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O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou ser "afrontoso" o modo como a gestão Jair Bolsonaro vem atuando para paralisar ou atrasar obras de infraestrutura planejadas pelo Estado de São Paulo e que dependem de aval ou recursos do governo federal. Doria disse que vai "agir" diante do cenário, sem dar detalhes.

"É afrontoso um presidente da República romper o pacto federativo e assumir publicamente que orientou ministros do seu governo a boicotarem São Paulo. Nós não ficaremos emudecidos nem intimidados com isso. Vamos agir", afirmou o governador, ao término da entrevista coletiva em que deu detalhes sobre o endurecimento das regras de quarentena no Estado contra o coronavírus.

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Como mostrou o Estadão, obras de mobilidade e saneamento traçadas por São Paulo, que dependiam de acordo com Brasília para serem viabilizadas, estão no papel, como a ponte entre Santos e Guarujá e o piscinão de Jaboticabal, entre a capital e as cidades do ABC. O Estadão revelou também que Bolsonaro deu ordem para que os ministros não atendam a nenhum pedido do tucano.

Doria não detalhou como seria essa "ação" contra Bolsonaro, mas auxiliares não descartam até medidas judiciais.

'Reação'

Na semana passada, o governador paulista conclamou a população a uma "reação" contra o governo Bolsonaro, após as mortes por asfixia no Amazonas por falta de tubos de oxigênio para pacientes com Covid-19. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), esteve quinta (14) e sexta-feira (15) da semana passada no Palácio dos Bandeirantes articulando, com o vice-governador Rodrigo Garcia, a campanha de Baleia Rossi (MDB) para a presidência da Câmara, contra o adversário apoiado pelo presidente, Arthur Lira (Progressistas-AL). A vitória na disputa é crucial para Bolsonaro, no momento em que o tema impeachment passa a ser discutido com cada vez mais intensidade na sociedade.

Procurado, o Palácio do Planalto não havia se manifestado até a conclusão desta edição.

Ontem, Doria voltou a cobrar empenho federal para a oferta de mais vacinas contra o novo coronavírus. As únicas doses que já haviam sido aplicadas no País foram fornecidas pelos paulistas após entendimento do Instituto Butantan com o laboratório chinês Sinovac.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), rebateu o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que afirmou neste domingo, 17, que a Coronavac, que teve uso emergencial aprovado pela Anvisa nesta tarde, foi financiada "sem um centavo de São Paulo".

O tucano afirmou estar "atônito" com o que disse Pazuello. "Diz que foi com o dinheiro do SUS, é inacreditável", comentou. "Não há 1 centavo (do SUS) até agora para vacina, nem estudo, compra, pesquisa, nada", acrescentou.

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Doria cobrou que o ministro trabalhe pela saúde. "Chega de mentira", afirmou. "Seja honesto, decente", atacou, na sequência.

O governador paulista disse também ser necessário "um pingo de humildade" do governo federal. "Eu sei que é difícil ao senhor (Eduardo Pazuello) e ao Jair Bolsonaro, mas tenham um pingo de humildade para reconhecer o esforço de São Paulo para oferecer a vacina aos brasileiros", disse.

De acordo com o tucano, o Estado destinará as vacinas que cabem ao ministério e a São Paulo. A previsão é de que a entrega ocorra amanhã.

Doria assegurou ainda que enviará, fora das cotas estaduais, mais 50 mil doses a profissionais de saúde do Amazonas. Ele afirmou que essa remessa irá de avião. "Não confio no Ministério da Saúde", atacou.

O governador afirmou ainda que o presidente Jair Bolsonaro "faz golpes de morte" em sua política de enfrentamento à covid-19. "O golpe de morte é o que dá Jair Bolsonaro e a incompetência do seu governo", disse.

Hospitais

Doria também afirmou que começa nesta segunda-feira, 18, o plano logístico para distribuição de vacinas em hospitais no Estado de São Paulo.

Doria explicou que a vacinação começa primeiro pelo Hospital da Clínicas, em São Paulo, e depois pelos hospitais de Ribeirão Preto, Marília, de Campinas (Unicamp), Botucatu (Unesp), Hospital de Base de São José do Rio Preto.

"E na sequência para todos os hospitais públicos e privados", afirmou o governador.

As cobranças do presidente Jair Bolsonaro pelo apoio da bancada ruralista ao deputado Arthur Lira (Progressistas-AL), seu candidato à presidência da Câmara, desagradaram a integrantes da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA). Para parlamentares do grupo, Bolsonaro erra ao atribuir os resultados do setor apenas ao governo e ao usar esse argumento para exigir adesão ao seu candidato na eleição do Legislativo.

"É um erro ingênuo do governo. A FPA não é partido, isso é um erro político", disse o líder da bancada, deputado Alceu Moreira (MDB-RS), ao Estadão/Broadcast. Moreira foi um dos que declararam apoio ao correligionário Baleia Rossi (MDB-SP), candidato do atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

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Em conversa com apoiadores na segunda-feira (11), Bolsonaro afirmou que o campo "nunca teve um tratamento tão justo e honesto" quanto em seu governo. Segundo ele, o agronegócio está "bombando" e, por isso, parlamentares da bancada deveriam apoiar o candidato do governo. "Alguns parlamentares do campo, ao invés de apoiar o nosso candidato, estão apoiando outro candidato. Eu não entendo", disse o presidente, na portal do Palácio da Alvorada.

O presidente voltou ao assunto nesta terça (12), com uma nova cobrança pública e argumentou que Lira permitirá o avanço da reforma agrária e da regularização fundiária. "Se fizer a regularização fundiária nós vamos saber de quem é o CPF daquela pessoa daquela terra que desmatou ou pegou fogo, e o atual presidente da Câmara ainda não permitiu que isso fosse votado", disse Bolsonaro. Uma medida provisória sobre o tema enfrentou resistência de parlamentares e foi apelidada de MP da Grilagem. Sem acordo para votação, o texto perdeu a validade no ano passado.

O líder da bancada ruralista rebateu os argumentos de Bolsonaro e criticou o fato de o chefe do Executivo usar políticas de governo para cobrar apoio numa eleição interna da Câmara. "O sucesso do agro tem a participação do governo, com o brilhantismo da ministra (da Agricultura) Tereza Cristina e também com a atuação da Frente, mas quem merece os aplausos é sua excelência, o produtor rural", declarou Moreira. Para ele, as bandeiras são convergentes e a disputa no Legislativo não pode se transformar numa disputa entre Maia e Bolsonaro.

'Chantagem'

Para o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP), que faz parte da FPA, o que Bolsonaro faz é "chantagem". "A bancada é suprapartidária e independente. Qualquer tentativa de torná-la submissa a qualquer liderança política gerará sentimento de corpo contra essa liderança", disse o parlamentar.

A FPA tem 241 deputados. Entre os integrantes, estão tanto aliados de Baleia quanto de Lira - os dois, inclusive, fazem parte da bancada ruralista.

Aliado de Lira e um dos vice-presidentes do grupo, o deputado Evair de Melo (Progressistas-ES) negou que haja qualquer crise com o governo por causa das declarações do presidente. "Não tem apoio formal da frente, isso não é um assunto para a bancada tratar, por isso, não tem crise instalada", afirmou. Melo disse, no entanto, que a maioria dos deputados na bancada já apoia o candidato de seu partido.

O deputado Sérgio Souza (MDB-PR), que assumirá a presidência da bancada a partir do dia 22 no lugar de Moreira, também minimizou as cobranças do presidente. "É o estilo de Bolsonaro. Ele fala o que pensa. Não há um racha dentro da FPA, um afastamento do governo, não há. As pautas do governo e da FPA são praticamente as mesmas", disse Souza. Segundo ele, a preocupação do grupo é que tanto Baleia quanto Lira se comprometam em votar projetos defendidos pelos ruralistas. "Temos um papel de ter uma pauta, defendemos essa pauta e vamos cobrar dos candidatos o compromisso com isso", afirmou.

Governadores já se mobilizam contra dois projetos de lei orgânica das polícias civil e militar, que restringem o poder político dos Estados sobre as tropas armadas e os bombeiros, em todo o País. Muitos deles veem inconstitucionalidade e interferência do Palácio do Planalto nas polícias, uma das bases de apoio do presidente Jair Bolsonaro, que já está em campanha pela reeleição, em 2022.

Como revelou o Estadão nesta segunda-feira, dia 11, os projetos preveem mudanças significativas na estrutura das polícias. Estabelecem, por exemplo, mandatos de dois anos para os comandantes-gerais da PM, dos Bombeiros e delegados-gerais de Polícia Civil, além de condicionantes para que sejam demitidos. As propostas contam com lobby classista e foram discutidas com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, sem que tenham sido ainda formalmente submetidas à Câmara dos Deputados.

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"Somos radicalmente contra", disse ao Estadão o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). "Já mobilizamos a bancada de São Paulo e outros governadores também estão mobilizando suas bancadas."

Rival político e virtual adversário de Bolsonaro na eleição presidencial de 2022, Doria avalia que "logicamente" há interferência política do Planalto no projeto das polícias.

Na avaliação de governadores ouvidos pelo Estadão, os projetos de lei orgânica das polícias interferem em suas atribuições constitucionais. Ex-juiz federal, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), afirmou que a proposta de dar mais autonomia às polícias deveria ocorrer no âmbito dos Estados.

"Creio que o Supremo declararia inconstitucional se isso um dia fosse aprovado no Congresso Nacional, na medida em que viola o princípio federativo e também por vício de iniciativa", argumentou Dino, numa referência ao Supremo Tribunal Federal (STF). "Matéria desse tipo só pode tramitar nas Assembleias Legislativas, por iniciativa privativa dos governadores. Logo, quem desejar debater deve buscar as instâncias competentes dos Estados."

Na prática, como os projetos de lei estavam circulando apenas entre policiais, os chefes do Executivo ainda não haviam se debruçado sobre essa articulação nem sobre o impacto dos projetos em suas prerrogativas.

"Não estava no nosso radar", disse o governador Wellington Dias (PT), do Piauí, presidente do Fórum de Governadores do Nordeste. "Nossa posição é manter o princípio constitucional do poder do eleito na escolha da equipe para as áreas executivas e a segurança pública é uma delas."

Questionados pelo Estadão, os dois únicos governadores originários das carreiras envolvidas, Carlos Moisés (PSL), de Santa Catarina, coronel dos Bombeiros, e Marcos Rocha (PSL), de Rondônia, coronel da PM, não quiseram se manifestar.

Se a FDA, agência de controle de alimentos e medicamentos dos EUA, decidir aprovar a vacina Pfizer-BioNTech contra a covid-19, provavelmente pedirá às pessoas com histórico conhecido de reações alérgicas graves que não a tomem, disse nesta quarta-feira (9) um importante cientista do governo.

Moncef Slaoui, principal assessor do programa americano de desenvolvimento de tratamentos e vacinas para o coronavírus, declarou à imprensa: "Ao examinar os dados, pacientes ou indivíduos com histórico de reações alérgicas graves foram excluídos do ensaio clínico".

"Presumo - porque o FDA tomará essas decisões - que amanhã isso fará parte do que será levado em consideração e, como no Reino Unido, a expectativa seria [solicitar] que as pessoas com reações severas conhecidas não tomem a vacina até entendermos exatamente o que aconteceu aqui", afirmou.

Uma advertência semelhante ocorreu no Reino Unido, depois que dois profissionais de saúde sofreram reações alérgicas à vacina e precisaram de tratamento.

Tanto o Reino Unido quanto o Canadá já aprovaram o protocolo de duas doses da vacina em modo de emergência, e espera-se que os Estados Unidos façam o mesmo em questão de dias, depois que um painel consultivo da FDA se reunir na quinta-feira para discutir o assunto.

O FDA também deve pedir aos fornecedores de vacinas que fiquem atentos para determinar se as pessoas desenvolvem uma forma rara, mas temporária e não muito grave, de paralisia facial chamada paralisia de Bell. Os dados mostraram que quatro das cerca de 19 mil pessoas no estudo sofreram da doença.

De modo geral, Slaoui disse que ficou impressionado com os dados da vacina que constam nos documentos enviados ao FDA, sobretudo a forte proteção desenvolvida após a primeira dose, ainda que se mantenha a recomendação de tomar ambas as injeções, com 21 dias de intervalo.

Não se sabe exatamente quando a agência reguladora dos EUA vai emitir sua autorização de uso emergencial, mas o secretário de Saúde Alex Azar indicou que as autoridades têm em mente o início da próxima semana.

Os Estados Unidos esperam vacinar 20 milhões de pessoas ainda este mês. Os residentes de instituições de longa permanência e profissionais de saúde são a prioridade.

A fala do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre reagir com “pólvora” diante de uma eventual sanção do presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, ao Brasil deu o que falar entre os políticos, mas também foi motivo de ironias nas redes sociais e fora delas. Um restaurante do Rio de Janeiro, nessa quarta-feira (11), distribuiu estalinhos aos seus clientes. 

As bombinhas populares nas festas juninas, que produzem um fraco estampido, foram doadas durante o almoço da Casa Porto, no Largo de São Francisco da Prainha, do produtor cultural Raphael Vidal, “para ajudar os brasileiros a se defenderem na guerra contra os EUA”.

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“Além de aumentarmos a incidência de saliva nacional, vamos contribuir hoje para nosso poderio de pólvora contra os Yankees”, ironiza uma publicação na rede social do restaurante.

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Nesta quinta-feira (29) foi noticiado que Tatá Werneck não estaria se dando bem com a sogra, Valeria Alencar, a mãe de seu marido, Rafael Vitti e ambas até mesmo estariam tentando selar a paz. Porém, parece que não é bem assim, já que a apresentadora logo se pronunciou pelo Twitter ao ficar sabendo dessa história.

No Twitter do jornal que deu a matéria, uma pessoa havia comentado o seguinte: "Eu também já parei de seguir pessoas próximas SEM QUERER. Sem querer saber as opiniões delas".

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Tatá, então, respondeu esse internauta e disse que o seu unfollow na sogra não foi de propósito: "Hahahaha eu realmente parei de seguir sem querer. Não foi só ela pelo que percebi, mas isso mostra que as pessoas estão atentas a isso porque querem que minha relação acabe. Vou mandar geral tomar no c* se OUSAREM se meter com a minha família".

Não demorou para que a mãe de Clara Maria logo ganhasse o apoio de outros internautas: "Isso aí, Tatá. O povo não pode ver um relacionamento feliz e saudável que faz de tudo pra estragar. Toda felicidade do mundo pra sua família. Sou fã". "Deixa a Tatá em paz, gente, todo mundo sabe que ela é desligada e com certeza deixou de seguir sem querer".

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou, pelo Twitter, que não está "à altura de um presidente de Banco de um país sério" a atitude do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de divulgar à imprensa conversa particular que tiveram nesta quarta-feira (28). Escreveu Maia: "a atitude do presidente do Banco Central de ter vazado para a imprensa uma conversa particular que tivemos ontem não está à altura de um presidente de Banco de um país sério".

Conforme mostrou o Broadcast Político/Estadão, nesta quarta-feira o presidente do Banco Central havia procurado o presidente da Câmara para tratar da crise política que ameaça o andamento das reformas no Congresso. Desde o dia 6 de outubro não são realizadas votações na Casa. O motivo é a obstrução feita pelos partidos da base do governo para tentar emplacar um nome alinhado ao líder do PP na Casa, deputado Arthur Lira (AL), na presidência da Comissão Mista de Orçamento.

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A oposição também segura os trabalhos para tentar colocar em pauta a medida provisória que prorroga o auxílio emergencial pelo valor de R$ 300. Maia criticou, em conversa com jornalistas, a articulação da base do governo.

O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, defendeu, nessa segunda-feira (12), que o Congresso Nacional mantenha os vetos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) à Lei Anticrime.

Em entrevista à GloboNews, Moro afirmou que a ideia do projeto, redigido quando ocupou a pasta, era um 'endurecimento racional' no combate à criminalidade, mas que foram colocados 'empecilhos' pelos parlamentares durante a tramitação na Câmara dos Deputados.

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"O Projeto de Lei Anticrime foi enviado para endurecer. Nada ali tinha de inconstitucional, de proposta extremamente rigorosa. Nós sabemos que temos que respeitar o direito dos acusados. Mas, durante a tramitação na Câmara, com todo respeito, houve a inserção da alguns dispositivos que geraram mais dificuldades para o combate ao crime do que o contrário", afirmou.

O ex-ministro também chegou a dizer que o presidente, com quem rompeu ao deixar o governo, devia usar o poder e a popularidade para retomar a agenda anticorrupção e anticrime 'para além do partidarismo político'. Uma das bandeiras mencionadas foi a necessidade de retomada da execução criminal após condenação em segunda instância, barrada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em julgamento apertado no final do passado, mas que, segundo Moro, pode ser revista com a nova formação da Corte em razão da aposentadoria do decano Celso de Mello.

"É o momento de discutir a revisão dessa parte da lei pelo Congresso ou pelos tribunais. Nós temos ainda vetos presidenciais a serem analisados pelo Congresso. O presidente não vetou tudo o que eu acho que deveria vetado, inclusive esse dispositivos. Mas os vetos que estão lá são importantes e seria importante manter todos os vetos", defendeu.

A discussão sobre o pacote anticrime foi reacendida depois que o ministro Marco Aurélio Mello, do STF, mandou para soltar André Oliveira Macedo, o André do Rap, apontado como homem forte do Primeiro Comando da Capital (PCC). No centro do debate estão os critérios para manutenção de prisões preventivas - aquelas determinadas sem prazo definido -, reformados com a aprovação da Lei Anticrime pelo Congresso no final do ano passado. O dispositivo prevê, no artigo 316 do Código de Processo Penal, a reavaliação da medida cautelar por um juiz a cada 90 dias.

Ao autorizar André do Rap a deixar o sistema prisional, o argumento usado por Marco Aurélio foi justamente o de que o prazo para manutenção da prisão preventiva foi esgotado e que a continuidade da medida cautelar era ilegal uma vez que não houve decisão judicial decretando sua renovação nos últimos três meses.

Ao Estadão, o ministro defendeu os fundamentos que o levaram a determinar a soltura. "Atuo segundo o direito posto pelo Congresso Nacional e nada mais. Evidentemente não poderia olhar a capa do processo e aí adotar um critério estranho", afirmou. "Está claríssimo no preceito (lei anticrime) que hoje a prisão dura por 90 dias podendo pelo juiz da causa ser renovada em ato fundamentado. E o próprio preceito culmina para o caso de não ser renovada a ilegalidade. Cansei de decidir dessa forma", completou o ministro.

Segundo Sérgio Moro, o dispositivo não estava previsto no projeto original e, no entendimento do ex-ministro, é incompatível com a realidade da magistratura.

"Em um mundo ideal, em que um juiz tem poucos processos e todo o tempo do mundo para examinar todos os casos, não teria problema nenhum. Agora, em um sistema como o nosso, que o juiz e os tribunais recusais estão assoberbados de processos, é muito comum você ficar premido pelo dia-a-dia dos novos processos e sem muita possibilidade de ficar revendo cada decisão que foi tomada anteriormente. Quando se decreta uma prisão preventiva, que é uma prisão antes do julgamento, se houver uma discordância ou uma mudança do tempo, o que deveria acontecer: a defesa vem e requer ao juiz que revise. O juiz vai sentar, vai examinar, vai ouvir o Ministério Público e vai decidir", defendeu.

"O grande problema que colocaram nesse dispositivo é que essa revisão deve ser feita de ofício. Isso tem um propósito positivo: evitar que prisões se alonguem, porque o acusado está mal defendido e acaba ficando esquecido dentro das cadeias. Mas gera esse efeito colateral negativo", completou o ex-ministro.

Sem criticar abertamente Marco Aurélio, Moro defendeu ainda que integrantes de Cortes superiores se abstenham de decidir sobre a revisão de prisões preventivas decretadas em primeira instância.

"Me parece que a melhor solução, e eu não quero entrar em nenhuma controvérsia envolvendo o Supremo Tribunal Federal, seja o entendimento de que isso tem que ser provocado, que isso tem que ser decidido pelo juiz emissor da decisão, o juiz de primeira instância normalmente. Se a questão for levada diretamente a uma corte recursal, que a corte recursal emita uma decisão pedido que o juiz revise, que o juiz decida, e não simplesmente entender que isso se torna ilegal pelo mero decurso do tempo, porque pode isso gerar esses casos que acabam expondo a sociedade a um risco", alegou.

Perguntado sobre as prisões preventivas decretadas no âmbito da Lava Jato, o ex-juiz da operação negou abuso nas ordens de detenção cautelares.

"Quase todas elas foram mantidas pelas instâncias recursais ou superiores e não se alongavam muito tempo antes do julgamento", rebateu. "Às vezes tem uma ideia pejorativa de que nós abusávamos da prisão preventiva, mas nós estávamos basicamente cumprindo a lei. É claro que, talvez por uma noção equivocada, eventualmente parte da classe política tenha visto isso como uma possibilidade de evitar que situações assim se repetissem, vezes alguns deles investigados por corrupção que pudessem ser, de alguma maneira, presos preventivamente", disse.

A oferta do governo de um acordo para apoiar a reforma tributária da Câmara em troca da criação de um novo imposto nos moldes da CPMF provocou um movimento de reação de empresários contrários ao ressurgimento do tributo. Em outra frente, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), avisou a interlocutores que a criação do imposto dificilmente passará no Congresso. A opinião foi expressada em pelo menos duas conversas nessa semana, com o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), e com o senador Marcio Bittar (MDB-AC).

A primeira ação contra a volta da CPMF veio ontem do presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, que alertou para o efeito negativo da criação do imposto para o crescimento e a retomada econômica depois da covid-19. "Esse tipo de imposto teria forte impacto nas operações de crédito, sendo mais um entrave para reduzir o elevado custo do crédito no País", disse ele, em comunicado pouco usual da entidade que representa os bancos.

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Deputados que participam das negociações, antecipada na quarta-feira passada pelo Estadão, também ouviram de outros empresários que uma campanha nacional deve ser criada contra a volta do imposto.

Na próxima segunda-feira, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o autor da PEC 45 e líder do MDB, Baleia Rossi (SP), e o relator da reforma tributária, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), vão se reunir para bater o martelo sobre a proposta apresentada pelo líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR). Os três sempre foram resistentes à volta do tributo. Ribeiro, por diversas vezes, se manifestou contrário a incluir no seu parecer a criação do tributo.

Segundo apurou o Estadão, a tendência até agora, depois de consultas a líderes de partidos aliados, é não aceitar o acordo de vincular a reforma tributária à criação de um novo imposto, mesmo que esse tributo possa abrir caminho para a desoneração da folha de salários (redução nos encargos cobrados das empresas sobre os salários dos funcionários) prometida pelo governo.

Os líderes têm sido alertados também para outro problema: a alíquota de 0,2% que seria cobrada nas duas pontas, citada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, garantiria R$ 51 bilhões, valor ainda insuficiente para os planos de desoneração da folha e de correção da tabela do IR da pessoa física.

Os líderes cobraram de Guedes planilhas com estudo técnico da desoneração. Pela oferta do governo, a CPMF seria incluída na proposta de reforma tributária em tramitação na Câmara, a PEC 45, que está com dificuldades de avançar sem o apoio de todos os líderes do Centrão.

No Senado, há cobrança pela definição de uma proposta clara tanto do pacto federativo quanto da reforma tributária para evitar novos ruídos com os parlamentares. O presidente Jair Bolsonaro fará na segunda-feira uma reunião com lideranças do Congresso para debater a proposta de reforma tributária e o pacto federativo.

Questionado sobre a inclusão na reforma de um novo tributo nesses moldes, Barros respondeu que "vai depender ainda de consulta prévia aos líderes". Apesar disso, sem entrar em detalhes, ele reforçou que o governo analisa "substituir o que é arrecadado hoje na folha de pagamento".

A reunião prevista para segunda-feira também servirá para definir a posição da base de apoio ao governo sobre o veto à desoneração da folha de pagamento por um prazo de mais um ano concedido a 17 setores da economia. O Congresso deve votar no próximo dia 30 se mantém ou derruba o trecho vetado por Bolsonaro. "A decisão sobre a posição do governo sobre o veto vai depender da reunião de segunda-feira", informou Barros. 

Às vésperas da sessão da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) que vai decidir, nesta quarta-feira (23), se abrirá ou não processo de impeachment contra o governador Wilson Witzel (PSC), o mandatário descartou, pelo Twitter, que vá renunciar ao mandato. "Jamais renunciarei", escreveu na segunda (21) o governador e ex-juiz, eleito em 2018 com um discurso de direita em que pregava linha dura com os criminosos.

"Em 1 ano e 7 meses de gestão, fiz muito pelo Estado: salários em dia; ampliação dos programas de segurança; aumento da carga horária dos professores, investimentos robustos em ensino e pesquisa; dentre outras realizações".

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Ainda via Twitter, Witzel afirmou que a vida o "forjou nos desafios". Alegou que foi um menino pobre, filho de uma doméstica e de um metalúrgico. "Resistirei", anotou. "Politicamente, minha história está apenas começando. Juridicamente, minha absolvição e retorno imediato ao cargo no qual o povo me colocou é o único caminho possível."

Witzel também falou do ponto crítico do processo de impeachment: a requalificação, assinada por ele, da organização social Unir Saúde. A entidade estava proibida de firmar contratos com o Estado por suspeitas de irregularidades. A Unir teria como sócio oculto o empresário Mário Peixoto, acusado de envolvimento em escândalos de corrupção na área de Saúde, durante a pandemia. Peixoto nega as acusações. Empresas ligadas a ele teriam contrato com a banca de advocacia da mulher do governador, Helena Witzel. O governador nega as conexões.

"De todos os meus atos pegaram apenas um, que é juridicamente correto, e o associam a recebimento de valores, do que não há provas pelo fato de não ter ocorrido. Não há nenhuma relação com a Unir e as empresas contratadas pelo escritório da minha esposa", disse.

Processo

A comissão especial que investigou Witzel preliminarmente aprovou por unanimidade, na semana passada, o relatório pró-impeachment. O caso chega nesta quarta (23), ao plenário da Alerj. Se aprovarem o texto, os 70 deputados afastarão Witzel e abrirão caminho para a cassação do mandato. O governador, porém, já está afastado temporariamente, por 180 dias, por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em investigação sobre fraudes na Saúde.

Para que o plenário acate o entendimento da comissão e encaminhe o processo, são necessários 47 votos, que equivalem a dois terços da Casa. Witzel precisa ter 24 votos para se livrar, possibilidade distante, segundo deputados com conhecimento da Casa. Com a aprovação do relatório, o Tribunal de Justiça seria notificado para oficializar o afastamento e, então, formar com a Alerj um tribunal misto para avaliar a cassação. Esse colegiado seria composto de cinco desembargadores e cinco deputados estaduais.

Witzel afirma que se defenderá presencialmente na sessão, que começa às 15h. Além das acusações de corrupção no governo, que já motivaram duas denúncias e o pedido de afastamento pelo Ministério Público Federal, o mandatário sempre teve relação conturbada com a Alerj. Isso também contribuiu para a abertura do processo de impeachment.

Na semana passada, o governador afastado perdeu por 24 a 0 a votação na comissão especial que analisou o parecer produzido pelo relator, deputado Rodrigo Bacellar (SD). Antes, quando o processo foi aberto pela Casa, a derrota também foi por unanimidade: 69 votos favoráveis e nenhum contrário. Em ambos os casos, houve apenas uma ausência.

A tendência é que a derrota no plenário seja novamente por grande margem. Witzel nunca teve base sólida na Alerj e, com o desenrolar das investigações sobre a suposta corrupção na Saúde durante a pandemia, se tornou ainda mais indefensável para os poucos parlamentares afeitos a ele. Deputados que poderiam se manter ao lado do governador durante o processo se viram pressionados pela opinião pública a votar a favor do impeachment.

A sessão desta quarta será aberta pelo presidente André Ceciliano (PT). Em seguida, haverá uma hora para os 25 partidos com representação na Casa se manifestar. Depois, o governador e sua defesa também terão uma hora para falar. Só depois a votação é aberta.

Após uma longa investigação, a pastora e deputada federal Flordelis foi denunciada como mandante do assassinato de seu próprio marido, o também pastor Anderson do Carmo. A denúncia deixou o país em choque, sobretudo, algumas pessoas que chegaram a ter algum contato com deputada, como os atores e o diretor de um documentário sobre ela. Alguns, como Letícia Sabatella e Thiago Martins, chegaram a se pronunciar a respeito do caso.  

Em 2009, o realizador Marco Antonio Ferraz reuniu um time de peso para contar, no cinema, a história da mulher que, na época, havia adotado mais de 40 crianças e jovens livrando-os do tráfico. Hoje, após a acusação de Flordelis, Marco se diz arrependido de ter feito o filme e outros atores da produção também se mostraram chocados com o desfecho da história da agora deputada.

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Letícia Sabatella disse, em entrevista ao UOL, ter caído em uma armadilha e se mostrou muito pesarosa com os fatos relacionados à mulher que parecia ser alguém de boa índole. “Um crime como este...Horrível. Aprendi com o tempo a ter mais cautela com quem ostenta tanto a sua autopromoção, beirando a divindade. Lamento demais pelas vítimas desses lobos em pele de cordeiro”, lamentou.

Já o ator Thiago Martins, que também integrou o elenco do documentário, pediu justiça pelo assassinato de Anderson. “Sei o quanto uma ajuda e um carinho são importantes. Fiquei muito triste e decepcionado. Espero que a justiça seja feita e que ela pague pelo seu erro, uma pena apagar toda admiração e respeito que tinha por ela”. 

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que "não cabe uma reação desproporcional como a do presidente Jair Bolsonaro". No domingo (23), o presidente Jair Bolsonaro afirmou ter "vontade de encher de porrada" a boca de um repórter do jornal O Globo em resposta ao questionamento sobre as transferências do ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz à primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

"Espero que o episódio de ontem não se repita. Não é bom e não ajuda. Vai criando tensionamentos", afirmou Maia nesta segunda-feira, em entrevista à Rádio Gaúcha.

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Na avaliação do presidente da Câmara, o impacto da frase é "muito negativo, interna e externamente". Segundo o parlamentar, "os últimos 66 dias foram muito positivos para o Brasil e para o próprio governo. Seria bom que mantivéssemos o mesmo caminho".

Lideranças do Congresso Nacional, dirigentes partidários e representantes do Poder Judiciário criticaram o presidente da República, Jair Bolsonaro, pela agressão verbal a um repórter do jornal O Globo. Nas manifestações, as autoridades consideraram a fala do presidente um atentado contra a liberdade de imprensa.

No domingo (23), o presidente foi questionado pelo repórter sobre os depósitos de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Em resposta, Bolsonaro falou: "Vontade de encher sua boca de porrada".

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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou ao jornal O Globo que a liberdade de imprensa é um valor inegociável na democracia e disse esperar que o presidente "retome a postura mais moderada que vinha mantendo nos últimos 66 dias".

No Twitter, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes considerou "inadmissível" a censura de jornalistas pelo "mero descontentamento do conteúdo veiculado", pontuando que a liberdade de imprensa é uma das bases da democracia.

Líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (REDE-AP) afirmou que vai apresentar uma denúncia à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) sobre a violência contra a liberdade de expressão. Ele também repetiu a pergunta feita pelo repórter em suas redes sociais, marcando o presidente, aderindo a um movimento iniciado por jornalistas.

O líder do PSB na Câmara, o deputado federal Alessandro Molon, criticou Bolsonaro e afirmou que "o que se espera de um presidente é que ele se comporte à altura do cargo que ocupa". Molon ainda disse que as ameaças à imprensa são ameaças à própria democracia. "Além disso, Bolsonaro tenta esconder o que aos poucos está vindo à tona: seu envolvimento num esquema criminoso."

A deputada federal Natália Bonavides (PT-RN) afirmou ter protocolado no Supremo uma denúncia contra Bolsonaro por constrangimento ilegal pela ameaça. Ela também questionou o presidente sobre o depósito de Queiroz a Michelle e chamou o presidente de "delinquente contumaz".

Ex-presidente do Partido Novo, João Amoêdo também entrou na corrente e questionou o presidente sobre o pagamento de Queiroz a Michelle pelas redes sociais. Amoêdo também cobrou que "todos os mandatários e futuros candidatos" do partido questionassem o presidente. "Esse é o papel daqueles que desejam um País onde todos são iguais perante a lei", escreveu.

Pelas redes sociais, o MDB cobrou uma retratação do presidente da República ao repórter do jornal carioca. O partido também afirmou defender a liberdade de imprensa e o respeito aos jornalistas profissionais. Já o PSDB afirmou que o presidente "volta a mostrar apreço por posturas agressivas e antidemocráticas" e que a atitude não condiz com o cargo ocupado por Bolsonaro.

O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), afirmou que a fala do presidente Jair Bolsonaro de querer agredir um repórter não deverá influenciar o relacionamento do presidente com os parlamentares da Câmara. "Conhecemos Bolsonaro há 28 anos, ele sempre foi assim e não vai mudar", disse Barros em entrevista à rádio Jovem Pan.

Nesse domingo (23), Bolsonaro disse ter "vontade de encher de porrada" a boca de um repórter do jornal O Globo, em frente à Catedral Metropolitana de Brasília, após o jornalista questioná-lo sobre os repasses de R$ 89 mil do ex-assessor Fabrício Queiroz para sua esposa, Michelle Bolsonaro.

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Segundo Barros, a fala de Bolsonaro não foi uma ameaça. "Ele falou que 'gostaria de' e não 'vou fazer'. É um pensamento que ele externou que certamente não precisaria ter externado", defendeu o parlamentar.

De acordo com Barros, "agora todas as entidades se manifestam, o que é uma bobagem. Uma tentativa de fazer o mosquito virar um elefante. O Brasil não precisa disso, precisa de andar e prosperar".

Jornalistas, artistas, políticos e outros usuários do Twitter repetiram a pergunta feita pelo jornalista de O Globo ao presidente Jair Bolsonaro, na tarde desse domingo (23), em Brasília. O repórter questionou por que a primeira-dama Michelle Bolsonaro recebeu R$ 89 mil de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). Em resposta, o presidente da República falou que tem "vontade de encher de porrada" o jornalista.

A frase "Presidente @jairbolsonaro, por que sua esposa Michelle recebeu R$ 89 mil de Fabrício Queiroz?", acompanhada da hashtag #RespondeBolsonaro, começou a ser compartilhada por jornalistas na rede social e logo teve a adesão de outros usuários, de artistas, como Caetano Veloso, e políticos, como o vereador Eduardo Suplicy (PT). Os termos "Fabrício Queiroz" e "Michelle" estavam entre os mais comentados do Twitter no final da noite de domingo. O presidente não se manifestou sobre o assunto.

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A resposta agressiva de Bolsonaro ao jornalista foi dada na tarde do domingo, enquanto o presidente visitava uma feirinha de artesanato em frente à Catedral Metropolitana de Brasília. Jornalistas que acompanhavam a visita questionaram se a declaração era uma ameaça, mas o chefe do Executivo não respondeu mais e seguiu com a visita. O Palácio do Planalto foi questionado pela reportagem sobre o teor da frase, mas respondeu que não iria comentar.

Entidades de imprensa repudiaram a ameaça e cobraram uma "reação contundente" dos Poderes Legislativo e Judiciário.

Parlamentares e partidos políticos reagiram à ameaça feita pelo presidente Jair Bolsonaro a um repórter do jornal O Globo nesse domingo (23). Questionado pelo jornalista sobre repasses de Fabrício Queiroz, ex-assessor de seu filho Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), à primeira-dama Michelle Bolsonaro, Bolsonaro respondeu: "Vontade de encher sua boca de porrada", suscitando críticas no meio político.

O PSDB diz em nota que a fala do presidente "desrespeita a liberdade de imprensa" e "não condiz com o cargo". "O presidente volta a mostrar apreço por posturas agressivas e antidemocráticas", publicou o perfil oficial do partido no Twitter. O MDB, por sua vez, pediu respeito aos jornalistas. "O presidente da República precisa se retratar", diz a legenda.

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A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) chamou a fala de "inaceitável". Ao Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, avaliou que o aumento da popularidade do presidente o encoraja a voltar a ativar sua base militante. "Bolsonaro bem comportado é uma ilusão... durou pouco", declarou à reportagem. Sâmia, hoje líder do PSOL na Câmara dos Deputados, diz que falas como a desse domingo "mostram a que o presidente veio".

Para a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), parlamentar com um histórico de embates com o presidente, o ataque ao jornalista é "gravíssimo". "Na democracia, tal atitude não pode ser tolerada. Chega deste tensionamento diário. Fora Bolsonaro", publicou Maria do Rosário no Twitter. O também petista Alencar Braga (SP) chamou a atitude de "ira de mafioso".

Entre os senadores, Humberto Costa (PT-PE) classificou o episódio como "absurdo". Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse que Bolsonaro tem medo. "O medo de responder é tão grande que Bolsonaro quer silenciar quem o fiscaliza de toda forma... Ele vai dizer o mesmo à justiça?", questionou o parlamentar, no Twitter.

Após uma campanha nas redes sociais, os perfis do Instagram e Twitter da militante bolsonarista Sara Giromini, conhecida como Sara Winter,  foram desativados. O movimento contra Winter foi uma reação contra posts dela divulgando dados da menor de idade que teve a gestação interrompida após ser estuprada pelo próprio tio. No fim da noite da última segunda (17), suas contas já não estavam mais no ar.

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Sara Winter fez publicações em suas contas pessoais, no último domingo (16), divulgando dados da menina de 10 anos e revelando em qual Estado ela seria submetida ao procedimento que interromperia a gestação. Internautas de todo o país, revoltados com a atitude da militante, começaram a compartilhar uma espécie de campanha para que seus perfis nas redes sociais fossem denunciados e, por consequência, desativados. 

Já no fim da segunda (17), o perfil da militante no Instagram havia sido desativado. No Twitter, a conta @_SaraWinter também foi retirada do ar, no entanto, um outro perfil, o @SaraWinteronFire, continua ativo e com publicações recentes.  No Facebook, a conta de Sara continua ativa. 

Na última semana, a história de uma menina de apenas 10 anos, moradora do Espírito Santo, que engravidou após ser estuprada pelo próprio tio, chocou o país. Após uma decisão judicial, foi autorizada a interrupção da gestação, o que motivou reações diversas tanto nas redes sociais quanto fora delas. 

No último domingo (16), um grupo de religiosos fez uma manifestação contra a garota em frente ao Cisam - hospital localizado no Recife, onde a menina realizou o procedimento , após dados sigilosos da vítima terem sido vazados. Os ataques à vítima geraram revolta na internet e os famosos marcaram suas opiniões com a ajuda da hashtag #Gravidezaos10Mata. Confira. 

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Whindersson Nunes - humorista

A terra devia estar em paz com tantos Jesus nas redes sociais, tantos imaculados. Me preocupa o tanto de atrocidades q essa criança vai ouvir no decorrer da vida. Alguém da família entre em contato, quero ajudar com toda assistência psicológica até os 18 anos

Felipe Neto - youtuber

Não consigo parar de pensar na menina.

Alguém da família, por favor, entre em contato pelo email da minha bio. Eu me disponho a arcar com todos os custos de educação dela até o fim da faculdade.

Num mundo de injustiças e desigualdades, q ela possa receber a melhor arma possível.

Nathalia Dill - atriz

Criança tem que ser criança. 

Ser mãe é uma escolha da mulher. 

Estuprador tem que estar na cadeia. 

Simples assim!

Paulo Vieira - humorista

Eu achei que 100 mil mortos na pandemia seria meu maior pico de tristeza em 2020, aí uma criança de 10 anos teve que fazer um aborto de um estupro do tio enquanto grupos conservadores gritavam de fora do hospital que ela ia pro inferno... sei nem o que sentir…

Bruno Gagliasso - ator

Essa moça que está divulgando os dados de uma CRIANÇA para que seus cães raivosos vão pra cima dela merece MUITO MAIS DO QUE CENSURA PRÉVIA... essa fulana já deu provas suficientes que é um risco pra sociedade convivendo em redes sociais.

Emicida - rapper

O brasil ( com b minúsculo mesmo pq respeito tem que merecer) mobilizou dezenas de pessoas pra chamar uma criança de 10 anos estuprada durante 4 anos e agora grávida de seu estuprador de assassina, por ela tentar cumprir um direito garantido por lei. Aqui, o elevador só desce. 

Leandra Leal - atriz

Um pedófilo estuprador está foragido. Esse é o crime.


 

O presidente Jair Bolsonaro ouviu gritos de protesto durante sua fala em evento nesta quinta-feira, 13, em Belém (PA). O chefe do Executivo, contudo, não se deixou abalar e afirmou que a mulher que gritava tinha "todo o direito" de falar "Fora Bolsonaro".

"Tem todo o direito de falar 'fora'. Vamos fazer silêncio para ela falar "Fora Bolsonaro" sozinha. Deixa ela falar, fica à vontade. Tudo bem", afirmou, e após breve pausa prosseguiu com seu discurso.

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Apesar do protesto, na chegada à capital paraense o presidente foi recepcionado com música e fogos. Em vídeo postado em suas redes sociais mais cedo, Bolsonaro aparece discursando ao microfone, apoiado em um carro, para uma multidão aglomerada.

Bolsonaro está no Pará para a inauguração da obra de revitalização do Porto Futuro, em Belém. O chefe do Executivo foi acompanhado dos ministros do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, e das Comunicações, Fábio Faria. No evento de inauguração, Bolsonaro lembrou que hoje faz 25 anos da morte do seu pai, e aproveitou para mencionar que o seu perfil conservador, de valorização da família, foi um dos fatores que o fizeram chegar à presidência.

"Sabia que não seria fácil, como não está sendo, mas é uma missão. A cruz é pesada mas Ele não nos dá algo que nós não possamos carregar. E eu carrego essa cruz juntamente com o povo de bem, povo que quer mudar destino da sua nação", declarou.

O presidente também enalteceu sua gestão dizendo que em um ano e meio de governo não houve casos de corrupção. Ele destacou ainda as ações federais no combate à pandemia de covid-19. "O governo rolou dívidas, adiantou recursos, compensou perdas de ICMS e ISS para Estados e municípios, combatemos o desemprego lá atrás", disse.

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