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A 72ª edição da Mostra de Cinema de Veneza, o festival mais antigo do mundo, será inaugurada nesta quarta-feira com "Everest", de Baltasar Kormarkur, em uma edição também marcada pelo retorno ao Lido do cinema latino-americano, com o Brasil presente em seções paralelas.

A trágica história real de um grupo de montanhistas que desafiou em 1996 o pico mais alto do mundo abrirá o desfile de estrelas pelo Lido de Veneza com Jake Gyllenhaal, Keira Knightley, Josh Brolin, protagonistas da superprodução americana.

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A quarta edição dirigida pelo crítico de cinema Alberto Barbera contará com a presença na mostra oficial, pela primeira vez em vários anos, de dois filmes da América Latina, uma cinematografia que está atravessando um de seus melhores momentos.

Muitas expectativas são geradas pelo novo filme do cineasta argentino Pablo Trapero, "El Clan", seu nono longa-metragem, que chega a Veneza precedido pelo êxito surpreendente obtido em seu país.

"Tenho a expectativa de que 'El Clan' irá bem em Veneza e será recebido pelo público com o mesmo entusiasmo e a mesma emoção que sentimos aqui na Argentina", confessou Trapero, de 43 anos, em uma entrevista à AFP.

A história da família Puccio, que cometia assassinatos e extorsões na década de 80, em plenos anos da ditadura, forma parte do leque de filmes sobre violência baseados em fatos reais que neste ano serão apresentados em Veneza.

Também disputa o cobiçado Leão de Ouro o estreante venezuelano Lorenzo Vigas, com "Desde allá", obra-prima sobre um homem de 50 anos que busca jovens em Caracas para passar a noite, protagonizado pelo chileno Alfredo Castro.

Violentos e impiedosos, muitos dos filmes selecionados se concentram em histórias de ontem e de hoje, em crônicas de vingança, relatos de mafiosos e corruptos, que "superam a imaginação de qualquer roteirista", disse Barbera.

No total, 21 filmes foram selecionados para o concurso oficial, entre eles quatro produções de Estados Unidos.

Violência presente

Durante dez dias, até 12 de setembro, Veneza projetará muitas histórias de violência, sobre a guerra, os nazistas, os gangsteres.

Entre elas a biografia do famoso gângster psicopático americano, conhecido como Whitey, interpretado por Johnny Deep, que desfilará na sexta-feira pelo tapete vermelho para apresentar "Black mass", fora de concurso.

O assassinato em 1995 por parte de um extremista judeu do ex-primeiro-ministro israelense Yitzhak Rabin, recriado pelo cineasta veterano Amos Gitai em "Rabin, o último dia", também aborda um tema atual.

O nazismo e sua relação com a arte inspiraram o mestre russo Alexander Sokurov, já vencedor de um Leão de Ouro com sua versão de "Fausto", que explora com "Francofonia", rodado completamente no Louvre, a vida sob a ocupação do famoso museu parisiense.

Chegam os latino-americanos

Além dos escolhidos para a mostra oficial, a seção Horizontes, tradicionalmente a mais inovadora, apresentará "Un monstruo de mil cabezas", do mexicano Rodrigo Plá, "Bol Neon", do brasileiro Gabriel Mascaro, e "Mate-me por favor", da também brasileira Anita Rocha da Silveira.

Um mestre do cinema latino-americano, o mexicano nacionalizado espanhol Arturo Ripstein, será homenageado por seus 50 anos de carreira, enquanto o Leão de Ouro pela Carreira será recebido por outro veterano, o francês Bertrand Tavernier.

Outro latino-americano, mais jovem, mas com muito prestígio internacional, presidirá o júri, o mexicano Alfonso Cuarón, autor do premiado "Gravidade", que estará acompanhado, entre outros, pelo escritor e roteirista Emmanuel Carrere.

Quem são os jovens mais inovadores com menos de 35 anos? A revista MIT Technology Review, ligada ao Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), fez sua lista com 150 nomes. Mark Zuckerberg, cocriador do Facebook, já esteve nela, assim como Sergey Brin, do Google. O brasileiro Guilherme Lichand, de 27 anos, também cravou seu nome no ranking. Ele foi reconhecido por criar a Mgov Brasil.

A Mgov Brasil é uma consultoria que coleta informações de interesse social através de SMS e ligações de celular. Os dados são fornecidos a entidades públicas e à população. O método desenvolvido por Guilherme não exige que as pessoas tenham um smartphone para participar das pesquisas. 

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"Em países em desenvolvimento como o Brasil, mais de 90% dos lugares têm celulares, mas menos de 50% são smartphones e 76% são pré-pagos. Por isso, usamos SMS e chamadas de voz automáticas, porque isso funciona para todos os telefones e (nos permite criar) um canal de comunicação de duas vias entre governo e cidadãos”, disse Guilherme, em entrevista à BBC.

Através de ligações ou mensagens, os entrevistados podem expressar suas demandas e avaliar serviços públicos diretamente, sem intermediários. O primeiro projeto da Mgov foi analisar a eficácia do Leite Potiguar, programa social do Rio Grande do Norte que distribui leite todos os dias a 150 mil famílias no estado. Em três semanas, foi possível descobrir que 60% dos entrevistados tinham quantidade suficiente do produto em casa e acabavam revendendo o que recebiam como forma de complementar a renda.

Após receber a análise da Mgov, o governo do Rio Grande do Norte reestruturou, em 2013, o programa e os municípios ficaram encarregados da entrega do leite aos destinatários. Tal medida ajudou a ampliar a distribuição para um maior número de famílias necessitadas. 

Guilherme afirma que apenas em 2014, a Mgov Brasil impactou positivamente a vida de mais de 1,6 milhões de brasileiros, fornecendo insumos vitais para o desenho de políticas de maior qualidade e iniciativas de impacto social. Para este ano, a empresa tem a meta de concluir dez projetos, sendo um deles em parceria com a prefeitura de Boston (EUA).

Depois de dois anos, o papa Francisco volta ao seu "querido" berço sul-americano com uma aclamada mensagem de "justiça social" para os pobres, em uma viagem que se incia neste domingo em um Equador agitado por protestos e que inclui também Bolívia e Paraguai.

O primeiro papa jesuíta e latino-americano da História tem chegada prevista perto das 17H00 (hora de Brasília) no aeroporto Mariscal Sucre, 20 km ao leste de Quito.

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Francisco, de 78 anos, e que estará no Equador até a quarta-feira, oferecerá ali sua primeira mensagem à América do Sul, aonde retorna após participar, em 2013, no Brasil, da Jornada Mundial da Juventude.

A América Latina concentra a maioria do 1,2 bilhão de católicos no mundo.

"Quero ser testemunha desta alegria do Evangelho e levar a ternura e o carinho de Deus, nosso Pai, especialmente aos seus filhos mais necessitados, aos idosos, aos enfermos, aos presos, aos pobres e aos que são vítimas desta cultura do descarte", antecipou o papa antes de fazer as malas.

Em sua nona viagem ao exterior, que se estenderá até 12 de julho, Francisco passará por Equador, Bolívia e Paraguai, países de maioria católica e com um histórico de pobreza e desigualdade que castiga principalmente a população indígena.

Aproximar-se das periferias

Desde de sua eleição como líder máximo dos católicos, em março de 2013, Francisco tem mostrado especial interesse em aproximar a Igreja da periferia e da defesa do meio ambiente, como ficou demonstrado em sua mais recente encíclica, que foi muito comemorada pelos governos de Quito e La Paz.

A Igreja equatoriana espera uma "mensagem forte" do papa "para que nos posicionemos realmente em movimento junto às periferias, aos fragilizados e aos mais pobres", disse à AFP o sacerdote David de la Torre, porta-voz da Conferência Episcopal Equatoriana para a visita papal.

A passagem do sumo pontífice pelo Equador coincide com um momento de agitação política.

O presidente equatoriano, Rafael Correa, um confesso admirador de Francisco e que se descreve como um "católico humanista de esquerda", enfrenta há alguns meses protestos frequentes que exigem sua saída do poder pela rejeição à políticas de corte socialista que, segundo o governo, pretendem redistribuir a riqueza através da cobrança de impostos aos mais ricos.

O governo também se mobilizou para neutralizar o que Correa denunciou como uma tentativa de golpe.

A visita de Francisco será "uma grande oportunidade, e mais ainda com a mensagem do papa, para refletir sobre estarmos no continente mais cristão do mundo, mas ao mesmo tempo o mais desigual do mundo", disse Correa em uma entrevista publicada neste domingo.

Um Francisco de Assis com "justiça social"

Os equatorianos, que no caso de Quito decoraram suas casas e colocaram cartazes de boas-vindas, receberão pela segunda vez um papa depois da visita, em 1985, de João Paulo II. Na época, 94% da população se considerava católica, frente aos 80% que hoje afirmam seguir essa religião entre os 16 milhões de habitantes do país.

Este recuo foi em grande parte associado ao avanço das igrejas evangélicas, que conseguiram atrair milhares de indígenas andinos desencantados pela falta de atenção da hierarquia católica.

Francisco celebrará duas missas campais, uma em Guayaquil (sudoeste) nesta segunda-feira e a outra em Quito na terça-feira, à qual se espera que assistam três milhões de fiéis, incluindo milhares de colombianos e peruanos que cruzaram as fronteiras para vê-lo.

"Adoro a pregação do papa. Sou uma das que mais admira São Francisco de Assis e adoro porque faz tudo igual: a humildade, o amor, a visão de que a água seja sua irmã, que os pássaros sejam seus irmãos, que os cachorrinhos também", disse à AFP María Criollo, uma dona de casa de 44 anos ao entrar em uma igreja de Quito.

Criollo, que se orgulha de seu neto levar o mesmo nome de Francisco, pretende dormir na segunda-feira no parque Bicentenário de Quito e assegurar um bom lugar para escutar a mensagem papal. Em Guayaquil, também foi organizada uma vigília no parque de Los Samanes, onde acontecerá a missa a céu aberto.

Na sexta-feira, o secretário de Estado da Santa Sé, cardeal Pietro Parolin, antecipou que durante sua viagem, o papa defenderá um desenvolvimento com "justiça social".

"Fará um convite para cuidar da Criação" e convidará os latino-americanos a buscar um desenvolvimento com "justiça social", visando a construir um mundo "que leve em conta os pobres", assegurou Parolin em uma entrevista à televisão do Vaticano.

A 5ª edição do Ranking QS de Universidades da América Latina foi divulgado nesta semana e colocou a Universidade de São Paulo (USP) no topo da lista. A relação é gerada a partir de vários indicadores, entre eles avaliação da reputação da instituição de ensino através de pesquisas globais com acadêmicos e empregadores.

A segunda colocação do Ranking ficou com outra instituição de ensino brasileira, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A Pontificia Universidad Católica de Chile (UC), que esteve na liderança da relação nos últimos anos, desceu para a terceira posição. Confira a lista completa:

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1 - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP)

2 - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS (UNICAMP)

3 - PONTIFICIA UNIVERSIDAD CATÓLICA DE CHILE

4 - UNIVERSIDAD DE CHILE

5 - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO (UFRJ)

6 - UNIVERSIDAD NACIONAL AUTÓNOMA DE MÉXICO (UNAM)

7 - UNIVERSIDAD DE LOS ANDES COLOMBIA

8 - UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA "JÚLIO DE MESQUITA FILHO"  (UNESP)

9 - TECNOLÓGICO DE MONTERREY

10 - UNIVERSIDADE DE BRASILIA (UNB)

Ao todo, 20 países possuem instituições de ensino na lista. O Brasil é o líder com 79 unidades. Aparecem logo em seguida México (47), Colômbia (41), Argentina (36) Chile (30) e Peru (16).

A União Europeia (UE) se comprometeu a investir US$ 133 milhões nos países da América Latina e do Caribe no início do encontro de dois dias entre as lideranças das regiões.

A Comissão Europeia afirmou nesta quarta-feira que o conjunto de empréstimos, doações e outras operações financeiras busca reforçar a cooperação transatlântica.

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A ajuda financeira irá se centrar em transporte, energia e setores ambientais das nações. Fonte: Associated Press.

Agredida até a morte por uma gravidez precoce, morta a facadas por ciúmes, degolada após um divórcio: são alguns dos epitáfios de mulheres latino-americanas, com uma morte a cada 31 horas na Argentina; 15 por dia no Brasil; e quase 2.000 por ano no México.

O feminicídio envergonha a América Latina.

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Os assassinatos de mulheres na América Latina estimularam leis para evitá-los, mas o número de crimes de gênero continua alto. Além disso, as estatísticas oficiais são rarefeitas, contabilizadas sem rigor, e os sistemas judiciários costumam ser lentos quando o acusado é homem.

O tema está na ordem do dia na Argentina, devido a uma série de feminicídios recentes no país e, nesta quarta-feira, a sociedade vai às ruas na manifestação "Ni una menos".

Entre os casos mais chocantes, está o assassinato da professora de jardim de infância María Eugenia Lanzetti, de 44 anos, separada de um marido obsessivo, contra quem pesava uma ordem judicial de afastamento. María chegou a instalar um botão antipânico em seu celular.

Essas medidas não foram suficientes para evitar o pior. Na manhã de 15 de abril passado, o ex-marido de María Eugenia entrou na sala e cortou o pescoço dela na frente das crianças. A tragédia aconteceu na província de Córdoba.

Outro crime que comoveu o país foi a morte de uma adolescente de 14 anos que teria sido assassinada e enterrada pelo namorado, que a obrigou a abortar.

Esses macabros homicídios refletem "uma sociedade doente de paradigmas machistas, onde a mulher continua sendo uma 'coisa a dominar'", afirmou Fabiana Tuñez, diretora da Casa do Encontro, uma ONG dedicada ao tema.

"Frente a isso, o Estado chega tarde. Na Argentina, uma mulher morre a cada 31 horas por feminicídio", lamentou.

O objetivo da passeata "Ni una menos" é criar consciência sobre um mal que a Argentina ainda não conseguiu frear com leis, nem mesmo depois que a pena por feminicídio no país foi agravada para prisão perpétua, em 2012.

Ainda assim, a deputada Gabriela Alegre, da cidade de Buenos Aires, aplaudiu as leis para proteger as mulheres. Para ela, "o que a situação atual está demonstrando é que não se resolve com legislação, nem com penalização, mas que é preciso enfrentar uma mudança cultural e mirar na educação".

Feminicídio, ou crimes de mulheres?

As palavras "feminicídio" ou "femicídio" não existem no dicionário, mas fazem parte do Código Penal de 16 países da região.

Segundo o Observatório Cidadão Nacional sobre Feminicídio do México, seja por misoginia, seja por sexismo, mulheres são assassinadas por homens pelo simples fato de serem mulheres.

"Entre 2012 e 2013, documentamos 3.892 mulheres assassinadas em todo o país. Desses homicídios, apenas 613 foram investigados como feminicídios", relatou à AFP a coordenadora do Observatório mexicano, María de la Luz Estrada.

Diferentemente de Brasil, ou Guatemala, no México o feminicídio não está em vigor em nível nacional. Segundo a ativista, "17 estados do país tipificaram o feminicídio com tipos penais muito difíceis de acreditar", com complicados requerimentos que acabam considerando apenas os homicídios.

Números da vergonha

"Sabemos que 15 mulheres morrem por dia no Brasil apenas pelo fato de serem mulheres", lamentou a presidente Dilma Rousseff, a primeira mulher a governar o país, ao promulgar uma lei que inclui o feminicídio no Código Penal.

Dilma enfatizou que a violência de gênero "acontece em todas as classes sociais".

Sem estatísticas oficiais, a Argentina aparece, com folga, à frente de vários países da América do Sul: 277 feminicídios em 2014, um pouco menos do que os 295 registrados em 2013, segundo a ONG Casa do Encontro.

Um relatório da Comissão Econômica para a América Latina (Cepal) sobre feminicídio em 2014 aponta que 88 mulheres foram assassinadas por seus parceiros, ou ex-parceiros na Colômbia; 83, no Peru; 71, na República Dominicana; 46, em El Salvador; 25, no Uruguai; 20, no Paraguai; e 17, na Guatemala.

No Equador, foram 97 feminicídios somente no ano passado, o que corresponde a 54% das mulheres vítimas de morte violenta (179 no total). Nesse país, a pena para esse crime prevê de 22 a 26 anos de prisão.

Este ano, o Chile já registrou 16 mulheres mortas por parceiros, ou ex-parceiros. Segundo a ministra chilena da Mulher, Claudia Pascual, a fraqueza da legislação nacional reside no fato de que "permite que as denúncias sejam feitas por terceiros, mas têm de ser ratificadas pela mulher que foi vítima".

Na Costa Rica, a tendência é de baixa, mas houve 27 casos de feminicídios no ano de 2014. Lá, a pena pode chegar a 20-35 anos de prisão.

A desaceleração econômica trazida pelo fim da explosão no preço de commodities e a queda na cotação do petróleo, a multiplicação dos escândalos de corrupção, o agravamento da violência e a emergência de uma classe média com novas demandas sociais dão impulso a uma onda de mau humor que jogou no piso a aprovação de vários presidentes de América Latina, muitos dos quais enfrentam sucessivas ondas de protestos contra seus governos.

O vento a favor que permitiu a redução da pobreza ao longo da última década se reverteu, refletindo a perda de fôlego da economia mundial e o enfraquecimento da demanda chinesa por produtos como o minério de ferro brasileiro, o cobre chileno ou o níquel peruano.

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Depois das medidas de estímulo para amenizar o impacto da crise financeira de 2008, grande parte dos países latino-americanos esgotou sua capacidade de ampliar gastos e tem agora de apertar os cintos por meio de ajustes fiscais dolorosos.

A situação é agravada pelo baixo índice de crescimento da região. O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que os países da América Latina e do Caribe terão expansão de apenas 0,9% em 2015, no que será o quinto ano consecutivo de redução do ritmo de alta do PIB.

"A desaceleração econômica é o denominador comum em todos os países, que experimentam aumento do desemprego e, por consequência, da insatisfação popular", disse Peter Hakim, presidente emérito do Inter-American Dialogue.

Em sua opinião, o descontentamento é agravado pelo fato de a redução do ímpeto econômico ocorrer depois de um período de forte expansão e inclusão social, que elevou expectativas e demandas da população.

Na última década, o número de integrantes da classe média na região aumentou em 50%, de acordo com o Banco Mundial. Pela primeira vez em sua história, a América Latina tem mais habitantes nessa faixa de renda do que na pobreza. Mas a desaceleração econômica e a redução da capacidade fiscal dos governos gera nesse universo o temor de voltar a cair na escala social.

Professor do Instituto de Estudos Latino-Americanos da Universidade do Texas em Austin, Raúl Madrid avaliou que a percepção das conquistas do passado é ofuscada pelas dificuldades do presente. "As expectativas aumentaram e as pessoas estão pensando sobre eventos recentes e não nos últimos dez anos."

Apesar das ansiedades e conflitos, o momento atual traz oportunidades, acredita Peter Schechter, diretor do centro para América Latina do Atlantic Council. A principal delas, em sua opinião, é o fortalecimento de uma sociedade civil que se mobiliza, apresenta demandas e exige transparência dos governos. "A corrupção não é mais aceita como antes."

Citando o exemplo do escândalo da Petrobrás no Brasil, Schechter observou que os ocupantes de cargos políticos enfrentam hoje um maior risco para sua manutenção no cargo se não investigarem irregularidades do que se as investigarem.

A grande questão é se o atual mau humor levará à rejeição dos governos de orientação de esquerda que chegaram ao poder depois da supremacia do Consenso de Washington - a receita de redução do papel do Estado e abertura da economia que prevaleceu nos anos 90.

Madrid, da Universidade do Texas, acredita que há um "cansaço" em relação a partidos que estão no poder há uma década ou mais. Como muito estão mais à esquerda no espectro ideológico, é natural que sejam mais castigados.

Harold Trinkunas, diretor do programa sobre América Latina do Brookings Institution, avalia que o ciclo econômico adverso terá consequências políticas. "A tendência é que os eleitores comecem a votar nas legendas de oposição e se afastem de partidos de esquerda populista", disse.

Mas para Hakim, do Inter-American Dialogue, uma das características do mau humor atual é a debilidade generalizada dos partidos, incluindo os que se opõem aos ocupantes do poder. "A legendas governantes estão debilitadas, mas as de oposição também", opinou. Isso ficou evidente nas manifestações contra governos realizadas em vários países da região, a maioria das quais convocadas por organizações desvinculadas de partidos políticos estabelecidos.

Apesar de todos os problemas, a América Latina está em uma situação melhor que a dos anos 80 e 90, estimou Hakim. Para ele, não há risco de a região mergulhar em uma nova "década perdida" - as mudanças realizadas na última década colocam a maioria dos países em uma melhor posição para retomar o crescimento no curto e médio prazo.

Na opinião de Schechter, esse novo ciclo exigirá reformas que levem à maior abertura e integração das economias latino-americanas ao mundo. "O continente está em um ponto de inflexão e há um desejo por mudanças." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Dia do Trabalho foi comemorado em diversos países da América Latina. Presidentes e outras autoridades do Equador, da Bolívia e Venezuela ressaltaram as conquistas sociais de seus governos e criticaram o modelo neoliberal anterior.

No Equador, o ministro do Trabalho, Carlos Marx Carrasco, ressaltou à agência pública de notícias Andes os avanços alcançados no país nos últimos anos. Melhorias dos salários, aumento de direitos para trabalhadoras grávidas e sindicalistas, ampliação da seguridade social, redução do desemprego e fim da terceirização estão entre as pautas que ele cita como nas quais o país mais avançou.

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“Não há dúvidas de que os trabalhadores equatorianos de hoje estão infinitamente melhores que os trabalhadores do período neoliberal”, afirmou o ministro. O presidente equatoriano Rafael Correa foi às ruas nesta sexta, em Quito, acompanhando trabalhadores na marcha do dia 1º de maio. 

A agência Andes, no entanto, registra que, enquanto alguns saíram às ruas para comemorar, os oposicionistas protestaram contra as políticas do governo na área trabalhista. Entre as principais queixas da oposição estão trechos da Lei de Justiça Laboral e Reconhecimento do Trabalho em Casa, que atende principalmente as mulheres. Para eles, a lei, já aprovada, trata de maneira desigual alguns setores da sociedade e retira subsídios do governo aos trabalhadores. Além disso, partidos de oposição, sindicalistas e representantes de indígenas reclamam que as reformas não têm sido suficientes.

Na Bolívia, o presidente Evo Morales fez pronunciamento cumprimentando os trabalhadores do país e assinou quatro decretos sobre questões trabalhistas. Ele ressaltou a “unidade dos trabalhadores e organizações sociais” para “livrar a Bolívia do neoliberalismo”.

“Agora, graças a uma luta do povo boliviano, essa luta contra um modelo neoliberal, contra a dominação imperialista, nos tem permitido em pouco tempo dar outra imagem à Bolívia. Que importante tem sido a união dos trabalhadores e do povo”, disse o presidente, segundo a Agência Boliviana de Informações (ABI).

Já o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, participou das comemorações do Dia do Trabalho em Havana, em Cuba. De acordo com informações da Agência Venezuelana de Notícias (AVN), os atos na capital cubana foram encabeçados pelo presidente do país, Raúl Castro, e ocorreram na Praça de La Revolución, onde houve um desfile de trabalhadores. Segundo a AVN, cerca de 2 mil pessoas participaram da celebração.

Ainda hoje, Maduro deve retornar à Venezula para presidir as comemorações em seu país. Haverá uma marcha em Caracas. Todas as agências latinoamericanas lembram que o 1º de Maio passou a ser o Dia do Trabalho depois que um grupo de trabalhadores de Chicago, nos Estados Unidos, foi às ruas da cidade em 1886 protestar por direitos como a jornada de oito horas e férias remuneradas. Na época, houve confrontos com a polícia e perseguição aos manifestantes. Alguns foram mortos e outros demitidos e presos.

As agências públicas de notícias da América Latina têm parte de seu conteúdo publicado no siteda agência latino-americana Ansur.

Mulheres que evitam a dor, médicos que ajustam seus horários e falta de fiscalização. As cesarianas aumentam de maneira desenfreada na América Latina, região onde mais se realiza esta prática em um mundo já cheio de intervenções muitas vezes desnecessárias.

A quantidade de cesáreas injustificadas estão aumentando sem nenhuma razão médica, colocando em risco desnecessário milhares de mulheres e seus bebês.

"Nós não temos nenhuma evidência para justificar esse enorme número de cesarianas", disse à AFP Bremen De Mucio, médico assessor para a América Latina em Saúde Sexual e Reprodutiva da Organização Mundial da Saúde (OMS).

De acordo com um comunicado da OMS emitido na última sexta-feira, na América Latina quase quatro em cada dez nascimentos ocorrem por cesarianas (38,9%), bem acima do recomendado há quase 40 anos pela organização: entre 10% e 15%.

Embora a região ostente o título de maior número de cesarianas, outros países como os Estados Unidos e a Espanha também produzem altas taxas de parto cirúrgico: 33% e 25%, respectivamente, segundo um relatório detalhado da OMS de 2014.

O Brasil, com 200 milhões de pessoas, tem uma média de 54% de partos feitos por cesarianas. Nos serviços privados, a cifra chega a ser maior que 80%, tornando-o o lugar do mundo onde mais se realiza o procedimento.

O contrário acontece no Haiti, onde a falta de acesso aos serviços de saúde coloca a taxa de cesarianas em 5,5%, abaixo do recomendado. Os números crescem mesmo em países com maior predominância indígena e histórico de nascimentos naturais, como a Bolívia, onde as cesarianas aumentaram de 14,6% em 2008 para 19% em 2012, e o Peru, que saltou de 15,8% para 25%.

As altas taxas de cesarianas também foram registradas na República Dominicana (44%), na Colômbia (43%), no México (39%) e no Chile (37%).

Risco oito vezes maior

O que leva os médicos e as mulheres latino-americanas a optarem pela cirurgia com um risco oito vezes maior do que um parto normal? As respostas são muitas, mas a principal está ligada a uma maior comodidade e ganho econômico para as equipes médicas.

"O aumento não tem nada a ver com uma necessidade médica, e sim com uma equipe médica que pensa mais em seu conforto do que no bem-estar das mulheres", afirma à AFP Ana Quirós, diretora do Centro de Informação e Consultoria de Serviços de Saúde da Nicarágua, país que tem uma das mais altas taxas de cesarianas na América Central, com 30%.

Mesmo em países onde o custo de um parto natural e de uma cesariana foram equiparados, o número de cirurgias continua a aumentar.

"Ainda quando o médico recebe por um parto normal o mesmo que recebe por uma cesariana, o tempo que o último leva o torna muito mais rentável para o profissional", explica De Mucio.

Um trabalho de parto pode durar até 24 horas. No mesmo período, o médico poderá agendar várias cesarianas, exemplifica.

Um novo papel das mulheres, mais ativas profissionalmente, com medo da dor do parto, mais estáveis e que têm adiado a maternidade, são outros fatores que influenciam este aumento.

"Eu escolhi ter meu filho por cesariana porque estava com medo do parto natural. Especialmente de sofrer durante longo tempo", disse à AFP a designer de interiores carioca Luana Martines, 26 anos, que acaba de ter o primeiro filho numa maternidade particular.

"Se uma amiga minha quisesse fazer cesariana, é claro que eu recomendaria", acrescenta.

O excesso de prevenção por parte de médicos e familiares para minimizar os riscos atenta também contra o número de partos vaginais. Em quase todo o mundo, a ginecologia é a especialidade médica mais acionada na justiça.

Além disso, "há uma cultura incompreendida de que pagando se tem mais atenção", diz à AFP Anita Roman, do Colégio de Doulas do Chile.

Partos humanizados

Várias tentativas de regular o número de cesarianas falharam na região, com o argumento de uma maior segurança para a mãe e o bebê.

"Sob o pretexto de segurança, muitos médicos dizem: 'não posso deixar que em minha maternidade as mulheres tenham partos após as duas da tarde, porque não fica mais nenhum especialista. Então, eu faço antes dessa hora para que não corram risco'", exemplifica De Mucio.

Na Europa, a taxa de cesarianas chega a 24%, graças a um maior estímulo ao parto natural.

Na maioria dos partos de baixo risco na Europa, por exemplo, o parto é quase exclusivamente feito por doulas, sem médicos.

Como solução, na América Latina pretende-se levantar uma segunda opinião médica para justificar cada uma das cesarianas e o fornecimento de mais informações às pacientes, para que elas avaliem os riscos.

A OMS, alarmada com o que chamou de uma "epidemia de cesarianas", pediu, pela primeira vez, que o recurso ao parto cirúrgico seja feito apenas quando "medicamente necessário".

Depois do aperto de mão para quebrar o gelo com o presidente de Cuba, Raúl Castro, na abertura da Cúpula das Américas, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, busca traçar um futuro menos conflituoso com a América Latina, uma região que há muito tempo se incomoda com a dominação de Washington.

O encontro informal na cerimônia de abertura, juntamente a mensagem surpresa enviada pelo popular Papa Francisco, define as expectativas para o diálogo entre os mais de 30 líderes regionais neste sábado (11).

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Os desafios são enormes. O título da sétima edição da cúpulo é "Prosperidade com Igualdade", um tema abordado em uma carta do argentino pontífice lembrando os líderes da região que a pobreza não tem caído tão rápido quanto o crescimento das economias na última década. Fonte: Associated Press

A presidente Dilma Rousseff defendeu nesta sexta-feira (10), no Panamá, a ampliação da internet de banda larga para toda a população latino-americana como uma ferramenta a serviço da educação e da transparência na gestão pública.

"A internet provocou uma revolução comparada à da energia elétrica, tem a capacidade de afetar todas as atividades. Um desafio é estender a banda larga a toda a população em todos os países latino-americanos”, disse Dilma em um fórum empresarial do qual participou juntamente com colegas dos Estados Unidos, do México, e do Panamá.

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Dilma qualificou a conectividade pela internet como um instrumento de inclusão social que requer investimentos em infraestrutura através de associações entre os setores público e privado. O fórum, celebrado no âmbito da VII Cúpula das Américas, no Panamá, foi realizado pouco antes de a presidente se encontrar com o cofundador do Facebook, Mark Zuckerberg, que promove uma iniciativa para promover o acesso gratuito à internet para setores atualmente sem conexão.

"A internet pode cumprir a função de estender a educação e melhorar sua eficiência, com acesso a melhores práticas educativas, melhores conteúdos e softwares que permitem combinar o ensino presencial com o ensino pela internet", acrescentou Dilma.

Ela lembrou que nos últimos anos o Brasil promoveu a legislação do Marco Civil da Internet, que garante a neutralidade da rede e a plena liberdade de expressão. No âmbito governamental, Dilma citou a criação do Portal da Transparência, no qual todas as informações sobre gastos públicos estão disponíveis para qualquer usuário.

"Nossa capacidade de prestar contas e de garantir transparência e a efetiva destinação de dinheiro público, junto com o combate sistemático à corrupção, garante mais eficiência ao sistema público", disse Dilma.

O Galaxy S6 da Samsung começa a ser vendido nesta sexta-feira (10) em vários países da Europa, América do Norte e Ásia, além do Chile. A esperada venda coincide com o lançamento dos primeiros estoques do relógio inteligente da Apple, arquirrival da fabricante sul-coreana.

Cerca de cinco anos depois da chegada do primeiro Galaxy S, o S6 e o S6 Edge, são simultaneamente postos à venda em mercados considerados estratégicos, incluindo França, Alemanha e Austrália.

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Na América Latina, o Chile será o primeiro país onde estará disponível, semanas antes do início das vendas em países como México, Colômbia e Peru. A Samsung, que recuperou a liderança mundial de "smartphones" no segundo semestre de 2011, está desde o quarto trimestre de 2014 em acirrada disputa com a Apple pela primeira posição no mercado.

A Samsung pavimentou seu êxito sobre uma reputação de elegância e bom desempenho de seus produtos, mas o S5, lançado no ano passado, decepcionou por suas modestas inovações. O iPhone 6, por outro lado, foi um sucesso de vendas.

Segundo as críticas muito positivas das revistas e dos sites especializados, o Galaxy S6 parece recuperar o "espírito Samsung", por seu design e também por suas características técnicas: revestimento de metal temperado, tela de alta definição "super AMOLED" de 5,1 polegadas, e até 128 Go de armazenamentos de dados, entre outros atrativos.

Em Seul, Joo Seung-Bin foi um dos primeiros nesta sexta-feira (10) pela manhã a entrar na fila para comprar um S6. "Não é barato, mas não sou desses que muda de telefone todo ano. Tem um super design", explica este jovem de 23 anos, que teve que desembolsar 850.000 wons (730 euros ou USD 785). O S6 Edge é vendido a 979.000 wons (840 euros, USD 900).

O S6 e o S6 Edge -com plataforma Android- são equipados com uma bateria recarregável com um "dock" (uma base) sem fio. Bastam 10 minutos para ter 4 horas de autonomia suplementar.

Apple Watch chega a Tóquio

A Samsung está convencida de ter encontrado resposta para o popular iPhone 6, que deu à Apple históricos lucros no quarto trimestre, alcançando a sul-coreana que viu sua fatia de mercado reduzida de 30% no final de 2013 para cerca de 20% no final de 2014.

Lee Sang-Chul, número dois da divisão móvel da Samsung, afirmou nesta quinta-feira que o "S6 terá vendas recordes para um Galaxy".

A Samsung revela poucas vezes os seus dados de venda, mas o S4 -lançado em 2013- é até o momento o smartphone mais vendido do grupo, com 70 milhões de unidades colocadas no mercado.

Com o lançamento do S5, as vendas caíram em 2014 e a Samsung anunciou no final de janeiro a primeira redução em três anos de seu lucro líquido anual.

A fabricante sul-coreana está entre a cruz da Apple, que domina a alta gama de smartphones, e a espada dos fabricantes chinos como Lenovo, Xiaomi e Huawei, cujos produtos são mais baratos e cada vez melhores tecnicamente.

A Apple lança nesta sexta-feira (10) o aguardado Apple Watch, um relógio inteligente disponível mediante reserva prévia duas semanas antes de sua comercialização.

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Apple Watch esgota nos primeiros minutos de pré-venda

As primeiras encomendas foram feitas no Japão a poucas do lançamento mundial via internet, às 07H01 GMT.

Este relógio conectado estará disponível no dia 24 de abril em nove países (Austrália, Canadá, China, França, Alemanha, Hong Kong, Japão, Reino Unido e Estados Unidos), ao preço de 349 dólares (EUR 399) para o modelo básico (Apple Watch Sport), e mais de 10.000 dólares para uma versão em ouro.

O Apple Watch, primeiro novo produto apresentado por Apple desde o iPad em 2010, permitirá a seu proprietário escutar música, receber SMS e também receber e fazer chamadas telefônicas.

O Twitter anunciou nesta quarta-feira (8) que o escritório da empresa localizado em São Paulo agora será responsável também por supervisionar toda a América Latina. O atual diretor no País, Guilherme Ribenboim, assumirá a nova posição de vice-presidente para a região.

Ribenboim possui empresas como a Yahoo! em seu currículo, onde trabalhou por 12 anos e chegou ao posto de vice-presidente da América Latina. Em 2011, passou a integrar a equipe do site de compras coletivas ClickOn, desta vez como presidente-executivo. Em 2012, ingressou na rede social de 140 caracteres.

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De acordo com o Twitter, a América Latina reúne alguns dos países mais importantes para o microblog. Além do Brasil, a Colômbia também assume a lista das 20 maiores audiências da rede social. 

Bogotá é a cidade latino-americana onde mais se anda de bicicleta e a que conta com mais quilômetros de ciclovias - revelou o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), no âmbito do IV Fórum Mundial da Bicicleta (FMB), realizado na cidade colombiana de Medellín.

Rio de Janeiro aparece em terceiro lugar.

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Com 611.472 viagens de bicicleta por dia e 392 quilômetros de ciclovias (dos 2.513 quilômetros da América Latina), Bogotá é "uma das cidades que melhor funciona na região nesse sentido", disse o coordenador de Cidades Emergentes e Sustentáveis do BID, Horacio Terraza.

Segundo o estudo do BID "Ciclo-inclusão na América Latina e no Caribe", apresentado por Terraza no FMB, em Medellín (noroeste), 5% dos deslocamentos da população em Bogotá são feitos de bicicleta. Isso equivale a mais de oito milhões de habitantes.

Santiago é a segunda cidade na sub-região com mais deslocamentos diários de bicicleta (510.569), seguida do Rio de Janeiro (217.000).

O BID informou que apenas 38 das 56 cidades consultadas repassaram dados sobre a mobilização de bicicleta.

"Esses resultados demonstram a pouca informação que existe na região sobre o tema", acrescentou a organização.

O FMB vai até domingo. O evento nasceu em Porto Alegre, depois que um automóvel atropelou 20 ciclistas em 2011.

A pobreza atingiu 167 milhões de pessoas na América Latina em 2014, o equivalente a 28% da população latino-americana. Destes, 71 milhões, ou 12% dos habitantes da região, estão na extrema pobreza, de acordo com estimativas do Panorama Social da América Latina 2014, divulgadas nesta segunda-feira (26) pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).

O relatório mostra que a situação da pobreza na região vem se mantendo estável desde 2012, quando afetou 28,1% da população. Em 2013, o índice também foi 28,1%. Já a extrema pobreza na América Latina aumentou de 11,7%, em 2013, para 12%, em 2014. Segundo a secretária executiva da Cepal, Alicia Bárcena, a alta dos preços dos alimentos e a desaceleração econômica da região são alguns dos fatores para essa estagnação. “A pobreza persiste sendo um fenômeno estrutural e, desde 2012, a redução da pobreza estancou-se.”

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Para Alicia, a recuperação da crise financeira internacional “não parece ter sido aproveitada suficientemente para o fortalecimento de políticas de proteção social que diminuam a vulnerabilidade diante dos ciclos econômicos.” Segundo ela, em um cenário de possível redução dos recursos fiscais disponíveis na região, são necessários mais esforços para assegurar as políticas sociais.

No Brasil, de acordo com o organismo regional, a pobreza caiu de 18,6% da população, em 2012, para 18%, em 2013. Já a extrema pobreza aumentou: de 5,4% para 5,9%. Segundo o diretor do escritório da Cepal no Brasil, Carlos Mussi, dos cerca de 34 milhões de brasileiros que estão na pobreza, 11 milhões estão em situação de extrema pobreza.

“O aumento dos preços dos alimentos tem impacto forte na indigência no Brasil e na América Latina. Ainda que o mercado de trabalho brasileiro tenha seu dinamismo, este vem diminuindo”, disse Mussi.

Para Alicia, o desempenho brasileiro vai depender muito “da intensidade e da duração do ajuste fiscal”.  “Até o momento, a Cepal não detectou redução no mercado laboral, mas pode ser que [o ajuste] tenha algum impacto no mercado de trabalho”. Para ela, a retomada do crescimento, a manutenção do investimento e das políticas anticíclicas e a geração de emprego são importantes para a redução da pobreza.

O relatório ainda recomenda o “desenho de uma nova geração de políticas sociais associadas ao investimento com instrumentos e mecanismos que aumentem sua eficácia, eficiência, impacto e sustentabilidade”, e um foco maior nos jovens e nas mulheres.

A organização encabeçada pelo fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, lançou na Colômbia o aplicativo Internet.org. A iniciativa dá aos usuários acesso ilimitado e gratuito a serviços básicos, entre eles o Facebook, Wikipédia e à página da Unicef. No total, 16 sites podem ser acessados através da ferramenta.

Esta é a primeira vez que o app Internet.org está disponível na América Latina. Além disso, está é a única versão do software a incluir os serviços do governo nas áreas de educação, saúde, comunicação, emprego, finanças e informação local.

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A iniciativa foi lançada pelo Facebook em agosto de 2013 com o propósito de conectar 5,4 bilhões de pessoas em todo o mundo que ainda não possuem acesso. A organização possui parceiros como Samsung, Nokia e Qualcomm.

A Activision anunciou, nesta sexta-feira (9), que a terceira edição do campeonato mundial de Call of Duty dará U$ 1 milhão (cerca de R$ 2,7 milhões) a equipe vencedora. Os 32 melhores times irão disputar o prêmio durante os dias 27 e 29 de março, em Los Angeles, nos Estados Unidos. A grande final será transmitida ao vivo pela Xbox Live e outros parceiros pelo mundo, em tempo real.

Cinco continentes, dentre eles Ásia, Austrália, América do Norte, América do Sul e Europa irão competir pelo seu lugar na história de Call of Duty nas classificatórias para o mundial.

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A classificação para Call of Duty Championship será decidida por uma competição online jogada no Xbox One, da Microsoft e transmitida pela MLG.tv, com as finais regionais acontecendo entre fevereiro e início de março na Australia, Brasil, Reino Unido e Estados Unidos.

Detalhes como inscrições, regulamento completo, mapas e modos do torneio, distribuição do prêmio e acomodações de viagem podem ser encontrados através deste link.

Dezenove jornalistas foram assassinados na América Latina em 2014, um "ano sombrio" para a imprensa na região - declarou nesta terça-feira o presidente da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, na sigla em espanhol), o peruano Gustavo Mohme.

As mortes aconteceram no Brasil, Colômbia, El Salvador, Honduras, México, Paraguai e no Peru, afirmou Mohme, em uma mensagem de fim de ano.

"Às suas famílias, não expressamos apenas condolências e solidariedade, mas também nosso compromisso de que redobraremos esforços para que encontrem justiça e faremos o que estiver ao nosso alcance para evitar que outros jornalistas tenham a mesma sorte", acrescentou o diretor do jornal "La República", de Lima.

As mortes revelam "a falta de segurança e os altos níveis de risco que os jornalistas enfrentam no interior dos países, especialmente onde as comunidades estão mais expostas aos corruptos e ao crime organizado", lamentou.

Frágeis instituições democráticas acentuam o problema e geram censura, o que afeta a liberdade de expressão, completou.

A SIP afirmou que, graças ao trabalho em conjunto com a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), houve avanços na proteção de jornalistas em alguns países, como Brasil, Colômbia, Honduras, México e Peru.

"Olhamos para 2015 com otimismo e na esperança de continuar promovendo e protegendo a liberdade de imprensa e de expressão", acrescentou Mohme.

A SIP reúne os donos e editores de mídia do continente e tem sua sede em Miami.

O banco britânico HSBC anunciou que a filial da América Latina registrou lucro antes dos impostos de US$ 96 milhões no terceiro trimestre de 2014. A cifra mostra queda de 56,3% na comparação com igual período do ano passado. O diretor financeiro do grupo, Iain Mackay, explica que o resultado anual na região ainda tem influência da reestruturação dos procedimentos usados no mercado crédito adotada em 2013.

De acordo com balanço divulgado esta manhã, as receitas do banco na região caíram 8,2% na comparação anual e somaram US$ 2,11 bilhões no terceiro trimestre. Além dessa contração nas receitas, também houve aumento das despesas operacionais que cresceram 4,5% em dólar, para US$ 1,53 bilhão no período. Entre as grandes cifras, a notícia positiva foi a redução das provisões contra risco de crédito, valor que caiu 21% em um ano, para US$ 486 milhões no trimestre.

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Apesar da queda anual, o lucro do terceiro trimestre mostra aumento de 50% na comparação com os três meses anteriores, quando o banco reportou resultado antes de impostos de US$ 64 milhões. No acumulado dos nove primeiros meses de 2014, o lucro antes de impostos soma US$ 470 milhões na América Latina, queda de 31,5% na comparação com igual período de 2013.

Durante teleconferência com analistas para divulgar os dados, o diretor financeiro comentou que as cifras da região ainda refletem a reestruturação das operações de crédito do banco britânico adotadas em 2013. Essa mudança afetou especialmente o Brasil. "O principal fator (de influência no resultado) na América Latina é a reorganização das nossas operações, especialmente o portfólio do Brasil. Definitivamente, isso não é um item recorrente", disse.

Essa reestruturação afetou, por exemplo, a geração de receitas. "Na América do Norte e na América Latina, notadamente no Brasil, nós também fomos afetados pela mudança na composição das nossas carteiras para empréstimos mais seguros, o que gera retorno menor para uma proporção maior da nossa carteira", explica o balanço. "No Brasil, esse impacto foi maior que o efeito (positivo) do aumento das taxas de juros".

Essa reestruturação das operações de crédito revisou e alterou procedimentos usados nos empréstimos e financiamentos no Brasil. Uma avaliação mais conservadora do HSBC fez com que as provisões, por exemplo, crescessem US$ 242 milhões no ano passado na filial da América Latina. Essa atitude mais cautelosa foi direcionada especialmente aos empréstimos das pessoas físicas no banco de varejo e para pequenas empresas no País.

Em uma conferência regional, apoiada pelas Nações Unidas, 25 países da América Latina e do Caribe anunciaram uma iniciativa que reforça os esforços para combater o trabalho infantil e alcançar a meta de erradicação total até 2020.

O documento foi assinado na terça-feira (15) por ministros do Trabalho, representantes de governos e pelo diretor geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Guy Ryder, na 18ª Reunião Regional Americana da OIT, em Lima, no Peru. O encontro de 400 integrantes de governos e organizações de empregadores e de trabalhadores de todo o continente começou na segunda-feira e vai até quinta-feira.

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Ryder afirmou que "a iniciativa é parte de um esforço global para restaurar os direitos de 168 milhões de crianças e adolescentes afetados pelo flagelo do trabalho infantil."

De acordo com a OIT, se o progresso continuar no ritmo atual, serão necessários pelo menos 40 anos para atingir a meta de erradicação. Há 12,5 milhões de crianças no trabalho infantil na América Latina e no Caribe, sendo 9,5 milhões em trabalhos perigosos, segundo a agência.

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