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O Ministério da Justiça e Segurança Pública se negou a entregar ao Ministério Público Federal (MPF) uma cópia do dossiê que monitorou 579 servidores públicos ligados a grupos antifascistas. Em resposta à Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, do Rio Grande do Sul, a pasta justifica que o pedido precisaria ser encaminhado pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, por envolver diretamente um ministro de Estado. O parecer destaca, porém, que mesmo que a PGR faça a solicitação, os dados podem não ser enviados por se tratar de das atividades de inteligência.

A manifestação foi apresentada na sexta-feira (7), em resposta a um pedido de acesso pelo MPF ao conteúdo produzido pela Secretaria de Operações Integradas (Seopi) do ministério chefiado por André Mendonça. A pasta já havia enviado posicionamento semelhante ao Supremo Tribunal Federal, onde tramita uma ação da Rede Sustentabilidade que questiona o monitoramento de opositores.

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A existência do relatório, revelada pelo portal UOL, foi admitida pelo ministro à Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI) na última sexta-feira, 7. Após a audiência, Mendonça se comprometeu a enviar o documento a parlamentares da comissão incumbida de acompanhar atividades inteligência, o que não foi feito até esta segunda-feira (10). A interlocutores, o ministro disse que, pessoalmente, também está disposto a enviar o relatório caso Aras faça o pedido.

Na peça enviada ao MPF, o Ministério da Justiça afirma que, formalmente, o pedido precisaria ser encaminhado pelo procurador-geral da República para ser atendido. Por se tratar de uma resposta que caberia ao ministro da Justiça, a lei determina que o PGR seja a autoridade a requisitar as informações, mesmo que depois repasse internamente a procuradores regionais.

No entanto, o Ministério da Justiça deixa claro que, "ainda que ultrapassados esses óbices (referentes à autoridade que deve enviar o pedido), o que se admite apenas para fins argumentativos, não haveria viabilidade jurídica ao atendimento do pleito do MPF." O parecer cita que "não há margem jurídica" para o fornecimento de dados e documentos por se tratar de informações sigilosas de atividades de inteligência.

A parlamentares, ministro nega termo 'dossiê'

Na reunião com parlamentares na última sexta-feira (7), o ministro negou o termo "dossiê", afirmando que remete a algo ilegal. Pressionado a dizer claramente qual relatório o órgão do ministério elaborou e quem foram os alvos, Mendonça recusou a entrar em detalhes.

Mendonça apresentou relatórios de gestões passadas na intenção de convencer os parlamentares de que a pesquisa sobre opositores do governo é procedimento comum, feito dentro de critérios de legalidade. O ministro também queria mostrar que a busca de informações não é uma exclusividade do governo Bolsonaro, mas seria uma prática legal que ocorre em todas as gestões.

Para sustentar a afirmação, ele expôs trechos de relatórios de inteligência relacionados a eventos como a Copa do Mundo de 2014, a Olimpíada de 2016 e o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Um dos nomes citados em relatório no governo da petista foi o do atual deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP), líder do Movimento Brasil Livre (MBL), um dos principais opositores ao governo na época.

Em nota à imprensa após reunião, o ministro disse que atua de maneira "técnica e republicana" e não admite "qualquer tipo de perseguição a quem quer que seja". "Os esclarecimentos prestados não deixam dúvidas de que meu trabalho à frente do Ministério da Justiça e Segurança Pública tem se pautado pelos princípios do Estado Democrático de Direito, não admitindo qualquer tipo de perseguição a quem quer que seja", disse Mendonça.

O ministro acrescentou que sua orientação à Seopi sempre foi para o "esforço máximo em auxílio aos Estados e Distrito Federal em ações integradas para o combate irrestrito ao crime organizado, à corrupção, ao tráfico de pessoas e, principalmente, aos crimes cometidos contra mulheres, crianças e adolescentes".

O líder da Minoria, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), com o apoio de deputados e senadores de partidos de oposição, protocolou no fim de semana requerimento de convocação do ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça. A ideia é que o ministro explique em Plenário as denúncias veiculadas pela imprensa sobre a produção de dossiês de servidores públicos contrários ao governo de Jair Bolsonaro.

Randolfe explicou que a Secretaria de Operações Integradas (Seopi) do Ministério elaborou um dossiê contendo informações sobre 579 servidores federais e estaduais da área de segurança identificados como integrantes do “movimento antifascismo”, além de três professores universitários críticos do governo de Jair Bolsonaro.

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Essa averiguação sobre a vida de servidores federais e estaduais, segundo Randolfe, se dá somente pelo fato de essas pessoas terem se identificado como defensores da ordem democrática e das instituições republicanas e, portanto, na ótica do governo federal, são inimigos.

Espionagem política

A ação de devassar clandestinamente a vida de cidadãos caracteriza-se como “espionagem política”, opinou Randolfe no requerimento. Segundo ele, essa é uma “postura antirrepublicana, que remete aos tempos sombrios do regime de exceção que vitimou a sociedade brasileira e a própria nação por mais de duas décadas” e viola deveres constitucionais de legalidade, impessoalidade, publicidade e moralidade impostos ao gestor público, afeta a liberdade de pensamento e manifestação, a intimidade, a honra, a vida privada e a imagem, além da própria dignidade da pessoa humana, garantias fundamentais essenciais ao Estado Democrático de Direito, além de ferir o dever de imparcialidade que cabe ao gestor público, caracterizando atuação ímproba.

“O que se vê, portanto, é um aparelhamento estatal em prol de perseguições políticas e ideológicas a partir de uma bússola cujo norte é o governante de plantão: quem dele discorda merece ser secretamente investigado e ter sua imagem exposta em dossiês “da vergonha” perante suas instituições laborais. Ao que parece, o Brasil, infelizmente, ainda não superou por completo o traço autoritário e ditatorial de limitações indevidas à ampla liberdade de expressão, sobretudo política”, justificou o parlamentar, que vê ainda evidências de confusão entre “interesse nacional” e “interesse do Presidente da República”.

No requerimento, o líder da Minoria esclarece que André Mendonça já se manifestou sobre o assunto na Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI), mas foi evasivo e não convenceu parlamentares.

“É preciso trazer ao escrutínio público a prática subversiva da ordem normativa pátria, pavimentando o caminho para a responsabilização dos gestores que usam de seus cargos para promover abusos e ilegalidades”, defendeu.

Assinam o requerimento, além de Randolfe, os senadores Eliziane Gama (MA), líder do Cidadania; Veneziano Vital do Rêgo (PB), líder do PSB; Rogério Carvalho (SE), líder do PT; e Weverton (MA), líder do PDT. Entre os deputados, assim o documento Carlos Zarattini (PT-SP), líder da Minoria no Congresso Nacional; André Figueiredo (PDT-CE), líder da Oposição na Câmara; José Guimarães (PT-CE), líder da Minoria na Câmara; Perpétua Almeida (AC), líder do PCdoB; Fernanda Melchionna (RS), líder do PSOL; Joenia Wapichana (RR), líder da Rede Sustentabilidade; Enio Verri (PR), líder do PT; Alessandro Molon (RJ), líder do PSB; Wolney Queiroz (PE), líder do PDT; e Professor Israel Batista (DF), vice-líder do PV.

*Da Agência Senado

O deputado estadual Douglas Garcia (PTB-SP) foi condenado a pagar R$ 20 mil de indenização por danos morais a uma mulher que ele listou como "antifascista". O nome dela constava em um dossiê divulgado pelo parlamentar com informações de pessoas que, segundo ele, praticaram atos violentos e terroristas em manifestação contrária ao governo de Jair Bolsonaro realizada no dia 31 de maio na Avenida Paulista, em São Paulo. Ainda cabe recurso.

Segundo a decisão do último dia 6, "o réu catalisou e sistematizou, naquilo que ele mesmo chamou de dossiê, uma lista com 700 a 1.000 nomes de pessoas (fotograficamente identificadas) suspeitas de integrarem o tal grupo Antifas", escreveu o juiz Guilherme Ferreira da Cruz, da 45ª Vara Cível Central de São Paulo.

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Recém-filiado ao PTB, Garcia é alinhado ao governo federal. No processo, a defesa chegou a alegar que ele desconhecia o dossiê citado e que só tinha reunido nomes em uma lista repassada à Polícia Civil, sob sigilo.

Ele ainda é investigado por supostamente ter usado a estrutura de seu gabinete para montar a lista. O parlamentar não quis se manifestar.

A Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI) ouvirá nesta sexta-feira (7) o ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, sobre o relatório sigiloso elaborado pela pasta com dados de quase 600 servidores públicos ligados a movimentos antifascistas e opositores do governo Bolsonaro.

Deputados e senadores querem esclarecimentos de Mendonça sobre o documento, cuja existência foi revelada em reportagem do Portal UOL no último fim de semana. 

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A audiência será feita por videoconferência, a partir das 15 horas, e será fechada ao público e à imprensa. Apenas os 12 parlamentares que integram a comissão poderão participar. Para o presidente do colegiado, senador de Nelsinho Trad (PSD-MS), o sigilo de informações impede que a reunião seja aberta. 

O pedido de explicações ao ministro foi feito pelos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Jacques Wagner (PT-BA). No requerimento, apresentado à CCAI, os senadores citaram reportagem publicada no dia 24 de julho, que aponta a Secretaria de Operações Integradas (Seopi), do Ministério da Justiça, como responsável pela elaboração do relatório de caráter sigiloso.

Na segunda-feira (3), Mendonça demitiu o diretor de Inteligência da secretaria, o coronel reformado Gilson Libório de Oliveira Mendes, que seria o responsável pela elaboração do dossiê, e determinou a abertura de uma sindicância para apurar o fato.

Da Agência Senado, com Agência Câmara

A Rede Sustentabilidade pediu ao Supremo Tribunal Federal que determine a abertura de inquérito na Polícia Federal para investigar dossiê elaborado pela Secretaria de Operações Integradas (Seopi), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, contra 579 servidores federais e estaduais identificados como "antifascistas". A pasta é comandada por André Mendonça, que deixou a Advocacia-Geral da União para substituir o ex-ministro Sérgio Moro.

O relatório de inteligência sigiloso foi revelado pelo jornalista Rubens Valente, do UOL. A lista de investigados, cuja existência foi confirmada pelo Estadão/Broadcast, constam servidores da área da segurança, como policiais, e da docência de todas as regiões do País.

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A Seopi foi criada durante a gestão de Moro para integrar operações policiais contra o crime organizado e redes de pedofilia, tendo atuado nas fases da Operação Luz na Infância. As atribuições da secretaria mudaram após Mendonça assumir o posto após o ex-juiz da Lava Jato pedir demissão ao acusar o governo de tentar interferir politicamente na PF.

Mendonça nomeou um delegado da Polícia Civil do Distrito Federal para comandar a Seopi e, um mês depois, solicitou uma investigação completa de movimentos que poderiam colocar em risco a "estabilidade política" do governo.

"O que se vê é um aparelhamento estatal em prol de perseguições políticas e ideológicas a partir de uma bússola cujo norte é o governante de plantão: quem dele discorda merece ser secretamente investigado e ter sua imagem exposta em dossiês 'da vergonha' perante suas instituições laborais", apontou a Rede.

"Interessante observar que o Ministério da Justiça não parece ter a mesma vontade de produzir atividades de inteligência contra servidores do Palácio do Planalto, que ao que tudo indica - inclusive com investigações em curso neste STF - integram organização criminosa de disseminação de fake news que atacam os poderes Legislativo e Judiciário", continuou o partido.

Além da abertura do inquérito, a Rede pede ao STF que solicite o envio do dossiê criado pela gestão Mendonça e impeça a elaboração de novos relatórios com objetivo de constranger ilegalmente cidadãos. O partido também quer que a pasta informe quais conteúdos produziu desde o ano passado para o subsistema de inteligência de segurança pública, informando, no mínimo, o objetivo das apurações e os destinatários dos relatórios.

A Rede acusou o governo de promover um 'verdadeiro aparelhamento estatal' com a estrutura pública oficial para perseguir opositores políticos. "O Brasil, infelizmente, ainda não superou por completo o traço autoritário e ditatorial de limitações indevidas à ampla liberdade de expressão."

O dossiê secreto contra os antifascistas foi elaborado em 5 de junho, após um manifesto intitulado 'Policiais antifascismo em defesa da democracia popular', assinado por 503 servidores da área de segurança pública de todo o País. O relatório foi concluído no mesmo mês.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública não quis comentar o caso específico do dossiê. Em nota ao Estadão/Broadcast, informou apenas que a atividade de inteligência da pasta visa 'identificar, avaliar e acompanhar ameaças potenciais ou reais'.

"O objetivo é subsidiar decisões que visem a ações de prevenção, neutralização e repressão de atos criminosos de qualquer natureza que atentem contra a ordem pública, a incolumidade das pessoas e o patrimônio", disse o Ministério.

Antes de o empresário Carlos Wizard desistir de assumir a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde no domingo (7), o presidente Jair Bolsonaro já havia solicitado ao "seu sistema de informação particular" que averiguasse a vida pregressa do bilionário. O chefe do Executivo não chegou a vetar a nomeação do empresário, mas ficou irritado com a sequência de entrevistas de Wizard à imprensa e principalmente com a suposta ligação do empresário com o governador de São Paulo, João Doria, seu adversário político.

Para interlocutores do presidente, Wizard se antecipou a uma possível demissão ao deixar de atuar como conselheiro do Ministério da Saúde e recusar o cargo no Executivo. A posse dele estava prevista para segunda-feira (8). No mesmo dia, ele esteve no local para se despedir.

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No dia 13 de abril, o empresário elogiou as ações de Doria no enfrentamento à pandemia do coronavírus. "O Brasil precisa de um gestor como o governador de São Paulo, João Doria", escreveu na ocasião.

Esta mensagem foi repassada a Bolsonaro junto com outras que evidenciavam a proximidade de Wizard com seu adversário político. O empresário chegou a se filiar ao PSDB a pedido de Doria, mas depois se desligou. O presidente então pediu mais dados antes de decidir tirá-lo do governo.

Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, o sistema de inteligência particular do presidente tem policiais, agentes dos serviços de inteligência e aliados. Ainda de madrugada, Bolsonaro costuma selecionar informações recebidas no WhatsApp entre aquelas que precisam ser "checadas" por seus assessores ou "cobradas" às respectivas áreas. O caso Wizard entrou na lista de prioridades de checagem.

Outro motivo que colocou Wizard na berlinda foi sequência de entrevistas dadas à imprensa antes mesmo de assumir o cargo no governo. Ao jornal O Globo, na sexta-feira (5), afirmou que os dados de mortos eram "fantasiosos" e que governos estaduais e municípios estariam inflando os números para receber mais recursos do governo federal.

O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, teve de atuar como bombeiro. Ele telefonou no domingo para representantes do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) para amenizar o estrago causado pelo empresário.

O Conass havia reagido ao que disse Wizard. Em nota, o presidente da entidade, Alberto Beltrame, disse que as acusações eram "levianas" e que o governo tentava invisibilizar mortos pelo coronavírus. "Não prosperará. Nós e a sociedade brasileira não os esqueceremos e tampouco a tragédia que se abate sobre a nação", completou.

Apesar da guinada no discurso sobre a Covid-19 do Ministério da Saúde desde a saída do oncologista Nelson Teich, secretários de Estados e municípios dizem ter melhor relação com Pazuello. Como não há mais esperança de que o ministério lidere a estratégia de combate a Covid-19, o que gestores locais argumentam é que o general, ao menos, é mais pró-ativo para discutir a liberação de recursos e insumos.

Na noite de domingo, Wizard, por meio de nota, informou que não atuaria mais na pasta. "Informo que hoje (7/junho) deixo de atuar como Conselheiro do Ministério da Saúde, na condição pro bono. Além disso, recebi o convite para assumir a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos da pasta. Agradeço ao ministro Eduardo Pazuello pela confiança, porém decidi não aceitar para continuar me dedicando de forma solidária e independente aos trabalhos sociais que iniciei em 2018 em Roraima", declarou Wizard.

O empresário lamentou as declarações que deu nos últimos dias, sobre o plano de recontar os mortos pela Covid-19, porque haveria irregularidades nas informações. "Peço desculpas por qualquer ato ou declaração de minha autoria que tenha sido interpretada como desrespeito aos familiares das vítimas da covid-19 ou profissionais de saúde que assumiram a nobre missão de salvar vidas", afirmou, na nota.

A entrada de Wizard no Ministério da Saúde foi antecipada pelo jornal O Estado de S. Paulo no dia 2 de junho. Dono da Mundo Verde, a maior rede de varejo de alimentos orgânicos do País, e de marcas como KFC e Pizza Hut no Brasil, o empresário atuava como conselheiro de Assuntos Estratégicos no ministério. O bilionário e o ministro interino da Saúde trabalharam juntos na "Operação Acolhida", que ajuda venezuelanos que cruzam a fronteira com o Brasil.

Procurado, Carlos Wizard não quis comentar sobre o pedido de averiguação feito pelo presidente Bolsonaro nem sobre suas relações com Doria. O governador de São Paulo não retornou ao contato da reportagem.

Neste sábado (2), o ex-ministro da Justiça Sergio Moro presta depoimento na sede da Polícia Federal, em Curitiba (PR), a respeito de acusações feitas por ele contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), quando deixou o governo. Segundo informações, Moro preparou um dossiê que contempla 15 meses de conversas entre o ex-ministro e o presidente. Todo o material será apresentado para dois delegados e três procuradores. 

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Segundo o colunista Guilherme Amado, da revista Época, Sergio Moro fez um levantamento de mensagens, áudios e vídeos trocados com Bolsonaro  pelo aplicativo WhatsApp nos últimos 15 meses. O material constaria de conversas entre os dois, e até desavenças a respeito de diferentes temas relacionados ao combate à corrupção, em especial em relação à discordância de ambos sobre o comando da Polícia Federal (PF). 

O depoimento do ex-ministro começou pouco depois das 14h, deste sábado (2). Ele está sendo ouvido por dois delegados do Serviço de Inquéritos Especiais (Sinq), responsável por investigar pessoas com foro, além de três procuradores designados pelo procurador-geral da República Augusto Aras para acompanhar todas as diligências desta investigação: João Paulo Lordelo Guimarães Tavares, Antonio Morimoto e Hebert Reis Mesquita.

Ainda no comando do Ministério da Saúde, Luiz Henrique Mandetta se tornou alvo do núcleo ideológico do governo. Um dossiê foi montado contra o então ministro sob a supervisão do "gabinete do ódio", liderado pelo vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) que incentiva o presidente Jair Bolsonaro a adotar posições beligerantes nas redes.

A ideia era mostrar que Mandetta cometeu erros na condução do combate ao coronavírus, para que não saísse como "vítima" da crise. A estratégia foi desenhada para desgastar a imagem do agora ex-ministro desde que o confronto entre ele e Bolsonaro aumentou. Para a ala ideológica, a permanência do ministro após a série de atritos com o presidente foi um "tiro no pé", que deve ser debitado na conta dos militares da Esplanada.

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Os bolsonaristas compartilharam o dossiê acusando Mandetta de ser lobista de planos de saúde e de ter defendido "a destruição do SUS". Mandetta foi dirigente de uma operadora de saúde entre 2001 e 2004 em Campo Grande (MS). Deixou o posto para assumir a Secretaria de Saúde daquela cidade. Permaneceu no cargo entre 2005 a 2010.

O mesmo documento afirma ainda que o município teve de devolver à União R$ 14,8 milhões. Mandetta sempre contestou a acusação e não chegou a virar réu. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Todo dia 29 de janeiro, dia da Visibilidade Trans, a população LGBTQ+ tenta chamar a atenção da sociedade para os problemas que essa população enfrenta diariamente, tendo os seus direitos negados e suas vidas ceifadas. Há 15 anos que a última semana de janeiro é voltada fortemente para as causas trans, em especial.

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Nesta data, "as lutas são comemoradas junto com as histórias de resistência da população de travestis, mulheres transexuais, homens trans e demais pessoas trans que tem urgência de visibilidade, representatividade e ocupação de espaços que sempre foram negados historicamente para a nossa população", aponta o dossiê elaborado pela Associação Nacional De Travestis e Transexuais Do Brasil (Antra), junto com o Instituto Brasileiro Trans De Educação (Ibte).

O documento traz o levantamento sobre o número de pessoas trans mortas no Brasil que, inclusive, segue na liderança no ranking dos assassinatos de pessoas trans no mundo, sendo o país responsável pelos 41% de todos trans assassinados no planeta.

De acordo com o dossiê, no ano de 2018 ocorreram 163 assassinatos de pessoas trans, sendo 158 travestis e mulheres transexuais, 4 homens trans e 1 pessoa não-binária (pessoas cuja identidade de gênero não é nem inteiramente masculina nem inteiramente feminina).

Separando os assassinatos de pessoas trans por estado, em dados absolutos, no Rio de Janeiro foi onde mais se matou trans em 2018, com 16 assassinatos. A Bahia ficou em segundo lugar, com 15 casos. Pernambuco aparece em décimo lugar, com 7 assassinatos de transexuais.

Acre e Amapá foram os únicos estados que não tiveram nenhum caso notificado. O levantamento é feito de forma quantitativa e a partir de pesquisas dos casos em matérias de jornais e mídias veiculadas na internet. "vale ressaltar que houve um aumento de 30% na subnotificação dos casos pela mídia. O que compromete os resultados e faz parecer que houve uma queda nos assassinatos, quando na verdade houve um aumento na invisibilidade destas mortes", frisa os elaboradores do Dossiê.

O Mapa dos Assassinatos de 2017 contabilizou 179 assassinatos de travestis e transexuais. Em 94% dos casos, os assassinatos foram contra pessoas do gênero feminino.

O nordeste é a região de maior concentração dos assassinatos de pessoas trans no Brasil, com 36,2% dos casos, seguido da Região Sudeste, com 27,6%. Os Jovens são os que mais estão diretamente ligados às diversas formas de violência. O Mapa dos assassinatos aponta que 60,5% das vítimas tinham entre 17 e 29 anos.

Tanto a Antra, quando o IBTE, salientam que, apesar de não haver dados oficiais sobre a população de travestis e transexuais no Brasil, a estimativa das entidades é de que 1,9% da população seja "não-cisgênera", ou seja, que não se identificam com o seu gênero de nascença.

Contexto Social

Em levantamento, a Antra aponta que 90% da população de travestis e transexuais utilizam a prostituição como fonte de renda, devido à falta de escolaridade e à exclusão familiar. A entidade estima que aos 13 anos de idade, travestis e mulheres transexuais são expulsas de suas casas pelos pais.

São exatamente esses profissionais do sexo que foram massivamente assassinados em 2018. O Mapa dos Assassinatos detectou que 65% dos casos aconteceram contra aquelas que usavam o próprio corpo para sobreviver.

"O que denota o ódio às prostitutas, em um país que ainda não existe uma lei que regulamenta a prostituição que, apesar de não ser crime, sofre um processo de criminalização e é constantemente desqualificada por valores sociais pautados em dogmas religiosos que querem manter o controle dos seus corpos e do que fazemos com eles", salienta os elaboradores do dossiê.

É diante desse contexto catastrófico que o Mães Pela Diversidade se reúnem e tentam chamar a atenção da sociedade. Tudo na tentativa de parar com o extermínio sofrido pela população LGBTQI+, de uma forma em geral.

O levantamento organizado pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais e o Instituto Brasileiro Trans de Educação trazem apenas um recorte das mortes, que neste caso foram direcionadas contra a vida de Travestis e Trans. O que o Mães Pela Diversidade e tantas outras pessoas que se enquadram nessa comunidade querem é que todas as vidas sejam preservadas, seja de uma pessoa hétero ou não. Eles só pedem por um direito constitucional: viver.

A Associação Juízes para a Democracia (AJD), entidade não governamental e sem fins corporativos, preparou um dossiê sobre a Justiça do Trabalho para rebater o presidente Jair Bolsonaro. É o primeiro e mais completo documento com argumentos técnicos divulgado pela magistratura para tentar dissuadir o presidente de eventual plano de extinção da Justiça do Trabalho. O relatório mostra "a importância" desse ramo do Judiciário na vida do País.

Em entrevista recente ao SBT, Bolsonaro acenou com a possibilidade de acabar com a Justiça do Trabalho.

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"No momento em que se preconiza pelo fim da corrupção, pela legalidade e pela moralidade administrativa, preconiza-se a extinção de uma instituição pública que não se corrompeu, que não cedeu aos comandos do poder econômico e que preserva sua integridade administrativa baseada no estrito respeito da legalidade e da defesa da ordem constitucional e democrática", destaca o dossiê divulgado nesta terça, 15. "É exatamente essa postura da Justiça do Trabalho que incomoda o poder econômico."

O dossiê é dividido em dois capítulos, "A verdade sobre as afirmações veiculadas" e "A importância do direito do Trabalho e da Justiça do Trabalho". "A afirmação de que o Brasil possui mais processos trabalhistas que o resto do mundo, que provavelmente decorre de uma fala do ministro do STF, Luís Roberto Barroso, e que foi repetida pelo senador Ricardo Ferraço, quando afirmou que o Brasil teria 98% das reclamações de todo o mundo, não é verdadeira." "Nesse sentido: 'Em 2015, o Brasil teve 2.619.867 casos novos na Justiça do Trabalho. No mesmo ano, a França teve 184.196 novos casos trabalhistas, a Alemanha teve 361.816 ações e, somente a Espanha, 1.669.083 casos.'"

E acrescentam os juízes: "Se considerarmos a população desses países, o Brasil apresenta uma relação de 0,012 processos trabalhistas por habitante (12 processos a cada mil habitantes); França e Alemanha, países que possuem legislações trabalhistas mais protetivas, possuem, respectivamente, 0,002 e 0,004 processos trabalhistas por habitante (2 e 4 processos a cada mil habitantes); e a Espanha, país no qual já foram realizadas diversas reformas trabalhistas para a retirada de direitos dos trabalhadores, há uma relação de 0,036 processos trabalhistas por habitante (36 processos a cada mil habitantes)."

Em outro trecho, diz o relatório: "A redução de direitos trabalhistas e o impedimento de acesso dos trabalhadores à Justiça do Trabalho, não beneficiou a economia, não diminuiu o desemprego, ampliou a informalidade, majorou o sofrimento no trabalho e o número de acidentes, provocando maior custo social, e, com isso, reduziu a arrecadação tributária e previdenciária, ampliando, por conseguinte, o déficit da Previdência e o déficit público em geral."

Segundo os juízes, o documento tem o objetivo de esclarecer a população e demonstrar a relevância da instituição que estaria sob ameaça.

No texto são contrapostas "algumas das informações divulgadas de maneira equivocada além de ser feita uma contraposição à fala do presidente Jair Bolsonaro, que em entrevista recente defendeu a extinção da Justiça do Trabalho".

AJD está entre as entidades que apoiam o primeiro grande Ato em Defesa da Justiça do Trabalho, que será realizado em São Paulo, no dia 21, a partir das 10 horas, em frente ao Fórum Trabalhista Ruy Barbosa, na Barra Funda.

A manifestação é organizada pela Associação dos Advogados Trabalhistas de São Paulo, Associação dos Magistrados de Justiça do Trabalho da 2.ª Região, Federação Nacional dos Advogados, Movimento dos Advogados Trabalhistas Independentes e Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal no Estado de São Paulo.

Mais de 20 entidades que representam operadores do direito já declararam adesão ao protesto.

RIO DE JANEIRO - Mais de quatro mil mulheres foram vítimas de estupro em todo o estado em 2017. O índice é um dos dados alarmantes revelados pela 13ª edição do Dossiê Mulher, divulgado nesta sexta-feira (4) pelo Instituto de Segurança Pública (ISP). No levantamento foram contabilizados os principais crimes relacionados à violência de gênero.

O documento - baseado em registros da Polícia Civil - mostra que os casos de estupro aumentaram de 4.073, em 2016, para 4.173 no ano passado, equivalente a uma taxa de 47,7 vítimas a cada 100 mil mulheres. Outro dado que chama atenção é que a maioria dos crimes ocorreram em residências: 2.855.

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De acordo com os dados, nos últimos cinco anos o estado do Rio de Janeiro somou 21.910 mulheres vítimas de estupro, sendo que parte significativa dessas eram meninas de até 14 anos de idade, cujos casos foram qualificados como estupro de vulnerável. Com relação ao ano passado, verifica-se que 2.779 vítimas (66,6%) tinham até 17 anos; 576 (13,8%) eram meninas de 0 a 5 anos de idade e 986 (23,6%) tinham entre 6 e 11 anos.

Pela distribuição territorial, a capital concentra 32,4% das ocorrências, pouco abaixo dos interior onde foram registrados 32,7%. No entanto, a cidade do Rio possui uma concentração maior de habitantes, com mais de 6 milhões. Na Baixada Fluminense, os casos chegaram 26,1% e a Grande Niterói 8,8%. 

Tabela sobre estupros publicada no Dossiê Mulher 2018Sobre o perfil das vítimas, o dossiê aponta que mais da metade são mulheres negras (15,2%) e pardas (41%), enquanto 37% são brancas. Sobre os agressores, a pesquisa ressalta que a maioria dos crimes são cometidos por pessoas com algum grau de intimidade ou proximidade com a vítima, como companheiros e ex-companheiros, familiares, amigos, conhecidos ou vizinhos.

Realizado em parceria com a Defensoria Pública do Rio, o trabalho também mostra que as mulheres continuam sendo as principais vítimas dos crimes de estupro (84,7%),  ameaça (67,6%), lesão corporal dolosa (65,5%), assédio sexual (97,7%) e importunação ofensiva ao pudor (92,1%). 

Nesta edição do dossiê foram analisados casos de homicídio doloso, feminicídio, tentativa de homicídio, tentativa de feminicídio, lesão corporal dolosa, ameaça, estupro, tentativa de estupro, assédio sexual, importunação ofensiva ao pudor, ato obsceno, dano, violação de domicílio, supressão de documento, constrangimento ilegal, calúnia, difamação, injúria e medidas protetivas de urgência. 

"Por meio da análise desses delitos, buscamos construir um panorama mais amplo da violência contra a mulher, observada em suas cinco formas: física, sexual, patrimonial, moral e psicológica", explicou a major Claudia Moraes, uma das organizadoras do material. Para conferir a íntegra do Dossiê Mulher 2018, clique aqui

Na primeira audiência em que ficou novamente frente a frente com o juiz federal Marcelo Bretas desde a polêmica envolvendo sua transferência para um presídio federal, nesta quarta-feira, 8, o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB), preso desde 17 de novembro do ano passado, até as 19h30 respondeu com respeito às perguntas do magistrado, e em dois momentos pediu desculpas pelo ocorrido na audiência anterior.

"Eu me exaltei, e peço desculpas. O senhor nunca faltou com o respeito comigo", disse Cabral. "Está superado, estamos de bem", respondeu Bretas.

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Cabral negou também ter feito qualquer dossiê contra o juiz. "Isso não é da minha índole. Isso foi feito contra mim maldosamente", disse o ex-governador. Bretas foi sucinto: "Não tenho conhecimento, isso não está sob minha condução".

Acusado de integrar um esquema de corrupção na área da saúde, em esquema do qual também teria participado o ex-secretário de Saúde Sérgio Cortes, Cabral usou diversos momentos do depoimento para exaltar realizações de seu governo na área da saúde.

Questionado sobre as acusações de corrupção, negou ter pedido propina a quem quer que seja. "Eu pedia apoio à campanha eleitoral", afirmou.

O ex-agente do serviço secreto britânico que escreveu o polêmico relatório que aponta que a Rússia teria dados comprometedores de Donald Trump fugiu de casa com medo de sofrer retaliações após sua identidade ser revelada.

Christopher Steele, de 52 anos, já trabalhou no MI6 e é cofundador da Orbis Business Intelligence Ltda, empresa que escreveu um relatório de 35 páginas que diz que o Kremlin teria um dossiê sobre Trump.

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De acordo com o jornal "The Daily Telegraph", Steele está "aterrorizado" e teme sofrer retaliações de Moscou. Ele deixou sua casa ontem (11) em Surrey e entregou seu gato a um vizinho. O conteúdo desse relatório do ex-agente não foi comprovado, mas chegou a ser noticiado pela emissora CNN e pelo site Buzzfeed.

O presidente eleito dos EUA negou que a Rússia teria dados comprometedores sobre ele e acusou os dois veículos de publicarem notícias falsas. "As agências de inteligência nunca deveriam ter permitido que estas notícias falsas 'vazassem' ao público. Mais um tiro em mim. Estamos vivendo na Alemanha nazista?", criticou o magnata republicano.

A imprensa norte-americana, porém, defende a veracidade do dossiê e relata que ele foi, inclusive, apresentado a Trump e ao presidente Barack Obama pelos serviços de inteligência dos EUA.

Entre os dados que a Rússia teria sobre o magnata, estariam vídeos com prostitutas. Segundo o "Telegraph", o dossiê que veio a público nesta semana tinha sido encomendado inicialmente por republicanos anti-Trump.

Porém, mais recentemente, democratas também financiaram a apuração do ex-agente sobre a relação do magnata com Moscou. Steele atuou em Moscou ainda quando era agente do MI6 na década de 1990 e teria passado os últimos 20 anos trabalhando na Rússia, onde estabeleceu centenas de contatos. Seu trabalho, porém, ganhou notoriedade quando ajudou o FBI, através de sua empresa Orbis Business, a investigar casos de corrupção na FIFA que levaram ao afastamento de Joseph Blatter.

Autointitulado "um homem-bomba", por conta de provas que afirma ter contra "105 pessoas e empresas" que acusa de corrupção, o ex-governador do Rio Anthony Garotinho (PR) cogita pedir proteção policial para resguardar sua integridade física. Ele responde em liberdade a um processo por compra de votos em sua cidade, Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, nas últimas eleições, e está em seu apartamento, no bairro do Flamengo, zona sul da capital.

"Já conversamos a respeito e estamos avaliando o pedido de proteção", disse à reportagem nesta segunda-feira, 28, sua filha Clarissa Garotinho, deputada federal (PR-RJ). Garotinho, que foi governador do Rio entre 1999 e 2002, deu entrevista ao programa "Conexão Repórter", do SBT, veiculada na noite deste domingo, 27, na qual mostrou um dossiê com supostas provas de que "o mar de lama" da gestão do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) é maior do que o que já foi noticiado - Cabral é acusado de chefiar uma quadrilha que recebeu pelo menos R$ 224 milhões em propinas de empreiteiras entre 2007 e 2014, e foi preso dois dias depois de Garotinho, junto com nove outros investigados.

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"Eu temo pela minha vida e eu tenho que zelar por ela. Se eu falar o que você quer saber, o que eu tenho vontade de falar e que o público quer saber, eu posso amanhã facilitar a fuga dessas pessoas (pessoas supostamente envolvidas no esquema de Cabral que ainda estão em liberdade). Minha prisão foi uma retaliação, foi uma perseguição e uma injustiça. Meus inimigos são os poderosos do Rio, envolvidos nas denúncias que venho fazendo. Sofri ameaça. Disseram 'se você me envolver, eu vou fazer com que alguém te envolva, vou criar um escândalo para você'", disse Garotinho, mostrando um calhamaço encadernado com as supostas denúncias.

A mulher do ex-governador, Rosinha Garotinho (PR), atual prefeita de Campos, chorou durante a gravação, feita no apartamento do casal, ao falar de sua apreensão quanto à segurança de seu marido. "Ele sabe muito. A Justiça tinha que cuidar da vida dele. Eu temo pela vida dele, ele tem um monte de documentos que ainda não entregou. Eu acho que ele deve dizer parte do que ele sabe, mas não deve falar tudo", declarou Rosinha. "Eu acho que a própria entrevista é uma forma de proteção", afirmou Clarissa hoje.

Garotinho, que é secretário de Governo de Rosinha em Campos, nega ter comprado votos. Para a Justiça Eleitoral, ele se valeu do programa social Cheque Cidadão, que concede R$ 200 por mês a famílias pobres, para convencer eleitores a votar em seus aliados.

O ex-presidente da Câmara e deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) voltou a negar nesta terça-feira (2) por meio do Twitter, que esteja preparando levantamento sobre como ajudou seus aliados nos últimos anos para usar o material em uma eventual delação premiada na Justiça, como mostra matéria publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo na edição desta terça.

"Não fiz e nem pretendo fazer dossiê de quem quer que seja e não milito nesse campo pequeno que a irresponsável matéria de fofoca quer passar", escreveu o deputado afastado no Twitter. "Quanto às fofocas irresponsáveis, quero desmentir de forma bem veemente a matéria inteira", acrescentou. Na avaliação de Cunha, a matéria tem objetivo de "criar clima de ameaça e somente de constranger a quem me apoia".

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Como mostrou reportagem, deputados relataram, em reservado, que o ex-presidente da Câmara vem coletando informações sobre financiamento de campanhas eleitorais. Também produziu uma "pilha" de documentos com dados sobre distribuição de cargos e empréstimos. Procurado pela reportagem, Cunha já havia negado, por meio de sua assessoria, que esteja organizando documentos para delação, como mostra a matéria.

No Twitter, o peemedebista escreveu ainda que já tinha desmentido com veemência para a reportagem a acusação de aliados. "Desmenti com veemência e afirmei que a publicação irresponsável, ainda mais sem citar a fonte, merecia de mim processo judicial", disse. "É o que terei de fazer. Serei obrigado a processar", emendou.

Prestes a ser julgado no plenário, o ex-presidente da Câmara e deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) prepara um levantamento aprofundado sobre como ajudou seus aliados nos últimos anos. O objetivo é consolidar o material para uma eventual delação premiada na Justiça.

Segundo relatos de deputados, o peemedebista vem coletando informações sobre financiamento de campanhas eleitorais. Também produziu uma "pilha" de documentos com dados sobre distribuição de cargos e empréstimos. Por meio de assessoria, Cunha negou que esteja organizando documentos para delação.

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O peemedebista deve esperar algumas semanas e aguardar o resultado da votação da cassação no plenário para depois decidir se vai aderir à delação. A expectativa é de que o processo por quebra de decoro parlamentar seja analisado neste mês. Grupos ligados a Cunha dizem não ver saída para ele e acham que a cassação deve ser aprovada no plenário. Por isso, conselheiros de Cunha defendem que ele renuncie ao mandato para demonstrar disposição de negociar com a Procuradoria-Geral da República.

Só o esvaziamento do plenário poderia salvá-lo da cassação, uma vez que seu sucessor, Rodrigo Maia (DEM-RJ), comunicou que só colocará o tema em votação se houver quórum superior a 460 deputados. Embora saiba que as perspectivas são negativas, Cunha dá sinais de que tem esperança de reverter o cenário. Aos mais próximos, diz duvidar de que seus pares votem a favor da cassação e que ainda pode persuadi-los.

Sucessão de derrotas

Após a aprovação do pedido de cassação no Conselho de Ética por 11 a 9, Cunha viu seu recurso contra o processo disciplinar ser rejeitado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Por 40 votos a 11, integrantes da CCJ aprovaram um parecer contrário às pretensões do peemedebista, e a aposta dos parlamentares é de que o resultado no plenário seja proporcional ao que foi na comissão. Pelas contas de deputados, Cunha teria hoje apenas 40 votos contra a perda do mandato.

Dono do voto que ajudou a sacramentar o destino do peemedebista no conselho, o deputado Wladimir Costa (SD-PA) disse que está disposto a manter sua posição pró-cassação porque "não tem outra saída". Costa, que pertenceu à "tropa de choque" de Cunha, disse que sabe o quanto ele ficou insatisfeito com a mudança de voto na última hora, mas que nada o impede de manter sua opinião. "Não tenho compromisso com Eduardo Cunha, não sou do time do Cunha. Ele nunca me ajudou, não devo nada a ele, nem meu mandato", afirmou.

Defesa

Afastado há quase três meses das atividades parlamentares por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), Cunha vem preparando um mandado de segurança que deve ser apresentado à Corte para tentar impedir que o plenário da Câmara paute a votação. É considerada a última cartada para atrasar o processo, uma vez que na Casa não há mais manobras regimentais possíveis. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um dossiê do Principado de Mônaco informou a força-tarefa da Operação Lava Jato que o ex-diretor de Internacional da Petrobras Jorge Luiz Zelada, preso nesta quinta-feira, 2, pela Operação Lava Jato, tentou deslocar sua fortuna de 10,8 milhões de euros - atualmente congelados - para uma subconta sediada em um banco naquele paraíso fiscal.

Zelada solicitou que a subconta recepcionasse a carteira de títulos da Rockfield International AS, por ele constituída no Panamá e da qual é beneficiário econômico efetivo. Mas a estratégia do ex-diretor da Petrobras não deu certo. Segundo Mônaco, a instituição financeira (Julius Baer Bank) 'não quis dar seguimento a essa solicitação'.

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Os dados sobre Zelada foram enviados ao Brasil pelo Serviço de Informação e Controle dos Circuitos Financeiros do Governo do Principado de Mônaco.

O alerta de Mônaco sobre os movimentos de Zelada é datado de 15 de janeiro de 2015.

No capítulo 'fatos relevantes', o documento destaca que, desde junho de 2014, Jorge Luiz Zelada é objeto de investigação por parte das autoridades judiciais brasileiras. "De acordo com o inquérito policial, ele (Zelada) teria favorecido a empresa brasileira Odebrecht em processos de licitação quando era diretor Internacional da companhia petrolífera brasileira, a Petrobras, função que ocupou de 2008 a 2012."

A Odebrecht nega pagamento de propinas e participação no suposto cartel de empreiteiras que se apossou de contratos bilionários da estatal.

Sucessor de Nestor Cerveró na área Internacional da Petrobras - cota do PMDB na estatal -, Jorge Luiz Zelada foi detido em caráter preventivo por ordem do juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações criminais decorrentes da investigação da Lava Jato.

Ele é alvo da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, sob suspeita de ter recebido propinas de empreiteiras acusadas de cartelização, fraudes em licitação e lavagem de dinheiro.

Mônaco revelou, ainda, que Zelada mantém relações financeiras com o banco Julius Baer desde 2011, quando da abertura da conta em nome da empresa panamenha Rockfield International. Segundo o relatório de Mônaco, o objetivo da abertura da conta empresarial no Principado era a recepção de ativos por ele mantidos originalmente na Suíça, no banco Lombard Odier Darier Hentsch CIE para investimentos.

Mônaco anotou também que o Ministério Público da Suíça teria aberto, em abril de 2014, um inquérito para investigar a prática de lavagem de dinheiro envolvendo Zelada 'devidos a atos de corrupção no caso Petrobras após denúncia da Unidade de Informações Financeiras da Suíça'.

Um mês depois do alerta às autoridades brasileiras, o Principado - acolhendo requerimento da força-tarefa da Lava Jato - bloqueou o dinheiro do ex-diretor depositado no Julius Baer Bank. Na ocasião, o procurador da República Deltan Dallagnol, que integra a força-tarefa, declarou. "Se nós tivéssemos o crime de enriquecimento ilícito, nós estaríamos oferecendo acusação criminal contra Zelada. Porque não o temos, devemos prosseguir nas investigações até alcançarmos provas consistentes para que, aí sim, possamos formular acusações criminais."

Na avaliação de Deltan Dallagnol, o enriquecimento ilícito deveria ser classificado como crime. "É uma das lacunas do nosso sistema jurídico."

Defesa

O criminalista Eduardo de Moraes, que defende Jorge Luiz Zelada, classificou de 'absolutamente desnecessária' a prisão do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras. Moraes ressaltou que ainda não teve acesso ao decreto de prisão, despachado pelo juiz federal Sérgio Moro, que conduz todas as ações penais decorrentes das investigações sobre propinas e cartel na estatal petrolífera.

Ele destacou que seu cliente foi preso em casa, no Rio, o que demonstra a disposição de Zelada em não fugir do País ou se esquivar da Lava Jato. "O nome do meu cliente já vinha há algum tempo sendo veiculado pela imprensa e Jorge Zelada, hoje, foi preso em casa, repito, em casa", anotou o criminalista, em e-mail para a reportagem do Estadão.

Os investigadores acreditam que Zelada tentou 'pulverizar' seus ativos em Mônaco para driblar o rastreamento da força-tarefa. O pedido de migração dos valores para uma subconta foi realizado em agosto de 2014, quando a fase ostensiva da Lava Jato já havia sido deflagrada - em março do ano passado -, levando à prisão o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa.

“Pode ter greve, sim, a gente não descarta uma paralisação. O pessoal está muito revoltado, são péssimas condições de trabalho”. A afirmativa veio do presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol), Áureo Cisneiros, em conversa exclusiva com o LeiaJá. Um dia depois de a bancada oposicionista da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) apontar que mil homicídios já foram registrados em Pernambuco, nos três primeiros meses de 2015, o Sinpol garante uma “Operação Padrão” a partir da próxima segunda-feira (6).

Segundo o presidente do sindicato, a Operação não é propriamente uma greve, mas um “obedecer rigoroso às regras” da corporação. “Não vamos fazer uma Polícia de improviso, como temos feito. Para fazer condução de presos, por exemplo, só sairemos com dois policias por preso. Temos caso de uma dupla de policiais transportar três detentos”, apontou Cisneiros. Colete sem validade, sucateamento de equipamentos para investigação e falta de profissionais também são citados pelo sindicato como problemas gritantes e a falência do Pacto pela Vida.

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Na segunda-feira, a “Operação Padrão” será iniciada após a apresentação de dossiê, na sede do Sindicato, às 15h. Segundo o Sinpol, diversas delegacias estão fechando em todo o Estado, à noite e durante os finais de semana, por ausência de policiais. “Em Abreu e Lima, há cerca de 300 inquéritos sobre os saques do ano passado (durante a greve da Polícia Militar) totalmente parados. Não tem investigador suficiente. Em Carpina, os homicídios duplicaram porque a delegacia está fechando em alguns horários”. 

Áureo Cisneiros disse que a categoria lastima o crescimento da violência, mas já previa o dado. Nesta quarta (1º), o não abastecimento das viaturas da Polícia Civil também foi denunciado pelo Sindicato; problema já resolvido no próprio dia da denúncia, após intervenção da chefia da Polícia. Porém, outros dificuldades básicas, como falta de água e material de higiene nas delegacias, continuam a incomodar a categoria.

O Hospital de Grenoble, onde Michael Schumacher ficou internado por seis meses, prestou queixa contra o roubo da documentação médica do ex-piloto de Fórmula 1, informou uma fonte policial local, nesta segunda-feira (23). A queixa foi dada pelo estabelecimento na semana passada, depois da transferência do campeão alemão, de 45 anos, para o hospital de Lausanne, acrescentou a mesma fonte consultada pela AFP.

Em nota, a porta-voz de Schumacher, Sabine Kehm, alertou que "a compra desses documentos/dados, assim como sua publicação são proibidas". "Os dados do dossiê médico são altamente confidenciais e não podem ser tornados acessíveis ao público", frisou a assessora, acrescentando que uma queixa criminal será feita toda vez que a imprensa publicar esses documentos.

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"Há alguns dias, documentos/dados roubados, cujo fornecedor diz se tratar do dossiê médico do Michael Schumacher, estão sendo oferecidos a alguns representantes da imprensa em troca de dinheiro", diz a nota.

"Não podemos julgar se esses documentos são autênticos, mas o fato é: os documentos são roubados. O roubo foi denunciado. As autoridades encarregadas das investigações foram acionadas", insistiu a porta-voz.

Segundo a página on-line do "Dauphiné Libéré", os advogados suíços da família Schumacher também apresentaram queixa, por fax, ao procurador de Grenoble. A Procuradoria ainda não se pronunciou. De acordo com o jornal regional, teriam sido roubadas as duas primeiras das cerca de dez páginas do histórico médico. Michael Schumacher ficou internado em Grenoble por seis meses, depois de seu grave acidente de esqui, em dezembro de 2013, em Meribel, nos Alpes Franceses.

Segundo o jornal alemão "Bild-Zeitung", o "vendedor" está oferecendo os documentos à imprensa em troca de 60.000 francos suíços (48.000 euros). Na última segunda-feira (16), Michael Schumacher deixou o hospital de Grenoble e foi levado para o de Lausanne, na Suíça, de forma discreta. Sua porta-voz garantiu que ele não está mais em coma.

 

Interdição imediata do Hospital das Clínicas (HC). Esta é a exigência dos profissionais da unidade de saúde ligados ao Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Federais de Pernambuco (Sintufepe). Nesta terça-feira (17), integrantes dos profissionais se reuniram em assembleia, no térreo do Hospital, para distribuir o dossiê denominado “Crônica de uma Morte Anunciada”. 

“Aguardamos providências. Até agora, a Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares) não se manifestou quanto ao dossiê, que encaminhamos nesta segunda. A reitoria da UFPE também não se posicionou”, afirmou o diretor do Sintufepe, Everaldo Araújo. O sindicalista mostrou ao LeiaJá algumas falhas estruturais no interior do HC.

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Numa sala de laboratório, rachaduras são visíveis nas paredes do espaço. Segundo Everaldo, as infiltrações são constantes no prédio do Hospital das Clínicas. Nesta terça (17), antes da assembleia, uma placa do teto caiu por conta do acúmulo de água e em vários pontos é perceptível ver o desnível no concreto. 

Animais peçonhentos, como cobras e ratos, costumam ser encontrados em enfermarias e salas de atendimento ao público, segundo relatos dos profissionais da unidade. Em determinado corredor do HC, era possível ver uma quantidade relevante de lixo acumulado no chão, além do mau cheiro em determinados ambientes de trabalho. 

Os trabalhadores encaminharam o dossiê para diversos órgãos, como Ministério Público Federal (MPF), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Conselho Regional de Medicina e para a direção do HC e reitoria da UFPE. Até o momento, segundo Everaldo Araújo, não há protestos em rua previstos pelo movimento. 

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