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Sem estrutura para dar conta da demanda de pacientes, o Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (CISAM) tem exposto recém-nascidos nos corredores e alocado gestantes e mulheres em puerpério no chão. As condições subumanas foram denunciadas pelo Conselho Regional de Enfermagem de Pernambuco (Coren-PE). 

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Cadeiras e macas quebradas são disputadas entre pacientes nos últimos momentos da gravidez de alto risco e mães que acabaram de dar à luz. A agressão psicológica causada pela falta de dignidade também afeta os profissionais da unidade, que trabalham com quadro reduzido em uma rotina de extremo cansaço.

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Desde 2015 o Coren-PE denuncia a situação precária e a gravidade da superlotação do CISAM ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) através de relatórios produzidos em inspeções feitas na unidade. A persistência diante falta de soluções das autoridades gestoras culminou na interdição ética do serviço de enfermagem em 2017. 

Sem nenhum indicativo de melhoria na última década, o conselho mobilizou seu corpo jurídico para ingressar com representação de Ação Civil Pública junto à Justiça Federal já nos próximos dias. 

Em nota, o Cisam se defendeu afirmando que por ser um hospital de referência tem alta procura pela população e "quando há superlotação, não é possível deixar de realizar o atendimento aos usuários". Confira a nota na íntegra:

NOTA - CISAM/UPE 

A Gestão Executiva do Centro Universitária Integrado de Saúde Amaury de Medeiros da Universidade de Pernambuco (CISAM/UPE), esclarece que O CISAM, por ser referência para gestação e partos de alto risco no Estado, e no atendimento as mulheres em situação de violência sexual e aborto legal, cumprindo com sua responsabilidade sanitária e atendendo aos princípios básicos do Sistema Único de Saúde de equidade, universalidade e integralidade, recebe pacientes por encaminhamento de Central de Regulação de Leitos do Estado e por demanda espontânea, entretanto, quando há superlotação, não é possível deixar de realizar o atendimento aos usuários, o que ocorre de forma independente da regulação.

Informamos ainda que o CISAM está no processo de construção do Centro de Parto Normal (05 leitos), da Casa da Gestante, Bebê e puérpera (20 leitos), com o objetivo de ampliar leitos, de oferecer mais conforto e segurança às mulheres. Até que se conclua a obra, existem também transtornos decorrentes da construção. É importante ressaltar que, mesmo em estado de superlotação, o CISAM/UPE tem ofertado um serviço de saúde pública especializado, resguardando a vida, saúde e dignidade reprodutiva de todas as pessoas que buscam a instituição. Assim, reafirmamos nosso compromisso com a sociedade pernambucana.

No próximo sábado (18), o Instituto JB12 e a Prefeitura de Guarulhos realizarão a 9º edição do “Joga, Garota”, a partir das 12h30, no Bosque Maia. Com o tema “Para além da história conhecida”, o evento visa empoderar meninas para o protagonismo, inclusão e a permanência em atividades físicas e esportivas. 

Haverá diversas modalidades de jogos, shows, debates e uma premiação. Na programação, estão confirmadas: a cantora Joyce Sampaio, a DJ Jéssica Lopes e a DJ Jazz, ambas artistas guarulhenses.

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Além disso, haverá uma roda de conversa sobre superação e construção de novas realidades, contando com o atendimento de fisioterapeutas na recuperação muscular das participantes.

A previsão é de que aproximadamente 150 crianças e adolescentes de até 18 anos de idade participem do Joga Garota. O objetivo é a circulação de eventos esportivos nos espaços públicos da cidade.

Serviço - 9ª edição do Joga, Garota 

Data: 18 de março de 2023

Horário: A partir do 12h30

Local: Bosque Maia

Endereço: Avenida Paulo Faccini, sem número - Centro de Guarulhos

No encerramento do evento Alepe Mulher, a deputada estadual Delegada Gleide Ângelo (PSB) fez em discurso em apelo para o envolvimento e diálogo entre os órgãos competentes e a sociedade civil para que sejam priorizadas medidas pelo fim da violência contra as mulheres.

Desde o início desse ano, 43 mulheres foram assassinadas no estado, ou seja, ao menos uma é morta a cada dois dias em Pernambuco.

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"Sabemos que muitas são as mulheres que denunciam, pedem medidas protetivas, mas ainda assim, são assassinadas. E isso acontece porque a rede de proteção à vida das mulheres continua falhando. E essa falha acontece no instante em que as instituições não compreendem o seu papel no trabalho em rede. Não há diálogo entre os organismos. Enquanto não houver diálogo, não haverá como salvar a vida dessas mulheres", apontou a deputada.

A parlamentar ainda questionou o Governo do Estado sobre a pouca quantidade de delegacias especializadas nesse crime em todas as regiões do estado.

"Apesar de termos 184 municípios, contamos com apenas 15 delegacias de proteção às mulheres. Dessas, apenas seis disponibilizam atendimento 24h. O que estamos vendo é um estado que seleciona a vida de qual mulher tem mais importância. A vida das mulheres de Palmares e de toda a Mata Sul tem menos importância do que a das mulheres do Recife ou Jaboatão, por exemplo?", questionou. 

Com o objetivo de promover o diálogo entre a população pernambucana e os órgãos competentes, a parlamentar irá convocar uma audiência pública para debater e monitorar a recorrência e o aumento nos casos de violência de gênero no Estado. 

A vice-prefeita do Recife, Isabella de Roldão, participa nesta quinta-feira (16), a partir das 14h,  na sede da OAB-PE, da primeira edição do "Quero Você Eleita" realizada no Estado. Promovido pela startup de mesmo nome e correalizado pela Ordem, o foco do encontro é o fortalecimento dos mandatos femininos por todo o país.

Na edição realizada em Pernambuco, o "Quero Você Eleita" irá reeditar a campanha "Seja Semente da Paz na Política. "Durante todo esse mês, estamos participando de palestras e encontros com o objetivo de compartilhar as nossas histórias dentro da política e incentivar mais e mais mulheres a se interessarem sobre o assunto", afirma Isabella.

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Quero Você Eleita

Fundada em 2020, a startup tem o propósito de fortalecer a representatividade feminina na política. Desde o início, o "Quero Você Eleita" já contribuiu com a campanha de mais de 200 mulheres espalhadas por todo o país.

O projeto Elas Na Tech realizará outra edição entre maio e outubro, com inscrições que abrem a partir do dia 27 de março, pela página oficial da organização. A iniciativa oferece formação em programação, exclusivamente para mulheres, incentivando maior inclusão do público feminino no mercado de Tecnologia da Informação (TI).

Segundo pesquisa feita pela ThoughtWorks no Brasil, apenas 31% dos cargos de programação em TI são ocupados atualmente por mulheres. Em outra pesquisa feita pela mesma empresa, 47% das mulheres entrevistadas afirmaram que não pensam em aprofundar a carreira por falta de inspiração e exemplo. 

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Pensando em fortalecer o espaço das mulheres na tecnologia, o programa Elas na Tech disponibiliza quatro horas por aula semanalmente com conteúdo técnico e apoio para as alunas desenvolverem suas habilidades empreendedoras e se posicionarem no mercado de trabalho.

A ICONIC, gestora das marcas Ipiranga Lubrificantes e Texaco Lubrificantes, lançou um banco de dados exclusivamente para receber currículos de mulheres que tenham interesse em trabalhar na área de operações da empresa. As candidatas poderão acessar o site da companhia e cadastrar seus currículos.

A empresa busca diferentes perfis para potenciais vagas futuras. Para participar, é necessário ter ensino médio completo e curso de Operadora de Empilhadeira com CNH categoria B para cargos de operadora (de empilhadeira ou produção). Para concorrer à posição de supervisora, a ICONIC solicita ensino superior completo nas áreas de engenharia ou administração. Nos dois casos, é essencial que todas tenham interesse em trabalhar na área de produção de lubrificantes, aditivos e graxas.

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“Nós buscamos profissionais que gostem de desafios, de inovação, desejam ter oportunidades para crescer profissionalmente, compreendam que o ESG é parte do DNA do nosso negócio e que atuamos com os mais elevados níveis de transparência e compliance”, analisa Carolina Vasco, Consultora de Pessoas e Organização da ICONIC.

Ela ainda cita que não há prazos para as contratações, que ocorrerão conforme forem disponibilizadas novas oportunidades em âmbito institucional.

A iniciativa também foi consolidada para promover maior diversidade e equidade de gênero para a diretoria de operações, a maior e a que mais contrata hoje na ICONIC.

“Nossas oportunidades refletem o compromisso de maior impulsionamento feminino no âmbito institucional. Além disso, também temos vagas destinadas especificamente para PCDs, que podem ser acessadas no site da empresa”, informa Carolina.

A startup Quero Você Eleita promove, na próxima quinta-feira (16), a primeira edição em Pernambuco do encontro de mulheres em lideranças políticas. A organização aproveitou o ensejo do mês do Dia Internacional da Mulher para atrair mais mulheres no cenário político local.

Gabriela Rollemberg, co-fundadora da startup, explica que a proposta é realizar um laboratório de inovação política para impulsionar as mulheres nos espaços de poder. “Muitas mulheres têm inovado o fazer político atuando de maneira suprapartidária. Impulsionadas por causas e propósitos comuns, atravessam as fronteiras dos partidos para criar alianças não consideradas pela política convencional ", afirma.

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O evento será realizado no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil de Pernambuco (OAB/PE), e conta com a participação de figuras políticas de todo o estado, como a Governadora Raquel Lyra, a Vice-Governadora Priscila Krause e a Senadora Teresa Leitão, bem como deputadas federais, estaduais, prefeitas e vereadoras. 

Na ocasião, o projeto visa reeditar a campanha Seja Semente da Paz na Política. No ano passado, a iniciativa foi abraçada por três candidatas à Presidência da República: Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (União Brasil) e Vera Lúcia (PSTU).

Na quarta-feira (15), a startup planeja levar ao presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), deputado estadual Álvaro Porto (PSDB), uma proposta para ser criada a Procuradoria da Mulher. O órgão já existe em 16 estados e no Congresso Nacional, e tem por objetivo trabalhar no encaminhamento de denúncias de violência contra a mulher no estado.

Mais informações sobre o evento estão disponíveis no site.

Uma das primeiras mortes por covid-19 no Brasil foi confirmada pela Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro em 12 de março de 2020. A vítima, uma mulher de 63 anos, trabalhava como empregada doméstica e pegou o vírus depois que a patroa retornou de uma viagem à Europa e testou positivo para a doença.

No mesmo dia, a Secretaria de Saúde de São Paulo também confirmou uma morte pela doença. A vítima, outra mulher, de 57 anos, que trabalhava como diarista e deixou um filho com deficiência. Os primeiros óbitos causados pelo vírus no país são emblemáticos e refletem a vulnerabilidade das mulheres frente à doença – sobretudo as mais pobres e negras.

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Pesquisa da Sempreviva Organização Feminista, realizada nos primeiros meses da pandemia, mostra como a crise na saúde e o isolamento social acentuaram as desigualdades nas tarefas domésticas. Segundo a entidade, a sobrecarga de trabalho e de cuidado foram questões que as mulheres sentiram logo que as medidas de isolamento social começaram.

Três de cada quatro mulheres ouvidas no levantamento e responsáveis pelo cuidado de crianças, idosos ou pessoas com deficiência, afirmaram que a necessidade de monitorar e fazer companhia aumentou. Para a organização, essa é uma dimensão do cuidado que muitas vezes é invisibilizada. “Em casa, os tempos do cuidado e do trabalho remunerado se sobrepõem no cotidiano das mulheres: mesmo enquanto realizam outras atividades cotidianas, elas seguem atentas”, indica o relatório da Sempreviva.

“As dinâmicas de vida e trabalho das mulheres se contrapõem ao discurso de que a economia não pode parar, mobilizado para se opor às recomendações de isolamento social. Os trabalhos necessários para a sustentabilidade da vida não pararam – não podem parar. Pelo contrário, foram intensificados na pandemia”, destacou a entidade. Os números apontam que metade das mulheres brasileiras passou a cuidar de alguém durante a pandemia.

Ainda de acordo com o levantamento, 40% das mulheres ouvidas afirmaram que a pandemia e a situação de isolamento social colocaram o sustento da casa em risco. A maior parte das que têm essa percepção são mulheres negras (55%) que, no momento em que responderam à pesquisa, tinham como dificuldades principais o pagamento de contas básicas ou do aluguel. O acesso a alimentos também foi uma preocupação.

Violência

Sobre a percepção de violência, 91% das mulheres acreditam que a violência doméstica aumentou em meio ao isolamento social. Quando perguntadas sobre experiências pessoais, no entanto, menos de 10% afirmaram ter sofrido alguma forma de violência nesse período.

O percentual aumenta entre mulheres nas faixas de renda mais baixa. Entre mulheres com renda familiar de até um salário mínimo, 12% afirmam ter sofrido violência; e entre mulheres que vivem em áreas rurais e estão na mesma faixa de renda, 11,7% relataram violência.

“O cuidado está no centro da sustentabilidade da vida. Não há a possibilidade de discutir o mundo pós-pandemia sem levar em consideração o quanto isso se tornou evidente nesse momento de crise global, que nos fala sobre uma ‘crise do cuidado’. Não se trata de um problema a ser resolvido, nem de uma demanda a ser absorvida pelo mercado. Trata-se de uma dimensão da vida que não pode ser regida pelas dinâmicas sociais pautadas no acúmulo de renda e de privilégios.”

Homenagem

Nas redes sociais, a filha da diarista que morreu por covid-19 há três anos conta que passou a cuidar do irmão com deficiência, além de três crianças que já estavam sob sua responsabilidade. Em homenagem à mãe, postou:

“Ah, se eu soubesse que era a última vez que eu iria te ver. Ah, se eu soubesse que aquele ‘até logo’ não iria acontecer. Eu tinha te abraçado tão apertado. Não deixaria você partir. Ficaria do meu lado. Ficaria aqui. Ah, se eu pudesse acordar hoje e fosse só um pesadelo. Ah, se eu pudesse mudar o destino. Faria um apelo: pra Deus não deixar você partir”.

A Vivo, empresa de telefonia, oferece 320 vagas de emprego exclusivas para mulheres. Do total de oportunidades, 270 são para as áreas administrativas, lojas, experiência do cliente e tecnologia. As interessadas devem se increver no site da empresa até o dia 20 de março.

Além do estado de Pernambuco, há postos de trabalho na Bahia, Ceará, Maranhão, Sergipe, Acre, Amazonas, Tocantins, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Distrito Federal.

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A Vivo não divulgou a faixa salarial, no entanto, informou que os vencimentos são compatíveis com o que é oferecido no mercado. Além disso, há benefícios como vale-refeição e transporte; plano de saúde e odontológico; seguro de vida; day off de aniversário; smartphone, desconto especial em linha fixa, banda larga, TV por assinatura e apps.

O programa Potência Tech, promovido pelo iFood, oferta, no mês de março, 415 bolsas de estudos em teconologia exclusivamente para mulheres. As interessadas devem realizar inscrições através do site da iniciativa. As ações do programa fazem parte dos compromissos assumidos pelo iFood, há dois anos, de formar e empregar 25 mil pessoas até 2025.

Do total de oportunidades disponibilizadas, 375 são para a formação de Programação Web para Iniciantes, em parceria com a WoMakersCode, e 40 vagas para o curso de Imersão na linguagem Javascript, realizado em parceria com a Reprograma. 

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“Acreditamos que a pluralidade e a colaboração são ingredientes essenciais para seguirmos inovando. As múltiplas visões de mundo são capazes de provocar mudanças e transformações que a sociedade deseja e precisa nesse momento”, explica Luanna Luna, head de educação do iFood.

O deputado estadual João Paulo (PT-PE), protocolou na Assembleia Legislativa de Pernambuco (ALEPE), na última quarta-feira (8), um Projeto de Lei para resguardar às mulheres o direito de estarem acompanhadas durante a realização de procedimento médico com sedação em clínicas e hospitais da rede pública e privada do Estado.

João Paulo usou suas redes sociais para informar a importância desse projeto protocolado no Dia Internacional da Mulher, para a população feminina de Pernambuco.

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"Oito de março e protocolamos um Projeto de Lei para proteger mulheres quando estiverem realizando qualquer procedimento médico com sedação, em clínicas e hospitais públicos e privados de Pernambuco. Elas poderão escolher uma pessoa para acompanhá-las. Para que se sintam seguras num momento de maior vulnerabilidade. A medida visa coibir estupros e assédios enquanto estão sem total consciência", apontou o parlamentar.

*Por Guilherme Gusmão

A violência na internet não representa apenas um ataque direto à democracia, mas também censura as mulheres e cerceia a sua liberdade, denunciou nesta quarta-feira (8) o secretário-geral da ONU, no Dia Internacional da Mulher.

Antonio Guterres pediu aos governos, reguladores e empresas de tecnologia que criem salvaguardas de proteção. "Precisamos agir para criar um ambiente digital seguro e responsabilizar os assediadores e agressores", declarou, em discurso lido por seu chefe de gabinete perante a Comissão sobre a Situação das Mulheres (CSW, sigla em inglês).

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Enquanto "trabalhamos para promover um Código de Conduta para a integridade da informação nas plataformas digitais",Guterres disse que pediu aos governos, reguladores, empresas de tecnologia e meios de comunicação "que ponham fim ao ódio, criem barreiras de contenção e façam com que as mesmas sejam cumpridas".

Durante a sessão da CSW, dedicada à inovação e tecnologia para a igualdade de gênero, o secretário-geral destacou que o mais urgente é "eliminar o abismo digital", uma vez que 3 bilhões de pessoas permanecem sem acesso à Internet, a maioria mulheres e jovens, nos países em desenvolvimento.

"Temos que conectar todo o mundo até 2030", pediu Guterres, uma vez que, "sem a liderança das mulheres, os Vales do Silício deste mundo não acabarão com o patriarcado", e, sem a sua contribuição, "os produtos e serviços digitais do amanhã terão a desigualdade de gênero integrada aos seus códigos desde o começo", alertou. "Dados incompletos e algoritmos mal projetados podem acentuar os preconceitos."

As mulheres também podem ficar para trás em um mundo que avança inexoravelmente no uso da tecnologia. Até 2050, 75% dos empregos estarão relacionados à ciência, tecnologia, engenharia e matemática, ressaltou o presidente da Assembleia Geral, Csaba Körösi. No entanto, apenas 57% das mulheres fazem uso da internet.

Segundo avaliações mencionadas por Körösi, a exclusão das mulheres do mundo digital eliminou US$ 1 trilhão do PIB dos países de baixa e média renda na última década.

A diretora-executiva da ONU Mulheres, Sima Bahouse, jordaniana, lembrou que, neste 8 de março, "mulheres ativistas de todo o mundo se levantam e pedem o fim do assédio, da violência, da discriminação na educação, no trabalho, na legislação, em todos aspectos de sua vida".

Mulheres e meninas têm 27 vezes mais chances do que os homens de serem assediadas na internet ou de serem vítimas de mensagens de ódio, motivo pelo qual nove a cada dez limitam sua atividade na rede, aumentando o abismo.

O dia 8 de março é o Dia Internacional da Mulher, e marca as lutas e conquistas das mulheres em todo o mundo. As principais pautas levantadas, não apenas na data, mas também diariamente, são ligadas às garantias e direitos fundamentais, principalmente na afirmação das políticas públicas que defendem a existência da mulher na sociedade.

Uma das figuras que representa uma importante parcela das mulheres na política é Robeyoncé Lima, primeira advogada trans negra de Pernambuco. Dentro da política, Robeyoncé foi candidata a deputada federal nas últimas eleições, recebendo mais de 80 mil votos em todo o estado. Ela enxerga a representatividade da mulher trans na política como um vasto caminho a ser trilhado.

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Robeyoncé Lima, primeira advogada trans negra de Pernambuco/Crédito: Julio Gomes/LeiaJáImagens

“É importante porque a gente tem hoje uma dificuldade de representatividade. Nós, inclusive, somos o país que mais mata pessoas trans no mundo, e a gente precisa ocupar a política, que é o espaço de tomada de decisão em que se decide sobre nossas vidas”, declarou a ex-deputada estadual.

A deputada estadual Dani Portela (PSOL) compartilha da mesma visão, ao observar que, mesmo havendo um aumento do número de candidatas a cargos eletivos na política local, ainda não se vê um número efetivo de mulheres negras eleitas. “O Brasil é um país que tem um dos piores índices de participação de mulheres na política. Há menos mulheres na política no Brasil do que no Afeganistão, por exemplo.”, explica a deputada.

Na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), dos 49 deputados eleitos, apenas seis são mulheres. Diante das estatísticas atuais, Portela defende que a parcela ainda é muito desigual. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) de 2021, as mulheres são 51,1% da população. Em Pernambuco, a população feminina não foge à regra, preenchendo mais de 52% da demografia do estado. Além disso, a deputada ainda observa que a população brasileira é, no geral, negra, entre pretos e pardos. “Negros e negras são maioria na população brasileira, maioria na população de Pernambuco, e por que essa maioria não se reflete nos lugares de decisão?”, ela questiona.

“Muitas vezes escuto nas ruas as pessoas me dizendo ‘Dani, você se parece com uma tia minha’, ou com uma mãe, uma vizinha. E aí eu pego esse ‘parecer’ fisicamente e pergunto para a pessoa: olha aqui para o Parlamento. Olha para os deputados federais e estaduais, vereadores e vereadoras. Quem se parece com a tua irmã, prima ou vizinha? Por que as pessoas que estão lá não se parecem conosco? Porque nós não estamos chegando a esses lugares.”, declara Dani Portela, que faz parte da pequena parcela de deputadas negras na Alepe.

De acordo com o portal do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Mulher, 52% da população eleitoral no Brasil é composta por mulheres. No entanto, apenas a expressão de mulheres candidatas a cargos políticos nas últimas eleições, em 2022, foi de 33%, e apenas 15% foi eleita.

"Não existe democracia efetiva sem a maior participação das mulheres negras nos espaços políticos", finaliza Dani Portela.

Nesta quarta-feira (8), no Dia Internacional da Mulher, movimentos e coletivos se reuniram no centro do Recife, em frente à Câmara Municipal, para caminhar em defesa dos direitos das mulheres. Encabeçado pela Marcha das Margaridas, o ato do 8M reivindica direitos das mulheres em todo o país, unindo as vozes de diversos coletivos. 

Um deles é o Movimento Pão e Rosas, que levanta pautas em prol dos direitos das mulheres. Ao LeiaJá, Cristina Santos, militante do movimento, a marcha é símbolo das muitas lutas diárias vividas pelas mulheres em todo o país. "A gente vem de anos de governos onde as mulheres fizeram uma forte linha de combate”, explicou Cris. 

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A caminhada tem como objetivo levar o Manifesto Feminista 8M à governadora Raquel Lyra, reivindicando pelas vidas das mulheres em todo o estado.

Para Maria Rejane, assistente social e ativista do movimento da Marcha das Margaridas, se faz presente no ato para defender diversas pautas. “A questão da equidade de gênero, da equiparação salarial Eu acho que devem se juntar os poderes legislativo e executivo do estado, além de suas secretarias, para levantar pautas, e todos juntos buscarem soluções. Eu acho que não pode permanecer nessa dimensão que está.”, declarou Rejane.

Feminicídio em Penambuco

Em 2022, Pernambuco contabilizou 72 casos de feminicídio, quando mulheres são mortas apenas por serem mulheres. No Brasil, o número chegou a 1,4 mil mulheres mortas no ano passado. Dentro da militância, Cristina vê uma necessidade crescente de reunir forças para continuar na caminhada.

“A gente sempre parte que para enfrentar a violência contra a mulher, a gente tem que construir um forte movimento de mulheres. Aqui a gente tem números alarmantes quanto ao feminicídio, e particularmente em relação às mulheres trans. Dentro do nosso movimento, a gente acha que tem que defender programa de emergência contra o feminicídio e o transfeminicídio, e isso passa por abrigos, passa pela garantia de emprego pleno, passa pela defesa, no caso das mulheres trans, ao acesso da livre construção dos seus corpos, para não acontecer novamente o que aconteceu com Lorena Muniz.”, relembra Cris.

Lorena Muniz, mulher trans, do Recife, morreu em fevereiro de 2021 em uma clínica de estética em São Paulo. Ela estava inconsciente na mesa de cirurgia quando um incêndio tomou conta do local e ela não foi retirada pelos responsáveis.

A ex-deputada estadual Robeyoncé esteve no ato em defesa da vida das mulheres trans negras. “Estamos unindo forças. Nós, mulheres brancas, negras, trans, os diversos tipos de mulheres, porque a gente sofre o mesmo tipo de machismo, e a gente precisa que o governo do estado tome providências ao enfrentamento desse tipo de violência”, defendeu a advogada.

“A gente acha que passa por um forte movimento de mulheres na rua para enfrentar o patriarcado e o machismo, e passa por um plano de emergência para enfrentar as consequências do patriarcado e do machismo.”, finalizou Cris Santos.

Mulheres de todos os continentes se mobilizaram, nesta quarta-feira (8), em defesa de seus direitos em franco retrocesso em países como o Afeganistão, ou sob pressão em outros, como os Estados Unidos, onde o direito ao aborto é questionado, passando por Brasil, México e Colômbia, onde os feminicídios se multiplicam.

No conservador e patriarcal Paquistão, milhares de mulheres foram às ruas apesar da tentativa das autoridades de várias cidades de impedir as manifestações convocadas por ocasião do Dia Internacional da Mulher.

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"Não vamos mais ficar caladas. É nosso dia, é nosso momento", afirmou Rabail Akhtar, uma professora que se somou às 2.000 participantes de um ato em Lahore.

"Por que há tanto medo das mulheres que reivindicam seus direitos?", perguntou-se Soheila Afzal, uma designer gráfica.

No Afeganistão, "o país mais repressivo do mundo em relação aos direitos das mulheres", segundo Roza Otunbayeva, diretora da missão de assistência da ONU no país, cerca de 20 mulheres se manifestaram em Cabul, constataram jornalistas da AFP.

Desde a volta dos talibãs ao poder, em agosto de 2021, as mulheres e as meninas afegãs têm sido "apagadas da vida pública", lamentou o secretário-geral da ONU, António Guterres.

De forma geral, Guterres advertiu que "os avanços alcançados em décadas estão evaporando" no mundo.

"No ritmo atual, a ONU Mulher prevê que serão necessários 300 anos" mais para a igualdade entre homens e mulheres, acrescentou.

Durante um evento da Forbes em Abu Dhabi, a ex-secretária de Estado americano Hillary Clinton destacou que "as mulheres e as crianças são as principais vítimas dos conflitos e das mudanças climáticas" e que "nenhum lugar (...) nos mostra isso de forma mais dramática do que a Ucrânia hoje".

Em um vídeo, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, agradeceu às mulheres que "sacrificaram sua vida" desde o início da invasão russa, há um ano. Do outro lado do conflito, o presidente russo, Vladimir Putin, elogiou as mulheres que "cumprem seu dever" a serviço da nação.

- Sanções inéditas -

Em um gesto simbólico na véspera do 8 de março, a União Europeia (UE) adotou sanções contra nove funcionários e três entidades oficiais de seis países, entre eles o Afeganistão, a Rússia e o Sudão do Sul, por casos de violência sexual e abusos contra as mulheres.

O Reino Unido seguiu a mesma linha nesta quarta e congelou os ativos e proibiu a entrada ao país de vários indivíduos e entidades responsáveis por agressões contra as mulheres no Irã, na Síria, no Sudão do Sul e na República Centro-africana.

Na Irlanda, onde a Igreja católica exerceu durante décadas um ferrenho domínio moral, o governo anunciou para novembro um referendo para decidir se serão eliminados artigos constitucionais que determinam que o lugar da mulher é "o lar".

Na Espanha, uma multidão com roupas e pintada com tinta na cor roxa percorreu o centro de Madri.

Esta manifestação "me dá muita força, muita esperança e muita energia para continuar lutando por direitos iguais para todas", disse à AFP Mariam Ferradas, uma auxiliar de cozinha de 52 anos, lembrando que suas avós "lutaram" por "certas liberdades que agora querem voltar a tirar de nós".

O governo do socialista Pedro Sánchez, em coalizão com o partido de esquerda radical Podemos, sofre atualmente um racha pela reforma de uma lei sobre agressões sexuais.

Na França, dezenas de milhares de pessoas se manifestaram por ocasião do Dia da Mulher, marcado este ano pela luta contra a reforma da Previdência, impulsionada pelo presidente Emmanuel Macron, que quer alterar de 62 para 64 anos a idade de aposentadoria.

"As mulheres são as grandes perdedoras desta reforma, pois com frequência suas carreiras são descontínuas", afirmou Odile Deverne, uma professora de 60 anos, em Lille (norte).

- Direito ao aborto -

Outro tema central dos protestos é a defesa do direito ao aborto, fragilizado nos Estados Unidos pela decisão da Suprema Corte de revogar, em junho, a sentença de 1973 que garantia a interrupção voluntária da gravidez em âmbito federal.

Esse direito também foi reduzido na Hungria e na Polônia.

"Lutamos contra um patriarcado (...), que desafia até a saturação estes direitos nossos - como o aborto -, que alcançamos lutando", proclama o manifesto da marcha em Madri.

Contrariando essa tendência, Macron declarou seu apoio a uma iniciativa de blindar o direito ao aborto, incluindo-o na Constituição francesa.

- Mobilizações na América Latina -

Sob os lemas "Nem uma assassinada a mais!" e "Contra as violências machistas e o trabalho precário!", coletivos feministas convocaram manifestações nas principais cidades do México, onde em 2022 foram registrados 969 feminicídios, segundo dados oficiais.

Também na Colômbia, organizações de mulheres convocaram manifestações em Bogotá, Medellín, Cali e outras cidades para exigir ações frente ao aumento dos feminicídios, que passaram de 182 em 2020 a 614 no ano passado.

O Brasil também bateu um recorde negativo em 2022, com mais de 1.400 feminicídios, o que representa um caso a cada seis horas, segundo uma pesquisa publicada pelo portal de notícias g1.

Uma "grande batucada feminista" denunciará, em São Paulo e no Rio de Janeiro, os "cortes nas políticas de proteção da mulher" e o "crescimento vertiginoso do machismo e da misoginia" durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (2019-2022), afirmou Junéia Batista, da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Na Venezuela, sindicatos e federações convocaram uma marcha em Caracas para exigir garantias a seus direitos, violados pelos baixos salários, pelos abusos e pela "crescente feminização da pobreza".

Sem permissão das autoridades para se manifestarem livremente, as organizações feministas independentes de Cuba convocaram uma "marcha virtual" nas redes sociais para gerar sensibilização sobre a violência de gênero e os feminicídios.

burs-rs/al/js/mvv/ic/am

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As palavras dedicação e superação deveriam ter, no verbete do dicionário, uma foto de Nazaré Silva dos Santos. Ajudante de pedreiro, aos 50 anos ela resolveu meter a cara e fazer a prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) para disputar uma vaga no curso de Engenharia Civil no vestibular da Universidade Federal do Estado do Pará (UFPA). Em 2023, o esforço, a garra e a dedicação de mulher foram premiados com o nome do listão de aprovados.

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“Quando saiu o listão eu ainda estava no trabalho, me ligaram do cursinho para ir na biblioteca e lá eu soube da aprovação. Foi um sentimento de muita alegria, alívio, sensação de estar conquistando algo que batalhei tanto para conseguir”, disse a caloura, emocionada.

“Comecei na área porque meu marido trabalha como pedreiro. Construímos juntos a nossa casa e fui aprendendo muitas coisas na prática. Terminei meu ensino médio com 38 anos e fazer faculdade sempre foi um dos meus sonhos, mas fui adiando por conta de outras prioridades. Depois que meus filhos passaram a cursar o ensino superior, a vontade ressurgiu. E como sempre estive ligada à área de construção e terminei recentemente um curso técnico em edificações no IFPA, escolhi seguir com a engenharia civil”, contou.

A rotina de preparação para o vestibular não foi fácil. A ajudante de pedreiro trabalhava pela manhã, fazia o curso técnico à tarde e ainda assistia às aulas no cursinho municipal de Marituba para o Enem à noite. “Chegava às vezes atrasada nos horários e muito cansada. Meus filhos sempre me apoiaram com questões e materiais para estudo”, desabafou.

Agora que conquistou a vaga que tanto queria, Nazaré já faz planos ainda mais ambiciosos. “Gostaria de aproveitar da universidade o máximo, conseguir estagiar para colocar em prática também os ensinamentos obtidos no ensino técnico e no curso, além de poder trabalhar em uma empresa renomada, ou prestar concurso na área e adquirir uma estabilidade financeira”, assinalou.

A inspiradora história de Nazaré é uma entre muitas. Quando se trata de superação de limites e dedicação, Perla dos Santos Assunção, de 37 anos, ganha destaque.

Atleta que sofreu um atropelamento aos 6 anos, teve fratura na coluna com comprometimento medular e tornou-se cadeirante. convite de outros atletas, iniciou sua carreira no basquete de cadeira de rodas no ano de 2010. Até então, praticamente não tinha contato algum com outras pessoas com deficiência.

“No início foi tudo bem difícil, pra qualquer lugar que eu precisasse ir tinha que ter alguém para me levar, eu não saía para canto nenhum sozinha. Quando eu cheguei lá no basquete todo mundo fazia isso só, ia treinar, pegava ônibus, faziam tudo sozinhos e isso de início me assustou, porque eu não sabia fazer aquilo sozinha. Mas o pessoal do meu clube, o All Star Rodas Pará, foi bem acolhedor, me ajudou nessa transição e hoje sou uma pessoa totalmente independente, vou pra onde quero, da forma que quero, ando de ônibus, ando sozinha, viajo sozinha, através do basquete consegui minha independência”, disse.

Perla conta já competiu nacionalmente com a equipe paraense campeã. Atualmente, ela faz parte da seleção permanente brasileira de basquete cadeirante, que está brigando por uma vaga para ir às Paralimpíadas. A atleta relata com orgulho que já participou de outras Paralimpíadas, Jogos Parapan-Americanos, Copa América, Mundiais, além de outras competições nacionais.

“O esporte exige muito, exige uma disciplina muito grande, somos atletas de alto rendimento, então é algo que a gente leva como profissão. Tem que ter muita determinação, ter muita persistência e principalmente ter muita disciplina. Porque a gente treina diariamente, são treinos intensos e essa rotina não é fácil. Treinar, cuidar de casa, do filho”, frisa a atleta.

Essa é a versão profissional de Perla, mas existe ainda a versão voluntária. A atleta é administradora de um abrigo para animais em Belém e conta com apenas uma ajudante na limpeza no Lar dos Anjos. O espaço abriga 86 gatos e 6 cães, sob sua responsabilidade. “A luta é diária e o apoio é pouco, apenas de pessoas que se sensibilizam e acompanham a nossa luta. Mas amo meus animais e faço tudo por eles. Tenho o sonho de conseguir meu próprio espaço e proporcionar a eles uma vida de mais segurança”, afirmou, ressaltando que o abrigo fica em um imóvel alugado.

Sobre os desafios que ela enfrenta no dia a dia, como mulher, atleta e cadeirante, Perla deixa uma mensagem: “Os desafios sempre vão existir, na vida do atleta olímpico, do paraolímpico, da pessoa com deficiência ou sem deficiência. Sempre vão existir desafios, adversidades. Cabe a nós olharmos de uma forma diferente e enfrentar. Enfrentar um dia de cada vez, superar cada problema e, principalmente, não desistir. Traçar um objetivo, traçar um sonho e a cada dia dar um passo à frente para que a gente possa alcançar as nossas metas’’.

Por Monique Leão (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).

A Casa Marielle Franco, localizada em frente à Praça do Derby, no Recife, é onde cerca de 200 mulheres e suas famílias se reúnem em um acampamento provisório realizado pelo Movimento Sem Terra (MST) desde a última segunda-feira (6). A concentração foi montada para que hoje, 8 de março, elas participem do ato do 8M, caminhada pelo Dia Internacional da Mulher.

De acordo com a coordenação de comunicação do MST, nos últimos dias chegaram ônibus de quase todas as regionais do estado com assentadas para participarem da passeata, que sai do Parque 13 de Maio, no centro do Recife, até o Palácio do Campo das Princesas, sede do governo estadual. O intuito é entregar à governadora Raquel Lyra (PSDB) as reivindicações de moradia digna para os integrantes do movimento.

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Uma das participantes é Mauriceia Matias, vinda do assentamento Normandia, localizado em Caruaru, no Agreste do estado. “Entre outros pontos, pontuamos a condição de produção. Como é que a mulher consegue se empoderar a partir, inclusive, de sua economia, da sua geração de renda? E a partir daí gerar todas as suas condições”, ela explicou ao LeiaJá.

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Além disso, Mauriceia menciona outro ponto crucial dentro dos pedidos do movimento, em relação ao acesso à alimentação. Políticas públicas já existentes, como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que são iniciativas do governo federal, precisam chegar com mais eficiência a essas populações. “Para que as mulheres camponesas possam produzir em uma larga escala para que possa ser entregue na merenda escolar dos municípios e do estado”, ela defende.

Na terça-feira (7) foram realizadas rodas de debate e oficinas, em que foram elaboradas as pautas inseridas nas reivindicações para o governo do estado. “O campo, infelizmente, não tem a mesma visibilidade do que a capital, mas imaginar que a gente pode fortalecer o campo é uma forma de organização para a gente contribuir para os municípios onde residimos”, concluiu Mauriceia.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresentou, nesta quarta-feira (8), uma série de medidas voltadas aos direitos das mulheres. Durante a cerimônia alusiva ao Dia Internacional da Mulher, Lula disse que se dependesse do governo dele a desigualdade de gênero acabava através de um decreto presidencial. No pacote de ações anunciadas por Lula, está o projeto de lei que obriga o pagamento de salários iguais aos homens e mulheres que ocupem as mesmas funções.

“Quando aceitamos que a mulher ganhe menos que os homens no exercício da mesma função estamos perpetuando uma violência histórica. Neste projeto tem uma palavra e essa palavra mágica chama-se ‘obrigatoriedade’. Vai ter muita gente que não vai querer pagar, mas para isso a Justiça vai funcionar. Vão ter que pagar aquilo que a mulher merece por sua capacidade de trabalho”, declarou o presidente.

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Diante das ministras da sua gestão e da primeira-dama Janja, Lula listou uma série de formas de violências que são cometidas contra as mulheres em vários setores da sociedade  e defendeu uma celeridade na ampliação dos direitos femininos.

“Nada, absolutamente nada, justifica a desigualdade de gêneros. Talvez a implicação esteja no receio dos homens de serem superados pelas mulheres. As mulheres querem igualdade e não superioridade. Quanto mais as mulheres avançam, mais um país avança. Infelizmente não é esse um problema exclusivo do Brasil”, observou Lula.

“A humanidade levará 300 anos se permanecerem nas condições atuais, por isso não podemos aceitar que as condições permaneçam como estão, precisamos acelerar este processo. Se dependesse deste governo, a desigualdade acabaria hoje mesmo com um decreto do presidente”, emendou.

O presidente disse ainda que “o respeito às mulheres é valor inegociável em todas as esferas do Executivo Federal”.

“Quando digo que o Brasil voltou é preciso acrescentar que o Brasil voltou e precisa de todas e de todos. [...] Depois que ‘o coiso’ [Jair Bolsonaro] foi eleito vocês viram o retrocesso que as conquistas e os avanços sociais tiveram neste país. Precisamos lutar não só para conquistar, mas para manter. Desde 1943 que está escrito que todas as mulheres têm direito ao mesmo salário dos homens, agora, com esta lei, fizemos questão de colocar a palavra obrigatoriedade para que, definitivamente, ninguém ganhe menos apenas pelo fato de ser mulher. Estamos dizendo, em alto e bom som, quem trabalha na mesma função, tem o mesmo direito de ganhar o mesmo que o homem. Quando conseguirmos isso, vamos ter que conquistar ainda mais”, afirmou o líder petista.

A empresa telefônica Vivo está com 320 vagas exclusivas para mulheres. As selecionadas irão atuar em várias áreas da companhia e em mais de 20 cidades.

Para as áreas administrativas, lojas, experiência do cliente e tecnologia, foram destinadas cerca de 270 oportunidades. No dia 23 de março, a Vivo promoverá uma feira virtual para apresentar a empresa, benefícios e oportunidades.

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As interessadas precisam se inscrever até o dia 20 de março no site da empresa.

Quem quiser concorrer precisa ter o ensino médio completo, domínio de informática e pacote Office. Ter outras experiências profissionais será um diferencial e o ensino superior não é um requisito obrigatório.

Nesta quarta-feira (8), em que se celebra o Dia Internacional da Mulher, o Centro de Mulheres do Cabo (CMC) promove sua 36ª Caminhada do 8 de Março, com o tema "Mulheres e Meninas pelo Fortalecimento da Democracia e Garantia dos Direitos". A manifestação terá concentração às 15h, na Rua Padre Antônio Alves, nº 20, no Centro, por trás do antigo Teatro Barreto Júnior.

De acordo com a coordenadora geral do CMC, Izabel Santos, o ato tem como objetivo lembrar as lutas das mulheres por justiça, igualdade de gênero e direitos. “Para nós do Centro das Mulheres do Cabo, celebrar o 8 de março é mobilizar as mulheres para irem às ruas alertar sobre os graves problemas de gênero que ainda enfrentamos, principalmente a situação de violência pelas quais as mulheres são submetidas. Por isso, nossa caminhada alusiva ao Dia da mulher convoca a sociedade para apoiar a nossa luta, por mais políticas públicas, por segurança, dignidade e garantia de direitos”, afirma a feminista.

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O evento pretende reunir um público de adolescentes, jovens, mulheres lideranças e representantes de organizações sociais, além das diversas comunidades do Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife (RMR). O CMC é uma organização feminista fundada em 1984, tendo sido constituída como entidade privada sem fins econômicos, organizada como associação de mulheres, filiada a Associação Brasileira das ONGs (ABONG). 

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