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Paula Fernanda entrou por cotas indígenas em 2012, no curso de medicina veterinária da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) / Foto: Arquivo Pessoal

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A tribo Pankararu é um grupo de indígenas que habita nas proximidades do Rio São Francisco, nos limites entre os municípios de Tacaratu e Petrolândia, em Pernambuco, com o Norte da Serra do Ramalho, na Bahia. E de lá são as origens da médica veterinária Paula Fernanda, 23 anos. A jovem hoje é mestranda da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), localizada no município de Ilhéus, mas seu trajeto educacional começou muito antes. O início de sua história com a ciência começou quando Paula fez o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2012. Ao se inscrever no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), a garota viu que poderia optar pela candidatura por cotas para indígenas.

Paula não pensou duas vezes e marcou a opção de cotista. Foi selecionada e aprovada para o curso de medicina veterinária da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), localizada no Recife. “Daí em diante procurei a documentação exigida para comprovação (indígena)", relembra. Essa documentação consiste em um padrão solicitado pelas instituições públicas de ensino superior e deve conter comprovante de baixa renda - composto pelos três últimos contracheques do estudante ou responsáveis, carteira de trabalho e saldo bancário -, reconhecimento de indígena pela Fundação Nacional do Índio (Funai), documento disponibilizado pela Funai contendo assinaturas de três lideranças indígenas e autodeclaração. 

O peso da aprovação carrega muito mais do que o ingresso no ensino superior, como também a oportunidade de ser um orgulho para seus familiares. Paula tem pele branca, mas a ancestralidade indígena é trazida consigo. Reconhecida como índia pela Funai, a jovem passou a infância e adolescência na cidade para poder estudar. “Mas todo final de semana eu estava na aldeia. Meu pai e tios moravam na aldeia, mas mudaram-se para a cidade junto com minha avó para terem estudos. Os homens da família precisavam ir para a aldeia cuidar dos bichos e das plantas”, explica. 

De baixa renda e oriunda de escolas públicas, Paula enfrentou dificuldades de aprendizado. Os relatos são de um ensino médio defasado e com diversas falhas, com desestímulo por parte dos próprios docentes. “Grande parte do que sei do ensino médio foi porque estudei sozinha em casa ou porque a universidade me forçou a voltar atrás para aprender, senão nunca eu ia acompanhar a turma”, revela. 

A luta para alcançar a aprovação veio de muito esforço, seguido do reparo oferecido pela Lei de Cotas, que dá a oportunidade de igualar pessoas em situações de vida distintas. Paula já presenciou situações que mostram a dura realidade da educação dos povos indígenas. “Já presenciei parentes chegando atrasados nas aulas, porque estavam trabalhando na aldeia, alguns desistindo dos estudos, pois precisavam trabalhar para ajudar no sustento da família, e mesmo conseguindo terminar o ensino médio, a única opção é trabalhar, porque não há universidade próxima, não há capital para investir em estudos”, lamenta. 

Para Paula Fernanda, sem as cotas não seria possível estar no ensino superior. “A cota me permitiu ingressar na universidade assim que terminei o ensino médio em escola pública, ajudou muito, pois mesmo estudando em casa todos os dias, eu não tinha um suporte educacional bom, então minha nota não foi tão alta”. A jovem também foi aprovada em biomedicina, na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Também inserido no contexto indígena das cotas está João Victor Pankararu, de 21 anos. Victor foi aprovado no curso de farmácia na Universidade Federal de Sergipe (UFS). A escolha da graduação veio por meio das necessidades da aldeia. “Tentei por muitos anos medicina, mas não consegui. Então pesquisei e vi que existia outro curso que tinha uma ementa próxima da realidade que vivo com meu povo, que é o processo de cura por meio de plantas medicinais, o processo de reza, os remédios de naturais. A partir disso foi que eu pude perceber que havia cotas indígenas nessa universidade e foi onde eu optei”, relata.

Para Victor, as cotas vieram como uma reparação histórica e uma forma de igualar as necessidades e os anseios de quem divide a vida na aldeia e na cidade. “Hoje vemos profissionais capacitados e qualificados para atuar dentro dos seus povos - e nas sociedades não indígenas também -. E são oportunidades como essas que mostram novos horizontes aos indígenas. Essa, sim, é a maior forma de reparação histórica”, ressalta.  

A caminhada do estudante rumo à universidade começou na aldeia. Victor sempre morou em um vilarejo indígena localizado a 500 quilômetros do Recife, capital pernambucana, e a 240 quilômetros de Aracaju, em Sergipe. A educação regular foi dividida entre parte do município de Aracaju e parte do território da aldeia. “Convivi com o racismo estrutural, muitas vezes mostravam os materiais e os livros de história, sempre víamos os índios do Norte e os índios de outros países, mas nunca os índios do Nordeste, muito menos os índios da região”, lamenta. 

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Reparação histórica e obrigatória

O especialista em cotas e professor da UFPE, Michel Zaidan, acredita que as cotas para a população indígena fazem parte de uma obrigatoriedade do governo com os índios. “Nós tratamos os indígenas de uma maneira muito ruim do ponto de vista civilizatório, quase como um processo de extermínio das etnias. Então eu acho que tem que haver mesmo um tratamento muito diferente, talvez igual aos quilombolas, porque são populações remanescentes que ou habitavam o Brasil ou que ajudaram a colonizar o Brasil e com as quais nós temos um imenso passivo histórico com as quais temos que, de alguma maneira pagar”, opina Zaidan.

Os dados mais recentes da Sinopse Estatística da Educação Superior, referentes ao ano de 2017 e disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia do Ministério da Educação (MEC), mostram que do total de 8.286.663 matriculados em cursos de graduação presenciais e a distância no Brasil, 56.750 eram indígenas. Isso significa que 0,68% do total de discentes dentro do ensino superior é índio ou de origem indígena.

De acordo com um levantamento do site 'Quero Bolsa', quase 90 mil indígenas ingressaram no ensino superior desde 2010. Confira a seguir os dados detalhados:

Além das cotas

O especialista Michel Zaidan também defende uma educação diferenciada para os indígenas. “Seria muito interessantes não só cotas, mas uma educação voltada para a etnia indígena, com a língua, a gramática, a história, a questão das raízes étnicas porque simplesmente colocar os indígenas numa escola pública iguais às outras, isso é mais um capítulo do etnocídio, mais um capítulo do extermínio dessas etnias”, garante.

A questão apontada pelo professor é a existência da aculturação, em que as raízes de um povo são desvalorizadas e submersas nos moldes culturais capitalistas de uma determinada região. “Eles nunca vão se integrar totalmente porque são povos residuais e o risco da aculturação é a perda por completo dos seus antepassados, disso a educação jamais deveria fazer porque está perpetuando outro tipo de etnocídio contra os indígenas. Então, devem ser criadas mais do que cotas, devem ser criadas uma escola ou um ensino voltado para a etnia desses grupos”, esclarece o docente.

Reportagem faz parte do especial "Para que servem as cotas?", produzido pelo LeiaJá. O trabalho jornalístico explica a importância das cotas para a equidade e democratização dos espaços de educação brasileiros. Confira as demais reportagens:

1 - Cotas: sanção da lei marca o ensino superior

2 - A perspectiva social que explica a criação das cotas

3 - Cotas raciais valorizam diversidade no ensino superior

4 - Saiba como funciona as Comissões de Verificação de Cotas

5 - Inclusão de pessoas com deficiência marca Lei de Cotas

6 - Cotas rurais garantem ensino ao povo do campo

8 - Cotas para trans esbarram em preconceito no ensino básico

9 - ProUni: inclusão social no ensino superior particular

10 - O que é mito e o que é verdade sobre a Lei de Cotas?

11 - Como seria um mundo sem cotas? 

A Procuradoria Regional Eleitoral de São Paulo propôs quatro Ações de Impugnação de Mandato Eletivo contra parlamentares eleitos e candidatos do Podemos e partidos coligados PHS e PMB, Solidariedade e Patriota, por suposto uso de candidatas "laranjas" para preencher a cota de 30% de mulheres exigida pela legislação eleitoral nas eleições de 2018. As ações pedem a cassação dos mandatos de quatro deputados federais e sete deputados estaduais, além de mais de 500 suplentes.

Segundo a procuradoria, foram identificadas mais de 60 candidatas "laranjas" em São Paulo no ano passado. Em pelo menos dois casos envolvendo o Patriota há suspeita de uso das candidatas para desvio de verbas do Fundo Eleitoral.

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Entre os eleitos que são alvo de pedidos de cassação de mandato estão os federais Paulinho da Força (SD), Marco Feliciano (PODE), Renata Abreu (PODE) e Roberto Lucena (PODE), além dos sete deputados estaduais eleitos pelo Solidariedade (1) e pela coligação do Podemos (4), PHS (1) e Patriota (1). As ações, sobre as quais a Procuradoria Eleitoral não quis se manifestar, correm em segredo de Justiça.

O jornal O Estado de S. Paulo teve acesso à íntegra de uma delas, que envolve o Patriota, aberta com base nos depoimentos de 12 ex-candidatas do partido que disseram não ter recebido verbas para fazer campanha.

"Esta ação volta-se contra a nova e sofisticada versão das 'candidatas laranjas'", diz a Procuradoria. "Em vez da inscrição de candidatas desinformadas, o expediente usado foi das candidatas iludidas."

As ex-candidatas à Assembleia Legislativa Deusamar Santos Teixeira Salvador (1.712 votos) e Mariá de Lourdes Silva Depieri (274 votos) disseram ter sido obrigadas por Hiroxi Helio Kotó, secretário nacional do Patriota e coordenador do partido na região de Presidente Prudente, a assinar "cheques e alguns contratos em branco". Assim, "ficaram sem acesso aos recursos de suas próprias contas eleitorais".

Segundo a ação, posteriormente elas identificaram várias irregularidades como "contratos em cidades onde não fizeram campanha, de pessoas que jamais trabalharam (para o Podemos), (que eram) de outro partido (PR), assinaturas falsificadas, CPF em contratos de terceiros".

Outras candidatas alegam ter sido forçadas a fazer dobradinha com o presidente da legenda, Adilson Barroso, candidato derrotado a deputado federal. Simone Aparecida dos Santos, que concorreu a deputada estadual, disse à Procuradoria Eleitoral que foi impedida de fazer dobradinha com seu marido, Ademir Gonçalves de Oliveira, candidato a deputado federal. Em seu depoimento, Oliveira disse que foi convidado a se candidatar desde que conseguisse convencer uma mulher a disputar uma cadeira "por causa da cota". Quando a campanha começou, ela recebeu 15 mil santinhos, todos com o rosto de Adílson Barroso. Segundo Simone, no processo de negociação para a candidatura, a direção do Patriota disse que "para cada mulher podia entrar três homens".

Segundo os relatos das testemunhas, Barroso disse que venderia uma "fazenda" no valor de R$ 2 milhões para financiar a própria candidatura e de seus aliados, mas forneceu apenas santinhos com sua própria foto. A "fazenda", na verdade um sítio de quatro alqueires, nunca foi vendida. Ao Estado, Barroso disse que a história foi uma "brincadeira".

Na ação, a Procuradoria pede a cassação do único deputado estadual eleito pelo Patriota em São Paulo, Paulo Corrêa Jr., da chapa de 102 deputados federais não eleitos e dos 130 suplentes de deputado estadual.

O Patriota, Solidariedade, Podemos e PMB negaram a existência de candidatas "laranjas" e afirmaram que a distribuição da verba foi feita conforme o potencial e necessidades eleitorais de cada candidato. Paulinho da Força justificou que o Solidariedade teve porcentual de 34% de candidatas, mas que "algumas não tiveram voto nenhum. A gente teria jogado dinheiro fora." O Estado não conseguiu localizar os deputados Feliciano e Lucena.

Podemos concentra maior número

A promotora responsável pelas denúncias de candidatas supostamente "laranjas" no Ministério Público Eleitoral (MPE), Vera Lúcia Taberti, afirma que o Podemos concentra o maior número de reclamações. Mesmo não tendo sido eleitas, as mulheres que denunciaram o partido viraram rés na ação movida pelo MPE. "O TRE (Tribunal Regional Eleitoral) considera que qualquer suplente pode chegar a assumir a vaga", explica Taberti.

Segundo a promotora, o descontentamento das candidatas teria sido maior pelo fato da presidente nacional do partido, a deputada federal Renata Abreu (SP), ser mulher e se utilizar de um discurso de empoderamento para convencer outras mulheres a se candidatarem. O porta-voz de Renata afirmou que "jamais houve promessa financeira determinada".

Além disso, o MPE acusa um montante elevado de repasses para a campanha de Renata em detrimento das demais mulheres. O Estado calculou que ela recebeu o equivalente a 13% do Fundo Especial do partido em relação ao valor mínimo de 30% exigido para campanhas femininas, equivalente a R$ 10,8 milhões no Podemos. A prestação de contas de Renata não foi aprovada pelo TRE, em dezembro de 2018, e o pedido de embargo de declaração foi rejeitado em fevereiro. A defesa alega que "erros meramente formais não possuem o condão de reprovar contas".

Possíveis desvios de recursos também são investigados. Um exemplo é o da presidente estadual do Podemos Mulher. Márcia Pinheiro apresentou prestação de contas zerada à Justiça Eleitoral em novembro de 2018 e recebeu 59 votos. Casos semelhantes em qualquer partido são um alerta ao MP. "Nós temos quase certeza de que houve irregularidades quando vemos uma candidatura sem movimentação financeira".

O MPE também tem definido como irregulares candidaturas existentes, mas que não são um investimento do partido. "A partir do momento em que gera desinteresse, vira uma candidatura 'laranja'", diz Taberti. A questão é delicada por não haver uma regulamentação que defina um valor mínimo para as campanhas. "O partido não infringiu nenhuma lei, mas é uma questão moral". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ‘clássico do milhão’ entre Santa Cruz e Náutico ainda está rendendo. Mas nada com relação à provocações entre rivais. Na verdade, é justamente o lado vencedor que está de cabeça quente. Ou pelo menos parte dele. Nesta quinta-feira (21), o clube coral divulgou que a premiação R$ 1,45 milhão por passar de fase não ficará integralmente no Arruda.

Santa Cruz e Náutico firmaram um contrato antes da partida e decidiram que haveria uma divisão do valor líquido: 60% para o vencedor e 40% para o eliminado. Alguns tricolores não curtiram saber disso. Nas redes sociais do clube, houve um chuva de comentários negativos.

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“Amadorismo. Time pequeno é assim, entra com medo do adversário. Nós torcedores fomos iludidos mais uma vez”; “Transparência depois que faz um acordo absurdo com um rival direto na briga pelo acesso? Por que só tornaram transparente depois de mobilizar a torcida por uma mentira que já estava costurada?”; “Presidente, se você quiser dar doar dinheiro ao arquirrival, dê do seu próprio bolso e não de um prêmio de uma conquista ganha com dor e sofrimento em campo”, foram alguns dos desabafos.

Mas houve também quem concordasse com o combinado: “Quem tá reclamando, é só pensar se aquela bola no travessão tivesse entrado, ainda teríamos 40%. Os dois times lascados financeiramente, foi um acordo válido”; “Se a gente tivesse perdido a classificação estávamos comemorando o acordo né galera?”.

Em seu site oficial, o Santa Cruz publicou uma nota sobre o ocorrido

“O Santa Cruz Futebol Clube, reiterando o compromisso da gestão do presidente Constantino Junior em ser transparente com o torcedor, divulgando corretamente e de forma responsável as informações aos seus conselheiros, sócios e torcedores, bem como instituir no clube uma governança corporativa primando pela responsabilidade financeira, vem a público informar que, diante dos bloqueios das cotas de fase da Copa do Brasil 2019 efetivados em virtude do ato trabalhista 01/2003 do TRT 6ª Região, cuja execução de clubes de futebol está concentrada na 12ª vara do trabalho do Recife e diante da iminência de não obter receita suficiente para manter em dia os pagamentos de acordos trabalhistas e com fornecedores, bem como visando a manutenção em dia de salários de atletas e funcionários, firmou acordo com o Clube Náutico Capibaribe para que o vencedor do confronto realizado no dia 20 de Fevereiro no Arruda venha a receber 60% (sessenta porcento) do valor da premiação.

Mantendo-se um percentual mínimo de 40% (quarenta porcento) para a equipe eliminada. O acordo visa tentar eliminar ao máximo o atraso de salários que historicamente tem prejudicado a imagem do clube e manter a garantia dos pagamentos em dia nos termos do seu planejamento. O Santa Cruz Futebol Clube agradece a presença de todos que empurraram nossos atletas para a classificação obtida no jogo de ontem e esperamos estar sempre juntos visando obter o sucesso nas competições disputadas na temporada 2019.”

Nada mal está passando o senador Humberto Costa (PT-PE). De acordo com a coluna Radar, da revista Veja, o petista gastou R$ 553, 90 em um restaurante japonês, em Brasília. Ainda segundo o jornalista Ernesto Neves, que assina a coluna, o petista gastou R$ 56.279,99 de cota parlamentar nos dois primeiros meses de 2019. Desse valor, a conta de Humberto teria passado dos R$ 100 reais em ao menos 17 restaurantes. 

Do total dos mais de R$ 56 mil, cerca de R$ 17 mil foram para locomoção, alimentação e hospedagem. Mais de R$ 21 mil, ainda de acordo com a coluna, foram usados na compra de passagens aéreas. 

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Por meio de nota, no entanto, a assessoria do senador garantiu que “todos os itens registrados encontram-se rigorosamente dentro dos limites legais estabelecidos pelo Senado Federal para a cota parlamentar”. A assessoria, entre outros pontos, também diz que Humberto se recusou “a receber os valores referentes a dois auxílios-mudança a que faria jus, em torno de R$ 70 mil”. 

“Todos eles [os gastos] estão previstos nos dispositivos legislativos com a finalidade de assegurar o exercício da atividade parlamentar como deslocamentos aéreos e atividades de cerimonial”, reitera a nota. 

A Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) divulgou um novo processo seletivo para os seus Programas de Pós Graduação. Com mais de 500 vagas disponíveis para o primeiro semestre do próximo ano, a seleção oferece cursos de mestrado e doutorado. A grande novidade é que, pela primeira vez, a instituição de ensino terá cotas para pessoas trans.

De acordo com a pró-reitora de pesquisa e pós-graduação da UFRPE, Maria Madalena Pessoa Guerra, houve um extenso diálogo antes da decisão entre integrantes da Universidade e grupos sociais. “Existia uma portaria do Ministério da Educação (MEC) em que a gente precisava de uma política de ações afirmativas. A gente criou uma comissão na universidade, foram feitas várias reuniões para entender a melhor forma [de respeitar essa política]. Depois de várias discussões e vendo outras resoluções de universidades, a comissão achou pertinente incluir também as pessoas trans nesse grupo, concorrendo a uma cota especial. A comissão passou mais de um ano trabalhando isso”, explicou a pró-reitora em entrevista ao LeiaJá nesta terça-feira (25). 

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Documento publicado pela Universidade ainda explica o seguinte: “Consideram-se pessoas trans aquelas que se autodeclararem travestis, transexuais e transgêneros no ato da inscrição no processo seletivo”. “Há uma resolução que inclui pessoas pretas, pardas, com dificuldade de locomoção e quilombolas. Dentro da Universidade, foi decido também que as pessoas trans passam por um processo que, muitas vezes por questões psicológicas, não conseguem concorrer da mesma forma. Outras universidades tinham incluído esse item e a gente resolveu incluir também. É a primeira vez que está sendo adotado isso. Estamos atendendo a uma portaria do Ministério e possibilitando que essas pessoas possam concorrer em um universo menor. O critério de seleção será o mesmo, mas elas não vão entrar na ampla concorrência do programa”, acrescentou a pró-reitora. 

Para os mestrados, a instituição de ensino dispõe das seguintes áreas: Administração e Desenvolvimento Rural; Agronomia (Melhoramento Genético de Plantas); Biociência Animal;  Biodiversidade e Conservação; Biometria e Estatística Aplicada; Botânica; Ciência Animal e Pastagens; Ciência Animal Tropical; Ciência do Solo; Ciência e Tecnologia de Alimentos; Ciências Ambientais; Ciências Florestais; Controladoria; Ecologia; Educação, Cultura e Identidades; Engenharia Agrícola; Engenharia Ambiental; Etnobiologia e Conservação da Natureza; Física Aplicada; Fitopatologia; Informática Aplicada; Medicina Veterinária; Produção Agrícola; Produção Vegetal; Química; Recursos Pesqueiros e Aquicultura ; Sanidade e Reprodução de Ruminantes; e Tecnologia e Gestão em Educação a Distância.

Já para os doutorados, os segmentos são os seguintes: Agronomia (Melhoramento Genético de Plantas); Biociência Animal; Biometria e Estatística Aplicada; Botânica; Ciência Animal Tropical; Ciência do Solo; Ciências Florestais; Engenharia Agrícola; Entomologia Agrícola; Etnobiologia e Conservação da Natureza; Fitopatologia; Medicina Veterinária; Química; e Recursos Pesqueiros e Aquicultura. 

De acordo com a UFRPE, os cursos de mestrado somam 401 oportunidades, das quais 89 são reservadas para candidatos pretos, pardos, indígenas, deficientes ou trans, assim como há 30 exclusivas para servidores da Universidade. 

Já para o doutorado, são disponibilizadas 128 vagas, sendo 29 para pretos, pardos, indígenas, com deficiência ou trans, além de 14 vagas extras exclusivas para os servidores da UFRPE.

As inscrições para o processo seletivo poderão ser feitas das 10h de 1º de outubro até o dia 29 do mesmo mês, por meio do site da UFRPE. A taxa de inscrição custa R$ 50.

Segundo o edital de abertura, entre as etapas das seleções estão análise de documentação inserida no ato da inscrição, avaliação do Curriculum Vitae e histórico escolar, prova escrita de conhecimento, defesa de anteprojeto, entre outras atividades. Mais informações devem ser obtidas no edital do processo seletivo.

O governo brasileiro desistiu de propor, na negociação para prorrogar até 2023 o acordo com a Argentina para comércio de veículos e autopeças, um aumento gradual do máximo que o Brasil pode exportar para o país vizinho, conforme apurou o Estadão / Broadcast. Agora, defende um limite maior que o atual, mas sem crescer a cada ano.

No acordo vigente, que tem duração de quatro anos e vai até junho de 2020, a cada US$ 1 importado da Argentina, o Brasil pode vender, livre de tarifas, US$ 1,5 para lá. Essa proporção é chamada pelos dois governos e pelas empresas de "flex". O documento prevê também que, no último ano de vigência, entre julho de 2019 e junho de 2020, o flex suba para US$ 1,7.

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Nas negociações para prorrogar por mais três anos, até 2023, o governo brasileiro vinha defendendo que o flex subisse gradualmente a cada ano, partindo de US$ 1,7. No entanto, encontrou resistência por parte do governo argentino, que tem buscado melhorar suas contas externas. O Brasil, então, desistiu da ideia e passou a propor que o flex se mantenha fixo por esses três anos a US$ 1,7, no mínimo.

Uma nova reunião sobre o tema está marcada para o início de setembro. A intenção é que haja um acerto ainda neste semestre. A prorrogação está sendo negociada pelos governos dois anos antes do fim do prazo atual porque as partes querem se antecipar ao processo eleitoral na Argentina, que ocorre no ano que vem.

O flex voltou a ser discutido pelos países no ano passado, quando a Argentina avisou que começaria a notificar as empresas que estavam excedendo o limite de US$ 1,5, exigindo a constituição de garantias equivalente às multas previstas no acordo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Nesta quinta-feira (28), o presidente Michel Temer assinou um decreto que estabelece a cota de 30% para negros e pardos na contratação de jovens como estagiários aprendizes no serviço público federal. As vagas em questão são referentes aos setores da administração pública federal direta, autarquias, fundações públicas e sociedades de economia mista controladas pela União.

Poderão pleitear a cota pessoas que se autodeclararam pretas ou pardas no ato de inscrição das seleções para as oportunidades supracitadas, pessoas que se autodeclararem pretas ou pardas no momento da inscrição, conforme o critério instituído pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Estabelecemos três premissas fundamentais para o governo, uma delas é o compromisso social. Os jovens, fazem parte dele. As cotas simbolizam nosso empenho em promover o acesso ao emprego e estimular a economia. Esses jovens serão posicionados em condição de igualdade e terão mais oportunidades profissionais e de formação para carreiras”, afirmou o presidente Michel Temer.

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De acordo com o ministro do Trabalho, Helton Yomura, o número de contratações de aprendizes cresceu cerca de 42%  nos últimos três anos, considerando somente os primeiros trimestres. Yomura também destacou que o decreto contribui para afastar os jovens do trabalho ilegal. “E mais que isso: vai caminhar no sentido positivo de impulsionar a inserção da população negra brasileira no mercado de trabalho”, reforçou.

O governo brasileiro avalia negociar com os Estados Unidos alterações no cálculo das cotas de exportação de aço e alumínio para diminuir prejuízos ao comércio por causa das sobretaxas de 25% sobre o aço e de 10% sobre o alumínio anunciadas em março. Segundo fontes do governo, essa é uma das poucas alternativas que restam, depois que os americanos colocaram apenas duas alternativas sobre a mesa: cota ou sobretaxa.

As duas opções são consideradas ruins pelo governo e pelo mercado. A cota é uma forma de limitar as exportações estabelecendo volumes máximos a serem embarcados para os EUA. Já a sobretaxa eleva o valor pago pelo importador americano, o que pode inviabilizar as vendas para aquele mercado. O Brasil vinha defendendo, nas negociações, que não deveria sofrer nenhum tipo de restrição no comércio dos dois produtos. O principal argumento é que 80% do aço exportado para os EUA é semiacabado, ou seja, insumo para a indústria local. Os negociadores vinham nessa queda de braço até que, na última sexta-feira, os americanos avisaram que não havia mais tempo para negociação e que o País precisaria escolher entre cota ou sobretaxa. No fim da noite de segunda-feira, quando terminou o prazo dado por ele próprio para a conclusão das negociações com os países afetados pela sobretaxa, o presidente Donald Trump disse que havia fechado um acordo "em princípio" com o Brasil e que seriam necessários mais alguns dias para negociar detalhes.

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Muito provavelmente, Trump se referia às cotas que eles propuseram ao Brasil e sobre as quais não tiveram resposta positiva. Mas, fora desse cardápio, aparentemente não há muitas opções, admitem fontes. Uma possibilidade seria questionar a medida norte-americana na Organização Mundial do Comércio (OMC). Não há decisão de governo quanto a isso.

"Precisamos esperar para ver como fica", disse ontem ao Estado o presidente da Associação Brasileira do Alumínio (Abal), Milton Rego. Ele confirmou que havia as duas opções sobre a mesa, mas não está seguro sobre o que acontecerá, agora que os Estados Unidos decidiram prorrogar o prazo das negociações.

No caso do setor de alumínio, a proposta americana era uma cota baseada na média das exportações dos últimos cinco anos. Esse volume, disse o executivo, não é suficiente nem para cumprir as vendas que já foram contratadas para este ano. Além disso, a cota proposta por eles é do tipo "hard", além da qual não se pode exportar mais nada. Por isso, segundo fontes, o setor tendia a optar pela sobretaxa. Rego não confirmou. Ele prefere esperar para ver se haverá alguma alteração na proposta americana.

Posição

Para o aço, a sobretaxa de 25% praticamente inviabiliza as vendas, segundo declarou várias vezes o presidente executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo Mello Lopes. A entidade só deve se posicionar sobre o caso hoje. Também hoje, os ministérios das Relações Exteriores e da Indústria, Comércio Exterior e Serviços deverão divulgar nota conjunta.Fontes ligadas ao governo informaram que, no caso dos produtos siderúrgicos, as cotas serão calculadas sobre a média exportada de 2015, 2016 e 2017, anos que foram ruins para o comércio exterior. Ou seja, são cotas baixas.

É nesse ponto que os técnicos acreditam haver espaço para negociação. Enquanto o Brasil ainda avalia o que fazer, a Argentina anunciou haver alcançado um acordo definitivo com os Estados Unidos, segundo o jornal Clarín. Ela ficará livre das sobretaxas, mas observará cotas para suas exportações. Porém, diferente do que ocorreu com a Coreia, que aceitou cotas cujo resultado foi um corte nas vendas de 30%, a Argentina diz ter conseguido uma cota de 180 mil toneladas de aço, 35% superior à média dos últimos três anos. Para alumínio, serão 130 mil toneladas, o que corresponde à média dos últimos três anos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os Estados Unidos indicaram ao Brasil que vão adotar um sistema de cotas para a entrada de aço importado sem restrição tarifária. A sinalização foi dada pelo secretário de comércio dos EUA, Wilbur Ross, em reunião com o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira. Na conversa, o secretário reconheceu que o Brasil "não é um problema" para Washington na questão do aço e, por isso, terá o benefício. O governo brasileiro comemorou.

Após a crise comercial provocada pelo governo Donald Trump ao sobretaxar a entrada de aço importado em 25%, o imbróglio parece que começa a se resolver. Nessa quinta-feira, 12, Ross indicou que Washington tem interesse em resolver rapidamente a situação do Brasil no tema e propôs a adoção de um sistema de cotas para o aço de países que não são considerados "problema". Brasil e Coreia do Sul foram mencionados, sendo que as conversas com os coreanos estão mais avançadas. Representantes dos dois governos estão em Lima, no Peru, para participar da VIII Cúpula das Américas.

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Sem problemas

Nesse novo sistema de cotas, Washington não adotará nenhuma sobretaxa para o aço previsto na cota de cada país. A solução não deverá beneficiar China, Índia e Rússia. Ações de siderúrgicas reagiram positivamente e fecharam o dia em alta. Ao chanceler, o secretário norte-americano reconheceu que o aço do Brasil não é um problema para o governo Trump. O argumento é que, apesar de ser exportador do produto, a relação comercial entre os dois países é favorável para os EUA. Além disso, as empresas brasileiras têm investimentos no país, inclusive com geração de empregos no segmento siderúrgico. O governo brasileiro acredita que o novo sistema deve ser anunciado até o fim do mês - quando termina a isenção temporária ao material vindo do Brasil. Caso as negociações se estendam, o secretário dos EUA indicou ao Brasil que eventual sobretaxa teria compensação tributária posterior. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A empresa Ossia anunciou durante a feira Consumer Electronics Show (CES), nos EUA, uma maneira de fornecer energia aos aparelhos eletrônicos da mesma maneira que a internet é entregue pelo Wi-Fi. Uma das primeiras aplicações desta tecnologia no mundo real é uma pilha AA que promete durar para sempre e pode ser recarregada pelo ar.

A tecnologia chamada Cota Tile pode alimentar diversos aparelhos eletrônicos a uma certa distância utilizando um transmissor de radiofrequência e um receptor acoplado neles. Utilizando essa inovação, a Ossia anunciou as pilhas AA Forever Battery, que possuem a antena da empresa embutida, de forma que conseguem ser carregadas sem fio.

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Segundo a empresa, essas baterias podem ser utilizadas para alimentar para sempre sistemas de segurança, termostatos, controles remotos, detectores de vazamento e outros dispositivos conectados à internet. A Ossia também acredita que pode escalar a tecnologia para funcionar em baterias de smartphones.

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O governo federal publicou o decreto que estabelece o número mínimo de salas de cinema que deverão ser reservadas para exibição de conteúdo nacional. De acordo com a Agência Nacional do Cinema (Ancine) a chamada Cota de Tela estabelece que as empresas que administram salas de cinema no Brasil utilizem 28 dias do ano para veicular conteúdo produzido no país, com 24 títulos diferentes para estabelecimentos com mais de 15 salas.

A fiscalização sobre o cumprimento da Medida Provisória emitida em 2001 é feita pela Ancine com base em um decreto publicado todo ano no Diário Oficial. O mecanismo utilizado para verificar se os cinemas estão cumprindo a norma é o Sistema de Controle de Bilheteria, que mantem um cadastro de todos os filmes exibidos em todas as salas do país. O decreto de 2018 se manteve igual ao de 2017 em quantidade de horas de exibição de produções nacionais.

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A Cota de Tela foi criada em 1990 para tentar equilibrar a presença de conteúdo estrangeiro e fortalecer a indústria cinematográfica nacional. Esse artifício é adotado em diversos países e o Brasil já teve uma lei parecida editada em 1930 para ajudar a indústria nacional a se equiparar com Hollywood, de acordo com informações da própria Ancine.

A Caixa Econômica Federal (CEF) foi condenada por descumprimento da Lei 8.213/91. A norma diz que empresas com mais de mil empregados devem reservar 5% dos cargos para pessoas com deficiência e, segundo informações do Ministério Público do Trabalho (MPT), a instituição financeira descumpriu a regra.

De acordo com o MPT, a decisão pela condenação da Caixa é da juíza Maria Socorro de Souza Lobo, da 7ª Vara do Trabalho de Brasília, que aceitou a ação civil pública do próprio Ministério. “O banco terá que dar prioridade aos aprovados no concurso público de 2014 para cumprir a cota e pagar indenização de R$ 1 milhão por danos morais coletivos”, informou o MPT.

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Por meio da ação civil, o Ministério apresentou, a partir de dados informados pela própria Caixa, que o quadro do banco possui apenas 1,42% de pessoas com deficiência, resultando em um déficit de 3.561 trabalhadores para cumprir a cota mínima. “Além de ser incontroverso o descumprimento de contratação de pessoas com deficiência e/ou reabilitadas na proporção indicada, tem-se que a recusa no cumprimento da cota prevista não se deve à falta de mão de obra na ocupação desses postos de trabalho”, destaca a procuradora Ana Cláudia Bandeira Monteiro, autora da ação, conforme informações da assessoria de imprensa. 

A maioria dos alemães (62%) é a favor da introdução de um limite máximo para entrada de refugiados no país, enquanto 36% são contra, de acordo com uma pesquisa conduzida pelo instituto de pesquisa Emnid para o jornal Bild am Sonntag. O jornal divulgou apenas uma prévia da pesquisa antes da publicação integral neste domingo (13).

O apoio é maior entre os entrevistados que se dizem eleitores do Partido Social-Democrata (SPD, na sigla em alemão) - 78% se declararam favoráveis à cota, enquanto 19% eram contra. Entre os apoiadores da União Democrata Cristã (CDU, na sigla em alemão), partido da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, 55% eram a favor e 45% contra o limite máximo.

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A pesquisa da Emnid, com 503 pessoas, foi feita na quinta-feira (10). Merkel tem enfrentado críticas crescentes sobre a política de portas abertas do governo alemão com relação a migrantes. O número de pessoas que migraram para a Alemanha já está próximo de 1 milhão só este ano. Fonte: Dow Jones Newswires.

A maior parte dos candidatos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é contra cotas em universidades e concursos públicos, segundo pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN), no Recife. Apesar de em algumas situações a diferença ser pequena, os avaliados mostram ser contra as cotas raciais e sociais. 

Segundo o cientista político do IPMN, Adriano Oliveira, responsável pela pesquisa, o resultado mostra um pensamento egoísta. É que o mesmo estudo revela um grande interesse dos estudantes em participar do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), com 62,5% pretendendo ser alunos do programa. “Eles são contra políticas sociais que não lhes beneficiam”, aponta o cientista. O tal indicativo de egoísmo também é revelado pela grande parcela que é contra a ampliação do Bolsa Família. “Ou é um público egoísta, que não é atingido pelo programa e não descobre sua importância, ou eles possuem uma visão negativa do mesmo”.

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Adriano também destaca que o público entrevistado é bastante meritocrático. “Os entrevistados acreditam que a questão racial não é indicadora de ausência de oportunidade”, complementa. O questionário revela que 60,5% são contra cotas raciais em universidades públicas, enquanto 34,4% são a favor e 5,1% não sabem ou não responderam. Já para concursos públicos, os números são 63,6% contra, 31,2% a favor e 5,2% não sabem ou não responderam.


Há um empate técnico com relação às cotas sociais. Para universidades públicas, 47,9% se mostraram contrários às cotas sociais e 46,5% a favor. A diferença também é pequena para as costas em concursos públicos, com 50% dos entrevistados contrários e 44,5% em apoio. Dos pesquisados, 42,1% pertenciam a classe socioeconômica D e E.  

O pesquisador ainda chama a atenção para o resultado contraditório da pergunta sobre o que contribuiria para o crescimento econômico do país. “ Os eleitores apoiam o incentivo ao Fies e ao ProUni, mas ao mesmo tempo são a favor da redução da carga tributária”, comenta.

O plenário do Senado aprovou na noite dessa terça-feira (8) a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece cotas para mulheres nas eleições para deputado federal, estadual e vereador. A proposta já havia sido aprovada em primeiro turno e agora segue para análise da Câmara.

De acordo com o texto, as regras são estabelecidas para as três legislaturas seguintes àquela em que a PEC for promulgada. Na primeira legislatura subsequente, a cota é de pelo menos 10%; na segunda, de 12%; e na terceira, de 16%. Caso o porcentual mínimo não seja atingido por um determinado gênero, as vagas necessárias serão preenchidas pelos candidatos desse gênero com a maior votação nominal individual entre os partidos que atingiram o quociente eleitoral.

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Atualmente, dos 81 senadores, apenas 13 são mulheres. Na Câmara, das 513 cadeiras, apenas 51 são ocupadas por mulheres. "É o primeiro passo de uma ação afirmativa, transitória, por isso constitucional, mas acredito que será uma alavancagem para as mulheres deste Brasil. Hoje muitas querem ser candidatas, mas temos ainda, culturalmente, a responsabilidade de crianças, de família, e sabemos que há um peso muito grande para a mulher, quando ela é candidatura, sem apoio específico, também partidário, para conseguir avançar", afirmou a senadora Marta Suplicy (sem partido-SP).

No último mês de julho, por uma margem apertada de 15 votos, a Câmara rejeitou proposta semelhante à aprovada pelos senadores que também visava criar uma cota para as mulheres no Legislativo federal, dos Estados e dos municípios. Eram necessários 308 votos para aprovar a proposta, mas houve 293 apoiamentos. Cento e um deputados votaram não e houve o expressivo número de 53 abstenções.

O plenário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou nesta terça-feira, 9, cota de acesso a negros para cargos no Judiciário. A resolução dispõe sobre vagas oferecidas em concursos públicos para provimento de cargos efetivos e de ingresso na magistratura. A partir de agora, haverá reserva mínima de 20% das vagas para estes candidatos.

O porcentual poderá ser elevado a critério de cada tribunal, que também terá autonomia para criar outras políticas afirmativas de acordo com as peculiaridades locais. Com a aprovação da resolução, a magistratura é a primeira carreira jurídica a estabelecer esse tipo de política afirmativa para preenchimento de vagas.

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"Estamos diante de um momento importante, pois é primeira vez que um dos poderes da República reservará uma cota para cidadãos oriundos de mais de 50% da população que não têm acesso aos cargos de poder nesse País", disse o presidente Ricardo Lewandowski. "Esse é um passo histórico muito relevante, pois estamos contribuindo para a pacificação e a integração deste País, e de certa forma reparamos um erro histórico em relação aos afrodescendentes."

A proposta de resolução foi apresentada pelo relator Paulo Teixeira em 26 de maio, mas houve pedido de vista do conselheiro Fabiano Silveira. Ao devolver o assunto nesta terça-feira, o conselheiro disse que a reserva de 20% nas vagas poderia ser ineficaz, uma vez que diversos tribunais não conseguem preencher os postos para magistratura atualmente.

"A lógica que predomina é que há sobra de vagas. Faço ponderação para que a resolução pelo menos contemple a faculdade de o tribunal estabelecer um bônus de pontuação. Não estamos dizendo que deve adotar, mas que pode combinar reserva com bônus de acordo com suas experiências", disse Silveira.

Alguns conselheiros alegaram que a bonificação poderia ser questionada legalmente e resultar na aprovação de magistrados sem qualificação mínima, e houve sugestão para criação de nota de corte e de formação especializada nas escolas da magistratura. A redação final, porém, garantiu a reserva de 20% como mínima possível e delegou aos tribunais a prerrogativa de definir outras políticas afirmativas de acesso a cargos no Judiciário a partir do texto básico aprovado pelo CNJ, inclusive em relação a cargos de chefia. As informações foram divulgadas pelo CNJ.

Apoio

A discussão teve a participação do secretário-geral da Ordem dos Advogados do Brasil, Cláudio Pereira de Souza Neto, que manifestou apoio à iniciativa do CNJ. "A sociedade tem imposto uma série de barreiras para as minorias que têm se superado com muito sacrifício. É importante que o Judiciário seja plural, formado por composições diversas que advém da sociedade, com fatos levados ao Judiciário por diversos setores."

O representante do Ministério Público, subprocurador-geral da República Eugênio Aragão, também apoiou a resolução.

"Me parece que a ação afirmativa não precisa de justificativa, é evidente que existe necessidade premente de criar mais acesso aos cargos públicos aos segmentos mais diversificados da sociedade. Por isso, entendo que o CNJ está de parabéns, é uma vanguarda das carreiras de Estado ao adotar medida dessa qualidade, que deve animar outras carreiras", disse.

Para evitar prejuízos à candidatura da senadora petista Gleisi Hoffmann ao governo do Paraná, o Palácio do Planalto decidiu revogar uma portaria que reduzia de US$ 300 para US$ 150 a cota de importação livre de imposto a que cada pessoa tem direito ao entrar no País por via terrestre, fluvial e lacustre. A medida teria reflexos negativos no eleitor e poderia atrapalhar os planos da senadora na disputa com o governador Beto Richa (PSDB), que tenta a reeleição, e o senador Roberto Requião (PMDB).

A avaliação é de que, com a redução da cota, publicada no Diário Oficial de segunda-feira, 21, o nome de Gleisi poderia ser associado a prejuízos a comerciantes do Paraná, especialmente em Foz do Iguaçu, cidade com quase 200 mil eleitores. Gleisi foi ministra da Casa Civil até o fim de março e toda portaria passa, obrigatoriamente, pela Pasta.

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A grande maioria dos produtos que chegam ao Brasil pelas fronteiras vem de Ciudad del Este, no Paraguai, vizinha de Foz. Como a senadora estava em Assunção desde a segunda-feira, 21, em um evento organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e sua congênere paraguaia, ela ouviu muitas reclamações de políticos e empresários contra a portaria. Eles alegaram que teriam muitos prejuízos. Gleisi prometeu agir.

Logo que o dia amanheceu, na terça-feira, 22, ela ligou para o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) e para o ministro interino da Fazenda, Paulo Rogério Caffarelli. Falou sobre a impropriedade da medida. Por intermédio da assessoria, Mercadante confirmou que recebeu a ligação de Gleisi e que deu a ela o recado de que o governo recuaria. Comunicou ainda que suspensão vai durar até 2015. Disse à senadora que poderia dar a notícia da decisão do governo brasileiro aos vizinhos.

Pesou ainda na decisão o fato de o governo brasileiro ter cuidado nas relações com o Paraguai. Em 2012, o vizinho foi suspenso do Mercosul após a cassação do então presidente Fernando Lugo, decisão apoiada pelo Brasil à época, e está em vias de retornar ao bloco.

Tanto Mercadante quanto Caffarelli consultaram a Receita Federal logo depois da ligação de Gleisi. Falaram da necessidade de revogação da portaria. A Receita viu-se obrigada a recuar e a anunciar que deverá publicar no Diário Oficial desta quarta-feira, 23, outra portaria, com a suspensão da medida.

Gleisi garantiu ao presidente do Paraguai, Horácio Cartes, que o governo brasileiro retiraria a portaria que afetava as compras via Ponte da Amizade. Estava acompanhada do ex-deputado Ricardo Gomyde, do PC do B, candidato ao Senado em sua coligação.

Ao deixar a reunião com Cartes, no Palácio de Los Lopes, Gleisi afirmou: "Eu já havia conversado pela manhã com o ministro-chefe da Casa Civil do governo brasileiro e também com o Ministério da Fazenda. Essa medida vai ser suspensa", disse. "Era, na realidade, uma regulamentação de uma lei nossa sobre os free shoppings e não deveria tratar da cota neste momento. Então, vai ser suspensa". E emendou: "Voltaremos à cota dos US$ 300. Já o governo brasileiro pediu para que eu falasse ao presidente paraguaio e também ao nosso ministro das Relações Exteriores a decisão", disse a ex-ministra.

Receita

No início da tarde, a Receita Federal comunicou o recuo. Alegou questões técnicas e erros burocráticos. O secretário Carlos Alberto Barreto afirmou que a redução da cota passará a valer quando municípios-gêmeos de fronteira montarem free shops, conforme autoriza uma lei de 2012. Colaboraram Tânia Monteiro, Renato Veríssimo e Laís Alegretti. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Joaquim Barbosa, não quis comentar se o resultado do Censo do Judiciário poderia abrir um debate no órgão sobre a adoção de cotas para ingresso na magistratura.

O Censo mostrou que apenas 1,4% dos juízes brasileiros são negros. "Não sei, não sei, não sei. Estou de saída (ele vai se aposentar neste mês). 'Es ist mir ganz egal' (expressão em alemão que, em português, significa 'para mim, tanto faz'). Não estou nem aí", completou.

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Depois da aprovação do sistema cotista para o ingresso de negros nas universidades, agora é a vez dos afrodescendentes serem beneficiados nos concursos públicos. Nessa terça-feira (20), em Brasília, o Senado Federal aprovou a reserva de vagas para negros ou pardos nos processos seletivos públicos federais, garantindo assim 20% das oportunidades dos certames. Segundo o Senado, a medida abrange as seleções realizadas por órgãos da administração pública federal, autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista controladas pela União.

Por meio da uma votação simbólica, os senadores aprovaram o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 29/2014. Durante os votos, o Plenário e as galerias contaram com a participação de deputados e representantes de entidades de defesa da igualdade racial. As cotas nos concursos públicos entrarão em vigor assim que a presidenta Dilma Rousseff sancionar a lei.

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O próprio Poder Executivo elaborou o texto do projeto. Os candidatos dos concursos é que deverão se declarar negros ou pardos no momento das inscrições, de acordo com o quesito de cor ou raça utilizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Segundo o Senado, esses concorrentes concorrerão em duas listas, que são a de ampla concorrência e a reservada.

Ocorrendo classificação dentro da quantidade de vagas oferecidas no edital do concurso, o candidato negro será convocado pela relação de ampla concorrência. Assim, a vaga reservada será preenchida pelo próximo concorrente negro da lista de classificação. “Temos de esclarecer que a cota é aplicada no processo de classificação. Todas as pessoas vão disputar as vagas no concurso público em pé de igualdade. Não haverá nenhuma possibilidade de se fazer injustiça. Todas as pessoas farão o processo seletivo e, apenas na hora de preencher as vagas, é que será observada a cota de 20%”, destaca a senadora Ana Rita (PT-ES), conforme informações do Senado. Ana Rita relatou a proposta na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH).

Outra determinação do projeto de lei é que os 20% de cotas serão aplicados toda vez que a quantidade de vagas disponibilizadas no concurso seja igual ou maior que três. Como exemplo, se o oferecimento em um determinado certame é de três vagas, uma já fica reservada para os candidatos negros. De acordo com o Senado, a cota em concursos terá validade de dez anos e não será aplicada a certames com editais publicados antes da vigência da lei.

Punição

Punições serão dadas quando constatada falsidade na declaração de cor ou raça dos candidatos. Segundo o Poder Executivo, as sanções vão da eliminação do concurso à anulação do processo de admissão ao serviço ou emprego público do candidato que fraudar os dados.

 

 

 

Integrantes da cúpula da Câmara estabeleceram nesta quarta-feira, 18, um reajuste de 7,76% no valor da cota parlamentar dos deputados, que entrará em vigor a partir de janeiro de 2014. O impacto estimado aos cofres da Casa com o reajuste é de 16 milhões no próximo ano, aproximadamente R$ 1,3 milhão por mês. O aumento da cota é o segundo concebido pelos integrantes da cúpula da Câmara neste ano e ocorreu na última reunião prevista para 2013. O primeiro reajuste ocorreu logo após o deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) assumir o comando da Casa, em março.

Após a reunião de hoje, Alves não quis comentar o reajuste. Os integrantes da Mesa, no entanto, utilizaram a elevação do custo das passagens aéreas ocorrida no início do ano como justificativa para o aumento.

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O valor da cota, criada em 2009, varia de Estado para Estado. O menor valor atualmente, de R$ 25.962,94, é pago aos deputados do Distrito Federal. E o maior R$ 38.616,18 para os representantes de Roraima. Presidentes ou vice-presidentes de Comissão Permanente e líderes e vice-líderes partidários recebem mensalmente um adicional de R$ 1.244,54.

Além da passagem aérea, a cota pode ser utilizada para cobrir gastos com telefonia, manutenção de escritórios de apoio à atividade parlamentar, locação de móveis e equipamentos, acesso à Internet, assinatura de publicações, alimentação do parlamentar e hospedagem. Parlamentares do Distrito Federal não têm direito ao último.

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