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A Polícia Federal (PF) abrirá inquérito para investigar de houve racismo contra mulher negra expulsa de voo na Gol no último sábado (30). A apuração será conduzida pela Superintendência Regional da Polícia Federal na Bahia e tramitará em sigilo.

A investigação foi aberta após repercussão sobre vídeo publicado nas redes sociais. Na gravação, a mulher explica que não queria despachar sua mala porque, se o fizesse, seu laptop ficaria 'em pedaços'.

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Segundo a pesquisadora, os comissários não a ajudaram a acondicionar a mochila. Ela contou com auxílio de um senhor e uma senhora, para os quais aponta no vídeo, relatando que 'em três minutos', eles conseguiram guardar a mochila.

Samantha segue relatando que três agentes então entraram no avião para retirá-la da aeronave, sem explicar o motivo da ação. É possível ouvir um dos homens relatando que a medida se deu 'a pedido do comandante', mas ele não explica a razão para o fato.

Após deixar o avião, a pesquisadora teve que assinar um Termo Circunstanciado de Ocorrência sob alegação de que teria ela resistido a ordem policial para ser retirada do avião, informou o advogado Fernando Santos ao Estadão.

Em nota, a Gol afirmou que havia uma grande quantidade de bagagens para serem acomodadas a bordo e 'muitos clientes colaboraram despachando volumes gratuitamente'. "Mesmo com todas as alternativas apresentadas pela tripulação, uma cliente não aceitou a colocação da sua bagagem nos locais corretos e seguros destinados às malas e, por medida de segurança operacional, não pôde seguir no voo".

Os Ministérios das Mulheres e da Igualdade Racial e a Secretaria Nacional do Consumidor disseram que a Gol precisará "prestar explicações" sobre o caso da passageira negra retirada de um voo em Salvador e que o episódio será notificado à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). As pastas do governo federal apontaram que o episódio envolve "racismo e misoginia" e que a Procuradoria-Geral da República e a Superintendência Regional da Polícia Federal na Bahia foram acionadas. Neste domingo, 30, a PF abriu um inquérito para apurar o caso.

A pesquisadora Samantha Vitena foi retirada de um avião da companhia aérea que voaria para São Paulo na noite de sexta-feira, 28, após ter dificuldades para guardar uma mochila no compartilhamento de bagagens. Em uma primeira nota sobre o caso, a Gol disse que "uma cliente não aceitou a colocação da sua bagagem nos locais corretos e seguros destinados às malas e, por medida de segurança operacional, não pôde seguir no voo". Na noite de sábado, a companhia emitiu outro comunicado no qual lamenta "imensamente a experiência da cliente em nosso voo G3 1575?. (Leia íntegras abaixo)

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Segundo Samantha, com o apoio de outros passageiros, a mochila pôde ser acomodada no compartimento de bagagens. Mesmo assim, três agentes da Polícia Federal entraram no avião e a retiraram do voo, alegando que a decisão era do comandante da Gol. Um vídeo sobre a abordagem da cientista foi compartilhado nas redes sociais, no qual é possível ouvir comentários de passageiros que consideraram a ação desproporcional e racista.

"Se eu despachasse meu laptop, ele iria ficar em pedaços. Os comissários não moveram um dedo para me ajudar. Quem me ajudou foi esse senhor e esta senhora (apontando para eles no vídeo), que em três minutos, a gente conseguiu dar um jeito e colocar minha mochila. Pelo contrário, os comissários falaram que se a gente pousasse em Guarulhos (o voo tinha como destino Congonhas), a culpa seria minha, porque eu não queria despachar a mochila. Ele teve a coragem de falar isso para mim", disse no vídeo. Samantha embarcou em outro voo da Gol na madrugada de sábado.

‘Racismo nas relações de consumo’, diz secretário nacional do consumidor

No sábado, o secretário nacional do consumidor, Wadih Damous, disse que iria notificar a Gol. "Ao que parece, mais um caso de racismo nas relações de consumo. A Secretaria Nacional do Consumidor atuará com firmeza contra o racismo no consumo."

O Ministério das Mulheres também se pronunciou no sábado sobre o caso e descreveu a situação como demonstrativa do "racismo e misoginia que atingem, de forma estrutural, as mulheres negras em nosso País". "Pediremos providências à companhia aérea e à PF (Polícia Federal), que devem desculpas e explicações após a abordagem", disse em comunicado.

Já o Ministério da Igualdade Racial afirmou que irá notificar a Anac, para a "adoção de todas as medidas cabíveis no sentido de prevenir, coibir e colaborar com a apuração de casos de racismo praticados por agentes de empresas aéreas, aprimorando seus mecanismos de fiscalização".

"Acreditamos que a responsabilização neste caso possui papel educativo e cabe tanto à Gol quanto à Polícia Federal prestarem satisfações. Estamos em contato já com a companhia aérea para que sejam prestados os esclarecimentos devidos."

Ao Estadão, o advogado Fernando Santos - que acompanhou Samantha até a unidade da Polícia Federal no Aeroporto de Salvador, onde ela prestou depoimento - disse que a situação é lamentável.

Segundo ele, Samantha teve de assinar um Termo Circunstanciado de Ocorrência, por ser acusada de resistência à ordem policial para ser retirada do avião. "Em nenhum momento ela se recusou a sair do avião. Apenas questionou o motivo de sofrer qualquer motivo de restrição", afirma Santos.

O que diz a PF

"Inquérito policial vai apurar a eventual existência dos crimes de preconceito de raça ou cor durante os procedimentos para a retirada compulsória de passageira do voo 1575 da Gol no dia 28 de abril no Aeroporto Internacional de Salvador", informou a PF neste domingo.

Conforme a Polícia Federal, a investigação foi instaurada na Superintendência Regional da PF na Bahia e permanecerá em sigilo até que o caso seja totalmente apurado.

Anteriormente, a Polícia Federal afirmou que foi acionada na sexta-feira pela companhia Gol, no Aeroporto Internacional de Salvador, para efetuar o desembarque de passageira que não teria acatado as ordens do comandante do voo 1575, referentes à segurança de acomodação de bagagens. A passageira foi ouvida pela PF e liberada em seguida. "As circunstâncias do fato estão sendo apuradas", afirmou.

O que diz a Gol

A Gol ainda não se pronunciou sobre a abertura do inquérito neste domingo. No sábado, emitiu duas notas a respeito do caso:

Primeira nota

"A Gol informa que, durante o embarque do voo G3 1575 (Salvador - Congonhas), havia uma grande quantidade de bagagens para serem acomodadas a bordo e muitos clientes colaboraram despachando volumes gratuitamente. Mesmo com todas as alternativas apresentadas pela tripulação, uma cliente não aceitou a colocação da sua bagagem nos locais corretos e seguros destinados às malas e, por medida de segurança operacional, não pôde seguir no voo.

Lamentamos os transtornos causados aos clientes, mas reforçamos que, por medidas de segurança, nosso valor número 1, as acomodações das bagagens devem seguir as regras e procedimentos estabelecidos, sem exceções. A companhia ressalta ainda que busca continuamente formas de evitar o ocorrido e oferecer a melhor experiência a quem escolhe voar com a Gol e segue apurando cuidadosamente os detalhes do caso."

Segunda nota

"Lamentamos imensamente a experiência da Cliente em nosso voo G3 1575. Seguimos cuidadosamente apurando os detalhes do ocorrido e reforçamos que não toleramos nenhuma atitude discriminatória."

O momento em que uma comissária de bordo da Spirit Airlines repassa as instruções aos passageiros antes da decolagem viralizou nas redes sociais. A mulher usa do humor para informar que apenas o gelo era grátis no voo.

Antes do avião sair de Dallas, no Texas, com destino a Los Angeles, na Califórnia, a funcionária se antecipou aos pedidos dos passageiros e usou os autofalantes da aeronave para explicar que nem os cobertores eram gratuitos. 

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"Não, nós não temos tomadas para vocês carregarem seus celulares porque, se tivéssemos, nós cobraríamos de vocês. Não, não temos cobertores para você porque, se tivéssemos, a Spirit iria cobrar de você", disse enquanto alguns passageiros riam. "Não, seus assentos não reclinam. Se o fizessem, novamente, a Spirit iria cobrar", continuou.

Em seguida, ela interege com os clientes: "E não, não temos tampões de ouvido para vocês porque se tivéssemos, vocês sabem que a Spirit faria o quê?". Um dos passageiros respondeu: "cobraria".  

A comissária indica que a única coisa grátis dentro do avião era o gelo e também deixou claro que a companhia não aceita pagamentos em dinheiro. "Só posso aceitar o seu dinheiro para pagar minhas contas. Prometo que, se quiser fazer isso, não vou impedi-lo. Mas para o Spirit, precisamos de cartão, Google Pay, Apple Pay. De uma forma ou de outra, só queremos que você pague", anunciou antes de pedir para os passageiros se sentassem, relaxassem e aproveitassem o voo.

Com mais de 90 destinos nos Estados Unidos, América Latina e Caribe, a Spirit Airlines é conhecida pelas passagens baratas, de acordo com o próprio site da empresa. Por isso, as comodidades dos voos são limitadas, sem que lanches e bebidas sejam distribuídos como cortesia. 

Durante uma viagem área de Luanda, em Angola, para Lisboa, em Portugal, nesta última quinta-feira, 23, passageiros faziam suas refeições quando uma turbulência severa abalou o avião e arremessou talheres, pratos, comidas e bebidas em todas as direções. A forte turbulência deixou 10 feridos.

A turbulência foi prevista pelo comandante e os passageiros receberam o alerta aproximadamente duas horas depois da decolagem. De Luanda até Portugal, o voo costuma durar um pouco mais de oito horas.

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O episódio aconteceu no voo da companhia aérea Hi Fly, a serviço da TAAG Linhas Aéreas de Angola. A agitação não durou muito tempo, mas os segundos de turbulência foram suficientes para causar ferimentos leves em 10 passageiros, que receberam atendimento médico assim que pousaram no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.

No Twitter, em um vídeo publicado pelo SIC Notícias, é possível ver as bandejas de refeição no corredor do avião, onde também há macarrão no carpete, lanches no chão e garrafas de vidro espalhadas, que caíram com a agitação da aeronave. O teto do avião também foi atingido na turbulência e uma bandeja ficou presa entre o bagageiro.

No tuíte, dezenas de internautas comentaram a importância de usar cinto de segurança. "Imagina bater a cabeça várias vezes entre o teto e o chão", escreveu uma das pessoas.

Episódio não é isolado

Outros casos semelhantes, onde há turbulência severa, foram registrados no mês de março e tem motivado discussões sobre a segurança e exposição dos voos.

Segundo o portal de notícias sobre aviação Simple Flying, no início do mês, um Condor Airbus A330-900 voando de Frankfurt, na Alemanha, para as Ilhas Maurício, na África, passou por uma turbulência aproximadamente duas horas antes de pousar em seu destino. A agitação teria causado ferimentos em 20 dos 272 passageiros. Além disso, os danos sofridos durante o incidente deixaram a aeronave no solo nas Ilhas Maurício durante todo o dia seguinte, 2 de março, o que é incomum, pois as aeronaves que operam esse serviço tendem a ficar um pouco menos de duas horas no solo para retorno a Frankfurt.

Enquanto o Condor Airbus A330-900 aguardava no solo nas Ilhas Maurício no dia 2, sete dos 172 passageiros foram hospitalizados depois que um voo com destino à Alemanha foi atingido por forte turbulência. O voo 469 da Lufthansa voava de Austin, no Texas, para Frankfurt, na Alemanha, na quarta-feira, 1, quando passou por uma forte turbulência sobre o Tennessee, de acordo com a emissora de televisão americana NBC News.

Um usuário no Twitter alegou que sua esposa era uma das passageiras do voo da Lufthansa. Em sua postagem, escreveu que a turbulência foi uma surpresa e as pessoas que se feriram não usavam cinto de segurança no avião. Assim como no voo para Lisboa, os passageiros faziam suas refeições no momento da turbulência. "Havia comida em todos os lugares. As pessoas que se machucaram não tinham apertado o cinto de segurança", disse, contando que a aeronave foi mil pés para baixo e para cima, o equivalente a 304 metros.

Comissários pedem proibição de bebês no colo

Atualmente, a maioria das companhias aéreas permite que crianças menores de dois anos voem no colo dos pais, sem pagar uma taxa extra pela viagem em território nacional e, no caso das viagens internacionais, pagam uma taxa que varia entre 10% e 15% do valor de uma passagem para um adulto.

Considerando episódios recentes de turbulência severa, comissários de voo têm discutido sobre o tema e defendem que as regras de segurança sejam atualizadas, de modo que todos, inclusive bebês de colo, tenham seu próprio assento nos aviões, como medida para evitar o risco de ferimentos graves em caso de turbulência e pousos forçados.

Uma das organizações que apoia o assento e o cinto de segurança individual é a Associação de Comissários de Voo dos AFA-CWA, que representa 50 mil comissários de bordo em 19 companhias aéreas. Segundo o Washington Post, na semana passada a Associação reivindicou a questão na cúpula de segurança da Administração Federal de Aviação, em Virgínia, nos Estados Unidos. O sindicato apresentou a mesma recomendação em 2018. A medida teria apenas uma exceção, no caso dos bebês recém-nascidos, que não ficam em posição reclinada.

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Um passageiro americano que estava em um voo da companhia aérea United foi preso por supostamente tentar abrir a saída de emergência do avião e ferir com uma colher um comissário de bordo, informou a procuradoria nesta segunda-feira (6).

Francisco Severo Torres, de 33 anos, foi detido no domingo quando o avião pousou no aeroporto internacional Logan, de Boston, após partir de Los Angeles, disse o gabinete do procurador-geral de Massachusetts.

O homem, nascido em Loeminster, Massachusetts, foi acusado de tentativa de interferência com a tripulação de um voo usando uma arma perigosa, de acordo com o comunicado.

Segundo a procuradoria, a tripulação percebeu que uma das portas de saída de emergência havia sido desbloqueada cerca de 45 minutos antes da aterrissagem em Boston.

Comissários confrontaram Torres, que foi visto próximo à porta, e notificaram o capitão de que "acreditavam que Torres representava uma ameaça para a aeronave", afirmaram.

Logo depois, Torres supostamente atacou um comissário de bordo com uma colher de metal "na área do pescoço três vezes", indicou o gabinete do procurador-geral.

"Passageiros derrubaram Torres e ele foi contido com a ajuda da tripulação", acrescentou.

Em nota, a United informou que não foram registrados ferimentos significativos. "Temos zero tolerância com qualquer tipo de violência em nossos voos, e este cliente será proibido de voar na United enquanto se desenrola uma investigação", disse a companhia.

Se declarado culpado, Torres pode enfrentar uma sentença de prisão perpétua.

Seis funcionários da Latam Airlines ficaram feridos em uma briga com passageiros, em uma aeronave prestes a decolar do aeroporto de Antofagasta, no Chile. O caso aconteceu na última segunda-feira (20) e se deu após passageiros, supostamente embriagados, se recusarem a abandonar o avião. De acordo com a companhia aérea e o departamento aeronáutico, o grupo de agitadores era de pelo menos 15 pessoas, todas chilenas.

Em um vídeo que circula nas redes sociais, é possível ver alguns dos passageiros dando socos e chutes em funcionários da companhia, que aparecerem uniformizados nas imagens e também revidam. Outro registro mostra um passageiro alterado, já na pista do aeroporto, se debatendo e recusando a retirada por parte dos seguranças.

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O incidente envolveu funcionários da Direção Geral de Aeronáutica Civil (DGAC) e passageiros do voo comercial LA-135. Segundo informou a companhia aérea Latam e a Direção Geral de Aeronáutica (DGAC), seis funcionários acabaram levemente feridos e quatro pessoas foram detidas.

A empresa condenou o comportamento para com seus colaboradores, clientes e funcionários públicos e anunciou que irá apresentar uma queixa-crime pelo ocorrido. A companhia aérea também informou que os passageiros foram desembarcados por questões de segurança, além da política interna não permitir perturbações durante os voos.

A DGAC também repudiou as agressões sofridas por seus funcionários dentro do voo LA-135 e anunciou que tomará as medidas judiciais cabíveis. Por outro lado, a Procuradoria de Antofagasta abriu uma investigação para esclarecer o caso.

“A DGAC repudia categoricamente as agressões físicas sofridas pelo pessoal #AVSEC dentro do voo LA135 em #Antofagasta com destino ao Ap.AMB [Aeroporto Internacional Arturo Merino Benítez, em Santiago], e exercerá todas as ações judiciais cabíveis contra os agressores”, disse o major Patricio Vargas, da 5ª Delegacia de La Portada, em entrevista à Antofagasta TV.

Um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) deixa a Turquia rumo ao Brasil com 17 pessoas neste fim de semana. A aeronave pousou no país para desembarcar uma equipe de ajuda humanitária em razão do terremoto registrado em cidades turcas e sírias na segunda-feira (6).

O voo de volta ao Brasil deve durar cerca de 14 horas e o pouso está previsto para acontecer no início da madrugada deste domingo (12), no Rio de Janeiro.

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O professor brasileiro Guilherme Brito, de 22 anos de idade, integra a lista de passageiros. Ele estava fazendo um intercâmbio na cidade de Adana quando o primeiro tremor aconteceu.

“Tinha acabado de chegar. Estava bem cansado, mas muito feliz. Jantei, fui dormir, e, por volta de 4h da manhã, senti tudo tremer”, disse. Pouco tempo depois, segundo ele, um segundo tremor, ainda mais forte, aconteceu. Já fora do dormitório, ele chegou a ver pelo menos três prédios caídos, mas muitos outros com rachaduras graves.

Fazia bastante frio na cidade no momento em que o terremoto aconteceu e muitas pessoas, segundo Guilherme, perderam a vida em meio aos escombros não somente por conta dos ferimentos, mas também por causa das baixas temperaturas. Ele disse que os termômetros marcavam em torno de 3 graus Celsius (°C), mas a sensação térmica era de -1°C.

“Começamos a andar pelas ruas com um amigo turco, e ele nos alertou para que não andássemos por ali porque havia risco de demolir, de cair. Acabei decidindo não ficar [na Turquia] justamente por isso. Minha ideia era ajudar, mas percebi que aquela zona ainda era de risco, embora não fosse uma área tão afetada. O medo começou a tomar conta”.

Missão humanitária

De acordo com o coordenador geral da missão brasileira na Turquia, Rafael Machado, o acampamento que vai abrigar militares pelas próximas duas semanas fica próximo ao aeroporto da capital, Ancara. Foram montados postos de comando e médicos e demais barracas e a equipe já efetuou buscas para resgate de corpos e de possíveis sobreviventes.

“Agora, com tudo instalado, nossas condições operacionais melhoram, temos mais perspectivas de responder rapidamente. Nossos cães também estão em campo, foram com as equipes, requisitados junto com equipamentos especiais que as equipes brasileiras possuem. É um novo cenário pra gente”, disse o coordenador.

*Colaborou Paula Laboissière

Uma briga entre mulheres em um voo que deixava Salvador, na Bahia, nessa quinta-feira (2), repercutiu nas redes sociais depois de atrasar a decolagem em mais de 1h. A confusão ocorreu em uma aeronave da Gol com destino a São Paulo.

Em meio a gritaria e puxões de cabelo, os comissários da companhia entraram no meio da briga para separar as envolvidas. Enquanto alguns passageiros filmavam as agressões, outros tentavam ajudar os funcionários e acalmar os ânimos.

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O voo G3 1659 estava programado para às 13h45, mas só decolou por volta das 15h. A Gol explicou que as mulheres que protagonizaram a briga foram desembarcadas e não seguiram viagem. 

"A Companhia lamenta todo ato de violência e reforça que as ações realizadas pela equipe de tripulantes foram tomadas com foco na Segurança", pontuou a empresa. A reportagem questionou se a Polícia Federal chegou a ser acionada, mas a informação não foi confirmada. O motivo da briga e a identidade das envolvidas também não foram divulgados pela Gol. 

Em um áudio que repercutiu junto com os vídeos da confusão, um homem que se identifica como comissário disse que a briga envolveu duas famílias, uma com 10 pessoas e outra com cinco, e foi causada por um assento na janela.

A mãe de uma criança com deficiência queria sentar na cadeira perto da janela, mas a mulher que estava no assento não quis ceder o lugar. A irmã da criança teria escutado ofensas e partiu para cima da passageira.

No último domingo (22), A Polícia Federal precisou retirar um homem à força de um avião da companhia Azul estacionado no pátio do Aeroporto Internacional do Recife que iria para Congonhas (SP). De acordo com a corporação, o aposentado de 65 anos, natural de Lagarto, no Sergipe, estava causando problemas com a tripulação e os demais passageiros, motivo pelo qual o comandante da aeronave solicitou a presença dos agentes.

Em conversa informal, o passageiro alegou estar passando por uma situação de estresse, em razão de uma série de problemas pessoais e familiares. Após ser retirado da aeronave através de um Termo de Desembarque Compulsório, por colocar em risco a segurança do voo, promover tumulto a bordo e por desobedecer às normas de segurança da aviação civil, ele foi liberado.

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Apesar disso, a PF fez um registro da ocorrência que será analisado posteriormente. A partir do documento, poderá ser instaurado um procedimento criminal a fim de apurar e imputar responsabilidades. O artigo 261 do código penal prevê pena de reclusão, de 02 (dois) a 05 (cinco) anos, para quem expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou praticar qualquer ato tendente a impedir ou dificultar navegação marítima, fluvial ou aérea.

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) provocou o presidente Jair Bolsonaro (PL), que viajou para os Estados Unidos nesta sexta-feira (30), com um vídeo do clipe de “Tá na hora do Jair já ir embora” publicado nas suas redes sociais na tarde desta sexta (30). Bolsonaro se negou a entregar a faixa presidencial a Lula no dia 1º e decidiu passar o Réveillon em outro País. 

Nos comentários da publicação do petista, o jornalista Carlos Manoel ironizou que Bolsonaro “fugiu para os EUA e deixou seus gados abandonados na frente dos quartéis”.

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“Lembrando que abandono de animal é crime. Lei 9.605/98, artigo 32”.

Já o deputado federal eleito André Janones (Avante-MG) brincou: “veio jambrolhando”.

Além deles, outros perfis comentaram sobre o deboche de Lula com a publicação e ironizaram o ato de "fuga de Bolsonaro". 

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O presidente da República, Jair Bolsonaro, confirmou a previsão de que deixará o Brasil com destino a Orlando, nos Estados Unidos, antes da posse do presidente eleito e diplomado, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Adiada ao longo da semana, a decolagem está prevista para ocorrer às 13h45 de sexta-feira, dia 30, conforme plano de voo na aeronave presidencial.

O Airbus VC-1 da Força Aérea Brasileira vai pousar ainda nesta sexta-feira por volta das 19h53, após voo direto, no Aeroporto Internacional de Orlando.

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Primeiro presidente no cargo a disputar e perder uma reeleição no Brasil, Bolsonaro também será o primeiro a não passar a faixa a um sucessor eleito pelas urnas desde a redemocratização.

Uma equipe do Palácio do Planalto, de apoio e segurança, chegou há dois dias na cidade da Flórida. A previsão é que o presidente passe ao menos janeiro hospedado em um condomínio-resort fechado.

Oficialmente, a Presidência da República não se pronunciou sobre a viagem. Servidores militares do Gabinete de Segurança Institucional foram deslocados a Miami, cidade vizinha na Flórida, assim como a equipe de assessores que acompanhará Bolsonaro como ex-presidente.

A Secretaria Geral da Presidência publicou no Diário Oficial da União aval para afastamento do País dos "assessores de ex-presidente" indicados por Bolsonaro. São eles: Sérgio Rocha Cordeiro, Marcelo da Costa Câmara, Max Guilherme Machado de Moura, Osmar Crivelatti e Ricardo Dias dos Santos.

A equipe de apoio com cinco servidores pagos pela União se revezará nos EUA entre 1º e 30 de janeiro, durante "agenda internacional" de Bolsonaro em Miami.

Pronunciamento final

Antes da decolagem, Bolsonaro fez, sozinho, um pronunciamento informal nas redes sociais. Apesar de ter sido aconselhado a não falar, pelo risco de incentivar os manifestantes golpistas que o apoiam, ou a desapontá-los, o presidente preferiu ouvir conselhos políticos que sugeriam um aceno a sua base.

Na ocasião, ele chorou, reconheceu o clima de velório e afirmou que foi muito difícil ficar praticamente dois meses calado, após a derrota para Lula.

O foguete europeu Vega-C, que deveria fazer o primeiro voo comercial, desapareceu na terça-feira (20) pouco após a decolagem em Kourou, na Guiana Francesa, com dois satélites Airbus a bordo, informou a empresa responsável pelo lançamento.

Dez minutos depois do lançamento, às 22h47 no horário local (mesmo horário em Brasília), a trajetória do lançador se desviou da rota prevista, e depois os dados deixaram de chegar à sala de controle do Centro Espacial de Kourou.

"A missão está perdida", declarou o presidente da Arianespace, Stéphane Israël, na Guiana Francesa.

"Dois minutos e 27 segundos depois do lançamento aconteceu uma anomalia no segundo estágio do lançador, o que encerrou a missão Vega-C", informou a Arianespace em um comunicado.

A empresa iniciou uma análise de dados para determinar as causas do fracasso do foguete, de fabricação italiana.

O foguete Vega-C deveria colocar em órbita dois satélites de observação construídos pela Airbus - Pleiades Neo 5 e 6 -, os dois últimos da série Pleiades Neo que permitem criar imagens de qualquer ponto do globo várias vezes ao dia com uma resolução de 30 cm.

O evento de terça-feira foi planejado como o primeiro voo comercial do foguete, após o primeiro lançamento em 13 de julho. Programado originalmente para 24 de novembro, o voo foi adiado por quase um mês por problemas em uma peça do lançamento.

O Vega-C - C para "consolidação", de acordo com o fabricante italiano Avio - é uma versão atualizada do lançador leve Vega, que foi enviado ao espaço 20 vezes desde 2012, mas teve dois grandes contratempos em 2019 e 2020.

Esta nova falha é um grave revés para a Agência Espacial Europeia (ESA), responsável pelos programas de lançadores europeus, num contexto de acirrada competição global no setor, liderada pela empresa americana SpaceX.

Uma forte turbulência deixou 11 pessoas gravemente feridas em um voo da Hawaiian Airlines (HA35), nesse domingo (18). Elas foram socorridas após o pouso em Honolulu, com lacerações, machucados na cabeça e hematomas. De acordo com o Serviço Médico de Emergência de Honolulu, algumas receberam os primeiros cuidados ainda inconsciente.

Um aviso meteorológico alertava para a ocorrência de tempestades no percurso. O voo saiu de Phoenix, nos Estados Unidos, com 278 passageiros e 10 tripulantes, pousou no Havaí por volta das 17h50 no horário de Brasília. 

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Ao todo, 36 pessoas foram atendidas, sendo 16 liberadas e nove em condição estável. A companhia apresentou outros números e disse que 13 passageiros e 3 tripulantes foram hospitalizados.

Neste sábado (3), o Aeroporto Internacional do Recife retomou o voo direto para Buenos Aires, na Argentina. Essa é a terceira ligação ao exterior que sai de Pernambuco.

A primeira decolagem realizada pela Gol partiu da capital pernambucana por volta das 12h15, com previsão de pouso na Argentina às 18h. O voo inverso deixa Buenos Aires às 19h e deve desembarcar no Recife por volta da 0h. As viagens vão durar 5h45 e serão feitas aos sábados por aeronaves jato Boeing 737-800. O modelo tem capacidade para 176 passageiros.

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Até então, o Aeroporto do Recife realizava atualmente voos internacionais diretos para Portugal e Uruguai. A novidade acompanha a estratégia do Governo do Estado em atrair turistas da região. "Os argentinos são o nosso principal público internacional. Queremos proporcionar aos visitantes estrangeiros maior conectividade com os nossos atrativos, cultura, gastronomia, lazer e negócios”, destacou a secretária de Turismo e Lazer de Pernambuco, Milu Megale.

Uma cerimônia de inauguração marcou o primeiro voo. Além da secretária, estiveram na cerimônia inaugural o presidente da Empetur, Antonio Neves Baptista, a secretária de Turismo e Lazer do Recife, Pâmela Alves; o secretário executivo de Turismo do Recife, Mustafá Dias; o gerente de Relações Governamentais da GOL, Ciro Camargo; o gerente geral Recife da Aena, Usiel Vieira, e o diretor de Operações da Aena, Luiz Felipe Bezerra.

Chegou a hora da terceira tentativa. O lançamento do novo megafoguete da Nasa, como parte da missão Artemis 1 de volta à Lua, está programado para finalmente ocorrer à noite entre terça e quarta-feira, na Flórida.

O primeiro voo do foguete SLS, o mais potente do mundo, está marcado para quarta-feira (16) às 01h04 locais (03h04 no horário de Brasília), com uma janela de lançamento de duas horas.

O clima promete ajudar, com 90% de chance de estar favorável. "Nossa hora chegará e esperamos que seja quarta-feira", disse o gerente da missão, Mike Sarafin, na segunda-feira. Ele também elogiou "a perseverança" de suas equipes após duas tentativas de decolagem fracassadas devido a dois furacões.

Cinquenta anos após a última missão Apollo, este voo de teste não tripulado, que sobrevoará a Lua sem pousar em sua superfície, busca confirmar se o veículo é seguro para uma futura tripulação.

Espera-se que este mesmo foguete leve a primeira mulher e a primeira pessoa negra à Lua. Embora seja um lançamento noturno, cerca de 100.000 pessoas devem admirar o espetáculo, principalmente das praias vizinhas.

As complexas operações de reabastecimento de combustível começarão na tarde desta terça-feira no Centro Espacial Kennedy e serão lideradas por Charlie Blackwell-Thompson, a primeira diretora de lançamento da Nasa.

O foguete laranja será preenchido com 2,7 milhões de litros de oxigênio líquido e hidrogênio. Durante o verão boreal, um vazamento de hidrogênio fez com que a segunda tentativa fosse cancelada de última hora.

Desde então, os procedimentos foram modificados e verificados com sucesso por meio de um teste.

O primeiro cancelamento teve a ver com um sensor defeituoso.

Funcionários da Nasa insistem que esses problemas são normais para uma nova espaçonave, sobre a qual suas equipes estão aprendendo.

- Missão de 25 dias -

Após os problemas técnicos, dois furacões ameaçaram o foguete em tentativas separadas.

O foguete SLS de 98 metros de altura teve que ser devolvido ao seu prédio de montagem a poucos quilômetros de distância no final de setembro para protegê-lo do furacão Ian, adiando a decolagem por várias semanas.

Então, quando já estava em sua plataforma de lançamento, enfrentou os ventos do furacão Nicole há menos de uma semana.

A tempestade causou danos a uma fina camada de selante no topo do foguete, mas a Nasa considerou o risco mínimo na segunda-feira.

Ao todo, o programa está vários anos atrasado e tornou-se imperativo para a Nasa concluir com sucesso a missão bilionária. Se a decolagem ocorrer nesta quarta-feira, a missão duraria um total de 25 dias e meio, com pouso no Oceano Pacífico em 11 de dezembro.

Piloto de avião que sobrevoava Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, por volta das 23 horas do sábado, 5, relatou ter avistado objeto voador não identificado (óvni). Tratava-se de luzes que "se cruzavam" ao sul da cidade. A conversa com a controladora de tráfego aéreo foi gravada pela câmera da Central de Controle do Aeroporto Salgado Filho.

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"Por gentileza, só por curiosidade, tem algum 'reporte' de algum objeto na posição de 10 para 11 horas, praticamente sobre Porto Alegre, um pouquinho ao sul?", questiona o piloto, que se identifica como responsável pelo voo 3406 da Latam. Ao que recebe resposta negativa da atendente, ele continua: "Umas luzes, às vezes apagam, acendem. "Tem umas luzes. Por vezes, elas apagam, acendem. Às vezes são uma, às vezes são duas ou três."

Alguns minutos depois, o piloto volta a falar com a central. "A gente continua avistando as luzes. Agora, de uma outra perspectiva ela está bem ao sul de Porto Alegre, sentido Argentina. As luzes continuam aparecendo e se cruzando no céu."

O voo 3406 deixou o Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, às 21h55, e pousou em Porto Alegre às 23h31.

Ao jornal O Estado de S. Paulo, a empresa Latam Airlines apenas informou "seus tripulantes são treinados e orientados a reportarem qualquer eventualidade de forma imediata ao controle de tráfego aéreo para as devidas orientações". "A companhia reitera que segue os mais elevados padrões de segurança, atendendo aos regulamentos das autoridades nacionais e internacionais", completou, em nota.

Por mais que óvni pareça remeter imediatamente a especulações sobre extraterrestres, a sigla é usada para qualquer objeto no céu que não se possa saber de imediato sua origem natural, de acordo com a definição apresentada pelo Arquivo Nacional (Sian) do governo federal. Logo, pode ser um drone, uma estrela, um satélite ou um balão meteorológico, por exemplo.

Em 2018, o Arquivo Nacional informou que, de 1952 até 2016, tinha 743 registros sobre a aparição de objetos não identificados no País.

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) confirmou nesta quarta-feira (19), que a Promotoria de Justiça de Fernando de Noronha instaurou procedimento para investigar possíveis danos causados pela Gol Linhas Aéreas aos seus clientes que estão na ilha.

Uma restrição operacional na pista de pouso do aeroporto de Noronha, determinada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), em 12 de outubro deste ano, proibiu o pouso de aeronaves com motores a reação, chamados de turbojatos, por causa das condições da pista do aeroporto. 

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Não estão incluídos nessa restrição as aeronaves turboélice como os modelos ATR72 e Caravan. A medida deve-se à verificação de risco à segurança das operações, dos passageiros e tripulantes e será mantida até que o operador aeroportuário demonstre o cumprimento das determinações definidas pela Agência no âmbito dos requisitos de segurança operacional, como manutenção, operações aeroportuárias e resposta à emergência.

A Anac entrou em contato com as empresas aéreas que operam no aeroporto, para que fosse apresentado um plano de contingência para atendimento dos passageiros que tiveram voos cancelados em decorrência da medida. Inclusive, os viajantes que tiveram os voos afetados devem ser comunicados pelas empresas aéreas com antecedência mínima de 72 horas. No caso de alterações superiores a 30 minutos e cancelamentos, o passageiro poderá escolher entre reacomodação em outro voo ou reembolso integral do valor do bilhete aéreo.

O reembolso deve ser realizado em até 7 dias, contados da solicitação do passageiro, e deve observar os meios de pagamento utilizados na compra da passagem aérea. Caso o passageiro concorde, o reembolso também pode ser feito na forma de créditos para a aquisição de uma nova passagem aérea.

Se o viajante não for informado e comparecer ao aeroporto, tomando conhecimento da alteração somente no local, a empresa aérea também deverá oferecer as alternativas de reembolso integral e reacomodação, além de assistência material.

O promotor de Justiça Ivo Pereira de Lima apontou em ofício que notícias estão dando conta de que a Gol estaria deixando os seus clientes sem assistência. "Determino que a empresa, no prazo de 24 horas, tome as providências devidas no sentido de disponibilizar transporte para os clientes atualmente no arquipélago de Fernando de Noronha, não olvidando das demais providências para aqueles que quiserem e/ou puderem permanecer fora de suas residências", destacou.

O ofício do promotor foi enviado para a gerência do escritório da Gol em Fernando de Noronha na última terça-feira (18). O LeiaJá solicitou posicionamento da empresa, que confirmou ter sido notificada, mas que só se manifestará nos autos.

Na tela, diante de uma sala de audiências silenciosa, um avião A330 voa entre o céu e o oceano. No julgamento do acidente com o voo Rio-Paris, especialistas refizeram nesta quarta-feira (12) os quatro minutos e meio que antecederam a tragédia, ocorrida em 1º de junho de 2009.

No terceiro dia do julgamento por homicídios involuntários da Airbus e da Air France, quatro membros do primeiro colégio de especialistas, nomeados durante a longa investigação que se seguiu ao desastre, detalharam seu trabalho. Após a descoberta das caixas-pretas, dois anos após o acidente, 3.900 metros no fundo do Atlântico, eles foram encarregados de explorar seus componentes.

Antes da possível divulgação da trilha sonora do Cockpit Voice Recorder (CVR), solicitada pelas famílias das vítimas e que será decidida na manhã desta quinta-feira, os especialistas descreveram ao tribunal de Paris os últimos minutos do voo AF447.

Na noite de 31 de maio de 2009, o avião decolou do Rio de Janeiro com 228 pessoas a bordo, e o vôo transcorria normalmente, resumiu um dos especialistas, com a ajuda de um mapa e gráficos. O A330 entrou na Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), área meteorológica perigosa naquela época do ano, caracterizada por grandes nuvens, trovões e chuvas violentas.

O avião estava nas mãos dos dois copilotos, tendo o comandante ido descansar, quando, às 2h10 do Horário Universal, três toques curtos sinalizaram que o piloto automático estava desengatando. Após o "procedimento", um dos copilotos declarou: "Tenho os comandos", descreveu o especialista, especificando que, em um intervalo de dez segundos, "seis alarmes se sucederam".

Os pilotos rapidamente perceberam que haviam perdido velocidade. As indicações que recebiam a esse respeito eram errôneas. A altitude também estava subitamente cerca de 122 metros abaixo dos 10.700 metros exibidos anteriormente.

"Isso não correspondia à realidade", explicou o especialista: "Era um efeito do congelamento dos tubos de Pitot, que, obstruídos por cristais de gelo, deixaram de funcionar em menos de um minuto. Em resposta, o copiloto fez com que o avião subisse, e ele passou a ganhar altitude e oscilar para os lados.

O alarme de estol soou, "um primeiro elemento que desestabilizou a tripulação”, indicou.

- Incompreensão -

Em seguida, soou o alarme de desvio de altitude, que já havia soado antes, por causa da falsa perda de altitude. Dessa vez, o motivo foi o contrário, uma "altitude maior" do que o normal.

No meio da noite, “podemos imaginar que o piloto não percebe, necessariamente,” essa diferença, explicou o especialista. Logo, o alarme de estol começou a soar novamente, por 54 segundos. E o avião, depois de atingir uma altitude de 11.600 metros, não teve mais sustentação.

"Temos uma pilotagem agitada, totalmente desordenada", comentou o especialista. O capitão retornou à cabine, chamado por seus colegas. “Perdemos o controle do avião”, disseram a ele.

O aparelho "estava caindo a 4,5 km por minuto, o que é considerável", comentou o especialista. "Nos dois minutos seguintes até o impacto, a incompreensão dominou, a situação era confusa."

Quando o alarme de proximidade do solo soou, eles tentaram levar o avião para cima. “Até o final, houve um diálogo entre a tripulação, que tentava descobrir o que estava acontecendo”, destacou o especialista. O avião atingiu o mar a 300 km/h, quase na horizontal.

Após as explicações, os especialistas divulgaram uma reconstituição digital. Durante quatro minutos e meio, o silêncio tomou conta da sala.

No restante da audiência, surgiram divergências entre um dos especialistas e os outros três em determinados aspectos do relatório. Suas conclusões, no entanto, questionam claramente o papel da Air France e da Airbus no que diz respeito ao congelamento dos tubos de Pitot.

Aos 86 anos de idade, o empresário José Bonifácio, o Boni, sofreu um infarto durante um voo que ia dos Estados Unidos para o Rio de Janeiro. De acordo com a revista Veja, ele recebeu atendimento dentro do avião, que precisou realizar um pouso de emergência.

Internado em um hospital em Orlando, no Estados Unidos, Boni contou ao veículo que está tudo bem e precisou colocar um stent.

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"Coloquei um stent (uma espécie de tubo colocado na artéria para impedir sua obstrução) e já serei liberado para ir para casa amanhã [hoje], na verdade em hotel. Porque estou em Miami. Mas precisarei ficar em repouso e observação. Já estou zerado, novinho em folha. Estava no voo de Orlando para o Rio quando, assim que decolamos, comecei a sentir uns reflexos estranhos na vista e muita falta de ar. Como sou cuidadoso e sempre tenho remédios por perto, me precavi. Mas a tripulação imediatamente me ajudou. Estou me sentindo muito bem, não há porquê de se preocuparem", informou.

Passado o susto, Boninho usou as suas redes sociais para tranquilizar a todos que se preocuparam com o seu pai: "Está tudo certo! Agora só um pouquinho de paciência", escreveu ele ao postar uma foto ao lado de Boni.

Mais de treze anos após o acidente do voo Rio-Paris que matou 228 pessoas, Airbus e Air France serão julgados a partir de segunda-feira (10) e por dois meses em Paris.

Em 1º de junho de 2009, o voo AF447 entre Rio de Janeiro e Paris caiu no meio da noite no Atlântico, 3 horas e 45 minutos após a decolagem, causando a morte de seus 216 passageiros e 12 tripulantes. Foi o desastre mais mortal da história da Air France.

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Os primeiros destroços, assim como corpos, foram encontrados nos dias que se seguiram, mas a fuselagem só foi localizada dois anos depois, em 2 de abril de 2011, a 3.900 metros de profundidade cercada por altos relevos subaquáticos, durante a quarta fase de buscas.

As caixas-pretas, recuperadas um mês depois, confirmaram que os pilotos, desorientados pelo congelamento das sondas de velocidade Pitot numa zona de convergência intertropical perto do Equador, não conseguiram recuperar a sustentação (estol) da aeronave, que caiu em menos de cinco minutos.

Após uma longa sucessão de perícias, os juízes de instrução arquivaram o caso em 29 de agosto de 2009. Indignados, familiares das vítimas e sindicatos de pilotos recorreram e, em 12 de maio de 2021, a Câmara de Instrução decidiu pelo processo por homicídios involuntários das duas empresas.

Após uma "batalha judicial" e uma investigação "caótica", "esperamos que este processo seja o julgamento da Airbus e da Air France" e não "dos pilotos", declarou à AFP Danièle Lamy, presidente da associação de parentes de vítimas Entraide et Solidarité AF447.

"Estamos à espera de um julgamento imparcial e exemplar, para que isso não volte a acontecer e que, através deste julgamento, os dois réus coloquem no centro das suas preocupações a segurança aérea e não apenas a rentabilidade", acrescentou.

A Air France "guarda a memória das vítimas deste terrível acidente e expressa sua mais profunda solidariedade a todos os seus entes queridos", segundo um comunicado da companhia.

A empresa "vai continuar a demonstrar que não cometeu qualquer delito criminal na origem do acidente", apontou.

A fabricante europeia Airbus, que não quis se pronunciar antes do julgamento, também rejeita qualquer culpa penal.

- "Formar" e "informar" -

O avião registrado F-GZCP, colocado em serviço quatro anos antes, transportava passageiros de 33 nacionalidades diferentes.

Um total de 476 familiares constituem a parte civil. Cinco dias serão dedicados àqueles que desejam testemunhar.

"É um julgamento que será muito técnico", disse Alain Jakubowicz, advogado da Entraide et Solidarité. "Claro que vamos entrar neste campo, estamos prontos para isso, mas a nossa preocupação é recuperar esta dimensão humana. (...) São homens, mulheres, crianças, que estão mortos, que podiam ser vocês ou eu", declarou.

Deverão se pronunciar muitos especialistas e pilotos: a 31ª câmara correcional do tribunal de Paris terá de fato que determinar se a Airbus e a Air France, que incorrem em uma multa de 225.000 euros, cometeram erros em ligação com o acidente.

O Tribunal de Apelação considerou existir acusações suficientes contra a Air France por "se abster de implementar a formação adequada" face ao congelamento das sondas, "o que impediu os pilotos de reagir conforme necessário".

A Airbus foi acusada de ter "subestimado a gravidade das falhas dos sensores de velocidade instalados na aeronave A330, ao não tomar todas as medidas necessárias para informar com urgência as tripulações das empresas operadoras e contribuir para a sua formação eficaz".

Falhas nessas sondas foram registradas nos meses anteriores ao acidente. Após o desastre, o modelo afetado foi substituído em todo o mundo.

A tragédia também levou a outras modificações técnicas no campo aeronáutico e reforçou o treinamento em estol, bem como no estresse da tripulação.

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