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A Polícia Civil desencadeou na manhã desta terça-feira (14) a Operação Lança Gloriosa, que investiga os crimes de homicídio qualificado de agente público, porte de armas de calibre restrito e participação em organização criminosa. A investigação foi iniciada após a morte do comissário da Polícia Civil, José Rogério Duarte Batista, ocorrida em 30 de maio em Surubim, Agreste de Pernambuco. Segundo o Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol), o crime teria envolvimento da facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC).

A operação é liderada pelo delegado Eric Costa Cândido e tem como base operacional as cidades de São Vicente Férrer, Casinhas, Surubim, Tacaimbó e Bom Conselho. "Lança Gloriosa", como foi intitulada a operação, é um dos significados do nome Rogério. 

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O comissário foi assassinado em plena luz do dia e o crime foi registrado por câmera de segurança de supermercado. O agente havia feito um pedido de segurança dias antes.

A Polícia Civil está cumprindo quatro mandados de prisão e seis mandados de busca e apreensão domiciliar, todos expedidos pela 1ª Vara da Comarca de Surubim. Estão sendo empregados 110 policiais civis na ação.

O Departamento Penitenciário do Paraná enviou alerta à Justiça estadual na manhã desta quarta-feira, 22, informando que o sistema de monitoramento recebeu um alerta de rompimento da tornozeleira eletrônica de Valacir de Alencar, apontado como líder do PCC no Estado que foi colocado em prisão domiciliar em razão do novo coronavírus.

Com base em indicativo "da intenção do monitorado em se desfazer do equipamento" e na violação da prisão domiciliar, o Depen pediu a restabelecimento da ordem de prisão definitiva de Valacir.

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Valacir foi condenado a 76 anos de prisão no Paraná por crimes como tráfico de drogas, lavagem de dinheiro. Relatório de situação processual executória indica que ele cumpriu seis anos e cinco meses de sua pena.

A movimentação mais recente do processo de execução penal de Valacir informa sobre a infração e registra que a Central de monitoração eletrônica do Depen não conseguiu contato com Valacir, nem por telefone, nem por "meio eletrônico através de sinais de alertas - sonoros, luminosos e vibratórios" para realizar inspeção na tornozeleira eletrônica.

Nas observações do informe consta que a infração ocorreu em 17 de abril, pouco depois das 15h e registra: "até que o monitorado apareça na inspeção não temos como saber se o rompimento foi ou não voluntário. Assim, aguardaremos o prazo de cinco dias para o comparecimento do monitorado junto ao posto avançado de monitoração. Decorrido este prazo o equipamento será desativado conforme portaria 023/2018 do Depen".

No entanto, o pedido de revogação do Depen registra que mesmo com o rompimento, a tornozeleira continuou ativa e com bateria até as 17h do dia 18 de abril. "O equipamento ficou transitando na BR-376 durante todo o dia 18/04/2020, indicando que o mesmo foi deixado em algum meio de transporte", registra o documento do órgão ligado à Secretaria de Segurança Pública do Paraná.

"Este é um indicativo da intenção do monitorado em se desfazer do equipamento e, portanto, de que não houve alguma falha no equipamento, de modo que a regressão cautelar se faz imprescindível para que o indivíduo volte para o cárcere", pontuou ainda.

Decisão nos autos do processo de execução indica que Valacir fugiu da Penitenciária Estadual de Piraquara em 21 de julho de 2019. Ele foi capturado no dia 17 de setembro do mesmo ano. Tal data se tornou a base para a contagem de seu direito a progressão ao semiaberto, que era prevista para janeiro de 2039.

A decisão que homologou falta grave pela fuga ainda determinou a instauração de procedimento administrativo para apurar suposta tentativa de fuga em janeiro deste ano.

Ao conceder a prisão domiciliar para Valacir, o juiz Diego Paolo Barausse considerou que trata-se de "reeducando que se enquadra no grupo de risco - parcela em que a taxa de letalidade do vírus é maior -, uma vez que é portador de hipertensão, o que evidencia a mais absoluta debilidade do sistema imunológico do apenado".

O juiz Diego Paolo Barausse colocou em prisão domiciliar Valacir de Alencar, condenado a 76 anos de prisão no Paraná. Apontado como líder do Primeiro Comando da Capital, o PCC, no Estado, ele responde por tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e porte de armas. A decisão acolheu a pedido da defesa de Valacir, que argumentou que o detento é hipertenso e fazia parte do grupo de risco do novo coronavírus.

A decisão foi dada no último dia 1º, em sede de Regime Especial de Atuação - estabelecido para tratar da adoção de medidas recomendadas pelo Conselho Nacional de Justiça, em razão da pandemia do novo coronavírus.

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Como o jornal O Estado de S. Paulo mostrou, o Ministério Público do Paraná fez um alerta no início do mês de que o encaminhamento de presos em regime fechado ou semi-aberto para prisão domiciliar 'deve seguir critérios rigorosos, levando em consideração aspectos como os tipos de crimes cometidos e as condições para o cumprimento da pena fora do sistema prisional, bem como o fato de integrarem ou não os grupos de risco para contaminação pelo Covid-19'.

No despacho, o magistrado sinalizou que prisão onde Valacir estava, a Penitenciária Estadual de Piraquara, está "bem acima de sua capacidade de lotação" e "além de superlotada, não conta com unidade de atendimento médico, nem sistema de ventilação e não dispõe de produtos de higiene recomendados pelo Ministério da Saúde".

"A inadequabilidade carcerária encontra-se demonstrada, eis que a unidade prisional não dispõe de condições estruturais para assegurar sua integridade durante a pandemia global do vírus, nem sequer consegue tratá-lo para os sintomas da doença que já apresenta e ainda coloca em risco os demais detentos que ali se encontram", escreveu.

Ao fundamentar a decisão, o magistrado considerou que, "embora não haja uma previsão específica de aplicação da prisão domiciliar àquele em cumprimento de pena em regime diverso do aberto, a interpretação sistemático-teleológica de todo o conjunto de normativas referentes a esta específica situação permite concluir que a prisão domiciliar deve ser não apenas prática aceita, como incentivada, na esteira de ampla e irrestrita aceitação pela jurisprudência do TJPR e dos Tribunais Superiores, sendo a ampliação hermenêutica das hipóteses de cabimento da prisão domiciliar questão pacificada no âmbito do STJ e do STF".

A última movimentação do processo de execução de Valacir, registrada no último dia 17, é o cumprimento do mandado de monitoração eletrônica que foi expedido no dia 2. O documento registra que ele teria direito a progressão de regime semiaberto em janeiro de 2039, sendo a data base de contagem o dia 17 de setembro de 2019.

Segundo decisão nos autos, Valacir foi recapturado em tal data - havia fugido do presídio em 21 de julho de 2019. No mesmo documento, que homologou falta grave pela fuga, foi determinada a instauração de um procedimento administrativo quanto à notícia de tentativa de fuga em 20 de janeiro de 2020.

Relatório da situação processual executória indica que Valacir cumpriu seis anos e cinco meses de sua pena.

O vereador José Carlos de Souza Nascimento (PTB), o "Zé Pirueiro", foi eleito vice-presidente da Câmara de Suzano, na Grande São Paulo, na sessão ordinária da quarta-feira, 19. Ele teve a prisão preventiva decretada em 28 de março de 2018 após promotores do Gaeco - braço do Ministério Público que combate o crime organizado - encontrarem drogas, arma, colete balístico e "grande soma de dinheiro" na Cooper-Suzan, cooperativa de van que ele chefiava.

"Zé Pirueiro" é alvo de uma investigação que apura a relação da facção PCC com o sistema complementar de vans na cidade.

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O vereador nega envolvimento com a facção e que tenha cometido qualquer crime.

Em 12 de março de 2019, a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça revogou a prisão provisória de "Zé Pirueiro" por medidas cautelares alternativas, como se manter afastado do cargo.

O vereador obteve liminar do ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal, em 5 de dezembro de 2019, para voltar à cadeira na Câmara do município da região Leste da Grande São Paulo.

Ao ser empossado na vice-presidência da Câmara de Suzano, ele fez um agradecimento. "Quero agradecer a confiança dos nobres colegas que me elegeram como vice-presidente e afirmar que vou trabalhar junto com o presidente para fazer uma gestão focada no melhor para a nossa cidade."

A vice-presidência ficou vaga depois que a vereadora Gerice Lione (PL) renunciou por motivos pessoais. Desta forma, o então vice-presidente, Joaquim Rosa (PL), assumiu o comando da Casa até o final da atual legislatura, que termina em 31 de dezembro.

"Zé Pirueiro" recebeu 13 votos. Também estavam concorrendo ao cargo os vereadores Alceu Cardoso (Republicanos) e José Alves Pinheiro Neto (PDT), o "Netinho do Sindicato". O vereador Alceu recebeu cinco votos.

Antes do início da votação, Netinho retirou seu nome da disputa.

"O vereador teve a sua prisão preventiva revogada pelo Superior Tribunal de Justiça, com o reconhecimento de que não existiam os fundamentos necessários para tanto. O vereador se encontra na plenitude dos seus direitos políticos e é justo que possa ocupar e exercer plenamente o cargo para o qual foi eleito democraticamente", diz a nota encaminhada à reportagem pela assessoria do eleito. "Ressalte-se que o vereador não possui nenhuma condenação e a restrição de seus direitos políticos significaria uma antecipação de julgamento. O vereador não possui nenhum vínculo com nenhum tipo de facção criminosa. O vereador jamais cometeu qualquer crime. O vereador exerce o seu direito de defesa no processo em questão e acredita na sua absolvição, pois, é totalmente inocente das acusações."

A Polícia Federal deflagrou ontem a Operação Lâmpades para desarticular a ala feminina da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) na Região Norte. As investigações apontam que mulheres passaram a ocupar "posições estratégicas" no comando da facção porque o grupo acredita que elas estariam menos suscetíveis a prisões. As mulheres estariam exercendo funções como o controle e a guarda de drogas e armas de fogo, o estabelecimento de relacionamento entre os criminosos e até a indicação de membros para setores específicos.

O braço feminino na Região Norte seria comandado por duas foragidas do Estado de São Paulo, com mandados de prisão por roubo e tráfico de drogas. Algumas suspeitas poderiam estar envolvidas com os "tribunais do crime".

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Mais de 80 policiais federais cumpriram 14 mandados de prisão preventiva e 13 mandados de busca e apreensão em Boa Vista; Tauaracá, no Acre; São Paulo e Guarulhos. Os mandados foram expedidos pela Vara de Entorpecentes e Organizações Criminosas da Justiça Estadual em Roraima.

Faculdade

A PF acredita que a facção pagaria a mensalidade da faculdade de Direito a uma das suspeitas para defender "interesses de membros da facção" frente a órgãos públicos relacionados à execução de sentenças e ao dia a dia prisional". Ela também seria responsável por estabelecer relações entre integrantes presos com aqueles que estão fora dos presídios.

As investigadas poderão responder à Justiça por organização criminosa, com penas aumentadas pelo uso de armas de fogo e agravadas pelo exercício do comando de organização criminosa, tráfico de drogas e associação para o tráfico. Se condenadas, as penas podem ultrapassar os 25 anos de prisão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Apenas seis detentos foram recapturados, após 48 horas de fuga de 76 presos da Penitenciária Regional de Pedro Juan Caballero, no Paraguai. Um deles foi detido nessa segunda-feira (20), já em território brasileiro, pela Polícia Militar do Mato Grosso do Sul.

As três últimas detenções registradas até a manhã desta terça-feira (21) ocorreram na noite dessa segunda, na cidade de Arroyito, a cerca de 150 quilômetros de Pedro Juan Caballero. Os três fugitivos capturados são José Enrique Ullon Duarte, Ronald Francisco Britez López e Orlando Manuel Torres Vera, paraguaios que, segundo suspeita do Ministério do Interior, integram célula do Primeiro Comando da Capital (PCC) no país.

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Segundo a Força Tarefa Conjunta, unidade das Forças Armadas paraguaias que conta também com integrantes da Polícia Nacional e da Secretaria Nacional Antidrogas nacional, os três foram detidos enquanto caminhavam pelo acostamento de uma rodovia. As roupas “precárias” e a atitude suspeita chamou a atenção dos agentes da Força Tarefa, que montou barreiras na região para tentar recapturar os 76 fugitivos.

O brasileiro detido na manhã de ontem também foi abordado em situação semelhante. Ele caminhava pela Rodovia BR-463, próximo a Ponta Porã (MS), descalço, quando chamou a atenção de agentes do Departamento de Operações de Fronteira (DOF), da PM sul-mato-grossense. Inicialmente, o detento se apresentou com Eduardo Alves da Cunha – contra quem não haveria denúncias ou mandado em aberto no Brasil - mas, segundo o Ministério do Interior apurou, seu nome verdadeiro é Luis Alves Cruz.

Os outros dois fugitivos já detidos são Sabio Darío Gonzáles Figueredo, localizado em uma residência próxima à penitenciária regional de onde havia escapado, e Charli Antonio Giménez Martínez, que, de acordo com o jornal paraguaio ABC Color, não chegou à rua, tendo sido apanhado no interior do túnel de cerca de 15 metros que os detentos cavaram para “supostamente” escapar da penitenciária regional. Supostamente porque as próprias autoridades paraguaias suspeitam de que parte do grupo que fugiu deixou o presídio pela porta da frente, com a anuência de agentes penitenciários.

“Já nos dias anteriores, vários dos fugitivos teriam deixado a prisão pela porta principal. Isso implica que, com efeito, toda a penitenciária está envolvida”, disse ontem o ministro do Interior, Euclides Acevedo.

Tão logo a fuga se tornou pública, o chefe de Segurança, Matías Vargas, e o diretor da penitenciária, Cristian González, foram demitidos e cinco agentes penitenciários foram presos. A ministra da Justiça, Cecilia Pérez, disse que “a possibilidade de envolvimento de agentes penitenciários corruptos” é alta e que a maioria dos detentos que escaparam integra a organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

*Com informações da IP - Agência de notícias pública do Paraguaí

O líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Willians Herbas Camacho, mais conhecido como Marcola, passou por exames no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) na manhã desta terça-feira (21). Marcola chegou à unidade da rede pública da capital do País de helicóptero e sob forte esquema de segurança.

Cumprindo pena que ultrapassa 300 anos de prisão, o líder da facção está no Presídio Federal de Brasília, localizado em São Sebastião, no Distrito Federal. O deslocamento realizado nesta manhã foi coordenado pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e contou com a participação de agentes federais de Execução Penal, apoio do Comando de Operações Táticas (COT) da PF, Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP).

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Em nota, a Penitenciária Federal de Brasília informou que Marcola foi levado para fazer exames de rotina. "Horário, período de férias escolares e deslocamento aéreo foram escolhidos para causar o menor constrangimento possível para a população. Não houve congestionamentos e alterações significativas na rotina da região. Por sigilo médico, não informamos o procedimento realizado."

Paraguai

No domingo (19) o governo paraguaio informou que 75 detentos fugiram na da Penitenciária Regional de Pedro Juan Caballero. Destes, a maioria pertencia à facção criminosa PCC. Ao menos 40 dos foragidos são brasileiros, incluindo David Timoteo Ferreira, um dos principais chefes da facção no país vizinho.

Brasileiros que estudam em Pedro Juan Caballero consideram a cidade que faz fronteira com Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, tranquila. Essa rotina, porém, foi interrompida neste domingo (19) com a fuga de 75 presos ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Embora o presídio fique distante do centro, eles têm medo de que residências sejam invadidas. No Paraguai há quatro ou cinco anos, eles vivenciaram no domingo a primeira fuga em massa de presos e a maioria fala à reportagem sob anonimato com receio dos desdobramentos do caso.

Os estudantes integram um grupo de pelo menos 12 mil pessoas que saíram do Brasil para cursar Medicina no país vizinho. "Por enquanto, está tudo normal, mas a população está com medo de invasão nas residências ou assaltos. Geralmente, quem faz isso aqui são essas pessoas que estavam presas porque na cidade não tem assalto nem nada, é seguro. Mas agora que estão soltos, fica a insegurança", conta uma estudante de 21 anos que há quatro mora na cidade.

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A estudante conta que havia muitas viaturas policiais na região. Outro estudante brasileiro relatou que poucas pessoas estavam nas ruas da cidade. "Mas muitas não têm medo, a cidade é muito segura e dificilmente acontece algo com quem não tem envolvimento com tráfico."

Do lado brasileiro da fronteira, o medo também existia, segundo conta a estudante Vanessa Sibely, de 21 anos. "A população fica assustada, sim, mas não é muito comum acontecer coisas desse tipo", diz.

Para um estudante de 26 anos, o ocorrido não afeta sua rotina. "Mas para a população, assusta por aumentar o número de crimes devido à disputa entre facções pela fronteira." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro Sérgio Moro, da Justiça e Segurança Pública, disse no Twitter neste domingo, 19, que a pasta está trabalhando com forças de segurança estaduais para impedir que criminosos que fugiram de um presídio no Paraguai retornem ao País. Setenta e cinco detentos integrantes da facção Primeiro Comando da Capital (PCC) fugiram da Penitenciária Regional de Pedro Juan Caballero, próxima à fronteira com o Brasil, neste domingo.

"Se voltarem ao Brasil, ganham passagem só de ida para presídio federal", prometeu Moro.

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"Estamos trabalhando junto com as forças estaduais para impedir a reentrada no Brasil dos criminosos que fugiram de prisão do Paraguai."

O ministro ainda garantiu ajuda ao país vizinho para recapturar os criminosos.

"O Paraguai tem sido um grande parceiro na luta contra o crime."

Nas primeiras horas deste domingo (19), 91 prisioneiros da Penitenciária Pedro Juan Caballero escaparam. Presume-se que tenham escapado da prisão por um túnel com a cumplicidade de autoridades. O chefe de Segurança e o diretor da instituição foram demitidos.

A ministra da Justiça, Cecilia Pérez, disse que "a possibilidade de envolvimento de agentes penitenciários corruptos" é alta na fuga dos 91 membros do Primeiro Comando da Capital (PCC).

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“Impossível que eles não tenham visto a quantidade de areia em uma das celas. O túnel foi cavado de uma cela que vai para o lado da prisão. Não é possível que os funcionários não tenham visto uma saída no perímetro da penitenciária. Existe um conluio brutal óbvio”, disse a ministra Pérez.

A ministra da Justiça confirmou que o chefe de Segurança, Matías Vargas, e o diretor da penitenciária, Cristian González, foram demitidos. Também foram presos cinco guardas da prisão.

Ela adiantou que se encontrará com o presidente da República, Mario Abdo Benítez, para oferecer sua renúncia ao cargo de Ministro da Justiça. “A responsabilidade política deste ministério é minha e eu trabalho e devo ao Presidente da República, à cidadania e à opinião pública. O presidente tomará a decisão que ele deve tomar”, afirmou.

Perez disse que, se o presidente determinar, ela continuará trabalhando para reverter “esses eventos sérios”, para que as responsabilidades sejam determinadas e as pessoas envolvidas sejam processadas.

O ministro do Interior, Euclides Acevedo, afirmou que a fuga foi uma libertação de prisioneiros. “Já nos dias anteriores vários dos fugitivos teriam deixado a prisão pela porta principal. Isso implica que, com efeito, toda a penitenciária está envolvida”.

Ele afirmou que a maioria dos 91 presos do PCC que escaparam da prisão "não saiu pelo túnel". Os outros, segundo o ministro, "saíram pela porta da frente".

Em 16 de dezembro, a ministra da Justiça, Cecilia Pérez, e o vice-ministro de Política Penal, Hugo Volpe, relataram a descoberta de um plano de voo para um suposto membro do Primeiro Comando da Capital (PCC).

De acordo com os dados fornecidos pelas autoridades, a quantia de até US$ 80 mil foi oferecida a agentes penitenciários ou membros das forças públicas para esse fim. Perez acrescentou que, segundo a inteligência, a fuga foi planejada para um preso da Penitenciária Regional Pedro Juan Caballero, em Amambay.

*Com infomações da Agência de Informação do Paraguai

Com dificuldades de fazer o pacote anticrime avançar no Congresso, o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sérgio Moro, tem apostado no combate às facções criminosas para tentar marcar sua atuação no governo e se reposicionar no jogo político. O ministério comandado pelo ex-juiz da Lava Jato intensificou a política de isolamento dos chefes de grandes organizações em presídios federais e, de janeiro até a semana passada, transferiu 321 líderes e integrantes de facções como PCC, Comando Vermelho e Família do Norte de celas de presídios estaduais para o Sistema Penitenciário Federal.

A estratégia fez com que o número de detentos em suas cinco unidades dobrasse. Há ainda 400 vagas disponíveis. Na gestão de Moro na Justiça, a Polícia Federal passou a priorizar o combate ao crime organizado. Em governos passados, o órgão era voltado especialmente ao desmantelamento de esquemas de corrupção.

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Além do aumento do número de presos, as cinco penitenciárias federais sofreram mudanças estruturais. Uma delas foi a construção de parlatórios de vidro, que acabaram com os contatos físicos entre presos e visitantes. "Os presídios federais não eram utilizados para isolar os presos", afirmou o delegado federal Fabiano Bordignon, diretor do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), subordinado a Moro.

"É um trabalho que tem sido bem árduo, mas os resultados estão aparecendo. Isso não quer dizer que a gente vai querer recorde de inclusão de presos", completou ele, ao destacar que o uso do sistema federal "deve ser cada vez mais excepcional".

No esforço para sufocar as facções que comandam presídios estaduais e territórios de vendas de drogas nas cidades, o ministério aposta também no uso da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária (FTIP), vinculada ao Depen e integrada por agentes federais e estaduais. A atuação da força, no entanto, é criticada pelo Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura, um órgão do Ministério da Mulher, que aponta violações aos direitos humanos (mais informações nesta página).

Em outras frentes contra as organizações criminosas, a equipe de Moro espera a aprovação, pelo Congresso, de uma proposta incluída no pacote anticrime idealizado pelo ministro para impedir a progressão de regime a presos integrantes das facções. Os projetos aguardam votação. O Depen prepara ainda um sistema para centralizar as fichas de toda população carcerária. Pelas estimativas dos setores de inteligência, o número de integrantes de facções criminosas não chega a 10% dos presos no País.

Ao mesmo tempo, o ministério aumentou o número de operações da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal nas estradas e fronteiras. Os 82 quilos de cocaína confiscados de janeiro até o dia 4 de novembro representam um recorde anual desde o início da série comparativa, em 1995.

Queda

A equipe de Moro avalia que o combate às facções ajudou a reduzir os índices de violência neste ano. Os dados de homicídios dolosos e de latrocínios entre janeiro e julho de 2019 caíram, ambos, 22% na comparação com o mesmo período em 2018.

Especialistas afirmam, porém, que não há como comprovar a correlação entre o trabalho atual da pasta e a queda do número de homicídios e roubos. A redução dos crimes faz parte, segundo eles, de tendência iniciada no ano passado.

"O governo Bolsonaro, na segurança pública, vive de meias verdades. A tendência de redução começou em 2014 em alguns Estados e se tornou ampla em 2018", disse o presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sergio de Lima. Ele elogia, no entanto, a transferência de líderes de facções e o aumento dos esforços da Polícia Federal no combate à lavagem de dinheiro.

Lima afirma, ainda, que o combate à criminalidade sofrerá um abalo, com cortes de recursos, se for aprovada a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) dos fundos, elaborada pela equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes.

Ele observa que entre os fundos que o ministro Guedes quer extinguir estão o Fundo Nacional Penitenciário (Funpen) e o Fundo Nacional de Segurança Pública (Funasp).

Maus tratos

Responsável por fiscalizar as condições do sistema prisional, o Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura identificou maus tratos e tortura praticados pela Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária (FTIP) em vistorias no Amazonas, Ceará, Espírito Santo e Pará. Um relatório publicado pelo órgão no começo deste mês apontou que a Força-Tarefa vinculada ao Departamento Penitenciário Nacional (Depen) atuou de forma ilegal no presídio Centro de Recuperação Regional de Altamira, no Pará, onde 58 presos foram mortos durante rebelião em julho. A visita dos peritos federais ocorreu de 16 a 21 de setembro.

"Em todos os espaços visitados em graus diferenciados, encontramos a prática de tratamentos cruéis, desumanos, degradantes e tortura", disse José Ribamar Silva, coordenador-geral do mecanismo.

Ribamar acusa o governo atual de, "no mínimo", leniência. O problema, segundo ele, é que falta uma regulamentação da ação dessa força tática de intervenção do sistema prisional. "É necessário ter um protocolo de uso da força, um cronograma de atuação da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária nos Estados. Já solicitamos diversas vezes essas informações ao Ministério da Justiça, que tem o dever de prestar informações ao mecanismo, mas não recebemos", disse.

O diretor do Depen, Fabiano Bordignon, questiona as acusações do mecanismo. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, ele disse que não há provas das denúncias e que alguns relatos foram desmentidos. "Não concordamos (com os relatórios), mas mandamos apurar. Alguns relatórios têm fotos de presos que tiveram dedos quebrados, mas não fomos informados quem seriam, para averiguar", afirmou. "Há laudos do IML apontando autolesão. Se tiver problemas encontrados, serão punidos. Mas não tem nada e, se tem, eles deviam ter nos avisado e não fazer uma discussão midiática."

O diretor observa que a Força-Tarefa fez cerca de 60 mil assistências de saúde e também possibilitou a retomada do controle dos presídios. Na avaliação de Bordignon, a presença do grupo de intervenção ajuda a diminuir os índices de violência nos Estados. "Ceará, Roraima e Pará foram os que tiveram maior redução de homicídios", disse.

O subprocurador-geral da República Domingos Sávio Dresch, coordenador da Câmara de Controle Externo da Atividade Policial e Sistema Prisional do Ministério Público Federal (MPF), afirmou que os relatórios do mecanismo não podem ser desconsiderados. "Os relatórios são fidedignos e sérios, são alinhados com as recomendações internacionais, inclusive da ONU", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo, negou a 'Cérebro', líder do PCC, a transferência para um presídio próximo de sua família. O ministro rejeitou o habeas corpus 174026, no qual a defesa de 'Cérebro' alegava o direito do apenado de cumprir pena em local próximo à sua residência.

Lewandowski destacou os riscos da transferência para negar o pedido do chefe da facção.

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"O sentenciado responde por diversos delitos graves, possui longo período de pena a cumprir (27 anos, 1 mês e 7 dias), cumpriu pena no Regime Disciplinar Diferenciado, além do envolvimento com facção criminosa, exigindo maior cautela para transferência a fim de evitar risco de fuga e resgate do preso", alertou o ministro.

'Cérebro' está preso na Penitenciária II de Presidente Venceslau e alega que sua família, residente do Itaim Paulista, na zona Leste da capital, precisa se deslocar mais de 1.290 km (ida e volta) para vê-lo.

Ele está preso por roubo qualificado e formação de quadrilha.

O líder do PCC alega, também, sofrer retaliações da administração do presídio em que se encontra, 'em razão de ter realizado uma série de denúncias sobre falta de atendimento médico, descumprimento de horário de banho de sol e de tempo de visita familiar'.

Lewandowski concordou com o relator da ação no Suérior Tribunal de Justiça, que ponderou que a transferência está sujeita à conveniência e oportunidade da administração prisional.

"Com efeito, a orientação segundo a qual o direito de transferência do preso está sujeito ao juízo de conveniência da administração penitenciária encontra respaldo nesta Casa", cravou Lewandowski.

Homem forte do Primeiro Comando da Capital (PCC) na Baixada Santista (SP), André de Oliveira Macedo, o André do Rap, de 42 anos, é suspeito de ostentar um patrimônio de R$ 17 milhões e se apresentava como agente de artistas e jogadores de futebol para disfarçar o dinheiro do tráfico de drogas. Ele foi preso pela Polícia Civil neste fim de semana, em uma mansão em Angra dos Reis, no Rio.

André do Rap era procurado desde 2014, sob acusação do Ministério Público Federal (MPF) de ser responsável por escoar cocaína para diversos países, via Porto de Santos. Entre as suas atribuições, ele articularia negócios entre o PCC e criminosos estrangeiros - incluindo a 'Ndrangheta, grupo mafioso da Calábria, no sul da Itália, que recepcionava a droga para redistribuir na Europa.

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Uma vez livre, no entanto, o traficante levava uma vida de luxo e conforto: promovia festas, vivia em mansões e viajava de helicóptero para participar de reuniões de negócio.

"Essa ostentação - embora, é claro que ele estivesse curtindo - era necessária para conseguir conquistar os clientes e fazer o comércio internacional de drogas", afirma o delegado Fábio Pinheiro Lopes, do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope), responsável pela prisão.

Segundo a investigação, André do Rap morava em Santos, mas ia, aos fins de semana, para Angra dos Reis, na Costa Verde do Rio. Também fazia com frequência voos fretados para Jacarepaguá, na zona oeste carioca, onde tratava de outros negócios.

"Ele disse que era empresário de cantores de rap e que estava começando a empresariar jogador de futebol", afirma Pinheiro Lopes. Para a polícia, a atividade seria "disfarce para lavar dinheiro do tráfico".

Luxo

Em Angra, André do Rap é suspeito de comprar uma casa por R$ 4 milhões e de alugar outra mansão, em área de condomínio fechado, por R$ 20 mil ao mês, de acordo com os cálculos da Polícia Civil. Foi no imóvel alugado que ele foi capturado pelos agentes.

Os investigadores conseguiram chegar até o traficante após monitorar a compra de uma lancha Azimut, de 60 pés, avaliada em R$ 6 milhões. A aquisição teria sido feita por um "laranja".

"A lancha estava no nome de uma empresa de pequeno porte e o proprietário tinha passagem por formação de quadrilha", diz o Pinheiro Lopes. "Esse proprietário só tinha uma moto CG, de R$ 2,5 mil: não era compatível", explicou.

A embarcação estava sob cuidado de três marinheiros. O imóvel também contava com caseiro e uma série de empregados domésticos, segundo a polícia. Além de André do Rap, estavam na mansão sua ex-mulher, com quem tem uma filha, e três amigos - dois deles também eram procurados da Justiça e foram presos.

"Tinha muita cerveja no local, como se fosse uma festa", diz o delegado. Lá, os agentes localizaram, ainda, dois helicópteros - um deles, alugado. Já o outro, com valor estimado de R$ 7 milhões, seria propriedade de André do Rap. A polícia afirma que vai pedir à Justiça o sequestro de todos os bens adquiridos por meio de atividade criminosa.

PCC

André do Rap tem três passagens por tráfico de drogas e ficou, ao todo, sete anos e meio no sistema prisional. Para sua captura, houve colaboração de agências internacionais de inteligência.

A consolidação do Porto de Santos, o maior do Brasil, no tráfico internacional de cocaína tem relação com Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, um dos líderes históricos do PCC. Ele e Fabiano Alves de Souza, o Paca, foram executados em fevereiro de 2018 após um racha na facção.

Segundo investigadores e especialistas em PCC, desde então o controle da Baixada Santista passou a ser feito por células da facção - e não mais centralizado em uma figura.

Um dos grupos, por exemplo, tinha como liderança Wagner Ferreira da Silva, o Waguininho ou Cabelo Duro, que também foi assassinado a tiros de fuzil em fevereiro do ano passado. O ataque era uma possível retaliação às mortes de Gegê do Mangue e de Paca.

Em meio à briga do PCC, o setor de inteligência da polícia chegou a receber informação de que André do Rap também havia sido executado. "Ele chegou a ficar foragido porque seria morto pela própria facção, assim como foi Cabelo Duro", diz o promotor do Ministério Público Estadual de São Paulo Lincoln Gakiya, que investiga o PCC desde 2005. "Só apareceu depois de ter sido perdoado."

Hoje, contudo, a polícia sabe que André do Rap foi morar em Portugal e na Holanda, onde pode ter estreitado relações com traficantes internacionais. Ele é suspeito de ter comunicação direta com membros da 'Ndrangheta, grupo mafioso italiano.

Em operação realizada em julho passado, a Polícia Federal prendeu, em Praia Grande (SP), o homem apontado como correspondente do grupo mafioso na América Latina: Nicola Assisi, o "Fantasma da Calábria". O filho dele, Patrick Assisi, foi pego na mesma ação.

Segundo Gakyia, as alianças acontecem porque o PCC não tem "expertise para distribuir, por si só, a droga na Europa". Além dos italianos, a facção já fez negócio com integrantes de máfia da Nigéria e da antiga Iugoslávia, diz o promotor.

Autor de livro sobre o PCC, o procurador de Justiça Marcio Sérgio Christino afirma que André do Rap atuaria como gerente no Brasil de Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, apontado como maior responsável por fazer a cocaína produzida na Bolívia e no Paraguai chegar ao Brasil. "O objetivo dessa rota é conseguir, depois, exportar para Europa, África e Oriente Médio", diz.

Embora atue como uma espécie de "autônomo", Fuminho tem relação próxima com o líder máximo do PCC, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola. Foragido da Justiça, ele chegou a ser apontado como o mandante dos crimes contra Gegê e Paca e foi jurado de morte pela facção. Hoje, também já teria sido perdoado, segundo investigadores.

Professora da Universidade Federal do ABC (UFABC) e uma das principais especialistas em estudos sobre crime organizado no Brasil, a socióloga Camila Nunes Dias diz que o impacto da prisão de André do Rap para a organização do PCC deve ser "pontual". "Embora algumas pessoas tenham posição importante, os esquemas da facção para o tráfico envolvem muita gente", afirma.

"A gente pode entender o PCC como uma rede, cuja capacidade de reposição é muito rápida", diz Camila. "O grupo tem como base de recrutamento o próprio sistema carcerário, então a prisão de pessoas específicas é parte de um ciclo que alimenta a própria rede."

A Polícia Civil de São Paulo prendeu o traficante André de Oliveira Macedo, conhecido como André do Rap, em uma mansão em Angra dos Reis, na Costa Verde fluminense. Ele estava foragido desde 2014.

André do Rap é acusado de comandar o esquema de envio de drogas da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) à Europa, principalmente à Itália, através de navios que saem do Porto de Santos, no litoral sul paulista.

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Outros dois suspeitos que não tiveram a identidade divulgada foram presos e estavam na tarde deste domingo sendo trazidos à cidade de São Paulo em viaturas policiais. A polícia investiga uma possível ligação do membro do PCC com a máfia italiana.

"Dois chefes da 'Ndrangheta, que é a máfia da Calábria (no sul da Itália), foram presos há 40 dias na Baixada Santista pela Polícia Federal. A gente acha que pode ter elo com ele (André do Rap)", afirmou o delegado Fábio Pinheiro, da Divisão Antissequestro do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope), responsável pelas prisões.

De acordo com o delegado, André do Rap é um dos principais líderes do PCC no tráfico internacional de drogas. "Não tem só uma quadrilha. Dentro do PCC tem vários que mandam droga para fora", disse Pinheiro. "Ele a gente acredita que seja responsável por um desses grupos."

O delegado lembrou que um dos grupos foi responsável pelo assassinato de Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, que era considerado o principal chefe do PCC fora da cadeia. Gegê e o seu comparsa, Fabiano Alves de Souza, o Paca, foram mortos em uma emboscada em um território indígena em Aquiraz, na região metropolitana de Fortaleza, em fevereiro do ano passado.

A polícia investiga se outros ramificações do PCC controlam o tráfico internacional no Porto de Santos.

Pinheiro explicou que a Polícia Civil descobriu o paradeiro de André do Rap ao investigar o dono de uma lancha avaliada em R$ 6 milhões. Segundo o delegado, a embarcação estava em nome de uma empresa cuja sede é um casarão abandonado no centro de Santos.

"Ela está em nome de um empresário, que tem um moto CG", afirmou o delegado. "Como um cara que tem uma moto CG tem uma lancha de R$ 6 milhões? A gente acredita que ele (André do Rap) usava esses laranjas para lavar o dinheiro."

Além da lancha, um helicóptero que estava alugado pelo traficante foi apreendido pela polícia e levado ao Aeroporto Campo de Marte, na zona norte da capital. Nenhuma arma foi encontrada na casa em que André do Rap estava em Angra.

André do Rap teve a prisão temporária decretada em abril de 2014, junto com outros dez suspeitos, após a deflagração das Operações Hulk e Overseas pela Polícia Federal. Ele era apontado como líder do PCC na Baixada Santista, com ligação com traficantes da zona noroeste de Santos e do Morro Nova Cintra.

As investigações, à época, apontavam que traficantes tinham linha de fornecimento de cocaína entre a Bolívia e São Paulo, e haviam feito uma aliança com o PCC da Baixada Santista para conseguir uma rota para exportar a droga.

A facção, que atua nos presídios paulistas, havia cooptado pessoas que trabalhavam em postos aduaneiros na zona portuária para trabalhar para o esquema, segundo a polícia.

Três integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) causaram um motim e conseguiram fugir de um presídio levando o chefe da segurança como refém, nesta quinta-feira, 5, em Cambyretá, no Paraguai. O grupo tentava chegar a Foz do Iguaçu, no Brasil, mas acabou cercado pela polícia em Encarnación, ainda em território paraguaio. Os criminosos foram presos e o refém foi libertado após três horas de negociação.

O brasileiro Jackson da Silva de Paula, de 29 anos, foi apontado como chefe do bando. Ele participou do motim em que dez integrantes de um clã rival foram assassinados pelo PCC, em junho último.

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Segundo a polícia paraguaia, os membros do PCC conseguiram armas e atacaram o setor administrativo da prisão, onde estava o chefe da segurança, Miguel Medina, tomado como refém.

Houve reação e o subchefe dos guardas, Juan Chaparro, e o agente Antônio Martinez, foram baleados. Os três criminosos, dois deles paraguaios, fugiram em um automóvel BMW levando o refém, mas o carro quebrou. Usando Medina como escudo, os fugitivos se esconderam em uma mata, onde foram cercados pelos policiais.

Após três horas de negociação, com a presença de representantes do Ministério Público, os presos se renderam e entregaram as armas - duas pistolas e uma espingarda retirada de um guarda.

Os membros da facção foram levados para celas de isolamento. O ministro do Interior, Juan Ernesto Villamayor, elogiou a atuação da polícia, por ter conseguido a libertação do refém e a prisão dos criminosos sem confronto.

Perigosos

Os três presos do PCC recapturados são considerados de alta periculosidade. O brasileiro Jackson foi preso em outubro por assaltos. Em junho deste ano, ele foi acusado de comandar o motim que resultou na chacina, pelo PCC, de dez integrantes do clã Rotela, na penitenciária de San Pedro del Ycuamandyú.

O paraguaio Walter Dario Ayala, de 26 anos, era o 'braço direito' do narcotraficante brasileiro Jarvis Chimenez Pavão, quando este cumpria pena na penitenciária de Tacumbu.

Quando saiu a prisão, em 2016, por ordem de Pavão, o paraguaio batizado pelo PCC organizou o atentado que matou um agente penitenciário e o filho dele, em Lambaré. Pavão foi extraditado para o Brasil em 2018.

O terceiro homem, o paraguaio Raul Leiva Piatti, de 29 anos, foi preso em 2018, acusado de assalto a caminhoneiros. Ele fugiu em 2015 quando era levado para o tribunal, após render os seguranças com um punhal, mas foi recapturado.

Em maio deste ano, interceptações telefônicas feitas pela polícia paraguaia revelaram que membros do PCC planejavam explodir a penitenciária de Cambyretá, a mesma onde aconteceu o motim. O objetivo seria resgatar dois líderes da facção presos por tráfico de drogas. O plano de resgate estava sendo articulado pelo preso René Hoftestter, paraguaio recrutado pelo PCC brasileiro. Hofstetter cumpre pena de 12 anos pelo assassinato do filho do ex-deputado Luis Felipe Villamayor.

O PCC consolidou sua presença no Paraguai nos últimos cinco anos para controlar o tráfico de drogas na fronteira com o Brasil.

Os membros presos atuam nos presídios cooptando os detentos paraguaios. Conforme o ministro do Interior, apesar da expulsão de ao menos 80 integrantes da facção brasileira nos últimos anos, cerca de 400 presos, a maioria paraguaios, seriam do PCC e controlam outros detentos nas prisões.

O ministro Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública) defendeu "cárcere duro" para o PCC e todas as facções criminosas violentas. Na noite desta segunda, 19, Moro participou de evento em Marília, no interior de São Paulo, e fez um longo pronunciamento sobre a estratégia do governo Bolsonaro para o combate ao crime organizado.

Ele citou a onda de ataques que o Ceará viveu no início do ano e o que considera melhor caminho para sufocar grupos que detêm o controle de prisões em vários Estados, como o PCC.

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"Muitas organizações poderosas estão sediadas em presídios, funcionam como verdadeiras sedes do crime organizado. A resposta não é fácil, mas os criminosos têm que ficar presos. Não se resolve o problema da criminalidade simplesmente soltando criminoso, como esses que atentaram contra a população civil do Ceará", disse o ministro.

Condecorado com o título de Doutor Honoris Causa da Unimar (Universidade de Marília), o ministro apontou o que chama de "remédio eficaz contra o crime organizado".

Ele pregou o isolamento das lideranças das facções no regime que denominou "cárcere duro".

"Temos instrumentos que vêm de outros governos, os presídios federais de segurança máxima, baseados naqueles modelos chamados cárcere duro na Lei de Execução Penal italiana, cárceres dos mafiosos, ou as superprisões dos Estados Unidos", destacou Moro.

No Brasil são cinco presídios federais de segurança máxima. "(Esses presídios) Não têm histórico de fugas, rebeliões ou utilização de celulares lá dentro e nos fornecem meios de isolar as lideranças."

Ele historiou que a crise no Ceará foi debelada em 30 dias, "com declínio significativo (da onda de crimes) e aquilo foi controlado".

"Na esteira do prometido ao presidente seríamos firmes contra o crime organizado", seguiu o ministro da Justiça. "Uma falha era a falta de enfrentamento adequado à maior organização criminosa brasileira. Tem gente que diz que não deve falar o nome, é o PCC.

Essas pessoas cometeram ataques, isso parece terrorismo, suas lideranças, em 2006, no Estado de São Paulo cometeram ato de ousadia criminosa, atacaram policiais. Foi um ato de ousadia criminosa e já naquela época eu entendia que (as lideranças) deveriam ser transferidas para presídios federais para se mandar uma mensagem. Não foram!"

Moro disse que, antes ainda de assumir o Ministério da Justiça, conversou com "o novo governo de São Paulo (João Doria)". "Em comum acordo concluímos que as lideranças (das facções) deveriam ser transferidas para se mandar uma mensagem. É importante mandar uma mensagem. Porque se lideranças criminosas da principal organização cometem crimes graves e não são tomadas atitudes mais severas e elas continuam comandando o crime dentro das prisões, passa um recado errado, ou seja, que o Estado não tem coragem de enfrentar essa organização."

E continuou: "O criminoso pensa o quê? 'Bem, esse é o grupo que eu quero participar, integrar, eu vou estar protegido, o Estado não tem coragem'. Assim, mandamos um recado diferente. Em fevereiro, fizemos a ação conjunta com o governo do Estado, Ministério da Justiça e Segurança Pública, também com apoio das Força Armadas, e promovemos a transferência dessas lideranças criminosas do Estado de São Paulo para os presídios federais e mudamos as regras de visitação."

Segundo o ministro, nos presídios federais de segurança máxima, "visita só por parlatório, sem mais visitas com contato físico". "Isso é importante porque nos possibilita controlar mais o contato dessas lideranças com o mundo externo. É um tratamento penal mais rigoroso? Sim, mas é tratamento destinado a lideranças de organizações criminosas, não ao criminoso comum, trivial, mas sim ao grande criminoso."

Ele destacou outras medidas que estão sendo adotadas contra o crime organizado, como o corte de benefícios. "Olha, se você foi condenado por crime de pertinência a grupos organizados, por ser membro de organização criminosa, ou praticado crime através de organização criminosa, você não obtém benefícios prisionais, progressões de regime, saída temporária, livramento condicional. Então, enquanto houver elementos probatórios de que permanece vinculado (à organização) não terá benefícios. Buscamos como ideal a ressocialização do indivíduo, não queremos devolver um soldado do crime às ruas."

Moro disse que ao condenado se coloca a escolha. "Permanece cumprindo toda a pena ou sai da organização e tem a possibilidade de obter benefícios. Queremos estimular a saída da organização criminosa, enfraquecer a organização criminosa. Queremos desestimular a permanência daquele indivíduo na organização."

A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) considerou “uma maluquice” a ação judicial por campanha antecipada que o PT quer promover contra o presidente Jair Bolsonaro (PSL) por ter falado da eventual ligação que o partido teria com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

“É surreal. Se for assim, os petistas que diariamente falam mal do governo também serão enquadrados em ‘campanha antecipada’? É simplesmente uma maluquice!”, considerou a parlamentar.  

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Trecho de uma ligação entre líderes do PCC, interceptado pela Polícia Federal, foi vazado na semana passada. Nele, Alexsandro Roberto Pereira, conhecido como ‘Elias’, pontua que o PCC mantinha um “diálogo cabuloso” com o PT e critica a atuação do ministro da Justiça, Sergio Moro.  

Usando o Twitter, como de costume, o presidente teceu o seguinte comentário sobre o diálogo vazado: “A esquerda sempre alegou defender o diálogo. Já sabemos como eram feitos os diálogos no mensalão e petrolão. Dessa vez um líder da facção criminosa PCC revela sentir falta do ‘diálogo cabuloso’ que tinha com o governo na era PT. Sinal de que estamos no caminho certo”.

Nesta segunda, o PT prometeu que vai acionar a justiça eleitoral contra o presidente. Além de anunciar que processaria Moro, membros da Polícia Federal e a deputada estadual de Santa Catarina, Ana Campagnolo. 

O vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (PSC), afirmou nesta sexta-feira (9) que o PT era uma “facção que governava o país”. O comentário do filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL) aconteceu após a divulgação de conversas entre líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC) interceptadas pela Polícia Federal

Os diálogos apontam que os membros da facção criminosa mantinha um diálogo com o partido, quando governava o país. Em publicação no Twitter, Carlos disse que Bolsonaro livrou o país de facções criminosas. 

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“O governo Bolsonaro está além de discussões banais levantadas intencionalmente pela maioria da mídia. Está livrando o país das mãos de facções criminosas que, segundo um de seus líderes, até pouco tempo tinham ‘diálogo cabuloso’ com a facção que governava o Brasil”, escreveu o vereador.

Na conversa interceptada, segundo reportagem do Estadão, um dos líderes do PCC reclama do governo Bolsonaro: “Os caras tão no começo do mandato dos cara, você acha que os cara já começou o mandato mexendo com nois irmão. Já mexendo diretamente com a cúpula, irmão”; e acrescenta: “o PT tinha diálogo com nóis cabuloso”.

A Polícia Federal interceptou telefonemas entre líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC) e uma das conversas aponta que a facção criminosa tinha um “diálogo cabuloso” com o Partido dos Trabalhadores (PT). A informação é do jornal Estado de São Paulo. De acordo com os documentos que transcrevem as gravações obtidas pelo periódico, a liderança da organização também teceu críticas ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. 

Uma das ligações, de abril deste ano, é de Alexsandro Roberto Pereira, conhecido como ‘Elias’, que reclama do governo do presidente Jair Bolsonaro. “A gente sabe que esse governo que veio irmão, esse governo aí ô, os cara começou o mandato agora, irmão, agora que eles começaram o mandato, os caras têm quatro ano aí pela frente, irmão”, diz Elias em ligação para André Luiz de Oliveira, o ‘Salim’.

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“Os caras tão no começo do mandato dos cara, você acha que os cara já começou o mandato mexendo com nois irmão. Já mexendo diretamente com a cúpula, irmão. O… o… quem tá na linha de frente. Então, se os cara começou mexendo com quem estava na linha de frente, os caras já entrou falando o quê?”, acrescenta.

Logo depois, o traficante começa a criticar diretamente o ministro Sérgio Moro: “Com nois já não tem diálogo, não, mano. Se vocês estava tendo diálogo com outros, que tava na frente, com nois já não vai ter diálogo, não. Esse MORO aí, esse cara é um filha da puta, mano. Esse cara aí é um filha da puta mesmo, mano. Ele veio pra atrasar”.

“Ele começou a atrasar quando foi pra cima do PT. Pra você ver, o PT com nois tinha diálogo. O PT tinha diálogo com nois cabuloso, mano, porque… situação que nem dá pra nois ficar conversando a caminhada aqui pelo telefone, mano. Mas o PT, ele tinha uma linha de diálogo com nois cabulosa, mano….”, emenda Elias.

Em nota, o PT negou qualquer ligação com o PCC: “Esta é mais uma armação como tantas outras forjadas contra o PT, e vem no momento em que a Polícia Federal está subordinada a um ministro acuado pela revelação de suas condutas criminosas. Quem dialogou e fez transações milionárias com criminosos confessos não foi o PT, foi o ex-juiz Sergio Moro, para montar uma farsa judicial contra o ex-presidente Lula com delações mentirosas e sem provas. É Moro que deve se explicar à Justiça e ao país pelas graves acusações que pesam contra ele”.

Na última quarta-feira (7), a Polícia Federal deflagrou uma operação em sete Estados contra o Primeiro Comando da Capital. Foram presas 28 pessoas. As investigações tiveram início em novembro de 2018 e identificaram que uma seção "rigidamente estruturada" da facção, denominada Geral do Progresso, era responsável por gerenciar o tráfico de drogas e "orquestrar a lavagem de dinheiro dos valores oriundos dos crimes", indicou a PF.

A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO) deflagrou na manhã desta sexta-feira (9) a Operação Caixa-Forte, mirando um setor do PCC - Primeiro Comando da Capital responsável por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.

A força-tarefa é coordenada pela Polícia Federal e conta com membros da Polícia Civil, da Polícia Rodoviária Federal e da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais.

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Agentes cumpriram 145 mandados - 52 de prisão preventiva, 48 de busca e apreensão e 45 de sequestro de valores e bloqueio de contas bancárias - em Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul.

Ao todo as ações ocorrem em 18 cidades e seis unidades prisionais, onde seis dos alvos já se encontram recolhidos. Todos os mandados foram expedidos pela Vara de Tóxicos de Belo Horizonte.

No Paraná, os membros da força-tarefa cumprem mandados em Curitiba, Londrina, São José dos Pinhais, Almirante Tamandaré, Colombo, Fazenda Rio Grande, Goioerê, Mandirituba, Matinhos, Paranaguá, Pinhais e Piraquara.

Em Minas as ações são realizadas em Uberaba e Conceição da Alagoas, e no Mato Grosso nas cidades de Campo Grande e Corumbá.

Já em São Paulo, a força-tarefa age em Ribeirão Preto, Itaquaquecetuba, Embu das Artes, e na capital paulista.

As investigações tiveram início em novembro de 2018 e identificaram que uma seção "rigidamente estruturada" da facção, denominada Geral do Progresso, era responsável por gerenciar o tráfico de drogas e "orquestrar a lavagem de dinheiro dos valores oriundos dos crimes", indicou a PF.

De acordo com a Polícia Federal, as contas bancárias de pessoas "aparentemente estranhas" ao PCC eram cooptadas para ocultar e dissimular a natureza ilícita dos valores movimentado. No período das investigações, a movimentação financeira ultrapassou R$ 7 milhões de reais.

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