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Segundo a Oganização Pan-Americana da Saúde (Opas), cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio anualmente. As principais causas são depressão e abuso de substâncias. Pensando nessa realidade, foi criado o Setembro Amarelo, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. 

No Brasil, são registrados 12 mil suicídios por ano, muitos cometidos por jovens. Diante dessa realidade, o Centro de Valorização da Vida (CVV) apoiou o Setembro Amarelo com o objetivo de combater esses números crescentes.

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O psisquiatra Dirceu Rigoni ressalta a importância do Setembro Amarelo, principalmente entre o público jovem. "A psiquiatria ainda é vista com certo preconceito, o que dificulta impedir muitos casos. Para os profissionais e para os pacientes, essa época é benéfica para divulgar os fatores de risco dos transtornos mentais numa tentativa de acabar com o preconceito que só atrapalha e impede a luta contra possíveis causas. Daí a necessidade de quebrar o preconceito e falar sobre o assunto, fazendo com que os pacientes busquem ajuda antes que o pior aconteça", afirmou o psiquiatra.

O psicólogo Pedro Cristo ressalta que, antes de a pessoa se suicidar, ela mostra alguns sinais que podem ser percebidos pelos parentes e amigos. Esses indicadores são fundamentais para evitar muitos casos, especialmente durante a adolescência. "A gente parte do princípio de que as pessoas suicidas estão em profundo sofrimento. Podemos observar mudanças significativas na vida da pessoa. Pessoas que passam a se isolar, pessoas chorosas, uma certa insastifação com a vida e sentimento de fracasso. O suicídio nunca é um ato isolado. É um processo. Uma pessoa que pensa em tirar sua própria vida precisa de ajuda e apoio. Julgar apenas pioraria as coisas", afirmou o psicólogo.

Atividades físicas também podem ajudar no combate ao suicído e na qualidade de vida, criando a possibilidade de não só ajudar na saúde física como na mental, o que ajuda na socialização das pessoas que passam por episódios depressivos, é o que ressalta Ariane Mendes, profissional de educação física. "O exercício físico tem benefícios para a gente. Estudos mostram os aspectos positivos no tratamento da depressão, ansiedade, estresse e estado de humor. Mas não precisamos de muitas horas de treino. O exercício ajuda no tratamento de pessoas depressivas, liberando hormônios que proporcionam bem-estar e prazer, ajuda no tratamento contra a ansiedade, além de aumentar a energia física e mental. O tipo de exercício influencia o fluxo de preocupação na cabeça do aluno. O estresse faz parte da rotina de todos nós e quando nos exercitamos liberamos diversos hormônios tratando tudo isso", destacou a educadora.

O CVV - Centro de Valorização da Vida é uma organização não governamental que realiza apoio emocional contra o suicídio. O atendimento é gratuito, pelo telefone 188 ou pelo site www.cvv.org.br.

Por Lucas Rodrigues e Suellen Cristo.

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A estrela da versão original de O Chamado (The Ring), de 1998, Yuko Takeuschi, foi achada pelo marido sem vida em sua residência, na manhã deste domingo (27), em Tóquio. A informação foi publicada pela BBC.

Mãe de dois filhos, sendo um deles um bebê de 9 meses, Takeuchi tinha 40 anos e ficou mundialmente conhecida pelo sucesso do já clássico do suspense. A agência Stardust, que empresariava a carreira da japonesa afirmou estar “pasma e entristecida” com a notícia da morte.

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A causa da morte não foi confirmada, mas há a suspeita que a atriz tenha cometido suicídio.

Na paleta de cores dos meses que compõem um ano, setembro é o amarelo. É durante o nono mês do calendário que acontece, no Brasil, uma campanha de conscientização e prevenção ao suicídio, o Setembro Amarelo. O projeto é um trabalho conjunto entre o Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e, desde 2015, vem alertando a sociedade para este problema de ordem global. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 800 mil pessoas se matam por ano em todo o planeta. Os dados da OMS indicam também que no Brasil houve um aumento de 7% nos casos de suicído entre 2010 e 2016. Outros dados apontam que 96,8% dos casos estão relacionados com transtornos mentais e a depressão aparece como sendo a principal doença, nesse sentido. Logo, a enfermidade é considerada pela OMS como o mal do século e, acredita-se atualmente que 300 milhões de pessoas sofrem desse mal. 

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Vírgina Almeida, psicóloga clínica, explica como a arte pode ser usada como remédio ou 'gatilho'. Foto: Cortesia 

Várias são as maneiras de lidar com a depressão e a arte está dentro do rol de estratégias disponíveis aos convalescentes. Filmes, livros e músicas podem atuar como ferramenta de apoio e alívio para aqueles que sofrem com dores na emoção. Segundo a psicóloga clínica Virgínia Almeida, a arte - sendo ela uma forma de expressão do ser humano -, pode ser muito benéfica para a saúde mental não só de quem a produz, como de quem a consome. "Quando falamos em quem observa a arte, podemos dizer que a pessoa pode se sentir representada por aquela arte. Quem nunca sentiu que aquela música tinha sido feita especialmente para você? Esse sentimento de que você não está sozinho, e que está sendo compreendido de alguma forma, faz com que a arte seja um instrumento que alivia as dores de quem está passando por uma fase difícil". 

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Porém, é preciso estar atento ao emocional para que aquele conteúdo artístico não tenha o efeito contrário e acabe potencializando alguns desconfortos já existentes através do famoso 'gatilho'. "Nesse caso (as pessoas) podem reviver momentos traumáticos que o sujeito esteja evitando escutar por que ainda é um assunto doloroso. Por isso, é preciso perceber quais os assuntos que são mais sensíveis e o que traz compreensão", orienta a psicóloga. Ela ainda aconselha evitar séries, filmes ou músicas e livros que possam despertar algum trauma ainda não tratado durante um momento difícil. 

Já pessoas emocionalmente saudáveis podem até se sentir um pouco tristes ao consumir alguma obra de arte de teor mais melancólico, o que é considerado normal segundo a especialista. No entanto, caso o 'gatilho' aconteça, desencadeando uma crise depressiva, é preciso pedir ajuda. "Talvez essa pessoa esteja em um momento em que qualquer outra situação poderia gerar essa crise. Ou seja, não é um filme que pode causar depressão em uma pessoa saudável, mas a forma como essa pessoa está se relacionando com as questões da vida é que pode fazer ela entrar em quadro depressivo. Para quem já está sensível, não só o filme mas como qualquer situação da vida pode fazer com que ela entre em uma crise", explica Virgínia. 

Arte 'tarja preta'

O “mal do século”, a depressão não escolhe idade, etnia ou classe social. De tão recorrente, o problema saiu dos consultórios médicos e invadiu, também, o mundo da arte. São inúmeras as obras, dos mais variados segmentos artísticos, que abordam o tema e que podem atuar como instrumento não só de informação como de auxílio para os que buscam a cura. A psicóloga Virgínia indica dois filmes: As Vantagens de Ser Invisível e Ela. "São dois filmes que conseguem falar sobre como é se sentir depressivo e como precisamos desse apoio de quem está ao nosso lado. Uma rede de apoio é extremamente importante nesses casos, e por isso, acho filmes muito interessantes, não só para quem está passando pela depressão como para quem não a tem, para que possam compreender mais essas pessoas e oferecer mais apoio a elas”.

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Mais dicas

Confira outras dicas de livros, discos e músicas que falam sobre a depressão. 

Livros

O Lado Bom da Vida, de Mathew Quick

A Redoma de Vidro, de Sylvia Plath

Mrs. Dalloway, de Virginia Wolf

O Apanhador no Campo de Centeio, de J.D. Salinger

Filmes

The Babadook, de Jennifer Kent

As Horas, de Stephen Daldry

Garota Interrompida, de James Mangold

Pequena Miss Sunshine, de Jonathan Dayton e Valerie Faris

Divertida Mente, de Pete Docter

Músicas

Fucking Perfect - Pink

Prtty Hurts - Beyoncé

Boulevard of Broken Dreams - Green Day

Minha Cabeça - Clarice Falcão

Ansiejazz - Tássia Reis

Conflitos - Dexter

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--> Setembro Amarelo: como lidar com quem pensa em suicídio. 

Procure e/ou ofereça ajuda

Pedir ajuda é um passo fundamental para quem sofre de depressão. A atitude, no entanto, pode ser de grande dificuldade para quem está doente, sendo assim, reconhecer e acolher quem passa pelo problema é de extrema importância. Além da arte, uma rede de apoio e acompanhamento profissional podem promover a cura e a retomada de uma vida plena e saudável. O Centro de Valorização da Vida (CVV) é um serviço gratuito que presta auxílio por telefone, e-mail e chat para pessoas que precisam de apoio emocional. O atendimento pode ser feito via internet ou pelo telefone 188. 

Solidão, tédio, ansiedade e depressão precisaram de maior atenção durante a pandemia. Os problemas desencadeados durante esse período se juntam à preocupação do Setembro Amarelo, campanha nacional de prevenção ao suicídio.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma pessoa se suicida no mundo a cada 40 segundos, e o suicídio é a segunda causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. Em meio a pandemia, onde muitos estão lidando com o luto da perda de entes ou amigos, tratar o assunto com sensibilidade, empatia e cautela se faz ainda mais necessário. 

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A psicóloga clínica Ana Carolina Boian afirma que, normalmente, o ato tem ligação com alguma patologia, como depressão, esquizofrenia e dependência química. Porém, a especilista ressalva que essa não é uma regra. "Entendemos que, um tema de tamanha complexidade e importância, ainda é tratado com muita relutância e preconceito. O que se dá pela falta de informação e diálogos sobre o assunto", diz Ana.

De acordo reportagem publicade pela Folha de São Paulo, durante a pandemia, publicações sobre suicídio aumentaram no Brasil. A psicóloga Ana afirma que em comunidades específicas, como LGBTQIA+ e mulheres que sofrem algum tipo de violência o suicídio cresceu, assim como em casos de policiais, que supera o número de mortes por operações no país.

Entre os dogmas e achismos que permeiam o assunto, a psicóloga esclarece que os mitos são os maiores inimigos na hora de estabelecer um diálogo e que falar sobre o assunto é extremamente necessário. "Muitas vezes, pelo medo do julgamento e do preconceito, o indivíduo guarda para si seus sentimentos, alimentando negativamente. Abrir diálogos onde tais questões possam ser abordadas, ser empático e estar disposto a ouvir é a melhor forma de ajudar", orienta.

Segundo a psicóloga, tratar do assunto com seriedade apenas no mês de setembro não traz grandes mudanças. É necessário abordagem e educação que tragam o assunto de forma didática e informativa. "Casos de depressão e outros transtornos que levam ao suicídio acontecem em qualquer momento. Por isso, devemos levar o espírito desse Setembro Amarelo, de empatia e auxílio ao próximo, para todos os meses do ano", finaliza. 

No Brasil, o Centro de Valorização da Vida (CVV) oferece atendimento voluntário e gratuito 24 horas por dia, por meio do número 188, a quem está com pensamentos suicidas ou enfrenta outros problemas.

 

O Conselho Regional de Medicina do Estado de Pernambuco (Cremepe) promoverá lives sobre prevenção ao suicídio durante este mês de setembro, em alusão à campanha Setembro Amarelo, que tem como objetivo conscientizar a população a respeito do tema. Em 2020, a campanha terá um viés diferente do habitual, mais voltado a questões como isolamento, solidão, violência doméstica, luto, desemprego e problemas financeiros, que se tornaram mais fortes devido à pandemia de Covis-19. 

As transmissões serão feitas através do canal do conselho no YouTube e também em sua página do Facebook, na próxima quinta-feira (17), às 19h, sobre a quarta onda da pandemia da Covid-19 envolve os impactos da doença na saúde mental da população. Na terça-feira da próxima semana (22), o tema será suicídio e no dia 24 de setembro, uma quinta-feira, o tema será “comportamento suicida: o que o clínico precisa saber”. Ambas as transmissões serão às 20h. 

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“O suicídio é uma emergência médica, por isso é importante alertar a comunidade a respeito dos números alarmantes que envolvem este problema. No mundo a cada 40 segundos acontece um suicídio. Isso é estarrecedor, é preciso agir”, afirmou a conselheira do Cremepe e médica psiquiatra, Milena França. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 800 mil pessoas se suicidam por ano em todo o mundo. No Brasil são quase 12 mil casos por ano e o aumento do risco de suicídio pode estar associado a fatores diversos, mas especialmente transtornos mentais (96,8%).

A pandemia de Covid-19 tem agravado a situação por ter servido de gatilho para desencadear ou agravar crises e transtornos mentais pré-existentes. De acordo o presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Antônio Geraldo da Silva, a pandemia tem efeitos diretos na saúde mental da população. 

“Eventos estressores, como a pandemia, podem desencadear e/ou agravar os sintomas. Eles intensificam o medo, o sentimento de vazio, a angústia e a sensação de perda de forças, o que resulta no aumento dos sintomas. É necessário, portanto, buscar tratamento adequado antes que o quadro se agrave”, explicou ele.

Serviço:

Dias: 17; 22 e 24/09/2020

Horário: 19h e 20h, respectivamente

Canal do Youtube do Cremepe: https://www.youtube.com/user/Cremepe

Página do Facebook do Cremepe: https://www.facebook.com/cremepe

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Tom Felton, astro dos longas da franquia Harry Potter, usou seu Instagram no último domingo, dia 13, para desabafar sobre problemas psicológicos que já enfrentou no passado. O ator, que interpretou Draco Malfoy nos filmes, apoiou a campanha do Setembro Amarelo, mês de prevenção ao suicídio, e revelou que ele mesmo já passou por isso no passado.

No Twitter, Tom escreveu:

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Me sinto mais forte hoje. Mais forte por dizer que sofri. Que lutei. Me silenciei por vergonha. Não mais.

O ator não deu muitos detalhes sobre o assunto, mas recebeu várias mensagens de força de seus seguidores. Algumas pessoas também aproveitaram o momento para dizer o quanto ele foi importante em suas vidas. Uma internauta, por exemplo, escreveu:

Por favor, continue usando a sua plataforma para o bem desse jeito! Você está ajudando muitas pessoas.

Atualmente Tom tem 32 anos de idade, mas começou a filmar Harry Potter quando tinha em torno de 14 anos.

Se você conhece alguém que esteja passando por dificuldades emocionais e/ou psicológicas e que precise de ajuda, sendo um suicida em potencial ou não, ligue para o número 188. É o contato do CVV (Centro de Valorização à Vida), que possui voluntários capacitados 24 horas por dia à disposição. A ligação é gratuita para todo o Brasil.

Embora o suicídio seja um tema desconfortável para muitas pessoas, é importante saber identificar os sinais de que alguém próximo esteja em risco e estar preparado para ajudar essa pessoa.

Não é frescura, não é fraqueza, não é falta de religião: é um problema de saúde mental que mata uma pessoa a cada 40 segundos. O número é de um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), que contabiliza 800 mil casos de suicídio por ano no mundo. Só no Brasil, são 13 mil vítimas por ano.

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A campanha de prevenção ao suicídio "Setembro Amarelo" foi criada pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em 2015, para conscientizar e educar as pessoas para esse tema.

 Procurar ajuda profissional em momentos extremos de angústia é fundamental. “A busca por uma estratégia multidisciplinar e relacional é extremamente importante, para que essa pessoa possa falar sobre suas ideias, dores e sofrimentos”, explica a psicóloga Michele Silveira. 

Aqueles que cuidam de pessoas com tendências suicidas devem ficar atentos a alguns indicadores, que podem ser pensamentos de que seria melhor estar morto, o que pode levar a planos de acabar com a própria vida.

“Caso o sofrimento psíquico se intensifique e não sejam construídas outras saídas, a verbalização de ideias suicidas ou tentativas de suicídio podem ocorrer, marcando o aumento do risco”, relata a psicóloga.

Uma tentativa de suicídio é o maior indicador de risco para o futuro. “A contemplação da morte, o pensamento e a comunicação suicida e a tentativa de suicídio alertam para a necessidade de uma escuta qualificada e profissional que possa ajudar o sujeito a encontrar caminhos que lhe possibilitem uma religação com a vida”, afirma.

Um longo caminho

Mas para chegar ao ponto do suicídio, a vítima passa por várias etapas, que podem ser consequências de fatores internos, como transtornos mentais, dependências químicas e esquizofrenia, ou externos, como questões culturais, situações de estresse e perturbações mentais.

“O alerta começa com a mudança de pensamentos, que se tornam negativos, geralmente devido ao sentimento de tristeza, desesperança e desamparo. O suicídio é apenas a ponta de um iceberg. Quando os pensamentos mudam com relação à morte, devemos acender o sinal vermelho de alerta”, detalha Michele.

Sem julgamentos

Mesmo sem entender os motivos que levam alguém a tentar tirar a própria vida, é  possível ajudar. Para isso, a pessoa deve evitar julgar ou dizer coisas que só pioram a situação.

“Não adianta dizer que a pessoa que pensa em suicídio é porque não tem Deus, que é fraca, que não tem razão para isso, que tem problemas menores que muita gente, que deve pensar positivo que tudo passará”, orienta a psicóloga.

“Na verdade, não se trata de acabar com a própria vida, essa pessoa só quer acabar com seu sofrimento e ‘frases feitas’ não amenizam essa dor na alma”, explica.

A pessoa com pensamentos suicidas deve ser ouvida com paciência e empatia. Pode ser preciso acompanhar essa pessoa aos profissionais de saúde (psicólogo e psiquiatra), para garantir que ela receba a assistência e o tratamento necessários. 

 

Um trabalhador que sofria deboches do chefe por ter depressão deve ser indenizado em R$ 5 mil, por danos morais. A decisão é da 6ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS), confirmando, no aspecto, a sentença do juiz Bruno Marcos Guarnieri, da Vara do Trabalho de Farroupilha. Houve aumento, em segundo grau, do valor da indenização, que havia sido fixada na primeira instância em R$ 1,5 mil.

O autor era eletricista e trabalhava há cerca de um ano em uma empresa especializada em sistemas elétricos. A reclamada tinha conhecimento do diagnóstico de depressão do empregado. Em determinada ocasião, o supervisor hierárquico perguntou ao autor, na frente dos demais colegas, se ele “queria uma corda para se enforcar, já que estava com depressão”.

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Padrão ético

No primeiro grau, o juiz Bruno Guarnieri, ao fixar a indenização, considerou que a  conduta  do  chefe  caracteriza “arbitrariedade incompatível com o padrão mínimo ético exigível no trato das relações de trabalho”. O magistrado destacou, ainda, que a empresa não adotou qualquer medida para coibir ou prevenir a ocorrência de outras manifestações deste tipo, e que o empregador responde pelos atos de seus empregados no exercício do trabalho ou em razão dele. 

As partes recorreram da decisão. A empresa argumentou que o autor não sofreu qualquer dano ou prejuízo indenizável. Por outro lado, o empregado alegou que o valor estabelecido na sentença para a indenização (R$ 1,5 mil) era baixo.

Indenização

A Sexta Turma do TRT deu provimento ao recurso do empregado, aumentando o valor da indenização para R$ 5 mil. Segundo o desembargador Fernando Luiz de Moura Cassal, relator do processo, a atuação da empresa é antijurídica e dolosa, que de maneira humilhante incita o suicídio do empregado acometido com depressão. “Torna-se evidente a prática de ato ilícito, ensejador de reparação ante a profunda invasão da esfera pessoal do empregado em momento de alta vulnerabilidade. O caso em análise ultrapassa o limite tolerável do regular exercício de direito do poder potestativo do empregador, ferindo moralmente o reclamante”, afirmou o desembargador.

O aumento do valor da indenização pela Turma fundamentou-se nas condições financeiras das partes, na natureza gravíssima da lesão, na duração do contrato (aproximadamente um ano) e nos valores usualmente praticados em casos análogos. Também participaram do julgamento as desembargadoras Beatriz Renck e Maria Cristina Schaan Ferreira.

O processo também envolve outros pedidos. Cabe recurso ao Tribunal Superior do Trabalho (TST).

Do TRT4

A Polícia Civil do Distrito Federal descobriu a identidade do 'Homem Pateta', que induzia menores ao suicídio através das redes sociais e deixou pais em alerta. O perfil que se apresentava como Jonathan Galindo seria administrado por um italiano, que já está atrás das grades em seu país de origem, segundo a Interpol.

No último sábado (27), uma brasiliense, mãe de um menino de 10 anos, informou às autoridades que o filho trocou mensagens em inglês com um perfil desconhecido no Instagram. Ao notar o diálogo, ela deixou uma mensagem e teria sido respondida pelo criminoso: "Deixa ele jogar comigo. Logo depois você o verá morto. Cuide do seu filho ou eu vou fazê-lo se matar", escreveu.

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Mesmo com a revelação, pais e responsáveis devem continuar em alerta, pois as autoridades acreditam que pode haver outros perfis que utilizam a imagem humanizada do personagem da Disney para atingir menores.

"Esses perfis têm poucas postagens e desafiam as pessoas a segui-los e enviar uma mensagem privada. Feito isso, é só esperar o retorno deles, que se dá através do envio de mensagens, vídeos, áudios ou até mesmo de uma ligação por vídeo ao vivo. O conteúdo da resposta tem a intenção de causar desconforto, medo e, em alguns casos, tenta provocar o suicídio", explica o agente a polícia de Santa Catarina, Ivan de Souza Castilhos, que também investiga o homem pateta há cerca de 15 dias.

Foto: Divulgação/Polícia Federal

Após a baleia azul e a boneca momo, um novo ataque na internet alerta os pais e as autoridades, que já monitoram contas no Facebook em busca do 'homem pateta'. Em conversas privadas, a imagem humanizada do personagem da Disney ameaça e tenta induzir as crianças ao suicídio.

A Polícia Federal (PF) explica que os menores estão mais vulneráveis no cenário atual por passar mais tempo conectadas devido a suspensão das aulas presenciais. O perfil falso identifica-se como Jonatan Galindo e envia vídeos, textos, áudios e até realiza chamadas de vídeo para propor desafios. Ele ensina técnicas de mutilação e suicídio, e ameaça as vítimas para que a conversa seja excluída.

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A primeira conta do homem pateta surgiu no México, em 2017, e diversos perfis já foram criados com esse nome, no entanto, ainda não houve vítimas no Brasil, informa a PF. A repercussão fez com que, em dezembro 2019, a Câmara dos Deputados aprovasse a Lei 13.968, que aumentou as penas para quem estimular automutilação e incitar o suicídio de menores.

"Uma criança sozinha no meio da rua de madrugada é vulnerável e está sujeita a todo e qualquer risco. Na internet é a mesma situação", reforça a PF em comunicado. Para evitar que o homem pateta faça vítimas no Brasil, a polícia propôs uma série de dicas de segurança. Acompanhe:

- Vínculo de amizade e confiança com os filhos: Gaste pelo menos dez minutos com seu filho para saber como foi o dia dele com perguntas do gênero: Como foi o seu dia hoje? Conheceu novas amizades? Notou alguma coisa ou alguém estranho próximo de você? Ficou chateado com alguém? Alguém postou algo esquisito ou estranho em seu perfil do Facebook? Tais perguntas vão proporcionar cumplicidade e um hábito extremamente saudável entre pais e filhos. Ao menor perigo, a criança vai procurar os pais;

- Conhecimento sobre internet e redes sociais: Não precisam ser usuários assíduos ou experts das redes sociais, mas sim conhecê-las e entender como funciona. Crie uma conta para conhecer os mecanismos e instruir seus filhos;

- Supervisão do acesso: Proibir muitas vezes não educa e nem previne. O melhor caminho é o diálogo e a orientação. Quando o diálogo entre pais e filhos é natural, a amizade entre eles no meio digital se torna uma extensão da relação doméstica. Entre regularmente no perfil do seu filho para ver o que ele tem postado e com quem tem iniciado amizades. A senha deve ser acionada apenas se houver indícios sérios de que algo está errado e com consentimento do jovem;

- Conscientização para proteger dos perigos: Não colocar informação pessoais em demasia tais como: números de documentos, endereço residencial ou da escola, nome dos pais, foto da frente de casa, foto do carro com a placa exposta, da fachada do colégio, fotos com rol de amigos e jamais adicionar quem não se conhece;

- O computador em um local visível da casa: A máquina deve ficar em um cômodo exposto para que em qualquer momento possa ser visualizado o que a criança está acessando;

- Proíba muito tempo de exposição na internet: Alguns adolescentes ultrapassam a linha da normalidade rumo à compulsão. Neste caso ofereça alternativas ao seu filho, como passar tempo juntos em cinemas, corridas, teatros, restaurantes, shoppings, parques, praias e etc;

- Não postar fotos em excesso: Evite expor suas fotos íntimas ou com pessoas, carros com placas expostas, casas, escolas;

- Jamais inclua desconhecidos aos contatos: Cabe aos pais alertar sobre a presença de perfis falsos, pedófilos e grupos com conteúdo inadequado nas redes sociais. Mantenha apenas na lista de contatos pessoas que conhece fora do ambiente virtual;

- A privacidade e a intimidade devem ser preservadas: Nunca confie cegamente em namorados, amigos, parentes, vizinhos, e colegas de trabalho repassando, compartilhando, filmando ou cedendo para eles registros íntimos de fotos ou vídeos feitos em aparelhos celulares ou qualquer outro mecanismo de gravação.

Foto: Divulgação/Polícia Federal

Em 2018, Patrícia Leitte foi eliminada do Big Brother Brasil com 94,24% dos votos. Rejeitada pelos internautas, Patrícia viu sua vida virar de cabeça para baixo quando soube aqui fora dos números que a tiraram do programa. Nesta terça-feira (10), dia de paredão triplo no BBB20, a influenciadora digital fez um desabafo emocionante. No perfil do Instagram da blogueira Rainha Matos, a cearense revelou que pensou em cometer suicídio.

Patrícia contou na rede social que ficou triste ao ser criticada pela sua participação no reality show. "Pensei sim em me suicidar e isso não aconteceu porque Deus colocou anjos no meu caminho e minha família me deu muito amor a apoio. Eu sofria por mim e por eles, me sentia mal pelo meu filho ter sofrido tantos ataques por minha causa", disse, em uma postagem sobre o psicólogo Victor Hugo, que vem sendo bombardeado na atração da Globo.

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"Ali todos estão jogando, existem coisas que só quem está lá sabe, então o público pode julgar o jogador, mas não o ser humano. Se colocar no lugar do outro, saber que todos erramos, e que o jogo acaba quando o participante sai", completou, pedindo aos internautas que tenham consciência ao falar algo.

Na última quarta-feira (19), um vídeo de um menino australiano de 9 anos de idade chorando após ser vítima de bullying. No vídeo, feito pela mãe da criança, o menino, que é da etnia Murri (aborígene) nasceu com acondroplasia, um tipo de nanismo, pede uma corda para se enforcar e diz que quer esfaquear seu coração. 

“Eu quero esfaquear meu coração, quero que alguém me mate”, diz a criança, enquanto a mãe se queixa da falta de atitudes da escola e pede mais consciência sobre os efeitos do bullying. O caso aconteceu na cidade de Brisbane, na Austrália. 

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Depois que o vídeo viralizou nas redes sociais, várias pessoas se comoveram com a situação do garoto e o time australiano de rugby Indigenous All Stars convidou o menino para entrar em campo com a equipe na partida de sábado (22). A Carina State School, instituição de ensino onde o garoto estuda, não se pronunciou sobre o caso. 

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O presidente Jair Bolsonaro sancionou nesta sexta-feira (27) a Lei 13.968/2019, que aumenta pena para quem incentivar o suicídio ou à automutilação de uma pessoa por meio da internet. Com a sanção da norma, aprovada anteriormente pelo Congresso, a pena para o crime de incitação ao suicídio, que varia entre seis meses a dois anos prisão, será dobrada se a conduta tiver ocorrido pela internet, rede social ou transmissão ao vivo.

A noma também prevê o dobro da pena se a incitação envolver menores de idade ou tiver sido praticada por "motivo egoístico, torpe ou fútil". Se o crime for praticado contra menor de 14 anos ou contra quem não tem "necessário discernimento para a prática do ato", a conduta será enquadrada como homicídio, cuja pena é de seis a 20 anos de prisão.

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Neste ano, além da punição para quem estimula o suicídio e à automutilação pela internet, o governo federal também criou a Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio.

A Lei nº 13.819, que instituiu o programa, estabeleceu que as escolas, tanto públicas como privadas, notifiquem aos conselhos tutelares toda suspeita ou ocorrência confirmada envolvendo violência autoprovocada. As unidades de saúde, por sua vez, ficam obrigadas a reportar os episódios às autoridades sanitárias. Com essa medida, o governo  pretende manter atualizado um sistema nacional de registros detectados em cada estado e município, para que possa dimensionar a incidência de automutilação e suicídio em todo o país.

 

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou, na noite desta terça-feira (29), o projeto de lei do Senado que criminaliza desafios, como o jogo da Baleia Azul, que podem estar relacionados a suicídios ou automutilação de crianças e adolescentes. Como o texto passou por alterações, ele deve ser votado novamente no Senado.

Pelo Código Penal, hoje quem induzir ou instigar suicídio só pode ser punido se a prática resultar na morte ou em ferimentos graves da outra pessoa. O PL 8.833/17, no entanto, altera esse artigo e passa a prever de seis meses a dois anos de prisão mesmo em casos em que a vítima não sofra lesões físicas.

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Segundo o substitutivo aprovado, da deputada Caroline de Toni (PSL-SC), há previsão de pena de um a três anos de prisão se houver lesão corporal grave ou gravíssima. Já em casos de morte, será de dois a seis anos de reclusão.

O PL também acrescenta qualificadoras para o crime - circunstâncias que podem aumentar a punição aplicada ao autor. Atualmente, a legislação já prevê aumento de pena se a indução ao suicídio ou automutilação for praticada por motivo egoístico, contra menor de idade ou se a vítima não puder resistir.

Com o projeto, a pena também vai aumentar se o crime acontecer pela internet, por rede social ou for transmitido em tempo real. Líderes ou coordenadores de grupo virtual receberão punição maior.

O PL estabelece, ainda, ocasiões em que o autor do crime deve responder por homicídio simples (de seis a 20 anos de prisão). São elas: quando a vítima for menor de 14 anos; não tiver o necessário discernimento sobre o ato (enfermos ou pessoas com deficiência mental); ou contra quem não puder oferecer resistência.

Em relação a esse mesmo grupo de pessoas, se o resultado for lesão corporal gravíssima, o autor poderá ser condenado de dois a oito anos de prisão, de acordo com o PL.

Jeremy Renner, o Gavião Arqueiro da franquia Vingadores, se envolveu em uma polêmica recentemente. Segundo informações do site TMZ, ele e sua ex-mulher, Sonni Pacheco, estão brigando na Justiça pela custódia da filha, Ava, de seis anos de idade, e Sonni pede para que o juiz mude o acordo de guarda compartilhada para custódia total, com a possibilidade do ator fazer visitas monitoradas à menina. A atriz ainda fez diversas acusações sérias em relação ao ex-marido, que repercutiram bastante e chocou fãs do mundo todo.

Sonni alega que, em novembro do ano passado, Jeremy estava em uma balada sob efeito de cocaína e bebidas alcoólicas, e começou a dizer que iria matá-la, já que não podia mais lidar com ela e só queria que ela se fosse. Em outra ocasião, o ator teria colocado uma arma na boca, ameaçando cometer suicídio, e depois disparou o revólver no teto, com Ava dormindo no quarto ao lado.

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A atriz ainda afirma que Jeremy tem um histórico de abuso de substâncias, além de assédio verbal e emocional. Os documentos legais dizem que Jeremy esteve sob a influência de drogas por diversas vezes quando tinha a custódia física de Ava. Certa vez, Jeremy ainda teria deixado cocaína em um balcão do banheiro, que era acessível por Ava.

Sonni alega que, em outra ocasião, a babá da filha ouviu Jeremy dizer que estava indo para a sua casa para matá-la e depois se matar, porque era melhor que Ava não tivesse pais do que ter [Sonni] como mãe. Ava ainda teria dito à mãe que várias mulheres iam e vinham da casa de Jeremy, e chegou a citar alguns nomes de parceiras sexuais do pai.

Um representante do ator enviou um comunicado ao TMZ sobre as acusações, como você pode ver a seguir:

O bem-estar de sua filha Ava sempre foi e continua sendo o foco principal de Jeremy. Esta é uma questão para o tribunal decidir. É importante observar que as dramatizações feitas na declaração de Sonni são um conto unilateral feita com um objetivo específico em mente.

E aí, o que você achou de tudo isso?

A Polícia Civil de Pernambuco prendeu em flagrante Kaue Henrique Gueiros Hermann pelo homicídio de sua mãe. O suspeito havia informado à polícia que a genitora cometeu suicídio. O crime ocorreu na última terça-feira (1°).

De acordo com a corporação, a investigação e o laudo tanatoscópico requisitado ao Instituto de Medicina Legal (IML) identificaram que a mulher foi vítima de um homicídio por estrangulamento e que Kaue havia forjado uma cena de suicídio.

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A prisão foi realizada por equipe da Delegacia de Casa Amarela, na Zona Norte do Recife. O caso será detalhado em coletiva de imprensa.

 

Um mês de mobilização preventiva contra o suicídio. A campanha Setembro Amarelo foi criada para informar sobre depressão e outros transtornos mentais, uma vez que pensamentos que podem levar ao suicídio têm relação com diversos quadros clínicos. O esforço para combater essas doenças não está restrito ao Sistema Único de Saúde (SUS). A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) usou a data para incentivar planos de saúde a oferecerem programas preventivos. Atualmente, o cadastro da autarquia já totaliza 42 iniciativas, que abrangem várias áreas de atenção, incluindo a de saúde mental.

A Agência Brasil contatou duas operadoras de saúde, para conhecer seus respectivos programas. O Única Mente, da SulAmérica, e o Reinventar, da Caixa de Assistência à Saúde da Universidade/UFMG (Casu), que tratam especificamente de saúde mental.

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O programa Reinventar foi lançado este ano e contou a adesão de cerca de 30 pessoas, demanda que, segundo a gerente de Promoção da Saúde da Casu, Janaína Baronto, superou as expectativas. Na avaliação da profissional, um foco maior na Atenção Primária tem impulsionado a expansão do que chama de "metodologia de autocuidado aplicado".

Janaína afirma que essa tendência reforça a noção de que a saúde do indivíduo deve tratada como um todo. Alguém com diagnóstico de depressão grave, exemplifica ela, não pode ser instruído apenas sobre diabetes, mas também sobre a importância de se alimentar corretamente, porque, com tal estado mental, poderia até mesmo estar pulando refeições. "Se um [aspecto da saúde] não estiver bem, [o tratamento] não vai dar certo ", diz.

A coordenadora do setor de Práticas de Saúde Integradas da Casu, Larissa Garbocci, comenta que não é a primeira vez que o plano desenvolve um programa na área de saúde mental, tendo implantado outro há alguns anos. O projeto foi descontinuado por volta de 2011, devido a mudanças na diretoria da associação.

Foi por notar um aumento nos atendimentos de psiquiatria e psicologia que a Casu decidiu implantar novamente a ação. O balanço anual da ANS confirma a alta procura por profissionais de saúde mental. Tanto em 2017 quanto em 2018, a consulta com psicólogos foi o segundo procedimento ambulatorial mais frequente, perdendo apenas para as sessões com fisioterapeutas. Nessa lista, entram também consultas e sessões com fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e nutricionistas.

No segundo semestre de 2017, foram realizadas 8,2 milhões de consultas ou sessões com psicólogos. No mesmo período de 2018, o número de atendimentos superou os 9 milhões. As consultas psiquiátricas também apresentaram aumento. No segundo semestre de 2017 foram 2.312.341. No mesmo período do ano seguinte foram 2.515.989 consultas ou sessões.

"O objetivo do programa é visar o autoconhecimento, a inteligência emocional, estando pautado na história de cada um, no reconhecimento de habilidades individuais. Não foca em associado que já esteja adoecido, porque, no trabalho em grupo, a gente tem que tomar cuidado com isso. Por isso, é pensado de uma forma mais preventiva, porque tem questões que a gente não consegue trabalhar em grupo", esclarece Larissa.

Para a assistente social, trabalhar de forma coletiva faz com que os participantes do programa percebam seus problemas sob outro ângulo. "Às vezes, sozinho, ele acha que é uma coisa só dele", diz.

Acolhimento

O Única Mente, da SulAmérica, conta com 70 psiquiatras e 40 psicólogos. Um dos principais objetivos é agilizar e priorizar pacientes com transtorno mental no agendamento de procedimentos médicos.

A diretora técnica médica da SulAmérica, Tereza Veloso, ressalta que, de 2017 para 2018, houve um crescimento de 180% em consultas psiquiátricas e 79% em sessões de psicoterapia, entre os usuários do plano. Segundo ela, muitas demandas de saúde mental também têm aparecido nos demais programas que a operadora mantém.

O programa tem duas linhas: a disponível para os beneficiários do plano em geral e a empresarial, que leva o serviço a companhias interessadas. "O programa tem um braço que cuida do individuo, alguém que procurou a gente, seja através de uma consulta ou através de um programa de gestão em saúde ou porque ligou pra nossa central de orientação e pediu uma ajuda, ele é acolhido e passa a ser atendido por uma equipe multiprofissional, de psicólogos, psiquiatras e enfermeiros especializados em doenças psiquiátricas. Nesse período, ele passa a não ter mais limite na quantidade de acesso a consultas, psicoterapia. O programa é desenhado com base nas necessidades do indivíduo", detalha.

"No país, ainda existe um receio muito grande de se expor, quando você tem alguma doença psiquiátrica. Mais do que qualquer coisa, esses pacientes precisam ser acolhidos de alguma forma e entender que precisam ser cuidados e reabilitados. Em paralelo, existia um pedido forte das empresas para que a gente pudesse ter um braço de atuação dentro delas, pra ajudar na prevenção", acrescenta.

Rol de procedimentos

Para garantir que pacientes com transtornos dessa natureza tenham um atendimento adequado, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) também exige das operadoras de planos de saúde que cumpram uma série de regras. Os procedimentos estão previstos na Resolução Normativa nº 428/2017 e visam resguardar os direitos dos pacientes quanto a consultas médicas, internação hospitalar, consultas com psicólogo e terapeuta ocupacional e atendimento em hospital-dia psiquiátrico.

Pessoas com diagnóstico de transtornos de personalidade, por exemplo, têm assegurado um mínimo de 18 sessões de psicoterapia por ano. A quantidade também é garantida a pacientes com transtornos do humor, como depressão e transtorno afetivo bipolar.

Na resolução, a ANS também destaca que os planos de saúde devem colaborar para desestigmatização de pessoas com transtornos mentais. As operadoras têm, ainda, o compromisso de contribuir para disseminar uma cultura contra a institucionalização desses pacientes. A posição da autarquia é de que a internação psiquiátrica seja empregada apenas em último caso e mediante indicação de um médico assistente. O entendimento é de que se priorize o atendimento ambulatorial e em consultórios.

 

Dois anos depois de deixar o comando da Procuradoria Geral da República (PGR), Rodrigo Janot revelou que chegou a ir armado para uma sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) com o objetivo de matar a tiros o ministro Gilmar Mendes. Em entrevista ao Estadão e a revista Veja, ele disse que faria isso e, logo depois, cometeria suicídio. 

“Não ia ser ameaça não. Ia ser assassinato mesmo. Ia matar ele e depois me suicidar”, disse o ex-procurador-geral. A intenção de atirar em Gilmar surgiu, segundo Janot, depois do ministro apresentar “uma história mentirosa” sobre a filha de Janot,  Letícia Ladeira Monteiro de Barros. “E isso me tirou do sério”, disparou o ex-PGR. 

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Em maio de 2017, o então chefe do Ministério Público Federal apresentou ao STF um impedimento de Gilmar Mendes diante da análise do julgamento do habeas corpus do empresário Eike Batista porque a mulher dele, Guiomar Mendes, atuava no escritório Sérgio Bermudes, responsável pela defesa de Eike. Depois dessa solicitação, segundo Janot, Gilmar disse que Letícia advogava para a empreiteira OAS em processo no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

“Foi logo depois que eu apresentei a sessão (...) de suspeição dele no caso do Eike. Aí ele inventou uma história que a minha filha advogava na parte penal para uma empresa da Lava Jato. Minha filha nunca advogou na área penal... e aí eu saí do sério”, afirmou o ex-procurador-geral.

Rodrigo Janot contou que no dia que foi armado ao STF, encontrou Gilmar Mendes na antessala do cafezinho da Corte, sozinho, mas não conseguiu cometer o crime. “Mas foi a mão de Deus. Foi a mão de Deus”, disse. “Cheguei a entrar no Supremo (com essa intenção). Ele estava na sala, na entrada da sala de sessão. Eu vi, olhei, e aí veio uma ‘mão’ mesmo”, emendou.

Janot ainda deu mais detalhes: “Esse ministro costuma chegar atrasado às sessões. Quando cheguei à antessala do plenário, para minha surpresa, ele já estava lá. Não pensei duas vezes. Tirei a minha pistola da cintura, engatilhei, mantive-a encostada à perna e fui para cima dele. Mas algo estranho aconteceu. Quando procurei o gatilho, meu dedo indicador ficou paralisado. Eu sou destro. Mudei de mão. Tentei posicionar a pistola na mão esquerda, mas meu dedo paralisou de novo. Nesse momento, eu estava a menos de dois metros dele. Não erro um tiro nessa distância. Pensei: ‘Isso é um sinal’. Acho que ele nem percebeu que esteve perto da morte”.

O número de policiais que cometeram suicídio no Brasil em 2018 (104) foi maior que a quantidade que morreu em decorrência de confronto nas ruas (87), enquanto estavam em serviço. Para especialistas, o volume de suicídios acende um alerta sobre a necessidade de as corporações prestarem melhor assistência à saúde mental dos agentes. O estresse inerente à função policial e conflitos institucionais, como assédio moral, são apontados pela Ouvidoria da Polícia de São Paulo como fatores que, em conjunto com outros, podem contribuir para essas mortes.

A Ouvidoria divulgou nesta quarta-feira, 25, um relatório em que analisa os suicídios de policiais cometidos no Estado de São Paulo em 2017 e 2018 - os dados nacionais são do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgados neste mês. O estudo paulista compila os registros para detalhar informações como o perfil da vítima, além de ter conversado com parentes e amigos para entender o contexto em que a morte aconteceu. O órgão chama a atenção para a alta taxa de suicídio entre policiais, que é de 23,9, enquanto no total da população o número é de 5,8 por 100 mil habitantes.

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Os números mostram que o suicídio é a principal causa de morte dos policiais civis paulistas, superando as mortes decorrentes de confronto em serviço e de folga. Na Polícia Militar, as autolesões fatais representam a segunda maior causa de morte, atrás dos assassinatos sofridos na folga, mas à frente dos óbitos ocasionados por confrontos em serviço. "A pesquisa aponta que há necessidade de ampliar o suporte à saúde mental dos policiais em São Paulo", disse o ouvidor, Benedito Mariano. O jornal O Estado de S. Paulo mostrou neste mês que, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 90% dos casos de suicídio estão associados a distúrbios mentais e, portanto, podem ser evitados com o tratamento certo.

O estudo paulista elenca oito fatores que, em conjunto, podem contribuir para esses casos. São eles: estresse inerente à função policial; falta de suporte de serviço de saúde mental; depressão; conflitos institucionais; conflitos familiares e problemas financeiros; isolamento social, rigidez e introspecção; subnotificação de tentativas de suicídio; e fácil acesso a arma.

Os pesquisadores destacam que, corriqueiramente, os pensamentos suicidas estão associados a problemas da saúde mental, como depressão. Mas é o estresse inerente à função policial que é citado com destaque nessa lista de fatores. "O policial deve começar a lidar com isso já na academia e tem de existir um programa que o acompanhe ao longo da carreira. Não adianta só dar viatura, armamento e uniforme e não cuidar da saúde mental", apontou Mariano.

A psicóloga Beatriz Brambilla, do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo, reforça que não é uma única dimensão que produz a motivação das vítimas. "A ideia do multicausal é que se possa compreender o fenômeno na totalidade. Então a pessoa que está em sofrimento não está assim por uma questão interna ou porque ela tem uma fragilidade ou inadaptação. Temos de compreender que há questões que são do sujeito, mas que há questões sociais."

Resiliência

O soldado Antônio Figueiredo Sobrinho, de 56 anos, tinha três anos e meio de carreira na Polícia Militar quando reagiu a uma tentativa de assalto no comércio onde realizava um "bico" de segurança. Correu atrás do assaltante, mas não percebeu que um comparsa estava nas suas costas. Foi baleado e ficou paraplégico.

Acostumado à ideia de ser um herói para os filhos e de prover a sua família, viu-se muito abalado depois do caso, pois se enxergava como um fardo para os que tentavam ajudá-lo a se adaptar e a vencer as barreiras. "Por duas vezes tentei suicídio. Coloquei a arma na cabeça e o dedo no gatilho. Não queria mais viver porque pensava que meus filhos não precisavam de um pai aleijado", disse ao jornal.

Desistiu da ideia e trilhou o caminho contrário, passando a ajudar aqueles que enfrentavam os mesmos problemas que ele. Sobrinho ajudou a criar a Associação de Policiais Portadores de Deficiência, que conta hoje, segundo ele, com mais de 23 mil associados. Lá, uma série de serviços é oferecida, de doação de cadeira de roda à assistência psicológica. "Fazemos um trabalho de integração daquele policial de volta à sociedade."

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo disse que as recomendações da Ouvidoria (mais informações nesta página) serão avaliadas pelas áreas técnicas da pasta. Disse que as polícias do Estado "contam com sistemas de apoio e atendimento psicológico aos seus agentes". Além disso, a Corregedoria e a Academia também oferecem atendimento psicológico aos agentes. "Sempre que necessário, os casos são encaminhados ao Departamento de Perícias Médicas do Estado (DPME) para avaliação."

Presidente do Conselho Federal de Psicologia, Rogério Giannini disse que a reflexão sobre a saúde mental do policial beneficia a corporação e toda a sociedade. "A pesquisa de certo modo contribui com a ideia de humanização da polícia. O policial é um ser humano que tem as vicissitudes de qualquer ser humano."

Frustração

A auditora fiscal do trabalho aposentada Maria Aparecida Almeida Dias de Souza, de 70 anos, ainda reflete sobre as razões que levaram a irmã, a delegada Maria Cássia Almeida Almagro, a tirar a própria vida, em julho de 2015, aos 54 anos. "Podem ter havido outros motivos, mas é certo que havia uma insatisfação muito grande com a profissão. Ela vivia uma frustração de não poder realizar aquilo que achava que devia fazer." A delegada foi encontrada morta em sua casa, em um condomínio de Sorocaba, com ferimento à bala. A perícia indicou que ela havia se suicidado.

Maria Aparecida conta que a irmã enfrentava problemas familiares, pois seu segundo casamento havia terminado e o único filho tinha se mudado para os Estados Unidos. No dia anterior à morte, Cássia esteve na casa da irmã e falou de um curso que estava fazendo na área policial. "Ela não demonstrou nada, estava feliz, cheia de planos."

A presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia de São Paulo, Raquel Kobashi Gallinati, classificou a rotina do policial civil no Estado como "estafante". "Sabemos que a profissão internacionalmente é ligada a maior índice de suicídio. Atuamos sob pressão e tendo de gerenciar crises a todo instante em situações adversas."

Sugestões

O relatório da Ouvidoria termina com 11 recomendações de melhorias. À Polícia Militar, o órgão recomenda a criação de mais 75 núcleos de assistência psicossocial, o que cobriria quase todos os batalhões. Hoje, são 35 núcleos.

Além disso, a Ouvidoria pede que o tema da saúde mental seja incluído nas preleções diárias das unidades e nos treinamentos. Para a Polícia Civil, o órgão recomenda a implementação urgente de um programa de saúde mental e contratação de psicólogos para a atividade. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Corte Constitucional da Itália deu um parecer favorável nesta quarta-feira (25) que abre caminho para a prática de suicídio assistido no país. Segundo a entidade, não é passível de punição quem facilita a execução do "propósito de suicídio de um paciente afetado por uma patologia irreversível, fonte de sofrimentos físicos e psicológicos e o qual é plenamente capaz de tomar decisões livres e conscientes sobre a adoção do suicídio".

Com o parecer, a Corte abre um precedente para que as pessoas que dão auxílio a pacientes que buscam o suicídio não sejam punidas pela lei italiana, que prevê até 12 anos de prisão para tal infração. Os magistrados tinham adiado em 2018 a sessão sobre o tema, que se refere ao artigo 580 do Código Penal.

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A consulta teve como pivô o caso do DJ Fabo, de 39 anos, que morreu em fevereiro de 2017, na Suíça, após decidir passar pelo procedimento. Em 2014, ele sofreu um acidente que o deixou tetraplégico e cego.

"A Corte decidiu: quem está nas condições como Fabo tem o direito de ser ajudado. A partir de hoje, todos somos mais livres, até quem não está de acordo", celebrou o italiano Marco Cappato, que correu o risco de ser condenado por ter ajudado o DJ a se mudar para Suíça. Na sessão de hoje, a Corte, porém, estabeleceu "condições específicas" para que o auxílio ao suicídio seja permitido na Itália e não vire pretexto para outros casos de vulnerabilidade.

A decisão, que é histórica, mas também gera polêmica, foi duramente criticada pela Associação de Médicos Católicos Italiano (Amci). Em entrevista à ANSA, o vice-presidente da entidade, Giuseppe Battimelli, disse que cerca de quatro mil médicos católicos estão prontos para impedir que uma lei que regulamente o tema seja aprovada pelo Parlamento.

O ex-ministro do Interior e líder do partido nacionalista Liga Norte, Matteo Salvini, também foi contra o parecer. "Sou e permaneço contrário ao suicídio de Estado imposto pela lei", disse. "Devemos falar com os médicos, com as famílias, mas a vida é sagrada e nunca deixarei de acreditar neste princípio", ressaltou.

Da Ansa

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