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O presidente da República, Jair Bolsonaro, disse nesta sexta-feira (1º) que pretende investir os US$ 10 bilhões prometidos ao Brasil pela Arábia Saudita em obras de infraestrutura, especialmente ferrovias, "para mudar nosso modal de transporte". "Pretendemos, quem sabe, fazer a saída para o Pacífico, partindo do Acre", afirmou.

Segundo Bolsonaro, o investimento ocorreu após retomada da confiança no Brasil. "O príncipe herdeiro da Arábia saudita investiu US$ 200 bilhões no mundo. Zero na América do Sul. Por quê? Não vou perguntar para ele. Foi por falta de credibilidade", comentou.

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Opep

Bolsonaro disse que o ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, argumentou que há prós e contras em aceitar convite para entrar na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Segundo o presidente, eles irão tratar do assunto na próxima semana.

Diante da repercussão internacional das declarações do presidente Jair Bolsonaro, bem como de suas publicações nas redes sociais e de suas trapalhadas no governo, é lógico imaginar que ele tenha uma cota expressiva de responsabilidade na retração dos investimentos feitos por estrangeiros no mercado financeiro do País.

Decorridos quase nove meses de governo, os dados sobre o saldo dos aportes externos na Bolsa de Valores, hoje impulsionada pelos investidores locais, que buscam alternativas aos juros baixos da renda fixa, são preocupantes. Até 18 de setembro, o resultado acumulado no ano estava negativo em R$ 22,4 bilhões, excluídas as ofertas de ações realizadas no período, de cerca de R$ 25 bilhões. Trata-se do pior saldo desde 2008, no auge da crise global, o que alimenta incertezas sobre a real disposição dos estrangeiros de investir no mercado de capitais brasileiro, em meio às turbulências causadas pela retórica agressiva de Bolsonaro.

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Mas, embora as falas e o vaivém do presidente tenham o seu peso na equação, não é isso o que mais está influenciando os saques dos investidores externos agora, de acordo com os cientistas políticos e executivos de grandes bancos ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo, para avaliar a percepção dos estrangeiros em relação ao Brasil.

Front externo

"Tuíte de presidente virou normal. Os estrangeiros aprenderam a lidar com o (primeiro-ministro) Boris Johnson, na Inglaterra, e com o (Donald) Trump, nos Estados Unidos", diz Christian Egan, diretor executivo de Tesouraria e Mercados Globais do Itaú Unibanco. "Então, o que a gente vê no Brasil talvez não seja tão impactante para os investidores externos quanto se imagine que seja."

A avaliação de Egan reflete, de certa forma, uma visão que parece predominar no mercado. "Esse pessoal é pragmático e racional. Não liga muito para o mérito do que o Bolsonaro disse ou deixou de dizer", afirma o cientista político Lucas de Aragão, sócio da Arko Advice, uma empresa de consultoria sediada em Brasília."Essa retórica belicosa não é o principal motivo de os gringos não estarem vindo para o Brasil", diz o cientista político Christopher Garman, responsável pela área de Américas da Eurasia, consultoria internacional de avaliação de risco.

A julgar pelo que eles dizem, parece também haver certo consenso em relação aos principais motivos que levaram os investidores externos a se afastar do Brasil nos últimos meses.

No front externo, o mais evidente é a guerra comercial entre Estados Unidos e China, que afeta a taxa de crescimento mundial e turbina a aversão ao risco. Há também uma tensão crescente em razão do desaquecimento da economia em vários países, como Alemanha, China e até os Estados Unidos, que está levando a uma saída das bolsas em mercados emergentes. "O mundo vem desacelerando. Talvez isso não estivesse na conta um ano atrás", afirma Egan. "Não que estivesse fora do radar, mas não estava precificado na magnitude em que vem acontecendo em 2019."

Agenda prioritária

No front interno, o que está "pegando" para os chamados investidores de portfólio é a lenta retomada da economia - em 2019, o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer apenas 0,9%, pouco abaixo do índice de 1,1% do ano passado, segundo o boletim Focus, do Banco Central (BC).

Embora os investidores externos reconheçam o avanço com a aprovação da reforma da Previdência e a importância de outras reformas que estão em pauta, como a tributária e a administrativa, a percepção é de que seus efeitos terão impacto mais na questão da produtividade, no médio e longo prazos, do que no desempenho da economia no curto prazo.

"Os investidores veem que está havendo controle de gastos, que a reforma da Previdência vai ajudar o gasto obrigatório a cair no longo prazo, mas sabem que isso não ajuda muito agora", diz Tony Volpon, economista-chefe do banco suíço UBS no Brasil e ex-diretor de Assuntos Internacionais do BC.

De acordo com Lucas de Aragão, a falta de clareza sobre a agenda prioritária do País e a indefinição sobre quem irá fazê-la avançar - o presidente, o Congresso ou o ministro da Economia, Paulo Guedes - também influenciam negativamente a percepção dos investidores externos. "Talvez isso deixe o investidor estrangeiro mais confuso do que os incidentes diplomáticos decorrentes do comportamento do Bolsonaro."

Meio ambiente

Se as falas de Bolsonaro têm impacto reduzido para os investidores externos, o mesmo não acontece em relação ao desmatamento e às queimadas na Amazônia. Segundo Volpon, vários fundos que têm o respeito ao meio ambiente em seus estatutos, especialmente na Europa, estão sofrendo pressão dos cotistas para olhar o Brasil com mais cuidado. "Se houver uma percepção de que o Brasil está tendo uma regressão na questão ambiental, haverá um impacto sobre o volume de investimento desse tipo de fundo", afirma.

Apesar de tudo isso, o desempenho do índice EMBI+, que reflete o grau de confiança do investidor externo no País, mostra que o Brasil está longe de se tornar o "patinho feio" do mercado global. O indicador, calculado pelo banco JP Morgan, aponta que o risco Brasil está em 225 pontos, 18% abaixo do patamar de dezembro. "O Brasil está fazendo a lição de casa numa hora muito importante", diz Egan, do Itaú.

Há sinais positivos também na arena da produção. De acordo com o Banco Central, o investimento estrangeiro direto chegou a US$ 45 bilhões de janeiro a julho, valor que supera os saques na Bolsa, contra US$ 38,4 bilhões no mesmo período de 2018. "Do ponto de vista do custo, olhando só o câmbio, está barato comprar ativos no Brasil", afirma Tony Volpon.

Mesmo no caso dos investimentos em Bolsa, as perspectivas para 2020 parecem promissoras. O megainvestidor americano Ray Dalio, fundador da Bridgewater, gestora de um dos maiores fundos de hedge do mundo, aposta que a Bolsa brasileira será um dos destaques globais. "Considerando que os preços já incorporaram um desconto pelos equívocos do governo e pela fraqueza da economia, há um espaço considerável para os ativos brasileiros surpreenderem", diz um relatório produzido pela empresa para a clientela.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com o dólar em alta, as despesas de brasileiros em viagens ao exterior se reduziram em agosto. No mês passado, os gastos totalizaram US$ 1,309 bilhão, com queda de 5,24% em relação ao mesmo mês de 2018 (US$ 1,382 bilhão). Os dados foram divulgados hoje (23) pelo Banco Central (BC).

Nos oito meses do ano, esses gastos com viagens ao exterior também, estão menores. Nesse período, as despesas chegaram a US$ 12,014 bilhões, queda de 5,3% na comparação com o mesmo período do ano passado (US$ 12,686 bilhões).

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As receitas de estrangeiros em viagem ao Brasil chegaram a US$ 464 milhões no mês passado e a US$ 4,138 bilhões em oito meses, com queda de 3,84% e de 0,04% respectivamente, na comparação com os mesmos períodos de 2018. Com isso, a conta de viagens, formadas pelas despesas e as receitas, fechou agosto negativa em US$ 846 milhões e nos oito meses do ano com déficit de US$ 7,876 bilhões.

O atacante Richarlisson, campeão da Copa América com a seleção brasileira, foi homenageado nesta quarta-feira (10)  na Assembleia Lesgislativa do estado seu de nascença, o Espirito Santo. O atleta aproveitou a oportunidade e cobrou investimentos do governo estadual.

De origem humilde, Richarlisson não terminou seu estudos em Nova Vicencia, cidade que cresceu. Hoje jogando na Europa e na seleção brasileira, tem usado sua influencia para que outras crianças não fiquem sem estudos. Ele também já ajudou financeiramente alunos do Instituto Federal do Espírito Santo de Nova Vicencia para participarem  da Olimpiada Internacional de Matematica da Ásia. A doação foi 49 mil reais.

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Diante dos deputados, Richarlisson fez um apelo:” Eu não sei como funciona isso, não tenho nem noção, mas eu queria pedir ao governo para investir mais na educação. Muitos vão ficar de fora (da Olimpíada internacional de Matemática da Ásia) porque falta investimento. Então eu peço que invistam mais na educação, que é muito importante para o nosso Estado crescer”, pediu.

“Estudos e saúde são muito importantes. Eu procuro fazer o meu melhor para poder ajudar, agora pude ajudar o IFES (Instituto Federal do Espírito Santo) para viajar para a Ásia. Espero que o governo olhe mais para os estudos, que possam investir mais. Na saúde também. É o pedido que eu faço para vocês”, completou.

Richarlisson foi homenageado com Comenda do Mérito Esportivo “José de Anchieta Fontana”.

 

Os investimentos na economia cresceram em maio, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O Indicador Ipea Mensal de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida dos investimentos no Produto Interno Bruto) registrou alta de 1,3% em relação a abril.

Na comparação com o mês de maio do ano passado, o indicador teve um crescimento de 13,9%, impulsionado por uma base de comparação deprimida, em decorrência da greve dos caminhoneiros em 2018. No acumulado em 12 meses também houve melhora puxada pelo mesmo motivo, os investimentos passaram de um avanço de 2,7% em abril para elevação de 4,2% em maio.

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A FBCF é composta pelo consumo aparente de máquinas e equipamentos (Came), construção civil e outros ativos fixos. Na passagem de abril para maio, apenas a construção civil teve recuo, -0,8%.

O Came - que corresponde à produção interna menos as exportações e acrescidas as importações - aumentou 3,9% em maio ante abril. A importação de bens de capital avançou 16,1%, após a queda de 11,6% registrada em abril. A produção nacional teve expansão de 2%. O componente classificado como "outros ativos fixos" teve alta de 0,6% no período.

Como efeito da greve de caminhoneiros em maio do ano passado, os três componentes da FBCF tiveram forte alta em maio deste ano ante o mesmo período de 2018: o consumo aparente de máquinas e equipamentos cresceu 23,7%; a construção civil subiu 8,7%; e os outros ativos fixos aumentaram 6,4%.

Sem poder contar com altas taxas de juros para multiplicar seu patrimônio, os investidores brasileiros começam a se movimentar em direção a ativos mais arriscados em busca de maiores ganhos. O fenômeno é observado, por exemplo, no aumento de pessoas físicas com ações na B3, a Bolsa paulista, número que atingiu 1,1 milhão em maio, último dado disponível.

De acordo com especialistas, muito desse crescimento é explicado pela tentativa desses investidores em compensar a queda da rentabilidade obtida com a renda fixa, já que a Selic, em 6,5% ao ano, está no menor nível histórico. Se em outros anos era possível ganhar quase 1% ao mês sem correr grandes riscos, hoje o rendimento com os juros mal fica acima da inflação.

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"Estamos vivendo o que o americano e o europeu viveram 30 anos atrás. Eles tinham um bom retorno com aplicações em títulos de governo e de bancos. Com a estabilidade econômica, você tem um fenômeno de valorização do mercado de capitais. Claro que lá há investimentos em títulos hoje, mas grande parte é em ações", afirma o diretor da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac) Miguel de Oliveira. "No Brasil, durante muitos anos, a Bolsa só tinha grandes investidores, a classe média ficava nos juros, acomodada com o alto retorno. Agora os juros menores vieram para ficar, vamos conviver com taxas mais baixas", avalia.

A busca por mais risco pode ser verificada até mesmo dentro da renda fixa: os chamados pós-fixados, papéis cuja remuneração acompanha a Selic, como o Certificado de Depósito Bancário (CDB) ou o Tesouro Selic (antiga LFT), têm perdido espaço para os que pagam taxas prefixadas. Em maio de 2018, o papel mais volátil entre os títulos públicos, o Tesouro IPCA+ (antiga NTN-B), representava uma fatia de apenas 28% dos papéis vendidos pelo Tesouro Direto, plataforma de negociação dos títulos do governo.

Um ano depois, essa parcela é de 44%. Os ativos prefixados são considerados mais arriscados porque o investidor pode perder dinheiro em caso de alta de juros após a compra, o que não ocorre com um pós-fixado. Em caso de queda dos juros, no entanto, o prefixado se valoriza.

Recomendações

Para migrar para ativos mais voláteis, entre as recomendações mais repetidas estão diversificação e paciência. A primeira diz respeito à construção de uma carteira com tipos diversos de ativos, com diferentes características, para que o investidor não dependa de apenas um cenário para ganhar dinheiro.

A segunda dica busca evitar o grande erro de comprar na alta e vender na baixa. Olhando para o longo prazo, negociando sempre aos poucos os ativos, os investidores diminuem os riscos de ter prejuízo.

Para o professor Joelson Sampaio, da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV-EESP), uma boa opção para se acostumar ao sobe e desce dos ativos mais voláteis é deixar o serviço a cargo de gestores profissionais, por meio dos fundos de investimento. "Olhe a taxa de administração cobrada e o histórico de rentabilidade do fundo", aconselha Sampaio.

Ele explica que, em um ambiente de juros menores no longo prazo, uma alocação hiperconservadora não trará tanta segurança quanto se pode imaginar. Isso porque o rendimento dos juros pode ficar abaixo da alta dos preços. "A inflação iria corroendo a rentabilidade dos ativos atrelados à Selic."

Corrosão

Um exemplo disso foi o resultado da caderneta de poupança, onde estão guardados cerca de R$ 790 bilhões, no primeiro semestre do ano. Como a caderneta está remunerando, pela regra atual, 70% da Selic, a taxa básica de juros no menor nível histórico fez com que a inflação avançasse sobre os rendimentos da poupança.

Quem aplicou na caderneta em primeiro de janeiro, viu seu dinheiro acumular alta de 1,87% ao fim do semestre. No mesmo período, a prévia do oficial de inflação marcada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) aponta que os preços subiram 2,33%. Ou seja, o dinheiro que ficou parado na poupança neste primeiro semestre perdeu valor.

A expectativa da aprovação da reforma da Previdência nos próximos meses - somada à mudança na política monetária do Federal Reserve, o banco central americano, que depois de ameaçar elevar os juros no ano passado agora estuda baixá-los - abre espaço para novos cortes da taxa básica no Brasil, dizem analistas.

Se o cenário projetado pelos economistas para o segundo semestre se concretizar, o rendimento da renda fixa tende a cair ainda mais, reforçando o movimento do investidor brasileiro em busca de maiores retornos.

Onde investir?

Em busca de opções que mantenham a rentabilidade, cada vez mais brasileiros têm apostado em aplicações com maior risco do que os tradicionais caderneta de poupança e Tesouro Direto - afinal, se antes era possível ter retornos de até 1% ao mês sem arriscar demais, hoje já não é tão simples assim. Para auxiliar o leitor a como navegar em mares um pouco mais turbulentos, o Estado ouviu seis grandes gestores e executivos de fundos ativos no mercado brasileiro.

Crescimento vai voltar e deve gerar ganhos, diz Parreiras, do Verde

Na contramão de boa parte do mercado, Luiz Parreiras, estrategista da Verde Asset, vê a economia brasileira se reabilitando no segundo semestre. Como uma grande fatia do mercado ainda não vislumbra a volta do crescimento, ele afirma que as melhores oportunidades de investimento no período são as ações na Bolsa de Valores.

Outro fator de otimismo é uma futura alta do mercado acionário. Para Parreiras, a aprovação da reforma da Previdência ainda não foi totalmente incorporada aos preços, o que possibilita a valorização dos ativos depois da aprovação do texto. "Vemos mais oportunidade em ações, que serão mais impactadas por um crescimento melhor", afirma. "O mercado hoje vive um pessimismo exacerbado. Estão subestimando a retomada econômica que devemos viver", acrescenta o estrategista.

Segundo ele, o menor otimismo dos analistas se deve à frustração das expectativas do mercado no primeiro semestre. "O mercado entrou em 2019 animado com o crescimento e foi se decepcionando. Nós acreditamos que a economia doméstica, puxada pelo setor privado, vai ter uma retomada", afirma.Um dos eventos mais importantes para acompanhar no segundo semestre, aponta Parreiras, virá do desenrolar do G-20, encerrado ontem no Japão.

"Vamos ver que caminho toma a guerra comercial entre Estados Unidos e China. Acreditamos numa espécie de acordo temporário, em que os países continuam negociando sem grandes disrupções ao longo dos próximos meses", destaca. "Isso deixa a economia global mais ou menos na trajetória em que ela já está. Não é pujante, mas ao menos não é muito negativa."

Fundos são alternativa para iniciar migração, diz Mazzer, do BTG

Na visão de Rafael Mazzer, gestor do BTG Pactual Wealth Management, partir para fundos multimercado (que investem em vários produtos diferentes, tanto de renda fixa quanto de variável) é um movimento acertado dos investidores que não estavam habituados a tomar riscos. "Esses fundos podem ir para a Bolsa e o investidor não precisa se preocupar em tomar tantas decisões", afirma. No caso de não conhecer muito bem o perfil de gestores dos fundos, ele aconselha que se opte pelos fundos com multigestores, nos quais mais de uma pessoa fica responsável por gerir os ativos.

Na renda fixa, ele indica as debêntures de empresas de infraestrutura. Ainda que tenham reduzido seus rendimentos, elas são positivas no médio a longo prazos, diz. Para quem tem horizonte mais curto, Mazzer aconselha procurar fundos de investimento que compram essas debêntures, para poder ter retornos em menos tempo. Para quem tem horizonte mais longo e, portanto, mais apetite por risco, ele diz que investimentos atrelados à inflação ainda são uma boa opção.

"Tesouro IPCA 2045 ou 2050, com taxa de inflação mais 4% ao ano", diz. Mazzer explica que esses são títulos menos arriscados que os prefixados. "Nos papéis com IPCA, o investidor tem o para-choque da inflação. Se tudo der errado, a inflação tende a crescer", diz. "Assim, no horizonte curto, se faz uma gestão alternativa ao CDI e, no longo, aproveita-se o movimento estrutural do mundo de juros baixos e a melhora do risco de crédito do Brasil." Diz ainda que o portfólio recomendado do banco, que antes indicava 5% dos investimentos na Bolsa, agora indica 10% nesses ativos.

Investir no exterior deve deixar de ser tabu, diz Forster, do Western

A Bolsa pode muito bem bater os 120 mil pontos no curto prazo, avalia Marc Foster, diretor da Western Asset.

Isso em um cenário que prevê a aprovação da reforma da Previdência neste ano. A entrada de estrangeiros no mercado brasileiro seria um dos combustíveis para a alta. "Eles ainda esperam sinais mais contundentes de aprovação para voltar. Uma vez confirmada (a aprovação da reforma), destrava a vinda de agentes que estão mais preocupados com o longo prazo, que têm preocupação com a moeda."

Mesmo com um tom otimista, Foster recomenda que os investidores procurem ativos que não estejam atrelados ao desempenho da economia brasileira. "Se a Previdência não passa, as dicas que eu dei dão errado. A Bolsa cai porque a economia colapsa", afirma. "O exterior permite sair disso, ter alocação internacional, sem necessariamente correr risco cambial."

Como as opções para quem tem menos de R$ 1 milhão aplicado são mais restritas, ele explica que a via mais fácil para o investidor regular ter exposição no exterior é por meio de fundos multimercados que aplicam uma parte lá fora. "É um caminho que o brasileiro vai cada vez mais explorar. Aí você diversifica de verdade."

Sobre a queda dos juros, ele não recomenda uma mudança brusca da renda fixa para a variável. "A primeira solução para a Selic baixa é entender que não existe bala de prata", afirma. O correto, segundo Foster, é buscar o longo prazo, com posições diversificadas. Ele acrescenta que não basta apenas avaliar a rentabilidade dos ativos, mas ponderar o risco corrido. "O risco do paraquedismo só aparece quando o paraquedas não abre."

Na bolsa, opção é pela qualidade dos papeis, diz Hazzan, do Safra

Para Mauricio Hazzan, diretor de investimentos do Safra Private Banking, o contexto de juros baixos deve levar o investidor a buscar alternativas mais rentáveis na Bolsa de Valores, já que, em comparação com outros países, os brasileiros se expõem pouco a riscos.

"O investidor lá fora tem exposição a juros e a empresas listadas na Bolsa. O brasileiro tem menos de 5% em ativos ligados ao Ibovespa (principal índice da Bolsa). Esse número vai crescer, porque é um ativo que gera retorno melhor que o CDI (Certificado de Depósito Interbancários, título emitido por instituições financeiras) ou que investimentos que rendem pouco acima do CDI", diz.

Na Bolsa, os setores mais promissores são os impactados diretamente pela queda de juros. "São os que têm ciclos mais longos: concessões rodoviárias, energia, saneamento, shoppings ou imobiliário." Hazzan explica que setores que dependem de juros no longo prazo aproveitam esse cenário para se financiarem. Ele pondera, no entanto, que, ao olhar para esse setor, é preciso ficar atento à qualidade dos ativos e verificar a eficiência das empresas em que se pretende investir.

O diretor do Safra Private Banking ainda indica os fundos imobiliários como uma boa opção: "O mercado imobiliário sente a queda de juros na veia, pois juros mais baixos ajudam não apenas a construtora, mas a pessoa física que compra". Para o gestor, os investidores brasileiros terão também de ter mais paciência. "O jogo é de mais longo prazo. Investimento sempre foi assim, mas ficamos mal acostumados com um CDI alto, quando era possível dobrar o dinheiro investido a cada três ou quatro anos".

Ganho com renda fixa ficará perto de zero, diz Giufrida, da Garde

Além da reforma da Previdência, uma agenda positiva pode impulsionar os ativos brasileiros, diz o gestor Marcelo Giufrida, sócio da Garde Asset. Entre os fatores estão a autonomia do Banco Central, a reforma tributária e as privatizações. O BC terá um papel importante na tentativa de modernizar a legislação de câmbio e abrir mais espaço para a presença de fintechs no sistema financeiro, avalia Giufrida.

Esse quadro, e considerando que a atividade econômica vai sair do fundo poço, pode levar o Ibovespa, principal índice de ações do País, a se valorizar de 10% a 15% ainda neste ano. O caminho até lá, contudo, não deverá ser exatamente tranquilo, prevê Giufrida. "Nos últimos dias, por exemplo, quando se passou a adiar o calendário (da reforma da Previdência), o mercado sentiu, porque já tinha dado como favas contadas", afirma.

De acordo com o sócio da Garde, um dos elementos que deve aumentar as oscilações no segundo semestre são as eleições municipais, previstas apenas para o ano que vem: "Está no radar a sucessão e os deputados não querem se desgastar. O cenário eleitoral estará mais perto e muita coisa no Congresso leva em conta anos à frente", destaca.

Para o investidor conservador, ele lembra que, se ficar na renda fixa tradicional, os ganhos devem se aproximar de zero. "Esse investidor deveria considerar sofisticar a renda fixa com bons gestores especializados no mercado de crédito. Ou fundos imobiliários voltados a Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), que têm isenção fiscal". Para os mais arrojados, com estômago para as oscilações, faz sentido aumentar a parcela investida na Bolsa.

Diversificar é a saída para mitigar risco maior, diz Kfouri, do BNP Paribas

Na visão de Gilberto Kfouri, diretor de renda fixa e multimercados do BNP Paribas Asset Management, o investidor tem de se acostumar a um nível de risco maior e se preocupar menos com o curto prazo. "É preciso parar de olhar para o CDI (Certificado de Depósito Interbancário, título emitido por instituições financeiras), aceitar um pouco mais de volatilidade e saber que é possível perder um pouco no dia a dia", diz.

O gestor vê que os investidores podem assumir esses riscos na renda fixa - em papéis mais longos -, em crédito privado, em títulos prefixados, NTN-B (título do tesouro atrelado à inflação) com vencimento mais longo, além da Bolsa de Valores. "A Bolsa tem uma perspectiva de ganho maior, mas o risco também é maior. Por isso, é preciso ter uma carteira diversificada."

Kfouri afirma que pessoas conservadoras podem começar por papéis de prazos maiores: títulos do tesouro prefixados ou NTN-B mais longo. O investidor moderado pode ter parte de seu dinheiro na Bolsa. Os mais agressivos, por sua vez, com horizonte de investimento maior, poderão ter um porcentual mais abrangente desses ativos e olhar para fundos imobiliários e de private equity (que levantam capital para adquirir participação em empresas já desenvolvidas).

O gestor avalia que ainda há espaço para uma alta do Ibovespa, o principal índice da Bolsa. "Com juros baixos, quando se faz a avaliação das empresas, há uma melhora pela redução do custo de oportunidade. As empresas terão um crescimento melhor do que a economia real", diz. A ressalva dele vai para o cenário internacional: "Depende-se de fluxo de estrangeiros para dar sustentação à Bolsa de Valores". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em maio de 2015, a então presidente do Brasil, Dilma Rousseff, recebia no Palácio do Planalto o primeiro-ministro da China, Li Keqiang. Após os ritos oficiais, os dois assinaram uma série de parcerias. A principal delas: um investimento de US$ 50 bilhões para a criação da ferrovia bioceânica, que atravessaria a América do Sul, entre Peru e Brasil, e conectaria os oceanos Atlântico e Pacífico.

Quatro anos depois, Keqiang segue no cargo, Dilma sofreu impeachment e nada saiu do papel. A bioceânica é um retrato da situação dos investimentos da China na América Latina nos últimos dois anos: planos grandiloquentes, altos investimentos, mas realizações tímidas.

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A China segue com interesse pela América Latina, mas a vitória de partidos de direita na região, atrasos e descumprimento de prazos, corrupção e maior atenção chinesa a projetos na Ásia e na Europa, como o da nova Rota da Seda, conhecido como "One Belt One Road", fizeram o investimento chinês diminuir na região nos últimos dois anos.

Fusões, aquisições e investimentos privados caíram de um nível recorde de US$ 17,5 bilhões, em 2017, para apenas US$ 7,6 bilhões, em 2018, segundo o Global Development Policy Center. E os bancos chineses - Banco de Desenvolvimento da China e Banco de Exportação e Importação da China - emitiram níveis de financiamento comparativamente baixos para os governos latino-americanos nos últimos dois anos.

"A América Latina é vista como uma terra cheia de vitalidade e esperança na política oficial da China, mas os investidores chineses há muitos anos consideram a distância e a cultura latino-americanas empecilhos para negociar", afirmou ao Estado Zuo Pin, da Universidade de Estudos Internacionais de Xangai. "Os ambientes normativos, os processos de licitação pouco claros e a complexidade logística das empresas chinesas de acompanhar obras e execuções a mais de 15 mil quilômetros de distância são alguns dos principais problemas."

A Bolívia é um exemplo das apostas de alto risco. Em 2016, o presidente boliviano, Evo Morales, recebeu o chanceler da China, Wang Yi, para anunciar um crédito chinês de US$ 4,85 bilhões para que o país aplicasse em nove projetos de infraestrutura. Apenas um saiu do papel, a rodovia El Sillar, que liga Cochabamba a Santa Cruz.

No caso da Venezuela, a instabilidade política se tornou uma fonte regular de estresse para políticos e investidores chineses, e para bancos e empresas que operam no país. Apesar do apoio político ao chavismo, em 2018, o governo chinês interrompeu a concessão de empréstimos à Venezuela, um sinal da impaciência de Pequim com Nicolás Maduro. A torneira financeira foi reaberta em 2019, mas em níveis menores do que em anos anteriores.

Os casos de Venezuela e Bolívia são os mais evidentes, mas alegações de corrupção também afetam outros projetos chineses na região, incluindo uma concessão ferroviária de Querétaro, no México, e duas hidrelétricas na Argentina. Desde 2002, as estatais da China e os bancos manifestaram interesse em cerca de 150 projetos de infraestrutura de transporte na América Latina, mas apenas a metade entrou em fase de construção.

Além disso, há também a concorrência com os ambiciosos projetos da nova Rota da Seda, investimentos em infraestrutura na Europa, Ásia e África, que podem chegar a US$ 1,9 trilhão nos próximos anos. "A China é retardatária na área de investimentos internacionais e é forçada a alocar capital para países e regiões com maiores riscos", diz Wang Yongzhong, economista do Instituto de Economia e Política da China. "Mas há um limite para o grau de risco admitido, e dez anos de investimento com pouco retorno é um mau negócio para qualquer um."

Por questões políticas, países como Equador e Argentina reduziram em quase 50% seus pedidos de financiamento para a China, para não aumentar o nível de dívida soberana comprometida com os chineses. Muitos países estão sentindo uma pressão considerável de Washington para evitar grandes acordos com a China, caso do México e de países do Caribe, e até mesmo do Brasil.

"Embora as reservas internacionais da China tenham crescido, os limites prováveis do crédito disponível obrigarão os bancos e estatais chineses a escolher projetos no exterior com mais cuidado", escreveu Margaret Myers, diretora do centro de estudos Inter-American Dialogue, na revista Americas Quarterly. "Empresas e bancos chineses tendem a buscar oportunidades mais próximas de casa, onde os custos são mais baixos e as redes, bem estabelecidas." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Por trás das startups mais valiosas do Brasil, há um grupo de investidores com muito dinheiro no bolso e pouco medo de errar. Reunidos em fundos de investimentos, eles são especializados em garimpar ideias que podem virar negócios bilionários, como Nubank, Movile, Stone, 99, PagSeguro e Gympass - empresas brasileiras que se tornaram unicórnios por ultrapassar a marca de US$ 1 bilhão em valor de mercado. Desde 2011, quando a onda do empreendedorismo digital começou a decolar no País, eles aportaram quase R$ 13 bilhões por aqui.

Só no ano passado, os fundos - chamados de venture capital - investiram US$ 1,3 bilhão (R$ 5,1 bilhões): volume 51% superior ao de 2017, segundo dados da Associação Latino-americana de Private Equity e Venture Capital (Lavca, na sigla em inglês). O montante representou 65% de todos os investimentos feitos na América Latina. Os números devem continuar em alta este ano. Em meados de março, a gigante japonesa Softbank anunciou o lançamento de um megafundo de US$ 5 bilhões (R$ 19,8 bilhões) para investir em startups na região. A expectativa é de que parte dos recursos seja alocada em empresas brasileiras.

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Esse apetite faz parte de um movimento iniciado nos últimos anos por fundos como monashees, Kaszek, Redpoint eVenture, Valor Capital e 500 Startups. Na linha de frente desses fundos estão ex-executivos de grandes empresas, diplomatas e empreendedores que venderam seus negócios e são agora investidores. A lista inclui o fundador do Buscapé, Romero Rodrigues; os ex-Mercado Livre Hérnan Kazah e Nicolás Szekasy; o ex-embaixador dos Estados Unidos no Brasil Clifford Sobel; e o herdeiro da família que controla o grupo Ultra, Fabio Igel. Eles integram o time dos principais "caçadores" de unicórnios do País.

A lógica de investimento deles é diferente da aplicada por outros fundos de mercado. Com maior apetite ao risco, investem quantias entre R$ 100 mil e R$ 300 milhões em várias empresas ao mesmo tempo. Eles sabem que a maior parte delas vai ficar pelo meio do caminho, mas aquelas que "vingarem" vão compensar os fracassos. A venda da 99 para a chinesa Didi, por exemplo, rendeu a investidores retorno 60 vezes o montante aplicado. O valor do negócio foi de quase US$ 1 bilhão.

"Investir em startups é pensar no que pode dar certo. Quanto mais nova, mais você precisa focar no time e no sonho", afirma Anderson Thees, sócio do fundo Redpoint eVentures - que investe em startups como Viajanet, Gympass e Resultados Digitais. Segundo ele, a estratégia é bem diferente de investir numa empresa madura, na qual o foco está no negócio em si, no histórico e em como ela foi construída. "É futuro versus passado."

Também não é fácil encontrar uma ideia capaz de virar um unicórnio. A sócia do fundo americano 500 Startups, Bedy Yang, conta que todo ano avalia 5 mil empresas no mundo para investir. A taxa de aceitação é de apenas 1%. O fundo tem 2 mil companhias no portfólio, sendo 10 unicórnios. No Brasil, já investiu em 40 startups e ainda não saiu de nenhuma.

'Sonho de consumo'

Num país onde o crédito é escasso e caro, esses investidores viraram a principal fonte de recursos para desenvolver negócios em estágio inicial. Mais que isso: são o "sonho de consumo" de quase todo empreendedor. Exemplo disso é o total de acordos fechados no ano passado. Pelos dados da Lavca, foram 259 negócios ante 113 em 2017 - avanço de quase 130%.

"Mesmo com a crise econômica, a atividade desses fundos nunca foi tão intensa", afirma o presidente da Associação Brasileira de Private Equity & Venture Capital, Piero Paolo Minardi. Para ele, esse movimento está engatinhando no Brasil. "Está tudo por fazer. Portanto, essa indústria tem potencial de dobrar de tamanho em pouco tempo."

Para Paulo Veras, fundador da 99, a sociedade não tem noção de como esse mercado está quente. No passado, diz ele, o País tinha bons projetos, mas não tinha dinheiro para tirar do papel. Hoje, a situação é outra: "O mercado nunca teve tanto dinheiro para startup".

De olho em startups brasileiras desde 2008, o sócio da Valor Capital, Michael Niklas, diz que o mercado amadureceu muito no período. "Em 10 anos, tivemos um boom na banda larga e tudo ficou mais fácil, porque o Brasil ficou mais conectado."

Fundos internacionais

Quase todo o dinheiro investido pelos fundos de venture capital nas startups brasileiras é captado no mercado internacional, com fundadores de empresas de tecnologia e outros fundos institucionais. Na monashees, uma das precursoras dessa indústria, sete fundos foram criados com recursos exclusivamente externos e apenas um deles tem um mix de investidor nacional e estrangeiro.

Nesse último, a gestora captou US$ 150 milhões (R$ 594 milhões) entre famílias brasileiras e empreendedores, como Mike Krieger - fundador do Instagram e um dos brasileiros mais influentes no Vale do Silício. Criada em 2005 antes da explosão das startups no Brasil, a monashees investiu no primeiro unicórnio verde-amarelo: a 99. Também tem participação na colombiana Rappi, que entrou para o rol das empresas bilionárias.

O primeiro investimento da gestora, fundada por Eric Acher (executivo com passagens pela MacKinsey e pelo fundo americano General Atlantic) e Fabio Igel (herdeiro da família que controla o grupo Ultra), foi numa empresa de educação montada pelos próprios sócios, já que na época não havia opção de startup para investir. De lá para cá, a gestora já aportou recursos em 88 empresas na América Latina. Atualmente, tem 60 companhias no seu portfólio, sendo 42 no Brasil. Dessas, algumas são candidatas a assumir o posto de novos unicórnios, como a Grow (fusão da brasileira Yellow com a mexicana Grin), Loggi (startup de entregas), Neon (banco digital) e Viva Real (imobiliária).

Outro fundo bastante ativo no Brasil é o argentino Kaszek Ventures, formado pelos ex-executivos e fundadores do Mercado Livre. Criada em 2011, a gestora já captou três fundos nos Estados Unidos e na China, num total de US$ 430 milhões. Esses recursos foram investidos em 60 empresas, sendo dois terços no Brasil, afirma o sócio da Kaszek, Santiago Fossatti. Dessas, a gestora tem participação em dois unicórnios: o Nubank e a Gympass - marketplace de academias que acaba de entrar no grupo de empresas bilionárias.

Como é comum nesse mundo de empreendedorismo, essa startup também tem outros dois investidores de peso, a Valor Capital Group e a Redpoint eVentures. A Valor foi criada pelo ex-embaixador dos Estados Unidos no Brasil Clifford Sobel e já investiu em 30 startups no País. Além da Gympass, o fundo também fez aporte na Stone, unicórnio de "maquininhas" brasileiro.

O sócio da Valor Capital, Michael Nicklas, conta que a ideia inicial era investir em private equity no Brasil. "Mas vimos que tinha espaço para o venture capital e decidimos montar um fundo em 2012 para testar o mercado." Ao contrário dos outros fundos, a captação foi feita com famílias brasileiras.

A Redpoint eVentures também foi fundada em 2012, a partir de uma parceria com duas gestoras do Vale do Silício: a Redpoint Ventures e a eVentures. "Os fundadores desses fundos começaram a vir ao Brasil em 2010, durante a fase do 'Cristo Redentor decolando no Rio', mas entenderam que precisavam de gente local para tocar os projetos dadas as complexidades do País", afirma Anderson Thees, sócio do Redpoint eVentures junto com Romero Rodrigues. A gestora já investiu em 31 empresas. "Desde o início, o objetivo foi trazer boas práticas e experiências do Vale do Silício para cá." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Pela primeira vez em 21 anos o Brasil ficou de fora da lista dos 25 melhores países para investir feita pela consultoria empresarial norte-americana A.T. Kearney. O País figurava no ranking desde 1998, quando o levantamento que segue a opinião de investidores estrangeiros começou a ser elaborado. A posição do País em 2019 não foi divulgada.

O índice é calculado com base em uma pesquisa feita com 500 executivos seniores das principais corporações do mundo sobre a probabilidade de as empresas entrevistadas investirem diretamente naquele determinado País nos próximos três anos.

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Nos últimos três anos, o Brasil já vinha caindo no ranking, ocupando as posições 12ª, 16ª e 25ª - o último lugar entre os escolhidos -, entre 2016, 2017 e 2018, respectivamente. Em 2010 e 2014, o País figurou entre os cinco primeiros colocados da lista.

Com a ausência brasileira, os número de países emergentes que figuram a lista caiu para três: China (7ª), Índia (16ª) e México (25ª). Os cinco primeiros colocados são Estados Unidos, Alemanha, Canadá, Reino Unido e França.

Otimismo em 2018

Em 2018, a A.T. Kearney destacava, com otimismo, o impeachment da "ex-presidente de esquerda" Dilma Rousseff (PT), que abriu caminho para "um sucessor mais favorável aos negócios", o ex-presidente Michel Temer (MDB). "Ele (Temer) aprovou uma lei que limita futuros aumentos nos gastos governamentais, começou a lidar com a reforma previdenciária e planeja aprovar reformas nas leis trabalhistas, tributárias e educacionais até 2018", afirmaram.

"Os investidores nos dizem que permanecem relativamente pessimistas em relação às suas perspectivas econômicas (com o Brasil). Provavelmente como resultado desses problemas macroeconômicos, os fluxos de IED para o Brasil caíram de US$ 65 bilhões em 2015 para US$ 50 bilhões em 2016", diz trecho do estudo daquele ano.

No relatório deste ano, o Brasil não é citado. A consultoria faz considerações apenas sobre os 25 países listados no ranking.

Ranking dos melhores países para investir em 2019

1º Estados Unidos

2º Alemanha

3º Canadá

4º Reino Unido

5º França

6º Japão

7º China

8º Itália

9º Austrália

10º Singapura

11º Espanha

12º Holanda

13º Suíça

14º Dinamarca

15º Suécia

16º Índia

17º Coreia do Sul

18º Bélgica

19º Nova Zelândia

20º Irlanda

21º Áustria

22º Taiwan

23º Finlândia

24º Noruega

25º México

Os investimentos da Petrobras somaram US$ 2,333 bilhões no primeiro trimestre deste ano, baixa de 24% em relação à cifra de igual intervalo de 2018, de US$ 3,067 bilhões, e recuo de 30% em relação aos desembolsos do quarto trimestre do ano passado, de US$ 3,324 bilhões.

No balanço, a companhia diz que maior parte dos desembolsos para investimento foi direcionada aos investimentos de capital, destino que recebeu 77% dos recursos alocados no trimestre. "Ou seja, esses recursos com o objetivo principal de aumentar a capacidade de ativos existentes, implantar novos ativos de produção, escoamento e armazenagem, aumentar eficiência ou rentabilidade do ativo, e implantar infraestrutura essencial para viabilizar outros projetos de investimento de capital. Incluem investimentos em atividades exploratórias", diz a companhia.

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A área de exploração e produção recebeu US$ 1,957 bilhão, cifra 29% menor que a observada em igual período do ano passado. Segundo a estatal, o investimento foi destinado, principalmente, às "atividades relativas ao desenvolvimento da produção de novos campos de petróleo no polo pré-sal da Bacia de Santos, à manutenção da produção de campos antigos, à melhoria da eficiência operacional dos ativos de produção e à exploração de novas áreas produtoras".

Em seguida, apareceram como principais destinos dos investimentos da estatal os segmentos de refino, transporte e comercialização, com aporte de US$ 212 milhões (alta de 16% ante o primeiro trimestre de 2018); gás e energia, com US$ 92 milhões (valor 42% maior em relação a janeiro a março do ano passado); distribuição, com US$ 36 milhões (38% mais do que em igual intervalo de 2018) e outros, com US$ 37 milhões.

Caixa

A Petrobras encerrou o primeiro trimestre deste ano com um fluxo de caixa livre positivo de R$ 12,102 bilhões, com queda de cerca de 7% ante fluxo de igual período de 2018 e retração de 29% na comparação com o quarto trimestre do ano passado. Trata-se do 16º trimestre consecutivo positivo nessa linha do balanço.

O montante corresponde aos recursos gerados pelas atividades operacionais subtraídos dos investimentos em áreas de negócios.

O balanço mostra ainda que as captações da companhia totalizaram R$ 15,955 bilhões entre janeiro e março de 2019, ante R$ 7,397 bilhões no quarto trimestre de 2018 e R$ 19,258 bilhões em igual período do ano anterior.

Assim como entidades e associações que defendem o ensino da filosofia e da sociologia, a Universidade de Pernambuco (UPE), por meio do seu Conselho Universitário, divulgou uma nota de repúdio a declarações do presidente Jair Bolsonaro. O governo federal cogita descentralizar investimentos nessas áreas, passando recursos para formações como veterinária e medicina.

Por meio de nota, a UPE expressou indignação com a fala do presidente, além de usar o termo “ignorância” para criticar a postura federal. Ainda em sua posição, a instituição de ensino repudiou o que chama de mais um ataque à universidade pública. Veja a nota na íntegra:

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O Conselho Universitário da Universidade de Pernambuco (Consun/UPE) manifesta sua recusa e indignação às declarações públicas do Presidente da República e do Ministro da Educação sobre o ensino e a pesquisa na área de humanidades, citando a Filosofia e a Sociologia. O ministro, Abraham Weintraub, defendeu retirar recursos das faculdades de Filosofia e de Sociologia, para investir “em faculdades que geram retorno de fato: enfermagem, veterinária, engenharia e medicina”.

Este discurso revela uma ignorância sobre a relevância, os custos, o público e ainda sobre a natureza de uma Universidade. Esta é uma posição inadmissível aos que ocupam funções públicas influentes para o futuro de nosso país.

Repudiamos mais este ataque à universidade pública, em particular aos cursos da área de humanidades, essenciais ao desenvolvimento do pensamento crítico e à formação da consciência sobre o mundo, basilares ao desenvolvimento da cidadania. Expressamos assim nossa posição contrária a mais uma tentativa de diminuir a contribuição da Universidade para a melhoria da qualidade de vida da sociedade em todos os seus aspectos. 

Entidades ligadas à filosofia e Ciências Humanas divulgaram, na tarde desta sexta-feira (26), uma nota de repúdio a declarações do presidente Jair Bolsonaro (PSL) sobre a possível “descentralização de investimentos em faculdades de filosofia e sociologia (Humanas)”. As associações classificaram a medida como “ignorância inadmissível”.

Na manhã desta sexta-feira, Bolsonaro utilizou o Twitter para defender a ideia de reduzir investimentos nas áreas de Ciências Humanas. Segundo o chefe do Executivo, “o objetivo é focar em áreas que gerem retorno imediato ao contribuinte, como: veterinária, engenharia e medicina”.

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Em nota publicada pela Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia (ANPOF), diversas associações e sociedades científicas repudiam as falas do presidente e do ministro da Educação, Abraham Weintrab. “As declarações do ministro e do presidente revelam ignorância sobre os estudos na área, sobre sua relevância, seus custos, seu público e ainda sobre a natureza da universidade. Esta ignorância, relevável no público em geral, é inadmissível em pessoas que ocupam por um tempo determinado funções públicas tão importantes para a formação escolar e universitária, para a pesquisa acadêmica em geral e para o futuro de nosso país”, diz o comunicado.

O documento afirma ainda que “o ministro e o presidente ignoram a natureza dos conhecimentos da área de humanidades e exibem uma visão tacanha de formação ao supor que enfermeiros, médicos veterinários, engenheiros e médicos não tenham de aprender sobre seu próprio contexto social nem sobre ética, por exemplo, para tomar decisões adequadas e moralmente justificadas em seu campo de atuação". "Ignoram que os estudantes das universidades públicas, e principalmente na área de humanidades, são predominantemente provenientes das camadas de mais baixa renda da população. Ignoram, por fim, a autonomia universitária, garantida constitucionalmente, quando sugerem o fechamento arbitrário de cursos de graduação”, acrescenta a ANPOF. Confira a íntegra da nota:

A Associação Nacional de Pós-graduação em Filosofia (ANPOF) e associações abaixo mencionadas repudiam veementemente as falas recentes do atual presidente da república e de seu ministro da educação sobre o ensino e a pesquisa na área de humanidades, especificamente em filosofia e sociologia.

As declarações do ministro e do presidente revelam ignorância sobre os estudos na área, sobre sua relevância, seus custos, seu público e ainda sobre a natureza da universidade. Esta ignorância, relevável no público em geral, é inadmissível em pessoas que ocupam por um tempo determinado funções públicas tão importantes para a formação escolar e universitária, para a pesquisa acadêmica em geral e para o futuro de nosso país.

O ministro Abraham Weintraub afirmou que retirará recursos das faculdades de Filosofia e de Sociologia, que seriam cursos “para pessoas já muito ricas, de elite”, para investir “em faculdades que geram retorno de fato: enfermagem, veterinária, engenharia e medicina”. O ministro apoia sua declaração na informação de que o Japão estaria fazendo um movimento desta natureza.

De fato, em junho de 2015 o Ministério da Educação, Cultura, Esportes, Ciência e Tecnologia do Japão enviou carta às universidades japonesas recomendando que fossem priorizadas áreas estratégicas e que fossem cortados investimentos nas áreas de humanidades e ciências sociais.

Após forte reação das principais universidades do país, incluindo as de Tóquio e de Kyoto (as únicas do país entre as cem melhores do mundo), e também da Keidanren (a Federação das Indústrias do Japão) – que defendeu que “estudantes universitários devem adquirir um entendimento especializado no seu campo de conhecimento e, de forma igualmente importante, cultivar um entendimento da diversidade social e cultural através de aprendizados e experiências de diferentes tipos” – o governo recuou e afirmou que foi mal interpretado.

A proposta foi inteiramente abandonada quando o ministro da educação teve de renunciar ao cargo, ainda em 2015, por suspeita de corrupção. Da forma como o ministro Abraham Weintraub apresenta o caso trata-se, portanto, de uma notícia falsa.

O ministro foi seguido pelo presidente, que mencionou que o governo “descentralizará investimentos em faculdades de filosofia”, sem especificar o que isto significaria, mas deixando claro que se trata de abandonar o suporte público a cursos da área de humanidades, nomeadamente os de Filosofia e de Sociologia. O presidente indica que investimentos nestes cursos são um desrespeito ao dinheiro do contribuinte e, ao contrário do que pensa a Federação das Indústrias do Japão, afirma que a função da formação é ensinar a ler, escrever, fazer conta e aprender um ofício que gere renda.

O ministro e o presidente ignoram a natureza dos conhecimentos da área de humanidades e exibem uma visão tacanha de formação ao supor que enfermeiros, médicos veterinários, engenheiros e médicos não tenham de aprender sobre seu próprio contexto social nem sobre ética, por exemplo, para tomar decisões adequadas e moralmente justificadas em seu campo de atuação. Ignoram que os estudantes das universidades públicas, e principalmente na área de humanidades, são predominantemente provenientes das camadas de mais baixa renda da população. Ignoram, por fim, a autonomia universitária, garantida constitucionalmente, quando sugerem o fechamento arbitrário de cursos de graduação.

Uma das maiores contribuições dos cursos de humanidades é justamente o combate sistemático a visões tacanhas da realidade, provocando para a reflexão e para a pluralidade de perspectivas, indispensáveis ao desenvolvimento cultural e social e à construção de sociedades mais justas e criativas.

Seguiremos combatendo diuturnamente os ataques à universidade pública e aos cursos de humanidades movidos pelo ressentimento, pela ignorância e pelo obscurantismo, também porque julgamos que esta é uma contribuição maiúscula da área de humanidades para o melhoramento da sociedade à nossa volta.

Após receber diversos prefeitos e vereadores nessa terça-feira (9) em seu gabinete, em Brasília, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), seguiu para o plenário da Casa para encaminhar o voto do partido a favor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que destina emendas parlamentares individuais diretamente aos fundos de participação de estados e municípios (FPE) e (FPM).

Segundo ele, a matéria, que agora segue à Câmara dos Deputados, vai ajudar a reforçar os investimentos nos entes federados e a minorar a situação atual de penúria financeira.

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“É uma ação extremamente positiva que o Senado apresenta aos prefeitos de todo o Brasil, que estão em Brasília na XXII Marcha em Defesa dos Municípios”, declarou Humberto.

O senador ressaltou que a proposição foi sugerida pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), em 2015, e visa dar mais agilidade ao trâmite das emendas para que cheguem rapidamente onde têm de chegar. “Vamos eliminar a intermediação, especialmente da Caixa Econômica Federal, que demora a pagar as taxas de administração. E todos nós já tivemos essa experiência marcada por uma enorme burocracia”, comentou.

O parlamentar destacou que a desburocratização da transferência de recursos a estados e municípios vai gerar, inclusive, economia à União e maior autonomia para os demais entes federados, pois caberá a eles definir como utilizarão os recursos que lhes serão distribuídos.

Humberto observou que já existem algumas experiências na área da saúde que demonstram que a transferência direta pode ser feita sem problemas e que os recursos são fiscalizados perfeitamente por meio dos órgãos de controle responsáveis por esse tipo de atividade.

“A verba será destinada diretamente ao componente da Federação, independentemente de convênio ou instrumento semelhante, passando a pertencer aos cofres do recebedor. A medida deverá promover um reequilíbrio na relação entre a União e os entes, por meio de nós, parlamentares, que também teremos nossas ações valorizadas”, afirmou.

Humberto também reiterou que, no caso de Pernambuco, o Tribunal de Contas do Estado é capaz de fazer a fiscalização em relação ao repasse do montante das emendas parlamentares individuais diretamente aos municípios.

Diante do cenário ainda incerto da economia brasileira, a Coca-Cola repetirá, nos próximos três anos, estratégia semelhante a dos últimos dois: se preparar para o longo prazo. Por um lado, vai ampliar a presença em diferentes categorias para se tornar uma "empresa total de bebidas". De outro, planeja avançar em embalagens retornáveis, com foco no consumidor de baixa renda - aproveitando o apelo de sustentabilidade.

Para apoiar essa estratégia, a subsidiária brasileira vai investir R$ 3 bilhões em 2019, mesmo com a economia patinando. Em 2018, a Coca viu suas vendas crescerem 1% em termos de volume (litro) e 3% em unidades (frascos).

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O cenário, porém, não preocupa Henrique Braun, que assumiu o comando da operação brasileira em setembro de 2016, após passar quatro anos à frente da subsidiária da Coca-Cola na China e na Coreia. Segundo ele, em cada ano e país nos quais a fabricante de bebidas opera há um cenário econômico diverso. Por isso, a visão de longo prazo é importante.

"Não dá para tirar o olho da bola e ficar se preocupando com o que não podemos controlar", afirmou Braun ao Estadão/Broadcast, plataforma de notícias em tempo real do Grupo Estado. "Temos expectativa positiva (com o mercado brasileiro), mas sabemos que a realidade ainda é volátil. Com isso, nossa estratégia para os próximos três anos é muito similar à que tivemos nos últimos dois."

De 2013 para 2018, o mercado brasileiro de refrigerantes encolheu 21% em volume, conforme a Euromonitor International. Segundo Angelica Salado, da consultoria, embora a recessão tenha abatido o consumo como um todo, o mercado de bebidas passa por uma "revolução", com o consumidor atrás de hábitos mais saudáveis.

"Na maioria das categorias, há um movimento de consumir menos e melhor", disse Angelica. Segundo ela, a redução no consumo de açúcar vem sendo vista há uma década. Embora o cenário para a economia esteja mais otimista, o mercado de refrigerantes só deverá recuperar o crescimento anterior à recessão depois de 2023.

Para tentar mudar esse cenário, parte dos investimentos da Coca-Cola estão sendo destinados a embalagens retornáveis e recicláveis. Serão R$ 1,6 bilhão, de 2017 a 2020.

Além do apelo sustentável, elas custam menos - essencial para enfrentar a crise, segundo Braun. Os recursos estão sendo destinados sobretudo a linhas de produção. Uma das novidades foi o lançamento da "garrafa universal", embalagem retornável de plástico PET, que serve a todos os refrigerantes da empresa. Lançado em setembro, o projeto custou R$ 100 milhões. Com o investimento, as vendas desse tipo de embalagem subiram 9%.

Outras frentes

 

O posicionamento de "empresa total de bebidas" também surtiu efeito, já que a Coca-Cola Sem Açúcar teve alta de 9% em volume de vendas em 2018 e as "bebidas não carbonatadas" (sucos, chás, águas) avançaram 11,5%, também em volume.

Segundo Angelica, a diversificação de categorias, com investimentos em sucos e água, também é uma estratégia para se adaptar à nova realidade do mercado. Na Coca-Cola, isso inclui aquisições. As mais recentes foram a marca argentina de bebidas à base de soja Ades, em 2016, e a fabricante brasileira de lácteos Verde Campo, em 2017.

Segundo Braun, o plano de investimentos não inclui eventuais aquisições. Ele evitou comentar possíveis alvos, mas afirmou que "nunca diremos nunca" sobre a possibilidade de investir em novas categorias. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em meio ao tombo do petróleo no mercado internacional e à cautela em relação ao andamento da reforma da Previdência no Congresso, o Ibovespa operou durante toda tarde na contramão das bolsas em Nova York e encerrou o pregão desta segunda-feira, 25, em queda, perto do piso dos 97 mil pontos.

O Índice até ensaiou uma alta no início dos negócios, voltando a superar os 98 mil pontos, na esteira do otimismo dos mercados externos com um desenlace positivo nas negociações comerciais entre China e Estados Unidos. Investidores celebraram o fato de o presidente Donald Trump ter estendido à trégua tarifária para produtos chineses para além de 1º de março e relatado "progressos substanciais" nas negociações.

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A maré virou no mercado doméstico com o tombo das ações da Petrobras, na esteira do mergulho das cotações do petróleo, após o mesmo Trump reclamar que os preços da commodity "estavam muito altos" e pedir à Opep, organização que reúne os países produtores de petróleo, "ir com calma".

Ao longo da tarde, o Ibovespa foi às mínimas e chegou a flertar com a perda da linha dos 97 mil pontos, com a diminuição do ritmo de alta das bolsas americanas e declarações do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que despertaram temores sobre o ritmo de tramitação da reforma da Previdência no Congresso.

Maia (DEM-RJ) indicou que a instalação da Comissão de Constituição, Cidadania e Justiça (CCJ), responsável pela primeira análise da proposta, pode ficar apenas para depois do carnaval. Havia perspectiva de que a CCJ pudesse iniciar seus trabalhos esta semana. Maia disse também que há apreensão em torno do projeto de lei de aposentadoria dos militares, embora tenha negado que vá aguardar o envio do PL para que a CCJ seja instalada. Antes dessas declarações, o presidente da Câmara já havia demonstrado preocupações com a comunicação da proposta da Previdência à população e questionado a estratégia do governo de fazer articulação política por meio de bancadas temáticas.

Segundo gerente da mesa de renda variável da H. Commcor, Ariovaldo Ferreira, o ruído provocado pela questão da instalação da CCJ contribuiu para deixar os investidores na defensiva. "A expectativa era de alta da bolsa, mas houve essa queda mais forte do petróleo e essa questão da CCJ, que assuntou um pouco", afirma Ferreira, ressaltando que o volume negociado, na casa dos R$ 11 bilhões, ficou abaixo do esperado, o que revela falta de apetite para apostas mais fortes.

Com máxima de 98.189,91 pontos e mínima de 97.087,23 pontos, o Ibovespa fechou em queda de 0,66%, aos 97.239,90 pontos, com queda em bloco das ações do setor financeiro e perdas da Petrobras.

A ação PN da petroleira fechou em queda de 1,58%, enquanto os papéis ON recuaram 2,40%. O recuo mais acentuado das ações ordinárias seriam consequência de decreto do governo, publicado no diário oficial de sexta-feira, que dá bandeira verde para os bancos federais venderem papéis da companhia quando as condições de mercado forem mais vantajosas.

O presidente Jair Bolsonaro disse, em entrevista à RecordTV nesta quarta-feira, 23, que foi procurado por vários chefes de Estado e empresários em Davos, onde está participando do Fórum Econômico Mundial. "Todos estão interessados no Brasil."

Bolsonaro, contudo, disse que o interesse externo está condicionado ao ajuste fiscal. "Nós precisamos fazer a nossa parte. Não podemos continuar com o déficit que temos ano a ano. E algumas reformas temos que fazer para que eles voltem a ter confiança em nós."

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O presidente lembrou que as medidas de ajuste dependem do Congresso e chamou a responsabilidade dos parlamentares. "Quero contar desde já com o Senado Federal e com a Câmara dos Deputados para atingirmos juntos esses objetivos."

Segundo Bolsonaro, os investidores estrangeiros pedem que o país seja desburocratizado, diminua sua carga tributária e remova barreiras. "Com a equipe econômica, estamos conversando desde há muito e estamos ultimando medidas nesse sentido."

Bolsonaro afirmou que os estrangeiros estão muito empolgados com o País e citou o novo recorde do Índice Bovespa no fechamento da sessão desta quarta-feira (96.558,42 pontos), após o pronunciamento do ministro da Economia Paulo Guedes. "E por que não dizer da minha (fala)?".

Cancelamento da entrevista

Sobre o cancelamento da entrevista coletiva que daria nesta quarta-feira em Davos, o presidente disse que o motivo foi sua saúde. "Por recomendação médica, tenho que chegar descansado no hospital no domingo." Bolsonaro vai se internar no Albert Einstein, em São Paulo, para retirar a bolsa de colostomia que utiliza desde o atentado que sofreu em Juiz de Fora (MG), em 6 de setembro.

Na penúltima quinta-feira (20) do ano, o governador Paulo Câmara (PSB) anunciou que serão investidos mais de R$ 66 milhões de reais para melhorar o Sistema Único de Saúde (SUS) de Pernambuco, a partir de 2019.  O pessebista assinou convênios com o Ministério da Saúde que incluiu verba para a rede de Alta e Média Complexidade no Estado, bem como outros destinados aos tratamentos do câncer e nefrologia. 

O governador destacou que a iniciativa vai garantir a “expansão” desses serviços essenciais. “Ações para que os tratamentos possam ocorrer para um maior de pessoas, que é o nosso maior foco: ampliar o serviço e melhorar, cada vez mais, a qualidade”, disse.   

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Paulo Câmara complementou afirmando que esse “é um conjunto importante para começarmos 2019 com condições de ampliar e melhorar nossos serviços de saúde em todo o Estado”. 

Desse valor, R$ 19 milhões serão repassados ainda este ano, em parcela única, por emenda parlamentar, para ampliar o teto de Média e Alta Complexidade da Secretaria Estadual de Saúde e R$ 40,4 milhões serão destinados, anualmente, para a qualificação da assistência na rede de tratamento do câncer e nefrologia em Pernambuco. Além disso, haverá verba para o combate ao mosquito Aedes Aegypti e implantação de 32 novas Academias de Saúde. O anúncio foi feito ao lado do ministro da pasta, Gilberto Occhi. 

O auxiliar ministerial de Michel Temer, por sua vez, falou que a responsabilidade com o povo é muito grande. “Espero que a gente tenha dado uma contribuição ao Estado de Pernambuco para que possamos renovar cada vez mais essa esperança que o povo tem em cada um de nós. Será um montante em torno de R$ 66 milhões, no qual boa parte será para o custeio do funcionamento da saúde na rede estadual”, declarou Occhi. 

O contrato futuro de ouro fechou em queda no pregão desta quinta-feira, 8, com os investidores à espera da reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro para entrega em dezembro fechou em baixa de 0,29%, para US$ 1.225,10 por onça-troy.

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Em sua reunião de política monetária desta quinta-feira, o Fed deve manter as taxas de juros inalteradas na faixa entre 2,00% e 2,25%.

Os agentes, contudo, aguardam sinalizações do banco central quanto ao ritmo de aperto monetário a ser empregado pela instituição em 2019, após uma nova alta nos juros em dezembro, a qual já está precificada.

Além disso, o dólar avançou em relação a outras moedas principais e emergentes nesta quinta-feira, antes da decisão do Fed. Com o dólar maior, o ouro fica mais caro para investidores que operam em outras divisas e tende a recuar. Fonte: Dow Jones Newswires.

O novo presidente do Brasil, a ser eleito neste domingo, terá perdido o mais recente ciclo de expansão da economia mundial, e vai assumir as rédeas do oitavo maior PIB do planeta em meio a uma tendência de desaceleração em 2019.

Indicadores reunidos por diferentes organizações ao longo dos últimos meses apontam que as tensões comerciais - em especial entre China e Estados Unidos -, o aperto das condições financeiras em mercados emergentes e os riscos políticos em todo o globo - inclusive no Brasil - devem frear a performance global.

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O sinal de alerta para o fim de um ciclo de alta foi soado há um mês pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que reúne 36 países - Brasil excluído. Desde então, os sinais de alerta para o começo de uma nova desaceleração se multiplicam.

Se até o fim de 2017 e o início do ano, a perspectiva era de expansão generalizada do PIB, o cenário hoje apresenta disparidades nacionais importantes, o que levou a organização a revisar os prognósticos de crescimento para baixo: 3,7% em 2018 e em 2019.

O porcentual pode parecer elevado, mas esconde situações díspares que podem trazer instabilidade para todos. O comércio internacional vem se contraindo, o nível de investimento é inferior ao estimado há dois anos e a massa salarial registra crescimento marginal na maior parte dos países da OCDE, mesmo com o desemprego abaixo dos níveis pré-crise internacional.

O resultado é que 10 países, mais o conjunto da zona do euro - 19 nações - tiveram uma revisão do PIB para baixo, incluindo EUA, Alemanha, França, Itália, Reino Unido, Brasil e Argentina. Apenas quatro nações - Austrália, China, Japão e Rússia - ficaram estáveis.

Nos últimos dias, a sondagem trimestral realizada pela agência Reuters com 500 economistas de todo o mundo indicou a expectativa de desaceleração em 41 dos 44 mercados estudados. Na Europa, por exemplo, um dos fantasmas que pairam sobre o bloco de 28 países é o Brexit, o divórcio entre União Europeia e Reino Unido.

A seis meses do início da separação, os termos da ruptura ainda são desconhecidos. O resultado é que índices de bolsas de valores como o DAX, de Frankfurt, referência no continente, confirmam a chegada de uma nova fase de instabilidade também para empresas e investidores, com queda de 14% desde janeiro, segunda pior desde 2011.

Comparado a uma cesta de moedas de parceiros comerciais americanos, o dólar vem se tornando outro fator de instabilidade ao registrar nas últimas semanas o mais alto valor em 25 anos. Ao longo da história, essa realidade vem acompanhada de importações mais caras para países como o Brasil e de aumento da taxa básica de juros do banco central americano - e, por extensão, em grande parte do mundo.

Se de fato acontecer, o garrote na liquidez encerrará um ciclo de quase 10 anos de expansão, com efeitos ainda imprevisíveis - mas com potencial recessivo, como estima o prêmio Nobel de Economia, Edmundo Phelps.

Dólar

A cotação do dólar, que produz uma taxa de câmbio desfavorável para os países importadores, também pressiona para cima o preço do petróleo, cujo barril saiu de menos de US$ 50 há um ano para mais de US$ 65 nos últimos dias. Mas os principais sintomas da encruzilhada da economia mundial vêm das duas maiores potências: Estados Unidos e China. A economia americana deve crescer 2,9%, em 2018, e 2,7%, em 2019, confirmando uma fase de opulência, mas com viés de baixa. Já a chinesa tende à desaceleração, com crescimentos de 6,7% e 6,4% nos dois anos, ambos inferiores ao índice de 2017, 6,9%.

Essa situação leva analistas a acreditarem que a expansão da economia mundial será desigual de país para país, e não mais generalizada. Dentre todos, talvez o principal dos fatores de incerteza é a possível guerra comercial entre EUA e China. O confronto, se se aprofundar, poderia custar até 0,7% do PIB por ano à economia chinesa, segundo estudo de Prashant Chandran, diretor de derivativos da consultoria Western Asset.

Para Jean-Paul Betbeze, presidente da Betbeze Conseil, de Paris, e ex-economista-chefe do banco Crédit Agricole, a economia mundial enfrenta riscos múltiplos, nas bolsas, no sistema financeiro, nas taxas de câmbio e na política monetária, na desaceleração da China e na instabilidade política.

Múltis estão reticentes

O novo governo brasileiro também enfrentará um cenário internacional de contração de investimentos diretos. Em 2018, a queda mundial foi de 41%, e o mercado não espera uma recuperação para 2019. Números da Organização das Nações Unidas (ONU) revelam que as multinacionais estão sentadas hoje em ativos de US$ 6 trilhões e hesitam em investir, em parte por conta das incertezas geradas pela guerra comercial.

Para empresários e especialistas, esse capital será atraído por países que se mostrarem competitivos. "Reformas são necessárias no Brasil", disse ao Estado Borge Brende, presidente do Fórum Econômico Mundial. "Um pouco já foi feito. Mas essa tendência precisa continuar."

O Fórum já está em contato tanto com a equipe de Jair Bolsonaro (PSL) quanto com a de Fernando Haddad (PT) para que, definida a eleição, o vencedor seja convidado a viajar para a Suíça em janeiro para explicar ao mundo quais são seus projetos para o Brasil. "No longo prazo, o Brasil tem enormes oportunidades. Mas, no curto prazo, existem desafios reais que terão de ser lidados", disse Brende, que foi o chanceler norueguês entre 2013 e 2017. "O País tem condições de superar isso. Educação e inovação terão de ser incentivados."

De olho

As grandes multinacionais também acompanham com atenção o que ocorre no Brasil. Em 2018, com a crise política, houve uma queda de investimentos de 22%. Para executivos, porém, a dimensão do mercado nacional mantém o País entre os focos de atenção.

Paul Bulcke, presidente mundial da conselho de administração da Nestlé, garante que, seja qual for o resultado das eleições no Brasil, a maior multinacional do setor da alimentação continuará a investir no País. "Somos uma empresa que pensa no longo prazo", justificou.

Nos resultados publicados pela companhia na semana passada, o cenário para o Brasil voltou a ser positivo para a Nestlé. "A América Latina viu um crescimento orgânico positivo e acelerou no terceiro trimestre", apontou em um comunicado que indicou expansão de cerca de 5%. "Apesar de um ambiente comercial desafiador, o Brasil voltou a ter um crescimento positivo no terceiro trimestre", informou a multinacional. Ração animal, café e doces registraram um bom desempenho em toda a região das Américas.

Investimentos

No primeiro semestre, a Nestlé anunciou investimento de R$ 200 milhões para ampliar a produção em fábrica da Nescafé Dolce Gusto no Brasil, em Montes Claros (MG). Em 2017, a multinacional já havia anunciado um investimento de R$ 270 milhões em uma nova fábrica da Purina, de rações, em Ribeirão Preto (SP).

Na primeira década deste século, a expansão da economia brasileira resultou em ganhos reais para a multinacional. Os balanços da empresa mostraram que o Brasil terminou 2011, por exemplo, como terceiro maior mercado, posição que já havia conquistado em 2010 ao superar a Alemanha em vendas.

Mas a recessão não poupou nem a poderosa multinacional. Em seu informe anual sobre seus resultados de 2017, a Nestlé indicou que no Brasil teve um crescimento orgânico negativo diante de "pressões deflacionárias (...), em especial no setor lácteo."

Preste atenção

1. Fatores

Diferentes organizações ao longo dos últimos meses reuniram indicadores apontando que as tensões comerciais, o aperto das condições financeiras em mercados emergentes e os riscos políticos em todo o globo devem frear a performance global.

2. OCDE

A organização, que reúne 36 países, emitiu seu sinal de alerta há um mês. Se até o fim de 2017 e o início do ano, a perspectiva era de expansão generalizada do PIB, o cenário hoje apresenta disparidades nacionais importantes. Os prognósticos de crescimento foram revisados para baixo: 3,7% em 2018 e em 2019.

3. Câmbio

A cotação do dólar, que produz uma taxa de câmbio desfavorável para os países importadores, também é um agravante para a desaceleração.

4. Potências

Os principais sintomas da encruzilhada da economia mundial vêm dos Estados Unidos e da China. Se o confronto entre os dois se aprofundar, poderá custar até 0,7% do PIB por ano à economia chinesa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Leroy Merlin vai investir R$ 300 milhões no País em 2019 na cadeia logística de abastecimento, num centro de distribuição com 120 mil m2 em Cajamar (SP), em uma loja e na área digital. É praticamente a mesma cifra aplicada neste ano.

"O Brasil sempre anda. Faz quatro anos que está devagar e, se continuar, estamos acostumados. Não deixamos de investir", diz o diretor-geral da companhia no Brasil, Alain Ryckeboer. Há 20 anos no País, o executivo diz que viu quatro crises. "Tomara que estejamos no início de uma onda de crescimento", afirma o executivo, que se diz otimista.

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Esta semana a empresa concluiu a construção do maior home center da rede na América Latina, que fica na Marginal Tietê, em São Paulo, e consumiu aporte de R$ 110 milhões.

Uma das inovações da loja, além de um 'drive thru', em que o cliente pode comprar o produto sem sair do carro, é um laboratório equipado com impressoras 3D, gravadoras a laser e máquinas de corte.

"Qualquer pessoa que quiser inovar, inventar um produto ou substituir uma peça vai poder fabricá-la aqui, na impressora 3D, em acrílico", diz Ryckeboer. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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