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Nos dois primeiros dias da campanha local de vacinação, iniciada na terça-feira (19), o Recife já imunizou 2.714 pessoas do grupo prioritário. Após aplicar a Coronavac em servidores da saúde e idosos em abrigos de longa permanência, nesta quinta-feira (21), o Plano Recife Vacina se estende aos profissionais da rede particular de saúde.

A Prefeitura informa que 60 técnicos e enfermeiros, divididos em 13 equipes, percorreram 35 locais entre unidades de saúde e lares de idosos em todos os distritos sanitários da capital pernambucana. Após a primeira etapa, o foco da campanha se volta aos profissionais da rede privada.

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Nos próximos dias, a prioridade de imunização será para pessoas com deficiência severa, que residem em residências inclusivas, além dos funcionários. A expectativa é que a primeira etapa de vacinação seja concluída em até três semanas.

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), intimou o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e o advogado-geral da União, José Levi Mello do Amaral Júnior, a apresentarem à corte a atualização do Plano Nacional de imunização contra a covid-19, inclusive com cronograma correspondente às distintas fases da vacinação.

O despacho foi proferido nesta segunda, 18, um dia após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária autorizar o uso emergencial da Coronavac e da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca.

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Logo após o término da reunião da Anvisa, a enfermeira do Hospital Emílio Ribas Mônica Calazans, de 54 anos, foi a primeira brasileira a receber uma dose do imunizante distribuído pelo Instituto Butantan.

Em dezembro, também por determinação de Lewandowski, o governo apresentou o Plano Nacional de Vacinação contra a covid-19, mas sem prever o início da data da aplicação das doses.

Na ocasião, o ministro do STF chegou a cobrar esclarecimentos sobre o cronograma do plano de imunização contra o novo coronavírus.

O plano de vacinação contra a Covid-19 em Pernambuco foi aprovado pelo Comitê Técnico Estadual para Acompanhamento da Vacinação contra a Covid-19 nesta quinta-feira (14). Na próxima segunda-feira (18), o plano seguirá para pactuação final na Comissão Intergestores Bipartite (CIB), órgão que reúne as representações das secretarias municipais para pactuações junto ao Estado.

Nesta manhã, o secretário Estadual de Saúde, André Longo, liderou a reunião extraordinária do comitê que, segundo a secretaria, teve o intuito de deliberar sugestões para finalizar o plano de operacionalização das atividades em Pernambuco. "Nós fizemos uma discussão sobre as sugestões de aprimoramento do nosso plano operacional de vacinação aqui em Pernambuco, alinhamos e pactuamos uma série de decisões e, hoje, a gente pode dizer que nós temos o plano operativo pronto, que será submetido à Comissão Intergestores Bipartite para que a gente possa, efetivamente, a partir da chegada das vacinas, distribuir aos municípios para vacinação do primeiro grupo prioritário", disse o secretário. 

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Entre os pontos acordados pelo Comitê, está a possível priorização da vacina, em um primeiro momento, para os idosos a partir  dos 80 anos e aqueles a partir dos 60 que estejam em instituições de longa permanência, profissionais de saúde que atuam em UTI em unidade de referência para a Covid-19 e populações indígenas aldeadas. A priorização de parte do grupo contemplado na primeira fase está sendo acordada prevendo-se que o Ministério da Saúde (MS) não encaminhará na primeira remessa todas as doses para a primeira fase, com 627 mil pernambucanos beneficiados. Na primeira fase, ainda serão contemplados idosos entre 75 e 79 anos e os mais diversos trabalhadores da saúde. A secretaria destaca que serão realizadas reuniões periódicas para deliberar questões necessárias ao longo da campanha.

"Estamos aguardando o pronunciamento do Ministério da Saúde quanto ao quantitativo de doses a serem encaminhadas para o Estado para a vacinação deste primeiro grupo prioritário. Reforçamos que, caso recebamos um quantitativo inferior ao grupo prioritário, estaremos estabelecendo novas prioridades até que o Ministério da Saúde consiga entregar todo o quantitativo de doses necessárias", disse a superintendente de Imunizações da SES-PE, Ana Catarina de Melo, também presente na reunião.

A superintendente de Imunizações ressaltou a importância da população respeitar a ordem de prioridade e a adesão daqueles que são mais vulneráveis ao novo coronavírus. "É muito importante que, de fato, os primeiros grupos que serão contemplados realizem a vacinação. Essa é uma medida de controle que nós temos para começar a mudar nossa realidade e tentar voltar à vida normal, mas reforçando que, nesse primeiro momento, nós vamos estar vacinando, mas as pessoas precisam manter a utilização de máscara e o distanciamento social, até porque nós vamos fazer duas doses da vacina." 

Ao todo, a campanha de vacinação contra a Covid-19 beneficiará mais de 2,9 milhões de pernambucanos, contemplados em quatro fases distintas. Além das discussões desta quinta, o plano operacional destaca que os gestores municipais devem pensar em ações itinerantes, para chegar a determinados públicos e também em centros de vacinação para a Covid-19, centralizando as ações e mantendo as atividades de rotina nas demais unidades. 

O gabinete do primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, aprovou nesta quarta-feira (13) os planos para a mobilização dos 209 bilhões de euros concedidos pela União Europeia, em meio à grave crise política que pode custar o cargo do premiê e forçar a realização de eleições antecipadas.

O projeto é alvo de críticas do partido Italia Viva, de Matteo Renzi, que ameaçou abandonar a coalização governista caso a iniciativa fosse aprovada. O eventual desembarque da legenda inviabilizaria a maioria do governo no Parlamento e forçaria Conte a buscar um novo parceiro ou convocar novo pleito. Renzi fará uma coletiva de imprensa nesta tarde e, segundo a imprensa italiana, pode anunciar o rompimento com o primeiro-ministro.

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No centro do impasse estão divergências sobre a melhor maneira de se alocar o dinheiro disponibilizado pela UE. A sigla de Renzi quer mais verbas para os setores de educação, agricultura e cultura.

Enquanto esperam aprovação de alguma vacina contra a covid-19 no Brasil, Estados e municípios correm contra o tempo para garantir que a campanha de imunização comece assim que for dado o aval. Planos especiais preveem desde transformar escolas, igrejas ou quartéis em salas de vacinação a investir em sistema de drive-thru. Em alguns locais, a logística inclui transportar doses de barco ou avião e até armazená-las em frigorífico de peixe.

Governos estaduais dizem que as seringas e agulhas em estoque já seriam suficientes para as primeiras fases de imunização. Ao menos 15 das 27 unidades federativas - entre elas, São Paulo, Pará e Bahia - também fecharam contrato com farmacêuticas, assinaram memorando ou reservaram orçamento para compra direta de vacina.

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Um dos objetivos dessas negociações é não depender exclusivamente das doses que devem ser distribuídas pelo Ministério da Saúde. O governo Jair Bolsonaro apresentou o Plano Nacional da Vacinação Contra a Covid-19 no dia 16 de dezembro, mas ainda sem data oficial de início da campanha.

Professor de Administração Hospitalar e Sistemas de Saúde da FGV, Walter Cintra analisa que o cenário destoa do histórico de campanhas anteriores. "A grande diferença é a condução desastrosa do governo federal. Em vez de coordenar um programa integrado e dar credibilidade às vacinas, como sempre foi, ele fez o contrário", diz. "Isso forçou Estados a se mobilizar para garantir o mínimo."

Em São Paulo, o acordo com um laboratório chinês é para produzir a Coronavac, que aguarda autorização de uso emergencial da Anvisa. A gestão João Doria (PSDB) prevê começar a vacinar no dia 25, com meta de 9 milhões de pessoas até o fim de março. Para cumprir o cronograma, precisa tirar do papel uma operação de guerra. Só na proteção de estoques e escolta de veículos refrigerados, que levam vacinas aos municípios, foram empenhados 25 mil agentes de segurança pública - mais de 20% dos 113 mil homens e mulheres que compõem as tropas paulista.

O governo estadual também se prepara para dobrar o número de salas de vacinação, passando das atuais 5,2 mil para até 10 mil. Entre as alternativas há farmácias, terminais de transportes públicos e quartéis da PM. Até clubes de futebol, como Corinthians e São Paulo, colocaram seus estádios à disposição.

No Rio, caso necessário, o plano prevê postos em escolas, instituições religiosas, associação de moradores, shoppings, aeroportos e unidades do Detran. Já Minas aposta em vacinação à noite e nos fins de semana. Ginásios e condomínios são outras alternativas citadas no País. Pelos programas, equipes de saúde devem ir, ainda, a pacientes acamados e centros de idosos.

Contra aglomerações, o mais comum é a vacinação por drivethru: modalidade em que não é preciso sair do carro. Além de São Paulo, o sistema foi sugerido por Maranhão, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Goiás. Neste último, o governo também diz que desenvolve aplicativo para agendamento por celular.

Logística

Em Rondônia e no Amazonas, algumas comunidades só podem ser acessadas por barco. O Acre também vai precisar de aeronaves e embarcações para o transporte de doses.

Para evitar que estraguem, a gestão Gladson Cameli (PP) comprou novas câmaras frias e, como retaguarda, deve usar um frigorífico de peixes que estava fechado desde 2018. "Sairemos de uma capacidade de armazenamento de doses de vacina de 600 mil para 1,6 milhão de doses", diz Renata Quiles, coordenadora do Programa Nacional de Imunização (PNI) no Acre.

Imunizantes elaborados com o vírus atenuado, a exemplo da Coronavac e da vacina da AstraZeneca e Oxford, devem ficar conservados entre 2ºC e 8ºC. Por sua vez, a da Pfizer, feita com base em extração de RNA, precisa de temperaturas ainda mais baixas, caso o armazenamento dure mais de cinco dias.

A infraestrutura necessária fez o governo de Sergipe repensar as alternativas no mercado. "Exceto a vacina da Pfizer, que exige armazenamento a - 70º, todas as demais vacinas atendem a nossa logística", diz, em nota. Já Ceará e Rio Grande do Sul negociam usar ultra-freezers de universidades.

"Se a vacina da covid chegar agora, podemos usar a rede da influenza (gripe), que já é boa", diz diretora Cynthia Bastos, do Centro Estadual de Vigilância em Saúde do Rio Grande do Sul. Para acelerar a logística, o governo estuda alugar mais caminhões refrigerados e incluir farmácias na rede de aplicação.

"Em 6 horas, conseguimos fazer o deslocamento pelo Estado inteiro. Podemos vacinar até com a Pfizer, sem estocar", afirma. "Se os municípios deixarem as pessoas organizadas, chegamos vacinando."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A secretária estadual de Desenvolvimento Econômico de São Paulo, Patrícia Ellen, anunciou nesta sexta-feira (8) nova classificação do Plano São Paulo de quarentena heterogênea para conter a propagação do novo coronavírus no Estado. De acordo com classificação válida a partir deste sábado, a região de Presidente Prudente evoluiu da fase vermelha para a laranja e as regiões de Marília, Sorocaba e Registro retrocederam da fase amarela para a laranja. As demais permanecem na amarela. Encontram-se na fase laranja, a segunda mais restritiva, as regiões de Presidente Prudente, Marília e Sorocaba por causa da ocupação de leitos de UTI acima de 70% e Registro por conta do número de novos óbitos.

Já na fase amarela, permaneceram a Região Metropolitana de São Paulo e as regiões de Araçatuba, Araraquara, Baixada Santista, Barretos, Bauru, Campinas, Franca, Piracicaba, Ribeirão Preto, São João da Boa Vista, São José do Rio Preto, e Taubaté. Não há nenhuma região na fase vermelha, a mais rigorosa, ou na verde, a segunda menos restritiva.

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Critérios

De acordo com o coordenador do Centro de Contingência do Covid-19 no Estado, Paulo Menezes, as regras para mudança de fase - tanto da fase vermelha para a laranja e da amarela para a verde - passam a ser mais criteriosas, com o endurecimento dos critérios de óbitos e casos por 100 mil habitantes bem como da taxa de ocupação dos leitos de UTIs.

O Estado de São Paulo teve um aumento de 34% nos óbitos e de 30% nos casos confirmados do novo coronavírus na atual semana epidemiológica, de acordo com dados divulgados no início da tarde desta sexta-feira (8), pelo governo João Doria (PSDB).

Com o aumento das taxas da Covid-19 no Estado, o que inclui também um aumento de 8,2% em internações, decidiu-se por mudanças nos regramentos do Plano São Paulo, de reabertura econômica e flexibilização da quarentena. Além disso, a reclassificação de fases colocou quatro regiões na fase laranja, enquanto o restante, o que inclui toda a Grande São Paulo, segue na fase amarela.

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"A pandemia infelizmente recrudesceu, por culpa de poucos, que não respeitaram normas sanitárias e orientações da saúde. pessoas que infelizmente se aglomeraram, não usaram máscara, festejaram de uma forma irresponsável e colocaram tanto seus familiares quanto amigos em risco", lamentou Jean Gorinchteyn, secretário estadual da Saúde. "Só as vacinas poderão mudar a história da pandemia no mundo, mas, principalmente, no nosso País, preservando vidas", destacou. O governador João Doria não está presente na coletiva de imprensa.

A região de Presidente Prudente passou da fase vermelha para a laranja, enquanto Marília, Sorocaba e Registro regrediram da fase amarela para a laranja. De acordo com o secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, a ocupação de UTIs foi o principal fator para a piora nos índices das três regiões. O restante do Estado segue na fase amarela, o que representa 90% da população paulista.

O número de casos aumentou nas últimas três semanas: foi de 5.606 na penúltima semana de dezembro, seguiu para 6.373 na seguinte e, agora em 2021, chegou a 9.441. A atual semana epidemiológica ainda tem dados parciais, pois se estende até sábado (9).

A reclassificação estava prevista para ocorrer na quinta-feira (7), mas o governo paulista decidiu adiar em um dia, em parte por causa da divulgação de resultados dos testes brasileiros da vacina Coronavac, realizada na data.

A última atualização das fases do Plano São Paulo ocorreu em 22 de dezembro. Na ocasião, o governo também anunciou um recuo para a fase vermelha em todo o Estado entre 25 e 27 de dezembro e 1º e 3 de janeiro.

Até as 18h de quinta-feira, o Estado de São Paulo registrou 47.768 óbitos e 1.515.158 casos confirmados do novo coronavírus. Segundo o balanço mais recente da Secretaria Estadual da Saúde, a taxa de ocupação de UTIs é de 62,8%, média que chega a 65,3% na Grande São Paulo. Ao todo, 12.213 pacientes estão internados, dos quais 6.819 em enfermaria e 5.102 em leitos de UTI.

O aumento nas taxas da doença tem preocupado o governo paulista, especialmente após os registros de aglomerações e o desrespeito de ao menos 19 municípios às restrições determinadas em âmbito estadual para o período das festas de fim de ano.

Segundo a Secretaria da Saúde, o Estado tem um aumento de 68% em casos e de 57% em mortes pela Covid-19 na comparação entre os 30 primeiros dias de dezembro e o mesmo período do mês anterior. Em reunião com prefeitos na quarta-feira (6), Doria afirmou que São Paulo vive uma segunda onda da doença.

A situação se repete pelo País, que ultrapassou a marca de 200 mil mortes por Covid-19 na quinta-feira. Pelo aumento nas taxas da doença, Belo Horizonte anunciou o fechamento do comércio considerado não essencial a partir da próxima segunda-feira (11). Medida semelhante foi determinada no Amazonas, por meio de ordem judicial.

A deputada federal Flordelis (PSD-RJ) participou de audiência no Fórum de Niteroi nesta sexta-feira, 18, e admitiu pela primeira vez que sabia da existência de um plano para assassinar o marido, o pastor Anderson do Carmo. A parlamentar, contudo, negou mais uma vez qualquer participação no crime.

A pastora declarou que um dos filhos adotivos, Lucas dos Santos, um dos que estão presos acusados pelo assassinato, mostrou uma mensagem de celular em que havia um pedido para que ele matasse Anderson. A mensagem havia sido enviada do próprio celular de Flordelis. Ela, contudo, alega que o texto fora escrito por uma de suas filhas afetivas, Marzy, que também está presa.

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Ainda segundo a versão de Flordelis, ela chegou a mostrar a mensagem para o marido. "Pedi para ir a uma delegacia. Ele sentou comigo e falou que ele resolveria, pois não queria exposição com o nome dele", disse a deputada na audiência desta sexta-feira, de acordo com o jornal Extra. Segundo ela, Anderson de fato conversou com Marzy. A filha adotiva, por sua vez, teria dito que escreveu aquilo por estar com raiva dele.

"Matar meu marido seria destruir minha própria vida. Depois de Deus e de minha mãe, ele era a pessoa mais importante da minha vida. Matá-lo foi quebrar minhas pernas, meus braços. Quem fez isso, quero que seja encontrado. Faço um apelo ao Ministério Público. Que encontre os culpados. Não mataram só meu marido. Parte de mim também morre", defendeu-se a deputada.

Esta é a quinta audiência do caso. Ao todo, dez pessoas deverão ser ouvidas, mas a tendência é que alguns dos depoimentos fiquem para a próxima semana.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, retirou da pauta de julgamento a análise de duas ações que tratam da apresentação de um plano de vacinação contra a covid-19. A medida foi tomada após o Palácio do Planalto entregar à Corte um plano nacional de imunização contra a covid-19, sem prever uma data para começar a vacinar.

O relator do caso é o ministro Ricardo Lewandowski, que havia solicitado a Fux a retirada das ações da pauta do STF após o governo federal entregar o documento à Corte. A discussão estava prevista para a sessão plenária da próxima quinta-feira (17), por videoconferência.

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Lewandowski já havia divulgado voto nessas duas ações, obrigando o governo federal a tornar pública a estratégia de imunização contra o novo coronavírus. Nos termos do voto, o plano deverá contemplar "a aquisição e distribuição universal de todas as vacinas disponíveis no mercado interno e internacional, comprovadamente eficazes e seguras".

A discussão começou no último dia 4 no plenário virtual da Corte, uma ferramenta digital que permite a análise de casos a distância, sem os ministros se reunirem pessoalmente ou por videoconferência. No entanto, um pedido de destaque, feito por Fux, suspendeu o julgamento e o trouxe pro plenário "físico". A discussão seria retomada no dia 17, mas agora segue sem data para ocorrer.

O plano de 94 páginas foi divulgado, por determinação de Lewandowski, após o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), dizer ao Estadão que o maior erro político cometido pelo governo até agora foi não se preparar para comprar a vacina contra o novo coronavírus. "Isso pode impactar o projeto de reeleição", afirmou ele, numa referência aos planos do presidente Jair Bolsonaro para 2022.

Desculpas

Uma nota divulgada neste domingo, 13, pelo Ministério da Saúde ampliou a insatisfação dos especialistas citados pela pasta como colaboradores na elaboração do plano nacional de vacinação contra a covid-19 enviado neste sábado, 12, ao Supremo. Para eles, a pasta deveria "pedir desculpas", e alguns avaliam até mesmo solicitar a retirada de seus nomes do documento.

Um grupo de 36 pesquisadores reclamou ter sido listado no documento sem ter dado aval ou ao menos lido o texto final.

De acordo com o Ministério da Saúde, os profissionais indicados pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) atuaram como "convidados especiais" nos debates sobre o plano de vacinação contra a covid-19. Segundo a pasta, o papel dos especialistas era de "cunho opinativo e sem qualquer poder de decisão" sobre o plano divulgado ontem.

Segundo o Ministério da Saúde, o plano será apresentado e detalhado à população nesta quinta-feira e poderá "sofrer modificações durante o seu processo de implementação".

Obrigatoriedade da vacina

Em meio à polêmica sobre o plano de imunização, segue previsto o julgamento, marcado para a próxima quarta-feira, 16, de uma ação do PDT que quer o Supremo reconheça a competência de Estados e municípios para determinar a vacinação compulsória da população. O partido afirma que, na corrida pela vacina, Estados precisaram se adiantar à "omissão" do governo federal e firmaram acordos com desenvolvedores para receber e produzir imunizantes em fase de testes "na expectativa de exercer sua competência concorrente em matéria de defesa da saúde".

"Omitindo-se a União em seu dever constitucional de proteção e prevenção pela imunização em massa, não pode ser vedado aos Estados a empreitada em sentido oposto, isto é, da maior proteção, desde que amparado em evidências científicas seguras", alega o partido.

No mesmo dia, os 11 ministros do Supremo devem examinar uma ação do PTB que tem um pedido justamente contrário - o de declarar inconstitucional a competência de Estados e municípios para determinar ou não a vacinação compulsória da população.

O governo federal entregou na sexta-feira (11), ao Supremo Tribunal Federal (STF), o plano nacional de imunização contra a Covid-19 sem informar no documento uma data para início da imunização no País. O plano foi enviado ao gabinete do ministro Ricardo Lewandowski nas vésperas do julgamento marcado para esta semana para discutir a obrigatoriedade da vacina e a apresentação de um plano federal contra a doença. No sábado, Levandowski autorizou a divulgação do documento.

Inicialmente, o Ministério da Saúde previu o início da vacinação para março. Na semana passada, porém, o ministro Eduardo Pazuello disse que a ação começaria em fevereiro. Em terceira mudança de data, falou que a imunização poderia ter início este mês ou em janeiro, se houvesse aprovação de uso emergencial de vacina pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Nenhuma das datas, porém, foi citada no plano entregue ao STF.

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Como divulgado anteriormente, o plano prevê vacinar 51,4 milhões de brasileiros de grupos prioritários - profissionais de saúde, indígenas, idosos, portadores de doenças crônicas, professores e forças de segurança. Segundo a pasta, os técnicos mapearam os grupos prioritários para vacinação no 1º semestre de 2021, mas o documento não não informa o cronograma de imunização. Em divulgação anterior, o ministério havia informado que a campanha com esses grupos iria até dezembro. O governo estima precisar de 108,3 milhões de doses para a campanha, considerando a aplicação em duas doses e perda estimada de 5%.

A pasta destaca que prevê oferecer a vacina à toda população, mas diz que, enquanto não há doses para todos, o foco será os grupos prioritários. "A interrupção da circulação da covid-19 depende de uma vacina altamente eficaz sendo administrada em parcela expressiva da população (maior que 70%). Em um momento inicial, onde não existe ampla disponibilidade da vacina no mercado mundial, o objetivo principal da vacinação é contribuir para a redução de morbidade e mortalidade", aponta o plano. O governo diz que, sem vacina, seria preciso ter ações de distanciamento social de um a dois anos para evitar colapso das redes de saúde.

Garantidas

No documento, o ministério apresenta como "garantidas" 300 milhões de doses de vacinas, das quais mais de 180 milhões viriam do acordo com Oxford/AstraZeneca, 42 milhões seriam pelo Covax Facility, iniciativa encabeçada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e outras 70 milhões seriam da Pfizer. No trecho em que lista as vacinas "já garantidas", o governo não cita a Coronavac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac e o Instituto Butantã. Mas destaca que haverá "crédito extraordinário para aquisição de toda e qualquer vacina que adquira registro de forma emergencial ou regular que apresente eficácia e segurança". A gestão Bolsonaro prepara medida provisória para liberar R$ 20 bilhões para comprar e centralizar a distribuição de imunizantes no País.

O plano revela ainda que a Pfizer se comprometeu a entregar 2 milhões de doses até março ao ministério, o suficiente para vacinar só 1 milhão de pessoas. O volume é menor do que o prometido pelo presidente da empresa, Carlos Murillo, em reunião da Câmara semana passada, quando ele havia estimado a entrega de 4 milhões de doses no 1º trimestre de 2021. O total não imunizaria nem 20% de todos os profissionais de saúde do País (5,8 milhões).

No documento, o ministério não traz planejamento de quais indivíduos seriam os primeiros vacinados dentro dos grupos prioritários, já que, inicialmente, não deve haver doses disponíveis para todo o público-alvo.

O plano também não informa exatamente quando deverão chegar as primeiras doses das vacinas de Oxford e do Covax. Apenas diz que 100 milhões de doses da primeira devem ser entregues até julho de 2021 e, a partir daí, seriam 30 milhões de doses por mês no 2º semestre. Não há previsão de prazo para chegarem as vacinas do Covax.

O material ressalta que, como as vacinas não puderam ser testadas em todos os grupos de pessoas, pode haver precauções e contraindicações temporárias, até que surjam mais evidências. É o caso de menores de 18 anos, gestantes e pessoas que já tiveram reação anafilática confirmada a qualquer componente da vacina ou a uma dose anterior do imunizante.

Justificativa

Questionado pelo Estadão sobre a ausência de cronograma de vacinação e chegada das doses, o ministério disse que "seria irresponsabilidade marcar qualquer data sem antes ter dados científicos suficientes" e afirmou que, "assim que a Anvisa apresentar uma vacina segura, eficaz e cientificamente comprovada", o ministério irá apresentar um cronograma". Sobre as várias datas informadas por Pazuello, justificou que acompanha os avanços dos laboratórios de todo o mundo e que, com a possibilidade de adquirir a vacina da Pfizer, "surgiram novas possibilidades de antecipar o que estava previsto".

Mudanças de calendário

Primeiro cronograma: Em 1º de dezembro, o Ministério da Saúde prometeu vacinar, de março a dezembro do ano que vem, 51 milhões de brasileiros, dos grupos prioritários.

Segunda promessa: Após uma semana, o governo admitiu negociar doses da Pfizer e disse que era possível começar a imunização no fim de fevereiro. A promessa de João Doria de iniciar a vacinação em São Paulo em 25 de janeiro também pressionou a gestão Jair Bolsonaro.

Cenário improvável: Em novo discurso, Pazuello disse no dia seguinte que seria possível vacinar a partir deste mês, se houver aprovação de uso emergencial. A data é vista como improvável dentro do ministério. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em meio à disputa entre o presidente Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), sobre o protagonismo na vacinação contra o novo coronavírus, o governo federal entregou na última sexta-feira (11) ao Supremo Tribunal Federal (STF) o plano nacional de imunização. O envio do documento ao gabinete do ministro Ricardo Lewandowski foi feito nas vésperas do julgamento marcado para discutir a obrigatoriedade da vacina e a apresentação, por parte do governo federal, de um plano contra a doença.

O plano de 94 páginas foi divulgado, por determinação de Lewandowski, após o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), dizer ao Estadão que o maior erro político cometido pelo governo até agora foi não se preparar para comprar a vacina contra o novo coronavírus. "Isso pode impactar o projeto de reeleição", afirmou ele, numa referência aos planos do presidente Jair Bolsonaro para 2022.

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Segundo o governo, o Brasil já garantiu 300 milhões de doses de vacinas covid-19 por meio dos acordos: Fiocruz/AstraZeneca (100,4 milhões de doses, até julho/2020 e mais 30 milhões de doses/mês no segundo semestre); Covax Facility (42,5 milhões de doses) e Pfizer (70 milhões de doses em negociação).

"A interrupção da circulação da covid-19 no território nacional depende de uma vacina altamente eficaz sendo administrada em parcela expressiva da população (>70%). Em um momento inicial, onde não existe ampla disponibilidade da vacina no mercado mundial, o objetivo principal da vacinação é contribuir para a redução de morbidade e mortalidade pela covid-19, de forma que existe a necessidade de se estabelecer grupos prioritários", afirma o plano.

De acordo o governo, o Ministério da Saúde está fazendo "prospecção de todas as vacinas e sediou encontros com representantes de diversos laboratórios que possuem vacinas em fase III de pesquisa clínica, para aproximação técnica e logística".

O governo Bolsonaro definiu que a população prioritária para vacinação na primeira fase serão: os trabalhadores de saúde; as pessoas com 80 anos ou mais; as pessoas de 75 anos a 79 anos; pessoas de 60 anos ou mais "institucionalizadas" (que vivem em abrigos ou casas de repouso); e indígenas. O número de doses estimada é de 29,9 milhões apenas para essa primeira fase.

"Vale ressaltar que os grupos previstos são preliminares, passíveis de alteração a depender das indicações da vacina após aprovação da Anvisa, assim como as possíveis contraindicações. Destaca-se ainda que há outros grupos populacionais considerados prioritários, a serem incluídos dentre as fases apresentadas, discutidos no âmbito da câmara técnica, a exemplo das populações Ribeirinhas e Quilombolas", ressalta o documento.

O plano também destaca que, como as vacinas não puderam ser testadas em todos os grupos de pessoas, pode haver algumas precauções e contraindicações temporárias, até que surjam mais evidências. É o caso de pessoas menores de 18 anos de idade, gestantes e pessoas que já apresentaram reação anafilática confirmada a qualquer componente da vacina ou a uma dose anterior do imunizante.

O governo prevê ainda uma campanha de informação sobre o processo de produção e aprovação de uma vacina, para dar "segurança à vacinação". Em um segundo momento, está prevista uma outra campanha, sobre a vacinação, públicos prioritários e dosagens.

Julgamento

O Plenário do Supremo vai dedicar a sua última semana de trabalho no ano para tratar da controvérsia. Na avaliação de integrantes da Corte, não há outra alternativa a não ser pacificar a questão, enquanto a pandemia volta a registrar aumento na média de mortes e de casos diários.

O governo definiu uma estratégia de longo prazo que conta com a aprovação de reformas para elevar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do País a patamares próximos do Uruguai ou até do Chile, nações mais desenvolvidas que o Brasil em termos de renda, escolaridade e expectativa de vida. O decreto, publicado no Diário Oficial da União, nessa terça-feira (27), traça uma série de metas econômicas, institucionais, ambientais, sociais e de infraestrutura a serem atingidas até 2031 para tentar levar o País a uma trajetória de maior crescimento.

O documento, no entanto, está sendo alvo de críticas e comparado a uma carta de intenções, sem que haja um detalhamento de como as metas serão alcançadas. O instrumento usado - um decreto - também causou estranheza. Ao contrário de um projeto de lei, o texto não passa por uma discussão prévia com o Congresso Nacional, que aprova ou não as reformas consideradas necessárias para o cumprimento dos objetivos. Além disso, um decreto pode ser alterado a qualquer momento - uma "fragilidade" para uma estratégia que pretende mirar o longo prazo.

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A publicação do decreto está sendo vista como um ressurgimento da Estratégia Nacional de Desenvolvimento Social (Endes), que foi colocada em consulta pública no fim do governo Michel Temer, após recomendação do Tribunal de Contas da União (TCU) para que houvesse "diretrizes e bases do planejamento do desenvolvimento nacional equilibrado". De lá para cá, o cenário econômico, fiscal e social do País se alterou profundamente, na esteira inclusive da pandemia da Covid-19.

O secretário de Gestão do Ministério da Economia, Cristiano Heckert, disse que o governo Temer entregou na transição para o presidente Jair Bolsonaro um estudo preliminar para a elaboração de uma estratégia. Segundo ele, esses estudos foram amplamente debatidos e somente depois definido o plano. "Já no início do governo, nós abraçamos essa ideia porque infelizmente o Brasil tinha perdido nas últimas décadas essa capacidade de olhar para o longo prazo", afirmou o secretário. "É particularmente importante nesse momento porque o cenário macroeconômico do Brasil, que já era desafiador, se aprofundou nesse ano de pandemia."

Cenários

A estratégia, assinada por Bolsonaro e pelos ministros Paulo Guedes (Economia) e Wagner Rosário (Controladoria-Geral da União), traça dois cenários de desenvolvimento para o País.

O primeiro, considerado como a referência, prevê a aprovação de reformas macrofiscais para equilibrar as contas públicas, como reforma tributária, privatizações e até mudanças adicionais no sistema previdenciário - "com o objetivo de garantir a sustentabilidade financeira e a justiça social". Nesse cenário, o crescimento médio entre 2021 e 2031 seria de 2,2% ao ano, com aumento de 1,6% ao ano no PIB per capita.

O segundo é o cenário transformador, em que haveria reformas mais amplas aliadas a avanços educacionais. Nesse caminho, o Brasil teria um crescimento médio de 3,5% ao ano, com aumento de 2,9% ao ano no PIB per capita.

Sem fazer nada, as contas públicas se manteriam em "trajetória explosiva", a desconfiança dos investidores aumentaria e haveria risco de uma crise no refinanciamento da dívida pública, alerta o decreto.

Para medir o alcance das metas, a estratégia fixou o IDH como indicador-chave. Em 2018, o IDH brasileiro estava em 0,761 (quando mais próximo de 1, mais desenvolvido é o país). O objetivo é chegar a 0,808 em 2031 no cenário de referência (o equivalente ao IDH uruguaio) ou até 0,842 no cenário transformador (equivalente ao indicador chileno).

Outros indicadores também foram listados para fazer o acompanhamento setorial dos avanços. Na área social, por exemplo, serão analisados indicadores de educação e o índice de Gini, uma medida da desigualdade de renda no País.

Para o professor do Ibmec Bruno Carazza, o lançamento de uma estratégia de longo prazo é uma maneira de Guedes mandar um recado para a ala desenvolvimentista do governo sobre os riscos de abandono das reformas. A mensagem do ministro, na avaliação dele, é que deixar de lado medidas duras pode levar a um crescimento negativo do País. "Ele demarca o terreno e sinaliza de forma clara para dentro do governo que, se não for por esse caminho, é crise na certa", diz Carazza, ressaltando que as alas desenvolvimentista e fiscalista estão se digladiando, uma divisão que tem paralisado o governo.

Candidato à reeleição, o prefeito Bruno Covas (PSDB-SP) propôs, no plano de governo entregue à Justiça Eleitoral, transformar o Hospital Bela Vista, no centro, em unidade de atendimento exclusiva para moradores de rua - modelo inexistente na rede e considerado ilegal por especialistas ouvidos pelo Estadão.

A campanha de Covas informou que o Hospital Bela Vista não terá atendimento exclusivo a moradores de rua, como está escrito no plano de governo, mas, sim, atendimento preferencial. Após ser questionada pela reportagem, a campanha informou que vai alterar o texto do plano de governo.

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Reinaugurado em abril para atender pacientes com covid-19, o equipamento já conta com 20 leitos dedicados à população sem-teto desde o mês passado. No total, são 118 vagas que, segundo o plano, ficariam reservadas ao tratamento apenas de pessoas em situação de rua.

Na avaliação do promotor de Justiça Arthur Pinto Filho, especializado em saúde pública, a proposta é discriminatória e, portanto, ilegal. "Agora a discriminação não se dá pela doença, mas pela questão social", afirmou. A ilegalidade está, segundo Arthur Pinto Filho, no artigo 196 da Constituição Federal, que classifica a saúde como direito de todos e dever do Estado, responsável por promover "acesso universal e igualitário às ações e serviços".

O promotor também citou o inciso IV do artigo 7.º da Lei Orgânica da Saúde, que determina ao Sistema Único de Saúde (SUS) atender mediante "igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie".

Símbolo da atenção à população de rua, o padre Júlio Lancellotti, vigário episcopal da Pastoral do Povo da Rua, defendeu a proposta. "Não é um hospital único para atender 'diferenciados'. É um hospital para atender a área central e também aprofundar questões (ligadas às condições de vida na rua)", afirmou Lancellotti. "Achamos que é uma coisa boa porque pode, inclusive, aprofundar estudos sobre patologias específicas da população de rua."

Higienista

Secretário nacional de Assistência Social durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, Marcelo Reis Garcia disse que a proposta é um equívoco sob todos os pontos de vista. "Isso seria puro segregacionismo. As políticas desenvolvidas para a população de rua devem ser baseadas na inclusão."

Para o assistente social, um hospital exclusivo para moradores de rua representaria ainda uma prática higienista. "O que faremos em seguida? Criar um hospital para prostitutas? Vamos segregar tudo o que a sociedade não gosta?", questionou.

Professor da Faculdade de Saúde Pública da USP, Mário Scheffer disse que hospitais podem ser referência em determinados tratamentos ou mesmo populações, como mulheres, mas não podem escolher quem atender de acordo com a condição social. Scheffer ressaltou que toda unidade do SUS deve estar aberta para receber um morador de rua. "Isso é reforçado pela Lei 13.714, de 2018, que assegura o direito dessa população à saúde integral, de ser atendida sem necessidade de comprovar domicílio", disse.

Os problemas de saúde relacionados à população de rua, ainda de acordo com o professor, podem ser tratados, em sua maioria, nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) ou nos consultórios de rua ligados à atenção primária. "Um hospital exclusivo não tem justificativa técnica nem ética. Parece uma proteção adicional, mas não é. Com ele, cria-se uma espécie de 'apartheid hospitalar'." Segundo o censo mais recente da Prefeitura, realizado ano passado, a capital tem 24 mil moradores de rua. A contagem, porém, não levou em consideração pessoas que vivem debaixo de viadutos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O PT lançou o Plano de Reconstrução e Transformação do Brasil, parte de um movimento iniciado no dia 7 de setembro, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se colocou "à disposição" para combater o bolsonarismo. No evento, nessa segunda-feira (21), convidados de outros partidos como o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), e o deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ) pediram a unidade da esquerda ainda nas eleições municipais deste ano como forma de pavimentar a criação de uma frente em 2022.

"Penso que nós devemos desde logo abrir debates sobre pactos progressistas para que não fiquemos apenas na última hora debatendo nas 96 cidades brasileiras (onde há segundo turno)", disse Dino. Segundo ele, o documento apresentado pelo PT, que contou com colaborações de outros partidos como PSOL, PCdoB, PSB e PDT, pode ser um "referencial" de unidade da esquerda hoje dividida em função de interesses divergentes nas eleições municipais e em dois grandes projetos voltados para 2022: o do PT e o de Ciro Gomes (PDT).

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Dino também alertou para a necessidade de os partidos de esquerda ampliarem o diálogo para além do próprio campo. "Precisamos estender nossa palavra para além dos convertidos. Não basta que falemos para nós mesmos", afirmou o governador, visto como uma opção para 2022.

Freixo, que desistiu de disputar a eleição para a prefeitura do Rio sob a alegação de falta de unidade na esquerda, disse que a estratégia para vencer o presidente Jair Bolsonaro em 2022 passa pelas eleições deste ano. "Bolsonaro não venceu as eleições apenas pelos seus acertos, mas também pelos nossos erros. De todos nós. Não tem como separar 2022 de 2020. Que a gente não saia derrotado de 2020 e tenha sabedoria no primeiro e segundo turnos", disse o deputado.

A introdução ao plano apresentado pelo PT também fala em unidade. "É um caminho que já começamos a trilhar juntos, por exemplo, com a indicação de que urge avançar na construção da mais ampla frente em defesa da Vida, da Democracia e do Emprego", conforme recente manifesto das fundações partidárias do PSOL, PSB, PDT, PCdoB, PT e PROS", diz o texto.

Em sua fala, a primeira em um evento presencial depois do início da pandemia do novo coronavírus, em março, Lula evitou falar em alianças eleitorais. Ele é apontado por ex-aliados como um dos responsáveis pela falta de unidade da esquerda por ter dado a ordem para que o PT lance candidatos próprios no maior número de cidades possível.

O ex-presidente, no entanto, apresentou o documento como uma porta de abertura para diálogo programático com as demais forças. "Não é um plano de um partido político. É o plano de uma nação e pode ser feito por muito mais do que um partido político", disse o ex-presidente.

Lula aproveitou o evento para fazer críticas ao governo do norte-americano Donald Trump e defender o governo de Nicolás Maduro na Venezuela. "Se comparar o Trump com o (George W.) Bush, o Bush era um baita de um democrata, apesar da guerra no Iraque (…) O que o Trump tem de melhor do que o Maduro? Pelo menos o Maduro não conta 17 mentiras por dia como mostrou a imprensa dos EUA", argumentou o ex-presidente.

Segundo a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, o documento apresentado pelo partido "não é um plano eleitoral nem um programa de governo", é uma série de propostas às políticas da administração Bolsonaro apresentado à sociedade.

De acordo com Gleisi, existe uma mesa de negociação que inclui os principais partidos de esquerda na qual já estão sendo tratadas alianças para o segundo turno da eleição municipal. "Onde o candidato da esquerda for para o segundo turno os outros vão apoiar", garantiu ela.

A presidente do PT, no entanto, admitiu que PSB e PDT estão mais distantes de PSOL e PCdoB. O PSB pelo fato de o PT ter mantido a candidatura da deputada Marília Arraes (PT) contra João Campos (PSB) para a prefeitura do Recife. "O PDT é o mais afastado ainda, por enquanto", disse ela.

Depois de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se colocar "à disposição" para enfrentar o governo Jair Bolsonaro, o PT vai lançar nos próximos dias um "programa de reconstrução nacional". Segundo lideranças do partido, os dois passos fazem parte do mesmo movimento para recolocar o PT no papel de oposição natural a Bolsonaro.

A próxima etapa, afirmam lideranças petistas, é aproveitar o horário de TV dos candidatos do PT às eleições municipais de novembro como espaço para Lula amplificar suas críticas ao governo federal. Por ordem do ex-presidente, o PT terá um número recorde de candidatos nas cidades com segundo turno - 85 em um total de 95 municípios.

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O programa elaborado pela Fundação Perseu Abramo sob a coordenação do ex-ministro Aloizio Mercadante, "diverge frontalmente", segundo o PT, "dos caminhos trilhados pelo governo Bolsonaro em temas relacionados à economia e à democracia, além de sugerir políticas públicas em áreas que vão de meio ambiente, saúde, educação e cultura". No texto em que anuncia o programa, o partido usa a expressão "oposição propositiva".

Embora tenha a assinatura do PT, afirma o partido, o programa contempla sugestões de outras siglas de oposição, como PDT, PSOL, Rede, PSB e PCdoB. O mote do programa, colocado por Lula em pronunciamento no dia 7, é "Vamos juntos reconstruir o Brasil".

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que o texto será apresentado para debate com as demais forças de oposição. "O plano é a contribuição que o PT vai dar para o debate da esquerda e oposição ao Bolsonaro para essa reconstrução", disse ela.

Gleisi negou que o objetivo tanto do pronunciamento de Lula quanto do plano seja eleitoral. "Não é um programa de governo", disse ela.

O ex-presidente já está gravando vídeos para os candidatos petistas. Ele pretende falar das cidades, mas levando o assunto para a esfera federal, lembrando realizações dos governos petistas e fazendo críticas a Bolsonaro.

"Ele não vai se furtar de fazer críticas, denúncias. Quando se colocou à disposição do povo brasileiro foi também para isso", afirmou Gleisi.

No 7 de Setembro, Lula fez um pronunciamento em suas redes sociais no qual faz duras críticas à forma como Bolsonaro vem conduzindo o País no enfrentamento à pandemia e à política econômica do governo. Ao final, o ex-presidente se colocou "à disposição do povo brasileiro" para enfrentar a situação.

A frase foi interpretada como sinal de que Lula quer mais uma vez ser candidato à Presidência em 2022, se for liberado pela Justiça. Em 2018, o ex-presidente foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa por ter sido condenado em dois processos em órgão colegiado (o Tribunal Regional Federal da 4ª Região, TRF-4).

Preso em abril de 2018, para cumprimento provisório de sua pena no caso triplex do Guarujá (SP) por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no esquema de desvios na Petrobras, o ex-presidente foi solto em novembro do ano passado.

Petistas apostam em uma reversão dessas penas no julgamento pela Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) da ação que pede a suspeição do ex-juiz Sérgio Moro. Até agora, dois integrantes da Segunda Turma votaram contra a suspeição e dois indicaram que vão votar a favor. O voto de Minerva será do decano do STF, ministro Celso de Mello, que deve se manifestar antes de se aposentar, em novembro. Nesta semana petistas reativaram a campanha Lula Livre, agora com o mote "anula STF", numa tentativa de pressionar o Tribunal.

A proposta de mudanças no plano de recuperação judicial da Oi foi aprovada na noite desta terça-feira (8) em uma assembleia virtual de credores que durou 12 horas. Apesar das divergências que se arrastaram ao longo do dia com bancos, a companhia conseguiu angariar o apoio necessário para iniciar uma reestruturação ampla dos seus negócios, que marcará a saída do setor de telefonia e internet móveis, passando a atuar como uma empresa de infraestrutura de fibra ótica.

Foram registrados votos favoráveis de 99,8% da classe de credores trabalhistas, 100% de credores com garantia real (em que figura apenas o BNDES), 96,8% entre os credores sem garantia real (aí estão bancos e os bondholders) e 99,2% de fornecedores e microempresas.

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A votação aconteceu por meio de uma plataforma online. Essa foi a maior assembleia do gênero já realizada de modo digital na América Latina. A Oi tem 25 mil credores, dos quais mais de 5 mil se cadastraram para participar do evento.

O número elevado de acessos chegou a congestionar o sistema na hora da votação, que começou por volta das 22h05 e terminou às 23h03. Por conta da "aglomeração", representantes do BNDES não conseguiram acessar a plataforma e tiveram seu voto computado só depois de quase todos os outros credores.

O evento foi comandado a partir de um quartel-general montado em um edifício da Oi na Rua do Lavradio, na região central do Rio. A mesa de comando teve membros da direção da Oi, do escritório Wald Advogados (administrador judicial do processo) e da empresa contratada para operar a plataforma online.

O que estava em jogo

A proposta de reformulação do plano prevê a venda de redes móveis, torres, data centers e parte da rede de fibra ótica, levantando mais de R$ 22 bilhões. O dinheiro será usado para fazer o pagamento antecipado de dívidas, com cortes dos valores na faixa de 50% a 55%, além de sustentar os investimentos futuros.

O principal ativo são as redes móveis, que já receberam proposta vinculante de R$ 16,5 bilhões do consórcio formado pelas rivais Vivo, Claro e TIM, que pretendem dividir entre si as redes e os clientes da Oi. A empresa de infraestrutura Highline do Brasil, do fundo americano Digital Colony, também fez oferta de valor não revelado.

Se tudo der certo após a alienação dos ativos, a Oi espera reduzir o endividamento e concluir a recuperação judicial em maio de 2022. Daqui para frente, a Oi pretende tornar-se uma empresa focada em fibra ótica, prestando serviços de banda larga ao público em geral e oferecendo suas redes de forma neutra para as demais operadoras de 4G e 5G - uma atuação bem mais discreta do que os planos de uma década atrás de se consolidar como uma super tele nacional.

A Oi tem a maior rede de fibra do Brasil e uma das maiores do mundo, com 388 mil quilômetros. A empresa planeja levar essa rede até a porta de 32 milhões de clientes até 2024.

Divergências

A assembleia foi marcada por divergências com Itaú Unibanco, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, entre outras instituições financeiras locais. Os bancos criticavam o fato de a nova versão do plano ter estabelecido um deságio entre 60% e 55% no valor da dívida a ser paga pela tele na comparação com a versão original do plano, de 2017.

"Não houve apresentação de justificativa razoável para piora nas condições de pagamento da Caixa, Banco do Brasil, Itaú e alguns outros poucos credores", afirmou o advogado Armando Borges, procurador da Caixa. "O deságio de 60% proposto incide sobre recursos públicos. Não há como admitir isso", emendou.

Itaú, Caixa e BB pediram a suspensão da assembleia pelo prazo de 30 dias, o que foi negado pelo administrador judicial do processo. A assembleia foi paralisada três vezes para que as partes tentassem um acordo, o que não aconteceu.

No fim da noite, a Oi ainda anunciou uma leve diminuição do deságio para a faixa de 55% a 50%. "As modificações vêm no espírito de viabilizar aprovação do plano, mas garantindo também a sustentabilidade da execução do plano", declarou o presidente da Oi, Rodrigo Abreu, antes do começo da votação.

Os bancos estão em pé de guerra com a Oi desde junho, quando a companhia divulgou sua intenção de reformular o plano de recuperação. Os bancos alegaram também que os bondholders não deveriam participar da assembleia. Como estes credores se tornaram acionistas da empresa após a conversão de suas dívidas em ações, haveria aí um conflito de interesses, na visão dos bancos.

Embora a Justiça tenha autorizado a participação dos bondholders na votação desta terça, as decisões até aqui foram monocráticas e podem, eventualmente, ser revistas - fato que abriria espaço para questionamentos da assembleia.

A Oi entrou em recuperação judicial em junho de 2016, após acumular dívida bruta de R$ 64 bilhões com cerca de 55 mil credores. A aprovação do plano de recuperação ocorreu em dezembro de 2017 e reduziu essa dívida em R$ 36 bilhões por meio de descontos, parcelamentos no longo prazo e conversão de créditos em ações.

A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) divulgou o plano de retomada gradual dos laboratórios de pesquisa. Segundo a resolução publicada, o retorno às atividades em laboratório será gradual e em respeitando as medidas de segurança obrigatórias, de responsabilidade compartilhada entre os laboratórios e os seus pesquisadores/usuários.

Conforme a instituição, a utilização dos espaços de pesquisa pelos docentes, pesquisadores, pós-doutorandos e estudantes de pós-graduação nos campi da Universidade se dará de forma voluntária e limitada às atividades que não puderem ser realizadas com êxito remotamente.

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A resolução não se aplica ao funcionamento dos laboratórios ligados a atividades essenciais e de pesquisas sobre a Covid-19, que já se encontram em funcionamento. Quem desejar obter mais informações sobre os procedimentos para retomada das atividades em laboratório, assim como o plano de retomada na íntegra, pode conferir o Boletim Oficial da UFPE.

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O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, deve anunciar na segunda-feira (27) um grande plano de luta contra o sobrepeso no Reino Unido, após a divulgação de um estudo que destaca a obesidade como fator agravante do novo coronavírus.

"A COVID-19 nos lembrou dos riscos imediatos e de longo prazo do excesso de peso", disse um porta-voz do governo neste domingo (26).

"Vamos pedir aos cidadãos que aproveitem esse momento para refletir sobre seu modo de vida e adotarem medidas simples para perder peso, viver de forma saudável e reduzir a pressão sobre o NHS [o serviço de saúde pública britânico]", completou o porta-voz.

Com um financiamento de 10 milhões de libras (cerca de US$ 12,50), segundo o jornal "The Guardian", o plano denominado "Em melhor saúde" tem como objetivo ajudar 35 milhões de pessoas - mais da metade da população do país - a perder peso e a viver de forma mais saudável.

Entre as medidas esperadas estão, segundo a imprensa local, a proibição total de publicidade on-line de alimentos não saudáveis e antes das 21h na televisão; a obrigação de restaurantes e de locais que entregam comida de tornarem público o número de calorias de suas refeições; ou ainda que as lojas façam o mesmo em suas garrafas de bebida alcoólica.

O Conselho Nacional de Defesa entregou, na quarta-feira (22), ao Congresso a política nacional para o setor. Ao lado da Estratégia Nacional de Defesa e do Livro Branco de Defesa, antecipados pelo Estadão, o documento representa a atualização de propostas anteriores que norteiam as atividades da área no Brasil pelos próximos quatro anos.

Apesar da pandemia do coronavírus, a reunião do Conselho de Defesa foi presencial, no Palácio do Planalto, e contou com a participação do vice-presidente Hamilton Mourão, do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), de ministros e dos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. Em videoconferência, o presidente Jair Bolsonaro justificou a ausência por ter contraído a Covid-19 e falou sobre a importância das Forças Armadas.

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Ao Estadão, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) - que estava em plenário no momento da reunião - disse que a Política Nacional da Defesa será debatida com os deputados, mas não poderá sofrer emendas por ser uma espécie de tratado.

Ao fazer o balanço da situação das Forças Armadas, o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, destacou a necessidade de novos investimentos. "Apresentei o que estamos fazendo, as operações que estamos participando, e mostrei quais são os meios de que dispomos para fazer isso, assim como a situação em que se encontram as Forças", disse Azevedo e Silva ao Estadão.

Mesmo admitindo que 2019 foi um ano em que o orçamento de Exército, Marinha e Aeronáutica não sofreu contingenciamento, disse que é preciso enfrentar essa situação de "defasagem".

"Falei dos nossos projetos e das nossas defasagens porque estamos com material muito antigo. Nossas fragatas, aeronaves e carros de combate estão muito antigos, todos com idade entre 40 e 50 anos. Então, temos de implementar nossos projetos, não para aumentar as forças, mas para substituir o que está ficando obsoleto e antigo", afirmou o titular da Defesa, que apresentou um plano estratégico de modernização dos equipamentos.

Amazônia

O Brasil ocupa atualmente o sétimo lugar na América do Sul em investimentos de defesa, atrás do Equador, Guiana e Bolívia.

Segundo Azevedo, a Amazônia continua sendo prioridade nos documentos de Defesa. "A Amazônia, assim como o Atlântico Sul, é uma área de interesse geoestratégico para o Brasil. A proteção da biodiversidade, dos recursos minerais, hídricos, além do potencial energético, no território brasileiro é prioridade para o País", diz o texto da Estratégia de Defesa.

Em uma atualização da diretriz preparada em 2016, o plano destaca a possibilidade de "tensões e crises" no continente, que podem levar o Brasil a mobilizar esforços na garantia de interesses nacionais na Amazônia ou mesmo ajudar na solução de problemas regionais. A América do Sul não é mais considerada uma "área livre" de conflitos, segundo o documento.

Tensão

Mesmo sem citar nominalmente a Venezuela, o trecho sobre política externa do plano avalia "possíveis desdobramentos" das crises nos países vizinhos. A reportagem apurou que o principal foco de tensão se refere a ações do regime chavista de Nicolás Maduro.

Pela primeira vez, o documento fala em "pandemias" e "mudanças climáticas" com "consequências ambientais, sociais, econômicas e políticas, que exigem pronta resposta do Estado". O Congresso não tem prazo para aprovar a Política Nacional de Defesa.

Em meio à cobrança global para que o Brasil aumente seu comprometimento em relação aos temas ligados à mudança climática, os três maiores bancos privados do País, Bradesco, Itaú Unibanco e Santander, lançaram um plano conjunto para promover o desenvolvimento sustentável da Amazônia. A proposta inclui dez medidas, como estímulo às cadeias sustentáveis na região e viabilização de investimentos em infraestrutura básica para o desenvolvimento social e ambiental. O cronograma prevê a implementação dos itens ainda neste ano.

Os três bancos estavam entre os signatários de carta enviada ao vice-presidente da República, Hamilton Mourão, que pediu, no início do mês, políticas de combate ao desmatamento na Amazônia. Mourão é o presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal. O documento fez defesa da agenda do desenvolvimento sustentável e solicitou o combate "inflexível e abrangente' ao desmatamento ilegal na Amazônia. Agora, depois da cobrança, com o plano anunciado hoje, os bancos têm a intenção de entregar uma forma de ajuda efetiva em relação ao assunto, segundo fonte.

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Para dar prosseguimento ao planejamento, os bancos formarão um conselho de especialistas com diferentes experiências e conhecimentos sobre as questões sociais e ambientais envolvendo a Amazônia. "Este projeto une Bradesco, Itaú e Santander pelo propósito de contribuir para um mundo melhor. A ideia é que todos precisam assumir sua parcela de compromisso com as futuras gerações. Por isso, lançamos uma agenda objetiva que pretende defender e valorizar a Amazônia, suas riquezas naturais, florestas, rios e cultura diversificada.

Queremos dar passos concretos para tornar discurso em realidade. A Amazônia não é um problema. O ato de proteger a Amazônia guarda boa parte das respostas corretas para um mundo que tem dúvidas e incertezas", afirmou, em nota, o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Junior.

O presidente do Itaú Unibanco, Cândido Bracher, que há cerca de duas semanas participou ao lado de um grupo de empresários para tratar do tema com Mourão, disse, também em nota, que os bancos têm a responsabilidade "como agentes importantes do sistema financeiro" e que compartilham "as mesmas preocupações a respeito do desenvolvimento socioeconômico da Amazônia e da conservação ambiental". "Acreditamos que os três bancos têm forças complementares e, atuando de forma integrada, vemos grande potencial de geração de impacto positivo na região", destacou Bracher.

Já o presidente do Santander, Sergio Rial, afirmou que o desafio em relação ao tema "impõe uma atuação firme e veloz a todos os atores que puderem participar da construção de um modelo de desenvolvimento sustentável para a Amazônia. Com a união de esforços da nossa indústria, conseguiremos fazer ainda mais por essa região, que tem um valor inestimável não só para o País, mas para todo o planeta", destacou.

Além do estímulo às cadeias sustentáveis na região por meio de linhas de financiamento diferenciadas e ferramentas financeiras e não financeiras e viabilização de investimentos em infraestrutura básica para o desenvolvimento social e ambiental, o plano dos três bancos inclui o fomento de um mercado de ativos e instrumentos financeiros de lastro verde, a tração de investimentos e promoção de parceiras para o desenvolvimento de tecnologias que impulsionem a bioeconomia e apoio para atores e lideranças locais que trabalhem em projetos de desenvolvimento socioeconômico na região.

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