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O prefeito de Carolina, cidade maranhense de 24 mil habitantes na divisa com o Tocantins, Erivelton Teixeira Neves (PSB), conhecido como doutor Erivelton, virou réu acusado de submeter a ex-amante a um aborto clandestino e sem consentimento. Ele nega as acusações.

A denúncia foi aceita no dia 20 de abril pelo juiz Alan Ide Ribeiro da Silva, da 2.ª Vara de Augustinópolis, no Tocantins, onde o crime teria sido cometido. O próprio prefeito, que é médico, teria feito o procedimento em um quarto de motel.

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Ele deve ser julgado no Tribunal do Júri, que tem atribuição para decidir sobre crimes contra a vida. O prefeito pode ser condenado a até dez anos de prisão.

O caso aconteceu em 2017. A vítima é Rafaela Maria Santos. Em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, ela afirmou que o prefeito usou como pretexto a necessidade de fazer um exame de sangue para sedá-la e fazer o aborto.

O Estadão teve acesso à denúncia oferecida pelo Ministério Público do Tocantins (MP-TO). O órgão afirma que as provas são 'fartas'. A investigação reuniu trocas de mensagens e um teste de gravidez positivo.

"Os indícios de autoria, bem como a materialidade delitiva estão fartamente demonstrados nos autos do inquérito policial", afirma o promotor de Justiça Elizon de Sousa Medrado.

Além de Erivelton, o MP também denunciou o vereador Lindomar da Silva Nascimento, que na época era motorista do prefeito. Ele estaria no carro quando Rafaela, ainda sedada, foi levada para casa.

COM A PALAVRA, A DEFESA DO PREFEITO

"O escritório Daniel Leite e Advogados Associados, enquanto representante do Sr. Erivelton Teixeira Neves, esclarece que, até a presente data, seu constituinte não foi notificado acerca da ação penal referida na reportagem, o que inviabiliza, por ora, a oferta de resposta específica sobre os seus termos. Inobstante, a defesa destaca que tem total confiança no Poder Judiciário, o qual saberá, garantido o devido processo legal, contraditório, e ampla defesa, conferir justo veredito ao caso. Informa ainda, que o Sr. Erivelton Teixeira Neves sempre se colocou à disposição das autoridades e da sociedade em geral para prestar esclarecimentos ou colaborar com a investigação em curso."

Daniel Leite e Tharick Ferreira

COM A PALAVRA, A DEFESA DO VEREADOR

"O escritório Daniel Leite e Advogados Associados, enquanto representante do Sr. Lindomar da Silva Nascimento, esclarece que, até a presente data, seu constituinte não foi notificado acerca da ação penal referida na reportagem, o que inviabiliza, por ora, a oferta de resposta específica sobre os seus termos. Inobstante, a defesa destaca que tem total confiança no Poder Judiciário, o qual saberá, garantido o devido processo legal, contraditório, e ampla defesa, conferir justo veredito ao caso. Informa ainda, que o Sr. Lindomar da Silva Nascimento sempre se colocou à disposição das autoridades e da sociedade em geral para prestar esclarecimentos ou colaborar com a investigação em curso."

Daniel Leite e Tharick Ferreira

A Suprema Corte dos Estados Unidos manteve nesta sexta-feira (21) o acesso a uma pílula abortiva muito utilizada, congelando as restrições impostas ao medicamento por um tribunal de apelações.

Dois juízes conservadores discordaram da decisão no caso mais importante de aborto que chegou à Corte de nove membros desde que há 10 meses anulou o direito constitucional à interrupção voluntária da gravidez.

Embora não tenha se pronunciado sobre a matéria de fundo do caso, a sentença da Suprema Corte estabelece que a mifepristona permanecerá disponível enquanto o caso não se resolve em um tribunal de apelações.

O caso teve origem na sentença de um juiz do Tribunal Distrital do Texas que proibiu a mifepristona, aprovada pela Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) e utilizada em mais da metade dos abortos nos Estados Unidos.

Um tribunal de apelações bloqueou a proibição da pílula, mas impôs restrições rigorosas ao acesso, e então o caso foi levado à mais alta corte americana, onde os conservadores são maioria.

O Departamento de Justiça apresentou um recurso de urgência pedindo para a Suprema Corte bloquear as sentenças dos tribunais inferiores que proibiam ou limitavam o uso do medicamento.

Assim, a decisão desta sexta paralisa essas sentenças à espera de que um tribunal de apelações resolva o recurso apresentado pelo Departamento de Justiça e pelo laboratório Danco, fabricante da mifepristona.

Após a medida da Suprema Corte nesta sexta, o presidente Joe Biden disse que as decisões dos tribunais inferiores "minaram o critério médico da FDA e colocaram em perigo a saúde das mulheres"

Com a nova sentença, "a mifepristona segue estando disponível e aprovada para um uso seguro e eficaz, enquanto continuamos essa luta nos tribunais", indicou Biden em um comunicado.

"Seguirei lutando contra os ataques politicamente impulsionados contra a saúde das mulheres", acrescentou.

- "Profundamente errada" -

Desde que a Suprema Corte derrubou a histórica decisão Roe vs. Wade, que consagrou o direito constitucional ao aborto há meio século, 13 estados proibiram o procedimento e outros estabeleceram restrições.

A oposição à investida contra a pílula abortiva é encabeçada pelo Departamento de Justiça, que argumentou que sentença inicial do juiz federal do Texas se baseava em uma "avaliação profundamente errada" sobre a segurança da pílula.

A mifepristona é um dos componentes de um regime de dois medicamentos que pode ser utilizado durante as 10 primeiras semanas de gestação.

Tem um histórico de ser seguro e a FDA calcula que, desde sua aprovação em 2000, 5,6 milhões de americanas a usaram para interromper gestações.

Pesquisas mostram que uma clara maioria dos americanos apoia o acesso a um aborto seguro, enquanto grupos conservadores pressionam para limitar o procedimento ou proibí-lo por completo.

- A favor e contra -

A Planned Parenthood, principal organização de planejamento familiar dos EUA, saudou a decisão da Suprema Corte.

"Estas são boas notícias, mas os fatos seguem sendo os mesmos: o acesso à mifepristona nunca devia ter estado em risco", declarou a organização, maior fornecedor do procedimento de interrupção voluntária de gravidez.

"Não estamos fora de perigo, muito pelo contrário", disse Jennifer Dalven, diretora do projeto pelas liberdades reprodutivas da Associação Americana de Liberdades Civis (ACLU). "Como demonstra este processo infundado, os extremistas vão usar todos os truques para tentar proibir o aborto em todo o país", acrescentou.

Por outro lado, o grupo antiaborto Alliance Defending Freedom disse que espera um "resultado final neste caso em que a FDA seja responsabilizada".

"A FDA deve responder pelo dano causado a inúmeras mulheres e jovens e ao Estado de Direito por falhar em estudar quão perigoso é o regime de medicamentos para o aborto químico", declarou Erik Baptist, conselheiro da organização.

Em uma apresentação diante da Suprema Corte na terça-feira, a coalizão antiaborto que iniciou o caso contra a FDA repetiu suas controversas afirmações de que o medicamento não é seguro.

"Os juízes não são médicos", "O aborto deve continuar sendo legal!": centenas de pessoas se manifestaram, neste sábado (15), em Washington, pelo direito ao aborto, que esta semana voltou a ser questionado nos Estados Unidos.

O país está mergulhado em uma complexa disputa legal pelo acesso à pílula abortiva, que foi mantido temporariamente na sexta-feira pela Suprema Corte, mas continua ameaçado no longo prazo.

"Quando vão parar?", perguntava-se, neste sábado, Carol Bouchard em frente ao prédio de mármore branco, sede da Suprema Corte, máxima instância judicial do país.

Com um cartaz nas mãos, esta ex-advogada de 61 anos diz estar "muito enojada" com as ameaças que pesam sobre o aborto desde que a Suprema Corte cancelou, há quase um ano, o amparo constitucional que tinha desde 1973.

Desde então, as interrupções voluntárias da gravidez foram proibidas em quinze estados.

Nesta tarde ensolarada na capital americana, Brittany House, moradora da cidade, sobe à tribuna e fala sobre o aborto a que se submeteu em 2012, quando acabara de sair da universidade. "O aborto me deu liberdade", diz ela, assegurando que, aos 21 anos, "não teria conseguido manter meu filho".

Muitas septuagenárias também marcharam em frente à Suprema Corte, indignadas por verem que as restrições neste tema se multiplicam no país, cinquenta anos depois de terem lutado pelo direito ao aborto.

O aborto "salvou minha vida", diz Barbara Kraft, que no fim da década de 1970 interrompeu a gravidez após sofrer sérias complicações. "Acredito firmemente que as mulheres devem ter o direito de tomar esta decisão por si próprias", afirma.

A manifestação foi interrompida brevemente por um pequeno grupo de manifestantes "pró-vida" que proclamaram, usando um megafone, que "os abortos são assassinatos".

Protestos a favor do aborto também foram realizados em Los Angeles e Nova York.

Um tribunal federal dos Estados Unidos decidiu na noite de quarta-feira (12) manter temporariamente a pílula abortiva disponível, mas sob regulamentação mais rígida, enquanto o litígio continua sobre sua aprovação.

Um painel de três juízes do Tribunal de Apelações do Quinto Circuito de Nova Orleans decidiu por 2 a 1 a favor de manter a mifepristona disponível sob regras mais rígidas, como exigir consultas médicas pessoalmente para receber o medicamento.

De acordo com a sentença, o acesso à mifepristona vai exigir três visitas ao médico e ficará limitado às primeiras sete semanas de gestação, ante as dez anteriores.

A mifepristona foi aprovada pela Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos há mais de duas décadas e é usada em mais da metade dos abortos realizados anualmente nos Estados Unidos.

Na última sexta-feira, o juiz Matthew Kacsmaryk, nomeado pelo ex-presidente Donald Trump, anulou a aprovação do FDA, mas o governo recorreu da decisão do magistrado.

O tribunal de apelações disse que sua decisão permanecerá até que o caso seja totalmente resolvido. O endurecimento do regulamento reverte as restrições que o FDA havia flexibilizado em 2016.

Os dois juízes do circuito que votaram para aumentar as restrições, Kurt Engelhardt e Andrew Oldham, foram indicados por Trump. A terceira, Catharina Haynes, foi nomeada pelo ex-presidente George W. Bush.

Esse confronto sobre os direitos reprodutivos das mulheres nos Estados Unidos ocorre quase um ano depois que a Suprema Corte, dominada por conservadores, anulou a decisão histórica no caso Roe vs. Wade, que estabeleceu o direito ao aborto há 50 anos.

Na terça-feira, o presidente Joe Biden chamou a sentença de Kacsmaryk de "injusta". Sua porta-voz, Karine Jean-Pierre, disse a repórteres durante a visita do presidente à Irlanda nesta quinta-feira que o governo continuará lutando contra a decisão nos tribunais.

"Acreditamos que a lei está do nosso lado e vamos vencer", disse em Dublin.

Jean-Pierre já havia chamado a decisão de "ataque à autoridade do FDA" e disse que poderia "abrir a porta para que outros medicamentos sejam sinalizados e negados às pessoas que precisam deles".

Democratas e ativistas alertam que a decisão do juiz Kacsmaryk faz parte de um esforço mais amplo dos republicanos para obter uma proibição nacional do aborto.

Pouco depois da decisão de Kacsmaryk na sexta-feira, um juiz do estado de Washington decidiu em outro caso que o acesso à mifepristona deve ser preservado.

O duelo de opiniões jurídicas, juntamente com os recursos, significa que o assunto quase certamente terminará na Suprema Corte.

As pesquisas mostram consistentemente que uma clara maioria dos americanos apoia o acesso seguro ao aborto, mas grupos conservadores tentam limitar o que antes era um direito consagrado por lei.

Juízes federais no Texas e em Washington emitiram sentenças opostas, nesta sexta-feira (7), que intensificaram a batalha legal a respeito do aborto e sobre um medicamento de uso comum para interromper a gravidez.

A batalha legal sobre a pílula mifepristona avançou de maneira mais intensa desde que a Suprema Corte dos Estados Unidos revogou o direito federal ao aborto.

Nesta sexta-feira, a primeira sentença emitida pelo juiz federal no Texas Matthew Kacsmaryk, indicado por Donald Trump por suas opiniões ultraconservadoras, suspendeu a autorização que a Administração Federal de Alimentos e Medicamentos (FDA) concedeu há mais de 20 anos ao medicamento.

Horas depois, em uma reviravolta jurídica dramática na direção oposta, o juiz federal de Washington Thomas Rice, nomeado pelo presidente democrata Barack Obama, afirmou que a FDA deve manter a disponibilidade da pílula abortiva em pelo menos 12 estados.

O juiz Kacsmaryk disse que sua sentença não seria aplicada antes de sete dias, para que o Departamento de Justiça possa recorrer. Em 15 de abril, possível data de sua decisão, haverá uma "mobilização de emergência" em todo o país, convocada pela organização feminista Women's March.

Seguem abaixo detalhes sobre a pílula e seu uso:

- O quão usada é a pílula abortiva? -

Segundo o Instituto Guttmacher, a pílula representou mais da metade (52%) dos 930.160 abortos registrados em 2020 por esta organização que pesquisa políticas públicas e de saúde reprodutiva nos Estados Unidos. Em 2008, a cifra era de 17% e em 2017 de 39%

Apesar do número dos chamados aborto por medicação ter registrado um aumento expressivo nos Estados Unidos nos últimos anos, ainda não é tão predominante como em várias nações europeias. Na França, por exemplo, os abortos deste tipo representaram 70% do total em 2020.

- Como funciona? -

A pílula abortiva é diferente da pílula do "dia seguinte", que as mulheres podem utilizar logo depois de uma relação sexual para evitar uma gravidez.

A mifepristona é utilizada para induzir um aborto, após a confirmação da gravidez. Na verdade, envolve mais de uma pílula.

A primeira, mifepristona, conhecida também como RU 486, detém a continuidade da gravidez ao bloquear a produção do hormônio progesterona. Outro medicamento, o misoprostol, é tomado 48 horas depois e provoca cólicas, sangramento e esvazia o útero.

As pílulas abortivas podem ser usadas em casa e não necessitam de assistência médica.

- Quando a pílula abortiva foi aprovada? -

A FDA aprovou a mifepristona e o misoprostol em 2020. O uso foi aprovado até a 10ª semana de gravidez. Após este período de gestação, a mulher precisa abortar por outros métodos, como a aspiração intrauterina.

O custo médio de um medicamento abortivo na organização Planned Parenthood é de 580 dólares, mas pode superar US$ 800.

- É segura e eficaz? -

O uso da pílula abortiva durante o período de tempo especificado é considerado seguro e eficaz por especialistas médicos.

A gravidez é interrompida com êxito em mais de 95% dos casos em que a pílula é usada, segundo estudos. Complicações sérias, como sangramento excessivo, febre, infecção ou reação alérgica, que exigem consulta médica, são incomuns.

- Onde está disponível? -

Pelo menos 13 estados americanos proibiram a maioria dos abortos, inclusive os que exigem medicamentos, desde que Suprema Corte revogou em junho do ano passado o direito federal à interrupção da gravidez.

Apesar das proibições, várias organizações se mobilizaram para fornecer pílulas abortivas a mulheres em estados onde o aborto enfrenta restrições. O alcance dos esforços é difícil de avaliar.

Nos estados onde o aborto é legal, a FDA recentemente flexibilizou as restrições de acesso a mifepristona, com a permissão para o envio por correspondência com prescrição médica ou a venda direta nas farmácias como qualquer outro medicamento.

"A Suprema Corte tem uma larga tradição de respeito pelas opiniões científicas das agências federais", disse Lawrence Gostin, professor de Direito da Universidade de Georgetown, à AFP.

Esse reconhecido especialista em direito sanitário espera uma resolução favorável à FDA. Reconhece, no entanto, que "o resultado da batalha é incerto".

"A super maioria conservadora da Suprema Corte cancelou o direito constitucional ao aborto e se mostrou hostil às regulações federais relacionadas à Covid-19 e às mudanças climáticas". "Este é um momento perigoso para as mulheres americanas", observou

Um juiz federal conservador concedeu na sexta-feira (7) outra vitória contundente aos opositores do direito ao aborto nos Estados Unidos ao suspender a autorização para comercializar a pílula abortiva mifepristona, aprovada há mais de duas décadas e utilizada a cada ano por centenas de milhares de pessoas.

Dez meses depois da decisão histórica da Suprema Corte que deu a cada estado do país a liberdade de decidir sobre o aborto em seu território, o juiz Matthew Kacsmaryk, conhecido por sua postura conservadora, divulgou no Texas uma decisão que, em tese, deve ser aplicada em todo o país.

Um de seus colegas no estado de Washington, no entanto, considerou que a autorização de comercialização da mifepristona (RU 486) não poderá ser suspensa em pelo menos 12 estados governados por democratas.

Isto significa que a Suprema Corte, que teve sua composição reformulada pelo ex-presidente republicano Donald Trump (2017-2021) durante seu mandato e tem maioria conservadora, precisará esclarecer a situação.

A decisão do juiz Kacsmaryk não entrará em vigor de maneira imediata porque o governo tem um prazo para apresentar recurso. O Departamento de Justiça já anunciou que pretende recorrer.

As reações à decisão foram imediatas.

"Meu governo lutará contra esta decisão", afirmou o presidente Joe Biden em um comunicado divulgado pela Casa Branca.

Se a decisão for mantida, cada medicamento regulamentado ficará vulnerável a "este tipo de ataque ideológico e político", acrescentou o presidente democrata.

O procurador-geral e secretário de Justiça, Merrick Garland, afirmou em um comunicado que o governo Biden "discorda de modo veemente da decisão" do tribunal e que a sentença "contraria a opinião especializada da FDA (a agência federal que regulamenta os medicamentos no país), divulgada há mais de duas décadas, de que a mifepristona é segura e eficaz".

Para a vice-presidente Kamala Harris, esta "decisão sem precedentes ameaça os direitos das mulheres no país a tomar decisões sobre sua saúde e sua capacidade de acesso aos medicamentos receitados por seus médicos".

Em um documento de 67 páginas, o juiz valida a maioria dos argumentos da denúncia apresentada em novembro por uma coalizão de médicos e organizações antiaborto contra a FDA.

Kacsmaryk, que cuida do caso em uma corte federal de Amarillo, Texas, foi nomeado pelo ex-presidente Donald Trump e ratificado pelo Senado em 2019. É um cristão conservador, com um histórico pessoal de oposição ao aborto.

O magistrado levou em consideração estudos sobre os riscos atribuídos à pílula abortiva, considerados insignificantes pela maioria da comunidade científica. Também acusou a FDA de não seguir seus procedimentos para perseguir um objetivo político.

"Há evidências que indicam que a FDA enfrentou uma intensa pressão política para renunciar a suas precauções de segurança com o objetivo de promover o objetivo político de ampliar o acesso ao aborto", disse Kacsmaryk, que era advogado de uma organização cristã antes de ser nomeado juiz federal por Donald Trump.

Mesmo que a Suprema Corte determine a suspensão da autorização do FDA, provavelmente vários meses seriam necessários para a implementação da decisão.

De acordo com especialistas em direito de saúde, a FDA deve seguir um procedimento rigoroso antes de retirar a autorização de um produto.

Também é possível recorrer a uma segunda pílula, o misoprostol, que tem o uso combinado atualmente com a mifepristona para maior eficácia e menos dor.

Parte de um tratamento composto por dois medicamentos para o aborto, a mifepristona pode ser utilizada nos Estados Unidos durante as primeiras 10 semanas de gravidez.

A pílula tem um longo histórico de segurança e a FDA calcula que 5,6 milhões de americanas utilizaram o medicamento para interromper a gravidez desde que foi aprovada no ano 2000.

A Pesquisa Nacional de Aborto (PNA) de 2021 mostra que uma em cada sete mulheres, com idade próxima aos 40 anos, já fez pelo menos um aborto no Brasil. O levantamento realizado em novembro de 2021 ouviu 2 mil mulheres em 125 municípios.

O estudo foi coordenado pela antropóloga e professora da Universidade de Brasília, Débora Diniz; professor visitante da Columbia University, Marcelo Medeiros; e professor da Universidade Estadual do Piauí, Alberto Madeiro.

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Panorama

O levantamento indica que mais da metade (52%) do total de mulheres que abortou tinham 19 anos de idade ou menos, quando fizeram seu primeiro aborto. Deste contingente (abaixo de 19 anos), 46% eram adolescentes entre 16 e 19 anos e 6%, meninas entre 12 e 14 anos. Pele legislação, praticar sexo ou atos libidinosos com menor de 14 anos é considerado crime de estupro de vulnerável, independentemente de haver consentimento da criança, sob pena de prisão de 8 a 15 anos. 

Nesta edição, a taxa de aborto mostrou queda no comparativo com as duas PNAs anteriores, realizadas em 2010 e 2016. Naquele ano, cerca de 10% das mulheres entrevistadas afirmaram ter feito pelo menos um aborto no decorrer de suas vidas, comparado com 13%, em 2016, e 15%, em 2010. A pesquisa concluiu que a queda pode ser explicada pela tendência crescente do uso de métodos contraceptivos reversíveis na América Latina e no Caribe.

Em 2021, 21% das mulheres que abortaram realizaram um segundo procedimento, chamado aborto de repetição. Entre elas, estão predominantemente mulheres negras.

Parte das entrevistadas (39%) usou medicamento para interromper a gestação. A pesquisa cita que o medicamento mais usado é um indicado para prevenção e tratamento da úlcera gástrica. Além disso, 43% das mulheres foram hospitalizadas para finalizar o aborto.

“Nessas situações, temos relatos traumáticos de perseguição, convocação da polícia, mulheres algemadas nos hospitais. Então, há impacto na saúde pública pela ocupação de leitos, na saúde das mulheres porque, por alguma razão, utilizaram medicamentos inseguros, indevidos ou foram para a clandestinidade em clínicas inseguras, ou porque não tem a informação sobre como é um aborto. Por isso, procuram os hospitais”.

A pesquisa indicou, ainda, que a gravidez não-planejada foi comum entre as mulheres no Brasil. Duas em cada três mulheres grávidas (66%) não havia planejado a gravidez. Débora Diniz aponta a educação sexual como parte da solução “para que esse último recurso, do aborto, não seja utilizado”.

Perfil

O levantamento mostrou que o perfil das mulheres que abortaram é semelhante de outras pesquisas: elas são de todas as idades do ciclo reprodutivo, religiões, escolaridades, raças, classes sociais, estado civil e regiões do país.

No entanto, a pesquisadora Débora Diniz confirma que “apesar de serem mulheres comuns, que estão em todos os lugares, há uma concentração maior no grupo das mais vulneráveis. São mulheres negras, indígenas, residentes no Norte e do Nordeste, com menor escolaridade e muito jovens”.

As 2 mil entrevistadas na PNA 2021 foram escolhidas aleatoriamente entre mulheres alfabetizadas, com idades de 18 a 39 anos e residentes em áreas urbanas. A metodologia da pesquisa usa uma questionário face-a-face com perguntas sociodemográficas, como idade, religião e renda.

Outro questionário com perguntas sobre aborto é preenchido pela própria mulher e depositado em uma urna lacrada. Os coordenadores da pesquisa entendem que a técnica para coletar informações sensíveis diminui a taxa de respostas falsas, por resguardar o anonimato das entrevistadas.

Aborto Legal

No Brasil, o aborto é legalizado em três circunstâncias: gravidez decorrente de estupro, se representar risco de morte materna e no caso de anencefalia fetal (não formação do cérebro do feto).

No entanto, na prática, o cenário tem sido diferente. A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, disse à Agência Brasil “que meninas e mulheres têm enfrentado barreiras para acessar o aborto, nas situações já previstas em lei”. Para ela, a consequência é que “quando o direito ao aborto é negado, por exemplo, a uma vítima de estupro, as evidências apontam que essa mulher vai fazê-lo de forma insegura, clandestina.”

Na avaliação da ministra, o Poder Executivo deve assegurar que todas as meninas e mulheres tenham seus direitos garantidos e “que tenham acesso a informações sobre esses direitos e como acessá-los”.

O Ministério das Mulheres lembra que, em 2013, foi assinada a Lei do Minuto Seguinte para viabilizar atendimento integral e multidisciplinar às vítimas de estupro nos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). “Esse atendimento é fundamental para a prevenção de gravidez e de infecções sexualmente transmissíveis, entre outros cuidados de saúde física e psicossocial [da vítima]”, enfatiza a ministra Cida Gonçalves.

Todos hospitais credenciados ao SUS, que oferecem serviços de ginecologia e obstetrícia, devem realizar abortos nos casos previstos em lei. Entretanto, de acordo com o site Mapa Aborto Legal, apenas 42 hospitais realizavam o procedimento de fato, em setembro de 2022.

Em nota oficial enviada à Agência Brasil, o Ministério da Saúde declara que “está empenhado em fortalecer a Política de Atenção Integral à Saúde das Mulheres, a partir da ótica da inclusão e do diálogo sobre o contexto da saúde sexual e reprodutiva; e em fortalecer também a Rede Cegonha, que inclui o atendimento a mulheres em situação de abortamento”.

Daqui para frente

Em janeiro deste ano, o governo federal tornou sem validade a portaria do Ministério da Saúde que determinava ao médico a comunicação à polícia da justificativa para interrupção da gravidez, mesmo nos casos previstos em lei, e que também fossem preservadas as evidências do cometimento do estupro.

No mesmo mês, o governo brasileiro se desligou da Declaração do Consenso de Genebra sobre Saúde da Mulher e Fortalecimento da Família, assinada em 2020, por entender que representa uma posição das nações contra o aborto. 

Para Débora Diniz a análise da ação que descriminaliza o aborto nas doze primeiras semanas de gestação, no Supremo Tribunal Federal (STF), é urgente.

“Em uma democracia, os poderes Legislativo e Judiciário têm igual legitimidade para solução de uma violação de um direito fundamental, como é a saúde e a questão do aborto”, argumentou. “É sobre não prender. É sobre cuidar e prevenir. É sobre a vida, a dignidade, em particular da juventude vulnerável deste país”, finaliza a pesquisadora.

O padre Luiz Carlos Lodi da Cruz, líder da Diocese de Anápolis, em Goiás, foi condenado a pagar R$ 10 mil como indenização ao médico Olímpio Moraes Filho. Em 2020, o religioso publicou um texto em que acusava o obstetra de assassinato por ter realizado um aborto legal em uma criança vítima de estupro. 

A menina de 10 anos engravidou após ser violentada pelo tio em São Mateus, no Espírito Santo, e foi transferida ao Recife para interromper a gestão no Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam). Apesar de ser autorizado pela Justiça, políticos de direita e grupos religiosos tentaram invadir o prédio para impedir o procedimento e realizaram um ato em frente à unidade. O caso ganhou repercussão nacional e aqueceu o debate sobre os casos previstos para o aborto na legislação. 

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Em sua decisão, o juiz Adriano Mariano de Oliveira, do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), entendeu que houve constrangimento moral. O padre Luiz Carlos Lodi da Cruz ainda pode recorrer da condenação.

A defesa alegou em juízo que o texto criticava o procedimento abortivo no Brasil de forma genérica e que a palavra usada foi "assassínio" e não "assassino", segundo o g1

"Apesar da liberdade de expressão, não se pode imputar a uma outra pessoa comentários ofensivos que abalem sua imagem pessoal e profissional baseados em temas polêmicos que inclusive dividem opiniões. Portanto, a liberdade de expressão e de pensamento não é direito absoluto e deve ser exercida em respeito à dignidade alheia para que não resulte em prejuízo à honra, à imagem e ao direito de intimidade da pessoa”, destacou o magistrado para basear a sentença.

Em nota, a Diocese de Anápolis disse que não vai se manifestar e reforçou que as ações do padre são de cunho individual. 

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Agência Pública - Mariama Correia, Paula Bianchi

O Conselho Tutelar do município de Igarapé-Miri, no Pará, tentou impedir o aborto legal de uma menina de 17 anos, vítima de violência sexual. Conselheiros enviaram um pedido formal ao Ministério Público do município para reconsiderar a ordem judicial de interrupção da gestação, “para que a adolescente leve mais adiante a gravidez, até completar cerca de 7 ou 8 meses, para que o serviço de saúde realize a cesária e destine a criança recém-nascida para adoção.”

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O documento, obtido com exclusividade pela Agência Pública, foi enviado ao MP em 11 de março. Ele é assinado pelos conselheiros Elienai Silva Quaresma e Ana Alice da S. Santiago e por outras duas pessoas, cujas assinaturas estão ilegíveis. Elienai faz apresentações como cantor e palestrante em igrejas evangélicas. 

De acordo com os documentos anexados ao processo que autorizou o procedimento, a menina teria sido abusada pelo próprio pai, pelo padrasto e por vizinhos. Um laudo psiquiátrico da secretaria de Saúde do município informa que ela tem “déficit intelectual e cognitivo” e “não apresenta condições de expressar sua vontade”.

Em 20 de janeiro, o Ministério Público do Pará encaminhou uma petição à Justiça para autorizar o aborto legal. Na época, a adolescente estava com 18 semanas de gestação. O juiz Arnaldo José Pedrosa Gomes emitiu a decisão autorizando o procedimento, “em caráter de urgência”, em 8 de março de 2023.

Mesmo diante da ordem judicial, o Hospital Santa Casa do Pará negou o atendimento. Um documento assinado por representantes da unidade de saúde, no dia 13 de março, justificou a negativa com base na idade gestacional, que a essa altura já era de 27 semanas. 

“A princípio, a Santa Casa disse que não teria a técnica necessária para fazer o procedimento nessa altura da gravidez. Nesses casos, o hospital precisa encaminhar a paciente para o serviço de referência, mas o encaminhamento não foi feito”, explica o promotor do Ministério Público do Pará (MPPA) Emerio Mendes da Costa. 

Nesta quinta-feira (16), a Santa Casa respondeu o questionamento da reportagem sobre a negativa do atendimento, confirmando que a adolescente havia sido internada para a realização do aborto legal. Em e-mail enviado na tarde da quinta-feira (16), a Santa Casa do Pará informou que a paciente já estava internada na Santa Casa para realização do aborto. Até a publicação desta reportagem, contudo, a unidade de saúde não havia confirmado se o procedimento tinha sido realizado, nem o estado de saúde da menina.

A Assessoria de Imprensa da Santa Casa afirmou que não houve negativa da realização do procedimento, “mas sim a solicitação da presença de um responsável, por se tratar de uma menor e com deficiência”. O documento da Santa Casa, ao qual a reportagem teve acesso, confirma a negativa pela idade gestacional e não menciona solicitação de presença de responsáveis.

A adolescente estava abrigada cautelarmente, desde dezembro do ano passado, por determinação de medida protetiva. O MPPA tentou intimar o pai da menina para depoimento, mas ele não foi encontrado. Além de ser abusada pelo próprio pai, a apuração do MPPA registrou que a menina sofria maus tratos e negligência por parte de outros familiares, como a mãe e a avó materna. 

Os documentos obtidos pela reportagem mostram que o conselho tutelar do município onde a adolescente reside, no interior do estado, tinha sido informado sobre os abusos em agosto do ano passado. A adolescente relatou as situações de abuso na escola.

Em setembro, a avó da adolescente chegou a comparecer à escola, mas negou que ela estivesse sendo vítima de violência. Em 21 de dezembro, ela entrou em um espaço de acolhimento e iniciou acompanhamento psicossocial no CREAS. 

De acordo com a ginecologista e obstetra Helena Paro, coordenadora do Núcleo de Atenção Integral a Vítimas de Agressão Sexual do HCU da Universidade Federal de Uberlândia (MG), a realização do procedimento nesta idade gestacional é mais segura do que um parto. “Temos tecnologia e medicamentos para realizar o aborto com segurança para a menina, mulher ou pessoa gestante”, afirma.

Segundo Paro, em casos como esse, caso não tenha como realizar o procedimento, é obrigação do hospital encaminhar a paciente para um serviço que o realize o mais rápido possível. Hoje apenas entre 6 e 8 hospitais no país realizam o abortamento nessa idade gestacional. Ela defende a necessidade do Ministério da Saúde mapear os serviços que realizam esse tipo de procedimento e a criação um sistema de regulação nacional para que os centros de atendimento não tenham que ficar procurando qual o serviço mais próximo. 

A interrupção da gravidez é permitida no Brasil em casos de violência sexual, risco de vida da mulher gestante ou no caso de o feto ser anencéfalo. O Código Penal brasileiro prevê o crime de estupro de vulnerável em casos de pessoas com enfermidades ou deficiência mental, que não tenham discernimento para a prática de ato sexual.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, nessa terça-feira (14), que médicos não podem denunciar pacientes por abortos clandestinos.

No Brasil, o aborto legal é permitido apenas em casos exepcionais, como de violência sexual e se a gestação oferecer risco à vida da mãe, até a 20.ª semana de gestação.

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Os ministros da Sexta Turma concluíram que os médicos precisam respeitar o sigilo profissional.

Relator do caso, o ministro Sebastião Reis Júnior disse que o médico é 'confidente necessário' e, por isso, está 'proibido de revelar segredo de que tem conhecimento em razão da profissão intelectual, bem como de depor sobre o fato'.

A decisão inédita foi tomada na análise de um processo de Minas Gerais.

O caso aconteceu em 2014. A mulher estava grávida de 16 semanas e teria tomado um remédio abortivo. Ela precisou ser internada e o médico responsável denunciou o caso à Polícia. Ele compartilhou o prontuário da paciente, para comprovar as acusações, e serviu como testemunha no processo.

O STJ trancou a ação penal contra a mulher por considerar que as provas reunidas no processo são ilícitas.

"A instauração do inquérito policial decorreu de provocação da autoridade policial por parte do próprio médico, que, além de ter sido indevidamente arrolado como testemunha, encaminhou o prontuário médico da paciente para a comprovação das afirmações; encontra-se contaminada a ação penal pelos elementos de informação coletados de forma ilícita, sendo, portanto, nulos", escreveu o relator.

A Polícia Civil prendeu em flagrante nesta quinta-feira, dia 2, uma médica cirurgiã por ocultação de cadáver em um condomínio no Jardim Paraíso, em Barueri, cidade da região metropolitana de São Paulo. Ela pagou fiança e responderá em liberdade. No local, foram encontrados restos mortais de um feto dentro de um recipiente preto com tampa transparente, de acordo com informações da Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP).

Após receberem uma denúncia, policiais foram até a residência da médica, onde encontraram o feto enrolado em panos ensanguentados dentro da embalagem plástica guardada no quarto da profissional. "A ocorrência foi registrada pela Delegacia de Barueri como aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento e ocultação de cadáver. A autora pagou fiança e responderá em liberdade", disse ainda a Secretaria da Segurança Pública do Estado. O valor estipulado não foi informado.

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A defesa da médica não foi localizada pela reportagem.

Durante entrevista à revista Glamour UK, Paris Hilton abriu o coração sobre abusos sexuais sofridos na época da adolescência e a decisão de realizar um aborto quando tinha 20 anos de idade. A famosa falou sobre dois incidentes que ocorreram quando tinha 15 anos de idade e um deles envolvia um professor.

- Eu era uma garota tão jovem e fui manipulada por meu professor. Ele se aproveitou de uma jovem e isso foi algo que eu bloqueei também, não me lembrava disso até anos depois. Ele me ligava o tempo todo, apenas flertando comigo, tentando colocar em minha mente que eu era uma mulher madura.

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Uma noite, ele a atraiu para seu caro e se assustou quando viu que os pais de Paris estavam se aproximando.

- Nós apenas nos beijamos, mas se meus pais não tivessem vindo, imagine o que ele teria tentado fazer? Nós literalmente dirigimos por Bel Air a cerca de 160 quilômetros por hora. Estávamos indo tão rápido e de alguma forma nos afastamos deles por um sinal vermelho. Ele estava enlouquecendo e me levou de volta para casa em Bel Air, onde ele disse: Saia.

Hilton chegou em casa antes de seus pais, correu para o quarto e fingiu estar dormindo.

- Até hoje não falei sobre isso com minha família. Eu nunca contei a ninguém. Eu não sei o que era, eu apenas me senti tão envergonhada por toda a situação – desde o começo em uma idade tão jovem e realmente ficou comigo de uma maneira estranha.

Após o ocorrido, a artista se mudou para a casa da avó materna em Palm Springs e voltava para Los Angeles nos fins de semana para ver os amigos e passear no shopping Century City.

- Nós íamos lá quase todo fim de semana. Essa era a nossa coisa favorita a fazer e esses caras [mais velhos] sempre ficavam nas lojas… conversávamos com eles, dávamos nossos números de bipe [pager]. E então, um dia, eles nos convidaram para ir à casa deles e estamos bebendo esses refrigeradores de vinho de frutas silvestres. Eu não bebia nem nada naquela época, mas quando tomei talvez um ou dois goles, imediatamente comecei a me sentir tonta. Não sei o que ele colocou lá dentro, presumo que tenha sido Rohypnol [medicamento para insônia].

A famosa conta que, ao acordar algumas horas depois, descobriu que sua amiga já havia ido embora e algo errado devia ter acontecido.

- Eu lembrei. Eu tenho visões dele em cima de mim, cobrindo minha boca, dizendo: Você está sonhando, você está sonhando. E sussurrando isso no meu ouvido.

Paris ainda falou sobre a decisão de interromper uma gravidez quando tinha 20 anos de idade.

- Isso também era algo sobre o qual eu não queria falar porque havia muita vergonha em torno disso. Eu era uma criança e não estava pronta para isso.

E ressaltou a importância de leis que permitem o aborto.

- Acho que é importante. Há tanta política em torno disso e tudo mais, mas é o corpo de uma mulher… Por que deveria haver uma lei baseada nisso? É o seu corpo, sua escolha e eu realmente acredito nisso. É impressionante para mim que eles estão fazendo leis sobre o que você faz com sua saúde reprodutiva, porque se fosse o contrário com os caras, não seria assim.

Dez deputados de direita se reuniram para lançar a Frente em Defesa da Família na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Os trabalhos serão coordenados pelo pastor Cleiton Collins (PP), que foi responsável pela definição dos nomes da composição. 

Um dos integrantes é o deputado Joel da Harpa (PP), que explicou à reportagem que a nova Frente vai tratar a família "como um princípio" e discutir sobre seu papel na formação do ser. "Tudo começa na família. Esse debate vai desde a questão da infância, da formação da criança, da figura do pai e da mãe no seio da família, na formação do adolescente e o exemplo para com os filhos dentro de casa", comentou. 

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O debate vai girar em torno do conceito de família tradicional e discutir até o onde o Estado pode interferir em questões como aborto e sexualidade. Outro objetivo é  propor políticas públicas voltadas ao fortalecimento da família, descrita pelo deputado como a célula-mãe da sociedade. 

A criação da frente passou pelo pastor Cleiton Collins, responsável por convidar os colegas da Alepe. Entretanto, além do bloco se restringir a representantes da direita, a falta de quadros femininos também chama atenção. A reportagem tentou confirmar com o coordenador se deputadas e deputados da esquerda também foram convidadas, mas obteve retorno até a publicação. Segundo publicação do site da Alepe, o deputado João Paulo (PT) entregou um ofício no último dia 15, quando foi instalada a Frente, para passar a integrar o grupo, mas a publicação no Instagram oficial da Casa não mostra o petista como um dos membros.

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A Frente em Defesa da Família foi lançada com o número mínimo de componentes e, de acordo com Joel da Harpa, está aberta a receber deputadas interessadas nas discussões. "Eu não sei se no decorrer dos trabalhos alguma mulher vai integrar a frente, mas independente da participação direta de uma mulher, a gente não vai fugir desse debate dentro das audiências públicas e das reuniões nós vamos trazer outras mulheres da sociedade organizada, de ONGs, mulheres e igreja e profissionais", assegurou o deputado. 

Conforme a atual conjuntura, além das participações de Cleiton Collins (PP) e Joel da Harpa (PL), o início dos trabalhos será tocado pelos deputados: 

Abimael Santos (PL);

Adalto Santos (PP);

Jeferson Timoteo (PP); 

Kaio Maniçoba (PP);

Júnior Tércio (PP);

Renato Antunes (PL); 

Romero Sales Filho (UB);

William Brigido (Republicanos). 

Policiais da Delegacia de Juína, na região noroeste do estado, prenderam nesta sexta-feira (27) um homem de 32 anos pelo crime de estupro de vulnerável cometido contra a própria filha.

O agressor sexual teve a prisão preventiva decretada pela Justiça após a investigação conduzida pela Delegacia de Juína apurar que ele cometeu abusos sexuais contra a filha, de 12 anos, e ainda a induziu a ingerir um abortivo caseiro.

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Em outubro do ano passado, a Polícia Civil recebeu a comunicação do Conselho Tutelar do município sobre o crime cometido contra a criança, que foi atendida por uma profissional da Diretoria Regional de Educação. O laudo emitido apontava que a menina havia sofrido os abusos em diversas ocasiões, quando o pai se aproveitava que a mãe estava fora da residência. Ele mandava a criança ir para um quarto e tirar a roupa e ainda dizia que ‘aquilo’ estava acontecendo por ‘culpa’ da vítima.

A criança relatou durante a escuta especializada que escondeu os abusos por receio do pai ir preso e não ter quem cuidasse dela e dos irmãos. A vítima contou ainda que, em certa ocasião, sentiu dores abdominais e o pai comprou um abortivo caseiro e a fez tomar, com medo de que fosse uma gravidez. Ele, inclusive, ainda disse que a filha estaria grávida de um menor de idade.

A menina contou ainda que quando tinha tinha cinco anos de idade também sofreu abusos do avô paterno, que a acariciou intimamente, dizendo à menor para que não contasse a ninguém. O laudo apontou que a vítima ficou emocionalmente abalada com o crime e faz acompanhamento psicológico.

O laudo pericial requisitado pelo delegado Jean Andrade comprovou que houve conjunção carnal.

Com a investigação instaurada, o delegado representou pela prisão preventiva do pai da vítima, que foi cumprida nesta sexta-feira. Ele foi encaminhado ao Centro de Detenção de Juína.

Da assessoria.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e sua vice, Kamala Harris, prometeram neste domingo lutar pelo direito ao aborto, na data em que se completam 50 anos da sentença da Suprema Corte que garantiu esse direito até a sua revogação, meses atrás.

A luta pelo direito ao aborto não terminou, disse Biden cinco décadas após a decisão histórica da Suprema Corte, medida revertida pelo mesmo tribunal em junho passado. "Hoje deveria ter sido o 50º aniversário de Roe v. Wade", tuitou o presidente democrata, referindo-se à decisão original.

"Ao invés disso, os funcionários republicanos do Maga (apoiadores do ex-presidente Donald Trump, com seu slogan 'Make America Great Again') travam uma guerra contra o direito das mulheres de tomar suas próprias decisões sobre sua saúde", lamentou Biden. "Não deixei de lutar para proteger os direitos reprodutivos das mulheres e nunca pararei."

Em junho passado, a mais alta corte americana pôs fim a essa jurisprudência, considerando que o direito à interrupção voluntária da gravidez não estava protegido pela Constituição.

A Suprema Corte, à qual Trump deu uma composição muito conservadora, permitiu assim que cerca de vinte estados governados por republicanos proibissem ou restringissem severamente o acesso ao aborto.

Em seus tuítes de domingo, Biden insiste que "o direito de escolha das mulheres não é negociável" e pede ao Congresso que aprove uma legislação que utilize os termos da jurisprudência "Roe v. Wade".

Mas o presidente, de 80 anos, não tem muita chance de sucesso: A Câmara dos Representantes acaba de passar para as mãos dos republicanos, e no Senado a maioria democrata é estreita.

- 'Como se atrevem?' -

A vice-presidente americana, Kamala Harris, somou-se à reivindicação. "Como se atrevem?", vociferou durante um discurso na Flórida, ao mencionar os congressistas republicanos que querem restringir e suprimir o direito ao aborto em todo o país.

Kamala criticou "as leis elaboradas por extremistas em alguns estados, incluindo a Flórida", para restringir a interrupção voluntária da gravidez. "Não iremos recuar. Sabemos que a batalha não estará terminada enquanto não garantirmos esse direito" em um texto federal, disse a vice-presidente democrata.

A organização de planejamento familiar Planned Parenthood aponta que a maioria dos americanos é a favor do direito ao aborto, e estima que uma em cada três mulheres nos Estados Unidos vive em um estado que restringiu esse direito.

A presidente da organização, Alexis McGill Johnson, estimou que "o que acontece com as pacientes e a equipe médica é terrível, mas também impulsiona o nosso movimento. Estaremos lá e lutaremos. Todos os dias."

A Casa Branca prometeu hoje proteger o acesso às pílulas à base de mifepristona, que permitem interromper a gravidez nas primeiras semanas. Também neste domingo, várias manifestações foram realizadas no país para lembrar a sentença Roe vs. Wade.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nesta quarta-feira (18) nota na qual reprova com o que caracteriza como "iniciativas que sinalizem para a flexibilização do aborto". No texto, cita a saída do Brasil da Convenção de Genebra, acordo antiaborto encabeçado pelos ex-presidentes americano Donald Trump e brasileiro Jair Bolsonaro. A entidade também critica revogação, pelo governo Lula, de portaria que dificultava acesso ao aborto legal.

"A hora pede sensatez e equilíbrio para a efetiva busca da paz. É preciso lembrar que qualquer atentado contra a vida é também uma agressão ao Estado Democrático de Direito e configura ataques à dignidade e ao bem-estar social", diz a nota.

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O desligamento do Brasil da Declaração do Consenso de Genebra sobre Saúde da Mulher e Fortalecimento da Família foi anunciado na terça-feira (17) pelo governo federal. A gestão de Luiz Inácio Lula da Silva justificou que o acordo contém "entendimento limitativo dos direitos sexuais e reprodutivos e do conceito de família e pode comprometer a plena implementação da legislação nacional sobre a matéria, incluídos os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS)".

Após o americano Joe Biden assumir a Casa Branca, em janeiro de 2021, os EUA também saíram desse grupo. Egito e Hungria, outros países de governos conservadores, também fazem parte da Declaração do Consenso de Genebra sobre Saúde da Mulher e Fortalecimento da Família.

Já a portaria a qual o CNBB se refere foi revogada na segunda-feira (16)junto a outras medidas que, conforme o Ministério da Saúde, "contrariam os preceitos básicos do SUS". A regra criada durante a gestão Bolsonaro estabelecia uma série de etapas, documentos e declarações para que mulheres vítimas de violência sexual realizassem o aborto legal.

Tanto o acordo quanto a portaria revogada eram criticados por ativistas e especialistas em saúde reprodutiva e da mulher. Para esses grupos, ambos desconsideravam o preceito de universalidade do SUS e desprezavam o direito ao aborto legal. No Brasil, o procedimento é permitido quando a gravidez causa de risco à vida da gestante, resulta de violência sexual ou em casos de anencefalia fetal.

O projeto de Lei PL 478/2007, conhecido popularmente como Estatuto do Nascituro, voltará a ser discutido nesta quarta-feira, 14, na Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher (CMulher) da Câmara dos Deputados. O texto, em tramitação na Casa desde 2007, prevê que o nascituro, sinônimo para feto, tenha "direito à vida, à integridade física, à honra, à imagem e todos os demais direitos da personalidade" a partir do momento em que é concebido. Na prática, a medida pode passar a proibir o aborto no País até mesmo nos casos hoje legalizados.

Atualmente, existem apenas três situações nas quais é permitido interromper a gravidez no Brasil: casos de estupro, fetos anencéfalos (sem cérebro) e quando há risco de morte da mãe durante a gestação ou nascimento. Uma possível aprovação do Estatuto do Nascituro faria com que essas três situações fossem revogadas.

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Além de inviabilizar as atuais formas de realizar um aborto legal, o texto criminaliza também a prática como um todo. "Nenhum nascituro será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, sendo punido, na forma da lei, qualquer atentado, por ação ou omissão, à expectativa dos seus direitos", diz o documento.

A criminalização de aborto em casos de estupro é citada no artigo 13 do texto, que complementa ainda que, caso o abusador seja identificado, ele será responsável por pagar uma "pensão alimentícia equivalente a um salário mínimo até que o nascituro complete dezoito anos".

A pena prevista é de um a três anos nos casos em que uma pessoa cause culposamente a morte de nascituro e de um a dois anos com multa caso seja provado que o indivíduo ingeriu substância ou objeto destinado a provocar aborto. As manifestações públicas pró-aborto também são consideradas crimes no PL e podem gerar uma detenção de 6 meses a 1 (um) ano, além de aplicação de multa.

Na última quarta-feira, 7, a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher se reuniu para ler o parecer do relator Emanuel Pinheiro Neto (MDB-MT) e votar a medida, mas, devido a um pedido de vista dos parlamentares Erika Kokay (PT-DF), Pastor Eurico (PL-PE), Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e Vivi Reis (PSOL-PA), a votação foi cancelada.

Inicialmente, o Estatuto do Nascituro foi apresentado à Câmara dos Deputados em março de 2007 pelos deputados Luiz Bassuma (PT-BA) e Miguel Martini (PHS-MG) e, desde então, a proposição tem recebido adentro de outros parlamentares.

Durante o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), o tema do aborto foi discutido entre as pautas de costumes. Desde que o atual presidente assumiu o Palácio do Planalto, em 2019, se proliferaram tentativas de apoiadores para tentar reduzir as possibilidades de aborto legal, mas não tiveram sucesso no Congresso ou no Poder Judiciário.

Levantamento feito pelo Estadão no começo de maio de 2022 mostrou que 26 propostas tentavam elevar a pena prevista para as mulheres e profissionais da saúde, barrar a venda de remédios e até facilitar a prisão.

Um homem foi preso em flagrante depois de ameaçar uma mulher a abortar o filho que eles geraram em um curto relacionamento. Os dois são de Jataí, em Goiás, e se conheceram em um aplicativo de encontros.

De acordo com a investigação, o rapaz de 21 anos se recusou a assumir a paternidade e passou a pressionar a jovem a interromper a gestação em mensagens no WhatsApp. Testemunhas relataram à Polícia Civil que ele e um primo chegaram a ir à casa da jovem na madrugada para que ela concretizasse o aborto.

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Como a vítima não cedeu à intimidação, o pai do acusado também passou a ameaçá-la por mensagens. O homem se apresentou como ex-policial militar, disse que morava no Rio de Janeiro e que iria para Jataí para resolver a situação de outro modo, segundo o inquérito.

O pai também será investigado pelo crime de ameaça, que prevê detenção de um a seis meses e multa, caso condenado.

Em nota, a Polícia Civil destacou que a violência psicológica fez a vítima desenvolver sentimentos de pânico e medo, além de sangramento uterino.

A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) publicou um vídeo nas suas redes sociais de uma discussão entre um deputado federal fundamentalista e outras deputadas acerca da votação nesta quarta-feira (30), na Comissão da Mulher, sobre o Estatuto do Nascituro. 

A petista publicou no Twitter estar na resistência “contra a investida de fundamentalistas a favor da aprovação de uma aberração chamada Estatuto do Nascituro”. De acordo com a parlamentar, se aprovado, o estatuto “pode retroceder em gravidez fruto de estupro”.

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Na discussão, que não dá para entender muito bem o que é falado, o deputado aparece gritando “vida, vida, vida”, “em nome da vida”, “abortista não tem vez”, enquanto outras mulheres protestam: “Criança não é mãe. Estuprador não é pai”. 

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O relator do Estatuto, o deputado federal Emanuel Pinheiro Neto (MDB-MT), diz, no parecer, que “se há concepção, haverá vida, desde que se permita ocorrer a sucessão natural dos eventos”. Ele afirma que, mesmo nos casos anencéfalos, há o normal desenvolvimento físico do feto. Todos os bebês nascerão e a curta duração da vida de alguém não autoriza o seu assassinato”.

Os americanos vão às urnas nesta terça (8) para renovar todos os 435 deputados - com mandato de dois anos - e 35 dos 100 senadores, além de 39 governadores e centenas de cargos locais. As eleições de meio de mandato são sempre um desafio para o presidente americano, eleito dois anos antes. E, desta vez, o roteiro será o mesmo. Os democratas devem perder a maioria na Câmara e no Senado, segundo pesquisas. Para tentar evitar um desastre maior, eles apostam em uma arma nada secreta: o aborto.

O maior problema dos democratas é a baixa popularidade do presidente. Até 26 junho, quando a Suprema Corte dos EUA devolveu aos Estados o direito de legislar sobre o aborto, a popularidade de Joe Biden estava em queda. A decisão da maioria de juízes conservadores, porém, deu aos democratas uma ponta de esperança.

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Como o voto não é obrigatório nos EUA, muitos eleitores precisam de motivação para votar. Assim, os democratas viram no aborto um tema capaz de mobilizar sua base e o assunto entrou na campanha de muitos candidatos.

Sondagens

Pesquisas indicam que 53% dos americanos reprovam o governo de Biden. Por isso, embora o aborto não seja a questão mais importante na mente dos eleitores, ela poderia ser a tábua de salvação do partido na briga por manter a maioria no Congresso.

Segundo pesquisa Gallup, de maio, 27% dos americanos só votariam em um candidato que compartilhasse suas opiniões sobre o aborto. Mas uma sondagem do Pew Research Center, depois da decisão da Suprema Corte, indicou que 57% eram contrários à decisão de deixar o tema por conta dos Estados.

"Nos EUA, onde há uma ênfase histórica na liberdade e nos limites da intromissão do governo na liberdade de religião e de expressão, é difícil defender que o Estado deve se meter em uma decisão pessoal e individual", disse a professora de política e gestão de saúde da Universidade de Michigan, Paula Lantz.

De olho nesses eleitores, os democratas investiram pesado em propaganda sobre o aborto. Eles gastaram US$ 31,9 milhões, quase oito vezes mais do que os republicanos, segundo dados da AdImpact, empresa de rastreamento de mídia.

Michigan

Em alguns Estados, como Michigan, leis do início do século 20 voltaram a vigorar desde a decisão da Suprema Corte. Apesar de a disputa pelo governo estadual estar entre duas mulheres, a democrata Gretchen Whitmer e a republicana Tudor Dixon, os eleitores também votarão em um plebiscito para decidir se a lei de 1931, que proíbe totalmente o aborto, deve ser inserida na Constituição do Estado.

O aborto só era legal no Estado porque a lei de 1931 havia perdido a validade em razão do caso Roe v Wade, decisão da Suprema Corte que tornou o aborto legal em todo o território americano, em 1973. Após a reversão, e sem uma emenda à Constituição estadual, a lei pode voltar a valer e proibir o aborto em quase todos os casos, incluindo estupro.

Jovens

O aborto pode ampliar a participação, principalmente de jovens. "Esta questão levará muitas pessoas às urnas. As previsões em Michigan indicam que haverá uma participação muito alta, tanto de republicanos quanto de democratas", disse Lantz.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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