7 de abril é Dia do Jornalista, profissão essencial para levar informação confiável e de qualidade à sociedade. Em meio à pandemia de coronavírus, o trabalho dos jornalistas torna-se ainda mais importante - e também mais perigoso. Como outros trabalhadores de setores considerados essenciais, os profissionais da imprensa estão amplamente expostos aos riscos de contaminação e por isso precisaram se adaptar a uma nova realidade.
A jornalista Patrícia Pasquini, da Folha de São Paulo, comenta que ainda não se acostumou com a nova rotina e que sente falta de estar na redação ao lado dos colegas de trabalho. Ela explica que o processo de produção continua o mesmo, porém “mais intenso” e destaca que, independente das circunstâncias, é responsabilidade do repórter e do veículo garantir a melhor apuração da informação. “Informação bem apurada é tudo, o resto é fake news”, declara.
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Patricia Pasquini, da Folha de S. Paulo: trabalho ficou "mais intenso". Foto: arquivo pessoal
O repórter Eduardo Rodrigues, da EPTV, em Campinas, explica que a equipe de redação foi dividida em diferentes departamentos para reduzir o contato social e evitar uma possível contaminação. Quando não estiverem gravando, todos os repórteres devem utilizar máscara e todo o equipamento é constantemente higienizado. “Nas entrevistas, os entrevistados seguram o próprio microfone, o repórter não fica tão perto, o que é muito estranho para mim, pois eu gosto de ficar perto das pessoas”, comenta.
Eduardo Rodrigues, da EPTV: manter distância do entrevistado e usar máscara quando não estiver gravando. Foto: Reprodução/Instagram
Para Rodrigues, a boa apuração da informação representa poder, precaução e saúde. “Muitas pessoas ainda são reféns de redes sociais e não buscam informação de veículos que são de credibilidade”, lamenta.
Além das precauções com uso de máscaras e higienização de equipamento, as ferramentas tecnológicas também têm sido colocadas a serviço do jornalismo, como é o caso do jornalista da Band Sports, Vitor Guedes. Ele tem gravado sua participação no programa "Baita Amigos" por Skype, uma medida da emissora para reduzir a quantidade de pessoas presentes no estúdio.
Vitor Guedes, comentarista da BandSports, passou a gravar sua participação via skype.Foto:Reprodução/Facebook
Além da mudança na forma de fazer o programa, houve mudança também no conteúdo. Como os jogos de futebol foram cancelados devido ao coronavírus, a duração do programa foi reduzida e as pautas precisam ser ainda mais criativas, geralmente mostrando o impacto da pandemia na área esportiva.
Guedes aponta que o trabalho do jornalista tem sido indispensável, porque é através da informação que as pessoas são orientadas a lidar com a situação. “Foi pela imprensa que as pessoas ficaram sabendo o número de casos e onde procurar ajuda. Todos os fatos principais e suas consequências foram apurados através da imprensa, não tem outro meio, é disparado a forma necessária neste momento”, declara. “Em alguns momentos no Brasil, o órgão oficial deturpa e desinforma, então é necessário que a imprensa passe um pente fino e realize um serviço, informando quando os bancos abrem, se já pode ou não ir receber, onde se alimentar, o que pode ou não pode abrir, onde corro mais risco e onde corro menos risco, tudo isso é através da imprensa”, analisa.