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A Controladoria-Geral da União (CGU) investiga se houve inserção de dados falsos no cartão de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nos sistemas do Ministério da Saúde. O Estadão/Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) teve acesso a documentos trocados entre os dois órgãos.

A CGU pede informações sobre registros de vacinação contra Covid-19 de Bolsonaro "constantes nos sistemas" da Saúde e "a disponibilização dos registros constantes dos mesmos sistemas sobre o dia e a hora em que foi registrada a aplicação da vacina ministrada no ex-presidente da República no dia 19/7/2021, na UBS Parque Peruche-SP".

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Não há indicação se tais dados seriam verdadeiros ou falsos. Bolsonaro disse não ter se vacinado e impôs sigilo de um século sobre a carteira, que deve ser divulgada hoje. Procurado, o Ministério da Saúde disse que "presta informações aos órgãos de controle quando instado pelos mesmos" e que "informações pessoais são de caráter reservado".

A Controladoria-Geral da União (CGU) vai retirar o sigilo imposto sobre o cartão de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro até esta sexta-feira (17). A divulgação caberá ao Ministério da Saúde.

Resistente à imunização contra a Covid-19, Bolsonaro - que disse não ter se vacinado - impôs sigilo de um século sobre o documento e alegou privacidade. A informação sobre a liberação do sigilo foi divulgada pelo site Metrópoles e confirmada pelo Estadão. Os registros do cartão de Bolsonaro deverão ser repassados, inicialmente, a pessoas que requisitaram os dados via Lei de Acesso à Informação (LAI).

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Na semana passada, ao ser questionado sobre a divulgação do cartão, o ministro da CGU, Vinícius de Carvalho, afirmou que dados pessoais de pessoas públicas poderão ser divulgados em determinadas circunstâncias. "Dados pessoais podem vir a público se houver interesse público manifesto", disse.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), sancionou projeto que derruba a exigência de vacinação contra a Covid-19 para ter acesso aos locais públicos e privados do Estado. O despacho foi assinado na terça-feira (14), e publicado no Diário Oficial do Estado de São Paulo desta quarta-feira (15), dia em que a lei entrou em vigor. "Fica proibido exigir comprovante de vacinação contra Covid-19 para acesso a locais públicos ou privados", afirma o texto.

Ainda de acordo com o governo estadual, não haverá mais a obrigatoriedade da apresentação do certificado de vacinação para ter acesso a locais públicos e privados, exceto aos profissionais de saúde. "Uma vez que eles podem ter contato com imunossuprimidos, trabalhadores em instituições para idosos, profissionais em contato com crianças portadoras de doenças crônicas e mulheres grávidas, considerando que estas pessoas estão mais propensas a desenvolver formas graves de Covid-19", disse.

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A informação sobre o passaporte da vacina foi antecipada pela Coluna do Estadão, na terça-feira. Conforme a reportagem, o prazo final para manifestação do governador sobre o projeto, de autoria de frente bolsonarista da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), expirava nesta quarta-feira.

Prometida durante a campanha, a medida vai na contramão dos planos do governo federal, que vem defendendo todo o esforço para ampliar a cobertura vacinal, inclusive com a obrigatoriedade para o acesso a locais públicos e para receber benefícios, como o Bolsa Família. O direito ao programa social depende da imunização dos filhos dos beneficiários.

O projeto de lei é de autoria de Janaina Paschoal (PSL), Altair Moraes (Republicanos), Carlos Cezar (PSB), Castello Branco (PSL), Coronel Nishikawa (PSL), Coronel Telhada (PP), Agente Federal Danilo Balas (PSL), Delegado Olim (PP), Douglas Garcia (PTB), Gil Diniz (sem partido), Leticia Aguiar (PSL), Major Mecca (PSL), Marta Costa (PSD), (Valeria Bolsonaro (PRTB), Frederico d’Avila (PSL) e Tenente Nascimento (Republicanos).

Cobertura vacinal

"A Secretaria de Saúde e o governo de São Paulo são favoráveis à vacina e entendemos que ela é o melhor instrumento que une custo e efetividade para a prevenção de doenças. O que está em discussão é apresentação do comprovante em determinadas situações", disse o secretário de Estado da Saúde, Eleuses Paiva.

O objetivo do governo paulista, afirmou, é orientar a população sobre a necessidade de manter acima de 90% a cobertura vacinal para todo Plano Nacional de Imunização (PNI).

"São Paulo atingiu os mais altos índices de cobertura vacinal do País. Mais de 90% da população foi imunizada. Esse resultado é fruto da conscientização das pessoas sobre a importância da vacinação. Por isso, vamos reforçar esse trabalho com a realização de campanhas de vacinação para todas as idades, com informação clara e precisa, além de disponibilizar a vacina para todos", completou o governador.

A prefeitura do Jaboatão dos Guararapes já iniciou a 1ª Campanha de Vacinação Contra a Brucelose com o objetivo de reduzir a incidência e prevalência dessa enfermidade nos rebanhos bovinos. Doença leva à diminuição da produtividade do bovino.

O objetivo é tornar as propriedades livres e monitoradas para Brucelose, visando a médio e longo prazo a erradicação desta doença no município. A equipe está em campo, desde quarta-feira (8), para aplicar as doses.

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A previsão é que a campanha tenha duração de quatro meses e, nesse período, serão utilizados dois tipos de vacinas, sendo a B19 em 300 bezerras de 3 a 8 meses de idade, e a vacina RB51, que visa imunizar 500 fêmeas bovinas acima de 8 meses. Dessa forma, serão aplicadas 800 doses (única), ambas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).

Estão aptos a participar da campanha os pequenos produtores cadastrados e acompanhados pela Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco (Adagro).

Essa doença leva à diminuição da produtividade, causando a perda de competitividade nos mercados, vulnerabilidade a barreiras sanitárias e, consequentemente, diminuição da renda do produtor, além de ser uma das principais zoonoses que impacta na saúde pública.

A vacinação é o principal recurso para combater a doença no rebanho e o controle sanitário traz grandes benefícios ao criador, pois favorece o aumento da produtividade geral do rebanho.

Além disso, contribui para a saúde pública, produzindo alimentos seguros para a sociedade e protegendo a saúde dos trabalhadores que lidam diretamente na cadeia de carne e leite.

Por se tratar de uma vacina viva, passível de infecção para quem a manipula, a aplicação é realizada por um médico-veterinário contratado pela Prefeitura do Jaboatão, que possui registro no Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal (PNCEBT).

Após a vacinação, o profissional fornece o atestado de imunização ao produtor. Para mais informações, o criador pode ligar para o número (81) 99444-2742.

Da assessoria

Recife anunciou a retomada da vacinação contra a Covid-19 para bebês a partir dos seis meses e crianças até os 11 anos. As doses voltam a ser distribuídas nos 16 locais de imunização da cidade a partir deste sábado (4), mediante agendamento no aplicativo ou no site do Conecta Recife.

Após as aplicações serem suspensas em dezembro por falta de doses enviadas pelo Ministério da Saúde, a Prefeitura informou que 13.860 doses de Pfizer Baby foram entregues para atender bebês de seis meses e crianças até os dois anos.

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Segundo levantamento da Secretaria Municipal de Saúde, 1.612 meninos e meninas com essa idade estão aptos a receber a segunda dose do imunizante. É importante frisar que não há necessidade de intervalo entre as doses das vacinas do calendário de rotina e o imunizante da Covid-19.

Outras 48.116 bebês crianças na mesma faixa ainda não começaram o ciclo de proteção de três doses. As duas primeiras têm intervalo de 21 dias (3 semanas), seguidas pela terceira que deve ser administrada pelo menos dois meses (8 semanas) após a segunda dose.

O público infantil de três a quatro anos também vai receber a Pfizer Baby. A Prefeitura explicou que o Ministério da Saúde adotou uma nova recomendação e indicou que a terceira dose com o imunizante, mesmo que a criança já tenha iniciado o esquema com a Coronavac. Esse reforço será feito em um intervalo de quatro meses após a segunda dose da Coronavac. Até agora, 3.202 crianças nessa faixa etária podem receber esta terceira dose. 

A imunização de crianças de cinco a 11 anos também foi suspensa em janeiro por falta de vacinas. O município informou que recebeu 45.380 doses da Pfizer Pediátrica para atender as 39.264 crianças que ainda faltam receber a primeira dose do imunizante. Outras 27.643 já podem tomar a segunda dose e 37.980 a terceira.

As aplicações são feitas em 16 unidades de referência para vacinação espalhadas em shoppings e centros de saúde do Recife. O endereço e os horários de funcionamento de cada local podem ser vistos no site.

O Ministério da Saúde divulgou esta semana o cronograma para 2023 do Programa Nacional de Vacinação. As ações começam em 27 de fevereiro, com a aplicação de doses de reforço bivalentes contra a covid-19 na população com maior risco de desenvolver formas graves da doença, como idosos acima de 60 anos e pessoas com deficiência.

Também está previsto para abril intensificar a campanha de vacinação contra a influenza, antes da chegada do inverno, quando as temperaturas mais baixas levam ao aumento nos casos de doenças respiratórias. Já em maio, deve ocorrer uma ação de multivacinação contra a poliomielite e o sarampo nas escolas.

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As etapas, de acordo com o ministério, foram organizadas de acordo com os estoques de doses existentes, as novas encomendas realizadas pela pasta e os compromissos de entregas assumidos pelos fabricantes de vacinas.

O cronograma foi pactuado com representantes do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e pode ser alterado caso o cenário de entregas seja modificado ou tão logo novos laboratórios tenham suas solicitações aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Confira as cinco etapas do cronograma:

Etapa 1 - fevereiro

Vacinação contra covid-19 (reforço com a vacina bivalente)

Público-alvo: Pessoas com maior risco de formas graves de covid-19; pessoas com mais de 60 anos; gestantes e puérperas; pacientes imunocomprometidos; pessoas com deficiência; pessoas vivendo em Instituições de Longa Permanência (ILP); povos indígenas, ribeirinhos e quilombolas; trabalhadores da saúde.

Etapa 2 - março

Intensificação da vacinação contra covid-19

Público alvo: Toda a população com mais de 12 anos.

Etapa 3 – março

Intensificação da vacinação contra covid-19 entre crianças e adolescentes

Público alvo: Crianças de 6 meses a adolescentes de 17 anos.

Etapa 4 – abril

Vacinação contra Influenza

Público-alvo: Pessoas com mais de 60 anos; adolescentes em medidas socioeducativas; caminhoneiros; crianças de 6 meses a 4 anos; Forças Armadas; forças de segurança e salvamento; gestantes e puérperas; pessoas com deficiência; pessoas com comorbidades; população privada de liberdade; povos indígenas, ribeirinhos e quilombolas; professores; profissionais de transporte coletivo; profissionais portuários; profissionais do Sistema de Privação de Liberdade; trabalhadores da saúde.

Etapa 5 - maio

Multivacinação contra poliomielite e sarampo nas escolas.

Baixa cobertura

O ministério destacou que o Brasil, apesar de ser considerado um país pioneiro em campanhas de vacinação, vem apresentando retrocessos nesse campo desde 2016. Praticamente todas as coberturas vacinais, segundo a pasta, estão abaixo da meta.

“Diante do cenário de baixas coberturas vacinais, desabastecimento, risco de epidemias de poliomielite e sarampo, além da queda de confiança nas vacinas, o Ministério da Saúde realizou, ao longo do mês de janeiro, uma série de reuniões envolvendo outros ministérios.”

“É importante ressaltar que, para todas as estratégias de vacinação propostas, as ações de comunicação e de comprometimento da sociedade serão essenciais para que as campanhas tenham efeito. A população precisa ser esclarecida sobre a importância da vacinação e os riscos de adoecimento e morte das pessoas não vacinadas.”

 

Ministério da Saúde anunciou, nesta quinta-feira (26), a previsão de iniciar o reforço bivalente de imunização contra a Covid-19 no fim de fevereiro. A perspectiva foi apresentada durante a primeira reunião ordinária da Comissão Intergestores Tripartite (CIT) de 2023, realizada em Brasília (DF), na Organização Pan-Americana de Saúde (Opas/OMS).

A expectativa da Pasta é que, a partir de 27 de fevereiro, pessoas acima de 70 anos, imunocomprometidos, comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas, recebam o reforço bivalente.

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Confira como será a divisão: 

Fase 1: pessoas acima de 70 anos, imunocomprometidos, comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas;

Fase 2: pessoas entre 60 e 69 anos;

Fase 3: gestantes e puérperas; e Fase 4: profissionais de saúde.

As informações foram apresentadas pelo diretor do Departamento de Imunização e Doenças Imunopreveníveis (SVSA/MS), Éder Gatti. "Fechamos o ano de 2022 com baixa cobertura vacinal em quase todas as imunizações. Também encontramos um baixo estoque de vacinas. Por isso, temos o risco real de desabastecimento de imunizantes importantes para o nosso calendário, como a BCG, Hepatite B e tríplice viral, por exemplo", alertou.

Com o cenário, Éder pontuou o risco da reintrodução de casos de poliomielite em território nacional. "Os nossos passos serão de reforço ao compromisso com a ciência, o fortalecimento da atenção primária e ações complementares, como a vacinação nas escolas", adiantou.

Diálogo permanente

Durante a reunião da Comissão Intergestores Tripartite, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, reforçou o diálogo interfederativo entre União, estados e municípios, e destacou a importância do trabalho conjunto na tomada de decisões.  "Este é um momento histórico (de retomada de diálogo). A nossa política deve ser de cuidado e construção coletiva. Pensar em saúde não pode ser uma visão de gasto social, mas um componente essencial da cidadania", afirmou Nísia. 

A titular da pasta acrescentou outras pautas de destaque, como a recuperação do Programa Farmácia Popular, a retomada de novas bases do Programa Mais Médicos e a redução de filas no Sistema Único de Saúde. 

A cerimônia contou com a presença de representantes do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). 

Wilames Bezerra, presidente do Conasems, declarou que enxerga “o Sistema Único de Saúde do Brasil como um grande patrimônio da nação, que deu respostas à população nos momentos mais precisos, como no combate à pandemia de Covid-19".  Na avaliação de Cipriano Maia, presidente do Conass, o momento de diálogo entre os entes interfederativos requer comemoração.

"Desde a mudança de governo, estamos prenunciando que viveremos tempos diferentes, com diálogo permanente na construção do SUS. Isso, não podemos esquecer, é realizado em tripartite", defendeu. 

Política pública

Representante da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas/OMS) no Brasil, Socorro Gross, considerou que a reunião é o momento de dar transparência às decisões de saúde. "Um SUS mais resiliente, construído de forma social, não é uma utopia, mas o que as pessoas precisam e podem ter. Nós, da Opas, unimos forças com o Ministério da Saúde para construir este SUS", garantiu. 

*Do Ministério da Saúde

Um casal antivacina que rejeita uma transfusão para seu bebê, grupos de Facebook que incitam violência contra médicos, uma organização que faz a ligação com doadores não vacinados: a desinformação sobre a covid-19 gerou um movimento chamado "sangue puro".

O movimento difunde teorias conspiratórias com o foco em afirmações infundadas de que receber sangue de pessoas vacinadas contra o coronavírus "contamina" o corpo.

Essas teorias, no entanto, não se baseiam em "nenhuma evidência científica", disse à AFP Katrine Wallace, epidemiologista da Universidade de Illinois em Chicago.

"Se uma pessoa vacinada doa sangue para outra não vacinada, a pessoa que recebe a transfusão não passa a estar vacinada", explicou.

Isso não impede que internautas se pronunciem a favor da criação de bancos de sangue dedicados às pessoas que não se vacinaram contra a covid, um pedido que também foi recebido por médicos na América do Norte.

Recentemente, um casal da Nova Zelândia tentou impedir uma cirurgia cardíaca necessária para salvar a vida de seu bebê com o argumento de que ele poderia receber sangue de um doador vacinado.

Um tribunal retirou temporariamente dos pais a guarda da criança para permitir o procedimento, mas o caso se transformou em um símbolo para os ativistas antivacinas.

"Casos como este se propagam como um rastro de pólvora tanto nos sites de notícias mais periféricos como nos principais, e depois nas redes sociais, chamando a atenção sobre as teorias da conspiração contra as vacinas", assinalou Wallace.

Em grupos privados de redes sociais, os defensores do "sangue puro" promovem a violência contra os médicos que administram vacinas anticovid, afirmando falsamente que os imunizados estão morrendo em massa.

Imagens publicadas em um desses grupos mostram, por exemplo, uma enfermeira segurando uma seringa parada no meio de um campo cheio de caveiras, constatou um jornalista da AFP.

- 'Rentável' -

Uma organização com sede em Zurique (Suíça), Safe Blood Donation, busca, inclusive, conectar doadores e receptores não vacinados.

Esta associação, fundada pelo suíço especialista em naturopatia George Della Pietra, promete em seu site obter sangue de não vacinados para seus clientes, tanto "fresco" como "enlatado". Afirma estar presente em Europa Ocidental, Estados Unidos, Canadá, Austrália, Ásia e África.

"Muitos cientistas e médicos têm preocupações sobre as vacinas contra a covid e também estão convencidos de que elas entram no corpo pelo sangue, de forma indireta, pode-se dizer, e ficam lá", assegurou à AFP um funcionário da Safe Blood Donation, Clinton Ohlers.

Isso contradiz diretamente as afirmações científicas.

"As doações de sangue de pessoas que receberam uma vacina contra a covid-19 são seguras para transfusões", assinalou à AFP Jessa Merrill, da Cruz Vermelha dos Estados Unidos.

"Assim como outras vacinas [...] a vacina contra a covid-19 está desenhada para gerar uma resposta imunológica para ajudar a proteger uma pessoa de doenças, mas os componentes da vacina em si não se encontram na corrente sanguínea", acrescentou.

Os membros da Safe Blood devem pagar uma cota de inscrição inicial de 50 euros e, depois, uma assinatura anual de 20 euros, segundo o site da organização.

"O movimento 'sangue seguro' baseia-se absolutamente 100% em informação errada contra as vacinas", disse Wallace. "E apelar aos medos das pessoas é lamentavelmente rentável".

- 'Próximo bitcoin' -

A busca pela chamada "pureza" não se limita ao sangue.

Publicações nas redes sociais solicitam leite materno de mães não vacinadas, assim como sêmen de homens não vacinados, um bem apreciado que, segundo os teóricos da conspiração, será o "próximo bitcoin".

Esses pedidos parecem ter origem na crença em afirmações já desacreditadas de que as vacinas anticovid podem causar infertilidade ou alterar o DNA humano.

É difícil estimar a quantidade de pessoas que buscam sangue "não vacinado", mas os especialistas dizem que encontrá-lo seria um desafio em países com altas taxas de vacinação.

Nos Estados Unidos, onde mais de 80% da população recebeu ao menos uma dose, as autoridades sanitárias explicam que não pedem aos doadores que façam um teste de estado vacinal.

Os hospitais tampouco podem informar o estado do sangue doado aos pacientes.

burs-ac/led/vgr/lpa/ad/yow/rpr

O Ministério da Saúde recebe nesta sexta-feira (20) um lote com 7,2 milhões de doses de vacina pediátrica e baby da Pfizer contra a covid-19. As vacinas, que são o primeiro lote de um total de 7,7 milhões, são parte de um aditivo fechado entre o ministério e o laboratório que prevê a entrega de 50 milhões de doses dessa vacina para ser aplicada em crianças entre 6 meses e 11 anos de idade. Segundo o ministério, amanhã (21), pela madrugada, está prevista a entrega de um novo lote, contendo mais 550 mil doses. 

Os lotes dessa vacina estão sendo entregues no Aeroporto de Viracopos, em Campinas, no interior de São Paulo.

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Desse total que está sendo entregue entre hoje e amanhã, 4,5 milhões de doses são da vacina chamada Baby e serão destinadas para crianças de seis meses a 4 anos de idade. As demais 3,2 milhões de doses são de vacina pediátrica e serão destinadas ao público entre 5 e 11 anos.

A Pfizer informou que as 42,3 milhões de doses restantes desse contrato serão entregues ao Brasil até o final do primeiro semestre deste ano, embora haja uma tentativa de que essa entrega seja antecipada.

“A Pfizer segue envidando seus melhores esforços para entregar o maior volume de doses possível ainda no primeiro trimestre, de forma a atender a necessidade do país”, disse a empresa.

Segundo o ministério, as vacinas passarão por análise do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde e depois serão distribuídas para todos os estados e o Distrito Federal. A vacinação de crianças contra a covid-19 é fundamental para proteger esse público contra as formas graves da doença, além de evitar mortes. O ministério ressalta que os imunizantes são seguros e já foram aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Bivalente

A Pfizer informou ainda que, além das vacinas pediátricas e Baby, mais 19,4 milhões de vacina bivalente devem ser entregues ainda neste mês de janeiro ao governo brasileiro. Desse total, 9,2 milhões já foram entregues. O restante deve chegar ao Brasil até o dia 30 de janeiro. A vacina bivalente é aplicada em pessoas com idade acima dos 12 anos e protege contra a cepa original do coronavírus e também contra algumas subvariantes da Ômicron.

Nesta segunda-feira (9), a Prefeitura do Cabo de Santo Agostinho, através da Secretaria de Saúde, iniciou a aplicação da dose de reforço (3ª dose) da vacina que combate a Covid-19, em crianças de 5 a 11 anos. Esse público deve ter recebido a segunda dose há, pelo menos, quatro meses.

A imunização deste grupo, nesta etapa da vacinação, será com a Pfizer Pediátrica. A vacinação está sendo aplicada apenas no Shopping Costa Dourada, seguindo com os atendimentos de segunda a sexta, das 11h às 18h, no sábado, das 10h às 18h, e aos domingos, das 12h às 18h.

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Não é necessário agendamento. No momento da vacinação, além do comprovante de que já completou o ciclo vacinal, é preciso apresentar os documentos de identificação da criança e do responsável, cartão SUS ou CPF.

* da Assessoria

O Ministério da Saúde passou nesta quarta (4) a recomendar a aplicação de dose de reforço da vacina contra Covid-19 para todas as crianças entre 5 e 11 anos. O intervalo entre a segunda dose e a complementar deve ser de ao menos quatro meses.

A imunização complementar nessa faixa deve ser feita com a vacina pediátrica da Pfizer, mesmo em crianças que receberam primeira e segunda doses da Coronavac (que é aplicada em pequenos a partir dos 3 anos).

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A recomendação foi baseada em pesquisas que mostraram o aumento dos níveis de anticorpos após o reforço. "No estudo clínico, as crianças avaliadas apresentaram aumento de seis vezes no número de anticorpos após a dose de reforço. Em outro estudo, o reforço da vacina da Pfizer se mostrou eficaz contra a variante Ômicron, com aumento de 36 vezes na produção de anticorpos nessa faixa etária", disse a pasta em nota.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já havia liberado a dose de reforço da Pfizer para crianças a partir dos 5 anos no início de dezembro. Adolescentes de 12 a 17 anos se tornaram elegíveis para a vacina complementar em maio do ano passado, com publicação de nota técnica da Saúde.

Calendário

O Ministério da Saúde aprovou também uma resolução para incorporar a vacinação contra a Covid-19 ao calendário do Programa Nacional de Imunizações (PNI).

A ideia é aplicar doses de reforço anuais em todos os mesmos grupos prioritários para a gripe, como idosos, profissionais da saúde e imunocomprometidos.

A decisão da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização prevê a utilização da vacina bivalente desenvolvida pela Pfizer com eficácia comprovada contra a variante Ômicron original e a cepa BA1 do coronavírus.

O imunizante foi aprovado em novembro pela Anvisa e o primeiro lote, com quantidade suficiente para 1,4 milhão de aplicações, chegou ao Brasil no início de dezembro.

"Até o momento, a efetividade da vacina ainda protege contra doenças graves, mas precisamos fazer essa proteção contra os grupos prioritários", afirma Ethel Maciel, recém-nomeada secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, ao Estadão. Ela explica ainda que o Ministério da Saúde continua a monitorar o surgimento de novas cepas da Covid-19 e fará qualquer alteração que se torne necessária.

Na última sexta-feira (30) a pasta fechou um contrato complementar com a farmacêutica Pfizer que prevê a entrega de 50 milhões de doses adicionais das vacinas contra a Covid-19.

Ao todo, foram encomendadas 150 milhões de doses da farmacêutica, das quais 69 milhões serão entregues até o fim do segundo trimestre deste ano.

Grupos

Os grupos considerados prioritários na vacinação contra a gripe e que devem se repetir na dose de reforço anual para o coronavírus, segundo o Ministério da Saúde, são aqueles compostos de crianças de seis meses a cinco anos, gestantes, puérperas, profissionais da saúde, além de pessoas de povos indígenas.

Entre os prioritários, aparecem ainda as pessoas com 60 anos ou mais, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas, além da população e funcionários do sistema prisional, pessoas portadoras de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A um dia do fim do governo Jair Bolsonaro (PL), o Ministério da Saúde anunciou a compra de mais 50 milhões de doses da vacina contra a covid-19 para o público acima de 6 meses de idade. O acordo fechado com a farmacêutica Pfizer prevê a entrega dos imunizantes até o segundo trimestre de 2023 - entre abril e junho do ano que vem.

A compra de vacinas contra a covid-19 para o ano que vem havia sido criticada pela equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em novembro. O coordenador do grupo responsável pela área da Saúde, Arthur Chioro, disse, na ocasião, que o ministério não havia formalizado a aquisição de todas as doses necessárias.

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Durante a pandemia, Bolsonaro promoveu aglomerações e atuou contra medidas de proteção, como o isolamento e o uso de máscaras. O presidente diz não ter se vacinado contra a covid e chegou a associar o imunizante ao risco de desenvolver o vírus da aids. Nesta quarta-feira, 28, a Polícia Federal (PF) disse ter visto crime na fala de Bolsonaro.

O novo acordo da Saúde com a Pfizer estabelece que serão compradas vacinas bivalentes para pessoas acima de 12 anos e doses monovalentes para as faixas etárias de 6 meses a 11 anos. Segundo o contrato, a farmacêutica poderá entregar imunizantes adaptados a novas variantes que venham a ser aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Segundo o Ministério da Saúde, com esta compra o número total de doses adquiridas chega a 150 milhões. Ao longo de 2022, 81 milhões de doses foram entregues ao Brasil. As 69 milhões de doses remanescentes do acordo serão entregues até o segundo trimestre de 2023.

A Saúde informou que para a faixa etária de 6 meses a 4 anos de idade estão previstas duas entregas em 2023: a primeira, com 16 milhões de doses, no primeiro trimestre e a segunda, com 6,68 milhões de doses, no segundo trimestre.

A Pfizer fará duas entregas para o público de 5 a 11 anos. Uma, com 11 milhões de doses, até o primeiro trimestre e outra, com 6,57 milhões, no segundo trimestre. Já para o público adulto, está prevista uma entrega de 9,7 milhões de doses da vacina bivalente BA.4/BA.5 até junho.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) atualizou as recomendações para a vacina contra o HPV, um dos principais fatores de risco para o câncer de colo de útero. A doença é uma das principais causas de morte de mulheres no mundo. O vírus não infecta só mulheres. A doença também oferece riscos para os homens. Para especialistas, a melhor prevenção é o uso de preservativo, tanto masculino como feminino, e também a vacinação.

Embora a vacina seja uma das principais formas de prevenção, o percentual de imunização vem caindo em todo o mundo. Flávia Miranda Corrêa, consultora médica da Fundação do Câncer, avalia que são vários os motivos para a baixa adesão, e destaca a importância de campanhas.

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"O foco foi colocado em evitar o vírus sexualmente transmissível, quando o foco tem que ser deslocado para a prevenção do câncer. Outra dificuldade é fazer a vacinação nas escolas no país e a terceira questão é mais relacionada ao movimento antivacinação que não é exclusivo no Brasil", explicou.

No Brasil, desde 2014, quando a vacina HPV foi implementada no calendário nacional de vacinação, o fornecimento é feito com a vacina quadrivalente, oferecida de graça pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Segundo o Ministério da Saúde, a vacina HPV é indicada para meninas e meninos de 9 a 14 anos. Isso porque ela é altamente eficaz nos adolescentes dessa faixa etária não expostas aos tipos de HPV 6,11,16 e 18, induzindo a produção de anticorpos em quantidade muitas vezes maior do que a encontrada em infecção naturalmente adquirida num prazo de dois anos.

A época mais favorável para a vacinação é nesta faixa etária, de preferência antes do início sexual, ou seja, antes da exposição ao vírus. O Brasil é um dos países que oferece a vacina para a faixas etárias mais extensas e foi um dos primeiros da América Latina a incorporar os meninos na vacinação.

O Ministério da Saúde informou, em nota, que o Programa Nacional de Imunizações acompanha a discussão e está aguardando a conclusão de outros estudos sobre a duração da imunidade com dose única e levará esse assunto para discussão já no primeiro semestre de 2023.

A partir desta segunda-feira (26), os bebês com 1 e 2 anos de idade sem comorbidades poderão receber a vacina contra Covid-19 na capital pernambucana. A imunização deste novo grupo será feita mediante cadastro e agendamento no site https://conecta.recife.pe.gov.br/ ou aplicativo do Conecta Recife, que estará disponível a partir das 12h deste sábado (24). A capital pernambucana tem 42.163 meninos e meninas nesta faixa etária.

A imunização do novo público será feita em cinco Centros de Vacinação da cidade: Shoppings Recife, em Boa Viagem; Riomar, no Pina; Boa Vista, na área central da cidade; Tacaruna, em Santo Amaro; e Centro Médico Senador José Ermírio de Moraes, em Casa Forte. A vacina será aplicada de domingo a domingo, mediante agendamento.

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A definição de ampliar a vacinação dos bebês foi discutida e aprovada pelos membros do Comitê Técnico Estadual de Acompanhamento da Vacinação, durante reunião realizada nesta sexta-feira (23). A decisão foi baseada na baixa procura nos postos de vacinação e na presença de doses do imunizante nos estoques.

De acordo com a recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a vacina utilizada para o público de 1 e 2 anos de idade sem comorbidades será a Pfizer Baby, que possui um frasco com a tampa na cor vinho e é diferente dos demais imunizantes do laboratório.

O esquema vacinal dos bebês será feito em três doses: sendo as duas primeiras com intervalo de 21 dias (3 semanas), seguidas por uma terceira dose que deve ser administrada pelo menos 2 meses (8 semanas) após a segunda dose. É importante frisar que a vacina contra covid-19 pode ser aplicada sem necessidade de intervalo entre os demais imunobiológicos do Calendário de Vacinação de Rotina.

No ato do cadastro, é preciso anexar documento oficial da criança, comprovante de residência em nome de um dos pais ou responsável legal, documento oficial que comprove filiação/responsabilidade. Os pais ou responsáveis devem estar presentes no momento da vacinação e munidos de documento de identificação do adulto e da criança, além do comprovante de residência do Recife.

Em caso de ausência de pais ou responsáveis, a vacinação deve ser autorizada por um termo de consentimento por escrito, cujo modelo oficial da Secretaria também está disponível no Conecta Recife. Para esses casos, além do termo de autorização, a pessoa que for acompanhar a criança deve levar documento que comprove a relação de parentesco, bem como o documento da criança e o comprovante de residência.

No Recife, o registro das doses anticovid desta população será efetuado na caderneta ou cartão de vacina que a criança já possua e é destinado à anotação de outras vacinas do calendário infantil. No dia da vacinação, os meninos e meninas também ganham um Certificado de Criança Super Vacinada, uma forma de estimular a garotada na hora da aplicação da vacina. No Certificado, o MC Gotinha ostenta uma capa de super-herói e o documento traz dizeres de incentivo em linguagem jovem e contemporânea.

Da assessoria

A vacina contra a dengue desenvolvida pelo Instituto Butantan e em fase final de testes alcançou 79,6% de eficácia, segundo resultados iniciais do estudo clínico divulgados ontem pela instituição. Para essa análise preliminar, foram considerados os dados de dois anos de acompanhamento dos 16,2 mil voluntários que participam do estudo de fase 3 (a última antes do pedido de registro). Conforme o protocolo do teste, eles deverão ser seguidos por cinco anos e, por isso, a eficácia final do imunizante só será conhecida em 2024. Os dados parciais, porém, animaram os pesquisadores.

No estudo, que conta com a participação de 16 centros de pesquisa em 14 Estados do País, os voluntários foram divididos de forma aleatória em dois grupos: dois terços foram vacinados e um terço recebeu o placebo. De acordo com Fernanda Boulos, diretora médica do Butantan, foram registrados 135 casos da doença entre os participantes, dos quais 100 ocorreram entre os não imunizados e apenas 35, entre os vacinados. "Embora preliminar, é um resultado robusto, com significância estatística. E ainda de uma vacina em dose única e que poderá ser indicada para crianças, adolescentes e adultos. Estamos otimistas", afirmou. Os resultados deverão ser submetidos para publicação em revista científica no ano que vem.

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PROTEÇÃO

De acordo com o Butantan, foram incluídos na pesquisa participantes de 2 a 59 anos, com e sem exposição prévia ao vírus da dengue. Nos voluntários que já haviam sido infectados antes do estudo, a eficácia foi de 89,2%. Já naqueles que nunca tinham contraído a doença, a proteção foi um pouco inferior, de 73,5%.

Os pesquisadores também calcularam a eficácia para cada um dos quatro sorotipos do vírus da dengue: para o tipo 1, a taxa ficou em 89,5%. Para o tipo 2, ela foi de 69,6%. Ainda não há dados de eficácia contra os sorotipos 3 e 4 porque essas cepas não circularam amplamente no País no período da análise.

De acordo com o virologista Maurício Nogueira, professor da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto e um dos pesquisadores principais do estudo, os resultados obtidos indicam que a eficácia para os sorotipos 3 e 4 também seja alta. "Tradicionalmente, o sorotipo que responde pior às vacinas é o 2. O que se espera, pelo que a gente conhece da biologia do vírus, é que as eficácias para os sorotipos 3 e 4 fiquem mais próximas do que foi observado para o sorotipo 1", explica o pesquisador.

PROBLEMAS

Não foram registradas hospitalizações ou mortes entre os voluntários de nenhum dos dois grupos. Por isso, ainda não é possível saber a eficácia do produto para casos mais graves, mas os pesquisadores acreditam que, considerando a alta proteção geral contra infecções sintomáticas, a eficácia contra casos graves também deverá ser alta.

Sobre a segurança do imunizante, somente 3 (menos de 0,1%) dos 16,2 mil voluntários apresentaram eventos adversos graves. "As reações adversas foram comparáveis entre o grupo que recebeu placebo e o que recebeu a vacina, exceto por reações esperadas que aconteceram fora do local da aplicação, como febre e irritação na pele", informou o Butantan.

PARCERIAS

A vacina do Butantan foi desenvolvida a partir de antígenos licenciados dos Institutos Nacional de Saúde (NIH, na sigla em inglês). Em 2018, a instituição brasileira firmou uma parceria com a farmacêutica MSD, que tem a licença do antígeno fora do Brasil. Em território nacional, o Butantan tem exclusividade e autonomia para comercializar o produto, caso ele futuramente receba a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

"Ter uma vacina desenvolvida e fabricada integralmente aqui no Butantan só reforça um dos nossos propósitos: mostrar que o Brasil tem capacidade produtiva para atender não só o território nacional, mas qualquer outro país que sofra com a dengue. Esse ano, especificamente, nós tivemos mais de 970 mortes pela doença. Nós temos a obrigação de salvar essas vidas", afirmou Dimas Covas, diretor executivo da Fundação Butantan.

CAPACIDADE

De acordo com Daniella Cristina Ventini Monteiro, gerente de produção do Butantan, a instituição terá capacidade para produzir até 50 milhões de doses da vacina por ano. "Podem ser utilizadas até três linhas de envase para que seja possível atender à demanda da saúde pública brasileira", declarou. A vacina é produzida com o vírus atenuado (enfraquecido).

Uma servidora de 60 anos foi demitida pela Prefeitura de Araraquara (SP), por justa causa, após a mulher se recusar a tomar vacina contra a Covid-19. Em contrapartida, a mulher alegou enfrentar problemas de saúde que, segundo ela, poderiam ser agravados pela vacina.

A mulher trabalhava como merendeira no Centro de Educação e Recreação (CAIC) Rubens Cruz II, no Selmi Dei e estava afastada da função desde junho de 2020, por ser do grupo de risco. A demissão ocorreu, em decorrência de um decreto municipal que entrou em vigor em agosto de 2021, que obriga que funcionários públicos da administração pública municipal direta e indireta, estejam vacinados contra covid-19.

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Por alegar sofrer de arritmia cardíaca, bronquite e Mal de Hashimoto (doença autoimune que ataca as células da tireoide), ela pediu para continuar afastada. Mas com o avanço da vacinação contra o coronavírus, em janeiro de 2021, a administração determinou que os servidores afastados por recomendação médica retornassem aos postos e trabalho. Na época, ela se comprometeu a voltar à função assumindo todos os riscos, mas o pedido foi negado pela Secretaria de Educação.

A partir disso, a prefeitura informou que recusa de se vacinar, sem justa causa médica, caracteriza falta disciplinar do funcionário público, passível de sanções previstas em legislação vigente. Com isso, por não colaborar com a decisão, ela foi demitida a revelia em 1º instância, mas pode recorrer da decisão. Na segunda-feira (5), ela protocolou um pedido de revisão, que ainda não foi julgado.  

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Instituto Butantan se reuniram, nesta sexta-feira (9), para tratar do desenvolvimento de uma possível vacina trivalente contra a Covid-19. Segundo a agência, a ideia é que o imunizante apresente maior efetividade não somente contra a variante original do coronavírus, como também contra a Delta e a Ômicron (BA.1).

Durante o encontro, os órgãos analisaram as informações sobre uma versão atualizada da Coronavac, fabricada pela biofarmacêutica chinesa Sinovac. De acordo com o Butantan, até o momento, os dados sobre essa produção ainda são preliminares, já que a Sinovac conduziu apenas dois estudos pré-clínicos. As testagens foram feitas somente em animais, mas a Sinovac já recruta voluntários para prosseguir com a etapa de testes em humanos.

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Ainda na reunião, a equipe técnica da Anvisa aproveitou para sinalizar quais pontos devem ser observados em um futuro pedido de autorização para a vacina trivalente contra Covid-19. Também foram discutidos critérios para a comprovação de segurança e eficácia do novo imunizante. Até o momento, no entanto, ainda não há pedido para autorização ou estudo clínico de novas versões da Coronavac no Brasil.

Ao Instituto Butantan, coube o compromisso de formalizar, junto à Anvisa, os dados que estão disponíveis atualmente sobre a nova vacina e também o planejamento proposto pela Sinovac quanto às próximas fases dos estudos clínicos. Em seguida, a agência reguladora deve analisar as propostas.

A Coronavac foi a primeira vacina contra a Covid-19 a ser aplicada em território nacional, sob uma iniciativa do Instituto Butantan em parceria com a Sinovac. Em janeiro de 2021, a versão monovalente, que protege contra a variante original do coronavírus, foi autorizada de forma temporária e emergencial no Brasil. Atualmente, a aplicação é permitida a partir dos 3 anos de idade.

Recentemente, a Anvisa aprovou a utilização das vacinas bivalentes da fabricante Pfizer, que demonstram maior eficácia contra a Ômicron (original e a cepa BA.1). O primeiro lote do imunizante chegou ao Brasil nesta sexta-feira (9), com um 1,4 milhão de doses.

A remessa entregue nesta sexta ainda será analisada e avaliada pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS). Segundo o Ministério da Saúde, as orientações sobre distribuição, aplicação e público-alvo dessas doses serão informadas por meio de uma nota técnica a ser emitida nos próximos dias.

Nesta semana, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) divulgou que, do dia 22 ao dia 28 de novembro deste ano, pelo menos uma em cada cinco cidades brasileiras relatou falta de doses para vacinar crianças de 3 a 11 anos contra a Covid-19. Em Pernambuco, algumas cidades da Região Metropolitana também reclamam da falta de vacina, havendo suspensão da aplicação em alguns casos.

No Recife, crianças de 3 a 4 anos tiveram a imunização suspensa por conta da falta da vacina. "A decisão da Prefeitura do Recife foi necessária após o Ministério da Saúde não enviar novas remessas de Coronavac, único imunizante permitido para essas faixas etárias. A gestão municipal cobrou por duas vezes, através de ofícios enviados ao órgão federal, o envio das doses, mas não obteve retorno", detalhou a Secretaria de Saúde da capital pernambucana.

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Essa é a segunda vez que o Recife precisa paralisar a aplicação da primeira e segunda doses contra Covid-19 das crianças com 3 e 4 anos. No começo de novembro, com a falta de estoque de Coronavac no município e sem previsão para normalização da distribuição por parte do Ministério de Saúde, a gestão municipal também precisou suspender a vacinação dos meninos e meninas nessas faixas etárias. 

Até o momento, 11.769 crianças com 3 e 4 anos foram vacinadas na capital pernambucana com a primeira dose contra a covid-19 - o que representa 27,27% de cobertura vacinal. Desse total, 3.741 (8,66%) já receberam a segunda dose e completaram o esquema vacinal. 

Jaboatão

A cidade de Jaboatão dos Guararapes confirmou que recebeu 1210 doses da Coronavac há duas semanas e continua ofertando a realização das segundas doses para crianças de 3 a 4 anos, completando, assim, o esquema vacinal destas. 

No entanto, a orientação da Secretaria de Saúde da cidade é não iniciar novas demandas por não ter prazo de envio de novas doses pelo Ministério da Saúde. 

"O estoque em nível central é de cerca de 300 doses, estando o restante distribuído em salas de vacina e na Van da Vacina", informou a assessoria de Jaboatão.

Paulista

No dia 8 de novembro, a cidade de Paulista havia suspendido a vacinação das crianças de 3 a 4 anos, também por falta de doses suficientes. No entanto, o município retomou com o serviço no dia 25 de novembro. 

De acordo com a Coordenação do Programa Nacional de Imunização de Paulista (PNI), o município recebeu um total de 640 doses para a retomada da vacinação contra a Covid-19 do público de 3 a 4 anos. Até esta terça-feira (29/11), foram vacinadas 148 crianças com a primeira dose (D1), e outras 148 unidades já estão separadas para a aplicação da segunda dose (D2) nesse mesmo público, totalizando 296 doses. Além da primeira dose, foram vacinadas 64 crianças com a dose de reforço (D2). 

De acordo com o PNI da cidade, 100 doses foram enviadas na quarta-feira (30) para o polo de vacinação do Paulista North Way Shopping, restando 180 no estoque. "Até o momento, não é possível dizer se haverá ou quando haverá suspensão da D1, pois isso depende da procura a essas 100 unidades que foram disponibilizadas para o dia de hoje", respondeu a assessoria do Paulista.

O que diz a Secretaria Estadual de Saúde?

A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) informou que todas as doses da Coronavac destinada para a faixa etária de 3 a 4 anos de idade enviadas pelo governo federal já foram encaminhadas para as 12 Gerências Regionais de Saúde (Geres) e distribuídas aos municípios pernambucanos. 

De acordo com a SES, o último recebimento de imunizantes da Coronavac para este grupo ocorreu no dia 22 de novembro, após um período de hiato por parte do Ministério da Saúde.

"Importante frisar que Pernambuco recebeu um lote com 40 mil doses, ou seja, menos de 50% das doses solicitadas ao órgão federal para atender a necessidade do Estado. Para se ter uma ideia, as solicitações do Programa Estadual de Imunizações (PNI-PE), ao órgão federal, somaram um total de 100 mil doses. No Estado, o público estimado é de 154.355 pessoas com 4 anos de idade e 149.786 crianças com 3 anos", detalha a secretaria. 

Ministério da Saúde nega desabastecimento

O LeiaJá procurou o Ministério da Saúde, que negou que esteja faltando doses da Coronavac, que mandou vacinas para o estado e que cabe aos estados o planejamento da distribuição.

"Não há desabastecimento de vacinas contra covid-19 para o público infantil. Na segunda quinzena de novembro, o Ministério da Saúde distribuiu um milhão de doses destinadas ao público com idades de três a menores de cinco anos para todo o Brasil de forma proporcional e igualitária. Para o estado de Pernambuco, foram 40 mil doses destinadas a esse público. Cabe aos estados o planejamento e gerência da distribuição aos municípios", pontua.

A ex-deputada federal Manuela D'Ávila descobriu que seu cadastro no Sistema Único de Saúde (SUS) ainda consta como se ela estivesse morta. Ela soube pela primeira vez que estava "morta" em 2021, quando foi tomar a primeira dose da vacina contra a Covid-19. 

Na manhã desta segunda-feira (28), Manuela compartilhou que ao ir tomar a 4ª dose do imunizante em Porto Alegre, os profissionais que a atenderam não conseguiram incorporar o registro da vacina ao sistema. "Ocorre que sai com o registro da minha vacina apenas físico porque ela [a profissional da saúde] não conseguiu incorporar ao sistema. Por quê? Porque consto como morta. Não tem como registrar a vacina depois da data de óbito", escreveu.

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D'Ávilla apontou estar exausta por conta da situação. "Vocês tem ideia do grau de exaustão que sinto? Nos últimos anos fui morta no sistema algumas vezes. Sei que essa morte é a expressão mais profunda dos desejos bolsonaristas, mas eu, como cidadã, preciso enfrentar uma guerra de guerrilhas infinitas para ter um direito básico garantido", destaca.

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Os estudos clínicos da primeira vacina totalmente nacional contra a covid-19 foram iniciados nesta sexta-feira (25) na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O imunizante SpiN-Tec MCTI UFMG é o primeiro desenvolvido com tecnologia e insumos nacionais, além de ser financiado com recursos de instituições brasileiras. 

Durante evento realizado em Belo Horizonte, o secretário de Pesquisa e Formação Científica do Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovações (MCTI), Marcelo Morales, aplicou a primeira dose da vacina em um dos 1 mil voluntários que se inscreveram para participar dos testes.   

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Os testes serão realizados em três fases que reunirão 72, 360 e 5 mil voluntários, respectivamente. Após a conclusão das duas primeiras, um relatório com os resultados obtidos será enviado para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para autorização da fase seguinte.   

Antes da utilização em humanos, testes pré-clínicos realizados em laboratório e em animais confirmaram a eficácia e a segurança preliminar da vacina. Os resultados foram publicados em agosto deste ano na revista científica Nature. 

 Os ensaios clínicos são coordenados pelo professor Helton Santiago, do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), e pelo professor Jorge Andrade Pinto, da Unidade de Pesquisa Clínica em Vacinas (UPqVac). 

 A SpiN-Tec teve investimento de R$ 16 milhões do Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovações e participação da Fundação Oswaldo Cruz em Minas Gerais (Fiocruz Minas) e da Rede Vírus - comitê que reúne agências de financiamento, como a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

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