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A justiça holandesa determinou nesta quinta-feira (3) que a figura do "Zwarte Piet" (Pedro, o Negro), um ajudante do Papai Noel, representa um "estereótipo negativo para as pessoas de pele negra".

De acordo com uma tradição holandês, Santa Claus (o Papai Noel) chega no terceiro domingo de novembro a bordo de um trenó cheio de presentes e acompanhado de 40 ajudantes de pele negra e lábios vermelhos usando trajes medievais, os chamados "Zwarte Pieten".

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Os críticos dessa tradição consideram que a figura de "Pedro, o Negro" tem conotação racista. Os juízes pediram ao prefeito de Amsterdã que busque uma solução que seja do interesse de todos e que não prejudique o desfile de Natal na capital holandesa.

O recorrente debate sobre o caráter supostamente racista da personagem ganhou intensidade no ano passado, depois do anúncio da abertura de uma investigação por parte do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos.

A própria população fez várias sugestões, como pintar o rosto dos "Zwarte Pieten" de verde. Mas muitos holandeses se opõem a qualquer mudança na tradição do País.

O Portal LeiaJá publica nesta quarta-feira (4) seu mais novo especial: “Unidiversidade – O Ensino Superior na luta contra o preconceito”. O trabalho debate preconceito e diversidade nas universidades, focando nas consequências da discriminação e na formação dos estudantes.

Negros, profissionais do sexo, deficientes, presidiários e homossexuais são os temas abordados no Unidiversidade. Os personagens contam como vivem em meio ao preconceito e dão uma lição de como é possível driblar os problemas e alcançar uma formação de nível superior qualificada.

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Outra proposta do especial é discutir como as instituições de ensino podem trabalhar seus cursos no contexto da abordagem de disciplinas sobre as diversidades social, racial e de gênero. Estudiosos também apontam ideias que podem ajudar numa melhor formação dos docentes. Confira especial.

O apoio ao casamento entre pessoas do mesmo sexo alcançou 55% - seu maior nível - nos Estados Unidos, onde cada vez menos estados se opõem a este tipo de união, indicou nesta quarta-feira uma pesquisa do instituto Gallup.

A pesquisa destaca que desde 2011 a maioria que se manifesta a favor do casamento homossexual aumenta gradualmente em cada pesquisa e inclusive se consolida.

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O Gallup lembra que, em 1996, 68% dos americanos eram contrários ao casamento gay, quando foram consultados sobre essa questão pela primeira vez. Na época, 27% deles eram a favor.

Os defensores do casamento entre pessoas do mesmo sexo conquistaram nos últimos dias várias vitórias, com a anulação de sua proibição por tribunais dos estados de Oregon, Idaho e Pensilvânia.

Exceto se apelarem da decisão, a Pensilvânia se tornará o 18º de um total de 50 estados a terem autorizado o casamento homossexual, além da capital Washington DC, entidade administrativa que não é considerada um estado.

A pesquisa foi feita por telefone entre 8 e 11 de maio com 1.028 adultos de todos os estados do país, além do distrito de Columbia.

DE ÉLIDA MARIA

Em vigor no Brasil há mais de um século, a Lei Imperial de n.º 3.353, precedida pela Lei 2.040 e conhecida como Lei Áurea, completa nesta terça-feira (13), 126 anos. A norma sancionada pela princesa Isabel no ano de 1888 extinguiu a escravidão no País. No entanto, em pleno século XXI ainda é notório a existência de práticas que não só prendem, mas de fato escravizam pessoas através de preconceitos, racismo e desigualdades sociais.

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Desde a implementação da iniciativa até os tempos atuais muitas coisas evoluíram e foram condenadas na sociedade. O trabalho escravo infantil é uma dessas ações combatidas pelo Plano Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Adolescente Trabalhador. Fruto do empenho da Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil (Conaeti), sob a coordenação do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), tem o objetivo de buscar metas e eliminar as piores formas de trabalho infantil até 2015 e de erradicar a totalidade do trabalho infantil até 2020.

Mas não é apenas o trabalho infantil, fato corriqueiramente visto na época da escravidão que o Brasil, mesmo discretamente, possui. Segundo a historiadora Pallomma Melo, a Lei Áurea foi vista há muitos anos e principalmente nos livros de história como algo magnífico, porém, pouco se detalha sobre a situação dos negros após a norma entrar em vigor. “Os livros de história disseram que foi algo maravilhoso (a criação da Lei), mas como ficou depois a situação dos africanos que vieram na condição de escravos? Então, quando a gente parte para estudar os guetos, por exemplo, eles foram libertos, mas ficaram a margem da sociedade!”, contextualizou.

Para Melo, uma fatia da sociedade que ainda é escanteada é a mulher que muitas vezes trabalha em serviços “aquém” da sociedade. “Isso só vai mudar se houver, de fato, a implementação de políticas públicas sérias que atendam realmente essas camadas que ainda estão à margem. Houve um avanço sim, mas ainda falta muito, ainda há várias lacunas na Região Norte e Nordeste onde vemos muita deficiência e envolve até a questão educacional”, pontuou.

A historiadora também fez um comparativo entre o quantitativo de pessoas de determinadas etnias em profissões específicas. “Hoje as escolas públicas é composta porque quem? E na privada? Você conta nos dedos quem são pertencentes ao grupo étnico racional negro. (...) Nem todo mundo tem direito a educação de qualidade. Quantos médicos negros temos? Quantos advogados negros nós temos?”, indagou.

De acordo com o mestrando em Ciências Contábeis, João Marcelo, apesar de há 126 anos a Lei estar em vigor, à escravidão ainda existe. "A escravidão não chegou ao fim, outros tipos se institucionalizaram. O preconceito e a descriminação estão dentro de toda a sociedade", avaliou.

Preconceitos atuais - Recentemente durante um jogo da seleção brasileira, lançaram uma banana no jogador Daniel Alves. O atleta comeu a fruta e a partir daí surgiu uma intensa movimentação nas redes sociais com hastag #somostodosmacacos. A iniciativa foi aderida por populares e famosos, porém, muitas pessoas criticam a atitude de quem jogou a fruta e também da frase usada da internet. Não diferente da reprovação da hastag, a historiadora também foi contra a atitude. “Hoje nós temos a escravidão das ideias que são colhidas, porque temos pouco tempo de fazer um trabalho pedagógico que atende a realidade”, frisou, relembrando o fato do jogador. “Infelizmente artistas famosos, apareceram comendo banana e só aumentou mais a crítica que se faz. Eles afloraram pela ignorância e só afetou as redes sociais e houve uma posição contraditória, mas ficou na divisão do que é certo e do que errado e numa sociedade onde as pessoas interagem, também comungam preconceitos”, ressaltou.

Cota para negros – Indo ao encontro da defesa da historiadora sobre oportunidades educacionais a todas as etnias tramita no Senado o projeto de lei 6738/13 que estabelece cotas para negros em concursos públicos. A iniciativa vale para processos seletivos da administração pública federal e das autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista controladas pela União. No entanto, a norma não se aplicará aos concursos cujos editais tenham sido publicados antes da vigência da lei.

Apesar dos avanços e da participação política com projetos como o de cota racial, para Pallomma Melo ainda é preciso mais. “Tem muito o que se fazer, também na questão indígena. Tem muito o que se pesquisar e o que formar. Levar essas novas informações, novas ideias e sair para a prática com toda a sociedade, os colegas de trabalho e até na nossa família.  Porque a gente hão pode nos deixar levar por opiniões, temos que ter um referencial teórico”, destacou a historiadora. 

Concha de Oro no Festival de San Sebastian, sucesso de crítica no Tribeca Festival, em Nova York - isso ocorreu depois que a diretora Mariana Rondón veio ao Brasil, e a São Paulo, para promover Pelo Malo. Ela se encontrou com o público após a pré-estreia do filme e correu para o aeroporto, para embarcar para os EUA.

Na chegada, vinha da França, onde Pelo Malo estreou com 50 cópias e instantaneamente conquistou o público e a crítica. Qual é o segredo desse filme? Traduzido ao pé da letra, o título seria "Cabelo Ruim", mas a distribuidora Esfera não quis estimular o preconceito.

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Nem a diretora - além de ser um produto raro nos cinemas brasileiros (um filme da Venezuela!), Pelo Malo aborda temas contundentes, mas que de maneira alguma podem ser considerados exclusivos do machismo na América Latina. Preconceito racial e de orientação sexual, discriminação por gênero e por condição social, tudo se confunde na história do menino negro que tem cabelo ruim. O sonho de Júnior é alisar o cabelo, mas a mãe o inibe porque para ela, isso seria coisa de gay. A própria mãe exerce uma função masculina - é segurança - e, sendo mãe solteira, transige com as investidas do patrão para manter o emprego. Tudo muito complicado, como se vê, e de certa forma Pelo Malo permite um interessante diálogo com o nacional Hoje Eu Quero Voltar Sozinho, de Daniel Ribeiro.

Embora vizinha, e sempre próxima dos brasileiros através do noticiário (Hugo Chávez, Nicolás Maduro, etc), a Venezuela é muito distante da gente. Quase nada sabemos de seu cinema, de sua cultura. "Para começar a entender meu filme, é bom ir logo dizendo que, se a indústria do petróleo é a maior fonte de divisas do país, a segunda é justamente a indústria da beleza, e num segmento particular. A Venezuela é um país mestiço. Muitos de nós temos o cabelo ruim. Homens e mulheres pagam caro para alisar os cabelos ou para manter dentro dos limites o ‘pelo malo’ que caracteriza nossa negritude."

Ela adorou ter encontrado no Brasil - no Rio - integrantes de grupos de afrodescendentes que fazem todo um trabalho de convencimento de negros insatisfeitos com seu cabelo. Mariana é filha de ex-integrantes do grupo guerrilheiro FALN. A vida inteira ouviu palavras de ordem revolucionárias. A surpresa foi ter sido criticada por chavistas e aplaudida por oposicionistas venezuelanos. A denúncia da realidade hipócrita e injusta tem dimensão de metáfora. "Aceitar o cabelo como é significa reconhecer-se a si mesmo e ao outro, e o problema é que o olhar do outro pode ser violento."

Para ela, a discussão de seu filme não é sobre gênero - se o garoto é gay, como teme a mãe. "É e não é sobre isso. Faz parte, mas o que eu queria discutir é algo muito sério que está ocorrendo em meu país. Desde Chávez, a Venezuela virou território de uma polarização muito forte. Não há diálogo. Quando o espectro é esse, a intolerância termina por se impor. Não há respeito, e isso, inevitavelmente, produz violência." Só que, por mais importante que seja o subtexto político, ela confessa que o que a motivou foi a história. E o garoto.

Samuel Lange, que faz o papel, já tinha alguma experiência, mas Mariana teve a preocupação de criar um ambiente familiar e saudável para ele no set. Não queria criar uma dúvida de gênero nem forçar o garoto a atitudes que pudessem prejudicá-lo na vida. Na ficção, as atribulações do garoto começam quando ele tem de tirar uma foto para a escola. Seu sonho é ser cantor, e ele mostra a foto de uma Miss Venezuela como o exemplo que quer para seu cabelo. De nada adianta o fotógrafo propor a foto de um soldado. A confusão está formada.

Mariana possui uma empresa produtora com Marité Ugás, sua parceira também na vida. As duas se alternam nas funções de direção e produção. "Nesse caso, eu dirijo e Marité produz. No próximo, vamos inverter. Não é fácil fazer cinema na Venezuela, mas estamos conseguindo. E a repercussão internacional tem ajudado, até em termos de coprodução." Em tempo - a projeção no exterior antecipou a estreia no País (em 9 de abril). Discussões e ataques à parte, o filme segue atraindo multidões. O maior sucesso do cinema venezuelano? As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) aprovou, nesta quarta-feira (30), a proposta (PLS 51/2003), que trata como crime a discriminação contra portadores do vírus da imunodeficiência humana (HIV). A proposta havia voltado ao senado após uma emenda ao projeto feita pela Câmara dos Deputados, que descartava a demissão de emprego do caráter de crime de discriminação. A emenda foi rejeitada.

O senador Aloysio Nunes, relator da emenda, havia acolhido a proposta da Câmara ao projeto, mas voltou atrás após receber informações da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, que indicava que o tratamento de soropositivos devia ser igual para todos os trabalhadores. “Com esses argumentos, considero que a alteração feita na Câmara dos Deputados é um retrocesso na forma como a sociedade contemporânea tem encarado os portadores do HIV/Aids”, afirmou o relator, conforme informações da Agência Senado.

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O objetivo da proposta é combater em vias legais o preconceito e a segregação social sofrida pelos portadores da doença. O projeto prevê detenção de um a quatro anos, além de multa, para quem negar a permanência de alunos soropositivos em creches ou instituições de ensino, assim como negar emprego ou demitir um trabalhador pelo mesmo motivo. A segregação dos portadores da imunodeficiência em seu ambiente de trabalho ou estudo também será considerada crime.

Recentemente, o LeiaJá publicou uma matéria sobre um edital de concurso público do Recife que exigia teste Anti-HIV. Confira a reportagem.

 

Com informações da Agência Senado

Os vereadores da Câmara de Olinda também aderiram ao movimento contra o racismo que está circulando na internet. Nesta terça-feira (29), os parlamentares tiraram fotos comendo bananas em alusão à atitude do lateral-direito do Barcelona, Daniel Alves, que foi xingado pela equipe do Villareal, da Espanha, no último domingo (27). 

Na ocasião, a torcida do Villareal atirou uma banana em direção ao jogador brasileiro. Daniel não se a amedrontou com a atitude e acabou comendo a fruta. 

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No entanto, a iniciativa dos vereadores está sendo bastante criticada. A foto está circulando nas redes sociais e os internautas condenam a ação. Muitos relatam que o protesto é “um oportunismo político”. Nesta segunda-feira (28), os vereadores do Recife também comeram bananas no plenário da Casa em repúdio a atitude racista contra Daniel Alves.

A presidenta Dilma Rousseff (PT) elogiou, nesta segunda-feira (28), a atitude do jogador brasileiro Daniel Alves e condenou a prática do racismo no futebol. Para a presidente, o atleta deu uma "resposta ousada e forte" aos que cometem este tipo de crime na prática esportiva. O brasileiro foi vítima de um episódio racista, nesse domingo (27), durante uma partida de futebol. Alves  se preparava para uma jogada, quando a torcida atirou uma banana no campo. O jogador descascou e comeu a fruta.

“O jogador Daniel Alves deu uma resposta ousada e forte ao racismo no esporte. Diante de uma atitude que infelizmente tem se tornado comum nos estádios, Daniel Alves teve atitude”, cravou a petista, ao comentar o assunto no seu perfil do twitter. A presidente também confirmou a adesão a uma campanha #somostodosmacacos, lançada pelo jogador Neymar. E já atraiu milhares de internautas.  “Neymar lançou a campanha "#somostodosmacacos" para mostrar que temos todos a mesma origem e que nada nos difere, a não ser nossa tolerância com o outro”, disse.

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Dilma contou ainda sobre o desejo dela de ter no Brasil uma Copa do Mundo livre do preconceito racial. “O Brasil na #CopaDasCopas levanta a bandeira do combate à discriminação racial. Vamos mostrar que nossa força, no futebol e na vida, vem da nossa diversidade étnica e dela nos orgulhamos. #CopaSemRacismo”, escreveu a presidente. 

Não adianta. Todo ato de racismo é assustador. Por mais que eles se repitam todos os dias ao nosso lado ou em um longínquo estádio espanhol, sempre é motivo para estarrecimento, revolta e vergonha.

Por maior que seja o desenvolvimento tecnológico, parece que a evolução do ser humano parou no tempo. Boa parte da humanidade, se assim pode ser chamada, ainda refuta o que lhe parece estranho. Mesmo que este seja um semelhante.

O esporte nada mais é do que um grande amplificador da sociedade. Com isso, grupos de intolerância veem neste tipo de evento o momento propícios de vomitarem seus ideais escrupulosos. Engana-se quem imagina que esse tipo de manifestação é advinda apenas das arquibancadas.

Na semana passada foi divulgado um áudio onde Donald Sterling, dono do Los Angeles Clippers, time da NBA, recriminava a namorada por ela ter posto em uma rede social uma foto em que aparece ao lado de um atleta negro. O magnata ainda disse que não queria que a companheira levasse negros para as partidas do seu time. A atitude do cartola do basquete norte-americano teve uma grande repercussão nos EUA, com declarações de repúdio do presidente Barack Obama e do ex-jogador Magic Jonhson.

Ontem, antes de cobrar um escanteio, uma banana foi atirada em direção ao lateral-direito do Barcelona e da seleção brasileira, Daniel Alves. A forma que o baiano arrumou para responder as ofensas foi pegar um das frutas e comê-la dentro de campo. Após a partida o jogador afirmou que vem sofrendo preconceito nos 11 anos que atua no futebol espanhol e que agora só pode rir dos retardados.

Nessas duas situações de racismo ocorridas nos últimos dias mostra como pensam os retardos, que se julgam melhores que alguém por conta apenas da cor da pele. Os fatos também dão à tônica de como reagir e enfrentar situações como esta.

Falta pouco mais de 40 dias para o início da Copa do Mundo no Brasil e não é difícil de imaginar que ocorram atitudes semelhantes nas arquibancadas do mundial com pessoas de diferentes nacionalidades nela. Inclusive brasileiros, que já demonstraram esse ano, com o episódio contra o juiz do Rio Grande do Sul, que também são tão racistas como qualquer outro povo.

Mas sempre que isso acontecer deve causar indignação, respostas e punições à altura. O racismo é real. Tem nome, sobrenome e endereço. Não é tímido e sabe da força que tem. Da mesma forma é imbecil, sem fundamentos e estarrecedor. Difícil de acreditar que ele ainda existe. Macacos me mordam.

3 dentro

- Careca. Gritaram dentro dos Aflitos: “Habemus centroavante”. Com os dois gols marcados no último sábado, Rodrigo Careca parece ter cravado seu lugar na equipe do técnico Lisca.

- Rithely. É outro que estava no banco de reserva e vai mostrando que seu lugar não é lá. Peça fundamental do time desde o ano passado, o volante mostra que valeu a pena a briga da diretoria rubro-negra para que ele não fosse embora da Ilha do Retiro.

- Sérgio Guedes. Não venceu em seu jogo de estreia, mas conseguiu fazer até o momento o que é esperado dele. Motivou o elenco tricolor, que já mostrou um novo espírito ao enfrentar a Portuguesa no último sábado.

3 fora

- Balotelli. Garoto problema do futebol italiano, o jeito explosivo do atacante pode tirá-lo da Copa do Mundo. De acordo com a imprensa italiana, o técnico Cesare Prandelli não tem gostado das declarações do jogador quando é substituído por mão estar apresentando um bom futebol.

- Ronaldinho Gaúcho. O ex-melhor do mundo bateu mais um recorde. Mas esse não é de se orgulhar. Pela primeira desde que chegou ao Atlético-MG o meia é substituído em cinco partidas no mesmo ano.

- Thiago Silva. O capitão da seleção foi o responsável por adiar a festa do título do Campeonato Francês. O zagueiro marcou um gol contra e o PSG empatou em 1x1 com o Sochaux não podendo assim comemorar de forma antecipada o título nacional.

A vida profissional é um marco importante para jovens e adultos, que trilham uma carreira bem sucedida. Porém, muitas vezes a ascensão depende de inúmeros fatores: cursos, especializações, mestrado e qualificações são alguns deles. Mas, um dos aspectos importantes para desenvolvimento é o autoconhecimento, além das escolhas e posição do profissional como cidadão, que podem ser influenciadas diretamente ou não durante a trajetória da vida educacional.

Mesmo com toda a preparação profissional e educacional, atitudes preconceituosas desmerecem a posição de alguns trabalhadores. Uma delas, o racismo institucional, começa inclusive na escola e acompanha a pessoa de pele escura até a vida adulta. “Por muito tempo eu acreditava que poderia fazer parte do mundo acadêmico. Com quase 30 anos eu me encontrei, me reconheci negro e consegui provar para mim mesmo que podia tudo”, fala o educador da Fundação de Atendimento Socioeducativo, Carlos Tomaz, 46 anos, que revela também que desde criança sofria com o racismo institucional.

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De acordo com o historiador Alexandre L’Omi L’Odò , essa é uma realidade camuflada, mas que infelizmente está presente em vários setores, como na educação, na religião, na saúde e em todas as instituições públicas e privadas. “Quando você vê um anuncio de emprego sinalizando que o candidato deve ter boa aparência e citando algumas características, indiretamente, ele está praticando o racismo institucional”, diz o educador. 

Com essas dificuldades, o desenvolvimento intelectual e consequentemente o profissional retardam e ratificam as estatísticas do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgadas em 2014. O levantamento mostra que 48% dos trabalhadores brasileiros são negros, porém a média salarial deles é 36,1% menor que os brancos. Essa é a realidade de mais de 50% da população brasileira, que é formada por negros.

Quem já sofreu esse tipo de preconceito foi Edson Axé, coordenador estadual da Rede Nacional de Negros e Negras LGBT em Pernambuco. Para ele, o racismo institucional acompanha toda a vida do negro. Axé passou pela Polícia Militar de Pernambuco e afirma ter vivido uma situação racista na instituição. 

“Mesmo sendo da corporação, fui revistado de forma racista pelo tenente coronel, e, quando fui ao batalhão questionar, o capitão disse: entre a rocha e a maré, quem se dá mal é o siri”, desabafa Axé. Diante desses acontecimentos na vida profissional, o coordenador revela que encontrou um senso de justiça e faz disso o seu alicerce para lutar pela paz e pela igualdade. Formado em recursos humanos, Edson Axé revela que em várias entrevistas para emprego há muito preconceito. “Quando dois candidatos empatam, muitas vezes o que se destaca é o indicado por alguém da empresa ou pela beleza, considerada pelo recrutador”, falou.

Para combater o racismo institucional, o movimento negro tenta desconstruir esse preconceito que está camuflado em várias esferas da sociedade. Um exemplo é a implementação da lei 11645/08, que foi alterada para 10639/03, que determina o ensinamento da história da África no nível fundamental.

Sentindo na pele o preconceito - Uma sala repleta de alunos, dentre eles, Carlos e Luiz, ambos tinham praticamente o mesmo desenvolvimento nas atividades, porém, apenas Luiz era destacado pela professora. Isso fez com que Carlos desejasse ser um dia "Luiz". Esse foi o inicio da história de Carlos Tomaz - educador -, que se formou após os 30 anos de idade, porque não acreditava que pertencia ao mundo da academia e que aquilo não seria para ele. “Eu queria ser o Luiz, garoto de pele, cabelos e olhos claros”, relata Carlos Tomaz durante entrevista ao LeiaJá.  Assista o depoimento do entrevistado:

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O presidente de Uganda, Yoweri Museveni, promulgou nesta segunda-feira uma lei que transforma a homossexualidade em crime passível de ser punido com prisão perpétua, ignorando críticas e pressões internacionais.

"O presidente Museveni assinou finalmente a lei antigay", afirmou uma porta-voz da presidência em Entebbe.

O parlamento ugandense aprovou em 20 de dezembro de 2013 por ampla maioria uma lei que aumenta consideravelmente a repressão contra os homossexuais e que prevê a prisão perpétua para reincidentes, considerados culpados de "homossexualidade agravada". Os defensores dos direitos humanos e os governos ocidentais, em especial os Estados Unidos, criticaram duramente a lei.

O presidente americano Barack Obama chamou de "passo atrás" a lei, cuja aprovação "complicaria" a relação entre Uganda e Washington. O prêmio Nobel da Paz sul-africano Desmond Tutu pediu no domingo a Museveni que não promulgasse a lei, por considera que legislar contra o amor entre adultos recorda o nazismo e o apartheid. "Uganda é um país soberano e suas decisões devem ser respeitadas", disse à AFP nesta segunda-feira um porta-voz do presidente, Tamale Mirundi.

Os trechos mais polêmicos da lei, que previam a pena de morte em caso de reincidência, relações com menores ou para as pessoas com Aids, finalmente não foram contemplados no texto.

O presidente de Uganda, no poder desde 1986, indicou em um primeiro momento que não promulgaria a lei, mas finalmente mudou de opinião depois de consultar um grupo de cientistas que, segundo ele, explicaram que a homossexualidade "não era uma conduta genética". As influentes igrejas evangélicas estimulam a homofobia em Uganda, onde os ataques contra os homossexuais são frequentes.

O preconceito que fala alto e faz calar. Mesmo depois de tantas lutas e campanhas de conscientização, a discriminação continua a rodear os portadores do vírus HIV, em pleno ano de 2014. Se personalidades como Freddie Mercury, Renato Russo e Michel Foucault – vítimas da Aids – assumiram a infecção e ampliaram o debate sobre o tema, anônimos se fecham em suas próprias realidades e convivem lado a lado com a doença e o silêncio. 

Há oito anos, a aposentada que pediu para ser identificada apenas pelas iniciais - J.D. - descobriu-se soropositiva. Sem ter certeza de como contraiu a doença, J.D. suspeita fazer parte do grupo de mulheres que é infectado pelo próprio parceiro. Mesmo após a morte do marido, decorrente de um transplante de fígado, a mulher de 47 anos continuou com a incerteza, mas nunca comentou em casa sobre a enfermidade. 

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“Uma vez contei para uma amiga que pensei ser confiável. Em outro dia, a encontrei num restaurante e percebi os olhares diferentes, dela e  das pessoas que a acompanhavam”, relatou, enquanto aguardava a medicação entregue na Policlínica Lessa de Andrade, no bairro da Madalena. Ao pegar o remédio, J.D. retirou os comprimidos da embalagem e os depositou em outro recipiente, sem nenhuma inscrição, totalmente branco, para evitar o conhecimento dos familiares. 

Segundo a mulher, a vida de um portador de HIV é normal como a de qualquer outra pessoa. “Precisa, claro, respeitar os horários dos remédicos, não pode passar de jeito nenhum. Mas as pessoas desconhecem demais a doença e falam muito”. Enquanto conversava com a equipe do Portal LeiaJá, um parente de J.D. chegou ao local e a entrevista precisou ser interrompida. “Eu disse que vim ao nutricionista. Me desculpem, preciso ir”, falou em voz baixa a senhora, em despedida.

Política do sigilo - O paciente Cícero dos Santos se mostrou mais aberto e até aceitou ser fotografado enquanto pegava os comprimidos, sem o rosto à mostra. Para ele, que descobriu ter o vírus HIV há 10 anos, quebrar o silêncio poderia prejudicar suas relações profissionais. “Trabalho em comércio. Se as pessoas descobrem, se afastam, perco clientes. Só dois amigos sabem, não contei pra ninguém da família. Não sei se vale a pena. Alguns amigos soropositivos dizem que foi melhor, já outros perderam contato para sempre”, revela. 

Mensalmente, ele vai ao Lessa de Andrade para garantir os remédios. São três de uma só vez, à noite, antes de dormir. “Me sinto normal. Nunca tive efeito colateral ou algo do tipo”. Perguntado sobre relacionamentos afetivos, Cícero se esquivou e disse que não “tem mais tempo para isso”. Outro rapaz, que exigiu anonimato, foi incisivo: “se as namoradas descobrem, saem correndo”. 

Números – De acordo com o último balanço da Divisão de Atenção às DST/Aids da Prefeitura do Recife, de 1984 a maio de 2013, 7.704 casos da doença foram notificados. 

Segundo o chefe da Divisão, Ewerton Marinho Pedrosa, a epidemia no Brasil é concentrada em grupos específicos, sendo os mais vulneráveis mulheres e homens que fazem sexo com homens (HSH). “As doenças sexualmente transmissíveis estão muito ligadas à população das periferias, de baixa escolaridade, onde o nível de desemprego é alto. Estes determinantes sociais influenciam, por isso promovemos intervenções de conscientização principalmente nestas áreas”, explicou Pedrosa, ao citar que a população negra ainda é a mais atingida.

Depressão, medo de rejeição e isolamento. Apesar de não fazerem parte dos sintomas da Hanseníase - enfermidade que afeta os nervos e a pele- tais sentimentos estão presentes na vida das pessoas como, Mauricélia que ainda sofre preconceito por ser portadora da doença. Sensibilizado com o problema de sua esposa, Marcos Antônio, de 33 anos, tornou-se voluntário do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan).

“Ela me contou que tinha Hanseníase quando éramos apenas namorados. No começo, ela escondeu que tinha a doença, por medo que eu a rejeitasse e acabasse nosso relacionamento. Mas superamos isso e já estamos juntos há quatro anos. Foi difícil passar por isso, pois o caso dela se agravou, causando o que eles chamam de garra fixa, que é uma atrofia os dedos das mãos e dos pés”, comentou Marcos Antônio.

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Emocionado, o rapaz contou que tem medo que a esposa e a filha, de apenas dois anos, sofram preconceito na rua. “As pessoas tinham medo de serem contaminadas por minha esposa. Às vezes saímos na rua e eu percebo que as pessoas olham diferente para ela. Já penso em preparar minha filhinha, com ajuda de um psicólogo, para que ela entenda que a mãe dela é normal. Meu medo é que ela sofra algum preconceito na escola por conta disso”.

O coordenador do Morhan e amigo do casal, Gildo Bernardo, falou sobre como lidou com o fato de ter tido hanseníase e sobre o preconceito enfrentado. “Aconteceu em 1994, e na época não sabia absolutamente nada sobre a doença. Ao contrário do comum, não desenvolvi as manchas, só perdi a sensibilidade. Quando descobri, a doença já estava bem avançada. Incrivelmente, a primeira pessoa que demonstrou ter ‘medo’ de mim, foi meu penúltimo médico, que desconfiou que eu tivesse Hanseníase e durante toda a consulta não chegou perto de mim”, contou. 

“Fiz todo meu tratamento na Policlínica Lessa de Andrade, com a médica Rosa Lapenda, que me ajudou bastante. Tomei os remédios durante dois anos e hoje estou curado da doença. Infelizmente meu quadro se agravou, por falta de diagnóstico, e minha mão esquerda teve atrofia. O objetivo do Morhan é divulgar informação sobre a doença em escolas, eventos e outros, para que outras pessoas não sofram o mesmo preconceito”, comentou Gildo.

Para marcar o Dia Mundial de combate à Hanseníase, celebrado nesta quinta-feira (30), foi feita uma ação que disponibilizava exames gratuitos e atividades preventivas, realizados no Praça do Carmo, área Central do Recife. Segundo a Secretaria de Saúde do Estado, Pernambuco é o décimo Estado com maior coeficiente de detecção no Brasil. A cada grupo de 100 mil pernambucanos, 36 são diagnosticados com a doença e podem sofrer algum tipo de incapacidade no futuro. 

O Presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia Sergio Palma, explica a necessidade de realizar o diagnóstico com antecedência. “Quanto mais rápido for feito o diagnóstico, que é algo bem elaborado e demora pra ser feito, mais fácil e rápido será o tratamento do paciente. O problema é que muitas vezes, as pessoas não percebem os sintomas”, pontuou.  

Entre os principais sintomas estão manchas esbranquiçadas ou avermelhadas e até caroços na pele, alterações de sensibilidade à dor, frio, calor e tato. Deve procurar o atendimento quem identificar algum tipo de dormência ou formigamento nas mãos ou nos pés, ausência ou diminuição de suor na área atingida e perda de pelos no local.

O dermatologista comenta que após começar o tratamento, não existe risco de contaminação. “É importante deixar claro, que quando a pessoa inicia o tratamento, composto por um coquetel de comprimidos, não há possibilidade de contágio. O tratamento dura, dependendo da gravidade do caso, de seis meses a um ano”. 

O paciente que for diagnosticado com a enfermidade será encaminhado para a unidade de saúde mais próxima à sua residência, já que os casos de rotina de hanseníase são tratados na rede municipal. Apenas os casos mais graves e com complicações deverão ser atendidos em unidades de referência. O Hospital Otávio de Freitas (HOF), no bairro de Tejipió, Zona Oeste do Recife e o Hospital Geral da Mirueira, em Paulista, são referência secundárias estaduais no atendimento aos pacientes de hanseníase em Pernambuco e o Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip) referência terciária.

O presidente de Uganda, Yoweri Museveni, considera que os homossexuais são pessoas "doentes", mas que não devem ser assassinados ou ficar presos por toda a vida, afirmou nesta sexta-feira (17) seu porta-voz, confirmando a rejeição do chefe de Estado de promulgar uma lei que aumenta a repressão da homossexualidade.

"O presidente não aprova a homossexualidade, mas ele acredita que essas pessoas têm o direito de existir", declarou à AFP Tamale Mirudi. Mirudi confirmou a informação da imprensa, segundo a qual o presidente não quis assinar um projeto de lei, aprovado em 20 de dezembro de 2013 por uma maioria do Parlamento, endurecendo a repressão da homossexualidade, e prevendo prisão perpétua para os reincidentes.

"Os homossexuais são pessoas doentes, você não pode matar uma pessoa doente. As pessoas que forem reconhecidas culpadas de práticas homossexuais não podem ser presas por toda a vida", acrescentou o presidente, segundo Mirudi. Ele assegurou que Museveni não recuou devido às pressões internacionais. "Não é por causa de um suposto lobby. Ninguém influenciou o presidente", insistiu.

"O que o presidente disse, é que não devemos perseguir os homossexuais. Isto é um ponto importante. Pode ser que a sociedade queira isso, mas eles não podem ser perseguidos por esta questão", acrescentou. "O presidente ressaltou que sempre existiu homossexuais na África e que eles nunca foram perseguidos. Mas não os autorizamos a se casar publicamente, ou organizar uma manifestação em Kampala", concluiu o porta-voz.

Postagens de conteúdo ofensivo ou preconceituoso em sites, blogs e redes sociais podem gerar responsabilidade para os administradores dessas plataformas. O alerta é do advogado Leonardo Ranna, especialista em direito de internet. Segundo Ranna, há possibilidade de responder civilmente pelos danos, e os autores e difusores do material podem ser responsabilizados criminalmente.

Para Leonardo Ranna, no caso recente envolvendo o site de vendas MercadoLivre, onde foi postado um anúncio vendendo negros a R$ 1, pode haver responsabilização da plataforma.

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“O argumento é que eles [administradores dos sites] lucram com isso. Se eles não conseguem controlar previamente, para não ofender ninguém, devem ser responsabilizados pelo dano do ponto de vista cível. Tanto o Ministério Público pode vir a processar o MercadoLivre, por meio de uma ação civil pública, quanto alguém que se sentiu ofendido, no caso uma pessoa negra, pode buscar indenização”, disse o advogado.

Ranna ressaltou que, apesar de o Brasil não ter legislação específica para crimes cibernéticos, as leis existentes são suficientes para responsabilizar autores e sites nesses casos. Ele destaca que há várias decisões judiciais condenando sites e redes sociais e determinando indenização às partes ofendidas.

O anúncio do MercadoLivre repercutiu nas redes sociais no último domingo (5) e, segundo informações da empresa, foi retirado do ar na segunda-feira (6) após denúncias dos usuários do site.

A Ouvidoria Nacional da Igualdade Racial, vinculada à Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), pediu ao MercadoLivre a identificação do autor da postagem e deve enviá-la ao Ministério Público do Rio de Janeiro segunda-feira (13), pedindo a apuração de responsabilidade de crime de racismo e discriminação racial. Os dados cadastrais do autor também foram solicitados pela Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI) Polícia Civil do Rio de Janeiro, que instaurou inquérito para apurar crime de incitação ao racismo.

Sobre a possibilidade de ser responsabilizado pela postagem, o MercadoLivre informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que a plataforma é monitorada diariamente pelos administradores e que disponibiliza um botão de denúncia para os usuários informarem sobre conteúdos inadequados, ofensivos ou preconceituosos.

Para a presidenta do Geledés - Instituto da Mulher Negra, Nilza Iraci, não é suficiente deixar o trabalho de denúncia a cargo dos internautas. “A responsabilidade fica para as pessoas que acessam. Até alguém perceber e denunciar, leva tempo”, ressaltou Nilza.

Para ela, deve haver responsabilização das plataformas por conteúdos racistas, homofóbicos ou sexistas. “Embora [o MercadoLivre] seja um site público, acho que deveria ter uma segurança. Temos feito um trabalho sistemático de vigilância em relação a isso, mas não se vê muita punição.”

A postagem no MercadoLivre deixou chocadas pessoas como a atendente Priscila Kellen Pereira da Luz, de 19 anos. Para Priscila, o conteúdo mostra que o racismo continua forte no país. “É ilusão achar que só porque as pessoas convivem e não têm tanto atrito, o racismo acabou. O ser humano é ignorante e não sabe olhar o outro como semelhante”, afirmou Priscila.

Neste último final de semana houve uma postagem, no site Mercado Livre, que indignou a população: um anúncio de venda de negros por R$ 1. Após a denúncia, a Secretaria de Políticas de promoção da Igualdade Racial, do Governo Federal, e o site, conseguiram, finalmente, identificar o autor da publicação. Segundo a secretaria, as informações já foram encaminhadas a Polícia Civil do Rio de Janeiro, e ao Ministério Público. 

Em nota, a secretaria disse que o autor pode ter como pena de dois a cinco anos de prisão, além de multa. “Os usuários que infringem as regras do MercadoLivre têm seu cadastro cancelado. Reiteramos que o MercadoLivre está sempre à disposição para colaborar com as autoridades”, declara a assessoria do site.

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Segundo o ouvidor nacional Carlos Alberto Silva Júnior, as pessoas que compartilharam o conteúdo de forma ofensiva, também responderá pelos mesmo crime. O ouvidor ainda questiona que não é possível que um site não tenha um recurso de bloqueio para essas postagens. “Não é possível que uma plataforma dessa não consiga oferecer nenhum tipo de filtro”, comenta ele, que relembra da responsabilidade do Ministério Público em responsabilizar a plataforma", disse. 

Com quase oito anos em tramitação no Congresso, a proposta que pretende pôr fim ao preconceito nas relações de trabalho, aprimorando a legislação sobre crimes de preconceito (Lei 7.716, de 1989) avançou em 2013 e deve passar por votação no plenário da Câmara quando o ano legislativo recomeçar, em fevereiro. Se a proposta for aprovada, volta para a análise de senadores que terão que se debruçar sobre as mudanças feitas pelos deputados.

Um texto aprovado na segunda quinzena de dezembro pelos deputados da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara amplia as situações que podem ser consideradas crimes de preconceito e agrava, em alguns casos, as penas para quem praticá-los.

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Pela proposta, quem deixar de contratar alguém, dificultar a contratação ou barrar uma promoção funcional por motivo de preconceito poderá ser condenado a pena de prisão de dois a cinco anos, além de ter que pagar multa. A medida valerá para qualquer discriminação por questão de raça, cor, sexo, religião, aparência, condição social, descendência, origem nacional ou étnica, idade ou pessoa com deficiência.

O substitutivo aprovado na comissão, apresentado pelo relator da proposta, deputado Henrique Afonso (PV-AC), altera texto elaborado, em 2005. A ideia é que a pena para qualquer caso de discriminação no ambiente de trabalho seja equiparada aos crimes de preconceito. Quando envolver cargos, funções e contratos da administração pública, a pena passará a variar entre dois anos e oito meses a seis anos e oito meses.

Há penalidade prevista ainda para quem fabricar e distribuir símbolos, emblemas e propagandas que usam a cruz suástica, como forma de divulgar o nazismo. Se for divulgada em meios de comunicação, publicações ou pela internet, a pena é aumentada em um terço.

Para o relator, houve melhoramentos na lei ao longo dos anos, como inclusão do crime de injúria qualificada por motivação racial, étnica, religiosa ou de origem. Porém, a punição para alguns casos continua vaga. “Vários casos graves de discriminação, em vez de serem enquadrados pelos tribunais brasileiros nos crimes previstos, eram desclassificados para crimes comuns estabelecidos no Código Penal”.

A proposta estabelece ainda que o crime poderá ser julgado por júri popular, com o intuito de inibir este tipo de ação criminosa. Nos casos em que forem registradas lesões corporais, de qualquer gravidade, o juiz ou o júri podem definir penas, de um ano a 16 anos de reclusão. Se o agressor matar a vítima, poderá ser condenado, a pelo menos, 12 anos de reclusão, podendo chegar a 30 anos.

O livro Golpe de Vista, do escritor V.J.Palaoro, confronta preconceito e solidariedade, alegrias e tristezas da vida real de um jovem cego. O enredo é construído a partir de diálogos descontraídos entre as personagens, que buscam representar a essência nua e crua da realidade de pessoas com a deficiência visual.

Desde que nasceu, Zé tem uma deficiência que ele chama de visão subnormal. Já adulto, ele descobriu que, na verdade, sua baixa visão era causada por um tumor que comprimia um nervo óptico. De qualquer modo, não valeria a pena removê-lo, porque o tumor se mostrava estacionado e os danos na visão de Zé já eram irreversíveis. Além disso, tratava-se de uma cirurgia de alto risco, inclusive de morte.

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O governo indiano estuda a possibilidade de legislar sobre os direitos dos homossexuais, com o objetivo de revogar a decisão do Supremo Tribunal, que, na véspera, aprovou manter a lei que considera a homossexualidade um crime.

O ministro indiano das Finanças, P. Chidambaram, indicou que a decisão da corte devolvia o país ao século XIX e destacou que é preciso estudar meios para revogar o veredicto o mais rápido possível. "O que fizemos foi voltar a 1860 e estou muito decepcionado", afirmou.

O ministro da Justiça, Kapil Sibal, também indicou que o Executivo está estudando opções para acabar com o artigo da lei referente ao tema.

O Supremo Tribunal da Índia confirmou na quarta-feira a vigência de uma lei do período colonial britânico que considera a homossexualidade um crime, um banho de água fria para os defensores dos direitos dos homossexuais.

Em uma sentença de 2009, o Alto Tribunal de Nova Délhi destacou que o artigo 377 do código penal de 1860, que considera um crime as relações homossexuais consentidas, em particular a sodomia, constitui uma "violação dos direitos fundamentais" da Constituição.

Mas o Supremo Tribunal adotou outra decisão ao considerar que o artigo está de acordo com a lei fundamental. "Legislar sobre esta questão é competência do Parlamento", afirmou o juiz G.S. Singhvi na decisão desta quarta-feira.

A decisão de 2009 foi criticada por grupos religiosos, em particular por líderes muçulmanos e cristãos, que apresentaram um recurso ao Supremo Tribunal. "O poder legislativo deve prever a supressão deste artigo da lei, de acordo com as recomendações do procurador-geral", completou Singhvi.

O código penal vigente qualifica de "contranatural" a homossexualidade, castigada com multas e até 10 anos de prisão. Apesar da lei quase nunca ser aplicada, as associações de defesa dos direitos dos homossexuais denunciam humilhações, intimidações e perseguição policial. "A decisão do Supremo Tribunal é totalmente inesperada. É um dia negro para a comunidade homossexual", lamentou Arvind Narayan, advogado da associação para os direitos dos homossexuais Alternative Law Forum.

A Anistia Internacional considerou em um comunicado que a decisão é "um duro golpe para os direitos de igualdade, dignidade e à vida privada de cada um". "Esta decisão faz a Índia retroceder vários anos em seu compromisso de proteger os direitos elementares", afirmou G. Ananthapadmanabhan, diretor geral da ONG no país.

A Índia fica próxima de um grupo de países islâmicos e africanos que consideram a homossexualidade um crime.

Fumaça, Grafite, Negueba, Nêgo Pai, Petróleo, Pantera, Negueti, Negrete, Escurinho, Chôco, Somália. A lista de jogadores de futebol negros que levaram no nome a própria  cor é extensa. Há quem julgue tais nomenclaturas como algo pejorativo e existe quem defenda que isto já faz parte da cultura do esporte.

Se um jovem atleta de pele escura mostra uma maior desenvoltura com a bola no pé já lhe é dada a alcunha de Pelezinho. Mas até onde denominações para jogadores negros podem ser consideradas preconceito? Algumas podem ter alguma conotação de carinho?

Não lembro dos nomes que abrem esse texto terem alguma vez reclamado por serem chamados pelo apelido. Grafite protagonizou um caso de racismo quando foi chamado de macaco pelo argentino Desábato durante uma partida da Libertadores de 2005. Nesse caso a ofensa nada tem a ver com um vulgo.

Em tempos de jogadores de nomes compostos desde as categorias de base, é cada vez mais raro encontrar estas denominações. Talvez no futuro até sumam e deixemos de ter Neguebas e teremos apenas Guilhermes Ferreiras. Quem dera que os problemas de preconceito no futebol fossem apenas por conta dos apelidos.

Para Copa do Mundo de 2018, que será realizada na Rússia, país com graves problemas de aceitação racial, onde jogadores são recepcionados com bananas e gritos que imitam primatas, um grupo de atletas negros planeja boicotar a competição.

20 de novembro é dia de celebrar grandes atletas negros (Ali, Jordan, Tyson, Silva, Pelé, Bolt) e cada vez mais refletir como pequenos gestos e grandes manifestações ainda trazem um preconceito cultural que ainda demorará um tempo para ter um final.

3 dentro

- Patrick. Lateral,tantas vezes criticado pela torcida, vem sendo um das principais peças do Sport na reta final da Série B.

- Robinho. Agradou nos dois últimos amistosos da seleção brasileira em 2013 e pode ter conseguido vaga na Copa do ano que vem nos instantes finais.

- França. Seleção francesa conseguiu reverter o placar negativo da primeira partida repescagem e garantiu vaga na Copa. Todos os campeões mundiais estarão no Brasil em 2014.

3 fora

- Dênis Marques. Mais uma vez o jogador tem regalias da diretoria coral e foi dispensado do treino para ir à Maceió. Em Alagoras tem quem garanta que ele irá para o CRB em 2014.

- Ingressos no Arruda. A fase é boa e a maior parte da renda do clube vem das arquibancadas, mas colocar ingressos a R$ 70 é muito para o torcedor tricolor.

- Ibrahimovic. Em grande fase no PSG, mas de fora da Copa do Mundo o jogador foi arrogante ao declarar que um mundial sem ele não valeria a pena. Menos.

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