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O vereador do Rio de Janeiro Gabriel Monteiro (PL) foi notificado no início da tarde desta segunda-feira, 25, a respeito do processo a que responde no Conselho de Ética da Câmara. Foi a quarta tentativa de notificação do parlamentar - nas três primeiras, ele não havia sido encontrado. Se não fosse localizado nesta segunda-feira, ele seria notificado por edital, publicado no Diário da Câmara.

Acusado de cometer estupros, assédio sexual e moral, manipulação de vídeos e de infringir direitos de uma criança que foi protagonista em um vídeo, Monteiro nega todas as denúncias. Ele recebeu e assinou o documento na sede da Câmara, no centro do Rio. Nesta terça-feira, 26, começa a ser contado o prazo de dez dias úteis para que o vereador apresente sua defesa prévia por escrito - ele tem até 9 de maio para isso.

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Apresentada a defesa ou expirado o prazo, vai começar a fase de instrução do processo, que deve se estender por 30 dias, prorrogáveis por mais 15. Finalizada a instrução, em cinco dias úteis o relator deve emitir parecer pela procedência ou pelo arquivamento da denúncia. Caso o parecer seja pela procedência, será aberto prazo de cinco dias para que o vereador apresente alegações finais. Em até cinco dias úteis, o parecer do relator será submetido ao Conselho de Ética, sendo aprovado se obtiver a maioria absoluta dos votos de seus integrantes - são sete no total. Concluída a tramitação no Conselho de Ética, com parecer favorável à denúncia, o processo será encaminhado à Mesa Diretora e incluído na Ordem do Dia.

O processo será decidido em votação aberta no plenário. Para que seja aprovada a cassação serão necessários os votos de 34 dos 51 vereadores (dois terços do total). Se a pena for de suspensão, bastará a maioria absoluta dos parlamentares.

A deputada estadual Isa Penna (PCdoB) entrou, nessa segunda-feira (25), com uma representação no Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) pedindo a cassação do deputado Delegado Olim (PP) por quebra de decoro parlamentar. Olim afirmou que a colega, vítima de importunação sexual na Casa, teve "sorte" de ser assediada, numa referência à projeção que teria conquistado após o caso.

Além da perda de mandato, Isa Penna também requer o afastamento preventivo de Olim da posição que exerce no Conselho de Ética. Ela protocolou ainda uma notícia-crime no Ministério Público de São Paulo em que pede instauração de procedimento de investigação criminal contra o deputado.

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Olim foi o relator do processo de Arthur do Val (União Brasil) no Conselho da Alesp e responsável pelo parecer que pede a cassação do ex-deputado pelos áudios com falas sexistas sobre mulheres ucranianas. Na declaração contestada por Penna, ele se referia a um episódio de dezembro de 2020, em que câmeras da Alesp flagraram o deputado Fernando Cury (sem partido) colocando as mãos nos seios de Isa Penna. Punido internamente na Casa, Cury foi suspenso de suas atividades por 180 dias.

"Sorte dela porque ela vai se eleger por causa disso. Ela só fala nisso", disse Olim, em entrevista ao podcast Inteligência LTDA na última quarta-feira, 20. Um dia após a declaração, o deputado ainda afirmou à TV Globo que Isa Penna tem o direito de se incomodar com sua fala e acrescentou que a indignação daria a ela "mais cinco minutos de fama".

"O jeito que eu coloquei, que eu errei, de expressar. Então ela está no direito dela e tudo bem, mais cinco minutos de fama, sem problema nenhum", afirmou.

Na ocasião, Olim também publicou nota em que disse que se "expressou mal" e que "a intenção era dizer que a deputada Isa Penna ficou mais conhecida com o caso infeliz e repugnante do assédio do deputado Fernando Cury".

Caso Cury

Durante a entrevista ao podcast, Olim também minimizou a atitude de Cury, a quem chamou de "um cara do bem", e disse que o colega estava bêbado no dia em que assediou Isa Penna.

Com base na declaração, a deputada também solicitou que o Conselho de Ética apure "eventual suspensão ou impedimento" de Olim no processo que culminou na punição de Fernando Cury.

Na ocasião, o primeiro voto de Olim no colegiado foi por uma pena mais branda a Cury, de quatro meses de afastamento, que a definida posteriormente em plenário.

"Tal conduta é necessária para que haja a garantia da regularidade dos processos éticos-disciplinares com julgadores imparciais, o que parece, não foi o caso de julgamento pregresso e que concluiu com penalidade mais branda a Fernando Cury", escreveu a defesa de Isa Penna.

"Delegado Olim é um deputado que, depois do assédio, já tentou me intimidar e falou de forma irônica sobre o caso com outros parlamentares. Só que, desta vez, ele fez isso em público", alegou, em nota, a deputada.

Em entrevista ao Estadão um dia após as declarações de Olim, a presidente do Conselho de Ética, Maria Lúcia Amary (PSDB), criticou a postura do deputado. "A fala foi absolutamente inoportuna, inconsequente em relação ao momento que estamos vivendo. O empoderamento das mulheres não se faz por essa vertente", afirmou. Ela lembrou ainda que, em caso de processo contra o parlamentar, ele não deverá votar enquanto membro do Conselho.

Procurada, a assessoria de imprensa de Olim não retornou até a publicação desta reportagem.

O Conselho de Ética da Câmara Municipal do Rio definiu, nesta terça-feira (12), o vereador Chico Alencar (PSOL) como o relator do processo que poderá resultar na perda de mandato de Gabriel Monteiro (PL), denunciado por suspeita de assédio moral e sexual contra assessores, manipulação de vídeos e infração ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

O Ministério Público do Rio (MP-RJ) abriu um novo inquérito para apurar a conduta do parlamentar em um vídeo em que ele aparece beijando e acariciando uma criança de 10 anos. O vereador nega ter cometido crimes. 

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Está marcada para esta terça-feira (12), no Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), a votação do relatório que pede a cassação do deputado Arthur do Val, o Mamãe Falei (União Brasil), em razão de mensagens em áudio, gravadas pelo parlamentar, com declarações sexistas sobre mulheres ucranianas. O texto, feito pelo deputado estadual Delegado Olim (PP-SP), será lido em sessão marcada para às 14h.

Nos áudios atribuídos ao deputado há declarações de que as mulheres ucranianas são fáceis de pegar por serem pobres. “Elas olham e vou te dizer: são fáceis porque elas são pobres, e aqui a minha carta do Instagram cheia de inscritos funciona demais. É inacreditável a facilidade. Essas minas em São Paulo, você dá bom dia e elas vão cuspir na tua cara, e aqui elas são super simpáticas, super gente boa”, diz parte do áudio.

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Ainda de acordo com Arthur, à época, pré-candidato ao governo paulista, a fila de refugiados da guerra tem mais mulheres bonitas que “a melhor balada do Brasil na melhor época”. Mamãe Falei é alvo de 21 representações por causa de seus comentários, datados em março deste ano.

Para que Arthur do Val perca o mandato é necessário que a maioria simples do Conselho concorde com o parecer antes da sessão plenária decidir. Além de contar com o relator, a cúpula é formada por outros oito membros efetivos. Caso haja decisão do colegiado pela perda de mandato, temporária ou permanente, a Mesa Diretora da Casa deverá aprovar a resolução.

Em seguida, o caso segue para o plenário da Alesp, onde será necessário o voto da maioria dos deputados para que Arthur do Val perca o cargo. A Assembleia Legislativa de São Paulo conta com 94 deputados.

A ex-namorada de Arthur do Val, Giulia Passos Blagitz, prestou depoimento na última semana ao Conselho de Ética, como testemunha de defesa do deputado. Eles terminaram o relacionamento logo após a polêmica. Passos condenou a atitude do ex-companheiro e a descreveu como “falta de respeito”. Outros assuntos foram abordados com a testemunha, mas não foram divulgados.

 

Por unanimidade, os sete membros do Conselho de Ética da Câmara Municipal do Rio decidiram, em reunião na tarde desta terça-feira, 5, abrir um processo que pode resultar na cassação do vereador Gabriel Monteiro (sem partido).

Ele é acusado por quatro mulheres de estuprá-las; por ex-funcionários de praticar assédio moral e sexual; e é investigado por supostamente manipular vídeos e violar direitos de uma criança em um deles, divulgado pelo parlamentar nas redes sociais. O vereador nega as acusações. Para que Monteiro seja cassado são necessários 34 votos (dois terços dos 51 parlamentares).

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O prazo de tramitação do processo varia conforme as circunstâncias, mas é estimado em cerca de 80 dias, o que indica uma possível decisão na segunda metade de junho.

A reunião desta terça-feira, ocorrida na Câmara Municipal, no Centro do Rio, foi a segunda a tratar do tema. Na terça-feira passada, 29, a mesma comissão havia se reunido para analisar as denúncias contra o vereador, veiculadas dois dias antes pelo programa "Fantástico", da TV Globo. Na ocasião, por 5 votos a 2, a Comissão decidiu aguardar uma semana para reunir mais informações e então votar pela abertura ou não do processo.

Os votos contrários foram dos vereadores Chico Alencar (PSOL), que propôs a abertura de processo em 48 horas, e Teresa Bergher (Cidadania), que concordou com a proposta.

Para a decisão desta terça-feira, os vereadores consideraram principalmente os vídeos em que Monteiro supostamente orienta as falas de uma criança e em que ele presumidamente manipula a conduta de um morador de rua.

A representação já foi formulada e será encaminhada ainda nesta terça-feira à Mesa Diretora da Câmara. O órgão tem três dias úteis para analisar seus requisitos formais e encaminhá-la à Comissão de Justiça e Redação.

Gabriel Monteiro terá dez dias úteis para apresentar defesa, após análise jurídica da denúncia por comissão

Ao receber a representação, a Comissão de Justiça e Redação terá cinco dias úteis para analisar se a peça processual contém algum vício jurídico. Caso a representação seja aceita pela maioria de seus membros, o colegiado a encaminha ao Conselho de Ética.

Ao receber a representação, o Conselho de Ética sorteia um relator, que no prazo de cinco dias deve citar Monteiro. O relator então vai abrir um prazo de dez dias úteis para o vereador apresentar defesa escrita e provas.

Apresentada a defesa, tem início a fase de instrução do processo, pelo prazo de até 30 dias úteis, prorrogáveis por mais 15 dias. Em seguida, o relator dá parecer em até cinco dias úteis, concluindo pela procedência ou pelo arquivamento da representação.

Caso o parecer seja pela procedência da denúncia, é aberto prazo de cinco dias para apresentação de alegações finais pela defesa do acusado. O parecer do relator é submetido à deliberação do Conselho de Ética em até cinco dias úteis. Será aprovado se obtiver a maioria absoluta dos votos dos seus integrantes (quatro dos sete votos).

Concluída a tramitação no Conselho, com parecer favorável à denúncia, o processo é encaminhado à Mesa Diretora e incluído na Ordem do Dia.

A punição é submetida a votação aberta no plenário da Câmara, com direito à palavra dos parlamentares e da defesa durante a sessão Os dois terços dos vereadores (34 votos) são necessários apenas para cassação; uma suspensão pode ser decidida apenas por maioria absoluta (metade mais um).

Na Polícia Civil, as denúncias estão sendo investigadas, com acompanhamento do Ministério Público do Estado do Rio. Mas as apurações ainda estão em fase inicial.

O deputado federal Ivan Valente (PSOL) afirmou, na manhã desta segunda-feira (4), que a bancada do PSOL na Câmara vai entrar com pedido de cassação do mandato do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) no Conselho de Ética.

O pedido acontece após o filho "zero três" do presidente Jair Bolsonaro (PL) debochar da tortura sofrida pela jornalista Miriam Leitão durante a época da ditadura militar no Brasil. 

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Em resposta a uma matéria feita por Miriam onde ela compara o ex-presidente Lula (PT) e Bolsonaro, chamado pela jornalista de "inimigo da democracia", Eduardo postou em seu twitter: "Ainda com pena da cobra". O parlamentar se referia a uma jiboia usada pelos militares para torturar Leitão, que estava grávida de um mês na época.

Isso foi necessário para que os pessolistas pedissem a cassação do filho do presidente. "Eu e a bancada do PSOL na Câmara entraremos com pedido de Cassação de Eduardo Bolsonaro no Conselho de Ética. É inadmissível a agressão à jornalista Miriam Leitão, a apologia à tortura e à violência contra mulher. Basta de impunidade", pontuou Ivan Valente.

O deputado estadual Arthur do Val (sem partido) apresentou, nessa sexta-feira (25), a sua defesa de mérito contra as 21 representações aceitas pelo Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) que pedem sua cassação. Acusado de quebra de decoro parlamentar por áudios de cunho sexista enviados sobre mulheres ucranianas, o parlamentar alega que a censura, mais branda, seria "suficiente para cumprir a função jurídica da pena".

Segundo o Código de Ética da Alesp, a censura é uma advertência mais grave, verbal ou escrita, aplicada pelos presidentes da Casa e do Conselho.

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A defesa assinada pelo advogado Paulo Bueno entende que Arthur não violou os preceitos que levariam a uma cassação. Ele afirma que o parlamentar não abusou das prerrogativas constitucionais, não houve vantagem indevida e prática de irregularidades.

Também disse que as mensagens são "repulsivas e repugnantes", mas não seriam graves a ponto de levar à perda de mandato.

O advogado ainda retomou o caso do deputado Fernando Cury, flagrado apalpando os seios da deputada Isa Penna (PSOL) no plenário da Alesp em dezembro de 2020, que recebeu pena de suspensão de mandato por seis meses.

Além de questionar o mérito, Paulo Bueno também retomou a defesa anterior em que cita o Código Penal. Afirmou que os tribunais brasileiros não teriam competência para analisar o caso dada a "presunção de privacidade", ao ter áudios privados divulgados sem consentimento, e ao fato do suposto ilícito ter sido praticado fora do Brasil. Para isso, equiparou a fala do parlamentar a um "crime de opinião".

Dez testemunhas foram apresentadas como "prova oral" a serem ouvidas pelo Conselho de Ética, entre elas a ex-namorada de Arthur, Giulia Passos Blagitz, que terminou a relação após a divulgação dos áudios.

Com a defesa protocolada, a deputada Maria Amary (PSDB), presidente do Conselho, deve nomear o deputado Delegado Olim (PP) como relator do processo. Ele terá 15 dias para apresentar um relatório, a ser votado no Conselho. Se aprovado, leva a questão a plenário. Clique aqui para entender o andamento do processo.

Para aprovar a cassação, é necessário o apoio de 48 deputados, além de relatório favorável do Conselho. Conforme o Estadão mostrou, ao menos 40 parlamentares já pediram a cassação de Arthur do Val por meio de representações.

O Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo abriu processo de cassação contra o deputado Arthur do Val (sem partido) por suas declarações sexistas sobre mulheres ucranianas.

Em reunião nesta sexta, 18, os parlamentares que compõem o grupo rejeitaram alegações da defesa e acataram por unanimidade as 21 representações que pedem a cassação de seu mandato por quebra de decoro. Agora o deputado tem o prazo de cinco sessões legislativas para argumentar contra o mérito das acusações.

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Com exceção do deputado Delegado Olim (PP), que não estava presente, oito parlamentares que ocupam cadeiras efetivas no Conselho decidiram pelo encaminhamento do processo. Também foi favorável o corregedor da Alesp, Estevam Galvão (União Brasil).

Próximos passos do processo contra Arthur do Val

Após a nova defesa de Arthur, Olim será nomeado relator do processo pela presidente do Conselho, deputada Maria Amary (PSDB), e terá até 15 dias para apresentar seu parecer sugerindo uma das quatro punições possíveis: advertência, censura verbal ou escrita, suspensão do mandato ou cassação.

Na sequência, o Conselho vota o parecer e, se aprovado, leva a questão a plenário.

Para aprovar as punições, é necessário o apoio de 48 deputados. Conforme o Estadão mostrou, ao menos 40 parlamentares já pediram a cassação de Arthur do Val por meio de representações.

Em defesa inicial, o advogado de Arthur do Val, Paulo Bueno, defendeu que as representações contra ele são "juridicamente impossíveis". Alegou, por exemplo, que os áudios foram "vazados" sem o seu consentimento, eram privados, o que constituiria obtenção ilícita de provas.

Também defendeu a "extraterritorialidade do ato". Segundo ele, as gravações foram feitas fora do país e, por isso, só seriam passíveis de julgamento no Brasil se tivesse cometido um delito listado no rol de crimes passíveis de extradição.

A defesa do deputado afirmou ainda, em documento entregue ao Conselho, que Arthur estava em licença e, portanto, não pode ser acusado no âmbito da Alesp pelo que teria feito.

Ao Estadão, a presidente do Conselho afirmou que Arthur do Val é um "homem público" e que não é possível separar esta condição dele. "Pode estar em qualquer lugar, ele continua deputado. Deve ter postura como representante do legislativo apesar de não estar em missão pela Assembleia", disse.

Procurada, a assessoria de Arthur do Val não respondeu até a conclusão da reportagem. Em carta enviada aos parlamentares, o deputado pediu para não ser cassado. Ele também afirmou que este é seu "último ano" na Casa, e que não vai se candidatar a deputado estadual neste ano.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu hoje (17), por unanimidade, manter uma decisão que cassou o mandato do deputado federal Valdevan Noventa (PL-SE) por abuso de poder econômico durante a corrida eleitoral de 2018.

O diploma de Valdevan Noventa, cujo nome de batismo é José Valdevan de Jesus Santos, foi cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe (TRE-SE) em dezembro do ano passado, após o julgamento dos últimos recursos naquele tribunal.

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Em apelação no TSE, o deputado tentou anular o julgamento da corte regional, alegando que foram utilizadas em seu desfavor provas ilícitas ou indícios de supostas irregularidades sem relação com o período eleitoral.

Contudo, o relator do caso no TSE, ministro Sergio Banhos, rejeitou todas as argumentações da defesa. Ele foi acompanhado pelos outros seis ministros que participaram do julgamento – Carlos Velloso Filho, Alexandre de Moraes, Ricardo Lewandowski, Mauro Campbell, Benedito Gonçalves e Edson Fachin.

“Os recorrentes utilizaram de contas de terceiro para o recebimento de valores ilícitos, oriundos de fontes vedadas, e posteriormente utilizaram-se de subterfúgios para dar aparência de licitude a doações declaradas”, afirmou o relator após análise do caso.

Ao seguir o relator, Moraes disse que “não há nenhuma dúvida a respeito da participação dos condenados no TRE nessa combinação para prática de atividades eleitorais ilícitas, para captação ilícita de recursos”. O ministro lamentou que “apesar do aumento dos valores do Fundo Eleitoral, nós não conseguimos extirpar do Brasil o caixa dois de campanha”.

De acordo com as investigações, Valdevan teria gasto R$ 551 mil durante sua campanha à Câmara, sendo que somente R$ 353 mil foram declarados oficialmente. A diferença corresponderia a depósitos dissimulados em pequenas quantias, com o objetivo de burlar a prestação de contas.

Além de confirmar a perda de mandato, o TSE determinou que Valdevan torne-se inelegível por oito anos, conforme a Lei da Ficha Limpa. Outras duas pessoas envolvidas também tiveram seus direitos políticos suspensos.

A Agência Brasil tenta contato com o parlamentar para comentar a decisão do TSE. 

O relator da CPI da Violência Contra a Mulher na Assembleia Legislativa de São Paulo, Thiago Auricchio (PL), pediu no relatório final das investigações a cassação do mandato do deputado Arthur do Val (sem partido). O parlamentar se desfiliou do Podemos e saiu do MBL depois da divulgação de áudios sexistas em que ele faz ofensas a mulheres ucranianas.

O relator da CPI afirma que Arthur do Val "violou a dignidade da pessoa humana, extrapolando o seu direito de expressão como Deputado Estadual e, desta forma, excedendo o manto da sua imunidade parlamentar". Auricchio acrescenta que "a liberdade de fala não se deve constituir em liberdade de ofensas à honra das mulheres".

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Recomendações

O relatório também lista uma série de recomendações ao governo estadual. Entre as principais, estão o aumento do número de delegacias de defesa da Mulher. Atualmente, há 138 unidades em todo o Estado, e apenas 11 funcionam 24 horas por dia.

O relator ainda propõe que medidas as medidas de proteção a mulheres não sejam condicionadas à apresentação de um boletim de ocorrência. O documento recomenda ao Judiciário que essas medidas não dependam da duração do processo ou da investigação contra o agressor.

Entre as propostas legislativas, está a promoção de cotas para vítimas de violência em programas habitacionais. "Não temos dúvidas de que a habitação deve ser usada como estratégia de enfrentamento à situação de violência, afastando a vítima da convivência com seu agressor", conclui.

No mesmo relatório, não há referência a outro caso que marcou o Legislativo paulista: o assédio sexual cometido pelo deputado Fernando Cury (sem partido), que recebeu uma pena de seis meses de suspensão após apalpar a deputada Isa Penna (PSOL).

O documento foi protocolado na última sexta-feira. O presidente da CPI, Delegado Olim (Progressistas), vai pautar o relatório para votação hoje. Com a desistência de duas deputadas, Isa Penna (PSOL) e Professora Bebel (PT), o colegiado ficou com cinco homens e duas mulheres entre seus membros efetivos.

A maior parte dos integrantes é aliada de Cury, o que inclui o presidente da CPI. Olim foi defensor de uma pena mais branda para o colega, de suspensão de quatro meses. Além dele, integram a CPI Milton Leite Filho (Democratas), Delegado Bruno Lima (PSL), Marcio Nakashima (PDT), Analice Fernandes (PSDB), Marina Helou (Rede), e o relator, Thiago Auricchio (PL). 

O deputado estadual Arthur do Val (Podemos-SP) afirmou, nessa segunda-feira (7), que irá se afastar do Movimento Brasil Livre (MBL). A informação ainda não havia sido comunicada aos dirigentes da organização política até então.

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Arthur repercutiu a saída e as demais consequências em sua carreira política desde o vazamento de áudios do parlamentar, nos quais ele afirma que as mulheres ucranianas “são fáceis, porque são pobres”.

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“Não é justo que essas pessoas sofram a consequência de um erro só meu”, afirmou Arthur sobre deixar o MBL. “O que o [deputado federal] Kim Kataguiri tem a ver com isso? O que a Adelaide Oliveira tem a ver com isso? Fui eu. Eu. Sozinho”, disse o deputado.

Após a repercussão dos áudios, Arthur retirou a sua pré-candidatura ao governo de São Paulo. “Eu retirei a candidatura porque eu não tenho direito de atrapalhar ninguém”, disse à Folha.

O deputado também afirmou que ficou chateado com as declarações do ex-juiz Sérgio Moro, que repudiou os áudios.

“A minha sensação é de frustração, de tristeza da parte dele. Outra coisa são os fatos. E o fato é que nós ainda temos um país que está aí na beira de ter Lula ou Bolsonaro. Se eu estou atrapalhando a missão [de Moro], será que eu não faria o mesmo [que ele fez]? Será que faria diferente? Eu hoje te falaria diferente”, afirmou Arthur do Val.

Deputado vê cassação como exagero

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) já recebeu cerca de 12 representações pedindo a cassação do mandato do deputado. Após o recebimento de todas as representações, os representantes do Conselho serão comunicados, e Arthur do Val será notificado.

“Se eu estou atrapalhando a missão e eu sair, me cassarem, eu só vou ficar com o questionamento: que país é esse? Porque Lula falou coisas muito piores e está aí líder das pesquisas. Bolsonaro também. Meu mandato é irretocável. O que eu errei fui eu pessoalmente. Se isso for suficiente para me cassar e me tirar os direitos políticos por 8 anos, aí também não quero mais nada”, disse.

E continuou: “O PSOL está querendo me cassar em três dias. Tem um deputado que tentou me bater no plenário, não deu nada. Tem deputado que passou a mão no seio de uma deputada e deu seis meses [de suspensão]. E um áudio meu vai dar cassação em três dias? É desproporcional”.

Além da saída do MBL e de um provável processo de cassação, Arthur do Val deve deixar, também, o Podemos. A sigla atualmente trabalha na candidatura de Sergio Moro à Presidência. A desfiliação já foi adiada duas vezes desde o último fim de semana.

O Podemos iniciou nesta segunda-feira (7) um processo interno que pode resultar na expulsão do deputado estadual Arthur do Val, conhecido como Mamãe Falei, por declarações consideradas depreciativas às mulheres ucranianas e deu abertura hoje ao processo disciplinar interno.

"A realização do procedimento é necessária para qualquer tipo de punição, em respeito à ampla defesa e ao contraditório", escreve o partido em nota. O pedido foi assinado pelas presidentes do Podemos Mulher Nacional e estadual de São Paulo, respectivamente, Márcia Pinheiro e Alessandra Algarin.

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Do Val terá cinco dias para apresentar sua defesa à Comissão de Ética e Disciplina do Podemos, que fará um parecer à Comissão Executiva estadual.

O parlamentar também enfrenta pressão na Assembleia Legislativa de São Paulo. Ao menos 37 deputados assinaram representações no Conselho de Ética da Casa pedindo a cassação de seu mandato.

Duas organizações também pediram a cassação de Arthur do Val: o Movimento Contra a Corrupção Eleitoral e a Seccional Paulista da Ordem dos Advogados do Brasil.

Em nota, Arthur do Val afirmou que lutará "contra a injustiça", se referindo à iniciativa de parlamentares que pedem a cassação do seu mandato.

"Dei uma declaração lamentável, admito e peço desculpas por isso; além de tudo, perdi minha noiva e prejudiquei meus amigos. Isso tudo é sinal dos tempos: ladrões ficam impunes, gente honesta perde o mandato. Lutarei até o fim contra esta injustiça.", escreveu. O deputado não se manifestou sobre o processo de exclusão do Podemos.

A Seccional Paulista da Ordem dos Advogados do Brasil realiza na tarde desta segunda-feira, 7, a 'Marcha contra a Misoginia', em frente ao Monumento às Bandeiras, próximo à Assembleia Legislativa de São Paulo, em um protesto contra as declarações do deputado Arthur do Val, conhecido como Mamãe Falei, sobre mulheres ucranianas.

Após o ato, que está ma entidade vai protocolar uma representação contra o parlamentar, com mais um pedido de cassação de seu mandato. A solicitação da OAB-SP conta com o apoio de todas as deputadas paulistas, que vão subscrever o documento que será apresentado à Alesp, segundo a entidade.

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A presidente da seccional paulista da OAB, Patrícia Vanzolini, explicou que a entidade considerou as declarações de Arthur do Val 'afrontosas ao Estado de Direito e à democracia'. "Consideramos que são falas muito ofensivas não só às mulheres, mas à cidadania, com um induzimento, ainda que implícito, ao turismo sexual, com a legitimação do abuso sexual contra pessoas em situação de vulnerabilidade econômica", afirmou ao Estadão.

Vanzolini defende uma atuação 'contundente' da OAB-SP no processo, para mostrar que a "sociedade civil como um todo está indignada, exige providências, reclama uma ação firme da Assembleia". Segundo a criminalista, a representação elaborada pela ordem, enquanto instituição, junto da assinatura conjunta das deputadas da casa legislativa, visa 'dar o recado' de que trata-se de uma pauta suprapartidária, da dignidade da pessoa humana.

"Acho que a OAB pode contribuir para estabelecer o mínimo civilizatório, o mínimo que deve ser comum do cidadão. Independentemente do partido político ou a qual ele com o qual ele simpatize. Eu acho que isso falta um pouco nesse momento. A gente estabelecer que há um piso mínimo de dignidade, de respeito", afirma.

Nessa linha, a advogada considera que a 'Marcha contra a Misoginia', que será realizada antes da entrega da representação, visa mostrar a posição do eleitorado, dando um peso ainda maior para o documento.

A presidente da seccional paulista da entidade máxima da advocacia afirma ainda que são examinados outros caminhos jurídicos para tratar do caso, mas ressalta que o 'importante é que fique claro que uma pessoa portadora de um mandato eletivo não pode impunemente expressar posições como essa, misóginas, preconceituosas e de grande crueldade, falta de empatia, falta de compreensão daquele momento'.

Entenda o caso

Em áudios que acabaram viralizando, Arthur do Val diz que mulheres ucranianas são "fáceis porque são pobres". O parlamentar viajou à Ucrânia, acompanhado do dirigente do Movimento Brasil Livre (MBL), Renan dos Santos, para relatar o conflito no leste europeu.

"Vou te dizer, são fáceis, porque elas são pobres. E aqui minha carta do Instagram, cheia de inscritos, funciona demais. Não peguei ninguém, mas eu colei em duas 'minas', em dois grupos de 'mina', e é inacreditável a facilidade", disse o integrante do Movimento Brasil Livre (MBL).

Como mostrou a Coluna do Estadão, os deputados estaduais Paulo Fiorilo, Emídio de Souza e José Américo, do PT, e a deputada Isa Penna, do PSOL, já acionaram o Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo contra o 'Mamãe Falei', por quebra de decoro parlamentar.

Neste domingo, 6, o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral Estadual São Paulo(MCCE) também apresentou à Alesp pedido de cassação de Arthur do Val.

O Podemos instaurou processo disciplinar para apurar o caso e há a preocupação de como o episódio pode respingar sobre a pré-candidatura de Sérgio Moro. O presidenciável considerou as declarações 'incompatíveis com qualquer homem público'.

Após a repercussão sobre o episódio, Arthur do Val decidiu retirar sua pré-candidatura ao governo de São Paulo. Em vídeo publicado no Youtube, ele disse que suas falas foram 'escrotas' e 'machistas', atribuindo o áudio a um 'momento de empolgação'. "Eu estou sendo moleque. Essa não é a postura que as pessoas esperam de mim".

Uma sessão que havia sido marcada pela Assembleia Legislativa de Roraima para cassar o mandato do deputado Jalser Renier (Solidariedade), terminou com ele sendo reconduzido à presidência da casa. 

Isso porque o deputado conseguiu uma liminar expedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, que o reconduziu à presidência e determinou a suspensão do processo de cassação até o julgamento do mérito.  

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Renier foi afastado do comando da Assembleia Legislativa de Roraima no ano passado, justamente com base em uma determinação do próprio STF que permitia apenas uma reeleição para o posto e o deputado ocupava o posto pela quarta vez seguida, ou seja, por oito anos.  

Segundo a assessoria da Assembleia, Jalser foi reconduzido juntamente com os demais membros da Mesa Diretora que ocupavam as cadeiras antes do afastamento de Renier. 

Em coletiva de imprensa, Jalser Renier se comprometeu a seguir com a análise e votação de projetos de lei. “Vamos procurar o Tribunal de Contas, o Tribunal de Justiça, o Governo do Estado, todas as instituições para que a gente mantenha sempre uma relação cordial entre as instituições”, declarou o presidente. 

Renier chegou a ser preso em outubro do ano passado, acusado de ter mandado sequestrar e torturar o jornalista Romano dos Anjos, seu opositor em 2020. Um relatório da Comissão de Ética apontou que Jalser praticou omissão, ameaçou autoridades públicas e tentou atrapalhar as investigações do caso Romano.  

 

O senador Humberto Costa (PT) usou o Twitter, nesta quarta-feira (9), para anunciar que junto com a bancada do PT vai entrar com um pedido de cassação do mandato do deputado federal Kim Kataguiri (Podemos). Kataguiri estava no "Flow Podcast", apresentado por Monark, na última segunda-feira (7). Na ocasião, o deputado concordou com o posicionamento de Monark, que defendeu a legalização de um partido nazista no Brasil, e pontuou que a Alemanha errou ao criminalizar o nazismo.

“Na condição de presidente da CDH do Senado, estou dando entrada, ao lado da bancada do PT na Câmara, com um pedido de cassação do mandato de Kim Kataguiri, do Podemos, junto ao Conselho de Ética daquela Casa”, escreveu Humberto.

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“É inaceitável que alguém eleito pelo voto defenda o nazismo, um regime que matou mais de seis milhões de judeus. Quem jura defender a Constituição não pode ultrajar, exaltando sistemas genocidas, valores que para ela são sagrados, como a dignidade humana e o direito à vida”, emendou.

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Repercussão

Após a repercussão negativa, Monark publicou um vídeo em suas redes sociais afirmando que errou e que estava alcoolizado durante a gravação do programa. No mesmo dia, o podcast perdeu patrocínios e o Monark deixou a apresentação do programa.

O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) anunciou nesta sexta-feira, 19, que cassou os registros dos candidatos a vereador que concorreram na eleição de 2020 pelo partido Republicanos no município de São Fidélis, no norte fluminense, por uso de candidatas laranjas para fraudar cotas de gênero naquela eleição.

A lei exige que pelo menos 30% dos candidatos de cada partido sejam mulheres. Todos os votos recebidos pela legenda no município foram declarados nulos e foram cassados os diplomas do vereador eleito Jonathas Silva de Souza e dos suplentes Renan de Souza Teixeira e Thiago Dias da Silva. Além deles, outras quatro pessoas foram declaradas inelegíveis por oito anos, entre elas as candidatas usadas como laranja.

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A decisão do TRE-RJ atende parecer do Ministério Público Eleitoral (MPE) e confirma a cassação da chapa já determinada em primeira instância pela 35ª Zona Eleitoral (São Fidélis), a partir de ação de investigação judicial eleitoral que alegou que a conduta dos políticos comprometeu a disputa eleitoral ao romper a isonomia entre os candidatos. Os réus recorreram ao TRE-RJ alegando inexistência de provas de que as candidatas tenham sido registradas de forma fraudulenta, apenas para atender ao requisito legal.

Em seu parecer, o MPE defendeu a manutenção da decisão de primeira instância, afirmando que as irregularidades praticadas pelos réus foram provadas e detalhadas na sentença. De acordo com o MPE, três das cinco candidatas registradas pelo Republicanos não receberam nenhum voto, nem sequer o delas, em indício que não configura irregularidade, mas aponta para fraude para atender ao percentual mínimo de 30% de candidatos do gênero feminino.

Segundo o MPE, outra prova decorreu da quebra do sigilo telefônico das rés, que evidenciou a consciência delas sobre sua conduta e o conluio entre elas e um dirigente do partido para burlar a cota de gênero. Conforme o parecer, as candidatas nunca fizeram campanha para si, mas apenas a outros correligionários. O marido e o filho de uma delas também divulgaram outros candidatos.

"A fraude à cota de gênero consiste no cumprir, de forma consciente e meramente formal, a porcentagem exigida pela lei eleitoral", argumentou o MPE em seu parecer. "Representa afronta à isonomia entre homens e mulheres que o legislador pretendeu assegurar a partir dos ditames constitucionais relativos à igualdade, ao pluralismo político, à cidadania e à dignidade da pessoa humana".

O Estadão/Broadcast Político procurou os candidatos que tiveram seus registros cassados e representantes do Republicanos em São Fidélis, sem sucesso até a publicação desta reportagem.

Em decisão inédita, o Tribunal Superior Eleitoral decidiu, por maioria, cassar o mandato do deputado estadual Fernando Francischini (PSL-PR) por disseminação de notícias falsas contra as urnas eletrônicas. A decisão foi proferida na manhã desta quinta-feira, 28, por 6 votos a 1, e decreta a inelegibilidade do parlamentar bolsonarista por oito anos, contados a partir de 2018 - ou seja até 2026.

O julgamento foi retomado nesta manhã, logo após os ministros rejeitarem ações que pediam a cassação dos mandatos do presidente Jair Bolsonaro e do vice Hamilton Mourão em razão de disparos em massa de notícias falsas e ataques a adversários, por meio do WhatsApp, durante as eleições de 2018. O chefe do Executivo também é investigado no TSE por levantar suspeitas sobre o sistema eletrônico de votação em live nas redes sociais.

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A análise da ação contra Francischini voltou a ser discutida pelos ministros com a apresentação do voto do ministro Carlos Horbach, que havia pedido vista do caso quando o julgamento teve início, no último dia 19. Na ocasião, os ministros Luis Felipe Salomão, relator, Mauro Campbell Marques e Sérgio Banhos haviam votado pela cassação do diploma de Francischini.

A avaliação dos ministros foi a de que Francischini fez uso indevido dos meios de comunicação e cometeu abuso de autoridade em transmissão ao vivo no Facebook no primeiro turno das eleições de 2018. Na ocasião, o então candidato disse que as urnas estavam fraudadas e impediam o voto na chapa Bolsonaro-Mourão. O vídeo de cerca de 18 minutos teve mais de seis milhões de visualizações.

Como mostrou o Estadão, no voto apresentado no último dia 19, Salomão fez uma larga defesa das urnas eletrônicas e disse que as denúncias do deputado são 'absolutamente falsas', 'manipuladoras' e colocam em risco a democracia. "O ataque às instituições pelo candidato, noticiando fraudes no sistema eletrônico de votação que jamais ocorreram, possui repercussão nefasta na estabilidade do Estado Democrático de Direito e na confiança depositada pelos eleitores nas urnas eletrônicas", criticou.

Na sessão desta quinta-feira, 28, o ministro Alexandre de Moraes ponderou que ficou caracterizada a 'utilização indevida de veículo de comunicação social para disseminação de gravíssimas notícias fraudulentas e a repercussão da gravidade no pleito eleitoral em claro abuso de poder político'.

Na mesma linha, o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do TSE, apontou que Francischini invocou a imunidade parlamentar como 'escudo para defender uma falsidade', destacando que tal instituto 'não pode acobertar a mentira deliberada'. O ministro frisou que concordava com a cassação do mandato do deputado por entender que a condescendência com tal tipo de comportamento poderia comprometer as eleições 2022.

"As palavras têm poder, as pessoas têm liberdade de expressão, mas elas precisam ter responsabilidade pelo o que falam. Parte da estratégia mundial de ataque à democracia é procurar minar a credibilidade do processo eleitoral e das autoridades que conduzem o processo. Ao se acusar inversamente a ocorrência de fraude e a Justiça Eleitoral de estar mancomunada com a fraude, é um precedente muito grave que pode comprometer todo o processo", ponderou o ministro.

COM A PALAVRA, O DEPUTADO

Lamento demais esta decisão que afeta mandatos conquistados legitimamente. Um dia triste, mas histórico na luta pelas liberdades individuais. Nós vamos recorrer e reverter essa decisão lá no STF, preservando a vontade de meio milhão de eleitores paranaenses.

Ao chegar ao Palácio do Planalto na manhã desta segunda-feira (25), o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) disse que o julgamento das duas ações que pedem a cassação da sua chapa com Jair Bolsonaro (sem partido) não vai dar em nada. A apreciação ocorre nesta terça (26).

“Não vai acontecer nada. Ou alguém vai pedir vista para continuar segurando a espada de Dâmocles na nossa cabeça ou seremos inocentados porque as acusações que estão sendo colocadas ali não procedem”, disse o general ao comentar sobre os processos sobre a possível contratação de serviço de disparos de mensagens em massa durante a campanha de 2018.

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A data para o julgamento das ações foi marcada na semana passada pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, para que o atual corregedor Luis Felipe Salomão, que acompanhou as investigações, participe da apreciação. Salomão deixará o TSE na próxima sexta (29).

Após insultar a comunidade católica no Brasil e até o Papa Francisco no plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), o deputado Frederico d'Avila (PSL) pediu desculpas. Em comunicado, o parlamentar escreveu que cometeu um "excesso" quando xingou os religiosos de 'pedófilos', 'vagabundos' e 'safados'.

Na carta divulgada na segunda (18), Frederico justificou que seu ataque foi "inflamado por problemas havidos nos dias anteriores". O integrante da base bolsonarista ainda pediu perdão "a todos os católicos do Brasil e do mundo" por ofender diretamente o Papa Francisco.

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"Não tive a intenção de desrespeitar o Papa Francisco, líder sacrossanto e chefe de Estado, minha fala foi no sentido de divergir sobre ideias e posicionamento, tão só", defendeu-se.

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Apesar do tom conciliador, o parlamentar não poupou críticas ao arcebispo do Santuário de Nossa Senhora Aparecida, Dom Orlando Brandes. "Meu pronunciamento, que admito ter sido inapropriado e exagerado pelo calor do momento, se deu em resposta a alguns líderes religiosos que ultrapassam os limites da propagação da fé e da espiritualidade para fazer proselitismo político. Reitero que desculpo-me pelas palavras e exagero", pontuou ao condenar a fala do religioso na celebração do último dia 12, quando afirmou que "pátria amada, não pode ser pátria armada".

Em virtude do pronunciamento revoltoso do deputado, o colega de casa Raul Marcelo de Souza (Psol) pediu a instauração de sindicância ao conselho de Ética da Alesp por quebra de decoro parlamentar.

Em sua solicitação, o denunciante cobra a cassação do mandato de Frederico e indica que ele 'merece, e precisa, sofrer a devida punição, inclusive para que esta Casa continue sendo referência de civilidade e democracia".

Em manifestação enviada nesta quinta-feira (14) ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Ministério Público Eleitoral (MPE) defendeu a rejeição das ações que pedem a cassação da chapa do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e do seu vice, Hamilton Mourão (PRTB), pelo impulsionamento ilegal de mensagens em massa via WhatsApp nas eleições de 2018. Os processos são movidos pela coligação 'O Brasil Feliz de Novo', do candidato derrotado Fernando Haddad (PT).

O parecer do MPE é assinado pelo vice-procurador-geral Eleitoral Paulo Gustavo Gonet Branco, para quem 'não existem elementos concretos sólidos' que indiquem irregularidades na companha bolsonarista.

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"Os elementos carreados aos autos não são suficientes para a procedência dos pedidos veiculados nas ações de investigação judicial eleitoral", diz um trecho do documento. "Ainda que os autos tenham recebido novos elementos denotativos de conduta censurável, o que deles se colhe não autoriza a desconstituição dos mandatos eletivos dos representados", acrescenta o vice-procurador.

O parecer leva em consideração a decisão do próprio TSE que, em fevereiro, julgou improcedentes duas outras ações semelhantes movidas contra a chapa Bolsonaro-Mourão. "O Tribunal assentou não estarem comprovados nem a contratação de empresas de marketing digital para disparos em massa, nem as mensagens com conteúdo falso, nem os disparos em massa", lembra o vice-procurador.

Branco também aponta que os elementos colhidos nos inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos, que atingiram a base bolsonarista nas redes sociais e foram compartilhadas com as ações de investigação eleitoral, ultrapassam os 'limites objetivos' dos processos sob análise e estão em 'dissonância cronológica' com os fatos apurados no TSE.

A chapa petista acusa a campanha bolsonarista de abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação social. As ações tiveram como ponto de partida reportagens publicadas pela Folha de S. Paulo que trouxeram a público suspeitas em torno da contratação de empresas de tecnologia para disparo em massa de notícias falsas pelo WhatsApp, à margem do controle da Justiça Eleitoral, por meio de robôs, chips de celular cadastrados fraudulentamente com dados de idosos e doações não-declaradas de empresários.

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