nacional árabe e um movimento islamita.

- Quinta coluna -

No mesmo encontro do qual participa Sondos Saleh, o pesquisador e ativista Alif Sabbagh defende o boicote.

Ele distingue três categorias de não votantes: os que não votam nunca porque Israel é um "Estado de ocupação e colonialista", os que se desesperam com a falta de resultados com a representação parlamentar e os indignados com as leis recentes, segundo eles, discriminatórias.

A Knesset votou em 2018 a lei do "Estado-nação judeu", que infundiu medo entre os israelenses não judeus. Eles temem que os torne em cidadãos de segunda classe, ao fazer prevalecer o caráter judaico do país sobre outros princípios, como democracia e igualdade.

O primeiro-ministro de direita, Benjamin Netanyahu, acentuou o temor, declarando que Israel "não é o Estado de todos os seus cidadãos (...) Israel é o Estado-nação do povo judeu e unicamente do povo judeu".

A direita costuma equiparar os partidos árabes a uma "quinta coluna" anti-israelense.

O candidato de direita Oren Hazan publicou um vídeo inspirado em uma cena do clássico filme de faroeste "Três homens em conflito", em que aparece no banheiro, sacando um revólver para matar o deputado árabe Khamal Zahalka.

Os argelinos retornaram às ruas nesta sexta-feira (5), na primeira grande manifestação desde a renúncia de Abdelaziz Bouteflika, para exigir que a cúpula do ex-presidente não se envolva na transição política.

No início da manifestação, a mobilização era maciça no centro de Argel, principalmente na praça do Grande Poste, o epicentro dos protestos.

Em um vídeo postado na internet, o advogado Mustapha Bushashi, uma das vozes do movimento de contestação, pediu aos argelinos que façam desta sexta-feira "um grande dia". "A renúncia do presidente não significa que vencemos", advertiu.

Os manifestantes exigem a saída de Abdelkader Bensalah, Tayeb Belaiz e Nuredin Bedui, três homens-chave do aparato de poder de Bouteflika e a quem a Constituição confia as rédeas do processo de transição.

Bensalah, nomeado por Bouteflika há 16 anos como presidente do Conselho da Nação (câmara alta), deve substituir o presidente durante três meses, o tempo para organizar novas eleições presidenciais.

Tayeb Belaiz, que foi ministro por 16 anos, quase sem interrupção, preside - pela segunda vez em sua carreira - o Conselho Constitucional, encarregado de controlar as eleições.

O primeiro-ministro Nuredin Bedui foi, até a sua nomeação no dia 11 de março como ministro do Interior, "chefe de fraude eleitoral e inimigo das liberdades", conforme descrito pelo jornal El Watan.

"Respeitar a Constituição" e confiar a transição e a organização das eleições àqueles que encarnam o sistema, "provavelmente causará mais protestos. Os manifestantes duvidam que as eleições serão justas (...) e livres", estima Isabelle Werenfels, pesquisadora do Instituto Alemão para Assuntos Internacionais e de Segurança.

Os manifestantes pedem a criação de instituições de transição para reformar o país e organizar um marco legal que garanta eleições livres.

"O pós-Bouteflika não está claro. A rua e os partidos" de oposição "pedem uma nova Constituição, uma nova lei eleitoral", aponta Hamza Meddeb, pesquisador do Instituto Universitário Europeu de Florença.

A Argélia entra "na fase mais delicada, já que a rua e as instituições podem se dividir", estimou.

O grande vencedor desta disputa com a cúpula de Buteflika é o general Ahmed Gaid Salah, chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas.

Mas Hasni Abidi, diretor do Centro de Estudos e Pesquisas do Mundo Árabe e Mediterrâneo de Genebra, ressalta que "a rua argelina tornou-se o novo ator da vida política, enquanto não sabemos muito sobre as intenções dos militares no pós-Buteflika".

Ainda mais quando o general Gaid Salah é amplamente percebido pelos manifestantes como um homem do "sistema" Buteflika, a quem ele serviu fielmente até poucos dias atrás, desde sua nomeação em 2004.

Um grupo armado invadiu a pista do aeroporto internacional do estado de Guanajuato, região central do México, e, supostamente, roubou 20 milhões de pesos (1,04 milhão de dólares) de um carro-forte no momento em que o dinheiro era levado para um avião, anunciaram autoridades.

O crime aconteceu na quarta-feira (3) à noite, quando homens armados em uma caminhonete burlaram o sistema de segurança do Aeroporto Internacional de Bajío, que fica entre as cidades de Silao e León.

Um primeiro comunicado das autoridades afirma que "indivíduos armados feriram funcionários do transporte de de carga e levaram o dinheiro", mas não cita que o valor roubado teria sido de 20 milhões de pesos, em uma ação que durou apenas três minutos.

A empresa que administra o terminal, o Grupo Aeroportuário do Pacífico (GAP), divulgou outro comunicado no qual informou que os ladrões a bordo da caminhonete estavam encapuzados e armados.

O veículo "entrou no aeroporto ao superar a cerca de segurança e tomou pela força os valores. Ao fugir, derrubaram uma área da cerca", indicou o GAP.

Em 14 de dezembro, um carro-forte que transportava 118 milhões de pesos (6,2 milhões de dólares) foi interceptado e roubado na estrada que liga as cidades de Celaya e Apaseo el Grande.

A Samsung Electronics iniciou nesta sexta-feira as vendas do primeiro smartphone do mundo com 5G, o Galaxy S10 5G, coincidindo com o lançamento na Coreia do Sul da primeira rede de cobertura nacional desta tecnologia, que pretende revolucionar o mercado.

A Coreia do Sul, um dos países mais conectados do mundo, lançou na quarta-feira à noite a primeira rede nacional de telefonia móvel de quinta geração (5G), dois dias antes da data prevista. Três operadoras oferecem o serviço.

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O país está em uma disputa com Estados Unidos, China e Japão sobre a rede de ultravelocidade.

As especulações dos últimos dias sobre o lançamento do serviço 5G antes do previsto pela operadora americana Verizon obrigaram as empresas sul-coreanas a optar, às pressas, por um lançamento noturno, informou a agência Yonhap.

Poucas horas depois, a Verizon passou a disponibilizar o 5G para smartphones em Chicago e Minneapolis.

A Samsung Electronics, líder mundial de vendas de smartphones, entrou na disputa e lançou nesta sexta-feira o Galaxy S10 5G.

As operadoras SK Telecom, KT e LG Uplus organizaram eventos especiais em Seul para celebrar o lançamento da versão mais moderna do Galaxy, cujo modelo básico custa 1,39 milhão de wons (1.230 dólares).

A nova tecnologia tecnologia proporciona uma velocidade 20 vezes superior ao 4G, o que permite, por exemplo, fazer o download de um filme em menos de um segundo.

Como o 3G e o 4G, o 5G estabelece um novo marco em termos de conectividade, em particular para os objetos. Entre as inovações mais esperadas estão os carros sem motorista, a saúde conectada, as cidades inteligentes, o transporte urbano e a segurança.

Depois de um lançamento para pessoas selecionadas na quarta-feira, o 5G está disponível para todos os sul-coreanos a partir desta sexta-feira.

O governo dos Estados Unidos revogou o visto da procuradora-geral do Tribunal Penal Internacional (TPI), Fatou Bensouda, de nacionalidade gambiana, motivado por uma possível investigação sobre operações de soldados americanos no Afeganistão.

A procuradora-geral do TPI prosseguirá cumprindo seu trabalho "sem medo ou favorecimento", apesar da revogação do visto, afirma um comunicado divulgado pelo gabinete de Bensouda.

Fatou Bensouda anunciou em novembro de 2017 que pretendia iniciar uma investigação formal sobre os supostos crimes de guerra cometidos no Afeganistão, inclusive pelo exército dos Estados Unidos.

As relações entre Washington e o TPI sempre foram complicadas. O governo dos Estados Unidos se negou a aderir ao tratado que estabelece o TPI, o Estatuto de Roma, que entrou em vigor em 2002 e foi ratificado por 123 países.

Washington faz todo o possível para evitar que americanos sejam investigados pelo TPI. A administração de Donald Trump levou ao extremo a desconfiança na instituição.

Em meados de março, o governo dos Estados Unidos anunciou as primeiras sanções contra o TPI, negando vistos a qualquer pessoa envolvida na investigação das ações das tropas americanas no Afeganistão ou em outros países.

O autor dos ataques a duas mesquitas na Nova Zelândia, nos quais morreram 50 pessoas no dia 15 de março, será submetido a exames psiquiátricos para a Justiça local saber se pode ou não levá-lo a julgamento, segundo informações oficiais divulgadas nesta quinta-feira (4).

O australiano Brenton Tarrant será examinado por dois especialistas para determinar "se está preparado para ser submetido a julgamento ou se é inimputável", ordenou o juiz Cameron Mander, da Alta Corte, numa breve audiência em Christchurch, cidade onde ocorreram os ataques, localizada na ilha sul da Nova Zelândia.

O atirador, de 28 anos, enfrenta 50 acusações de assassinato e 39 de tentativa de assassinato, informou nesta quinta-feira a polícia neozelandesa.

Tarrant ouviu a determinação do juiz através de videoconferência, pois está detido em Auckland (na ilha norte), isolado numa cela de um presídio de segurança máxima após a maior matança da história moderna da Nova Zelândia.

O criminoso, que se declara supremacista branco, permaneceu em silêncio durante toda a audiência, na qual não lhe foi exigido se declarar culpado ou inocente.

Vários familiares das vítimas estavam na corte para ver pela primeira vez o autor do massacre.

"Só quero ver o que tem a dizer, que tipo de sentimento tem, (sua) emoção, ver qual é sua reação, boa ou má", disse à Rádio Nova Zelândia Yama Nabi, cujo pai de 71 anos foi assassinado.

Tarrant ficará em prisão preventiva até a próxima audiência no tribunal, no dia 14 de junho.

Os investigadores não excluem outras acusações contra o supremacista branco, mas não revelaram quais poderiam ser. Especialistas dizem que podem estar relacionados com a qualificação do atentado como terrorista.

Em 15 de março passado, Tarrant matou 50 muçulmanos que estavam em duas mesquitas de Christchurch e transmitiu o ataque ao vivo através do Facebook.

Tarrant dispensou seu advogado após a primeira audiência, no dia 16 de março, o que levanta suspeitas de quer se defender sozinho e usar o julgamento como una plataforma de propaganda.

A imprensa está proibida de registrar qualquer tipo de imagem do acusado.

A prisão e posterior libertação, nesta quinta-feira (4), em Madri, de um espanhol que ajudou na morte de sua esposa, sofrendo de esclerose múltipla por 30 anos, relançou o debate sobre a eutanásia no país. "O juiz o libertou sem medidas cautelares", disse uma fonte judicial.

A fonte acrescentou que "a investigação continua, por um crime de cooperação no suicídio", mas que o juiz não viu motivo para "permanecer na prisão provisória". "O marido da falecida foi preso ontem", quarta-feira, em um bairro de Madri, disse à AFP um porta-voz da polícia nacional.

Um porta-voz da polícia nacional disse à AFP que o marido "declarou que sua esposa estava em estado terminal, e que ela havia lhe fornecido uma substância para provocar sua morte" e que ela "não sofreu".

Em uma transmissão de vídeo na mídia espanhola e gravada na terça (2) e quarta-feira (3), o homem é visto conversando com a mulher, que responde afirmativamente à pergunta do marido sobre se ele quer dar fim à sua vida. Ele acabou dando-lhe sódio pentobarbical.

Em uma entrevista transmitida no ano passado no canal La Sexta, o homem, Ángel Fernández, explicou que sua esposa, sexagenária, ficou doente por esclerose múltipla por três décadas e quis "morrer com dignidade".

A Igreja dos mórmons, conhecida oficialmente como Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, aceitou batizar os filhos de casais homossexuais ou transgênero, sejam membros deste culto ou não. Esta decisão "entra em vigor de imediato", disse nesta quinta-feira (4) a Igreja em um comunicado.

"Anteriormente, nosso manual assimilava o casamento com uma pessoa do mesmo sexo com apostasia", em outras palavras, uma negação de fé, explicou o comunicado.

"Embora ainda consideremos tal união como uma transgressão grave, não se tratará mais como uma apostasia (...) Ao contrário, o comportamento imoral será tratado da mesma maneira, seja em relações heterossexuais ou homossexuais", acrescenta o texto.

"Os esforços dos nossos membros para mostrar uma maior compreensão, compaixão e amor devem contribuir para o respeito entre as pessoas de boa vontade. Queremos reduzir o ódio e o desprezo que prevalecem atualmente", escreveu a Igreja.

No entanto, insistiu em que "estas mudanças não constituem uma reversão na doutrina da Igreja sobre o casamento ou aos mandamentos de Deus com relação à castidade e à moralidade".

Fundada em 1830, a religião mórmon, com sede em Salt Lake City, Utah, conta com 16 milhões de membros e tem como missão restaurar a verdadeira Igreja em sua pureza primitiva, com o fim de preparar a volta de Cristo.

Baseia-se no chamado "Livro de Mormón", que leva o nome de um antigo profeta, uma versão "restaurada" da palavra Jesus, em oposição à versão clássica resultante da "grande apostasia" do cristianismo.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recuou nesta quinta-feira (4) em sua ameaça de fechar a fronteira com o México nos próximos dias, mas advertiu seu vizinho do sul que adotará tarifas sobre a importação de veículos caso persista o atual fluxo de imigrantes e drogas.

"Se o México não nos ajudar, tudo bem, vamos aplicar tarifas sobre seus carros", declarou Trump na Casa Branca. "Vou fazer isto, e não brinco".

Trump disse aos jornalistas que dará um ano ao México para deter o narcotráfico na fronteira antes de impor as tarifas, sem esclarecer se a questão dos imigrantes passa pelo mesmo prazo.

"Se o México não fizer o que pode fazer com muita facilidade, prender essas pessoas (emigrantes), cobraremos taxas sobre os carros, e se isso não funcionar fecharemos a fronteira".

"Também vamos fazer algo relacionado a tarifas pelas drogas, porque (...) centenas de milhares de vidas são arruinadas por ano em nosso país", afirmou. "Se as drogas não pararem (de chegar), vamos colocar tarifas", avisou.

Uma média de 80% das exportações de automóveis fabricados no México, um importante pilar de sua produção industrial, destinam-se aos Estados Unidos e ao Canadá.

"Então vamos colocar tarifas se eles não apreenderem (migrantes) e, em última análise, vamos dar um período de tempo, mas, se daqui a um ano as drogas continuarem a nos inundar, vamos colocar tarifas", disse.

O governo mexicano reagiu quase que imediatamente às declarações do presidente, pedindo a Washington para desvincular as duas questões.

"É muito importante manter em separado os temas de migração e comerciais. Certamente o governo dos Estados Unidos algumas vezes mistura os dois temas. Para nós, é muito importante manter em uma via a ratificação do tratado de livre comércio e em outra, os temas que têm a ver com migração", disse em coletiva de imprensa na Cidade do México a ministra da Economia, Graciela Márquez.

"Em termos de novas tarifas, teríamos de discuti-las em termos da relação entre parceiros comerciais que estão modernizando um acordo comercial", afirmou Márquez, referindo-se ao acordo T-MEC entre Canadá, México e Estados Unidos (ou USMCA, na sua sigla em inglês), assinado em novembro após um ano de negociações.

Este acordo, que substitui o Nafta e tem seções especiais sobre o comércio automotivo, ainda deve obter a aprovação dos respectivos congressos para entrar em vigor.

Roberto Azevêdo, diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) disse, em visita ao México, na mesma conferência, que "todos os países têm espaço para desenvolver políticas públicas, políticas comerciais da maneira que quiserem, mas têm obrigações e acordos que foram contratados com outros "países.

A União Europeia (UE) condenou nesta quinta-feira (4) a retirada da imunidade na Venezuela do líder opositor Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino por mais de 50 países, decisão que representa uma "grave violação da Constituição venezuelana".

"A UE rejeita a decisão da não reconhecida Assembleia Nacional Constituinte de retirar a imunidade parlamentar de Juan Guaidó", afirmou a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, em uma declaração em nome dos países da UE.

A governista Assembleia Constituinte retirou na terça-feira a imunidade de Guaidó, presidente do Parlamento venezuelano controlado pela oposição, e autorizou o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) a processá-lo por usurpação de funções.

Para os europeus, "a decisão é uma grave violação da Constituição venezuelana, assim como do Estado de direito e da separação de poderes, pois o único órgão autorizado a retirar a imunidade" de Guaidó é o Parlamento venezuelano.

"Estos atos prejudicam uma saída política da crise e levam apenas a uma polarização maior", completou Mogherini, que fez um apelo em favor do respeito pleno das "prerrogativas e imunidades" de todos os membros do Parlamento venezuelano, assim como de sua "integridade física".

A UE, que não reconhece a legitimidade da Assembleia Constituinte nem do segundo mandato do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, iniciado em janeiro, criou em fevereiro com vários países latino-americanos um Grupo de Contato Internacional (GCI) para tentar encontrar uma solução.

O Parlamento australiano aprovou nesta quinta-feira (4) uma legislação polêmica que prevê a pena de prisão para os executivos das redes sociais que não retirarem rapidamente conteúdos extremistas de suas plataformas.

As leis, aprovadas após o ataque contra duas mesquitas na Nova Zelândia transmitido ao vivo no Facebook por um supremacista branco, foram aprovadas na quarta-feira (3) pelo Senado e nesta quinta-feira pela Câmara de Representantes.

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O texto determina a punição à não retirada de imagens de "atos terroristas", assassinatos, estupros, torturas e sequestros, além de citar as responsabilidades das redes sociais e dos provedores de acesso.

Plataformas como Facebook e YouTube também podem ser multadas pelo valor de 10% de seu atual volume de negócios, o que representaria bilhões de dólares, caso não procedam a "retirada rápida" dos conteúdos em questão. Os executivos das plataformas podem ser condenados a até três anos de prisão

Empresas de tecnologia, especialistas e advogados criticaram o texto, que superou o trâmite parlamentar em tempo recorde e cujo futuro após as eleições legislativas de maio é incerto.

O primeiro-ministro australiano, o conservador Scott Morrison, que está em posição delicada para as eleições, destacou a responsabilidade dos gigantes da internet.

"Os grandes grupos de redes sociais têm a responsabilidade de tomar todas as medidas possíveis para garantir que seus produtos tecnológicos não são explorados por terroristas assassinos".

O Partido Trabalhista, na oposição, expressou reservas mas votou a favor do texto.

No dia 15 de março o australiano Brenton Tarrant, 28 anos, matou 50 fiéis em duas mesquitas de Christchurch, grande cidade da Ilha Sul da Nova Zelândia, e exibiu as imagens ao vivo do massacre no Facebook.

Poucas horas depois, a empresa anunciou que havia retirado "rapidamente" 1,5 milhão de cópias do vídeo do ar.

O Law Council, a Ordem dos Advogados da Austrália, classificou a lei como "ato reflexo" e alertou para as possíveis "consequências involuntárias graves". Seu presidente, Arthur Moses, destacou que pode ser usada para calar informações e levar a uma censura da imprensa, "o que seria inaceitável".

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