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A prefeitura do Jaboatão dos Guararapes já iniciou a 1ª Campanha de Vacinação Contra a Brucelose com o objetivo de reduzir a incidência e prevalência dessa enfermidade nos rebanhos bovinos. Doença leva à diminuição da produtividade do bovino.

O objetivo é tornar as propriedades livres e monitoradas para Brucelose, visando a médio e longo prazo a erradicação desta doença no município. A equipe está em campo, desde quarta-feira (8), para aplicar as doses.

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A previsão é que a campanha tenha duração de quatro meses e, nesse período, serão utilizados dois tipos de vacinas, sendo a B19 em 300 bezerras de 3 a 8 meses de idade, e a vacina RB51, que visa imunizar 500 fêmeas bovinas acima de 8 meses. Dessa forma, serão aplicadas 800 doses (única), ambas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).

Estão aptos a participar da campanha os pequenos produtores cadastrados e acompanhados pela Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco (Adagro).

Essa doença leva à diminuição da produtividade, causando a perda de competitividade nos mercados, vulnerabilidade a barreiras sanitárias e, consequentemente, diminuição da renda do produtor, além de ser uma das principais zoonoses que impacta na saúde pública.

A vacinação é o principal recurso para combater a doença no rebanho e o controle sanitário traz grandes benefícios ao criador, pois favorece o aumento da produtividade geral do rebanho.

Além disso, contribui para a saúde pública, produzindo alimentos seguros para a sociedade e protegendo a saúde dos trabalhadores que lidam diretamente na cadeia de carne e leite.

Por se tratar de uma vacina viva, passível de infecção para quem a manipula, a aplicação é realizada por um médico-veterinário contratado pela Prefeitura do Jaboatão, que possui registro no Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal (PNCEBT).

Após a vacinação, o profissional fornece o atestado de imunização ao produtor. Para mais informações, o criador pode ligar para o número (81) 99444-2742.

Da assessoria

Após uma parceria firmada nesta semana entre a gigante chinesa da tecnologia Huawei, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD), 32 bois serão monitorados em uma fazenda localizada em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. 

Sensores de Internet das Coisas (IoT), colares inteligentes e balança de passagem utilizados de forma integrada para monitorar uma série de indicadores de produtividade, ambientais e de bem-estar animal em sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF). O projeto é voltado ao desenvolvimento de soluções tecnológicas para uso piloto, destinados a melhorar a gestão e a produção em sistemas ILPF. 

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No campo experimental da Embrapa, a equipe técnica vai monitorar os 32 bovinos de corte distribuídos em três sistemas de ILPF, para coletar de forma automática dados fisiológicos e comportamentais relativos ao bem-estar, acompanhar o ganho de peso diário e aferir dados de microclima das condições ambientais. Serão verificadas a temperatura cutânea, frequência cardíaca e respiratória dos animais, além de tempo estimado para abate, entre outros fatores.

A conectividade dos sensores será feita por meio da rede móvel 4G NB-IoT, utilizando equipamentos Huawei. A solução de nuvem (cloud) da Huawei suportará o desenvolvimento de algoritmos com Inteligência Artificial embarcada. Já o CPQD fornecerá os componentes para a arquitetura de serviço, incluindo duas plataformas abertas que permitirão o armazenamento, a visualização e as análises dos dados em nuvem.

“A combinação de Inteligência Artificial e IoT em uma plataforma integrada permitirá ampliar a previsibilidade e a produtividade no manejo e, ainda, contribuir positivamente para a sustentabilidade ambiental, com a redução na emissão de gases de efeito estufa”, destaca Fabricio Lira Figueiredo, gerente de Desenvolvimento de Negócios em Agronegócio Inteligente do CPQD.

No interior paulista, uma investigação da Polícia Civil do município de Jales (a 583 km de São Paulo) deteve dois homens suspeitos de integrarem uma quadrilha especializada no furto de gado. De acordo com os agentes, a dupla presa na última sexta-feira (18) é acusada de participar de ações criminosas que furtaram mais de 500 animais na região norte do estado.

A dupla, detida na cidade de Araçatuba (a 518 km da capital), agia em cidades da região como Tupã e Mirandópolis. Segundo a polícia, a quadrilha era dividida em dois segmentos. Enquanto parte monitorava as fazendas e o número de animais da área, outro grupo era responsável pelas ações de furto. Ainda de acordo com as investigações, o grupo furtava gado de corte e vacas leiteiras para vender ao mercado frigorífico por meio de notas fiscais falsificadas.

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A ação é um desdobramento da investigação que prendeu outras nove pessoas em outubro. Segundo a Polícia Civil, outras quatro ordens judiciais devem ser cumpridas na mesma operação.

Sob pressão de investidores e ONGs, grandes empresas de carne do Brasil estão lançando programas para ampliar o controle do gado que compram das fazendas da Amazônia. JBS, Marfrig e Minerva anunciaram projetos que vão tentar rastrear, desde o nascimento, todos os bovinos adquiridos para evitar comprar produtos que tenham origem em áreas desmatadas.

No caso dos grandes frigoríficos, a maior dificuldade está em garantir a origem do gado dos fornecedores indiretos - ou seja, aqueles que venderam o bezerro ou o boi magro para o fornecedor direto, que comercializa o animal pronto para o abate.

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Os frigoríficos estão cientes de que a compra de gado que, em qualquer momento, tenha sido criado em áreas desmatadas pode afetar a imagem do setor e afugentar investidores e afetar o acesso a crédito. É de olho nesse perigo que essas iniciativas estão sendo criadas.

Ontem, a JBS, uma das maiores empresas do setor de carnes no mundo, lançou o programa Juntos pela Amazônia, que prevê, entre outras iniciativas, o uso da tecnologia Blockchain - a mesma da negociação de criptomoedas - para criar um grande banco de dados de todos os seus fornecedores, diretos e indiretos. "Vamos buscar informações do fornecedor do nosso fornecedor, cruzando os dados com listas do Ibama e análises geoespaciais", disse o presidente global da JBS, Gilberto Tomazoni. "Isso permitirá 100% do controle da cadeia de fornecedores até 2025."

Na semana passada, outra gigante do setor, a Marfrig, havia anunciado iniciativa semelhante. Em outubro, deve entrar em funcionamento uma ferramenta que cruza dados de satélites para localizar a origem e a movimentação de todo o gado abatido pela empresa, de fornecedores diretos e indiretos. Esse trabalho incluirá fazendas de cria (que produzem bezerros), de recria (que adquirem os bezerros e os mantêm até ele virar boi magro) e de engorda (que vendem o gado para o abate).

"Mapas de risco já existem, mas a grande novidade é justamente localizar a fase mais crítica da pecuária (cria e recria), para que possamos ser mais assertivos e fazer as ações voltadas a esta etapa da cadeia produtiva", disse o diretor de sustentabilidade e comunicação corporativa da Marfrig, Paulo Pianez.

Já o Minerva iniciou testes com o Visipec, ferramenta criada pela ONG National Wildlife Federation (NWF) e pela Universidade de Wisconsin-Madison, conta o diretor de sustentabilidade da empresa, Taciano Custódio. "Os criadores do Visipec desenvolveram um software de avaliação que se baseia nas emissões de GTAs (guia de trânsito animal, documento exigido no transporte de animais) e em suas ligações", disse.

Por trás dessas iniciativas está a pressão cada vez maior de investidores nacionais e estrangeiros pela preservação da Amazônia - que, aliás, já afetou a JBS. Em julho, o grupo finlandês Nordea anunciou a exclusão do grupo brasileiro de todos os fundos que administra. Um dos argumentos foi exatamente o risco de desmatamento na cadeia de fornecedores.

Vigilância

Os problemas ambientais da cadeia da carne na Amazônia estão no radar dos bancos brasileiros. Itaú Unibanco, Bradesco e Santander lançaram um plano conjunto para discutir um plano de desenvolvimento sustentável para a Amazônia. E deixaram claro que a questão seria crucial na liberação de crédito. "Não vamos financiar (as empresas) dessa cadeia que estiverem nessas condições. Vamos montar um plano para desestimular o consumo de gado criado em área ilegal", disse o presidente do Itaú, Candido Bracher, ao Estadão.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério Público Federal (MPF) em Serra Talhada, interior de Pernambuco, obteve decisão liminar da Justiça Federal que autorizou a apreensão de gado bovino, caprino e outros animais não pertencentes aos indígenas pankararu e criados clandestinamente na terra da etnia.

A área localiza-se entre os municípios pernambucanos de Tacaratu, Petrolândia e Jatobá. As apreensões estão sendo feitas mediante ação coordenada entre a Fundação Nacional do Índio (Funai) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF).

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Na última semana, noves animais foram apreendidos. A destinação é o Centro de Controle de Zoonoses de Serra Talhada. Caso os donos não se manifestem em até cinco dias a partir da data da apreensão, o gado será considerado abandonado e ficará sob responsabilidade do município de Serra Talhada, conforme prevê a legislação municipal.

De acordo com a decisão judicial, a permanência indevida de rebanho de propriedade não-indígena configura violação dos direitos indígenas ao usufruto exclusivo dos bens naturais que compõem a área. Para o MPF, a criação clandestina de animais na terra indígena gera temor de tentativa de reocupação da área, bem como prejuízo à comunidade. A pastagem na área cultivada pelos pankararu destrói o plantio e inviabiliza o desenvolvimento da agricultura de subsistência.

Na ação civil pública, o MPF argumentou que desde o início do processo de desintrusão da área, os antigos posseiros, em represália, vêm promovendo ameaças, danos patrimoniais e atentados de cunho racista contra a comunidade e cultura indígena pankararu. No mês passado, o procurador da República recebeu informações de invasões à área, derrubada de árvores consideradas sagradas na tradição indígena, quebra de cercas e destruição de hortas. Houve ainda notícia de ameaça de morte a integrantes da comunidade.

Histórico - O processo judicial para reintegração de posse da terra Pankararu teve início, na Justiça Federal, em 1993. Já houve sentença transitada em julgado, proferida há cerca de 20 anos, não cabendo mais recurso da decisão. Conforme determina a Constituição Federal, com relação aos direitos originários, os índios têm o usufruto exclusivo dessa terra.

No processo de desintrusão da área, para se garantir a efetivação plena dos direitos territoriais indígenas, foi paga indenização aos invasores que foram retirados da terra após a determinação judicial. Em 2018, os últimos posseiros que se negavam a deixar o local foram retirados mediante cumprimento de reintegração de posse, com uso de força policial.

Outros episódios, ocorridos nos últimos anos, indicam o contexto de tensão ainda existente na área, como incêndio ocorrido em um posto de saúde e uma escola situados na terra Pankararu, bem como a destruição de adutora que abastecia de água a comunidade indígena.

Da assessoria do MPF

Agentes da Polícia Civil paulista recuperaram 63 cabeças de gado roubadas na cidade de Quatá (a 487 km de São Paulo). Segundo as investigações, os bovinos estavam na propriedade rural de um homem que havia sido preso em flagrante na última semana. Ele acabou surpreendido em posse de outros animais que, de acordo com a polícia, também eram oriundos da prática criminosa.

Ainda segundo os policiais, o acusado praticava os crimes em propriedades localizadas em diversas cidades do estado. Municípios conhecidos pela prática pecuarista como Arco-Íris (a 528 km da capital), Rinópolis (a 548 km da capital), Santo Antônio do Aracanguá (a 557 km da capital) e Flórida Paulista (a 588 km da capital) eram os principais alvos do suspeito.

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Todos os animais apreendidos foram devolvidos aos donos. Já o acusado teve a prisão em flagrante convertida em preventiva.

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Tentando proteger o dinheiro da chuva enquanto cuidava da roça, um agricultor, que não teve o nome revelado, resolveu pendurar R$ 1.500 dentro de um saco em uma árvore. Um dos seus bois, que pastava no lugar, acabou comendo as cédulas. Quando viu o que havia acontecido, o homem resolveu levar o animal para o frigorífico do seu amigo, conhecido como Duda de Elpídio. O fato aconteceu na cidade de Francisco Santos, no Piauí

Ao G1, o açougueiro disse: "ele (o agricultor) viu quando o boi estava mastigando o dinheiro, correu, mas não conseguir impedir. Foi necessário a gente abater o boi". Depois que abriram o animal os homens conseguiram recuperar R$ 1.330, com as notas intactas. Confira o vídeo compartilhado nas redes.

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O presidente da República, Jair Bolsonaro, disse nesta quinta-feira (19) que a criação de gado em terra indígena pode ajudar a derrubar o preço da carne. "Temos de criar mais boi aqui para diminuir o preço da carne. Eles podem criar boi", comentou o presidente, dirigindo-se a indígenas que o acompanhavam em frente ao Palácio da Alvorada.

Bolsonaro afirmou que deve enviar um único projeto ao Congresso para regulamentar exploração comercial de gado, agricultura e minério em terras indígenas. O presidente chamou a proposta de "lei áurea para o índio", em alusão à lei que terminou com a escravidão em 1888.

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"Quero dar independência para eles. Se eles querem pegar a terra, arrendar para alguém plantar soja, milho, faça isso. Respeitando a legislação", declarou Bolsonaro.

Bolsonaro disse que o projeto está pronto e o governo estuda o melhor momento para entregá-lo ao Congresso. O presidente afirmou que já viu líderes na Câmara contra a proposta. "Contra por quê? Vão continuar explorando terra deles (dos indígenas). Extração de maneira ilegal, extração mineral ilegal, (como) vem acontecendo", comentou Bolsonaro.

O presidente afirmou que há interesse estrangeiro em demarcar terras indígenas e torná-las "independentes" para explorar o território. "A ideia não é protegê-los. É pegar o que eles têm de bom lá, ou a gente acha que o estrangeiro está preocupado com o futuro dela e dele? Não tá preocupado", disse.

Bolsonaro também insinuou que o governo já deixou propositalmente de atender índios doentes. "Já tivemos problema no pelotão de fronteira do Exército. Chega o índio picado de cobra (lá). Não deixava ser atendido e o índio morria. Não queriam que os outros índios vissem que nós poderíamos curar alguém picado de cobra. Qual era a intenção disso? Deixar as terras virgens, intactas, para serem exploradas no futuro por outros povos", disse o presidente.

Comissão aprova PEC

Em agosto, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou parecer pela admissibilidade de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê atividades agropecuárias e florestais em terras indígenas.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), porém, não instalou comissão especial para discutir a proposta, passo seguinte necessário para a tramitação do texto.

Para livrar o gado de picadas de moscas - que formam feridas e transmitem doenças - pesquisadores do Centro de Pesquisas Agrícolas de Aichi, no Japão, desenvolveram uma estratégia um tanto inusitada. Eles pintaram vacas e as disfarçaram de zebras. Como resultado, perceberam que o número de ataques reduziu em cerca de 50%, segundo a revista científica PLOS One.

Segundo o levantamento publicado no último dia 3, as seis vacas pintadas com listras brancas levaram 60 mordidas em 30 minutos. Enquanto os animais não maquiados sofreram 110 vezes no mesmo período.

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A pesquisa comandada por Tomoki Kojima descobriu que é difícil para as moscas pousarem em superfícies em preto e branco, pois, a polarização da luz prejudica sua percepção. Com isso, os insetos não conseguem desacelerar adequadamente na hora de pousar no gado.

A JBS informou nesta quinta-feira (22) que seu conselho de administração aprovou a emissão de até R$ 600 milhões em debêntures (títulos da dívida). No comunicado, a companhia disse que os recursos serão usados para a compra de gado.

A emissão será feita em duas séries - uma delas remunerada pelo CDI, com prazo de 48 meses, e outra indexada ao IPCA, com vencimento em 60 meses.

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um açougueiro de 40 anos e um motorista de 38 foram detidos na cidade de Mirandópolis (a 593 km da capital paulista) após equipes da Polícia Militar (PM) receberem uma denúncia e interceptarem um caminhão na rodovia Vicinal Kazuo Namike. Além do veículo que transportava o produto do furto, um Fiat Palio que escoltava a carga roubada também foi apreendido.

Durante a abordagem, o motorista do caminhão e o açougueiro, que conduzia o automóvel, chegaram a apresentar nota fiscal e algumas folhas de cheque para tentar comprovar o pagamento da carga. Após checagem da PM, ficou claro que os documentos não condiziam com o que era transportado. Ao consultarem a vítima do crime, um sitiante da região que reconheceu os animais, o furto foi constatado.

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O gado foi devolvido ao dono do sítio e a dupla foi encaminhada à delegacia de Pereira Barreto, cidade vizinha a Mirandópolis e os criminosos foram autuados por furto qualificado. 

Mais de 50 vacas, ovelhas e cavalos morreram nos últimos meses no pior surto de antraz registrado em granjas francesas nos últimos 20 anos, segundo as autoridades, que advertem para uma escassez de vacinas.

Transmitida por esporos que podem permanecer inativos durante décadas nos solos, esta doença pode ser transmitida aos humanos e é potencialmente mortal nos casos mais extremos.

Os primeiros casos foram detectados na localidade de Montgardin, no departamento de Altos Alpes (sudeste da França), onde foram encontradas seis vacas mortas em junho.

Em dois meses, a doença se estendeu a outras 13 localidades, nas que as autoridades de saúde contabilizaram 23 focos distintos.

A vacina é o melhor método para limitar a propagação desta infecção. Mas os veterinários enfrentam uma escassez de vacinas, já que o laboratório espanhol que as fabrica fecha durante o mês de agosto pelas férias de verão.

"O Estado iniciou negociações com seus sócios europeus sobre a disponibilidade e compra de vacinas" de outros países, apontou Agnès Chavanon, secretária-geral da prefeitura de Altos Alpes.

Provocada pela bactéria "Bacillus anthracis", esta doença causa uma morte fulminante nos animais, geralmente em menos de 24 horas. O animal apresenta, entre outros sintomas, uma inflamação abdominal e hemorragias.

Os casos de transmissão aos humanos são "extremamente incomuns", afirmou Christine Ortmans, da Agência regional de saúde (ARS).

Não foi reportado nenhum caso de contágio em humanos durante o surto atual, acrescentou.

A forma mais comum da infecção entre os humanos, o antraz cutâneo, é raramente mortal se for tratada com antibióticos.

Esta bactéria produz uma poderosa toxina que pode ser utilizada como arma biológica.

Os casos mais notórios de ataques com antraz, enviado por correio, ocorreram nos Estados Unidos em 2001, uma semana depois dos ataques de 11 de setembro.

Serge Cavalli, um alto funcionário da região de Altos Alpes, indicou que todos os animais estavam sendo vacinados nas granjas afetadas na região.

Além disso, foram adotadas medidas para bloquear a produção nas granjas afetadas durante ao menos 21 dias.

Esta enfermidade é incomum, mas não excepcional. Desde 1999, foram registrados uma centena de focos na França, sobretudo durante os verões calorosos que vêm depois de períodos de chuvas abundantes.

Em 2008, foram registrados 23 focos em todo o país. O último caso registrado nos Altos Alpes remonta a 1992.

Apesar dos problemas que atingiram a economia brasileira nos últimos anos, o País ainda é um dos maiores produtores de carne bovina do mundo. Dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento apontam que o rebanho nacional soma mais de 217 milhões de animais. O Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) calculou que as exportações de carnes em 2017 somaram 1,21 bilhão de toneladas, montante 12% superior ao de 2016. Entre as raças, a Nelore ainda lidera o rebanho, mas, há quase 18 anos, outra raça se firma no Brasil no que diz respeito ao melhoramento das nossas criações: a Senepol.

Desenvolvida no Caribe, a Senepol se destaca como uma raça que chegou às terras brasileiras para complementar as qualidades do Nelore e de outros animais de origem indiana. O primeiro rebanho foi trazido ao País em novembro de 2000, a partir de um projeto promissor do pecuarista João Arantes Júnior, em uma fazenda localizada em Porto Velho, Rondônia. Toda a história começa com a necessidade de oferecer à pecuária brasileira um animal de respeitável qualidade genética e de fácil adaptação às condições climáticas nacional. 

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Filho do pecuarista, o fazendeiro Neto Arantes, gestor da Fazenda Nova Vida, que possui terras em Rondônia, Mato Grosso e no interior de São Paulo, revela que antes de concretizar a importação de animais da raça Senepol para o Brasil, seu pai realizou pesquisas sobre o mercado pecuário internacional. Nos anos 90, com a abertura das fronteiras brasileiras para propostas do setor agropecuário, começaram a circular no País informações sobre o cruzamento industrial, que se resume à iniciativa de cruzar um animal de origem taurina com um de origem zebuína.

Ricardo e Neto Arantes, filhos de João Arantes Júnior - responsável por trazer ao Brasil o primeiro rebanho Senepol / Foto: Fabio Fatori / Fazenda Nova Vida/Divulgação

De acordo com Neto Arantes, esse trabalho já vinha sendo realizado nos Estados Unidos há muito tempo. Quarenta anos atrás, cientistas descobriram que quando é feito o cruzamento de um animal de origem europeia com outro de origem indiana, o fruto é um bezerro que se destaca por apresentar as melhores qualidades de seus ancestrais. “Se percebeu que esse bezerro engordava muito mais rápido do que o Nelore e era mais precoce no quesito sexual. Na metade dos anos 90, as primeiras fazendas começaram a fazer o procedimento por meio de inseminação artificial ou trazendo animais de fora do Brasil”, relembra o fazendeiro Neto Arantes.

Neto ainda recorda que, quando seu pai descobriu os benefícios do cruzamento industrial, começou a procurar animais que pudessem fazer o cruzamento de maneira natural. Na época, era necessário encontrar um touro que resistisse ao calor brasileiro e, para isso, João Arantes tomou conhecimento de uma empresa americana que estava comercializando sêmens de raças que poderiam cruzar da forma proposta.

Entre 1998 e 1999, João comprou algumas cabeças de gado e realizou o cruzamento com o Nelore. “Quando nasceram os primeiros bezerros, meu pai ficou maravilhado”, conta Neto. A partir desse momento, começa a se configurar na pecuária brasileira a necessidade do investimento na raça Senepol. Em 2000, Neto e seu irmão Ricardo Arantes foram a um centro de pesquisa nos Estados Unidos para aprofundar os conhecimentos acerca do gado.

Segundo Neto, os pesquisadores acreditavam que o Senepol seria mais indicado para o Brasil, uma vez que reunia inúmeras características favoráveis: fácil adaptação ao calor, pois foi uma raça desenvolvida no Caribe há mais de 100 anos em temperaturas extremas e em terra de baixa qualidade, onde o gado ficava gordo o ano inteiro sem receber ração e sais minerais; apresentava alta resistência a parasitas; não tinha chifre e dessa forma não machucava os funcionários das fazendas, até porque é um animal bastante dócil; apresentava precocidade sexual no macho e na fêmea; tinha pelo curto, o que facilita a resistência ao calor, e demonstrava rapidez na engorda. Foto: Fabio Fatori/Divulgação/Fazenda Nova Vida

A família de criadores ainda foi ao Paraguai, onde conheceu um rebanho criado em uma fazenda de calor extremo, e mesmo assim os animais estavam em boas condições. Porém, no período, as fronteiras com o país vizinho estavam fechadas para transações comerciais; a família, no entanto, resolveu investir nos Estados Unidos. “Nós fomos obrigados a ir aos Estados Unidos e escolhemos os melhores animais de criatórios diferentes, fretamos um avião em Miami e colocamos 52 vacas e 13 bezerros na aeronave. Trouxemos esse gado para Porto Velho, em Rondônia, em novembro de 2000”, relata Neto Arantes.

A chegada do primeiro rebanho de Senepol ao Brasil não significou que todo o trabalho estava finalizado. De acordo com o fazendeiro, era natural que cada vaca só produzisse um bezerro por ano, o que dava em torno de 50 cabeças. Mas a ideia de João Arantes era ter 2 mil animais anualmente. Para resolver a questão, os criadores procuraram uma tecnologia classificada como fertilização in vitro, que proporcionava um aumento expressivo no nascimento de animais.

Segundo Neto, um laboratório que executava a fertilização in vitro foi instalado nas terras da Nova Vida de Rondônia. “De apenas 50 vacas, em 18 meses produzimos 2 mil. Nasceram metade macho e metade fêmea”, comenta o fazendeiro. Ainda de acordo com ele, o investimento em todo o processo, desde trazer o primeiro rebanho Senepol ao Brasil até a instalação do laboratório, custou 1 milhão de dólares. “Foi um projeto que meu pai apostou sozinho e, felizmente, o Senepol se tornou uma grande solução para aumentar a rentabilidade na pecuária brasileira”, acrescenta Neto Arantes.  

Hoje, o grupo Nova Vida produz anualmente para venda comercial de 800 a mil touros da raça Senepol. Além disso, são comercializadas de 200 a 300 novilhas todos os anos. “O Senepol ele complementa o Nelore e já contribuiu muito para a pecuária nacional. Considero que é a segunda raça mais importante da bovinocultura do Brasil”, destaca o criador.

No vídeo a seguir, produzido pela TV Senepol, da Fazenda Nova Vida, os criadores Neto Arantes e Ricardo Arantes comentam um trecho da história da chegada do Senepol ao Brasil. Confira o conteúdo do canal da empresa no YouTube:

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Na intenção de ampliar os trabalhos na pecuária nacional com a raça Senepol, a Fazenda Nova Vida lançou, neste ano, um projeto que fomenta o empreendedorismo rural entre pequenos criadores. Em formato de franquia que vale de R$ 15 mil a R$ 30 mil, fazendeiros poderão adquirir sêmens da marca e viabilizar fecundações. Outros custos poderão ser adicionados a cada vaca fecundada - R$ 1.500 - e a Nova Vida promete oferecer assessoria técnica e veterinários que ajudarão nos cuidados com os animais.

“No momento em que nascer o animal, vamos continuar fazendo o acompanhamento. Posteriormente, vamos ajudar os franqueados a colocar os animais nos nossos canais de vendas, comercializando a uma média de R$ 9 mil a R$ 11 mil por animal”, explica Neto Arantes. No áudio a seguir, ele apresenta mais detalhes sobre o projeto:

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A raça no Brasil

“O Senepol não é concorrente de raça nenhuma. Ela veio para complementar o que as outras raças têm de melhor. Ela tem crescido porque, ao se usar um touro Senepol em cima da base de fêmeas zebuínas, há um resultado muito favorável, o que a gente chama de potencialização genética”. O depoimento é do presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Bovino Senepol (ABCB), Pedro Crosara. Em entrevista ao LeiaJa.com, ele reforça que o valor do Senepol na pecuária nacional não é ser uma raça que tomará os postos das demais, mas sim serve para aumentar a qualidade dos animais do rebanho brasileiro.

O presidente destaca que pelas características favoráveis ao território e ao clima brasileiro, o animal propicia ganhos econômicos aos criadores nacionais. “Como é uma raça taurina, quando você faz o choque sanguíneo com as outras raças, os produtos saem com um diferencial genético muito grande, com custo zero para o criador, porque o boi cruza a vaca em campo”, acrescenta o gestor da ABCB. De acordo com levantamento da Associação, o Brasil possui 79 mil gados da raça registrados.

Fabio Fatori/Divulgação/Fazenda Nova Vida/Ilustração/LeiaJáImagens 

Pedro Crosara faz um alerta importante para os pecuaristas nacionais. Apesar de não competir com as demais raças, o Senepol possui um “concorrente”. “Nosso grande concorrente, na verdade, é o boi ponta de boiada, aquele sem qualificação genética, sem avaliação, comprovação e sem registro. E alguns produtores colocam esse boi no seu plantel achando que é um boi melhorador, mas ele não repassa qualidades para os bezerros que produz”, esclarece o presidente da ABCB.

Sobre o cenário econômico, a associação de criadores aponta para resultados satisfatórios. Baseado em relatórios da DBO, o presidente destaca que foram realizados no Brasil, em 2017, 48 leilões da raça Senepol, que resultaram na venda de 1.199 machos a um preço médio de R$ 10.500 cada cabeça, além de 1.034 fêmeas ao valor médio de R$ 23.856 por animal. “Há uma valorização e reconhecimento da raça como ferramenta da expansão do mercado. É uma raça que veio para ficar, por causa da eficiência e benefícios dentro da porteira. Tem o seu espaço, principalmente para os criatórios que buscam eficiência econômica como um todo”, pontua Crosara.

Fabio Fatori/Divulgação/Fazenda Nova Vida/Ilustração/LeiaJáImagens 

Por fim, o presidente da ABCB explica que existem vários projetos nas fazendas brasileiras que buscam práticas e tecnologias que possam proporcionar mais melhorias aos animais. No entanto, a Associação divulga seu próprio projeto, com o objetivo de oferecer um serviço unificado aos criadores associados. 

“Existem vários bons projetos, quem faz a raça, na verdade, é a ação conjunta de seus criadores. Como forma de manter uma união em torno da raça, a gente evita destacar criatórios ou programas. Como Associação, preservamos a independência de cada criatório. A Associação divulga o programa de melhoramento do Senepol, que contempla pilares e tem o objetivo de gerar diretrizes e boas práticas de melhoramento e seleção animal. Nosso programa também é uma ferramenta genética que precisa gerar carne de boa qualidade para o consumidor. Entre as diretrizes, temos o Serviço de Registro Genealógico – função de caraterização morfológica, funcional e genealógica dos animais -, provas zootécnicas – nas próprias fazendas ou provas comunitárias -, melhoramento genético – cálculos dos desvios esperados de progênies –, entre outras”, finaliza o presidente.  

Pesquisas auxiliam desenvolvimento da raça

A pesquisadora científica e diretora técnica do Instituto de Zootecnia de São Paulo, Joslaine Cyrillo, participou de vários estudos sobre animais da raça Senepol. As pesquisas tiveram início em 2013 e resultaram, até então, na avaliação de cerca de mil gados.

Entre as avaliações, existe o teste de desempenho e eficiência alimentar. Seu objetivo é identificar animais geneticamente superiores para características de crescimento e, ao mesmo tempo, mais eficientes em relação ao aproveitamento dos nutrientes do alimento utilizando a característica consumo alimentar residual (CAR), que trata-se de uma medida de eficiência alimentar baseada na diferença entre o consumo de matéria seca observado e o consumo de matéria seca predito com base no peso corporal metabólico e no ganho médio diário durante o teste. 

“No Instituto de Zootecnia são utilizados dois sistemas de mensuração do consumo individual, o GrowSafe®, de tecnologia canadense, e o sistema nacional, denominado Intergado®. Os testes de eficiência da raça Senepol seguem o protocolo oficial do Instituto, e são conduzidos por, no mínimo, 100 dias. A dieta é fornecida, diariamente, em duas etapas, às 9h e às 15h, e é composta por 60% de silagem de milho e 40% de concentrado (milho, farelo de soja, núcleo mineral)”, detalha a pesquisadora.

Consumo individual de alimentos, ganho médio diário, medidas corporais (altura na garupa, perímetro torácico, comprimento do corpo e perímetro escrotal), características de carcaça por ultrassonografia (área de olho de lombo, espessura de gordura na costela e espessura de gordura da garupa) são alguns aspectos analisados. “Ainda há análise de características de fertilidade e precocidade nos machos, já nas fêmeas, há opção de avaliações de ultrassonografia com o objetivo de quantificar a população folicular e verificar a ciclicidade das novilhas” acrescenta a pesquisadora. 

De acordo com Joslaine, os testes realizados constaram ganhos médios diários de 1,40 e 1,50 kg/dia, para fêmeas e machos, respectivamente. “Resultado maior que o esperado de acordo com a formulação da dieta, mostrando que a raça Senepol tem um grande potencial para ganho de peso. As fêmeas consumiram em média 10,7 kg de matéria seca para cada quilo de peso corporal, já os machos consumiram em média 8,4 kg de matéria seca para ganhar um quilo de peso corporal. Os testes desenvolvidos pelo Instituto de Zootecnia permitem a identificação de animais mais eficientes que serão os futuros reprodutores e matrizes, além de expandir o conhecimento sobre as particularidades da raça Senepol, bem como na contribuição para a bovinocultura de corte nacional”, esclarece a pesquisadora.

Segundo a diretora técnica do Instituto de Zootecnia, um novo projeto de pesquisa está sendo realizado para avaliar a qualidade da carne de animais da raça Senepol, além de animais cruzados Nelore x Senepol. Até o momento, o projeto não foi finalizado. 

Saiba mais: Como se calcula o CAR? - Para realização dos testes de CAR, os animais são avaliados por no mínimo 100 dias (28 dias de adaptação+72 de teste) ou mais. Os pesquisadores registram nesse período o consumo alimentar diário observado e o ganho de peso dos animais. Obtém-se, então, o chamado consumo predito, que é o consumo alimentar diário observado ajustado para seu ganho de peso e seu peso corporal no período. A equação matemática usada para descobrir o Consumo Alimentar Residual é o consumo alimentar diário observado menos o consumo predito.

Consumo Alimentar Residual negativo (CAR-) é sinal de maior eficiência alimentar e o contrário é verdadeiro, ou seja, Consumo Alimentar Residual positivo (CAR+) é sinal de menor eficiência alimentar.

A Polícia Civil do Amazonas prendeu um vereador acusado de roubos e furtos de gados bovinos e búfalos no município de Barreirinha. De acordo com a corporação, o crime estava prejudicando a economia local.

Além do vereador Jonas Augusto de Souza Reis (PSDC), de 36 anos, a polícia também deteve na mesma operação Ronaldy Santos da Silva, 35. Jonas foi preso na manhã da quarta-feira (28) na casa onde morava.

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"Iniciamos as investigações em torno de uma organização criminosa que estava praticando, ilegalmente, o abate e transporte de gados que, posteriormente, seriam comercializados", contou o delegado Jardel Oliveira.

Na residência do vereador foram apreendidas duas espingardas, munições de diferentes calibres, cartões bancários, documentos pessoais, aparelhos celulares e uma quantia não divulgada em dinheiro.

Uma operação fictícia de dação de "embriões de gado de elite" para agropecuárias do Grupo Schahin foi a forma de simular a quitação formal do empréstimo de R$ 12 milhões concedido, em 2004, pelo banco do grupo ao pecuarista José Carlos Bumlai, alvo central da Operação Passe Livre, 21ª fase da Lava Jato deflagrada nesta terça-feira, 24. O dinheiro, que nunca foi devolvido para a Schahin, teria abastecido os cofres do PT e de campanhas do partido, entre elas a reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006, suspeita a força-tarefa da Operação Lava Jato.

A delação de um dos donos da Grupo, Salim Schahin e de executivos foi decisiva para as descobertas da Lava Jato. "Em meados de 2004, José Carlos Bumlai foi trazido ao Banco Schahin por Sandro Tordin um executivo do Banco na época, buscando tomar um financiamento de R$ 12 milhões de reais", contou Salim, que disse que estavam presentes ele, Tordim, outros dois donos do grupo, Carlos Eduardo Schahin e Milton Schahin, além de Bumlai.

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"Lhe foi relatado posteriormente que na ocasião foi apresentado um pedido de empréstimo, alegando-se, inclusive, que se tratava de um pedido do Partido dos Trabalhadores e ele, José Carlos Bumlai, tomaria o empréstimo em nome do Partido, pois havia uma necessidade do PT que precisava ser resolvida de maneira urgente", registra a força-tarefa, em delação de Salim.

"O empréstimo foi concedido porque abriria oportunidade de retorno em negócios para o grupo empresarial junto ao governo. Em uma das reuniões participou Delúbio Soares de Castro, tesoureiro do Partido dos Trabalhadores. Segundo ele, de maneira cifrada, foi sinalizado pelo então Ministro da Casa Civil José Dirceu de Oliveira e Silva que o empréstimo a José Carlos Bumlai seria destinado ao referido partido político. O empréstimo não foi pago no vencimento e foi sucessivamente renovado."

O dono da Schahin afirmou em sua delação que chegou a receber visita de Delúbio Soares e de Marcos Valério, o operador de propinas do caso mensalão, para tratarem da quitação do empréstimo de R$ 12 milhões, mas a questão não foi resolvida.

Gado falso

A solução encontrada foi a operação fictícia com os embriões de gado. "Para quitar o empréstimo, o Banco Schahin, em 27 de dezembro de 2005, concedeu três empréstimos à empresa Agro Caieiras Participações, outra empresa de José Carlos Bumlai."

Os valores destinaram-se à quitação do empréstimo anterior. Os novos empréstimos não foram pagos. O Banco Schahin transferiu o crédito para a Companhia Securitizadora do Grupo Schahin, no montante acumulado de R$ 21.267.675,99.

As revelações de Salim Schahin confirmaram aquilo que havia sido apontado por dois delatores da Lava Jato, o ex-gerente Eduardo Musa e o operador de propinas do PMDB Fernando Soares, o Fernando Baiano. O valor de R$ 12 milhões dado a Bumlai em 2004 foi pago com um contrato de operação do navio-sonda Vitoria 10.000, dirigido irregularmente para a Schahin.

"Para resolver o problema, o colaborador (Salim) procurou João Vaccari Neto (ex-tesoureiro do PT, preso pela Lava Jato) no ano de 2006 e solicitou auxílio político para que Schahin fosse contratada pela Petrobras para operar o navio-sonda Vitoria 10000. A negociação teria sido bem sucedida, sendo convencionado que a contratação da Schahin levaria à quitação do empréstimo", sustenta o MPF, em seu pedido de prisão.

"Para a quitação formal do empréstimo, foi simulada a sua quitação com a dação em pagamento de 'embriões de gado de elite' para Agropecuárias vinculadas ao Grupo Schahin no montante da dívida repactuada de doze milhões de reais. Os embriões não existiam de fato."

"Dessa forma, durante o ano de 2009, de forma vinculada à assinatura do contrato com a Petrobras, houve a quitação formal do débito de Bumlai junto ao Banco Schahin com uma simulação de dação de pagamento envolvendo notas promissórias relacionadas a um negócio de venda de embriões de José Carlos Bumlai às Fazendas de propriedade da família Schahin. Participaram da 'quitação' o filho de Bumlai, Mauricio, e sua esposa, Cristiane Dodero Bumlai. O fato é que, como 'quitação' pelo empréstimo, a Schahin foi contratada para operação da Sonda Vitória 10.000."

O MPF anexou ao pedido de prisão contratos de 27 de janeiro de 2009, através do qual José Carlos Costa Bumlai vendeu embriões às empresas Agropecuária Alto do Turiaçu Ltda. por R$ 7.680.000,00 e Agropecuária Maranhense S/A - Agromasa por R$ 4.320.000,00, juntamente com notas promissórias em favor de José Carlos Bumlai e endossadas para a Schahin Securitizadora. Na mesma ocasião, a Schahin Securitizadora aceita as notas promissórias para quitação da dívida.

Garantia precária

O juiz da Lava Jato, Sérgio Moro, afirmou em sua decisão de prisão de Bumlai que "alguns fatos chamam a atenção". "O empréstimo inicial foi concedido com garantia precária, mera nota promissória do devedor, o que é incomum para contratos de vulto, de cerca de R$ 12 milhões de reais."

Outro ponto é que entre outubro de 2004 e janeiro de 2009 "não houve qualquer pagamento, ainda assim o Banco Schahin e seus sucessores não se dispuseram a promover a execução forçada da dívida, omissão bastante incomum para qualquer instituição financeira". "O empréstimo, ao final, restou quitado pelos mesmos doze milhões de reais, ou seja, sem qualquer juro, algo também bastante incomum para qualquer instituição financeira." A "quitação do empréstimo" ocorreu um dia antes da celebração do contrato de operação do navio-sonda Vitoria 10000, entre a Petrobras e a Schahin.

"Essas circunstâncias, concessão de empréstimos sem garantia, sem amortização parcial e total durante anos e igualmente sem cobrança ou execução, reforçam as características fraudulentas, já afirmadas pelo próprio dirigente do Grupo Schahin, de todas as operações", escreveu Moro.

O Nordeste enfrenta a pior seca dos últimos 50 anos. As chuvas estão escassas há quatro anos. A Federação da Agricultura e Pecuária do Piauí (Feapi) informou que houve perda de 20% das 1,7 milhão de cabeças de gado nos últimos dois anos como consequência da seca.

O presidente da Feapi, Carlos Augusto Carneiro (também conhecido como o Caú), disse que cerca de 1 milhão de cabeças de gado foram remanejadas para regiões com pasto e água. "Foram levados da caatinga para o agreste até que as chuvas voltem", disse o presidente. A situação só se agrava com a permanência da estiagem, falta de pasto, de alimentos e de água na superfície.

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Ele acredita que tudo deve mudar até o fim do ano, quando começam as primeiras chuvas na região. Nessa época, volta o verde e o gado, e o agricultor se anima a plantar novamente. Mas o que se espera é a seca verde, quando a vegetação floresce, mas não produz. Essa situação atinge apenas o pequeno produtor e o trabalhador rural, que pratica a agricultura de subsistência.

Caú disse que os pecuaristas nessa região já estão se acostumando a conviver com a seca. O gado é criado solto, mas tem de ter o complemento com silagem ou ração. E esse suplemento normalmente é feito com milho, sorgo ou mandioca. No entanto, essa criação é mais cara, e muitos preferem levar o rebanho para pastar em outras paragens. O gado anda até 100 quilômetros para uma região onde tenha pasto e água. "Essa transferência tem de ser feita antes do rebanho estar debilitado", advertiu. Se isso não for feito, o gado morre no percurso.

O presidente da Feapi disse que o rebanho pereceu diante da fome e sede por causa da estiagem que castiga o Estado. "Precisamos de pelo menos cinco anos para recuperar as perdas, se tivermos uma boa política de incentivos do governo", declarou.

Os criadores ainda acreditam numa parceria do Estado com o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) para a construção de pequenas barragens no leito de rios e riachos perenes. Dessa forma, eles podem servir para irrigação e abastecer os animais. O problema é que atualmente, além do gado, estão morrendo caprinos e ovinos, animais mais resistentes à seca.

Bolsa Família

Com o quadro desalentador, é cada vez maior a dependência do Bolsa Família. Praticamente não existe mais plantio de subsistência no semiárido, por falta de água, escassa até para consumo humano. Não se vê mais roça na zona rural. Para o presidente da Feapi isso está ficando cultural.

"O agricultor de subsistência não planta mais, porque vai ter a cesta básica dele. E ele não tem a cultura de plantar para ganhar com isso. É preciso mudar essa mentalidade", analisou.

Por outro lado, não houve a distribuição de sementes como normalmente era feita pelo governo, porque o agricultor não está plantando nem as culturas chamadas de sequeiro, como arroz, feijão, milho e mandioca.

Desabastecimento

Mesmo com toda essa situação, nem os pecuaristas nem os agricultores acreditam em desabastecimento de alimentos. "Se formos pessimistas e se não plantarmos, não faremos nada. O agronegócio é a base que sustenta a economia do País", afirmou o vice-presidente da Feapi e presidente da Associação Brasileira de Produtores de Milho, Sérgio Bortollozzo.

Ele disse que quem planta monocultura utiliza tecnologia. São culturas irrigadas e a tendência é manter a mesma safra do ano passado. A safra brasileira foi de 206 milhões de toneladas no ano passado e este ano já é de 204 milhões de toneladas de grãos. A safra no Piauí foi de 3,2 mil toneladas de grãos e foi mantida, sendo que as áreas onde eram plantadas outras culturas como arroz, milho e feijão foram substituídas pela soja.

No entanto, Bortollozzo disse que houve redução de 20% na plantação de milho, 40% na plantação de algodão e as áreas dessas culturas foram substituídas pela soja, que tem um custo de produção mais baixo e está em alta no mercado internacional. Mas os produtores reclamam das condições e da falta de financiamentos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério Público do Estado (MPE) entrou com ação na Justiça solicitando a indisponibilidade dos bens da Companhia Docas do Pará (CDP) das empresas Minerva S/A e Global Agência Marítima Ltda. A ação com pedido de liminar foi proposta pelo 2º promotor de Justiça de Barcarena, Antônio Lopes Maurício. A CDP e as empresas são apontadas como responsáveis pelos impactos do naufrágio de navio com cerca de 5 mil bois vivos.

Com o pedido de indisponibilidade, a promotoria pretende resguardar recursos para a mitigação dos impactos na área atingida por vazamento de óleo e pelo apodrecimento de carcaças de gado.

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Após protesto feito pelos moradores de Vila do Conde na manhã de segunda-feira (19), em frente à CDP, a assessoria de comunicação da companhia declarou que irá oferecer um subsídio no valor de um salário mínimo às famílias afetadas pelo desastre ambiental.

Para receber a indenização, as famílias precisam estar cadastradas pela Defesa Civil e listadas pelo Ministério Público Federal (MPF) na ação ajuizada sexta-feira (16) contra as empresas responsáveis pelas atividades portuárias e transporte de gado. 

A CDP é ré na ação junto com a empresa Global Norte Trade, responsável pela operação portuária, e com a distribuidora de alimentos Minerva Foods. Além da assistência aos moradores afetados, a Defensoria Pública, o MPF e o MPE solicitaram também, por meio da ação cautelar, a paralisação total das atividades no Porto da Vila do Conde até que o problema seja totalmente resolvido. Porém, a Justiça Federal ainda não tomou uma decisão sobre a questão.

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Histórico - No último dia 6, o navio Haidar, de bandeira libanesa, naufragou no porto da Vila do Conde com uma carga de 5 mil bois vivos e 700 mil litros de óleo diesel. Uma parte dos cadáveres dos animais foi levada pela maré a praias próximas, mas cerca de 4 mil cabeças de gado ainda permanecem submersas com a embarcação.

Duas semanas já se passaram e o navio continua naufragado no cais do porto da CDP. Moradores da área usam máscaras cirúrgicas para suportar o mau cheiro. Várias famílias tiveram suas rendas afetadas, pois dependiam da pesca no rio Pará ou de atividades nas praias de Vila do Conde. A contaminação também afetou o abastecimento de água potável da região e causou doenças e alergias.

A Defensoria Pública do Pará deve entrar nesta sexta-feira (16) com Ação Civil Pública na Justiça a favor das famílias afetadas pelos impactos do naufrágio de navio que carregava cerca de 5 mil bois, no município de Barcarena.

Daniel Lobo, defensor público, afirmou que o objetivo é prestar assistência adequada às comunidades diretamente atingidas: “Nós vamos focar mesmo no atendimento emergencial à população que foi diretamente atingida”.

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Um levantamento está em curso para avaliar a situação dos moradores e definir as medidas que serão tomadas. Nas áreas mais críticas, os moradores poderão ser remanejados. “Algumas pessoas já estão em abrigos, mas vamos verificar a possibilidade de um aluguel social ser pago e também de um auxílio financeiro, tendo em vista que a população não está podendo trabalhar”, disse Daniel Lobo. Os detalhes da ação foram definidos em reuniões com os ministérios públicos Federal e do Estado.

Na área atingida pelo acidente, os moradores precisam ficar com portas e janelas fechadas para evitar o mau cheiro vindo das carcaças de gado morto. Muitos começaram a procurar os postos de saúde com dores de cabeça e no estômago, além de dificuldade de alimentação.

Uma idosa de mais de 80 anos passa o dia inteiro com uma máscara no rosto para não sentir o mau cheiro da água que foi contaminada pelos bois mortos. “Eu sinto dor de cabeça e dor nas minhas pernas”, disse.

Com medo de usar água dos poços artesianos, as pessoas compram água mineral para realizar simples atividades domésticas. Outros moradores estão saindo de suas casas e pedem agilidade na solução do problema. No início da semana, movimentos sociais interditaram duas das principais vias do distrito de Vila do Conde.

Impactos - Em Barcarena, uma equipe da Delegacia Especializada em Meio Ambiente (DEMA) permanece acompanhando os prejuízos causados à comunidade. “Estamos auxiliando o Centro de Perícias na constatação da poluição atmosférica. Exatamente o odor ao qual a população de Barcarena está tendo que conviver”, ressaltou o delegado da Dema, Vicente Costa.

Além disso, a Secretaria de Meio Ambiente do Estado reforçou a equipe para acompanhar a retirada das carcaças de gado das praias. “As carcaças estão sendo levadas para uma área da própria Companhia Docas do Pará (CDP), nós estamos observando de perto o material utilizado, o modo de transporte e tudo aquilo que possa oferecer riscos. Urgência não quer dizer displicência”, afirmou, em nota, o secretário de Meio Ambiente Luis Fernandez. 

Centenas de carcaças de bois mortos tomaram praias e portos do distrito de Vila do Conde, em Barcarena, Pará, nesta segunda-feira, 12. O cenário surreal é resultado do naufrágio de um navio cargueiro que levaria mais de 5 mil cabeças de gado para a Venezuela, no último dia 6. Autoridades já consideram o desastre ambiental como um dos mais impactantes ocorridos no Estado.

Os bois mortos começaram a ser arrastados pela água rumo às praias próximas ao porto da Companhia das Docas do Pará (CDP) depois que a barreira de contenção da área do naufrágio partiu-se, no domingo, 11. Cerca de 4 mil cabeças de gado estão dentro do navio naufragado em frente ao píer. A embarcação tem 117 metros de comprimento.

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Poluídas por carcaças em avançado estágio de decomposição e centenas de litros de óleo que vazaram do navio, três praias de Barcarena e uma de Abaetetuba estão interditadas. Moradores da região, às margens do rio Pará, a 55 quilômetros de Belém, fizeram protestos e fecharam estradas para cobrar providências das autoridades.

Quando o navio de bandeira libanesa naufragou, pouco mais de 100 bois foram resgatados vivos. Alguns acabaram capturados por ribeirinhos, que os destrincharam para usar a carne para alimentação, em desacordo com as orientações da Vigilância Sanitária. Forte mau cheiro se espalhou nas comunidades afetadas e moradores começaram a usar máscaras. Outros deixaram o município.

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Prejuízos - Comerciantes e pescadores, que sobrevivem da renda de atividades turísticas, se organizam para cobrar indenizações. A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas) estabeleceu multa diária de R$ 1 milhão à CDP e empresas responsáveis pelo navio Haidar caso as determinações sanitárias e ambientais não sejam cumpridas.

"Queremos celeridade em todo o processo, porque o naufrágio afetou toda a população local", disse o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade Luis Fernandes Rocha. A CDP começou a cavar valas para incineração dos bois mortos, mas o transporte das carcaças foi interrompido por causa do protesto dos moradores.

Em comunicado, o prefeito de Barcarena, Antônio Carlos Vilaça, afirmou que o município enfrenta uma das piores tragédias ambientais de sua história. "Mas até agora, uma semana depois da tragédia que prejudicou a vida da nossa população, pouco foi feito pelas autoridades responsáveis", disse.

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