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A empresa de transporte por aplicativo 99 demitiu cerca de 100 pessoas na última semana, afirmaram ex-funcionários ao Estadão. Em nota, a startup controlada pela chinesa Didi Chuxing confirmou os cortes, mas não divulgou o número de profissionais afetados. A 99 afirmou também que a área de relacionamento com o cliente foi a única impactada pelos cortes.

Segundo relatos de ex-funcionários, grande parte da equipe de "CX" (a área de experiência do cliente) foi demitida em sessões na última semana. Alguns dos demitidos ouvidos pelo Estadão afirmaram que a companhia planeja terceirizar o atendimento ao cliente. Questionada pela reportagem, a 99 diz que "trabalha com empresas parceiras nessa área desde 2017"?.

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Na nota, a companhia afirmou ainda que passa por mudanças na estrutura para atender melhor a operação. Além do serviço de transportes, a 99 opera um delivery de comida, o 99Food.

"Para atender às necessidades dos nossos usuários, tivemos de tomar algumas decisões difíceis sobre o modelo operacional e a estrutura do nosso departamento de relacionamento com o cliente", explicou a empresa, em nota.

Segundo apurou a reportagem, o departamento de relacionamento serve como um guarda-chuva para diferentes áreas da empresa, como segurança, delivery e mídias sociais. Ao Estadão, a 99 afirmou que não houve demissões na 99Food.

Ex-funcionários afirmaram que a companhia ofereceu um terço do salário como rescisão de contrato e plano de saúde até o final do mês. É um pacote mais modesto do que o ofertado por outras startups nacionais em 2022.

ANO DIFÍCIL

Os cortes são mais um capítulo no ano difícil da Didi Chuxing, empresa chinesa que controla a 99. A companhia tem enfrentado dificuldades de crescimento, após enfrentar problemas regulatórios com o governo chinês.

Em julho, autoridades do país declararam uma possível multa no valor de US$ 1 bilhão, após uma investigação nas suas práticas de cibersegurança. Antes, a empresa foi removida das lojas de app no país.

Em fevereiro, a revista Forbes reportou que a Didi planejava cortar, ainda naquele mês, 20% de seus funcionários - a publicação estimou que isso era equivalente a 3 mil pessoas apenas no mercado chinês. Não é possível saber, porém, se os cortes no Brasil são parte de um plano global da Didi.

Desde abril, startups brasileiras e estrangeiras com operações no País vêm experimentando um cenário adverso. A situação é resultado da crise global macroeconômica pós-pandemia de Covid-19 e é agravada pela guerra na Ucrânia.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As demissões são "inevitáveis" em Clarence House, a antiga residência oficial do agora rei Charles III, confirmou nesta quarta-feira (14) um porta-voz, uma decisão que foi rapidamente anunciada após sua ascensão ao trono, ganhando as críticas de um sindicato.

Dezenas de membros do pessoal da Clarence House já receberam sua carta de demissão, segundo o jornal The Guardian. Quase cem pessoas trabalhavam na residência do ex-príncipe de Gales, algumas há décadas.

Os serviços do rei e da rainha consorte Camilla serão transferidos ao Palácio de Buckingham, residência oficial dos monarcas em Londres. A antecessora de Charles III, a rainha Elizabeth II, morreu na última quinta-feira aos 96 anos.

"Após a ascensão ao trono na semana passada, as operações de residência do ex-príncipe de Gales e da ex-duquesa da Cornualha acabaram e, como exige a lei, começou um processo de consulta", indicou a Clarence House.

"Nossos funcionários prestaram um longo e leal serviço e, embora algumas demissões sejam inevitáveis, trabalhamos urgentemente para identificar funções alternativas para o maior número de empregados", disse a Clarence House à AFP.

O sindicato PCS condenou em nota a decisão "implacável" de anunciar demissões "em um período de luto" pela morte de Elizabeth II.

Os funcionários da Clarence House não são representados por nenhum sindicato reconhecido, segundo o The Guardian.

O jornal explica que os serviços reais pretendiam inicialmente adiar o anúncio para depois do funeral de Elizabeth II, previsto para 19 de setembro, mas que, após consulta jurídica, decidiram fazê-lo o mais rápido possível.

Todos os funcionários demitidos receberão indenizações "maiores" e a medida entrará em vigor depois de três meses, segundo fontes reais.

Depois de perder assinantes pela primeira vez em 11 anos, a Netflix anunciou a demissão de cerca de 300 funcionários nesta quinta-feira, 23. Este é o segundo corte na empresa em 2022 - em maio, 150 pessoas foram demitidas no mundo. Com isso, o total chega a 450 pessoas.

Em comunicado, a companhia lamentou a necessidade dos cortes. "Hoje, anunciamos com tristeza a demissão de cerca de 300 pessoas. Enquanto continuamos a investir significativamente em nosso negócio, nós fizemos ajustes para que os custos crescentes estejam alinhados com o nosso crescimento mais lento de receita", afirmou a empresa.

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A receita do primeiro trimestre cresceu 10%, para US$ 7,87 bilhões, ligeiramente abaixo das previsões de Wall Street de US$ 7,93 bilhões.

A queda de 200 mil assinantes nos primeiros três meses deste ano foi o resultado da guerra da Ucrânia, que levou a plataforma a suspender seu serviço na Rússia, levando a uma perda de 700 mil assinantes. O resultado só não foi pior porque a empresa conseguiu adicionar 500 mil novos clientes no período. No total, a empresa tem 222 milhões de assinantes.

Para aumentar sua receita, a companhia planeja o lançamento de uma versão do seu serviço de streaming de filmes e séries que será rentabilizado com propagandas, como faz a televisão. Segundo a mídia internacional, a Netflix já busca acordos com diversos parceiros para viabilizar o novo modelo de negócios.

Demissões

Em março deste ano, cerca de 100 funcionários que trabalhavam com computação em nuvem no Google foram demitidos. A Microsoft reduziu o número de contratações para se preparar para os resultados fiscais do ano de 2022. A Tesla, liderada pelo homem mais rico do mundo Elon Musk, paralisou as contratações. A Intel fez o mesmo. Já o Spotify revisou seus planos para reduzir 25% o número de contratações neste ano.

A onda de demissões em empresas de tecnologia chegou à Netflix só agora, mas começou nas startups. No Brasil, empresas como Mercado Bitcoin, Zak, Sami, Quinto Andar, Liv Up, Loft, Faci.ly, Olist, Kavak, Vtex e Sanar fizeram cortes em seus times neste ano.

Grande parte das startups busca o crescimento exponencial dos negócios, financiado com venture capital, o capital de risco levantado junto a fundos de investimento ou investidores-anjo. Com o aumento do risco de recessão global, inflação e taxas de juros, as empresas começaram a captar menos em 2022, levando a ajustes nas finanças para manter os negócios.

Com a decisão do grupo Caoa Chery de demitir 485 funcionários e manter a fábrica de Jacareí (SP) fechada por três anos, trabalhadores da unidade seguem realizando protestos para tentar reverter a medida. Ontem, um grupo deles fez uma manifestação em frente à Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), onde ocorria uma audiência pública para discutir a desindustrialização no Estado.

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região chegou a anunciar, na semana passada, que a empresa havia concordado em realizar um programa de lay-off (suspensão temporária de contratos) por cinco meses e conceder mais três de estabilidade, mas depois teria voltado atrás e manteve os cortes.

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Em nota, a Caoa Chery informou que não aceitou a suspensão dos contratos pois a legislação estabelece a medida quando há previsão de retomada da produção no curto prazo, o que não é seu caso. Segundo o grupo, a intenção é manter a unidade fechada até 2025, período em que a fábrica será preparada para produzir apenas modelos híbridos e elétricos.

Ao todo, a planta de Jacareí emprega 627 funcionários e serão mantidos apenas os das áreas administrativas. Para os que serão demitidos, a empresa oferece indenização adicional à rescisão - serão 15 salários para quem tem mais de cinco anos de empresa, dez para quem tem de dois a cinco anos e sete para aqueles com até dois anos de contrato.

Em todas as propostas, o teto salarial é de R$ 5 mil, ou seja, quem tem mais de cinco anos de casa receberia adicional de R$ 75 mil.

Sem compromisso

O presidente do sindicato, Weller Gonçalves, insiste que a companhia voltou atrás e disse temer que a fábrica não retome as operações daqui a três anos, como anunciado, pois não há qualquer compromisso formal assumido pela empresa.

Segundo o sindicalista, na audiência de ontem, o deputado Carlos Giannazi (PSOL) afirmou que vai pedir ao Tribunal de Contas de São Paulo acesso a informações sobre isenções fiscais dadas a empresas que pretendem deixar a região. "O propósito é conhecer o quanto essas empresas foram beneficiadas com dinheiro público", disse Gonçalves.

Ele ainda informou que também será acionada a Comissão Permanente de Relações do Trabalho para que os donos da Caoa Chery e de outras empresas sejam convocados a prestar esclarecimentos à Alesp.

Nesta sexta-feira, haverá audiência online de conciliação entre o sindicato, a Caoa e o Ministério Público do Trabalho da região de Jacareí.

Na avaliação do sócio da Bright Consulting, Cássio Pagliarini, uma montadora normalmente não precisa de três anos para adaptar sua linha de produção, nem mesmo para modelos totalmente novos, como são os elétricos e híbridos.

Pagliarini disse ainda que, em casos em que a empresa importa a maior parte dos componentes - como ocorre com a Caoa Chery -, o tempo médio para a transição seria de um ano. "O prazo de três anos normalmente é o que se leva para desenvolver um veículo, fazer ferramentas para a produção e preparar a linha de montagem", diz o consultor.

Produção parada

A fábrica de Jacareí está parada desde março, quando os funcionários da linha de produção entraram em licença remunerada. A planta produzia os modelos Tiggo 3 - que saiu de linha -, e Arrizo 6, que passará a ser importado da China.

A unidade inaugurada em 2015 tem capacidade para produzir, em um turno, 50 mil veículos por ano, mas o máximo atingido até agora foi de 14 mil unidades, no ano passado.

No início, a fábrica pertencia integralmente ao grupo chinês Chery. Depois, teve metade das ações vendida à empresa brasileira Caoa, que também tem uma fábrica em Anápolis (GO), onde a produção de modelos da Chery e da Hyundai será mantida. O grupo foi criado pelo empresário brasileiro Carlos Alberto de Oliveira Andrade, que faleceu em agosto do ano passado, aos 77 anos.

Greve na Renault

Funcionários da Renault em São José dos Pinhais (PR) entram hoje no 13º dia de greve por causa do valor do Programa de Participação nos Resultados (PPR). Ontem à tarde estava prevista nova reunião com representantes da empresa e uma eventual proposta será apresentada em assembleia marcada para esta tarde.

No início da semana, o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba propôs o pagamento de no mínimo R$ 22,3 mil de PPR a cada funcionário.

A Renault disse que concordaria com o valor, desde que fosse vinculado à meta de produção de 198,5 mil veículos neste ano. O sindicato, porém, não aceita a condição, alegando, por exemplo, que a dificuldade na importação de semicondutores - que tem levado várias fábricas a interromper a produção - pode atrapalhar o cumprimento da meta.

No complexo, são feitos os modelos Kwid, Sandero, Logan, Stepway, Duster, Captur, Oroch, Master e motores.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A poucos dias do encerramento das atividades em Pernambuco, unidades do Extra hipermercado vivem em clima de queima de estoque. No Recife, o centro comercial, pertencente ao Grupo Pão de Açúcar, localizado no bairro do Benfica, Zona Oeste, já apresenta expositores vazios e áreas interditadas.

Enquanto o locutor da rádio da unidade relembra que o encerramento das atividades está prestes a se concretizar, quase que na mesma intensidade, fala dos produtos em promoção, o que instiga ainda mais os clientes.

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Carros e cestas de compras são itens raros no espaço. Mas, isso não é um problema para os consumidores que improvisam com caixas de papelão, baldes e engradados achados no espaço. Movimentação nos caixas, filas a perder de vista. A ordem, segundo os funcionários, é vender tudo e baixar os preços ainda mais.

A unidade, em breve, irá se tornar um Assaí. A mudança não garante a contratação dos mais de 200 funcionários do Extra Benfica. À reportagem, Plínio*, trabalhador do local, conta que uma parte dos contratados foram remanejados para outros estabelecimentos pertencentes ao Grupo Pão de Açúcar. “Só aqui tem mais de 200 funcionários, boa parte já está em outro lugar, foi remanejado. Eu preferi ir no grupo do corte”, relatou.

A informação do remanejamento foi confirmada por *Maria, outra contratada da unidade. Maria diz que os funcionários ainda em atividade no local serão desligados, incluindo ela. Ao LeiaJá, os funcionários apontam o dia 15 de janeiro como último dia. No entanto, de acordo com a assessoria do Extra, a data do encerramento ainda não foi definida.

A única certeza que Maria* tem, além do desligamento, é que nenhum produto pode sobrar. “Os preços vão baixar ainda mais. Vai ter um dia que as coisas serão vendidas a preço de banana”, ressalta.

Segundo a comunicação,  ao ser questionada sobre o destino dos colaboradores, um processo de mapeamento está sendo conduzido pelo grupo para "entender o interesse individual e, desta forma, direcionar os esforços para que a transição seja feita de maneira humanizada". 

No espaço onde está localizado o Extra, unidade Benfica, também funcionam estabelecimentos de vários segmentos. Com o encerramento das atividades, essas lojas também fecharão as portas. "Aqui em baixo já encerrou, a gente só está recolhendo as coisas. Temos até o dia 7 [de janeiro] para recolher tudo",  conta Marina*, funcionária de uma perfumaria.

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Incertezas 

Enquanto uns já sabem os destinos após o fechamento do local, os funcionários terceirizados vivem dias de incertezas. Ao LeiaJá, Diego* relata que não sabe para onde vai, tampouco, se terá o contrato mantido pelo novo dono do espaço.

“Vai fechar tudo. Eu e o pessoal de farda branca e azul somos terceirizados e não sai o que vai ser da gente”. Ele conta esperançoso que espera permanecer no local, mesmo com a troca de marca. “Espero muito isso. Se Deus quiser, a gente vai ser contratado pela nova empresa”, menciona enquanto levanta as mãos em um gesto de súplica aos céus.

Bruno*, que também é contratado por uma empresa terceirizada, conta, sem muita perspectiva, que os dias para a saída do local são sentidos com certa ansiedade, principalmente, pelo medo do desemprego. “A gente escuta sobre deslocamento dos funcionários, mas não tem nada concreto. Meu medo é não ter mais vaga para mim, ficar desempregado”.

Venda

De acordo com informações enviadas pela assessoria do Extra, o acordo firmado entre o Grupo Pão de Açúcar e o Assaí Atacadista consiste na venda de 70 pontos comerciais, onde funcionam unidades do Extra Hiper. O contrato firmado entre as duas empresas ainda tem etapas a serem concluídas. "A lista de lojas envolvidas na operação será divulgada assim que essa informação for disponibilizada ao mercado", explica a comunicação or meio de nota.

O texto enviado à reportagem salienta que independente de qual marca venha a assumir as mais de 100 unidades do Extra Hiper, espalhadas em todo território nacional, "está prevista a geração de empregos. Além disso, pelo perfil da operação, uma loja Assaí gera até o dobro de empregos do que um Extra Hiper - portanto, o movimento de conversão gerará ainda novos postos de trabalho nas cidades contempladas", finaliza. 

O senador Randolfe Rodrigues, que acionou o Supremo Tribunal Federal com notícia-crime contra o presidente Jair Bolsonaro após a admissão de interferência no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), pediu que o ministro André Mendonça, recém-chegado na Corte, se declare suspeito para analisar o caso. A petição em que Randolfe pede a investigação do chefe do Executivo foi distribuída para o gabinete do segundo ministro indicado à corte máxima por Bolsonaro, que foi advogado-geral da União e ministro da Justiça no atual governo.

Em manifestação a Mendonça, Randolfe destaca que, ‘no processo legal, a imparcialidade é imprescindível como medida de justiça, além de ser pressuposto processual em relação ao órgão jurisdicional’, lembrando da ‘estreita relação’ entre o ministro e o chefe do Executivo.

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"O Ministro assumiu em 2019 o comando da AGU, com a chegada de Bolsonaro à Presidência, saindo somente em abril de 2020, para assumir a pasta da Justiça e Segurança Pública. A troca da diretoria do Iphan ocorreu em dezembro de 2019, de modo que se percebe que o Ministro foi Advogado-Geral da União durante o período em que o Presidente da República promoveu a mudança da cúpula do órgão administrativo, tornando-se temerária sua atuação neste processo por sua vinculação direta aos fatos ocorridos", escreveu o senador.

Randolfe pede a Mendonça o ‘acolhimento voluntário’ de suspeição de imparcialidade, com a remessa dos autos a um outro ministro. Caso a solicitação não seja acolhida, o senador que o caso seja remetido ao Plenário do STF ou ao presidente da corte, ministro Luiz Fux, para ‘julgamento do incidente processual que se formará’.

Na notícia-crime apresentada ao STF, Randolfe imputa a Bolsonaro supostos crimes de prevaricação e advocacia administrativa envolvendo a nomeação de Larissa Rodrigues Peixoto Dutra - turismóloga e mulher de um ex-segurança do presidente Jair Bolsonaro - à presidência do Iphan.

Na última quarta-feira, 15, Bolsonaro afirmou que trocou o comando da instituição, no fim de 2019, para atender ao empresário bolsonarista Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan.

"Tomei conhecimento que uma pessoa conhecida, o (empresário bolsonarista) Luciano Hang, estava fazendo mais uma obra e apareceu um pedaço de azulejo nas escavações. Chegou o Iphan e interditou a obra. Liguei para o ministro da pasta (Marcelo Álvaro Antônio, à época titular do Turismo): ‘que trem é esse?’ Porque não sou inteligente como meus ministros. ‘O que é Iphan?’, com ‘PH’. Explicaram para mim, tomei conhecimento, ‘ripei’ todo mundo do Iphan. Botei outro cara lá", disse Bolsonaro durante uma palestra para empresários na Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp).

A declaração levou o Ministério Público Federal a pedir o afastamento de Dutra da presidência do Ipha. O pedido foi inicialmente acatado pela juíza Mariana Tomaz da Cunha, da 28ª Vara Federal do Rio de Janeiro, considerando que Bolsonaro admitiu que, após ter tomado conhecimento de que uma obra realizada por Luciano Hang, ‘empresário e notório apoiador do governo’, teria sido paralisada por ordem do Iphan, ‘procedeu à substituição da direção da referida autarquia, de modo a viabilizar a continuidade da obra’.

No entanto, a liminar acabou sendo suspensa pelo desembargador Theophilo Antonio Miguel Filho, responsável pela presidência do Tribunal Regional Federal da 2.ª Região no plantão Judiciário. O magistrado acolheu pedido da Advocacia-Geral da União sob o argumento de que a falta de um dirigente no Iphan poderia causar ‘inega´veis prejui´zos a` atividades administrativas e a`s poli´ticas pu´blicas de compete^ncia da autarquia’.

Nesta terça-feira (23), a agência do Bradesco próxima à Casa da Cultura, na Rua Floriano Peixoto, bairro de São José, área Central do Recife, não vai funcionar. A paralisação de 24h no atendimento é decorrente de um protesto dos bancários.

O Sindicato dos Bancários de Pernambuco cobra pelo fim das demissões do Bradesco e denuncia que mais de 80 funcionários foram dispensados no Estado entre janeiro e outubro deste ano.

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Por isso, o edifício amanheceu fechado e só retomará os serviços na quarta (23). De acordo com a categoria, ao mesmo tempo que demitiu os profissionais, o banco lucrou 19,6 bilhões até setembro, o que representa um aumento de 54,9% em comparação ao mesmo período de 2020.

Para o sindicato, apenas a receita obtida na prestação de serviços e tarifas, que seria fonte 'secundária' do Bradesco, conseguiria quitar as despesas com funcionários e ainda sobraria 38,3% da arrecadação.

Os bancários também apontam que, "apesar de cobrar caro", o banco precarizou o atendimento e nos últimos 12 meses fechou 765 agências e 120 postos de atendimento em Pernambuco.

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O mercado de trabalho, cada vez mais concorrido, exige profissionais qualificados, com ampla experiência e produtivos. O desemprego é uma preocupação presente em todas as faixas etárias. Entretanto, para aqueles com idade acima dos 50 anos, o medo de ficar de fora é ainda maior com a pandemia da covid-19.

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De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no dia 27 de maio, a taxa de desocupação subiu para 14,7% no primeiro trimestre de 2021. No Pará, ela teve uma alta de 2,1 pontos percentuais, se comparada ao último trimestre de 2020.

No Brasil, em comparação aos três últimos meses do ano de 2020, a taxa de desocupação de pessoas entre 40 a 59 anos subiu de 9,0% para 9,7% em janeiro, fevereiro e março de 2021. Já a taxa de desocupação daqueles que possuem 60 anos ou mais, aumentou de 5,0% para 5,7% no primeiro trimestre desse ano.

Mestre em Economia pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e professor da UNAMA - Universidade da Amazônia, João Cláudio Arroyo aponta que o principal fator para o desemprego de pessoas nessa faixa etária durante a pandemia é a redução de oportunidades de trabalho em função da queda do consumo interno. Ele também cita outras razões, como a política de aperto na renda da população com a Reforma da Previdência e a diminuição do poder de compra do salário mínimo.

“Sem consumo, menos investimentos, menos emprego. O segundo fator é o preconceito do mercado que prioriza a contratação dos jovens com experiência, mais dispostos a qualquer remuneração. Além da cultura de não valorização da experiência e do conhecimento”, observa.

A falta de pessoas mais velhas no mercado de trabalho causa impactos na economia. Segundo Arroyo, trabalhadores com mais experiência e conhecimento tendem a ter melhor produtividade. “Se seu nível salarial for acima, também ajuda a economia, aquecendo consumo. Salário não é só custo, é também receita”, explica.

A procura por empregos nessa idade pode ser ainda mais difícil, e muito se deve ao preconceito que algumas pessoas têm de enfrentar. “A maior barreira é a ideia de que juventude é sinônimo de produtividade. Nem sempre. Cada caso é um caso”, afirma Arroyo.

O economista fala sobre a importância da oferta de vagas para pessoas mais velhas e de mantê-las empregadas. “São pessoas que tendem a ser mais estáveis e a ter maior número de dependentes. O desemprego nesta faixa etária afeta as famílias e desagrega a sociedade”, diz.

A Reforma da Previdência não deixa de ser outro agravante. De acordo com João Cláudio Arroyo, ela também é a responsável pelo aumento de dificuldades de acesso ao que deveria ser um direito. “Sem este amparo, além da desagregação familiar, há redução da renda disponível e com isso menos consumo, menos investimentos, menos empregos para todas as faixas de idade”, complementa.

O economista afirma que, para driblar o preconceito que existe em torno de pessoas mais velhas e para combater a exclusão desse grupo, é preciso uma campanha pela valorização da experiência e do conhecimento. “Segundo, seria possível estabelecer política de incentivos para as empresas que não discriminem esta faixa etária”, acrescenta.

Saúde em perigo

O desemprego é responsável por afetar a saúde mental e emocional das pessoas, independentemente da idade. Entretanto, no caso de pessoas mais velhas, a perda da autonomia financeira, somada às comorbidades físicas, gera angústia existencial no senso de importância no mundo e para a família, como explica o psicólogo Glauber Paiva Reis, que está cursando especialização em Gerontologia pelo Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein.

Glauber também comenta outros aspectos que podem causar impactos no psicológico dos que pertencem a esse grupo. “A perda de algumas capacidades físicas e cognitivas por falta dos estímulos cotidianos no trabalho, e afastamento do ciclo social rotineiro”, acrescenta.

O psicólogo afirma que o desemprego afeta diretamente a pessoa idosa, pois ainda é comum em vários círculos sociais que essa pessoa seja a provedora de si e também da família dela. Ele explica que estar empregado possibilita, além das conexões sociais, sentimento de pertencimento e de autonomia. “A falta disso eventualmente pode vir a desencadear casos de depressão, rebaixamento da autoestima, sentimento de insatisfação com a vida e dificuldades de relacionamento familiar”, destaca.

Ao ser questionado por que ainda há um estigma relacionado ao envelhecimento, o psicólogo responde que a causa disso se dá por fatores históricos e que esses estereótipos são reforçados até hoje, associando saúde à juventude e doenças à velhice. “Somado também a questões estéticas e da moda, que não adaptam o padrão de beleza, assim como não reconhecem adequadamente fatores de reconhecimento de potenciais exercidos na velhice”, aponta Glauber.

O psicólogo aponta algumas medidas para enfrentar a discriminação, como a inclusão adequada de pessoas com mais idade no mercado de trabalho, mudança do paradigma estético e também a participação política e comunitária dos idosos em relação às mudanças estruturais que venham a beneficiar a qualidade de vida urbana e rural deles.

Glauber também fala sobre a importância de desmistificar a pessoa idosa como "ultrapassada ou doente" e considera esse um grande avanço para a contribuição social. Além disso, ele afirma que unir jovens, adultos e idosos no mercado de trabalho seria um posicionamento relevante. “Esta união levaria um perspectiva de soma de experiência em momentos diferentes da vida. Desconstruindo olhares e deixando de lado exclusão e preconceito”, conclui.

Especialista sem emprego

Alonso Carvalho dos Santos, 51 anos, é formado em Administração, especialista em Gestão com Pessoas pelo Centro Universitário do Pará (Cesupa) e está sem emprego desde janeiro desse ano.

A pandemia foi responsável pelo fechamento de diversos estabelecimentos e no restaurante onde Alonso trabalhava, em Belém, não foi diferente. Ele conta que durante o segundo lockdown decretado pelo Governo do Estado, em março de 2021, o local não conseguiu se manter e precisou fechar as portas não muito tempo após demissão dele.

Alonso descreve a frustração por perder o trabalho e a tensão por ter que enfrentar os desafios diários do mercado, por natureza já competitivo. “Vem uma situação dessas e pelo que está se vendo na CPI da Covid (Comissão Parlamentar de Inquérito), ela poderia ter sido evitada. A segunda onda poderia ter sido bem menor, então é frustrante e desmotivador. Você fica sem chão”, ele diz.

O administrador fala sobre as dificuldades de arranjar trabalho após os 50 e expõe que isso acontece porque as empresas costumam achar que aquela pessoa tem vícios, que já não tem motivação, capacidade física e de saúde para encarar o dia a dia. Ou seja, a tendência é dar prioridade a pessoas novas, que podem ser moldadas por essas empresas.

Alonso acrescenta que as vagas que aparecem são bem especificas e que a competição é muito grande. “As empresas querem pessoas entre 25 e 35 anos. Antes disso você não tem experiência, depois disso você está cheio de vícios. É muito complicado arranjar emprego fora dessa faixa etária”, afirma.

O administrador ainda chama atenção para a necessidade de o país entender que a população está envelhecendo. Em contrapartida, hoje em dia, observa, as famílias têm menos filhos e isso significa menos pessoas com carteira assinada para manter a previdência e a aposentadoria dos demais.

“O mercado está muito mais exigente, a pessoa tem que buscar uma qualificação maior, existem muitos empregos informais, então com o envelhecimento da população não tem jeito. A pessoa tem que se aposentar com mais idade, tem que trabalhar por mais tempo, tem que cuidar mais da saúde”, complementa Alonso.

Ele ainda afirma que por uma questão de sobrevivência do Brasil, as pessoas mais idosas precisam trabalhar. “Isso eu entendo ser uma função direta do governo. Os Estados Unidos, outros países da Europa estão chamando os mais velhos de volta para o mercado de trabalho porque está faltando mão de obra. Possibilidade de trabalhar existe, o que falta é mudar a mentalidade das empresas”, salienta.

Em relação às alternativas diante desse cenário, Alonso cita o empreendedorismo. Ele explica que não é um caminho fácil, já que nem todo mundo que tem esse perfil, mas que é preciso buscar as ferramentas existentes, buscar trabalhar e sustentar a família. Além disso, o administrador critica a falta de oportunidades de trabalho e de planos para manter o emprego dos mais velhos.

“Repito, se o país está envelhecendo e as famílias têm menos filhos, aonde nós vamos chegar? É muito triste e frustrante chegar aos 50 anos de idade, olhar para frente e não ter esperança. Não tem mais sonhos, por que com o que você sonha nessa idade? Você começa a contar o tempo para se aposentar? Cada vez mais você vai se aposentar mais velho, então é se aposentar e morrer?”, questiona.

Alonso pondera sobre as dificuldades que são acentuadas para quem tem mais idade e que não teve as melhores oportunidades de ensino e de formação no nível superior. “Para quem estudou, ainda tem capacidade de disputar o mercado de trabalho. E o que não estudou? É mais complicado ainda.”

O administrador aborda a cultura do desrespeito aos mais velhos que existe no país e que, consequentemente, acaba sendo levada para dentro das empresas. “No início da pandemia, diziam: 'Ah, está matando idosos? Então tranquilo. O idoso já viveu, já fez o que tinha que fazer, idoso não tem direito'. E a área da saúde? O que ela dá para o idoso? Cultura só muda com educação. Se não tem educação, não tem cultura e aí é mais complexo ainda”, conclui.

Por Isabella Cordeiro.

 

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, publicou na sexta-feira, 9, a exoneração de quatro chefias do Ibama, responsáveis pelas operações do órgão federal nos Estados do Amazonas, Bahia, Paraíba e Tocantins.

O único Estado que teve um novo superintendente nomeado foi Tocantins, onde Luiz Carlos Fernandes assumiu o posto antes ocupado por Flavio Luiz de Souza Vieira.

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No Amazonas, foi dispensado do cargo Rezende Guimarães Filho. Na Paraíba, saiu Arthur Martins Marques Navarro. Na Bahia, deixou o cargo Rodrigo Santos Alves. Nos três casos, o pedido de exoneração traz a informação de que a saída foi feita "a pedido" de cada um deles.

A reportagem questionou o ministro sobre a razão de ter publicado a exoneração de todos de uma só vez e quando as superintendências deverão ter um novo chefe, em vez de substitutos temporários. Salles afirmou que as três superintendências com vaga em aberto se devem ao fato de terem acumulado "três análises de currículo no sistema de contratação".

Na Bahia, o superintendente Rodrigo Santos Alves protagonizou desentendimentos com fiscais do Ibama, ao cancelar multas que os agentes haviam dada a um hotel de luxo, pela construção de um muro sobre a areia na Praia do Forte. Alves, que ocupava o cargo no órgão ambiental, é dono de uma imobiliária em Salvador e região, mas afirmou que nunca negociou nenhum empreendimento ligado aos proprietários do hotel.

Salles tem nomeado, desde o início de sua gestão, militares para ocupar cargos no Ibama e no Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), que são vinculados ao Ministério do Meio Ambiente. Um processo de fusão dos dois órgãos, inclusive, tem sido analisado por um grupo de servidores, a maior parte deles de formação militar.

Ibama e ICMBio atravessam, hoje, a pior fase de suas estruturas, em relação a recursos financeiros e número de servidores. O orçamento federal destinado aos órgãos tem sido estrangulado ano após ano, além de o quadro profissional não ser renovado, após sucessivos pedidos de aposentadoria.

Uma das áreas mais afetadas é, justamente, a de fiscalização e combate a incêndios e desmatamento ilegal, cujos números não param de crescer. Em março deste ano, os sistemas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registraram 368 quilômetros quadrados de área desmatada na Amazônia, ante 327 km verificados em março do ano passado. O volume total de área desmatada desde agosto do ano, mês que dá início a medição anual pelo Inpe, chega a 4.262 km de desmatamento.

Com a mexida no primeiro escalão promovida nesta semana, o presidente Jair Bolsonaro atinge a marca de 23 mudanças na equipe em dois anos e três meses de governo. Foram 17 demissões de ministros e seis remanejamentos. Agora, ex-auxiliares já enxergam um "padrão" nas dispensas: Bolsonaro é avesso a reformas ministeriais planejadas, não admite ser contrariado de jeito nenhum e tem por hábito deixar um auxiliar "fritando" até a pressão nas redes sociais se tornar insustentável.

Em 27 meses de governo, Bolsonaro já fez mais trocas do que seus antecessores Dilma Rousseff (PT), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em igual período de seus respectivos mandatos. No mesmo intervalo, por exemplo, Dilma substituiu 22 ministros; Lula fez 13 mudanças e Fernando Henrique, 8.

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O caso mais simbólico do estilo Bolsonaro de demitir foi protagonizado pelo ex-titular da Defesa Fernando Azevedo e Silva. O general foi removido do ministério em uma reunião de menos de cinco minutos com o presidente, na tarde de segunda-feira, no Palácio do Planalto.

"Preciso do seu cargo", disse Bolsonaro a Azevedo. Horas depois, ele também ordenou a troca dos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, consumada no dia seguinte. Em transmissão ao vivo pelas redes sociais, anteontem, o presidente afirmou que não falaria sobre a razão da troca na cúpula das Forças Armadas. "Só nós sabemos o motivo. E morreu aqui", comentou ele, negando que esteja atrás de alinhamento político.

Naquela segunda-feira, o presidente não só dispensou Azevedo como fez outras cinco mudanças. Expoente da ala ideológica, o chanceler Ernesto Araújo foi substituído pelo embaixador Carlos Aberto Franco França após passar meses sob forte tiroteio, na esteira da desastrada condução da política externa, que dificultou a compra de vacinas em países como China, Índia e Estados Unidos.

Bolsonaro também contemplou o Centrão e pôs a deputada Flávia Arruda (PL-DF) na Secretaria de Governo. Mas só fez isso após receber um ultimato do presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), que falou até na possibilidade de o Congresso aplicar "remédios amargos", alguns deles "fatais".

Nessa dança das cadeiras, o general Luiz Eduardo Ramos, que ocupava a pasta, foi para a Casa Civil. Entrou na vaga do general Braga Netto, transferido para a Defesa. O presidente demitiu o chefe da Advocacia-Geral da União, José Levi, porque ele se recusou a assinar uma ação que o Executivo apresentou no Supremo Tribunal Federal contra toques de recolher determinados pelos governos da Bahia, do Distrito Federal e do Rio Grande do Sul. Apesar das ponderações de que a ação não seria aceita, Bolsonaro não apenas não ouviu o ministro da AGU como depois o mandou embora.

Dona de temperamento explosivo, Dilma também não aceitava opiniões contrárias. No primeiro ano de governo, em 2011, ela fez uma faxina que derrubou vários ministros de partidos do Centrão, indicados por Lula. A então presidente queria se contrapor ao padrinho político. "Não se faz ranking de demissões. Isso não é Roma antiga", protestou ela, irritada com notícias sobre as dispensas em série.

Lula, por sua vez, não gostava de demitir amigos e só o fazia depois de muita pressão. Foi assim com o então ministro da Fazenda, Antônio Palocci - que se envolveu no escândalo da quebra de sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa, revelado pelo Estadão - e com o então titular das Cidades, Olívio Dutra, ambos do PT. Em 2005, na hora de dispensar Olívio, seu amigo de três décadas, para entregar o cargo ao PP em troca de apoio na Câmara, Lula até chorou.

Quando implicava, porém, deixava o ministro em "banho maria", sem conversa, até se irritar de vez. Em 2004, por exemplo, ele demitiu por telefone o então ministro da Educação, Cristovam Buarque, que estava em férias em Portugal. "Quero ministro para apresentar resultado, não para ficar com tese acadêmica", esbravejou.

No governo Bolsonaro, o então ministro da Saúde Eduardo Pazuello foi desautorizado em público. Em outubro, o presidente mandou que Pazuello cancelasse a compra de 46 milhões de doses da Coronavac, chamada por ele de "vacina chinesa do Doria", numa referência ao governador João Doria, seu adversário político.

Para o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, demitido da Secretaria de Governo após se indispor com o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), o o hábito do presidente de chamar a atenção de auxiliares diante dos holofotes faz parte de um "problema comportamental". "Se você quer substituir um ministro, é só conversar. Não precisa ficar um mês em ‘show’ público", disse Santos Cruz. "É preciso honestidade, e não esse sistema aí em que entra sempre uma milícia digital interferindo, no qual tudo vira escândalo".

Ex-juiz da Lava Jato, Sérgio Moro pediu para sair do comando da Justiça em abril do ano passado, após meses levando "bola nas costas", como definiram seus aliados, e acusou Bolsonaro de interferir na Polícia Federal. Luiz Henrique Mandetta, por sua vez, preferiu ser demitido da Saúde.

Mandetta disse ter percebido que sua saída era iminente quando veio a público uma conversa entre o ministro da Secretaria-Geral Onyx Lorenzoni, então na Cidadania, e o deputado Osmar Terra (MDB-RS), na qual os dois falavam sobre a demissão dele.

Naquele dia, Mandetta disse ter convidado Bolsonaro para acompanhar uma de suas entrevistas coletivas sobre covid-19. O presidente recusou, alegando que iria a uma padaria comer um sonho. Mandetta descobriu depois que era a mesma padaria, ao lado de sua casa, onde ele havia estado dias antes. "Aí eu pensei: será que esses caras estão me monitorando?", contou. Dias depois, Mandetta caiu. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A desenvolvedora de videogames Activision Blizzard demitiu dezenas de pessoas na última terça-feira (16), incluindo 50 funcionários que lidavam com a programação de eSports e outros eventos de interação na empresa.

Segundo o colunista Jason Schreier, do site Bloomberg, as demissões afetam aproximadamente 2% da força de trabalho total, o que se aproxima dos 190 funcionários. Também entre os cortes estavam colaboradores da King.com, fabricante do aplicativo Candy Crush.

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As reduções sinalizam que a Activision planeja uma mudança mais ampla longe dos eventos pessoais após um ano de bloqueios por coronavírus. A América Latina, com grande ênfase no Brasil, foi uma das regiões mais afetadas pela reestruturação da Blizzard, que é feita em escala mundial.

“Os jogadores estão cada vez mais optando por se conectar com nossos jogos digitalmente e a equipe de e-sports, assim como os esportes tradicionais, entretenimento e indústrias de radiodifusão, tiveram que adaptar seus negócios devido ao impacto que a pandemia teve nos eventos ao vivo”, disse um porta-voz da empresa ao site americano.

Sabe-se que os Estados Unidos concentraram o maior índice de demissões, mas os números não foram divulgados. Os trabalhadores estadunidenses receberão pelo menos 90 dias de indenização e benefícios de saúde por um ano, bem como suporte para a transição de emprego, segundo a empresa. Às equipes demitidas foi entregue também um cartão-presente para o Battle.net, serviço de jogos on-line da Blizzard, no valor de U$ 200.

No mês passado, a Blizzard realizou uma versão virtual de sua convenção anual da BlizzCon que foi mais reduzida do que os shows anteriores. Mesmo reduzindo o número de funcionários em algumas divisões, a Activision Blizzard, conhecida por franquias como Call of Duty e World of Warcraft, deu uma perspectiva otimista para este ano e disse que espera contratar 3.000 pessoas em 2021.

O Ministério da Economia anunciou nesta terça-feira (16) que o número de vagas de empregos com carteira assinada teve saldo positivo em janeiro deste ano. De acordo com os dados, este é o melhor aproveitamento desde que a contagem começou a ser feita em 1992. Até então, o melhor resultado havia sido em 2010, em comparação com o mesmo mês, onde foram registradas mais de 181 mil vagas. Os números são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Apesar do resultado positivo, há um número considerável de trabalhadores formais desligados das empresas. No levantamento, 1.527.083 pessoas foram contratadas, mas 1.266.730 perderam o emprego registrado. Assim, o saldo ficou em 260.353.

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Mesmo em meio a pandemia de Covid-19, o Brasil demonstra se recuperar da primeira onda do vírus quando se trata do mercado de trabalho. Entre março e junho de 2020, foi registrado um saldo negativo por conta de mais de 1,6 milhão de demissões. Já nos meses seguintes, entre julho e janeiro de 2021, foram abertas 1.654 milhão de vagas de emprego.

Os números do Caged refletem apenas os casos de empregos formais, com carteira de trabalho, e foram organizados por região. O Sudeste está em primeiro lugar entre as áreas com maior índice de contratações, foram cerca de 105 mil. Em seguida, a região Sul registrou mais de 83 mil. Em terceiro lugar está o Centro-Oeste, com mais de 35 mil novos postos, depois o Nordeste com cerca de 28 mil, e por último, a região Norte, com quase 7 mil contratações.

A Nokia planeja cortar de 5.000 a 10.000 empregos em dois anos, o que representa 11% de seus efetivos, como parte de um grande plano de redução de custos, anunciou o fabricante finlandês de telecomunicações nesta terça-feira (16).

Esta reestruturação reduzirá a equipe para entre "80.000 e 85.000 funcionários em 18 ou 24 meses, contra os cerca de 90.000 atuais", disse a empresa em um comunicado, destacando que o número exato dependerá da evolução do mercado.

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Após a compra de sua rival franco-canadense Alcatel-Lucent em 2016, os efetivos da Nokia superaram os 100.000, mas a empresa já realiza demissões e economias importantes, especialmente na França.

Os novos cortes de empregos não afetarão a França "devido à reestruturação anunciada anteriormente", declarou à AFP um porta-voz do grupo com sede na Finlândia, que não especificou quais países serão afetados.

Número três mundial das redes de quinta geração 5G, o grupo liderado desde agosto por Pekka Lundmark luta para se manter perto de seus principais rivais: a sueca Ericsson e principalmente a chinesa Huawei.

O plano anunciado nesta terça-feira implicaria uma redução de custos de cerca de 600 milhões de euros (716 milhões de dólares) "até o final de 2023" que seriam destinados a financiar a pesquisa e "capacidades futuras", de acordo com o grupo finlandês.

A Ford está impedida, por liminares expedidas pela Justiça do Trabalho, de demitir os funcionários da fábrica de Camaçari (BA) e Taubaté (SP) antes de terminar de negociar as indenizações trabalhistas.

Da mesma forma, a montadora não poderá suspender durante essas negociações, e enquanto vigorem os contratos de trabalho, o pagamento dos salários de seus funcionários, assim como as licenças remuneradas dos trabalhadores.

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A liminar foi emitida na noite de sexta-feira, 5, pelo juiz substituto Leonardo de Moura Landulfo Jorge, do Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região, que levou em conta o risco de dispensa coletiva antes da conclusão da negociação com o sindicato. Na decisão, o juiz também aponta supostos entraves colocados pela montadora na negociação coletiva, como não fornecer informações relevantes ou manter canal de diálogo de forma individual com os trabalhadores.

A multa, em caso de descumprimento de cada item da liminar, é de R$ 1 milhão de reais, acrescida de R$ 50 mil por trabalhador.

A Ford produzia os modelos Ka e EcoSport na fábrica de Camaçari, fechada com a decisão da montadora de encerrar a produção no Brasil após sucessivos anos de prejuízo no País. Questionada pela reportagem, a montadora, por meio da assessoria de imprensa, afirmou que "não foi intimada até o momento."

Entenda o caso

 

No dia 11 de janeiro deste ano, a Ford anunciou que encerraria a produção no Brasil, após um século de história no País. A montadora já havia encerrado, em 2019, a produção de caminhões em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. As fábricas fechadas em 2021 foram: Camaçari (BA), onde produzia os modelos EcoSport e Ka; Taubaté (SP), que produz motores; e Horizonte (CE), onde são montados os jipes da marca Troller.

A ideia da empresa é manter no Brasil a sede administrativa da montadora na América do Sul, em São Paulo, o centro de desenvolvimento de produto, na Bahia, e o campo de provas de Tatuí (SP). Questionada sobre o total de demissões, a companhia afirmou que 5 mil funcionários serão impactados no Brasil e na Argentina - no país vizinho, no entanto, as unidades de produção serão mantidas.

Além disso, a produção seria encerrada imediatamente em Camaçari e Taubaté, mantendo-se apenas a fabricação de peças por alguns meses para garantir disponibilidade dos estoques de pós-venda. A fábrica da Troller em Horizonte continuará operando até o quarto trimestre de 2021.

O Bradesco terminou 2020 com o fechamento de 1.083 agências físicas. Em dezembro, a instituição contava com 3.395 unidades espalhadas pelo País, 24,2% inferior ao número registrado em igual mês do ano anterior. Além disso, foram desligados 7.754 funcionários. O banco, com isso, encerrou o ano passado com um quadro de 89.575 pessoas, 8% abaixo do nível verificado no fim de 2019.

Segundo o banco, tais ações, atreladas ao forte controle de custos, possibilitaram uma redução de R$ 3,2 bilhões, ou 6,6%, das despesas operacionais, levando o índice de eficiência operacional a um resultado de 46,3% em 12 meses, melhor desempenho da história do banco.

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"Adotamos como mantra a austeridade total na estrutura de custos da Organização, inclusive com a consolidação das agências sobrepostas", explicou o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, em comentário à imprensa.

O ano de 2020 foi muito difícil em diversos aspectos devido à pandemia de Covid-19. Entre mortes, hospitais lotados e medidas de restrição, a economia teve uma queda e a população sofreu com aumento de desemprego, informalidade, desalento e fechamento de empresas.

No momento em que se encerra o ano, o Brasil registra 14 de milhões de pessoas sem emprego em novembro, ao mesmo tempo em que uma contratação recorde, com 414.556 empregos formais no mesmo mês, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), ajuda a manter o saldo de empregos positivo apesar do enorme número de desempregados. 

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O LeiaJá entrevistou o secretário de Trabalho, Emprego e Qualificação de Pernambuco, Alberes Lopes, para explicar como o Estado enfrentou a crise econômica em 2020 e quais são as expectativas para a empregabilidade no ano de 2021. Confira: 

LeiaJá: Como Pernambuco atravessou a crise econômica e como estão os dados de emprego e desemprego do Estado no fim do ano?

Secretário: Dois mil e vinte foi um ano atípico por conta da pandemia, mas surpreendeu positivamente. O ano de outubro foi a melhor data dos últimos dez anos no número de contratações. No fim do ano tivemos mais contratações do que esperávamos. No início da pandemia tivemos perdas relevantes, mas no final a gente conseguiu recuperar graças ao esforço do governador Paulo Câmara que trouxe 52 novas empresas para Pernambuco. Nós mantivemos as agências do trabalho funcionando tanto para o seguro-desemprego como depois também para intermediação de mão de obra; atendemos mais de 1 milhão de pessoas por ano. 

LeiaJá: Em quais setores houve mais desemprego e mais contratações?

Secretário: O que mais perdeu foi o setor de serviços e quem empregou mais foi o setor da indústria. Serviços e o comércio foram os que mais perderam porque teve que fechar. O Governo do Estado fez um plano de convivência, mas o último a funcionar foi o setor de serviços. A indústria foi a primeira, isso também ajudou um a contratar mais e outro menos. Teve a agroindústria que não parou. 

LeiaJá: No País, há estados com saldos de empregos positivos e outros no vermelho. Como está Pernambuco neste fim de ano?

Secretário: Sim, o saldo de empregos em Pernambuco está positivo. A gente teve uma recuperação muito boa no fim do ano. Outubro, por exemplo, foi o melhor outubro dos últimos dez anos, então nós tivemos, sim, uma recuperação muito importante para o nosso Estado diante dessa pandemia, com mais de 13 mil empregos gerados em outubro. 

LeiaJá: Qual é a sua expectativa para a geração de empregos no Estado no ano de 2021?

Secretário: A gente tem expectativa bastante positiva, porque estão havendo investimentos em Pernambuco graças ao empenho do governador de buscar investimentos. Agora a gente não tem como dizer números, não tem o número de investimentos porque ainda nem começou o ano. Em 2020, apesar de tudo, a gente conseguiu atrair investimentos e vai conseguir mais em 2021. É um ano de esperança, um ano de expectativas, de novos projetos e a gente sabe que vai ser um ano ainda melhor em geração de empregos, porque com todo esse momento dessa pandemia, um momento difícil , a gente conseguiu atrair investimentos. lmagine que vai ter agora a vacina, a gente está esperançoso com isso, que novos investimentos virão para Pernambuco e vamos conseguir gerar novos empregos. 

LeiaJá: Quais setores devem se sair melhor na geração de empregos?

Secretário: O setor da indústria e o setor de prestação de serviços. Temos também o setor de logística, com a Amazon e atacadões que estão vindo aqui para Pernambuco. Fora outras empresas que vieram antes e em 2021 vão ter uma projeção maior, como por exemplo a Fiat. Várias empresas já anunciaram que em 2021 vão aumentar o investimento aqui em Pernambuco. Em Bonito, temos uma empresa que também já iniciou as construções com a geração de empregos em 2021 maior que em 2020. A Yazaki. 

O final do ano teve recuperação rápida, o início de 2021 acho que vai seguir nesse mesmo ritmo, embora seja normal que uns meses depois fique um pouco mais lento. Você pega dezembro e janeiro com a injeção do 13º salário, o mercado ainda fica aquecido, depois começa a diminuir. Só que como os investimentos estão vindo, começa a ter crescimento de novo depois. Isso acontece já de forma natural, eu falo isso pelos anos que passaram e deve se repetir em 2021. Com os investimentos, mais ou menos em abril a gente já vê uma acelerada maior que em fevereiro, é a tendência pela pandemia. 

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O ano de 2020, definitivamente, não foi bom para a classe trabalhadora do Brasil, que viu o número de desempregados aumentar mês a mês. Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do terceiro trimestre do ano, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no fim de novembro, mostraram um aumento da taxa de desocupação comparada ao trimestre anterior em dez estados, sendo Paraíba (4%), Amapá e Pernambuco (3,8% cada) os mais afetados.  

Na última quarta-feira (23), o IBGE divulgou dados da Pnad Covid-19, com más notícias: no mês de novembro, o Brasil registrou 14 milhões de desempregados, um novo recorde na série histórica da pesquisa, levando a taxa de desemprego a 14,2%, ante 14,1% em outubro e 10,7% em maio. Isso significa que em sete meses, quase 4 milhões de pessoas perderam o emprego. 

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Desligamentos por setor

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que mede o emprego formal no Brasil por meio da Secretaria do Trabalho do Governo Federal, órgão do Ministério da Economia, mostram que até o mês de outubro, o País registrava 12.231.462 de contratações e 12.402.601 demissões, o que significa que 171.139 postos de trabalho foram extintos. Essa realidade, no entanto, não atinge todos os setores da economia de modo igualitário: o setor de serviços perdeu 268.049 de empregos, seguido pelo comércio, que teve um saldo negativo de 231.245. Há ainda um saldo negativo de 156 vagas em setores não identificados. 

As demais áreas (agropecuária, construção e indústria) conseguiram manter o saldo positivo, apesar de grandes perdas sofridas ao longo do ano. Observando apenas o número de demissões, mais uma vez é o setor de serviços o que mais sofre, com 5.561.659 desligamentos até outubro. O segundo lugar também fica, mais uma vez, com o comércio, que desligou 2.967.194 trabalhadores, seguido pela indústria com 2.066.430 funcionários demitidos. Na construção, foram 1.180.792 vagas encerradas, enquanto a taxa de demissões na agropecuária foi de 626.370. 

“A gente espera que dê tudo certo com a vacina”

De acordo com André Morais, economista do Conselho Regional de Economia de Pernambuco (Corecon-PE), o País chegou a mostrar um início de recuperação nos empregos, que ao que tudo indica foi freada pelo crescimento do número de casos da Covid-19. “O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR), que é como uma prévia do PIB, saiu e subiu, mas já começou abaixo da expectativa do mercado. Subiu 0,86, mas a expectativa era 1.1. O crescimento está dando uma desacelerada e tudo sugere que é devido à escalada de número de casos de coronavírus", explicou ele. 

O especialista explana ainda que o setor de serviços é o maior responsável pelas contratações, junto ao comércio. “O problema é que o setor de serviços representa uma porcentagem muito grande na composição do Produto Interno Bruto (PIB), se ele não reage, puxa para baixo o PIB como um todo e a parte de empregos também. A gente teve uma queda no terceiro trimestre, não tão expressiva, mas não deixa de ser [uma queda]. A indústria está se mantendo, a construção civil caiu um pouco, mas ainda conseguiu se segurar, mas o setor de serviços, serviços domésticos também [foi um setor que] caiu muito”, contou André.

Diante desse quadro, a expectativa de geração de empregos nos próximos meses é positiva, mas segundo o economista, só será expressiva se houver vacinação, permitindo uma redução das restrições que possibilite investimentos e crescimento nos segmentos de comércio e serviços. “A expectativa para 2021 é de a gente ter uma melhora significativa, principalmente porque a gente espera que dê tudo certo com a questão da vacina que chegue o quanto antes e chegando, aí as expectativas são boas. Essa recuperação só não é mais expressiva pelo setor de serviços, porque ele depende de que? Restaurantes, hotéis, então enquanto a gente não tiver vacina, o setor vai sofrer um bocado.”

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Tony Ramos deu uma entrevista recentemente para o Conversa com Bial e comentou qual papel gostaria ainda de interpretar nas telinhas e qual personagem o tirou o rótulo de galã da televisão brasileira.

O ator então deu uma nova entrevista, agora para Fábia Oliveira, do jornal O Dia, e deu a entender que não gostou da forma como os amigos, Tarcísio Meira e Glória Menezes, foram demitidos da Rede Globo depois de mais de 53 anos de serviços prestados.

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"Eu vejo as dispensas como um movimento natural, normal. Acho que muitas vezes, a televisão vai ter que repensar nisso. Cito Tarcísio Meira e Glória Menezes, por exemplo. Deveriam ter sido aposentados pelo ponto de vista corporativo. Uma homenagem a eles, que sempre acreditaram na empresa e desde o começo foram para empresa como investimento, como já disse o Boni publicamente. Não viram dessa forma. Mas, você tem que entender que o mercado é isso", disse.

Apesar de ser algo tão triste o desligamento de qualquer lugar que estamos por anos trabalhando, Tony tem os pés no chão e acredita que renovações de elenco são realmente naturais e acontecem periodicamente, e que não se preocupa em ficar desempregado.

"Confesso que fico atento. Se amanhã não quiserem, outros vão querer. Faz parte do jogo. Não tenho medo. Pelo contrário. Eu poderia estar amanhã no veículo A, B ou C, no streaming A, B, C ou D, ou nos projetos pessoais. O profissional que está há 57 anos no mercado precisa ter previsibilidade. Tem que se prevenir e isso faço há muito tempo", disse.

Com a pandemia acelerando a digitalização em diversos setores, uma tendência ganhou impulso entre os bancos privados brasileiros: o encerramento de agências. Só em 2020, cerca de mil pontos de Itaú, Bradesco e Santander fecharam as portas, resultando na demissão de 11 mil funcionários. Trata-se de uma forte aceleração grande em relação ao ano passado, quando esses mesmos bancos encerraram 430 agências e cortaram 7 mil vagas.

Além de reduzir a quantidade de espaços ociosos, à medida que eles se tornam cada vez menos necessários, os bancos também têm feito um esforço para usar essa presença física para prestar um serviço ao cliente. O Santander, por exemplo, já tem espaços com coworkings e café, enquanto o Bradesco agora vê as antigas agências de outra maneira, passando a classificá-las como unidades de negócio.

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No segundo maior banco privado do País, essa é uma tendência que deve ganhar força. Segundo o diretor executivo e de relações com investidores do Bradesco, Leandro Miranda, 500 das 700 conversões previstas para 2020 já foram realizadas. A grande diferença desse modelo é a inexistência do caixas, o que reduz, segundo o Bradesco, os custos em 30% a 40% em relação a uma agência convencional, especialmente no quesito segurança.

O Santander anunciou recentemente que vai criar um ambiente de convivência nos estacionamentos de suas agências, em parceria com seu portal automotivo Webmotors. Além de pontos de encontro para venda de carros, os estacionamentos poderão receber opções de lazer e alimentação, como food trucks. O desenho permite até academias de pequeno porte.

O banco Itaú também vem fechando agências, mas, em nota, disse que ainda vê a relevância da relação presencial. "É evidente a transformação tecnológica recente e a procura cada vez maior pelos canais digitais, mas nossa rede física de agências segue cumprindo um papel muito relevante (...) como um espaço mais humanizado de relacionamento e consultoria", afirmou a instituição financeira.

Coordenador do curso de economia da Fundação Getúlio Vargas, Joelson Sampaio lembra que os bancos já vinham trabalhando na otimização das agências físicas mesmo antes da recente onda de digitalização. Ele lembra que, anos atrás, uma onda de consolidação de bancos no País fez com que o mesmo banco ficasse com um número excessivo de pontos. Ele ressalta, porém, que as pessoas mais velhas, que muitas vezes têm dificuldade com o mundo digital, ainda contam com a existência das agências.

Pesquisa de 2019 do Instituto QualiBest mostrou que 81% das pessoas considera importante a existência de agências físicas, mesmo que a frequência das visitas seja baixa. Cerca de 70% dos entrevistados disseram que vão cerca de uma vez por mês a uma agência física.

Bancos públicos

 

Entre as instituições estatais, o Banco do Brasil tem seguido de perto a tendência de Itaú, Santander e Bradesco. Nos 12 meses encerrados em setembro, o BB fechou 227 agências, enquanto abriu 56 pontos que classifica como unidades especializadas.

Já a Caixa Econômica Federal vê necessidade de uma rede presencial mais robusta. Ainda que o Caixa Tem, aplicativo de celular usado para distribuição do auxílio emergencial, seja um passo em direção à digitalização, o banco não tem seguido a tendência de encerramentos. Ao fim do primeiro semestre, a Caixa tinha 53,7 mil pontos de atendimento, número praticamente estável em relação ao mesmo período de 2019.

"Por sua função de repassadora de benefícios do governo à população, a atuação da Caixa exige a manutenção de agencias, especialmente para pessoas de regiões onde o acesso à tecnologia é menor", diz o professor de finanças da FGV-Eaesp, Rafael Schiozer. Entretanto, ele acredita que, à medida que o acesso ao digital entre a população aumente, a Caixa também acelere a revisão de espaços físicos. "A médio e longo prazo isso deve acontecer, haja vista a capacidade que o banco teve de distribuir o auxílio emergencial por meio de aplicativo." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os despachantes operacionais técnicos (DOT) da Latam em Guarulhos (SP) decidiram, na noite da terça-feira (6) fazer uma paralisação após a empresa comunicar à categoria que vai demitir toda a equipe de DOT do terminal, informou o Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos (Sindigru). Nesta quarta-feira (7) a Latam confirmou o processo de demissão de 36 profissionais, que serão substituídos por uma equipe terceirizada.

Os DOTs trabalham em terra e são responsáveis por controlar tudo o que entra no avião, além de colaborar para o planejamento do peso e do balanceamento da aeronave. O presidente do sindicato, Rodrigo Maciel, explicou que apenas os profissionais que não podiam ser demitidos (por questões como licença maternidade) continuam na empresa. A paralisação engloba 48 funcionários.

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"Vamos tentar uma assembleia com a empresa hoje para debater o tema", disse Maciel, destacando que discute com outros setores do Sindigru uma possível paralisação geral. No total, o sindicato responde por cerca de 1,4 mil profissionais da Latam no aeroporto. Por causa da pandemia, 727 profissionais já foram demitidos, disse Maciel. O sindicalista apontou ainda risco às operações aeroportuárias sem a atuação dos DOTs.

Em nota, a Latam Airlines Brasil informou que a partir desta quarta toda a sua operação no aeroporto de Guarulhos realizada pela equipe de DOTs passará a ser feita pela Orbital. "Esta ação da empresa de terceirizar esses serviços junto a Orbital já vinha sendo implementada desde setembro de 2018. A Orbital foi contratada e assumiu toda a operação da Latam de rampa e limpeza (ground handling), gestão de equipamentos de solo (GSE) e atendimento a clientes com bagagens perdidas ou danificadas (lost luggage)", disse a empresa, destacando que a iniciativa segue todos os parâmetros legais.

A estimativa era fazer as demissões apenas na quinta-feira, 8, mas com a paralisação da categoria a empresa antecipou o processo para esta quarta, assim como a entrada da Orbital.

A empresa destacou ainda que não procedem as suposições de risco à segurança operacional em Guarulhos. "As aeronaves da companhia seguem sendo carregadas corretamente de acordo com todos os protocolos exigidos para essa operação e a segurança segue sendo um valor inegociável para a companhia."

A Latam, que está em recuperação judicial nos Estados Unidos, tem feito ajustes em equipe para se adequar ao novo cenário pós-pandemia. No final de julho, a empresa demitiu 2,7 mil tripulantes e anunciou no mês passado ainda ter um excedente de 1,2 mil pilotos e comissários. O grupo trava agora um embate com o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) para tentar evitar novas demissões, mas exige que a categoria aceite uma redução permanente no salário. Os dois lados vão debater o tema sob mediação do Tribunal Superior do Trabalho (TST).

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