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Sem pausa durante o período de Momo, a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) manteve as atividades durante todos os dias de Carnaval, encerrando a agenda desta semana, nesta quinta-feira (18), com a sessão plenária.

No encontro de hoje, foram aprovados projetos como o que estabelece a concessão de subsídios e incentivos fiscais e financeiros para pesquisas, projetos e ações voltados para o uso de energias renováveis. Com isso, o PL 1529/20, de autoria do deputado Gustavo Gouveia (DEM), define novos instrumentos para a Política Estadual de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca.

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Outra matéria aprovada nesta quinta, em segunda discussão, foi um substitutivo da Comissão de Justiça que estabelece diretrizes para uma campanha permanente de combate ao racismo nas escolas públicas e privadas e em eventos esportivos e culturais.

No âmbito das comissões permanentes da Casa, a Alepe traçou uma agenda de ações e projetos de lei que irão pautar a atuação do Legislativo neste ano. Veja as prioridades de cada colegiado:

A Comissão de Justiça, que abriu os trabalhos no período momesco, aprovou o Projeto de Lei 1666/20 que cria a Semana Estadual de Luta da População em Situação de Rua. A matéria é de autoria do deputado João Paulo Costa (Avante) e convoca o Poder Público a desenvolver ações em defesa e promoção dos direitos desses cidadãos. A Semana Estadual de Luta da População em Situação de Rua começará em 19 de agosto e constará no calendário oficial do estado.

A CCJ distribuiu, ainda, 31 proposições para relatoria, incluindo o Projeto de Decreto Legislativo que prorroga o estado de calamidade pública em 11 municípios pernambucanos em razão da pandemia do coronavírus.

Na Comissão de Finanças, foi definida uma audiência com o secretário estadual da Fazenda, Décio Padilha, para apresentação dos dados fiscais referentes ao terceiro quadrimestre de 2020. O encontro está marcado para a próxima quarta-feira (24) às 10h.

Fake News

A Comissão de Administração Pública da Alepe distribuiu para relatoria 42 projetos e aprovou outros cinco. Entre os aprovados, o PL 1346/20 que proíbe publicidade pública em veículos condenados por danos morais, divulgação de notícias falsas ou incitação ao preconceito e discriminação. O projeto é de autoria do deputado João Paulo (PCdoB).

Quatro matérias foram distribuídas, nesta semana, pela Comissão de Negócios Municipais. Dentre elas, consta o Projeto de Lei 1789/21 que obriga municípios a divulgarem os nomes dos vacinados contra o coronavírus. A proposta é do deputado Gustavo Gouveia (DEM). A Comissão também priorizará, este ano, debates necessários para que os “municípios tenham cada vez mais voz na Alepe”.

Um dos colegiados mais produtivos neste período de pandemia, a Comissão da Saúde permanecerá atenta a iniciativas relacionadas ao combate à Covid-19. A urgência de ampliação dos leitos de UTI no interior e a garantia de vacinas para todos serão temas prioritários para a Comissão.

Vacina na Zona Rural

O colegiado do Meio Ambiente dará prioridade a discussões como desmatamento, extinção de espécies animais e aquecimento global. A Comissão intensificará ações que busquem fazer com que Pernambuco seja mais sustentável e encare a preservação da natureza como prioridade.

Na Comissão de Agricultura, a prioridade será dada à vacinação da população da zona rural contra a Covid-19.

Criada em 2020, a Comissão de Segurança Pública já definiu uma audiência pública sobre a saúde mental dos profissionais da área. O colegiado defende a criação de um departamento, dentro da Secretaria de Defesa Social, para cuidar da questão.

Meia-entrada

Projetos de Lei que incentivem as práticas esportivas, inclusive no período de pandemias, e benefícios para categorias profissionais em eventos marcaram a reunião da Comissão de Esportes e Lazer. Dentre os projetos prioritários consta o 1756/21 que determina o incentivo a políticas, programas e projetos de estímulo a práticas e exercícios físicos.

Também na lista de prioridades da Comissão de Esportes e Lazer, o Projeto de Lei 1772/21 que garante meia-entrada a profissionais de educação física nos eventos que forem realizados em estabelecimentos públicos.

A Comissão de Cidadania se manterá atuante como instrumento de reverberação de pautas da sociedade, especialmente em situações de violações de direitos humanos. O colegiado funcionara como um espaço aberto para o povo se manifestar levando à Alepe seus anseios e lutas.

A promoção de debates necessários ao crescimento econômico do estado, com atenção aos pequenos arranjos produtivos e fortalecimento do empreendedorismo feminino, estarão entre os temas prioritários da Comissão de Desenvolvimento Econômico.

Já a Comissão de Assuntos Internacionais abriu os trabalhos este ano elegendo os integrantes da comissão que avaliará o prêmio internacional “País Amigo de Pernambuco”, edições 2021/2022. A comenda é entregue anualmente a duas nações que desenvolveram projetos ambientais, culturais, educacionais, comerciais, econômicas ou sociais que beneficiam Pernambuco. A entrega do prêmio será em agosto.

*Da assessoria de imprensa

Durante o período sem carnaval, entre sexta-feira (12) até a terça-feira (16), a Prefeitura do Recife notificou cerca de 65 estabelecimentos comerciais por irregularidades. Os estabelecimentos infringiram o protocolo de funcionamento promovendo aglomerações e uso do equipamento de som. Foram cerca de 219 profissionais envolvidos na prevenção à Covid-19 para evitar as infrações durante o período de não-folia.

No Marco Zero houve registro de grupos de ciclistas que infringiram o protocolo ao realizar aglomerações com som mecânico. Os agentes de fiscalização intervieram na ação e dispersaram os grupos. 

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De acordo com a aecretária Executiva de Controle Urbano, Marta Lima, as infrações cometidas não foram de grandes proporções. "De uma forma geral foi um período tranquilo, a grande maioria da população entendeu a necessidade de evitar aglomerações".

Ainda assim, em alguns pontos da cidade foram identificadas estruturas que seriam de possíveis festas. Bares e restaurantes descumpriram o decreto do governo do Estado sobre o fechamento e alguns foram notificados. Os estabelecimentos que receberam a notificação têm até 30 dias para apresentar defesa ou serão passíveis de multa.

O PROCON Recife realizou fiscalizações durante o período de não-carnaval, mas não teve registro de notificação de qualquer funcionamento irregular de estabelecimentos comerciais.

Em coletiva de imprensa realizada na tarde desta quarta (17), o governo de Pernambuco divulgou o balanço das operações para contenção de aglomerações e festas clandestinas no período de carnaval, em decorrência da pandemia do novo coronavírus. O Secretário de Defesa Social Antônio de Pádua avaliou como positivo o engajamento da população do estado às medidas de restrição e afirmou que “não tivemos carnaval em Pernambuco”.

“Ao todo, foram 5.323 fiscalizações realizadas pelas forças policiais integradas com foco na vigilância sanitária, com guardas municipais, fiscalizações em pessoas, automóveis, bares, restaurantes e comércios”, comentou Pádua.

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De acordo com o secretário, da última sexta até esta quarta, foram 2282 intervenções em praias, 2022 abordagens a pessoas, 358 abordagens a veículos, 37 pessoas conduzidas para a delegacia e 421 denúncias recebidas pelo canal 190. “O que nos chamou mais atenção nesse período de carnaval foram duas ocorrências que estavam fora do circuito que tradicionalmente acontece no Recife Antigo e na Cidade Alta de Olinda. Uma ocorrência em uma marina em Jaboatão dos Guararapes, mais precisamente em Barra de Jangada, onde ocorria uma festa particular de carnaval, onde haviam centenas de frequentadores sem utilização de máscara e foi preciso fazer o fechamento desse estabelecimento e autuação”, pontuou Pádua.

O outro caso mencionado pelo secretário foi o de um evento clandestino promovido em uma casa de festas na comunidade do Passarinho, na Zona Norte do Recife, no domingo (14). “Houve intervenção das forças de segurança e uma pessoa foi conduzida à delegacia e autuada, Fazemos uma avaliação positiva desse período”, completou.

Depois de passar o feriado de carnaval em São Francisco do Sul, em Santa Catarina, o presidente Jair Bolsonaro retornou, nesta quarta-feira (17), a Brasília. O chefe do Executivo chegou ao Palácio do Planalto por volta de 12h para cumprir agenda de reuniões com ministros.

Os compromissos do presidente incluem reuniões individuais com os ministros André Mendonça, da Justiça e Segurança Pública, e Bento Albuquerque, de Minas e Energia. Os encontros ocorrem após o governo editar decretos que facilitam os trâmites para compra de armas de fogo e diante de pressão por causa do aumento dos preços dos combustíveis.

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Em sua passagem pelo litoral catarinense, para onde também viajou de férias no fim do ano passado, o presidente comentou a edição dos decretos relacionados a armas. "O povo está vibrando", disse no domingo (14). Ontem, ele também lembrou que o governo continua discutindo a questão do preço dos combustíveis. Sobre isso, ele afirmou que espera ter uma "novidade boa" nesta semana.

Como da primeira vez, a ida do mandatário a São Francisco do Sul foi marcada por causar aglomerações de pessoas, o que contraria os protocolos sanitários de combate ao novo coronavírus. Bolsonaro viajou no último sábado (13), acompanhado da filha Laura, de 10 anos, e do filho Eduardo Bolsonaro, deputado federal pelo PSL-SP. O amigo e secretário especial da Pesca, Jorge Seif, também acompanhou o presidente.

Após o  fechamento nos dias 15 e 16, as agências bancárias reabrem nesta quarta-feira (17) a partir das 12h, com encerramento em horário normal de fechamento das agências. De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) nas localidades em que as agências fecham normalmente antes das 15h, o início do atendimento ao público será antecipado, de modo a garantir o mínimo de 3 horas de funcionamento.

Mesmo com o cancelamento dos pontos facultativos e das festas de carnaval em muitos estados e municípios, os bancos ficaram de portas fechadas para o atendimento ao público, em razão da pandemia causada pela Covid-19.

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A orientação da Febraban é que os clientes utilizem, preferencialmente, mesmo com o retorno do atendimento, os canais digitais, como sites e aplicativo dos bancos, para a realização de transferências e pagamento de contas.

Segundo a instituição, as contas de consumo (água, energia, telefone etc.) e carnês com vencimento em 15 ou 16 de fevereiro poderão ser pagos nesta quarta-feira, sem acréscimo.

A Febraban informou ainda que os boletos bancários de clientes cadastrados como sacados eletrônicos poderão ser pagos via débito direto autorizado.

Depois de ser aprovado por unanimidade na Câmara dos Vereadores do Recife, o Projeto de Lei que cria o Auxílio Municipal Emergencial (AME) foi sancionado na noite desta terça-feira (16), pelo prefeito João Campos (PSB). O benefício deve amparar artistas e agremiações da cidade que se apresentaram necessariamente na programação montada pela Prefeitura da cidade no Carnaval de 2020.

O AME vai assegurar R$ 4 milhões para amparar a cadeia produtiva e criativa da cultura, uma das mais impactadas pela pandemia da Covid-19. 

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Cerca de 160 agremiações e 900 atrações artísticas, entre cantores, bandas e orquestras, estão aptas a receber o benefício, totalizando mais de 27 mil pessoas. Todos precisam estar sediados no Recife e devem necessariamente ter integrado a programação oficial do Carnaval 2020, promovida pela Fundação de Cultura Cidade do Recife.

O AME equivale a 50% do valor unitário de cachê, para atrações artísticas, ou de subvenção, para agremiações, tendo por base o Carnaval de 2020, respeitando um teto de R$ 10 mil para cada pagamento. Nenhuma contrapartida obrigatória será exigida aos contemplados pelos recursos.

O auxílio emergencial será pago pela Prefeitura do Recife, com apoio da iniciativa privada. A Ambev, patrocinadora master dos ciclos festivos da cidade, integra a estratégia de preservação do patrimônio cultural do povo recifense nestes desafiadores tempos de ruas silenciadas pela pandemia, com aporte de R$ 1,5 milhão.

A chamada pública, com orientações e datas referentes à habilitação das atrações e agremiações contempladas e repasses dos recursos, será publicada no Diário Oficial do próximo sábado (20). O secretário de Cultura, Ricardo Melo, explica que o processo deve ser o mais simples possível para garantir que os habilitados possam receber o dinheiro em um prazo curto. 

As etapas são as seguintes - vamos publicar um edital especificando o andamento e o cronograma desse pagamento e a partir da próxima semana, depois da publicação deste edital no Diário Oficial, a gente vai ter a abertura da habilitação, um formulário, que vai ser online para que as agremiações e as atrações artísticas possam se candidatar, se habilitar, sabendo que esse processo é aberto para todos aqueles que participaram do carnaval 2020", salienta Ricardo.

Após vídeos ganharem as redes sociais com imagens de uma multidão sem máscara ocupando a principal avenida de Pipa, no Rio Grande do Norte, no último fim de semana, o policiamento no local foi reforçado. No final da tarde dessa segunda-feira, 15, dezenas de viaturas das polícias Civil e Militar, além do Corpo de Bombeiros, foram destacadas pela governadora Fátima Bezerra (PT) para dispersar aglomerações e fazer valer os decretos estadual e do município de Tibau do Sul, ao qual pertence Pipa, com determinações para conter o avanço do novo coronavírus.

"Assistimos indignados às cenas. Eu acordei determinada de que nós iríamos reforçar a presença das nossas forças de segurança lá (em Pipa). Nós não vamos mais tolerar, de maneira nenhuma, aquelas cenas lamentáveis que estavam ocorrendo em Pipa", disse a governadora Fátima Bezerra na manhã desta terça-feira, 16, em entrevista a uma emissora local. Ela reforçou que é responsabilidade de cada município tomar as medidas para impedir a alta de casos de covid-19. "Disse ao prefeito (Valdenício Costa, de Tibau do Sul), que não tinha como ficar com os bares funcionando até as 2h. Faremos o que for possível para que essas cenas que causaram indignação não se repitam", declarou Fátima Bezerra.

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Desde o final do ano passado, quando sentenças judiciais liberaram a realização de festas de réveillon particulares no município, algumas se estendendo por cinco dias ao custo individual de aproximadamente R$ 6 mil, Pipa se tornou destino de milhares de turistas à procura de festas - clandestinas ou não - em meio à pandemia. Os decretos estaduais e municipais foram ignorados pela maioria dos turistas, que dispensou o uso de máscaras na estreita disputa por espaço na avenida mais badalada do vilarejo.

Ao Estadão, a assessoria de imprensa da prefeitura de Tibau do Sul informou que o município se preparou para o final de semana do carnaval, temendo aglomerações similares às observadas no fim do ano. Como medida, o prefeito editou decreto no fim de janeiro proibindo todas as festas e aglomerações, além da utilização de caixas de som. Determinou ainda o encerramento das atividades comerciais em Tibau do Sul e Pipa às 2h. A prefeitura também teria destacado 200 servidores públicos, com apoio da PM, para realizar campanhas educativas e entregar máscaras à população.

Com os registros da multidão na principal avenida da praia, Valdenício Costa assinou novo decreto, publicado em edição extraordinária na noite da segunda-feira, 15, reduzindo o horário de funcionamento de bares e restaurantes em Pipa até esta quarta-feira, 17, para as 22h. A medida foi anunciada por agentes e militares que reforçam o policiamento na região através de alto-falantes.

As aglomerações em Pipa ocorrem em meio ao aumento dos casos confirmados e mortes por covid-19 no Rio Grande do Norte. Desde o final de semana passada, a maioria dos hospitais de referência em Natal e no interior do Estado para o tratamento de pacientes com a doença está operando com ocupação máxima nas unidades de terapia intensiva.

O prefeito de Natal, Álvaro Dias (PSDB), anunciou a abertura de 10 novos leitos de UTI no Hospital de Campanha Municipal que, além dos pacientes residentes na capital potiguar, passou a receber portadores da covid-19 transferidos de Manaus. "Vamos mais uma vez pedir recursos ao governo federal, para que o hospital de campanha passe urgentemente a contar com mais essas vagas em sua UTI neste momento difícil. Essas dez novas vagas são muitíssimo necessárias, tendo em vista a pressão de demanda que nosso Hospital vem sofrendo", explica Álvaro Dias, que vai pedir socorro ao Ministério da Saúde.

Paredões de som apreendidos em Natal

Novas aglomerações foram registradas nesta segunda-feira, 15, nas ruas de Natal pelos agentes da força-tarefa criada entre a Prefeitura Municipal e Governo do Estado. Três paredões de som foram apreendidos, dois bares interditados e outro autuado na praia de Ponta Negra, a mais conhecida da cidade, por descumprir o Decreto Municipal 12.135/2020, que determina as normas de combate à covid-19. As fiscalizações seguem até esta quarta-feira de Cinzas, dia 17.

Neste último fim de semana, a Polícia Militar impediu cerca de 500 festas clandestinas no estado de São Paulo. Os eventos foram proporcionadas no contexto do feriado de Carnaval que, este ano, não levou às ruas os desfiles de escolas de samba e de bloquinhos por causa da pandemia de coronavírus. A corporação designou mais de mil agentes para fiscalizar as aglomerações e a atulização de máscaras.

Segundo a Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo, 11 estabelecimentos foram fechados. Estes locais estão sujeitos à aplicação de multa no valor de até R$ 290 mil, por descumprir as regras do Código Sanitário.

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Em Campinas, a prefeitura e a Guarda Municipal dispersaram mais de 24 mil pessoas que participavam de festas clandestinas no fim de semana. O dia com mais aglomerações foi o sábado (13), onde mais de 13 mil pessoas foram flagradas nos pancadões.

Por Rafael Sales

Na manhã desta terça-feira (16), o Auxílio Municipal Emergencial (AME) de R$ 4 milhões foi aprovado por unanimidade na Câmara Municipal do Recife. Os 35 vereadores presentes na sessão remota se alinharam ao repasse de R$ 2,5 milhões da Prefeitura do Recife para amenizar os efeitos econômicos da pandemia ao setor cultural envolvido com o Carnaval.

Apesar das críticas de atraso e baixo valor do repasse, todos os legisladores aprovaram o PL 01/2021, de autoria do prefeito João Campos (PSB), que torna o projeto em lei após assinatura. Cerca de R$ 1,5 milhão será pago pela iniciativa privada.

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Um dos principais pontos desaprovados foi o fato da proposta não atender a todos os agentes envolvidos no Carnaval, como ambulantes, catadores, técnicos e agremiações com sede fora do Recife. "O AME olhou pra quem está em cima dos palcos, mas a gente tem que olhar pra quem está atrás desse palco", sugeriu Dani Portela (PSOL).

O vereador Osmar Ricardo (PT) seguiu o entendimento da colega de Casa. "A cultura é feita por milhares de pessoas, não só as agremiações, os mestres e os cantores. No meio das bandas, talvez muitos daqueles não vão ser recompensados, até porque o valor é tão baixo que não vai chegar comida na mesa de alguns desses", ressaltou.

Já Samuel Salazar (MDB) orientou os legisladores para articularem com seus partidos para que projetos como o AME sejam replicados em cidades do Interior de Pernambuco.

Além de cobrar pela ampliação do PL, Ivan Moraes (PSOL) afirmou que "a Prefeitura do PSB tá devendo muito a Cultura". Para embasar sua denúncia, lembrou que 80% da Lei de emergência cultural Aldir Blanc ainda não foi executada no Recife, que corresponde a R$ 8 milhões. O vereador calculou uma dívida com o setor de R$ 25,2 milhões ao lembrar os editais, segundo ele, não pagos do Sistema de Incentivo à Cultura (SIC) de 2019 e 2020.

O Carnaval é uma das maiores manifestações populares da cultura brasileira. Durante uma semana, foliões e folionas ganham as ruas, para brincar e extravasar uma alegria dificilmente vista em outros períodos do ano. Mas, para que toda essa festa aconteça, milhares de trabalhadores colocam a mão na massa, nos meses que antecedem a data, promovendo o aquecimento da economia dos municípios e a geração de postos de trabalho, diretos ou indiretos. 

Em 2021, o agravamento da pandemia do novo coronavírus forçou o cancelamento da festa em território nacional para a tristeza dos brincantes e preocupação desses profissionais que dependem do Carnaval para seu próprio sustento. Nesta reportagem especial, o LeiaJá conversou com alguns trabalhadores da folia sobre o prejuízo que um ano de parada em seus ofícios ocasionou. 

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Na manhã desta terça-feira (16), a Câmara Municipal do Recife aprovou o requerimento da vereadora Andreza Romero (PP), que pediu o remanejamento da verba do Carnaval 2021 para a Saúde. Sem a celebração por conta da pandemia, representantes da oposição destacaram a assistência ao setor artístico.

A ata da sessão online constava a participação de 38 vereadores, mas apenas 31 se posicionaram no pleito. Desses, 26 votaram a favor diante de cinco votos contrários.

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A propositora do requerimento 61/2021 destacou o retorno financeiro do Carnaval e a capacidade de investimento decorrente da festa, mas frisou a condição emergencial da pandemia e pretende usar a verba da folia para estruturar e apoiar as equipes de Saúde do município. "Embora não exclua a importância de outros setores, Saúde é uma pauta prioritária", indicou Andreza Romero (PP).

Dentre os vereadores que não acompanharam a relatora, a líder da bancada do PT, a vereadora Liana Cirne, descreveu a necessidade vivida pelo setor cultural. "Ainda temos o ciclo do São João, que talvez a gente não possa celebrar, e nossos artistas [estão] passando fome. Não é só Covid-19 que mata", afirmou.

O vereador Ivan Moraes (PSOL) acrescentou a importância de adequar o destino do investimento e questionou a intenção de Andreza Romero. Enquanto o valor previsto para a Saúde em 2021 é de R$ 1,1 bilhão, o gasto previsto para atividades culturais neste ano é de R$ 18 milhões.

Pela primeira vez em 30 anos, as ruas de Veneza ficaram em silêncio durante o tradicional carnaval. Da última vez em que isso ocorreu, em 1991, os vestidos de época e as máscaras de papel machê sumiram das calçadas da cidade italiana em razão da Guerra do Golfo. Desta vez, foi a pandemia de coronavírus que esvaziou a cidade.

Com pontos turísticos desertos, as autoridades tentam manter o espírito da tradição com uma programação online. Com o tema Tradicional, Emocional e Digital, o carnaval de Veneza terá uma programação que termina amanhã com transmissões ao vivo e vídeos sobre a história da festa. As gravações ocorrem no Palácio Ca' Vendramin Calergi. "A diferença frustrante deste ano é que não podemos nos encontrar, mas pensamos que, dada a situação, poderíamos ao menos mostrar o carnaval", diz o mestre de cerimônias Maurizio Agosti, que trabalha há 27 anos na produção do evento.

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O carnaval online começou a ser planejado em novembro de 2020. Pelo menos 20 pessoas, entre produtores, dançarinos e apresentadores, que em anos anteriores fizeram o espetáculo na Praça de São Marcos - principal ponto turístico de Veneza -, agora estão no palácio.

"Todo mundo que está participando deste carnaval tem uma paixão. Dizemos que não podemos parar. Precisamos mostrar algo, então decidimos fazer online", afirma Agosti, que acredita ser essa uma forma de salvar um pouco da história. "Estou feliz, faço com todo o meu coração e aproveito de algum modo, mas claro que quero que façamos o verdadeiro carnaval no ano que vem."

Normalmente, cerca de 3 milhões de turistas passeiam pelas ruas estreitas de Veneza durante o carnaval. Ana Laura Mattar Carciofi, de 38 anos, se assustou na primeira vez que foi à festa, em 2018. "É muito cheio, você não consegue nem andar", lembra a paulista, moradora de Pádua desde 2017. A região do Vêneto, onde ficam as cidades de Veneza e Pádua, encontra-se na zona amarela da pandemia - o que permite que os moradores circulem apenas dentro da própria região.

No primeiro sábado de carnaval deste ano, Ana Laura foi a Veneza. Como ocorre desde o início da pandemia, a Praça de São Marcos estava vazia. "Fica muito diferente, dá uma tristeza." Ela até tentou assistir à programação online, mas achou "muito chatinha". "Não deu para matar as saudades. Eu gosto de estar ali, no meio das pessoas, na agitação. A fritella (um doce frito e recheado) em uma mão e o Aperol Spritz (drink italiano) na outra", disse.

Cidade vazia

Para a brasileira, este é o "carnaval dos venezianos", ainda que sejam poucos. "A população está ocupando os espaços que, muitas vezes, não consegue com os turistas. Estão aproveitando mais a cidade e não deixaram o carnaval morrer." Ainda assim, como fotógrafa, ela também foi afetada pela falta dos visitantes. "Faz tempo que eu não fotografo. O comércio, em geral, está sofrendo muito."

O carnaval de Veneza tem raízes seculares e é um grande espetáculo a céu aberto. Moradores e turistas se vestem e desfilam com fantasias sofisticadas, que relembram o século 18. O dia anterior à quaresma é oficialmente feriado desde 1269. Na época, os foliões cobriam os rostos para se divertir sem serem reconhecidos. É daí que vem a tradição das máscaras artesanais, principal característica do carnaval veneziano.

Na Tragicomica, uma das lojas mais tradicionais e antigas do ramo, as máscaras não veem clientes há quase um ano. São milhares espalhadas pelas mesas, paredes, teto e até no chão. Aos 61 anos, Gualtiero Dall'Osto, dono do local, é um dos "mascareri", artesãos que produzem as máscaras, que sofrem com a falta do turismo. "Acredito que, como categoria, fomos os mais prejudicados vivendo no centro histórico. Perdemos 100% das vendas ou muito perto disso."

Problemas

Veneza passou por uma sucessão de problemas nos últimos meses. A cidade foi alagada, em novembro de 2019. Quando se recuperava, veio a pandemia e interrompeu o carnaval de 2020. Em dezembro, as águas subiram novamente.

Para Dall'Osto, a ideia de uma festa digital deturpa a essência da comemoração. "O carnaval é uma festa que se vive junto, em turmas, dançando, comendo, transgredindo, experimentando. É também sobre vestir as máscaras para ter uma nova identidade", disse o artesão, que produz as peças há mais de 40 anos, uma a uma, todas feitas à mão. "Tudo isso, com os limites impostos pelos regulamentos sanitários, não é possível."

Nesta edição, o que agradou a Dall'Osto foi o pouco que ele viu pelas ruas, não pelas telas, nas apresentações online. Segundo ele, os pequenos espetáculos de duas ou três pessoas chamaram sua atenção. Ele também criou seu própria encenação. Partindo de um personagem histórico da Commedia dell'Arte, Dall'Osto transformou o Coviello em "Covid-viello", que é perseguido pelo Médico da Peste, personagem tradicional do carnaval veneziano, inspirado nos trajes usados na peste negra.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Conhecida como uma das praias mais bonitas do Rio Grande do Norte, a Pipa passou a ser também referência para infrações sanitárias envolvendo a pandemia. A cada feriado prolongado, o vilarejo reúne cada vez mais turistas em suas ruas estreitas e abafadas, sem máscaras de proteção individual, disputando espaços com ambulantes e trabalhadores. A localidade não tem leitos de terapia intensiva (UTI) e registrou, em um mês, aumento de 37,07% nos casos confirmados.

Mesmo com os festejos públicos e privados proibidos pelo governo do Estado em todo o Rio Grande do Norte, imagens que circulam nas redes sociais desde sexta-feira, cuja autenticidade foi confirmada pela Polícia Militar, mostram milhares de pessoas andando pela Avenida Baía dos Golfinhos, a principal da Pipa, fazendo uso de bebida alcoólica e portando caixas de som - e a maioria sem máscara.

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"As pessoas, principalmente em Pipa, não querem usar a máscara", diz o porta-voz da PM, tenente-coronel Eduardo Franco. "Pipa nos causa estranheza pela falta de empatia e civilidade das pessoas. Há falta de educação mesmo. Uma aglomeração muito grande e uma falta de respeito, empatia e preocupação com o próximo."

Agentes que atuam no policiamento ostensivo no distrito relatam que estão "enxugando gelo" ao pedirem para as pessoas usarem máscaras. "Elas colocam na nossa frente e quando dão as costas retiram", comentou um dos policiais, que pediu para não ser identificado.

Até o procurador da República no Rio Grande do Norte, Fernando Rocha, usou uma rede social para criticar a aglomeração: "Pipa, antes conhecida pelas suas belezas naturais, vai se tornando notória nacionalmente pelo desprezo com a vida". A secretária adjunta de Saúde do Rio Grande do Norte, Maura Sobreira, reforça a necessidade de fiscalização dos agentes públicos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Conhecida no Brasil e no mundo por ser uma das praias mais bonitas do Rio Grande do Norte, Pipa passou, na pandemia, a ser sinônimo de descaso com as medidas para conter o avanço do novo coronavírus. Mesmo com festas públicas e privadas proibidas pelo governo estadual em decreto, imagens que circulam nas redes sociais desde a sexta-feira, 12, cuja autenticidade foi confirmada pela Assessoria de Comunicação da Polícia Militar do Rio Grande do Norte (Assecom/PMRN), mostram milhares de pessoas sem máscara aglomeradas na principal avenida.

"As pessoas, principalmente em Pipa, não querem usar a máscara. São ruas estreitas que sempre tendem a aglomerar", relata o porta-voz da PMRN, tenente-coronel Eduardo Franco. A disputa por espaços entre ambulantes, trabalhadores e turistas a cada feriado prolongado aumenta o risco de transmissão do coronavírus em uma localidade que não conta com leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e que registrou, em um mês, aumento de 37,07% nos casos confirmados de covid-19.

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"Pipa nos causa estranheza pela falta de empatia e civilidade das pessoas. Há falta de educação mesmo. Nossa orientação é para o uso contínuo da máscara e para não aglomerar. Pipa vai na contramão", lamenta Franco. Policiais militares que atuam no policiamento ostensivo no distrito, pertencente ao município de Tibau do Sul, relatam que estão "enxugando gelo" ao pedir para as pessoas usarem máscaras. "Elas colocam na nossa frente e, quando dão as costas, retiram", comentou um dos policiais que pediu sigilo da identidade.

A informação foi confirmada por um servidor público que está com amigos na praia de Pipa. "A Polícia passa, pede para desligar as caixas de som, para colocar as máscaras. As pessoas desligam o som, mas não colocam as máscaras. Mesmo sem música, elas continuam nas ruas, como se nada estivesse acontecendo", relatou o homem que pediu para não ser identificado.

O procurador da República no Rio Grande do Norte, Fernando Rocha, usou uma rede social para criticar a aglomeração no local. "Pipa, antes conhecida pelas suas belezas naturais, vai se tornando notória nacionalmente pelo desprezo com a vida. Cenas lamentáveis percorrem o mundo do carnaval de lá no auge da pandemia", escreveu o procurador.

Além da Polícia Militar, a prefeitura de Tibau do Sul - alvo de críticas no final do ano passado ao autorizar a realização de festas de réveillon em meio ao aumento de casos de covid-19 - tenta conscientizar os turistas. Nas redes sociais, vídeos mostram agentes distribuindo máscaras e verificando de temperatura de quem entra no vilarejo.

Pipa está situada no extremo Sul do Rio Grande do Norte, muito próxima da Paraíba e de Pernambuco. A praia atrai turistas de todo o Brasil e, desde o final do ano passado, se tornou destino daqueles que procuram festas em meio à pandemia.

Ocupação de leitos de covid no Rio Grande do Norte

A movimentação constante e cada vez maior de turistas no litoral do Rio Grande do Norte preocupa a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap/RN). Conforme dados da plataforma Regula RN, acessados no final da manhã desta segunda-feira, 15, dos 19 hospitais públicos e privados (conveniados ao Sistema Único de Saúde - SUS) com leitos críticos específicos para o tratamento da covid-19 no Estado, 12 estão com ocupação acima de 80% e sete já chegaram à capacidade máxima, com os leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com ocupação de 100%.

A maioria desses hospitais, que inclui até uma maternidade, está situada nas regiões de maior adensamento populacional do Rio Grande do Norte. Conforme a plataforma Regula RN, que é atualizada a cada cinco minutos, o Estado tem 78,7% dos leitos críticos para a covid-19 ocupados. A Região Metropolitana de Natal, 87,3%; a região Seridó, 71,4% e o Oeste, 67,9%.

A secretária adjunta de Saúde do Rio Grande do Norte, Maura Sobreira, reforça a necessidade de fiscalização dos agentes públicos para que cenas como as de Pipa sejam evitadas.

"O Governo do Estado emitiu decreto suspendendo feriados, proibindo realização de eventos públicos e cabe aos municípios a fiscalização do cumprimento. Inclusive, o Estado disponibilizou as forças de segurança para fazer a fiscalização. Contudo, esse controle é feito pelo município em relação à aglomeração", afirma Maura Sobreira.

Entre 12 de janeiro e 12 de fevereiro (data da mais recente atualização do número de casos e óbitos por covid-19 no RN), a Sesap registrou aumento de 8,89% pelas mortes causadas pela doença, saindo de 3.115 para 3.392. Os casos confirmados saltaram de 125.338 para 148.199, alta de 18,23%.

A segunda-feira de Carnaval guarda espaço para um dos eventos mais tradicionais da folia recifense: a Noite dos Tambores Silenciosos. É quando diversas nações de maracatu de baque virado se encontram no Pátio do Terço, localizado no Bairro de São José, região central da cidade, para uma celebração que mistura os batuques profanos aos toques sagrados da religião de matriz africana. O momento homenageia a ancestralidade negra e funciona também como uma prece às suas divindades para que o Carnaval seja de alegria e de paz.

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Mundialmente famosa, a Noite dos Tambores Silenciosos atrai turistas de toda a parte além dos brincantes de maracatu do Recife. A festa foi idealizada na década de 1960, por uma mulher, Maria de Lourdes Silva, mais conhecida como  Badia. Neta de escravos, ela foi moradora do Pátio do Terço até o fim de sua vida e partiu dela a ideia de lembrar os negros escravizados - muitos que passaram por aquele lugar na rota do comércio escravagista -, que morreram sem conhecer o Carnaval. 

A ideia de Badia ganhou corpo com a ajuda de dois homens, o jornalista Paulo Viana, e o advogado Edvaldo Ramos. A princípio, o evento era encenado pelo grupo de teatro Equipe, no chão, à porta da Igreja do Terço, e não tinha o caráter religioso que possui hoje. Mas com o crescimento da festa e o forte potencial turístico visto nela, sua dinâmica foi mudando ao longo dos anos. “Foi criando curiosidade e um pouco de interesse porque onde rola dinheiro você sabe que as coisas se expandem. Tanto é que teve um ano que a prefeitura botou arquibancadas no Pátio e ficou estreito para os maracatus se apresentarem. Mas, também, só foi esse ano porque eles viram que nem deu lucro e nem deu certo mesmo”, relembra Maria Lúcia Soares dos Santos, filha de criação de Badia. 

Dona Lúcia mantém viva a memória da mãe. Foto: Arthur Souza/LeiaJáImagens

Atualmente, Dona Maria Lúcia, de 72 anos, continua morando na casa que foi da mãe, dando continuidade ao seu legado. A herança vem de longe. Badia também foi criada, naquele mesmo endereço, por outras duas mulheres negras, conhecidas como Tias do Axé: “duas irmãs a qual a mãe veio da África fugida no porão de um navio”. Elas não tiveram filhos e acabaram assumindo a criação de Badia após a partida de sua mãe biológica: “Quando a mãe de Badia morreu, Sinhá assumiu Badia e Iaiá ficou como tia e fizeram uma outra família”. Todas elas sobreviviam lavando roupa e jogando búzios, aliás, a casa também tinha espaço para a adoração de orixás uma vez por ano apenas, no mês de outubro.

Badia também costurava e era responsável por vestir grande parte das agremiações carnavalescas do Bairro de São José. “Todo ano nascia uma e de todas elas, ela foi madrinha”, diz Lúcia. Sua dedicação e apreço pela folia momesca, inclusive, lhe rendeu o título de Dama do Carnaval, e ela chegou a ser a homenageada do Carnaval do Recife em 1985. Além de ter idealizado a Noite dos Tambores Silenciosos, Badia também teve participação na fundação do Galo da Madrugada e fundou a troça Coroas de São José, na qual desfilava nas quintas-feiras pré-carnavalescas a bordo de um jipe. Hoje, nas tais quintas, o Pátio do Terço recebe o Baile Perfumado, prévia criada em sua homenagem.

O apreço de Badia pelo Carnaval ficou perpetuado em toda a família. No período, Dona Lúcia costuma receber em sua casa turistas que buscam conhecer melhor a história de sua mãe e também os brincantes que precisam de apoio. “A casa aqui é aberta o Carnaval todo. Todos os maracatus entram aqui pra ir no banheiro, trocar a roupa. Abro a porta de muita boa vontade, se der pra dar um lanche eu dou, e tô aqui. Quando a prefeitura precisa de mim estou presente, não cobro nada, mas também não ganho nada”.

A casa de Badia, construída por escravos, é tombada pelo IPHAN. Foto Arthur Souza/LeiaJàImagens

A filha de Badia lamenta o descaso e o esquecimento com os quais a história de sua mãe é tratada. A casa em que mora com o marido e o filho, Leandro Soares, é a única a servir, ainda, como residência no Pátio, tomado pelo comércio. Tombado em 2014 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como patrimônio imaterial brasileiro, o imóvel - construído por escravos - precisa de reparos específicos tanto por sua estrutura muito antiga quanto pelo tombamento que impede que os proprietários mexam nela. 

Segundo Lúcia, o telhado acometido por uma praga de cupins precisa ser restaurado mas ela não consegue ajuda nem autorização necessárias para trocá-lo. “Tenho três ofícios pedindo socorro à prefeitura. Quando eu comecei a ‘bulir’ na casa veio um cidadão que tem interesse na (compra da) casa e me denunciou que estava modificando a casa,  aí veio a Fundarpe. Eu fui lá na Fundarpe, mostrei os ofícios e nada. Se eu não tenho conhecimento e não sei falar, eu não tava aqui não, tava embaixo do viaduto. Desde que Badia morreu em 1991 que peço socorro e nunca fui socorrida”.

Para manter a casa, Lúcia e a família tocam um restaurante, que funciona de segunda a sábado vendendo almoço comercial. Leandro complementa a renda vendendo galeto. Sem ajuda externa, os três se esforçam tanto para sustentar o imóvel em pé quanto para manter viva a memória de Badia. “O espaço é rico, essa casa foi a primeira casa construída em Pernambuco, ela tem mais de 200 anos. Só que o tempo foi passando e a cultura foi enriquecendo, mas ainda não está no nível que a gente espera. Deve ser o desinteresse, falta de cultura”, lamenta Leandro.

Memória de Badia

Dona Lúcia e o filho Leandro mantém a casa com a renda do restaurante. Foto Arthur Souza/LeiaJáImagens

A herdeira de Badia ainda sonha em transformar a casa da Dama do Carnaval em um ponto de referência da cultura negra em Pernambuco. Entre os projetos, estão a abertura de um memorial, um espaço cultural e de formação, com cursos de culinária e cabelo afro, e um restaurante afro. Leandro diz que todos os planos estão “no papel mas não tem o interesse de autoridades, de chegar junto com patrocínio”.

Já Lúcia, segue confiando em sua fé nos orixás e no esforço da sua família para concretizar os sonhos. “Tudo que eu sei hoje em dia eu aprendi com ela. As lembranças, muitas estão nessa casa, eu tô aqui lutando pra sobreviver, zelar pela casa e pelo nome dela e das velhas (Sinhá e Iaiá) também que partiram. Antes de morrer eu quero deixar aqui um restaurante afro, pra ficar uma lembrança firme dela e da família dela”.

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A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), avaliou como "muito feias" e "um escárnio" as cenas de aglomeração registradas no Estado na noite deste domingo, 14. Bezerra disse que utilizará do poder de polícia para evitar novas festas de Carnaval e afirmou que agentes de segurança do Estado estarão na Praia de Pipa, em Timbau do Sul (SP), para evitar novas cenas de aglomeração.

Ontem, circularam pelas redes sociais imagens de centenas de pessoas se aglomerando em festas de carnaval na praia, um dos principais pontos turísticos do Rio Grande do Norte. Cenas semelhantes foram registradas também nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. No último dia 2, o governo potiguar publicou decreto que proibia festas, particulares ou públicas, de carnaval como forma de conter a disseminação do novo coronavírus.

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Em entrevista à GloboNews, Bezerra afirmou que "as pessoas não têm direito de ir pra rua sem máscara, sem seguir os protocolos sanitários". Segundo informou, as taxas de ocupação dos leitos de UTI na capital Natal estão próximas à 100%. "Me desculpe, eu adoro a juventude, mas os jovens precisam cuidar de seus pais, avós e tios", declarou a governadora.

Em um ano tão diferente, sem Carnaval e consequentemente, sem fonte de renda extra para tantos trabalhadores brasileiros, a Ambev firmou uma parceria com a Associação Nacional dos Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis (ANCAT) para doar R$100 como auxílio financeiro a 2.800 profissionais de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife e Salvador.

Dentre todas as cidades brasileiras, essas foram as praças onde a Ambev atuou no Carnaval de 2020 junto aos catadores e, por isso, a companhia as escolheu como uma forma de ajudar a diminuir o impacto das festas que não vão acontecer.

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Além disso, para ajudar ainda mais no trabalho dos catadores e incentivar as pessoas a ficarem em casa e descartarem o resíduo corretamente, a Ambev firmou uma parceria com o portal eCycle que disponibilizará, durante os dias de Carnaval, um serviço de busca por pontos de descarte de resíduos, que serão destinados a cooperativas de reciclagem. Ao todo, serão mais de 800 pontos de coleta mapeados e mais de 500 cooperativas apoiadas com a iniciativa.

Para facilitar o acesso da população, a companhia vai disponibilizar, durante as lives promovidas pelas marcas da Ambev, um código QR da eCycle que vai direcionar o consumidor para a página do site com o serviço de busca dos pontos de descarte mais próximos.

“O apoio da Ambev aos catadores neste momento difícil, fortalece nossa parceria e demonstra o reconhecimento dos catadores como prestadores de serviços oficiais do Carnaval” segundo Roberto Rocha, presidente da Ancat.

Em 2021, o Carnaval vai ser diferente, mas com esperança

A ação de apoio aos catadores no Carnaval sem folia foi uma forma que a Ambev encontrou de continuar a parceria com esses profissionais, que sempre estiveram ao lado da companhia durante os bloquinhos. Em 2020, a Ambev e a ANCAT organizaram uma força-tarefa para coleta de resíduos gerados nas festas. Foram mais de 324 toneladas de materiais recicláveis recolhidos, superando em 62% a expectativa da empresa.

Da assessoria

A prefeitura de São Paulo manteve, durante a semana do Carnaval, o funcionamento normal do rodízio de veículos, entre hoje (15) e 19 de fevereiro. Também continua valendo normalmente o rodízio de placas para veículos pesados (caminhões), a Zona de Máxima Restrição à Circulação de Caminhões (ZMRC) e a Zona de Máxima Restrição ao Fretamento (ZMRF).

Segundo a administração municipal, a medida ocorre em decorrência do Decreto Municipal 60.060 de 29 de janeiro de 2021, que determina a não adoção do ponto facultativo nos dias de Carnaval, considerando a situação de emergência de saúde pública na cidade de São Paulo, em razão da pandemia de Covid-19.

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O desrespeito ao rodízio implica em infração de trânsito de nível médio, com multa no valor de R$ 130,16 e acréscimo de quatro pontos no prontuário do motorista.

O segundo dia da fiscalização contra aglomerações que descumprem as normas sanitárias contra a Covid-19 resultou na aplicação de multas em 12 estabelecimentos que promoveram eventos carnavalescos no Distrito Federal. Cada estabelecimento terá de pagar R$ 20 mil à Secretaria de Estado da Proteção da Ordem Urbanística do Distrito Federal (DF Legal).

Conforme balanço divulgado pelo órgão, as principais irregularidades constatadas na noite deste sábado (13) foram a falta do uso de máscara, a falta de equipamentos de proteção individual em funcionários e o grande número de pessoas em pé aglomeradas. Somente na última noite, os fiscais vistoriaram 78 estabelecimentos em 27 das 33 regiões administrativas do DF.

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Além das 12 multas aplicadas, a fiscalização interditou dez espaços que não promoviam eventos carnavalescos, mas descumpriam normas sanitárias estabelecidas desde o início da pandemia. Entre as principais infrações estão a não medição de temperatura de clientes e a falta de uso de máscara e de álcool em gel.

Na primeira noite de fiscalização, na sexta-feira (12), o DF Legal interditou três estabelecimentos e multou quatro. Entre os eventos interrompidos estava uma festa no centro da capital federal.

Promovida pelo DF Legal em parceria com a Polícia Militar do Distrito Federal, a força-tarefa busca garantir o cumprimento de decreto editado na última quinta-feira (11) pelo governador Ibaneis Rocha que pretende conter o avanço da Covid-19 no feriado prolongado de carnaval.

O decreto proíbe festas, blocos e qualquer evento que gere aglomeração durante o carnaval e impõe restrições a bares e restaurantes. Esses estabelecimentos só podem operar com metade da capacidade total e não podem permitir que clientes dancem ou consumam produtos em pé.

Sem confete, glitter ou trio elétrico nas ruas. Pela primeira vez, Elielson Suplício (o Léo Fissura), de 47 anos, observou pelas janelas, abriu a porta, percorreu quilômetros e não encontrou vestígio de carnaval. Até acordou perdido no fuso, em Salvador. "Não chorei por fora, mas por dentro...", diz o porteiro. É a primeira vez, que se tenha registro histórico, que o carnaval não acontecerá. E o cancelamento da grande festa popular, pela Covid-19, atinge os demais polos turísticos da folia espalhados pelo País.

É rotina fora de época. Os circuitos mais tradicionais do carnaval de Salvador - o Dodô (entre os bairros da Barra e de Ondina) e Osmar (no Campo Grande) - amanheceram e anoiteceram sem foliões. A prefeitura cancelou o ponto facultativo para evitar aglomerações. "O dia acordou estranho. Estou feliz por ter saúde, e não acho mesmo que deveria ter festa, mas o coração está partido", disse Léo Fissura. Ele costuma sair os seis dias - pois o carnaval abriria oficialmente na quinta -, para seguir o trio de Bell Marques.

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E para quem a festa significa sustento acordar sem planos de ir para a avenida, matar a sede e a fome dos foliões, foi ainda mais penoso. "Quase chorei", diz a vendedora ambulante Derivalda Oliveira, de 57 anos, que trabalha há 15 no circuito Dodô. Um estudo da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia mostrou que, sem a folia, R$ 1,7 bilhão deixará de circular na cidade e 60 mil trabalhadores ficarão sem renda.

Um ano sem o Galo

Nesse sábado, primeiro dia oficial da festa em Pernambuco, a cidade do Recife não teve o tradicional desfile do Galo da Madrugada e as ladeiras de Olinda ficaram silenciosas e desertas, em função dos decretos do governo Estadual, que visam a evitar aglomerações e proíbem até o comércio nos centros históricos. Como em Salvador, artistas, blocos e bandas programaram lives para levar a folia ao público por redes sociais e canais de compartilhamento de vídeos. O plano era produzir vídeos com até 50 carnavalescos, mas até isso foi restringido. Na quinta o governo baixou norma limitando cada live a dez pessoas.

O folião Luiz Carlos Mendes, de 58 anos, relata que vai ao Galo da Madrugada há 40 anos, sem nenhuma exceção. "Faça chuva ou faça sol, estou lá . Já fui para o Galo com dengue diagnosticada pelo médico, que me deu 15 dias de repouso. Eu disse: ‘Doutor, 15 dias não dá, porque na próxima semana eu tenho o Galo’. Ele disse que eu não podia ir e, mesmo assim, eu fui", relata. "Nunca perdi o Galo! E essa pandemia, essa falta do Galo, é como se houvesse tido uma amputação de alguma parte minha, está um vazio muito grande. Eu chorei muito, não tenho vergonha de dizer. Só de falar já fico emocionado", afirma.

Já as ladeiras de Olinda ficaram desertas nesse sábado, sob vigilância policial. "Há poucas pessoas transitando, um silêncio nunca visto. Às vezes, uma ou outra pessoa passa cantando uma marchinha, levando vizinhos às lágrimas", diz Meire Oliveira, de 63 anos, entristecida.

Como o comércio de rua e os shoppings vão funcionar amanhã e terça, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Pernambuco (Abrasel-PE) criou um festival gastronômico. "O turismo em Pernambuco teve uma receita de R$ 2,3 bilhões em 2020 e não sabemos o que vai ser deste ano", disse o presidente, André Araújo.

Minas

Já as ondas de foliões que desciam e subiam as ladeiras de Ouro Preto, em Minas, também vão ficar na saudade, pelo menos este ano. A prefeitura cancelou o ponto facultativo entre os dias 15 e 17 e o carnaval presencial, considerado um dos melhores do país, está sem data. No lugar, a prefeitura lançou o carnaval virtual ‘Beleza Pura’, em 2021. "Todos os blocos se dispuseram a contribuir conosco e fizeram lives que serão mostradas durante este período", disse Felipe Guerra, secretário de Governo.

Em Paraitinga, marchas mantidas, mas sem público

As tradicionais marchinhas continuarão presentes este ano, em São Luiz do Paraitinga, interior de São Paulo, mas sem os foliões que abarrotam a cidade. A prefeitura lançou o "Carnaval Virtual de Marchinhas", que já escolheu as 16 composições que serão apresentadas em um canal do YouTube e na página da Viva Produções Culturais nas redes sociais. As músicas foram compostas por artistas locais e de outras cidades paulistas e gravadas por bandas de apoio com número limitado de integrantes contratados pela organização.

Em sua 36ª edição desde que aboliu outros ritmos, permitindo somente marchinhas, o carnaval da pequena cidade do interior está entre os melhores do país. No ano passado, mesmo com limitações impostas pelo município à entrada de ônibus e vans, atraiu 80 mil foliões. Os 25 blocos que tradicionalmente animam o carnaval pretendem agora fazer uma ação neste período para valorizar a cultura carnavalesca local. Integrantes principais estarão se apresentando individualmente no centro histórico, sem a presença de público.

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