Nesta quinta-feira (24), o Ministério da Educação (MEC) informou que devido à grande procura pelo curso on-line de Alfabetização Baseada na Ciência (ABC), a oferta do total de vagas foi dobrada e agora somam 80 mil oportunidades. De acordo com o MEC, as 40 mil vagas iniciais, abertas no dia 8 de dezembro, foram preenchidas em 10 dias.
A produção do curso, que é parte do programa de alfabetização escolar Tempo de Aprender, resulta da cooperação internacional entre a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), a Secretaria de Alfabetização (Sealf) do MEC, a Universidade do Porto (UP), o Instituto Politécnico do Porto (IPP) e a Universidade Aberta de Portugal (UAb). A parceria prevê, além da formação a distância, levar professores alfabetizadores a Portugal em 2021 e 2022.
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A capacitação é destinada aos profissionais da educação que atuam na alfabetização de crianças e estudantes de licenciaturas. Os interessados podem realizar as inscrições gratuitamente, pela internet.
O curso conta com uma carga horária de 160 horas e terá início em 11 de janeiro de 2021. As aulas serão realizadas no Ambiente Virtual de Aprendizagem do MEC (Avamec), por meio de vídeos, materiais de leitura e tarefas de estudo, concebidos de acordo com os princípios da gamificação e dos recursos abertos.
“O objetivo é melhorar a qualidade da alfabetização das nossas crianças, um compromisso do governo brasileiro. Para isso, é preciso preparar e valorizar os nossos professores”, explica Benedito Aguiar, presidente da Capes. “Com esta ação de formação continuada, o MEC renova seu compromisso com a valorização dos profissionais da área da alfabetização, oferecendo à Educação brasileira um curso de alta qualidade, com padrão internacional”, acrescenta Carlos Nadalim, secretário de Alfabetização do MEC.
O Ministério da Educação vai ofertar curso gratuito e a distância para a qualificação de 40 mil professores de alfabetização, com duração total de 160 horas, a partir de 11 de janeiro.
O curso Alfabetização Baseada na Ciência (ABC) deverá ser acessado no Ambiente Virtual de Aprendizagem do MEC (Avamec), onde os professores poderão assistir a vídeos, baixar os materiais de leitura e preparar as tarefas de estudo.
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“O curso é composto por um manual teórico, de 24 capítulos, elaborado pela Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, e um Programa de Intervenção Prático, desenvolvido pelo Centro de Investigação e Intervenção na Leitura do Instituto Politécnico do Porto. A Universidade Aberta de Portugal ficou responsável por gravar as videoaulas e produzir as legendas para o português do Brasil”, informou o MEC em nota.
O conteúdo abarca noções fundamentais de alfabetização, de literacia emergente (antes da instrução formal), da aprendizagem da leitura e escrita e das dificuldades desse processo.
Desde de fevereiro, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do MEC, mantém parceria com as instituições portuguesas. A criação do curso a distância é uma solução para o período de distanciamento social. A Universidade do Porto e o Instituto Politécnico do Porto licenciaram o governo brasileiro para uso do material na capacitação dos docentes.
Além do curso online, professores brasileiros poderão participar de capacitação presencial em Portugal. A Capes deverá abrir editais para esses cursos nos próximos dois anos. No total, a autarquia prevê investimento de R$ 6,3 milhões na formação de professores alfabetizadores.
O ministro da Educação, Milton Ribeiro, tem expectativa que a formação dos professores reflita na qualidade da alfabetização dos alunos e perdure durante toda a vida escolar. “A iniciativa do MEC é lançar as sementes para que num futuro próximo, talvez não tão próximo, mas a médio prazo, as nossas universidades estejam recebendo jovens no mínimo alfabetizados”, assinalou o ministro.
Nesta sexta-feira (27), o Ministério da Educação (MEC), anunciou o lançamento do aplicativo educacional GraphoGame. A transmissão foi apresentada pelo ministro da Educação, Milton Ribeiro, e pelo secretário de Alfabetização, Carlos Nadalim, no Auditório do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
O GraphoGame é mais uma nova ação do programa Tempo de Aprender e foi adaptado para auxiliar crianças entre 4 e 9 anos de idade no processo de alfabetização. O aplicativo pode ser baixado gratuitamente e utilizado sem acesso a internet. O MEC recomenda jogar até 15 minutos diariamente e utilizar fones de ouvido.
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A ferramenta estará disponível por 12 meses nas lojas App Store, para celulares e tablets iOS; Play Store, da Google, para celulares e tablets Android e Microsoft Store, para computadores Windows 7 e superiores.
"Estamos em um grupo de uma geração de crianças que sabem muitas coisas, aprendem de tudo, mas chega 9, 10 anos de idade e não sabem ler. Este projeto é uma maneira lúdica de levar as crianças a se envolverem com a educação”, disse o ministro da Educação, Milton Ribeiro. “O objetivo é levar para as escolas públicas as mesmas oportunidades de aprender a ler de uma maneira séria”, acrescentou.
O MEC ressalta que o aplicativo não visa substituir o professor, mas que é uma ferramenta para o docente. Os educadores podem utilizar o aplicativo para apoio à alfabetização e à aquisição de conhecimentos de literacia. Os pais também podem fazer o uso do software em casa, a fim de consolidar conhecimentos de literacia e de alfabetização.
Além disso, o jogo reforça componentes essenciais para a alfabetização destacados pela Política Nacional de Alfabetização (PNA), sobretudo a consciência fonológica e o conhecimento alfabético. O MEC diz que a iniciativa pode auxiliar os alunos na aquisição de relacionar fonemas e sílabas à representação escrita, e de ler palavras e frases com sílabas canônicas e não canônicas.
Vale pontuar que o conceito pedagógico do GraphoGame foi desenvolvido pela Universidade de Jyvaskyla, na Finlândia. O jogo inspirou pesquisas acadêmicas em mais de 30 países e já foi adaptado para mais de 25 línguas.
Pais e professores podem acessar o site de alfabetização do MEC para baixar o manual, em PDF, com instruções de uso do GraphoGame.
Para marcar o Dia Nacional da Alfabetização, comemorado neste sábado (14), o Ministério da Educação (MEC) promove curso em práticas de produção de texto para professores do 2º ao 5º ano do ensino fundamental. A capacitação será oferecida em plataforma on-line, em 12 módulos, e foi estruturada com o apoio da Universidade Federal de Goiás (UFG). Os interessados podem realizar as inscrições pela internet.
O curso tem uma carga de 60 horas. Os módulos são compostos por tópicos como comunicação é atuação; interpretação de fatos: causa e efeito; assunto e conclusão; manipulando notícias, entre outros. O conteúdo do curso ainda não foi disponibilizado.
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De acordo com o MEC, essa é mais uma iniciativa para promover as políticas públicas de alfabetização entre as várias que já foram lançadas pelo governo, após a criação de uma secretaria específica para tratar do tema no MEC, em janeiro de 2019, segundo informações da assessoria. “Reconhecendo que o domínio da leitura e da escrita são a chave para o conhecimento em todas as áreas do saber, entendemos que dar centralidade às políticas públicas de alfabetização no processo de melhoria do ensino é escolha sábia e acertada”, disse o ministro da Educação, Milton Ribeiro, de acordo com informações da assessoria.
Nesta quarta-feira (30) a Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco realizou a premiação das escolas com os melhores resultados no Programa Criança Alfabetizada, criado em junho de 2019 para promover a alfabetização na idade correta (seis anos). A cerimônia foi realizada na Escola Técnica Estadual Professor Antônio Carlos Gomes da Costa (ETEPAC), no bairro de Santo Amaro, no Recife, transmitida on-line. As 50 escolas municipais que apresentaram os melhores desempenhos foram agraciadas com o Prêmio Escola Destaque e receberão R$ 80 mil de incentivo.
A Escola Municipal José Benício Filho, do município de Panelas, alcançou a maior nota dentre todas as unidades de ensino municipais. As escolas Professora Janaina Mercia Freire Silva, em Custódia, e Professora Judite Bezerra da Silva, em Iguaraci, ficaram em segundo e terceiro lugares. O município que apresentou os melhores índices de alfabetização no Estado foi Iguaracy, no Sertão do Pajéu, seguido de Machados, no Agreste Setentrional, e Brejinho, que também fica no Sertão do Pajeú.
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Segundo o secretário de Educação e Esportes, Fred Amancio, as escolas que apresentaram os melhores resultados vão, a partir de agora, auxiliar as que tiveram índices mais baixos. “Quando criamos o prêmio Escola Destaque, estabelecemos como prerrogativa para os vencedores a troca de experiências exitosas das escolas com melhores resultados com as unidades que apresentassem índices de aprendizado mais modestos. A ideia é que elas criem uma parceria de dois anos, por meio da qual auxiliarão na melhoria dos resultados. Inicialmente, elas receberão respectivamente R$ 60 mil e R$ 20 mil. Ao fim deste compromisso, as unidades que atingirem as metas serão contempladas com um novo bônus de R$ 20 mil, perfazendo a premiação total de R$ 80 mil para as escolas destaques e R$ 40 mil para as escolas apoiadas”, afirmou ele.
“Muitas escolas criaram formas de alfabetizar e mostraram um caminho, novas técnicas e metodologias. É uma grande integração em favor da alfabetização e eu não tenho dúvidas que o Criança Alfabetizada vai fazer muita diferença no futuro e na formação das novas gerações de pernambucanos”, disse o Governador do Estado, Paulo Câmara.
A Secretaria de Alfabetização (Sealf) do Ministério da Educação (MEC) disponibilizou o último módulo do curso “Formação Continuada em Práticas de Alfabetização”. On-line e gratuito, a capacitação está diponível no Ambiente Virtual de Aprendizagem do Ministério da Educação (Avamec).
O curso tem tem carga de 30 horas, foi lançado em fevereiro deste ano e é uma das ações do programa Tempo de Aprender. A capacitação é é voltada para professores, coordenadores pedagógicos, diretores escolares e assistentes, todos do último ano da pré-escola e dos dois primeiros anos do ensino fundamental, assim como para gestores de redes educacionais e toda a sociedade civil interessada.
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O módulo, intitulado "Produção e Escrita", é dividido em nove capítulos e trabalha a escrita emergente, a escrita propriamente dita e a redação. epois de acessar e praticar os sete módulos (“Introdução”; “Aprendendo a Ouvir”; “Conhecimento Alfabético”; “Fluência”; “Vocabulário”; “Compreensão”; e “Produção de Escrita”), os inscritos devem responder ao “Questionário de Finalização” para receber o certificado de conclusão do curso.
O curso on-line do Tempo de Aprender está sendo monitorado e avaliado para subsidiar a modalidade presencial de formação continuada para professores de alfabetização. Estados e municípios interessados nessa proposta precisam aderir voluntariamente ao programa, que está com prazo aberto até o dia 30 de setembro.
O Ministério da Educação (MEC) prorrogou, até 30 de julho, o período para adesão ao Programa Tempo de Aprender. O projeto foi criado para aperfeiçoar, apoiar e valorizar docentes e gestores escolares ligados à alfabetização no país.
Segundo o MEC, 3.641 dos 5.570 municípios brasileiros já fizeram adesão ao Programa Tempo de Aprender, o que é relativo a 65,37% do total de cidades. Quem tiver interesse em fazer adesão ao Programa deve acessar o site da iniciativa e preencher um formulário que pede o CPF e o e-mail do responsável pela inscrição.
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Uma das ferramentas do Programa é a oferta do curso on-line de “Formação continuada em práticas de alfabetização”, para quem tiver interesse em aperfeiçoar o ensino às crianças. É voltado, principalmente, para professores, coordenadores pedagógicos, diretores escolares e assistentes de alfabetização, mas pode ser acessado por qualquer pessoa que tiver interesse em aplicar as práticas com crianças na idade adequada para alfabetização.
A formação possui carga horária de 30 horas e está dividida em oito partes. As primeiras seis já estão disponíveis e as últimas duas serão disponibilizadas futuramente.
O curso tem videoaulas e oferece variados materiais de apoio. Outros detalhes informativos podem ser obtidos no site do Programa.
O Ministério da Educação (MEC) anunciou, nesta segunda-feira (8), que o curso on-line de formação continuada em práticas de alfabetização do programa ‘Tempo de Aprender’ já registrou mais de dois milhões de acessos.
De acordo com a Secretaria de Alfabetização (Sealf), até o momento, 205.115 pessoas já se inscreveram na capacitação. Mais de 3,4 mil municípios já aderiram ao programa, o que representa quase 62% das cidades brasileiras.
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Lançado em fevereiro deste ano e baseado na Política Nacional de Alfabetização (PNA), o Programa Tempo de Aprender tem o objetivo de enfrentar as principais causas das deficiências referentes à alfabetização no país, levando em consideração políticas públicas exitosas nacionais e estrangeiras.
O conteúdo do curso é voltado aos professores, coordenadores pedagógicos, diretores escolares e assistentes, mas também pode ser acessado gratuitamente por toda a sociedade, independentemente da adesão dos entes federativos. O material está disponível na plataforma Avamec, ambiente virtual de aprendizagem do ministério. Importante pontuar que a pessoa inscrita irá contar com conhecimento alfabético, fluência, vocabulário, compreensão e produção escrita.
Destinado à pré-escola e aos 1º ano e 2º ano do ensino fundamental das redes públicas estaduais, municipais e distrital, o programa possui dez ações, estruturadas em quatro eixos: formação continuada de profissionais da alfabetização; apoio pedagógico; aprimoramento das avaliações; e valorização dos profissionais.
Para os entes federativos se beneficiarem de todas as ações do programa, é necessário realizar a adesão, por meio de formulário eletrônico. A adesão pode ser realizada até o dia 30 de junho.
Com o objetivo de promover a alfabetização para pessoas idosas, a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) conta com um projeto de extensão vinculado ao Proidoso: Universidade Aberta à Terceira Idade (Unati). O programa, além de oferecer curso de alfabetização, conta com aulas de automassagem, bordado em fita, crochê, espanhol básico, desconstrução da velhice, teatro e entre outros.
Para participar de um dos cursos é necessário que o estudante tenha no mínimo 60 anos. O curso de alfabetização é realizado das 8h às 11h30, todas as terças-feiras no Núcleo de Atenção ao Idoso (NAI), localizado na Cidade Universitária. Vale ressaltar que o curso de alfabetização é exclusivo para os idosos que, por algum motivo, não tiveram acesso aos estudos. Por diversas vezes os alunos comentam que boa parte do conhecimento adquirido em sala de aula é utilizado tanto no dia a dia, quanto para iniciar um empreendimento, como, por exemplo, o crochê que pode ser comercializado, resultando em uma renda extra.
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Transformação literalmente em letras
Luzinete Silva tem 68 anos e frequenta as aulas de alfabetização do NAI há três anos. A idosa comenta que o curso tem agido de maneira positiva em diversas áreas da sua vida. “Sempre tive o sonho de estudar e antes não tinha condições e nem oportunidades eram oferecidas, assim que a instituição abriu vagas para o curso, logo me interessei. Quando iniciei as aulas sabia ler pouquíssimas coisas e escrever não sabia, atualmente consigo escrever meu nome, ler um letreiro de ônibus, nome de um colégio, enfim, palavras que vejo diariamente.” A aluna ainda comenta que trabalha como empregada doméstica, participa de um grupo de interação de idosos, faz caminhada, aula de natação e hidroginástica. “Hoje me sinto mais realizada e com mais força de vontade. Antes eu era muito tímida, não falava muito e agora sou bem comunicativa. Hoje posso dizer que sou outra Luzinete”.
A procura dos idosos por aulas de alfabetização mostra que nunca se é tarde para adquirir conhecimentos. O momento além de promover o aprendizagem, contribui para uma boa qualidade de vida. “A aquisição dos conhecimentos é um processo lento devido à idade dos alunos, mas os resultados acontecem mesmo que um pouco demorado. Quando conseguem ler e entender algum assunto é como se fosse um sonho que demorou anos para ser realizado. Aqui é um trabalho de mão dupla, tanto compartilho meus conhecimentos como também aprendo com eles”, comenta Rosa Maria, professora de alfabetização da projeto extensionista da UFPE.
Alfabetizar pessoas da terceira idade significa devolver, mesmo que com o atraso da indiferença, a oportunidade de um reencontro ou encontro dessa população com os infinitos conhecimentos que o prazer do saber ler e escrever proporciona ao ser humano.
No ano de 1968, o país contou com um órgão do governo brasileiro: Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral). O objetivo do programa foi promover a alfabetização funcional, tendo em vista conduzir jovens e adultos a adquirir técnicas de leitura, escrita e cálculo como meio de integrá-la a sua comunidade, permitindo melhores condições de vida.
Na época era considerada uma pessoa alfabetizada aquela que conseguisse compreender algum texto e escrever. Moradores das zonas rurais das regiões do nordeste tinham o objetivo de aprender a ler e escrever para enviar cartas para amigos e familiares que moravam em outra cidade.
As aulas do Mobral realizadas na Zona Rural do município de Belo Jardim, no estado de Pernambuco, eram realizadas durante a noite. As turmas eram formadas por agricultores familiares ou pessoas que trabalhavam como empreitada, meada e foreiro, que eram modos de produção anteriormente dos produtores que não possuíam terra. De modo geral, de alguma maneira todos viviam da agricultura.
O LeiaJá entrou em contato com a pedagoga Erica Mota, que vivenciou em sua infância o procedimento de alfabetização do programa Mobral. Sua mãe, Maria Aparecida, foi professora, atuante na região rural do município de Belo Jardim.
Quando o projeto chegou na cidade, sua mãe foi convocada para ensinar, pois conhecia a comunidade. Na época não existia escola gratuita nem escola para todos, muito menos educação básica, fundamental, nem tão pouco universidade. “Acompanhei minha mãe no processo de alfabetização desses alunos. A maior dificuldade que ela encontrou no período foi fazer com que eles segurassem o lápis, pois não tinham condições motoras, já que passavam o dia trabalhando com a enxada. Eu ficava encarregada de enrolar fita crepe nos lápis para poder aumentar o diâmetro, para que os agricultores conseguissem utilizar”, relata, Erika, emocionada. Ela ainda comenta que sua mãe chegou a alfabetizar mais de 200 pessoas através do Movimento Brasileiro de Alfabetização.
Em um levantamento realizado no ano de 2018 pela Pesquisa Nacional Amostragem Domiciliar (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela-se que 81,4% da população com idade a partir de 60 anos é alfabetizada, número superior em comparação ao ano de 2017, em que contava com 80,8% de pessoas alfabetizadas em uma faixa etária a partir de 60 anos.
O Ministério da Educação (MEC) anunciou nesta terça-feira (18) que vai pagar um bônus para professores e diretores de escolas que conseguirem alcançar bons resultados em avaliações de desempenho de leitura de estudantes na fase da alfabetização. O valor a ser pago e como será calculada a bonificação não foram informados pelo ministério.
O anúncio do bônus foi feito durante a apresentação do programa Tempo de Aprender, elaborado pela Secretaria de Alfabetização (Sealf) do MEC, conforme antecipou o jornal O Estado de S. Paulo. O programa vem sendo elaborado desde o início do ano passado dentro da Política Nacional de Alfabetização.
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"Não vai ser um ranking das escolas com melhor desempenho, vamos estimular um modelo colaborativo dentro das escolas", disse Carlos Francisco Nadalim, secretário de Alfabetização. A previsão é de que o programa comece em 2020, mesmo com o ano letivo já iniciado nas redes de ensino. E o bônus não será aplicável a todos as unidades participantes neste ano - a ação se iniciará por amostra. O número de locais que poderá ser contemplado com o bônus também não foi informado.
Segundo o secretário, o programa prevê dois tipos de avaliação: um teste de fluência para medir quantas palavras por minuto são lidas pelas crianças do 2ª ano do ensino fundamental (7 anos) e outro teste escrito. Com o resultado dessas avaliações é que serão concedidos os bônus. Nadalim não informou se serão estabelecidas metas de desempenho para cada unidade de ensino ou outros critérios de avaliação.
O teste de fluência de leitura já é usado por redes de ensino e educadores que acreditam que a leitura é uma decodificação e são mais ligados ao método fônico de alfabetização, em que há ênfase nos sons das letras. Outros grupos criticam o teste por considerarem que a velocidade de leitura não demonstra que a criança compreende o que lê.
Estrutura
O programa Tempo de Aprender, segundo Nadalim, é estruturado em quatro eixos: formação de professores; apoio e recursos pedagógicos; aprimoramento de avaliações; e valorização docente. Secretários municipais e estaduais de Educação de todo o País temem que o novo programa leve à paralisação de ações bem-sucedidas que já estão em prática.
Para eles, as informações sobre a implementação do programa ainda são genéricas e insuficientes. Os secretários pontuam ainda que as ações propostas não foram discutidas.
Na apresentação, Nadalim falou que será feita "formação prática" dos professores por meio de um curso online. Ele não detalhou quantas horas terá o curso nem como será a parte prática. O secretário também falou que vai reformular as regras e diretrizes para as compras do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) e PNLD Literário - sem informar quais serão as mudanças.
Intercâmbio
A Política Nacional de Alfabetização prevê um programa de intercâmbio, como forma de incentivo e capacitação. Segundo Nadalim, será feita uma parceria, no valor de R$ 6 milhões, com a Universidade do Porto e o Instituto Politécnico, em Portugal. Serão selecionados 50 professores - o que corresponde a 0,016% dos docentes alfabetizadores da rede pública do País. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
A Universidade Aberta à Terceira Idade (Unati), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), abre, neste sábado (15), inscrições para cursos neste semestre. A idade mínima exigida para participar é de 60 anos.
Entre os curso oferecidos estão Automassagem, Pintura em Tela, Espanhol Básico, Saúde e Envelhecimento Sustentável e Crochê. Além disso, também há curso de Alfabetização, destinado aos candidatos que não são alfabetizaos. Neste caso, excepcionalmente, a inscrição para o curso deverá ser realizada na sede do Proidoso da UFPE.
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As inscrições para as demais capacitações podem ser realizadas até o dia 20 de fevereiro, por meio do site da instituição. Os cursos serão realizados entre os meses de março e junho. A presença do aluno na primeira aula é obrigatória para que a inscrição seja validada. Cada estudante só pode se matricular em apenas um curso e não poderá ter duas faltas sem justificativas.
Para demais informações, os interessados podem acessar o site da Unati ou obter detalhes pelos telefones (81) 2126.3160/7366.
A Prefeitura de Goianira, no Estado de Goiás, abriu concurso público com 326 oportunidades. Para algumas vagas, não é necessário ter qualquer escolaridade, sendo o único critério exigido no edital ser alfabetizado. Os interessados podem ser realizar as inscrições pelo site da banca organizadora do certame, o Centro de Seleção da Universidade Federal de Goiás (UFG), no período de 30 de maio a 18 de junho.
As taxas de inscrição variam de R$ 70 a R$ 120, a depender do cargo escolhido, cujo pagamento pode ser realizado até 21 de junho. Já a prova objetiva será aplicada em 28 de julho. Os profissionais responderão questões de disciplinas como português, matemática, conhecimentos gerais e regionais, além de legislação municipal. Já o teste de aptidão física para os cargos que exijam a prática será aplicado entre as datas de 30 de agosto a 8 de setembro. A prova prática, por sua vez, será realizada de 13 a 22 de setembro.
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Os cargos que não exigem escolaridade são auxiliar de serviços gerais, coletor de lixo, coveiro, gari e jardineiro. Além desses, são solicitados profissionais para outras funções, que precisam de escolaridade desde ensino fundamental até ensino superior. Entre as vagas, estão pedreiro, merendeira, cozinheira, eletricista, mecânico, motorista, técnico em informática, agente comunitário de saúde e médico veterinário.
Mais informações sobre todos os cargos exigidos bem como cronograma completo e demais detalhes podem ser conferidos no calendário do concurso e no edital de abertura do certame.
Por um erro do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o ministro da Educação, Abraham Weintraub, divulgou um custo total bem menor para a avaliação do nível de alfabetização. Durante anúncio oficial nesta quinta-feira, 2 em Brasília, Weintraub festejou inicialmente um gasto contratado de apenas R$ 500 mil para a avaliação, que deve atingir cerca de 7 milhões de estudantes.
Na coletiva, chegou a ressaltar o valor várias vezes, dizendo que "cada real do contribuinte" era importante. "Vamos avaliar não só o desempenho das crianças como o sistema de ensino como um todo. Nós vamos fazer um exame para 7 milhões de crianças a um custo de R$ 500 mil. É importante falar. A postura nossa é sempre de dizer ao pagador de imposto e à sociedade onde está sendo alocado o imposto. Então, uma avaliação que vai ser feita a 7 milhões de crianças a um custo total de R$ 500 mil, para saber se as coisas estão andando bem", afirmou o ministro.
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Minutos depois, em nota, o Inep informou que o valor estimado para a realização do exame era na verdade de cerca de R$ 500 milhões. "O presidente do Inep (Elmer Vicenzi) informa que o valor estimado para a aplicação do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2019 é de aproximadamente R$ 500 milhões. O valor de R$ 500 mil foi incorretamente apresentado ao ministro na coletiva de imprensa realizada nesta data, em função de uma inconsistência material na planilha de custos elaborada pelo Inep." O Saeb deve ser aplicado entre 21 de outubro e 1.º de novembro.
Comparação
O custo da edição de 2017 do Saeb ficou em cerca de R$ 250 milhões - os valores não são comparáveis, porém, por causa das alterações no exame e pelo fato de a análise à época não incluir a prova de alfabetização - que havia ocorrido no ano anterior. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Alunos do 9º ano do Ensino Fundamental terão conhecimentos de Ciências da Natureza medidos pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). O anúncio foi feito em coletiva de imprensa dada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) na manhã desta quinta-feira (2). O Inep anunciou, ainda, que uma prova para medir a alfabetização dos alunos será aplicada no segundo ano do ensino fundamental por meio de um ditado.
Segundo o Inep, as provas de português e matemática aplicadas ao 5º e 9º ano do Ensino Fundamental e às 3ª e 4ª séries do Ensino Médio continuarão seguindo as matrizes vigentes. A prova de ciências da natureza e ciências humanas do 2º ano do ensino fundamental, porém, passarão a seguir as normas da nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
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Segundo o ministro da Educação, o investimento para o Saeb 2019 vai ser de R$ 500 milhões. A prova é aplicada a cada dois anos nas escolas públicas brasileiras.
Uma menina de nove anos comoveu a web. Ela ensinou a ler e escrever um vendedor de picolé de 68 anos. O caso viralizou na internet.
O idoso vende picolé há mais de 40 anos e seu ponto de trabalho é o Colégio Diocesano localizado no Crato, Cariri cearense. A escola é onde Bárbara Matos estuda.
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Tudo começou há dois anos, quando Bárbara foi comprar picolé e aproveitou para perguntar se seu Francisco de Santana Filho, mais conhecido como "Seu Zezinho", sabia ler. Seu Francisco respondeu que não, mas afirmou que tinha vontade de aprender. Desde então, Bárbara, com a ajuda de uma professora, dedica um tempo após o horário do das suas aulas para alfabetizar o idoso.
“Foi a coisa mais bonita do mundo”, disse Seu Francisco, que nunca teve a oportunidade de estudar e que já não tinha mais esperanças. Hoje, ele acredita que logo aprenderá a escrever o próprio nome.
“Ela me ensina aos pouquinhos e uma hora vou aprendendo alguma coisa”, complementou. Bárbara começou a dar aulas para Seu Zezinho quando tinha apenas sete anos de idade. A professora da aluna conta que o gesto partiu da menina que tem um “coração amoroso”.
“Ninguém mandou ou sugeriu, por isso achamos tão bonito e importante”, contou Rizélia Sobreira, professora de Bárbara. “Foi ela como criança que sentiu a necessidade de ajudá-lo. Ela é uma menina valorosa”, explicou.
Aos 57 anos, Ana Rosa da Silva Santana começa a desenhar as primeiras curvas das letras de seu nome. As mãos trêmulas mostram uma insegurança ainda persistente. “Mas eu vou vencer, sou uma guerreira”, afirma. Nascida em Barreiras, na Bahia, Ana Rosa nunca frequentou uma escola.
“Fui criada por pessoas que achavam que escola era perda de tempo. Eu fugia para ir para a escola e quando voltava para casa eu apanhava. Nunca tive oportunidade de aprender”, lembra emocionada. Atualmente, gari no Serviço de Limpeza Urbana de Brasília, atividade que mantém há sete anos, ela precisou fazer “bicos” ao longo de muito tempo para sobreviver e sustentar os filhos. O primeiro, nascido quando Ana Rosa tinha apenas 12 anos de idade.
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Ana integra agora a atual turma de 50 garis contratados pela empresa Sustentare que decidiram arregaçar as mangas e recuperar o tempo perdido nos estudos. O projeto que vem sendo desenvolvido há cinco anos pela empresa já alfabetizou mais de 160 funcionários que prestam serviço à companhia local.
A iniciativa é mantida em parceria. Enquanto a Sustentare viabilizou o mobiliário das salas de aulas e é responsável por custear os alfabetizadores, a Universidade Católica de Brasília (UCB) fornece a metodologia e os materiais escolares e o Serviço de Limpeza Urbana do Distrito Federal (SLU-DF) cedeu o espaço físico e autorizou que os alunos estudassem durante o horário de trabalho, contribuindo para reduzir a evasão escolar.
“O estudo vai trazer muita coisa boa para mim, posso ser alguém na vida, ajudar um neto que precise em algum trabalho de escola”, disse. Mas, quando o assunto é o sonho de vida, Ana Rosa não hesita: “Eu sou salgadeira, mas ainda não sou profissional. Quero aprender mais e também fazer todos os tipos de doces e bolos. Poder ler receitas e dicas vai ajudar muito”, contou.
O curso deste ano começou na última quinta-feira (4). Geílson Coelho, 29 anos, também se matriculou para buscar novas oportunidades. Diferentemente da colega mais velha de classe, Coelho estudou até os 14 anos, mas não retornou para a escola até então. “Espero agora melhorar, espero passar mais coisas para meus filhos futuramente. Sinto falta da escrita. Lamento ter parado cedo e não ter voltado depois. Agora quero ser um confeiteiro e a escrita ajuda muito”, disse, se emocionando a lembrar da mãe de criação que sempre o incentivou a retomar os estudos.
Após a conclusão do curso, os alunos participam de uma cerimônia de formatura, com direito a traje de gala.
Coordenadora e uma das idealizadoras do projeto, Williani Carvalho explica a dificuldade de alfabetizar adultos. Segundo ela, além do tempo mais escasso em função de todas as obrigações rotineiras, ainda há o fator emocional.
“Quando você é podado, tem dificuldade de crescer. Até assumir que são analfabetos é difícil. Uma das coisas que nos alertou, que nos fez criar indicadores, foi observar que não conseguiam ler avisos em ônibus da empresa e tinham dificuldades em questionários de treinamentos. Alguns diziam que estavam com dor de cabeça para não ter que assumir que era analfabeto”, conta a alfabetizadora.
Williani e sua equipe adaptam os conteúdos às realidades da turma, dirigindo a alfabetização em rumos definidos por cada aluno como um sonho. “Quando um diz que quer ser padeiro, a gente busca como motivar dentro da realidade dele, como trazer receitas para cozinhar aqui. Trazemos fatos da atualidade. Falamos sobre DST [doenças sexualmente transmissíveis], problemas psicológicos. A forma que temos de motivar é a partir dos sonhos deles”, disse.
Para ela, o projeto só tem seguido em frente por conta do envolvimento dos dirigentes das empresas. Cada aluno deixa de trabalhar por três horas na semana para poder estudar. “Menos 50 pessoas na rua são menos quilômetros de ruas limpos”, afirmou.
Um levantamento realizado em 2007 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que, apenas no Distrito Federal, mais de 60 mil pessoas acima de 15 anos não sabem ler nem escrever. O país busca a meta de erradicação do analfabetismo até 2024.
Quando se trata do universo de garis em atuação em Brasília, pesquisa realizada pelo departamento de Recursos Humanos da empresa Sustentare Saneamento – especializada em serviços ambientais -, mostrou que 60% dos 2.700 trabalhadores na capital federal são analfabetos ou não concluíram o ensino fundamental.
Após polêmica, o Ministério da Educação (MEC) revogou a portaria que deixava de avaliar as crianças de 7 anos, em fase de alfabetização. O documento que tornou a medida sem efeito foi assinado pelo próprio ministro Ricardo Vélez Rodríguez. Ele não foi consultado sobre a mudança, noticiada com exclusividade nesta segunda-feira, 25, pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Por causa disso, Vélez demitiu o presidente do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (Inep), Marcos Vinicius Rodrigues. Os dois discutiram rispidamente nesta segunda-feira em reunião que tratou da desistência em avaliar o nível de alfabetização das crianças. A demissão ainda não foi confirmada oficialmente e estaria aguardando decisão do presidente Jair Bolsonaro. Rodrigues é ex-professor da Fundação Getulio Vargas e foi indicado pelo grupo de militares de reserva que auxilia o governo desde a transição.
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Um ofício enviado ao Inep obtido pelo Estado mostra o pedido do secretário de Alfabetização, Carlos Nadalin, sobre a mudança. A razão alegada por ele foi a política nacional de alfabetização que estava sendo discutida no MEC. O texto diz que "a referida avaliação, no atual formato, não corresponde às necessidades da política que será implementada". Além disso, informa que é preciso rediscutir se as crianças serão avaliadas no 2º ano do fundamental.
Nadalin é considerado do grupo que tem conexões com o filósofo Olavo de Carvalho, guru dos bolsonaristas. Ele é dono de uma escola em Londrina (PR), a Mundo Balão Mágico, e antes de ir para o MEC divulgava vídeos pela internet de como alfabetizar as crianças.
Foi ele também quem elaborou a minuta do decreto revelada pelo Estado na semana passada sobre uma política de alfabetização no País. O documento, assim como Nadalin, defende o método fônico, considerado antiquado e limitador por muitos especialistas. A minuta do decreto do MEC também previa que as crianças estejam alfabetizadas até o fim do 1º ano do fundamental.
Vélez também teria pedido a demissão de Nadalin e aguardava decisão do presidente Jair Bolsonaro. Já a secretária de Educação Básica, Tânia Almeida, pediu seu desligamento nesta segunda-feira depois do episódio. Mesmo sendo a responsável pela área, ela não tinha sido informada sobre a mudança na prova. Tânia e sua equipe mais próxima discordam da medida e deixavam isso claro nas discussões do grupo de trabalho sobre alfabetização no MEC.
A decisão do ministério tomada na segunda-feira foi recebida com muitas críticas por secretários de educação e pela comunidade educacional em geral.
A alfabetização é considerada o momento mais importante da educação de uma criança. Especialistas enfatizam que um aluno alfabetizado de maneira insuficiente dificilmente terá condição de continuar aprendendo na escola.
Sem avaliação neste ano, perdia-se a possibilidade de comparação para saber se as crianças estão melhorando ou piorando o aprendizado. A alfabetização havia sido medida em 2014 e 2016 e deveria voltar só em 2021.
A meta do Brasil para acabar com o analfabetismo era até 2024, de acordo com o objetivo do Plano Nacional de Educação (PNE). Mas, a taxa da população que não sabe ler e escrever é de 7%, segundo dados do IBGE em 2017 - só 0,2% menor do que a registrada no ano anterior.
Apesar dos 11,5 milhões de pessoas analfabetas, há projetos que estão sendo realizados para além da esfera pública. É o caso do programa 'Eu te ensino, tu me ensinas', da Escola Castanheiras, na Grande São Paulo.
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Lá, a estudante Beatriz Gau Ribeiro, 15 anos, que está no 2º ano do Ensino Médio, iniciou um projeto de apoio à alfabetização de dois funcionários. "No começo sentia medo, não sabia se estava ensinando direito ou confundindo a cabeça deles. Com o tempo, fui acostumando mais a fazer isso. Comecei com dois alunos e agora já estou um pouco mais relaxada", relata a estudante.
Celson Martins Filho tem 48 anos de idade e é auxiliar de limpeza na escola de Beatriz. Alagoano da cidade de Maravilha, tem quatro filhos e quatro netos. Quando chegou em São Paulo em busca de uma vida melhor, não teve a oportunidade de completar os estudos. "Fiquei sem estudar muito tempo. Cheguei a fazer o primeiro ano no Nordeste. E como a criança que engatinha, que começa a dar os primeiros passos, já conhecia algumas letras, outras não", diz.
Há quatro meses, Celson passa pelo processo de alfabetização com a jovem aluna Beatriz. "Mesmo se eu sair da empresa, não vou deixar de frequentar a escola. Nordestino tem mania de dizer que 'cavalo velho não nasce gente'. Pela minha idade, eu até desanimava. Eu passava pelos lugares, dentro do ônibus, e tentava ler as placas. Mas o ônibus passava rápido demais e eu não conseguia. Agora já identifico as palavras", se emociona.
Um dos eixos do currículo do Ensino Médio da Escola Castanheiras é promover o olhar crítico e propositivo dos alunos para o mundo. "Como, por exemplo, ter que se planejar, cumprir metas, lidar com a diversidade e controlar suas frustrações", afirma Claudine Whitton, coordenadora do Núcleo Criatividade Ação e Serviço (CAS) da escola.
Com apenas 15 anos de idade, Beatriz ainda não sabe qual carreira vai seguir. "Sempre gostei de ensinar, mas não tenho certeza do que eu quero fazer ainda. Adorei Medicina, Primeiros Socorros, Advocacia. Algo mais próximo ao debate, discussão, convencimento", reflete.
E Celson faz planos para quando conquistar a alfabetização plena. "Minha expectativa é continuar estudando. Ver se com 48 anos tem alguma coisa boa na vida. Quem sabe fazer uma faculdade. Esses dias, eu vi na televisão uma senhora bem velhinha e me perguntei: 'Não estou estudando por quê?'. Me arrependi muito de não ter estudado antes, mas nunca é tarde", enfatiza.
A Prefeitura de Olinda, em parceria com a Fundação Lemann e Fundação Bem Comum, lançou nesta terça-feira (26) o Programa Educar para Viver. Ele tem como objetivo principal elevar os índices da educação na cidade. Professores, coordenadores, gestores e diretores de escolas participarão de capacitação a partir de março.
Serão beneficiados pela ação alunos do 2º ao 5º ano, visando um aprofundamento do processo de universalização da alfabetização até os sete anos, além do incentivo da permanência dos estudantes na escola. O programa vai durar quatro anos e tem como modelo ações semelhantes ocorridas em Sobral, no Ceará, que ficou em primeiro lugar Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) durante cinco anos.
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“Espero que possamos colaborar somado aos esforços do município, para que tenham progresso em educação. Estamos com desejo de contribuir bastante, para dar melhores oportunidades aos jovens", disse o coordenador geral do programa, José "Veveu" Arruda.
Projeto de lei apresentado pelo deputado federal Rafael Motta (PSB-RN) pretende estabelecer a idade máxima para alfabetização nas escolas da rede pública de ensino aos sete anos de idade. A proposta está em tramitação na Câmara de Deputados.
De acordo com o texto, atualmente os alunos das escolas públicas do país iniciam a alfabetização por volta dos sete anos, uma diferença de, no mínimo, dois anos em relação aos demais estudantes da rede privada. “É profundamente injusto e fator de exclusão social que crianças das classes média e alta possam aprender a ler e a escrever muito antes dos sete anos, enquanto as dos demais extratos sociais tenham de estender este processo, muitas vezes, para além dos oito anos”.
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Na legislatura passada, o projeto foi apresentado pelo ex-ministro da Educação Mendonça Filho (DEM-PE), entretanto, a proposta foi arquivada. Atualmente, a idade máxima está fixada em oito anos, conforme estipula o Plano Nacional de Alfabetização na Idade Certa (PNAIC). Confira a íntegra do projeto.