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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras da Câmara dos Deputados continua, nesta quinta-feira (14), ouvindo empresas relacionadas à Binance – reconhecida como a maior corretora de criptoativos do mundo.

O deputado Alfredo Gaspar (União-AL), que pediu a realização da audiência, afirma que a Binance não possui sede própria, mas é representada oficialmente pela B Fintech Serviços de Tecnologia Ltda.

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Segundo ele, a Binance enfrenta problemas judiciais nos EUA, no Brasil, no Japão, na China, na Alemanha e no Reino Unido. "Em comum aos casos, o fato da empresa não responder à regulação imposta por cada país", explica o deputado. 

Em março, a Justiça de São Paulo bloqueou R$ 500 mil da Binance por suspeita de pirâmide financeira. Além disso, continua o parlamentar, uma reportagem publicada na Infomoney diz que a Brainscompany – empresa que trabalha com locação de criptomoedas – atrasou os pagamentos aos seus clientes e culpou a Binance pelos atrasos.

"Podemos deduzir que a Binance está imbricada inteiramente com a motivação desta CPI e se torna fundamental compreender sua atuação no País, sua relação com a B Fintech, bem como sua ligação com empresas que respondem judicialmente por lesarem consumidores brasileiros", afirma Gaspar.

A CPI também convocou cinco sócios da Indeal Consultoria em Investimentos, acusada na Justiça Federal gaúcha de funcionar como pirâmide financeira com criptomoedas e desviar dinheiro de clientes. A empresa decretou falência.  A audiência também foi proposta pelos deputados Luciano Vieira (PL-RJ), Caio Vianna (PSD-RJ), Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP) e Duarte Jr. (PSB-MA). As oitivas serão realizadas no plenário 11, a partir das 10 horas. 

Depoimentos anteriores

A CPI já ouviu sócios da empresa MSK Operações e Investimentos, investigada por lesar cerca de 4.000 clientes que realizaram investimentos em criptomoedas. A empresa disse aos deputados que teria sido surpreendida com um desfalque financeiro executado por um dos funcionários.

No entanto, em depoimento posterior Saulo Gonçalves Roque rebateu a acusação dos fundadores da MSK e afirmou que nunca atuou como operador da empresa, que atualmente está em recuperação judicial.

Por outro lado, a CPI não conseguiu ouvir o depoimento de artistas que fizeram publicidade para a Atlas Quantum. A empresa, que usava Bitcoins em operações financeiras, lesou clientes em R$ 2 bilhões. Os artistas conseguiram habeas corpus para não comparecer à reunião. Em seguida, a comissão quebrou o sigilo dos atores. 

A comissão também já ouviu especialistas que afirmaram que a tecnologia usada pelas criptomoedas tem funcionado como um “chamariz” para a prática de crimes como as pirâmides. Eles foram unânimes, no entanto, em dizer que isso nada tem a ver com a tecnologia em si, e sim com a desinformação associada a ela.

O depoimento mais polêmico até agora foi do ex-jogador de futebol Ronaldinho Gaúcho. Depois de ser convocado três vezes ele compareceu ao colegiado, não respondeu à maioria das perguntas e negou ser fundador ou sócio da empresa 18K Ronaldinho, que trabalha com trading e arbitragem de criptomoedas. 

A empresa é acusada de não passar a custódia das moedas virtuais a seus clientes, que recebiam a promessa de rendimentos de até 2% ao dia. "Eles utilizaram indevidamente meu nome para criar a razão social dessa empresa”, afirmou o atleta. Os deputados, no entanto, estranharam o fato de Ronaldinho não ter processado os donos da empresa.

A CPI ouviu também o sócio da Trust Investing, empresa de criptomoedas que ofertava lucros acima da média do mercado, Patrick Abrahão. Ele admitiu ao colegiado ser apenas um dos investidores e entusiasta da empresa.

O colegiado ouviu ainda o diretor de Regulação do Banco Central, Otávio Damaso, sobre a regulação do mercado de criptomoedas no País que deverá ser concluída até o 1º semestre de 2024.  Segundo ele, o banco vem debatendo o tema com diversos setores e espera colocar uma proposta em consulta pública até o final do ano.

O coordenador-geral de Articulação Institucional do Departamento de Recuperação de Ativos do Ministério da Justiça, Edson Garutti, por sua vezm sugeriu à CPI uma definição específica para o crime de pirâmide financeira na Lei dos Crimes contra a Ordem Econômica. 

O delegado da Polícia Federal Adolfo Humberto e o promotor de Justiça do Ministério Público de Minas Gerais Eduardo Machado, que também defenderam a criação do tipo penal específico.

O representante da associação Zetta, criada por empresas de tecnologia com atuação no setor financeiro e de meios de pagamentos, no entanto, disse aos parlamentares que as plataformas que atuam com moedas digitais já obedecem a várias regras aplicadas aos bancos tradicionais.

Segundo Karen Duque, diretora da associação, são observadas leis sobre proteção do consumidor, contra a lavagem de dinheiro e o terrorismo, proteção de dados e prevenção a fraudes. Plataformas de criptoativos afirmam que cumprem algumas regras aplicadas aos bancos tradicionais A audiência mais longa da CPI durou quase 16 horas e ouviu 10 pessoas ligadas à 123milhas.

Em agosto passado a empresa anunciou a suspensão da emissão de passagens já compradas pelos consumidores, o que afeta viagens já contratadas com embarques previstos para o período de setembro a dezembro deste ano. Posteriormente, a companhia pediu recuperação judicial.

Um dos donos da 123milhas, Ramiro Madureira, se defendeu e disse que a empresa teve que suspender a emissão de passagens aéreas da linha promocional, iniciada em abril de 2022, porque os preços das passagens não se comportaram conforme o previsto.

Sócio da 123milhas diz que passagens precisaram ser suspensas porque preços não seguiram previsões O último depoimento foi de Mateus Muller, ex-investidor da Atlas Quantum. Ele fez diversas denúncias contra a empresa – inclusive, de financiar campanhas eleitorais, o que é ilegal.  Ex-investidor acusa Atlas Quantum de subornar autoridades para não ser investigada 

*Da Agência Câmara de Notícias

A desarticulação de uma organização que praticava fraudes por meio de pirâmide financeira e outros crimes contra o Sistema Financeiro Nacional é o objetivo da Operação Technikós, da Polícia Federal, nesta terça-feira (27).

Segundo as investigações, até o momento, mais de 400 pessoas teriam sido lesadas, em valores que podem ultrapassar R$ 30 milhões. “A organização é composta por um conglomerado de 15 empresas e atuou entre os anos de 2017 e 2020, baseada em Santa Catarina e São Paulo, tendo captado clientes para supostos investimentos em criptoativos e outros negócios, prometendo lucros além dos existentes no mercado”, acrescentou a PF.

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Na prática o grupo operava na forma de pirâmide financeira, mediante a negociação de valores mobiliários sem a devida autorização do Banco Central ou da Comissão de Valores Mobiliários. Além do bloqueio e sequestro de veículos e de bens, direitos e valores mantidos em instituições financeiras e em corretoras de criptomoedas, estão sendo cumpridos nove mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal nos municípios catarinenses de Rio do Sul, Itapema, Porto Belo e Videira e ainda nas cidades paulistas de Paulínia e Osasco.

Até o momento, 11 pessoas foram indiciadas pela prática dos crimes de integrar organização criminosa, falsificação de documento particular, falsidade ideológica, uso de documento falso, operar instituição financeira sem a devida autorização, emitir, oferecer e negociar valores mobiliários sem registro prévio de emissão junto à autoridade competente, além de estelionato e de lavagem de dinheiro. 

Na ação, foram apreendidos veículos, documentos, joias, telefones celulares, relógios e recolhidos os passaportes dos dois principais investigados. Uma pessoa foi presa em flagrante por posse ilegal de arma de fogo.

Dois brasileiros foram acusados de fraude nos EUA por um esquema de pirâmide financeira, envolvendo criptomoedas, que teria deixado US$ 100 milhões em perdas. Emerson Sousa Pires e Flavio Mendes Gonçalves, com o americano Joshua David Nicholas, estão sendo investigados por supostamente se apropriar de milhões de dólares de investidores.

O caso foi denunciado ontem pelo Departamento de Justiça dos EUA e reguladores do mercado de capitais, como a Securities and Exchange Commission (SEC) e a Commodity Futures Trading Commission (CFTC). A investigação envolve ainda o FBI e a Agência de Investigações de Segurança Interna dos EUA, a HSI.

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Os brasileiros, ambos de 33 anos e apontados como fundadores da EmpiresX, teriam retornado ao Brasil no início do ano, após a eclosão do esquema. Já o americano Joshua David Nicholas, de 28 anos, é apresentado como diretor de negociação da empresa. A reportagem não conseguiu contato com os acusados.

O ESQUEMA

Segundo a acusação, o esquema teve início em meados de 2020 - baseado na promessa de lucros de 1% ao dia, a partir de um robô de investimentos em criptomoedas - e arrecadou cerca de US$ 40 milhões de investidores, conforme a SEC. "Os réus supostamente se apropriaram indevidamente de grandes somas de dinheiro dos investidores para alugar um Lamborghini, fazer compras na Tiffany & Co., fazer um pagamento em uma segunda casa e muito mais", disse a SEC, ontem, em comunicado.

Tanto a SEC quanto a Justiça dos EUA listam uma série de acusações aos brasileiros e ao americano, que incluem informações falsas a investidores, envio de documentos aos órgãos reguladores, licenças para operar, além de ofertas de títulos não registrados.

"Os réus supostamente se envolveram em uma oferta não registrada com uma série de declarações fraudulentas destinadas a atrair investidores com a perspectiva de lucros diários constantes", diz a chefe interina da unidade de ativos e cibernética da SEC Enforcement Division, Carolyn Welshhans.

A partir de um júri no Distrito Sul da Flórida, Pires e Gonçalves também foram denunciados por conspiração para cometer lavagem internacional de dinheiro.

OUTRAS ACUSAÇÕES

Não é a primeira ação da SEC contra um dos supostos fraudadores. Em maio deste ano, a agência reguladora do mercado de capitais dos EUA já havia acusado Pires por aplicar, ao lado de seu sócio na Mining Capital Coin, Luiz Carlos Capuci Júnior, um golpe global, também do universo de criptomoedas.

Se condenados por todas as acusações, Pires e Gonçalves podem pegar até 45 anos de prisão, e Nicholas pode pegar até 25 anos, segundo a Justiça dos EUA. No mesmo comunicado que acusou os brasileiros, o órgão anunciou ainda o indiciamento no total de seis pessoas, em quatro casos por suposto envolvimento em fraudes relacionadas a criptomoedas.

Uma organização criminosa que atua na forma de pirâmide financeira e na prática de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional é o alvo da Operação Quéfren, da Polícia Federal, nesta terça-feira (3). A PF estima que cerca de 120 pessoas foram lesadas, com prejuízo estimado em cerca de 15 milhões de reais.

No total os agentes cumprem 11 mandados expedidos pela 1ª Vara Federal de Itajaí/SC, três deles de prisão temporária e oito de busca e apreensão, em endereços nas cidades catarinenses de Balneário Camboriú, Tubarão e Camboriú e ainda na cidade paulista de Barueri.

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Além do cumprimento dos mandados de prisão e de busca e apreensão, a PF está fazendo o bloqueio e sequestro de bens em nome de pessoas físicas e jurídicas da organização.

Os criminosos foram indiciados pelos crimes de organização criminosa, estelionato, lavagem de dinheiro e os crimes contra o sistema financeiro nacional.

Histórico

Segundo a investigação, a quadrilha tem cerca de 20 pessoas e iniciou suas atividades ilegais em 2019, por meio da criação de empresas que atuavam na forma de banco digital, sem autorização do Banco Central e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

O grupo atuava com a falsa promessa de rendimentos acima dos juros de mercado, captando recursos financeiros na forma de depósitos em dinheiro ou por meio da negociação de criptomoedas.

“Foi possível identificar que a principal empresa envolvida encerrou suas atividades em 2021, alegando que todos os investimentos dos clientes estariam bloqueados em uma conta de corretora de criptomoedas. Posteriormente, essa mesma empresa lavrou boletim de ocorrência acusando uma celebridade italiana de apropriar-se dos recursos. Suspeita-se, no entanto, que podem se tratar de histórias fictícias com o objetivo de os investigados passarem-se por vítimas e esquivarem-se da cobrança dos investidores”, detalhou a PF em nota.

O nome da operação faz referência ao segundo maior monumento do Egito Antigo, a Pirâmide de Quéfren, construída há mais de 4500 anos.

A Polícia Civil desmontou um esquema pirâmide que envolvia artistas, celebridades e jornalistas nessa quarta-feira (16), em São Paulo. A investigação estima que o golpe movimentou cerca de R$ 300 milhões.

Além de famosos, como o jornalista Alexandre Garcia e o cantor Léo Chaves, a empresa identificada como Agro S/A também envolvia contadores, advogados e marqueteiros. Ela foi aberta com documentos falsos de outras empresas para realizar o esquema de estelionato.

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O registro informava que a atuação era no mercado de commodities agrícolas, mas a instituição incentivava o uso de criptomoedas e exigia que os investidores recrutassem outros investidores para receber os lucros, apontou o inquérito. 

Celebridades na mira da Polícia

Após as primeiras denúncias, a Agro S/A mudou o nome para Pacific Bank, Quivra, Tamino, conforme a Polícia, que apura se que os famosos também foram enganados para participar de campanhas de marketing ou se realmente integravam a pirâmide financeira.

"Nós acreditamos que eles são contratados para divulgar, mas, ao mesmo tempo, a gente está vendo se existe alguma ligação deles para aplicar os golpes. É isso que a investigação hoje está com essa colheita de documentos, e a gente vai analisar com cuidados para ver até que ponto eles são parceiros ou não", disse o investigador-chefe da Delegacia de Investigações Gerais de Campinas (DIG), Marcelo Hayashi ao G1.  

Operação Queóps

Ao todo, 13 mandatos de busca e apreensão foram cumpridos nas cidades de Idaiatuba, Itu, Jundiaí, São Paulo, Diadema e Santos contra a empresa de fachada e em endereços de suspeitos.

Documentos, celulares, computadores, cartões de memória, pen drives foram apreendidos, mas ninguém foi preso. Os materiais serão periciados para a continuidade das investigações.

Rentabilidade estratosférica, retorno em curto prazo. Seja pelo cenário de juros baixos ou pela fórmula de dinheiro fácil, promessas assim têm atraído cada vez mais investidores para esquemas financeiros como o descoberto no mês passado em Cabo Frio (RJ). Como resultado das investigações, a Polícia Federal prendeu o dono da GAS Consultoria Bitcoin, o ex-garçom Glaidson Acácio dos Santos, acusado de fraudes bilionárias envolvendo criptomoedas.

O grande número de fraudes tem sido motivo de preocupação para a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que recebe consultas e denúncias de esquemas - parte dos quais foge de seu escopo de atuação. Apenas no ano passado, o "xerife do mercado" enviou 325 comunicados de indícios de crimes financeiros aos Ministérios Públicos (Federal e estaduais), 75% a mais em relação ao ano anterior.

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Segundo a autarquia, as denúncias mais frequentes são de pirâmides financeiras. Dos 325 comunicados enviados, 175 tinham indícios do esquema. Por dever, a CVM comunica às Promotorias os indícios de "ilícito penal de ação pública". Mas, por ser uma esfera administrativa, e não criminal, investiga apenas casos com "existência factual de serviço prestado ou de efetivo negócio ou empreendimento subjacente".

Criada há um século pelo italiano Carlo Ponzi (que até chegou a morar no Brasil), a pirâmide financeira é um esquema pelo qual novos investidores pagam pelos ganhos elevados dos mais antigos, até que o negócio "estoura", quando o novo dinheiro que entra é insuficiente para sustentar os lucros.

Em busca de medidas de prevenção contra as fraudes, a CVM realizou uma pesquisa com vítimas de pirâmides financeiras, esquemas Ponzi e outros golpes. E identificou que as vítimas mais comuns são homens (91%), de 30 a 39 anos (36,5% do total), com renda familiar de dois a cinco salários mínimos (23%) e ensino superior completo ou pós-graduado (71%).

A pesquisa apontou também que as criptomoedas (das quais a mais famosa é o bitcoin) aparecem no topo da lista das fraudes financeiras. O levantamento mostra que esse foi o ativo usado em 43% dos esquemas. A pesquisa mostra ainda que a divulgação das fraudes é mais frequente por aplicativo WhatsApp (27,5%), seguido pela divulgação boca a boca (19,7%).

Promessa de lucro

Morador do Rio, o policial militar Pablo da Silva, 32 anos, tem perfil semelhante ao identificado pela CVM. Há pouco mais de um ano, Silva recebeu a ligação de uma empresa que seria "representante" de bancos. A proposta era simples: ele pegaria um empréstimo e depositaria a quantia na conta da empresa. A firma investiria o dinheiro, pagaria a prestação da dívida e Silva lucraria 10% do valor do empréstimo.

Segundo o militar, a empresa tinha suas informações pessoais, o que conferia veracidade ao esquema. Ele não foi pressionado a aceitar a proposta. Em vez disso, foi convidado a conhecer o escritório da empresa na Avenida Rio Branco, Centro do Rio. Um prédio espelhado, com elevador inteligente. O diretor era um senhor de terno e gravata. Nos meses seguintes, tomou quatro empréstimos, que somaram mais de R$ 50 mil.

"Eu precisava do dinheiro e era conveniente aceitar. Então, eu caí", lamenta-se Silva, que enfrenta sérias dificuldades financeiras e está com nome "sujo" na praça. "Como sou o único provedor de renda da casa, minha esposa confia muito nas minhas decisões. Diante disso, tive de tomar medidas para não faltar alimento para as minhas filhas. Fiz vários cartões de crédito e pago um com o outro."

Camila Medina, de 33 anos, foi vítima de golpe semelhante no valor de R$ 65 mil. Estudante de medicina, sentiu-se envergonhada e escondeu a história da família por um tempo. "Uma mulher inteligente, enganada da forma mais esdrúxula possível", conta. Ela passou a trabalhar em dois empregos para pagar as dívidas e bancar a faculdade, e precisou tirar os filhos da escola particular. "Entrei em pânico. Foi quando decidi procurar ajuda de advogados."

O advogado Flávio Tavares, do escritório que leva o seu nome, especializado na defesa de vítimas de golpes financeiros, diz que diariamente é procurado por vítimas. Ele orienta que o primeiro passo é procurar o banco e comunicar o problema, em caso de fraude bancária. Depois, registrar ocorrência na delegacia e procurar um advogado. "É importante guardar e reunir todas as conversas, mensagens de texto", explica Tavares.

Mas a dica mais importante para todas as pessoas é não acreditar nas promessas de ganhos fáceis. Os únicos investimentos que têm possibilidade de garantir um rendimento, de forma segura, são os de renda fixa - atrelados à taxa Selic, hoje em 5,25% ao ano. Ou seja, se alguém promete uma rentabilidade como essa, ou às vezes até muito maior, ao mês, provavelmente se trata de um golpe.

Quando as promessas de retorno estão ligadas a ativos de renda variável - como as criptomoedas -, é impossível garantir um retorno fixo. Basta lembrar o que aconteceu com o bitcoin, a principal criptomoeda do mercado.

O ativo começou o ano valendo US$ 30 mil. Em fevereiro chegou a US$ 50 mil e atingiu o ápice em abril, quando bateu cerca de US$ 65 mil. Depois disso, engatou uma queda e voltou quase aos US$ 30 mil do início do ano, para voltar a subir e estar cotado hoje de novo a US$ 50 mil. Uma verdadeira montanha-russa a lembrar que esse é um ativo, sim, de muito risco. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma operação combate um esquema de pirâmide financeira e lavagem de dinheiro em 12 estados brasileiros nesta quinta-feira (25). A Operação Black Monday é realizada pelos Ministérios Públicos de Pernambuco e Minas Gerais, além da Polícia Civil de Pernambuco e a Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Duas pessoas foram detidas em Gravatá, no Agreste pernambucano. O líder do grupo foi encontrado em João Pessoa, na Paraíba. Com ele, foram apreendidos automóveis de luxo das marcas Lamborghini e BMW. Já o material apreendido no Recife inclui documentos bancários, veículos e R$ 287 mil em espécie, totalizando um valor aproximado de R$ 600 mil.

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Em Pernambuco, estão sendo cumpridos cinco mandados de prisão e 12 de busca e apreensão no Recife, Caruaru, Pesquisa e Gravatá. Além de Pernambuco e Paraíba, a operação é realizada em Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Alagoas, Goiás, Maranhão, Rondônia, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

Segundo o MPPE, a ação é um desdobramento de investigações iniciadas pelo Ministério Público de Minas Gerais em maio de 2020. O órgão colheu indícios de que a organização criminosa estava captando recursos das pessoas por meio dos sites Aprenda Investindo e Investing Brasil, com a promessa de realizar investimentos lucrativos. Os valores transferidos eram convertidos pelos criminosos em bens de alto valor e criptomoedas, gerando um prejuízo estimado de R$ 60 milhões. Até o momento, as investigações identificaram cerca de 1.500 vítimas do esquema.

A Polícia Civil de Pernambuco desencadeou na manhã desta quinta-feira (4) a operação Necrópole de Gizé. A ação assim foi denominada por se tratar de uma investigação contra uma associação criminosa ligada a criação e manutenção de golpes contra pessoas através de três pirâmides financeiras. Quatro mandados de busca e apreensão domiciliar estão sendo cumpridos, além de um mandado de prisão preventiva contra o idealizador desse esquema golpista, segundo afirmado pela polícia. Essa é a primeira Operação de Repressão Qualificada do Ano.  

Todo material apreendido foi levado para o Departamento de Polícia do Cordeiro, Zona Oeste do Recife. São investigados os crimes de associação criminosa; estelionato; crime contra a economia popular; crimes contra o consumidor e lavagem de dinheiro. De acordo com informações da Civil, existem vítimas no Brasil e no exterior. Esta é a segunda fase deste trabalho, já que em novembro do ano passado outros sete mandados de busca e apreensão foram cumpridos.

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Ainda no mês de novembro de 2017 foi descoberto pela Polícia Civil do Estado que maioria das empresas, usadas pelo bando para aplicarem os golpes, eram de "fachada"; sendo uma delas criada especialmente para coordenar as fraudes. Por determinação judicial cerca de R$ 1 milhão foi bloqueado da conta dos investigados.

O Ministério Público do Distrito Federal e a Polícia Civil do DF cumpriram, na manhã desta quinta-feira (21), 13 mandados de prisão preventiva e 18 de busca e apreensão na Operação Patrick. A ação investiga a venda da moeda digital Kriptacoin, da empresa Wall Street Corporate. O grupo é investigado por suposto esquema de organização criminosa, estelionato, lavagem de dinheiro, uso de documentos falsos e por crime de pirâmide financeira.

Segundo as investigações, as fraudes podem gerar prejuízo a 40 mil investidores, que eram convencidos a aplicar dinheiro na moeda digital. A organização criminosa atuava por meio de laranjas, com nomes e documentos falsos. Os mandados foram cumpridos no Distrito Federal, Águas Lindas e em Goiânia.

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Com informações do MPF-DF

Os policiais civis da Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF) prenderam na manhã dessa terça-feira (15) na cidade de João Pessoa, Denis Albuquerque, suspeito de liderar o esquema de pirâmide financeira conhecido por “D9”.

De acordo com a Polícia Civil, Denis pode ter causado um prejuízo total que pode passar de R$ 1 milhão. Na delegacia ele apontou nomes de outras pessoas e disse que também é vítima do golpe.

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Segundo o delegado do DDF, Lucas Sá, uma das vítimas entregou o carro para entrar no esquema, onde o retorno financeiro se daria através da entrada de outras pessoas no jogo.

Uma operação do Departamento de Crimes contra o Patrimônio (DCCP) em conjunto com o Departamento de Polícia do Interior (Depin) desarticulou um esquema de pirâmide financeira, que acontecia na cidade de Itabuna, na Bahia. No último domingo (13), o programa Fantástico, da rede Globo, exibiu uma matéria sobre o caso, e após isso várias vítimas do golpe procuraram a polícia civil do município, apresentando novas denúncias.

Os envolvidos na ação mantinham uma empresa de fachada - a D9 Clube - para comercializar o serviço de treinamento de pessoas em apostas esportivas. Os suspeitos atraíam as vítimas com a promessa de que elas poderiam ganhar dinheiro com apostas em jogos de futebol e ofereciam 33% de lucro sobre o valor investido.

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O esquema lesou milhares e, nos últimos dias, outras pessoas de diversos estados, como Amapá, Pernambuco, Paraíba, Sergipe, Minas Gerais e São Paulo, fizeram novas denúncias. O delegado responsável pelo caso, Humberto Mattos, contou que as vítimas procuraram a polícia, para saber que providências tomar após reconhecimento de terem caído no golpe.

Segundo ele, o papel da instituição é de responsabilizar criminalmente os culpados. Os prejudicados com o esquema podem, ainda, tentar mover uma ação civil. Os acusados de serem os criadores do esquema ainda estão sendo procurados pela polícia.

Uma operação do Departamento de Crimes contra o Patrimônio (DCCP) em conjunto com o Departamento de Polícia do Interior (Depin) desarticulou na última quinta-feira (03) um esquema de fraudes que lesou milhares de pessoas na cidade de Itabuna, na Bahia. O plano rendeu mais de R$ 200 milhões aos envolvidos. A polícia cumpriu 10 mandados de busca e apreensão.

O alvo da ação foi a sede da empresa D9 Clube, utilizada de fachada para comercializar o serviço de treinamento de pessoas em apostas esportivas. No local, foram apreendidos veículos, motocicleta, Jet ski, servidor de internet e um drone. A quadrilha aplicava o golpe conhecido como cooptação progressiva de pessoas, chamada de “pirâmide financeira”. Eles atraíam as vítimas com a promessa de que elas poderiam ganhar dinheiro com apostas em jogos de futebol.

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A investigação, iniciada na Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR), descobriu que a empresa D9 Clube divulgava seu serviço através um site e em redes sociais, informando que o percentual de lucro obtido com as realizações das apostas de seus clientes seria de 33% sobre o valor investido, com pagamento semanal durante um ano, e que ao final, o envolvido teria o valor principal investido de volta.

Os estelionatários arrecadavam o valor, que era depositado em conta, e após isso, o dinheiro era desfeito na conta de terceiros ou gasto, comprando bens, por exemplo, para que fosse dificultada a identificação dele.

Além de serem indiciados por exploração fraudulenta de credulidade pública, os suspeitos ainda serão indiciados pelos crimes de estelionato, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e pichardismo, que é o crime contra a economia popular cometido por empresas, que falsamente prometem devolver o dinheiro de mercadorias adquiridas por clientes.

O Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC) sentenciou, nessa quinta-feira (6), a empresa Ympactus Comercial S/A, conhecida popularmente como Telexfree, a devolver o dinheiro de todas as pessoas que investiram no sistema de pirâmide financeira. O documento também proíbe a Telexfree a fazer novos contratos sob pena de multa de R$ 100 mil por cada um deles. A decisão foi emitida pela juíza Thaís Khalil e não cabe recurso. Confira a sentença na íntegra.

Segundo o TJ-AC, o valor devolvido aos divulgadores deve passar por reajuste monetário. Para evitar tumultos, os investidores podem pedir o pagamento na cidade de origem. A sentença também obriga a Telexfree a disponibilizar o acesso dos usuários aos seus escritórios virtuais, no prazo de dez dias, para que eles possam se informar se possuem um valor a receber.

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Mas a plataforma só estará acessível para fins de consulta, de modo que permanecem vedadas novas adesões ou qualquer tipo de pagamento ou movimentação referente à rede Telexfree.

As pessoas que recompraram pacotes de Voip, sistema de telefonia pela internet vendido pela Telexfree, também devem ter os valores restituídos. Porém, a empresa deve deduzir quaisquer bonificações que tenham recebido. A Telexfree também deve pagar indenização de R$ 3 milhões por danos extrapatrimoniais coletivos.

Promessas de altas quantias financeiras sem necessidade de trabalho árduo – essa é a principal característica das pirâmides financeiras ou empresas em pirâmide, “negócios” em que o participante não precisa se esforçar para ganhar grandes quantidades de dinheiro. Empresas como TelexFree, Priples e Bbom, conhecidas pela falsa divugação de marketing multinível, já deslubraram diversos participantes, mas também foram responsáveis pela falência de muitos dos membros.  

Caracterizadas pela necessidade constante de adesão de novos participantes, as pirâmides têm como alvo novos clientes para alimentar financeiramente aqueles que já faziam parte do negócio. Conforme o ingresso de novos membros, os mais antigos têm a quantia de investimento inicial multiplicada. As empresas podem até mesmo simular a venda de produtos para mascarar a real intenção de ganho. “É o caso da TelexFree, em que simulavam uma espécie de propaganda de produtos a serem vendidos, mas nada existia”, relembra José Rangel, coordenador do PROCON/PE. 

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Mesmo com a facilidade de identificar as empresas criminosas, um levantamento do Instituto de Pesquisas Maurício de Nassau (IPMN) constatou, em 2013, que 59% dos recifenses já recebeu convites para participar do esquema. “Muitas pessoas que entraram nesse tipo de empresa investiram apartamentos ou pediram dinheiro emprestado a familiares e agiotas. Quando descobriu-se que a empresa era uma pirâmide, a empresa perdeu a credibilidade e ninguém mais entrou, o que gerou prejuízo para o “empreendimento” e para as pessoas que investiram no negócio”, relembra Rangel.

Mesmo padrão, diferentes objetivos

Apesar de também utilizarem o modelo de marketing multinível, empresas como Natura, Avon, Herbalife e Mary Kay diferem do modelo crimoso por não haver perda de dinheiro do investidor caso a aplicação financeira não seja constante. “Se o membro da empresa deixar de vender, o máximo que pode acontecer é ficar com os produtos dentro de casa, mas, ainda assim, poderão ser comercializados em outro momento”, esclarece Rangel. 

Quanto ao sistema de bonificação adotado por empresas como a Mary Kay, em que as colaboradoras podem até ganhar carros caso atinjam metas trimestrais de vendas, o representante do PROCON afirma que esse é um procedimento válido dentro das empresas de marketing multinível. “As premiações por venda são devido ao lucro que os participantes deram à empresa. Não há nada demais nisso, até porque os clientes dessas empresas não são obrigados a comprar as mercadorias e, a qualquer momento, é possível sair”, explica.  

Para evitar perda de bens e de dinheiro investido nos negócios, os possíveis participantes devem estar atentos à características transparentes. “O consumidor deve ficar esperto e desconfiar de dinheiro muito fácil. Empresas que prometem triplicar o dinheiro não devem ter a confiança de ninguém”, diz o coordenador do PROCON/PE. “A prática de pirâmides financeiras é um modo de extorquir dinheiro dos participantes e é um crime previsto em lei. Além da análise do PROCON, o caso também pode passar pelo Ministério Público e pela Polícia”, finaliza Rangel. 

 

A pedido da Delegacia do Ipsep, peritos do Instituto de Criminalística (IC) realizaram um laudo técnico com base em três livros de movimentação contábil da Priples. Concluído, o documento demonstra que a empresa funcionava no esquema “Ponzi”, a pirâmide financeira, modelo considerado ilegal pela Justiça brasileira desde a década de 50. 

De acordo com o delegado responsável pelo caso, Carlos Couto Ferraz, a perícia é clara ao revelar os percentuais relacionados à empresa. “Relativo ao movimento de abril, maio e junho, o IC constatou que 99,9% de toda a receita da Priples era advinda do recebimento de novos usuários. Do total de mais de R$ 103 milhões movimento, apenas R$ 80 mil provinha de outra receita, número irrelevante”, contou o delegado. 

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As ofertas de até 60% de rentabilidade mensal não poderiam ser oferecidas pela Priples. “Enquanto em outras empresas os participantes esperavam cerca de três meses e meio para ressarcir o valor inicialmente investido, na Priples essa espera era de no máximo um mês e meio”, disse Couto Ferraz. O laudo já foi encaminhado à Justiça e ficará na responsabilidade da juíza Sandra Beltrão, da 9ª Vara Criminal da Capital. 

A assessoria do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) informou que ainda não há datas previstas para possíveis audiências. Após passarem 12 dias presos em agosto de 2013, os proprietários da Priples, Henrique Maciel Carmo de Lima e sua esposa, Mirele Pacheco de Freitas, responderão o processo em liberdade. O bloqueio dos bens móveis, imóveis e dos saldos dos sócios, conseguido pela Polícia ainda em 2013, continua em vigência.

 

 

 

 

Após realizar uma investigação sobre a empresa de moda Cidiz Comércio Ltda., o PROCON/PE decidiu que não há indícios da prática de pirâmide financeira no modelo de negócio adotado pela companhia. Após a análise, o órgão de proteção ao consumidor determinou o imediato arquivamento das investigações.

A Cidiz é uma empresa de moda que ganhou destaque dentre o público brasileiro, comercializando roupas, calçados e acessórios através do sistema de vendas diretas por modelo multinível, uma forma de distribuição legal e sustentável adotada por empresas internacionais como Herbalife, Tupperware, Mary Kay, Polishop dentre outras.

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Para o representante da empresa Antônio Mario Abreu Pinto, o comércio de venda direta por modelo multinível é um mercado sólido e expressivo em países como os Estados Unidos, e representa cerca de 90% do mercado de vendas diretas, segundo a World Federation of Direct Selling Associations (WFDSA). Já no Brasil, o mesmo marcador indica 8%, segundo a ABEVD - Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas. Tais dados demonstram o desconhecimento do mercado setorial nacional em relação a esse formato de comércio. 

Para o economista Luiz Carlos Belém Filho, o modelo de vendas diretas por multinível, adotado por empresas como a Cidiz, tem como sustentação a venda do seu produto - no caso, a moda. A comercialização deste produto mostra sua sustentabilidade econômica, por se tratar de um mercado em amplo crescimento e um produto de grande demanda. 

De acordo com a ABEVD, para ser legítima, a empresa que se propõe ao sistema de marketing de rede deve remunerar a venda direta e a geração dessa renda deve ser proporcional ao resultado do trabalho dos revendedores autônomos. Devem ainda gerar/recolher tributos, ter sua receita financeira refletida na venda de um produto ou serviço e não depender da entrada de novo distribuidores para se manter financeiramente saudáveis.

Em um bate papo entre amigos, num programa de televisão ou no ambiente de trabalho. Se o assunto é a TelexFree ou qualquer outra empresa do segmento, sempre há polêmica e opiniões distintas sobre se a companhia é ou não uma pirâmide financeira. Mesmo diante de pontos de vistas diferentes, judicialmente, a empresa que vendia anúncios próprios, está proibida de atuar. A proibição “esquentou” mais a discussão entre quem acredita que a trata-se de um meio de ganhar dinheiro fácil e aqueles que acham que é um trabalho como outro qualquer.

Sem se ater a um pré-julgamento, outro debate sobre a atuação da empresa diz respeito à aplicação dos ganhos financeiros de quem entrou na rede financeira. Alguns apenas usaram dinheiro para adquirir bens, como carros, motos ou lanchas. Outros, vislumbrando negócios empreendedores e atentos à possibilidade de a TelexFree parar de atuar, resolveram investir o dinheiro de outra forma.

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Heitor Cavalcanti, de 25 anos, em 2008 “ganhava a vida” como motoboy e realizava serviços técnicos em hospitais. Na época, juntando as duas funções, sua renda girava em torno de R$ 1.800 mensais. Em outubro do ano passado, por meio de um amigo, o rapaz conheceu a TelexFree e resolveu investir. Seja instituição de marketing multinível ou pirâmide financeira, o certo é que a empresa mudou a vida de Heitor.

“Na melhor época da minha rede, cheguei a tirar por mês cerca de R$ 22 mil. Eu não vejo a TelexFree como uma pirâmide financeira, pelo fato de que os usuários têm que vender voips. O problema é que os próprios divulgadores começaram a divulgar errado, o que prejudicou o trabalho de quem vendia os produtos corretamente”, comenta Heitor.

Exceção empreendedora

O jovem rapaz pensou e resolveu aplicar bem o que ganhou com a TelexFree. Antes mesmo da empresa parar de funcionar, Heitor investiu dinheiro em três empreendimentos. “A gente tem que ter várias torneiras, porque, quando algumas pararem de pingar, haverá outras pingando”, brinca.

Na cidade de São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife, o agora empresário, juntamente com seu pai, Manassés Gonçalves, 48, Heitor instalou três empresas próprias. Há uma metalúrgica, que entrará em funcionamento nos próximos dois meses. Com a ajuda de um amigo, a outra empresa é uma fábrica de bolachas, que distribuirá os produtos para os comerciantes da região. O terceiro empreendimento é o mais curioso, não pelo fato de ser uma lanchonete de sanduíches, mas sim, pelo nome do estabelecimento.

“Criei também a TelexBurguer. Abrimos de domingo a domingo, das 18h às 6h, e o nosso foco em fazer entregas. Aqui, nenhuma lanchonete que vende hambúrgueres faz entre em domicílio”, explica Heitor. Para dar gosto e qualidade aos sanduíches, o empresário contratou os serviços do estudante de gastronomia Anderson Roberto dos Santos, 24. Ele é responsável por criar os molhos e temperar as carnes dos sanduíches. O estabelecimento fica na Rua Coronel José Duarte, sem número, no centro da cidade.

Para o pai de Heitor, que também foi investidor da TelexFree, é importante que usuários desse tipo de empresa resolvam investir o que ganham. “Nós não podemos nos acomodar. É muito importante sempre trabalhar e buscar gerar mais dinheiro”, opina.

De acordo com o economista Djalma Silva Guimarães, o caso de Heitor é uma exceção. “É um sistema de ganhar dinheiro fácil. O usuário vai vendo o dinheiro crescendo e investe cada vez mais. O rapaz utilizou o que ganhou de maneira correta. É importante também ter um plano de negócio para o empreendimento dar certo. É preciso ter vocação para ser empreendedor”, complementa.

Segundo Guimarães, além do empreendedorismo, existem outros meios para aplicar o que se ganhar nessas possíveis pirâmides financeiras. “Quem não quer empreender pode, por exemplo, aplicar o dinheiro em um título de previdência privada”, indica o economista.

Cerca de 200 veículos, entre carros e motos, estão ocupando a Avenida Mascarenhas de Morais em frente ao Aeroporto. Depois de bloquearem o sentido Piedade/Centro, os manifestantes querem fechar o outro lado da via. Eles apoiam as empresas que estão sendo fechadas e tendo os bens bloqueados por estarem operando um suposto esquema de pirâmide financeira.

O trânsito segue lento e as pessoas estão descendo dos coletivos e táxis para chegar ao destino. Um taxista tentou furar o bloqueio e foi xingado e ameaçado pelos manifestantes. “São todos uns desocupados, só se ganha dinheiro trabalhando. Isso é uma pirâmide, alguém uma hora vai cair”, afirmou o taxista, Vladmir Martins.

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A polícia e a Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) estão tentando entrar em acordo com os manifestantes para liberar a via, “Quem estiver estacionando os carros e motos no meio da via serão multados, pois isso foge da proposta de carreata”, afirmou o Tenente Ramiro, da PM.

Os investidores alegam injustiça. Segundo eles, o dono da empresa Priples foi preso e os de outras empresas do ramo não passaram por isso. “Isso é porque a Priples é menor e é de Recife. As outras empresas são de outros estados com representantes aqui. Eu espero continuar com a Priples assim que essa poeira abaixar” explicou o investidor e desempregado, Carlos da Silva de 22 anos.

Os sócios da empresa Priples, o estudante de Ciências da Computação Henrique Maciel Carmo de Lima, de 26 anos e sua esposa, a enfermeira Michele Pacheco, 22 anos, estão presos desde sábado (3) sobe acusações de crime contra a economia popular e de relações de consumo. Segundo o Delegado responsável pelo caso Carlos Castro a empresa dos acusados Priples atuava sob esquema de Pirâmide Financeira, o que configura crime na Brasil. Investidores programaram um protesto para a tarde desta segunda, com concetração em frente ao Geraldão.

Foram apreendidos com os acusados 300 mil dólares em espécie, duas Range Rover, um Camaro e um Quadriciclo. Os bens bloqueados da empresa somam um montante de 72 milhões. 

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Histórico da investigação

A empresa começou a ser investigada por uma possível prática de estelionato, quando pelo menos 17 pessoas procuraram a delegacia no início de junho deste ano, para reclamar falta de atividade de cadastro, pagamento parcial ou não realizado.  Ao ser investigada constatou-se que 95% do lucro da empresa advinha do cadastramento de pessoas e constatou-se pirâmide financeira.  

Desde abril, quando foi criada, a empresa já movimentou 107 milhões e tem pelo menos 204 mil usuários cadastrados. A maioria destes em Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba, mas com adesões em todos os Estados brasileiros. Para fazer parte do esquema o usuário precisava investir um valor de 100 até 10 mil reais. A polícia ainda investiga outras suspeitas como inúmeros bens que podem não estar no nome dos acusados e a participação de crianças e adolescentes para “bular” o esquema de no máximo 10 mil reais por CPF. Pessoas que chegaram a lucrar até 700 mil reais também serão investigadas. 

Se houver condenação dos acusados os bens da empresa poderão ser destinados para ressarcir as pessoas que foram lesadas. Os sócios poderão pegar de seis meses a dois anos de prisão pelo crime de economia popular e de dois a cinco anos pelo crime de relações de consumo.   

A partir de hoje a empresa não poderá mais efetuar pagamentos ou novos cadastros, sob pena de multa de 50 mil reais e o site deve ser retirado da rede sob pena de 1 milhão de reais por dia que continuar no ar.

Carlos Castro fala sobre as perdas provocadas pela pirâmide aos usuários: “Geralmente em crimes dessa natureza estima-se que cerca de 70 a 80% da base da pirâmide não consegue recuperar o investimento inicial e fica no prejuízo”, relata. 

Ainda, segundo o Delegado Guilherme Mesquita que juntamente com a Inteligência da Polícia Civil – CORDIMPOL- deu suporte a operação este é o tipo de esquema onde muitos perdem para que poucos ganhem. “Quem está na base dá sustentação para quem está em cima”, explica. Ele ainda ressalta que a população deve ficar atenta diante de esquemas que garantem dinheiro fácil e que proporcionem grandes lucros sem muito esforço.  

O dono da empresa Priples, Henrique Maciel Carmo de Lima, de 27 anos, e a esposa dele, que não teve o nome revelado, foram presos na manhã deste sábado (3), na residência do casal, no bairro de Piedade, Jaboatão dos Guararapes. 

De acordo com a polícia, eles são acusados de crime contra a economia popular e formação de esquema de pirâmide financeira. Na casa deles a polícia recolheu cerca de 300 mil doláres e carros de luxo. A Priples promete aos afiliados retorno financeiro de 60% do investido ao mês, em troca de responder cinco perguntas diárias nas redes sociais, o que é carecterizado, segundo a polícia, como formação de pirâmide financeira.

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