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A indicação de uma magistrada ou jurista negra ao Supremo Tribunal Federal (STF), na vaga aberta pela aposentadoria da ex-ministra Rosa Weber, foi defendida na audiência pública da Comissão de Direitos Humanos (CDH) neste 20 de novembro, Dia da Consciência Negra.

A pauta foi trazida pelo professor de Filosofia do Direito na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Philippe Oliveira, para quem é "sintomático" o fato do Brasil, nos 132 anos de existência do STF, jamais ter tido uma mulher negra como ministra. Oliveira defende que se o presidente Lula indicar uma magistrada ou jurista negra, o Brasil poderá dar mais um passo no rumo de dirimir o racismo estrutural que sempre marcou a história brasileira. 

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"A gente precisa de uma mulher preta no STF. É mais importante do que nunca garantir a representatividade de juristas comprometidas com a verdadeira efetivação da justiça racial. Em transformar os programas da Constituição de 1988 em um projeto genuíno de nação", reivindicou o jurista.

A reunião foi conduzida pelo presidente da CDH, senador Paulo Paim (PT-RS). Ele deixou claro que também defende a indicação de uma mulher negra ao STF. Mas lembrou que conhece Lula já há "muitas décadas" e respeita seu processo decisório. Paim disse ter certeza que "chegará o dia em que teremos negras como ministras da Suprema Corte", ainda que não seja neste momento: "Com todo carinho e respeito que tenho pelo presidente Lula, claro que eu gostaria de ver uma mulher negra lá no Supremo Tribunal Federal, mas quem escolhe é o presidente. Mas deixo aqui minha posição clara sobre isso. Aguardemos, mas tenho certeza que chegará o momento em que teremos mulheres negras no Supremo Tribunal Federal. Não sabemos o momento ainda, mas vai chegar. 

Estado representativo 

Lívia Sant’Anna Vaz, que é promotora de Justiça na Bahia, lembrou que o Brasil é signatário da Convenção Interamericana contra o Racismo. Essa Convenção tem força de norma constitucional, e determina aos países signatários que desenvolvam políticas públicas visando a diversidade racial na representação jurídico-política. Portanto o Brasil, na prática, vem descumprindo essa Convenção, segundo Sant'anna Vaz: 

"Essa Convenção tem status de norma constitucional, não podemos esquecer isso. Traz normativas de combate ao racismo institucional e à discriminação racial indireta. Um de seus artigos obriga os países signatários para que tenham diversidade étnico-racial em seus sistemas jurídico e político. Então temos de fato um estado inconstitucional de coisas, se pensarmos que o Brasil tem a obrigação de ter essa diversidade. O que vamos fazer para ter essa diversidade nos espaços jurídicos e políticos, que são os espaços transformadores? Outra faceta dramática do racismo estrutural, no que tange à relação do Estado com a população negra, se dá na atuação das forças policiais", acrescentou a coordenadora da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), Vera Lúcia Santana. Ela fez alusão aos dados da pesquisa do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania, que mostrou que em 2022, das 4,2 mil pessoas mortas em ações policiais, 65% eram negras.

"Os estudos publicizados na semana passada, que dão conta da matança de negros em nosso país, revelam, sem nenhuma tergiversação, que o Estado brasileiro está longe de se constituir numa nação. Não há unidade nacional quando vemos que o Estado vive precipuamente para negar direitos. O Estado gere um território de não direitos para a maioria da população brasileira. No Distrito Federal por exemplo, os negros são quase 57% da população, mas qual é sua representação nesse Estado?", reclama a jurista.

Ainda durante a audiência, Paim celebrou as recentes renovações de cotas sociais e raciais para universidades, como um avanço do Brasil no combate ao racismo estrutural (lei 14.723).

*Da Agência Senado

A eminente abertura de uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) tem gerado expectativa diante das possíveis indicações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nesta segunda-feira (25), a Plataforma dos Movimentos Sociais por Outro Sistema Político lança uma carta-manifesto que cobra do presidente a indicação de uma mulher negra para o cargo. Quem deixará o STF é a ministra Rosa Weber. A carta é apoiada por mais de 143 organizações que integram a Plataforma.

Resgatando uma das frases mais famosas de Lula, o manifesto inicia ressaltando que “Nunca antes na história desse país?” o STF, em 132 anos de existência, teve uma ministra negra. “É responsabilidade de todo e qualquer líder político agir de forma firme para sanar esta desigualdade”, avalia Jurema Werneck, uma das lideranças que integram a Plataforma. 

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Até hoje, apenas três homens negros ocuparam cadeiras na Corte. O documento relembra que desde o seu primeiro mandato até aqui, Lula indicou nove ministros para o STF: 1 mulher branca, 1 homem negro e 7 homens brancos.

“Ao indicar uma mulher negra para a mais alta Corte jurídica do País, o Presidente Lula  tem a oportunidade de fazer história, rompendo com o racismo e o sexismo estruturais,  reafirmando o seu compromisso com a diversidade de gênero e raça”, comenta Monique Damas, diretora executiva do Instituto Juristas Negras (IJN), uma das organizações que também participa da Plataforma.

Sendo o maior grupo demográfico do Brasil, as mulheres negras experimentam um cenário inverso nos espaços de poder e decisão. De acordo com dados da Folha de São Paulo, elas representam apenas 7% das magistradas de 1ª instância no país, já na segunda instância esse número cai para irrisórios 2%. 

“Não passa pela cabeça do presidente Lula colocar uma mulher negra no STF, mas nós precisamos pressionar para que ele tome essa decisão”, manifesta Valdecir Nascimento, co-fundadora do Odara - Instituto da Mulher Negra, que também participa da Plataforma. “O Brasil não é dele, é nosso, nós o colocamos lá", completa.

A publicação faz parte de uma ampla mobilização que tem encontrado ressonância em diversos outros movimentos importantes, como o Mulheres Negras Decidem, Coalizão Negra por Direitos e Ordem dos Advogados do Brasil. Um movimento que preza pela nomeação de uma mulher negra que atue no combate ao racismo, como destaca Jurema Werneck: “Que [a futura ministra] não esqueça que o racismo é  central na produção das iniquidades que enfrentamos e que a Constituição Federal determina a ela e a todas e todos os integrantes que persigam a igualdade.”

*Com a assessoria de imprensa

Nesta terça-feira (25), é comemorado o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, data que celebra as lutas por igualdade de gênero e reforça a importância do enfrentamento contra o racismo e o machismo. Sendo assim, figuras femininas da política brasileira estão dedicando o dia para fazer homenagens.

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), utilizou suas redes sociais para apresentar ações e propostas do seu mandato que relembram a contribuição de importantes nomes de mulheres negras do país, como a líder quilombola Tereza de Benguela, a escritora Carolina Maria de Jesus e a jornalista Glória Maria. 

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"O nosso lugar, o lugar da mulher negra, que é 26% da população, não pode mais ser um lugar de invisibilização. Lutemos pra que seja um lugar central na formulação de políticas públicas", escreveu.

Sua colega no Congresso Nacional, a deputada federal Carol Dartora (PT-PR), explicou a história de Tereza Benguela aos seus seguidores através de um post no seu perfil oficial no Instagram.

A deputada Daiana Santos (PCdoB-RS) também homenageou a data. Em suas redes sociais, ela destacou o crescimento da participação feminina em espaços de poder, porém ressaltou que "ainda precisamos avançar muito" como país.

"Ao longo dos anos, as mulheres negras foram conquistando seu espaço na sociedade. Atualmente, nossa participação é maior nas universidades, no parlamento, nos espaços de poder. Entretanto, ainda precisamos avançar muito. As mulheres negras são as que mais morrem, são as que recebem as menores remunerações no mercado de trabalho e estão em uma série de situações de vulnerabilidade", pontuou.

A primeira governadora negra do Rio de Janeiro, ex-senadora da República e atual deputada federal, Benedita da Silva (PT-RJ), fez um vídeo no qual explicou o que é celebrado no Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha.

"Hoje é um dia que marca muita luta e resistência! O Julho das Pretas também inclui a celebração à Tereza de Benguela, líder quilombola e símbolo da luta contra a escravidão. Viva as mulheres negras latino-americanas e caribenhas, que diante de toda dor e opressão, pariram Nações", afirmou.

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, usou seu Instagram para publicar uma foto ao lado da primeira vice-presidente negra da Colômbia, Francia Márquez, para homenagear a data. Ambas participam do Encontro Internacional de Mulheres Afrodescendentes, que reúne diversas lideranças políticas das Américas na cidade colombiana de Bogotá.

"Neste 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha, estou na Colômbia em uma comitiva do Ministério da Igualdade Racial e de parlamantares negras do Brasil", escreveu Anielle.

Outra ministra a celebrar a data é Luciana Santos (PCdoB-PE) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. "É um momento de celebrarmos e reforçarmos a luta pela igualdade de gênero e raça, que é de muitas que vieram antes de nós e segue sendo tarefa permanente e de toda a sociedade", escreveu a ministra em suas redes sociais.

Neste domingo (14), é comemorado o Dia das Mães, uma data que homenageia a importância de mulheres que lutam pelo o bem-estar de sua família, e mesmo com as dificuldades do dia a dia, não medem esforços para alcançarem objetivos. Sendo assim, o LeiaJá foi até a periferia da cidade de Olinda, na Região Metropolitana do Recife, para conhecer a história da mãe e empresária Luz da Silva, de 41 anos, uma mulher preta que através da dedicação com que desenvolve o seu trabalho e suas superações de vida, inspira as trajetórias de outras mães da localidade.

 Quando criança, a filha de analfabetos, nascida e criada em Jardim Fragoso, um dos bairros mais carentes do município, entrava no meio dos lixos da comunidade para contribuir na atividade do seu pai, um catador de materiais recicláveis. A intenção da então menina era garantir o sustento de sua família que enfrentava uma situação de vulnerabilidade social.

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''Muitas vezes a comida vinha do lixo'', conta Luz bastante emocionada, relembrando também sua contribuição na criação dos porcos do seu pai . ''Na minha infância eu já cuidava dos porcos. Era um trabalho bem difícil para uma garota que queria mudar aquela realidade tão complicada e sofrida'', completou.

Crédito: Arquivo pessoal

Mesmo com as dificuldades, Luz sabia que a educação era sua principal saída para abandonar de vez aquela dura realidade, então fez os cursos de magistério, técnico de enfermagem e, além disso, na fase adulta, se tornou sargento da Polícia Militar do estado de Pernambuco, cargo em que atualmente está de licença especial.

Hoje, no comando da empresa Luz Modas, consegue contribuir diretamente e indiretamente na vida de mulheres de todo o território nacional. A empresa com sede em Olinda, e com uma filial em Fortaleza, no Ceará, ajuda mães de periferias que pela ecassez de políticas públicas para o público feminino e a baixa escolaridade, não conseguem inclusão no mercado de trabalho. As colaboradoras que são moradoras da própria comunidade olindense, trabalham na produção de roupas, exercendo suas funções em um centro de distibuição localizado no bairro. Essas roupas são comercializadas em outros estados, através do empenho de mais de 13 mil mulheres sacoleiras das cinco regiões do país, que compram as peças e as revendem.

''Eu me sinto muito feliz de poder receber as mulheres da comunidade e capacitá-las, mostrando que elas também são capazes, são competentes. Todas as pessoas que trabalham no nosso centro de distribuição têm registro, e isso é uma coisa que a gente não abre mão, pois é importante que todas tenham uma carteira assinada para que de fato consigam através do trabalho transformar suas vidas'', disse.

A sua contribuição não só se resume as questões voltadas a empregabilidade de mulheres. Nos períodos das fortes chuva no estado, as pessoas das proximidades que residem às margens do canal do Fragoso, enfrentam as inudanções que invadem suas casas devido os transbordamentos em diversos trechos do canal. É nesse momento que a equipe de Luz entra em ação. ''A gente faz uma ação coletiva. Reunindo algumas mães do bairro, preparamos uma alimentação e kits emergenciais. Nenhuma mãe gosta de ver seu filho em uma situação tão vunerável como essa, sem ter o que comer, então fazemos um sopão e alimentamos não só as crianças daqui da comunidade, mas também as das comunidades vizinhas'', afirma a empresária.

Créditos: Arquivo pessoal

Ciente de que o município de Olinda é carente de ações públicas para as populações mais vulneráveis, Luz afirma que nunca contou com o apoio de parlamentares do município para desenvolver seus projetos sociais. ''Existem políticos que só querem o projeto para favorecerem suas imagens. Querem apoio de uma mulher negra que ajuda outras mulheres, e assim conseguirem votos da comunidade, porém nunca ajudam os moradores. A comunidade está cansada de falsas promessas. Não precisamos disso", pontua.

Mães do projeto

Créditos: Arquivo Pessoal

A colaboradora Maria dos Anjos, 41 anos, é uma das mães do projeto. Ela conta que através do seu atual emprego conseguiu melhorar a qualidade de vida dos seus três filhos. ''Eu estava há 3 anos desempregada, quando a Luz abriu as portas de sua empresa para mim. Eu estava desesperada com 3 filhos para criar. Minha autoestima lá embaixo, não me achava bonita, não me reconhecia como mulher. A Luz então me ajudou com o seu jeito humano que inspira outras mulheres. Ela nos incentiva, mostrando que somos capazes de tudo. Além disso, mostra que ser mãe, não só se resume a maternidade", disse Maria.

A sua amiga, a moradora Dayane Silva, 29 anos, é outra mulher que teve sua vida transformada após conhecer a história de superação de Luz. Ela que também é mãe de três crianças, trabalha na empresa e relatou na entrevista as dificuldades que enfrentava antes de conhecer a Luz Modas. ''Apenas o meu esposo trabalhava. A gente pagava aluguel, pagava água, energia, as crianças tomavam leite e usavam fraldas. E eu sentia a vontade de também contribuir. A dificuldade estava tão grande que eu já estava desesperada ao ponto que de não ter ânimo para nada na vida. A Luz me deu toda a oportunidade que eu precisava, além disso, me deu palavras de forças. A Luz mudou minha vida, e eu a agradeço muito'', disse a colaboradora.

Além de desenvolver ações que contribuem na vida de mães como a Maria e a Dayane, a empresária através de sua redes sociais dá dicas de empreendedorismo para mulheres que desejam crescimento profissional.

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O dia 8 de março é o Dia Internacional da Mulher, e marca as lutas e conquistas das mulheres em todo o mundo. As principais pautas levantadas, não apenas na data, mas também diariamente, são ligadas às garantias e direitos fundamentais, principalmente na afirmação das políticas públicas que defendem a existência da mulher na sociedade.

Uma das figuras que representa uma importante parcela das mulheres na política é Robeyoncé Lima, primeira advogada trans negra de Pernambuco. Dentro da política, Robeyoncé foi candidata a deputada federal nas últimas eleições, recebendo mais de 80 mil votos em todo o estado. Ela enxerga a representatividade da mulher trans na política como um vasto caminho a ser trilhado.

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Robeyoncé Lima, primeira advogada trans negra de Pernambuco/Crédito: Julio Gomes/LeiaJáImagens

“É importante porque a gente tem hoje uma dificuldade de representatividade. Nós, inclusive, somos o país que mais mata pessoas trans no mundo, e a gente precisa ocupar a política, que é o espaço de tomada de decisão em que se decide sobre nossas vidas”, declarou a ex-deputada estadual.

A deputada estadual Dani Portela (PSOL) compartilha da mesma visão, ao observar que, mesmo havendo um aumento do número de candidatas a cargos eletivos na política local, ainda não se vê um número efetivo de mulheres negras eleitas. “O Brasil é um país que tem um dos piores índices de participação de mulheres na política. Há menos mulheres na política no Brasil do que no Afeganistão, por exemplo.”, explica a deputada.

Na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), dos 49 deputados eleitos, apenas seis são mulheres. Diante das estatísticas atuais, Portela defende que a parcela ainda é muito desigual. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) de 2021, as mulheres são 51,1% da população. Em Pernambuco, a população feminina não foge à regra, preenchendo mais de 52% da demografia do estado. Além disso, a deputada ainda observa que a população brasileira é, no geral, negra, entre pretos e pardos. “Negros e negras são maioria na população brasileira, maioria na população de Pernambuco, e por que essa maioria não se reflete nos lugares de decisão?”, ela questiona.

“Muitas vezes escuto nas ruas as pessoas me dizendo ‘Dani, você se parece com uma tia minha’, ou com uma mãe, uma vizinha. E aí eu pego esse ‘parecer’ fisicamente e pergunto para a pessoa: olha aqui para o Parlamento. Olha para os deputados federais e estaduais, vereadores e vereadoras. Quem se parece com a tua irmã, prima ou vizinha? Por que as pessoas que estão lá não se parecem conosco? Porque nós não estamos chegando a esses lugares.”, declara Dani Portela, que faz parte da pequena parcela de deputadas negras na Alepe.

De acordo com o portal do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Mulher, 52% da população eleitoral no Brasil é composta por mulheres. No entanto, apenas a expressão de mulheres candidatas a cargos políticos nas últimas eleições, em 2022, foi de 33%, e apenas 15% foi eleita.

"Não existe democracia efetiva sem a maior participação das mulheres negras nos espaços políticos", finaliza Dani Portela.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) subiu a rampa do Palácio do Planalto neste domingo, 1º, acompanhado por cidadãos que representam "a riqueza e a diversidade do povo brasileiro", como afirmou o cerimonial da posse. Além disso, também levou em uma coleira a cachorra Resistência, adotada por ele e pela primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, no período em que ele esteve preso em Curitiba.

Lula recebeu a faixa presidencial das mãos de uma mulher negra. Emocionado, Lula vestiu a faixa e acenou aos presentes na Praça dos Três Poderes, repleta de apoiadores. Ele foi ovacionado no salão Nobre do Planalto.

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O presidente subiu a rampa acompanhado de representantes de diferentes grupos sociais, como o cacique Raoni, além de uma criança e uma pessoa portadora de deficiência física.

Foto: Sergio Lima / AFP

No rito de posse dos presidentes, o mandatário que assume o cargo recebe a faixa das mãos do antecessor. Entretanto, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou o País às vésperas da posse de Lula para não passar-lhe a faixa presidencial.

O cantor de pagode Salgadinho postou em seu Twitter, neste domingo (20), um vídeo que denuncia uma agressão de um policial a uma mulher. Nas imagens, a mulher é derrubada e leva soco. Seguidores do artista se revoltaram com o registro.

O caso aconteceu no Amapá. A mulher não concodou com a forma como os policiais fizeram uma abordagem com seu marido. Ela começou a filmar a ação, quando foi derrubada e agredida.

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“Não sei se viram essa patifaria aí. Mas a gente só se mexe quando o caso é na gringa”, escreveu o cantor. Nos comentários, os internautas expressaram indignação.

“Tem que divulgar o local pra gente saber que são os covardes. Pq a câmera mostra claramente que a mulher apenas estava filmando e dizendo quem era o rapaz. E eles foram pra cima dela na covardia”, postou uma seguidora do cantor. “Infelizmente isso nunca vai ter fim! Todos os dias vivenciamos atos covardes da polícia militar seja lá qual estado e país for”, escreveu outro internauta.

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Kemla Baptista é idealizadora da iniciativa 'Caçando Estórias'. Foto: Raphael de Faria

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Ao longo da história, os saberes ancestrais da população negra, que tradicionalmente são passados de forma oral, vem ganhando novas formas de registros por meio da literatura e também nas plataformas de interações sociais na internet. Educadoras e escritoras negras de Pernambuco movimentam esses acessos, promovendo educação antirracista no cotidiano da sociedade, em especial no das crianças, adolescentes e adultos afro-brasileiros. Neste sábado (25), Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha, o LeiaJá compartilha ações de educadoras que fazem a diferença entre alunos e famílias.

A caçadora de estórias 

“Eu não construí um modelo pedagógico! Eu me valho de referências pedagógicas relevantes. Com isso, a gente pensa o construtivismo, na pedagogia de Freinet; a gente pensa em educação popular, considerando aquela referência de movimento de Paulo Freire; pensamos em tantas outras referências importantes, mas nós temos que considerar que todas elas foram criadas, pensadas e experimentadas por pessoas brancas”. É a partir da fala concedida pela educadora e contadora de estórias Kemla Baptista que exploramos outras possibilidades de entender a educação e seus processos diversos que, além de ensinar o básico, tem a pretensão de conduzir “crianças ao patamar de desbravadora do universo das tradições afro-brasileiras e agente criadora de arte”.

Kemla é a idealizadora e realizadora da proposta de educação social 'Caçando Estórias', que há 12 anos compartilha saberes ancestrais por meio de ações multidisciplinares que envolvem contação de estórias, literatura, audiovisual, criação de conteúdo para a internet, teatro de objetos, música e dança sempre atravessada pelas africanidades. Para ela, “ouvir estórias é alimento para a alma e faz bem à pessoa de qualquer idade”.

Em entrevista ao LeiaJá, a psicoterapeuta com abordagem psicanalítica, Maria de Jesus Moura, analisa que é necessário que as crianças possam se ver representadas em diversos espaços e, através desse reconhecimento, fortalecer a autoestima não só de crianças negras, como também de adolescentes e adultos. “Uma atividade de contação de estórias pode ser extremamente importante, pois dá acesso às crianças a determinadas realidades positivas, saudáveis, de força, de elevação de autoestima”, enfatiza a psicoterapeuta, que também é mestra em psicologia social com estudos no campo racial e de gêneros.

Seguindo essa lógica, o Caçando Estórias, que iniciou sua trajetória nas periferias do Rio de Janeiro, dissemina em Recife a mesma dinâmica educacional. Assim como no Rio, Kemla dá seguimento às atividades - antes presenciais e agora virtual - como um processo que interrompe uma movimentação de pessoas não negras fazendo apropriação de símbolos pertencentes à diáspora negra para repassar os conhecimentos, sem a devida propriedade desses saberes.

I Caçando Estórias, que tem a oralidade como principal ferramenta de comunicação, teve início dentro dos terreiros de candomblé. Kemla afirma que há necessidade de ampliar a popularização do conhecimento ancestral, em outros espaços, sendo eles formais ou não. Nesse sentido, ela enfatiza que “prefere usar como referências quem vive e quem pertence” aos lugares de axé - nomenclatura dada às pessoas que fazem parte do candomblé - para traduzir as histórias contadas por ela. Essa atividade está ligada à educação antirracista, que vem criando espaços para promover debates e demandas de ensino acerca das filosofias e artistas que fazem parte da negritude.

Devido à necessidade de transmitir os valores e ensinamentos assimilados no terreiro, somada a algumas técnicas adquirida na academia, Kemla tornou-se voz para mediar rodas de diálogo e de contos tradicionais africanos em uma versão lúdica, pensados para facilitar a compreensão. Em 2017, motivada principalmente pela chegada da sua filha, Kemla passa a promover o seu trabalho no ambiente virtual, além das ações presenciais. Dessa forma, a iniciativa ficou mais próxima de crianças e adultos, negros e não negros, por meio de uma forma de educar que não está ligada ao capitalismo e nem ao neoliberalismo, segundo Kemla.

Foto: Raphael Faria

“São outras possibilidades de pensar um mundo de outra forma. E vai para a internet com essa bagagem de axé, para dar esse nova perspectiva de educação que quebra com a lógica dos pensamentos e ensinamentos eurocêntricos”, destaca Kemla.

Antes da pandemia, esse trabalho era feito em comunidades periféricas da capital de Pernambuco, como no Alto do Páscoal, localizado na Zona Norte de Recife. Além do Caçando Estórias, Kemla coordena outras três ações afirmativas, intituladas 'Nos Terreiros do Brasil' - contação de histórias, espetáculos e oficinas com base em técnicas de arteterapia para crianças -; 'Balaio de Leituras' - ação de mediação de leitura nas escolas públicas, particulares, bibliotecas e museus que trazem personagens negros em papéis socialmente valorizados -; e o 'Aguerézinho - evento anual que festeja os contos, tradições e vivências afro-brasileiras -.

Agora, durante o isolamento social em razão da pandemia do novo coronavírus, as atividades presenciais promovidas pela Kemla foram adaptadas para a produção de novos conteúdos nas redes sociais, com agenda de lives, por exemplo. Nos encontros virtuais, são realizadas contações de estórias e outras ações adaptadas para a plataforma, incluindo o incentivo para que as crianças e seus responsáveis pratiquem as recomendações de prevenção ao contágio do coronavírus, como lavar as mãos e usar máscara.

Com as novas rotinas na web, também surgiram novas reflexões quanto ao papel social que o Caçando Estórias tem desempenhado para com a população mais vulnerável. Diante desse dilema, outras ações foram realizadas por Kemla, como a arrecadação e entrega de cestas básicas e a produção de livro 'O Vovô Treloso Mais Treloso do Mundo', de forma gratuita e on-line para crianças periféricas. O conto infantil fala das vivências de seu avô Gentil.

Feito de forma autônoma, o projeto do livro foi abraçado pela marca de biscoito 'Treloso', da empresa Vitarella, que financia a confecção de mil exemplares. O lançamento será neste domingo (26), pelo perfil Caçando Estórias no Instagram.

Todas as produções de viés educativo e cultural de autoria da pernambucana deixam marcas positivas por onde passa, chegando a impactar mais de 25 mil pessoas, seja no recebimento dos saberes traduzidos em palavras ou pela entrega de cestas básicas, que servem de alento às famílias em situação de vulnerabilidade social.

Cores - Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os negros (pretos e pardos) representam 56% da população brasileira. Em Pernambuco, estima-se uma população de 9.557.071 pessoas, em que dessas, 60,4% são autodeclaradas pardas e 7,2% se dizem pretas. Os dados são de 2019. 

Das escrevivências 

Por meio das poesias, escritoras negras possibilitam que vivências e conhecimentos em comum na população possam ser documentados em linhas que aqui chamarei de ‘escrevivências’. Vinda de uma família humilde, a educadora e escritora Odailta Alves, que nasceu e foi criada na favela de Santo Amaro, no Recife, foi a primeira - entre os nove irmãos - a aprender a ler. Hoje, em razão da projeção a nível nacional do seu trabalho literário, Odailta lança virtualmente um novo livro chamado 'Pretos Prazeres'.

Odailta Alves é autora de cinco livros. Foto: Mayara Barbosa

A publicação conta com 75% das vendas totais pela internet. “Os livros ganharam voo e isso é também um processo de reconhecimento de trabalho que a gente vem fazendo há um tempo. Meu eu lírico é o lírico homem preto e mulher preta, principalmente mulher preta. Então, eu acho que as pessoas negras se veem representadas nessa literatura, porque a literatura sempre foi um espaço muito brancocentrado, um espaço de idealização da mulher branca e hipersexualização da mulher preta ou em lugar de serviços braçais”, enfatiza Odailta Alves, em entrevista ao LeiaJá.

A escritora também atua na Unidade de Educação para as Relações Étnicos-Raciais (Unera), que é gerenciada pela Gerência de Políticas Educacionais, Educação Inclusiva, Direitos Humanos e Cidadania (GEIDH), da Secretaria de Educação e Esportes do Estado de Pernambuco (SEE-PE). Em suas atribuições, estão as elaborações de estratégias que efetivam a aplicabilidade da Lei 10.639/2003, que trata inclusão no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade do ensino da história, da cultura, da luta afro-brasileira, além da contribuição do negro na formação da sociedade nacional; bem como da Lei 11.645/2008, que inclui no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e cultura afro-brasileira e indígena”.

É por meio da literatura que Odailta traz a idealização da mulher negra em espaço de afetividade, retratando-a como uma mulher de força, poder e de luta, mas não a imposta pela sociedade e sim uma força que emana das raízes fincadas de um povo que historicamente é colocado à margem. Mesmo com grande público negro, a escritora explica que há pessoas brancas que consomem as suas produções. “[Pessoas não negras] que tentem ler essa pessoa negra pelo seu lugar de fala e não pela voz do colonizador como tem sido historicamente e, nesse sentido, acaba sendo sim uma literatura que ajuda a promover uma educação antirracista. Porque vai quebrar com o imaginário racista, vai denunciar um processo histórico de escravidão que não encerrou em 1988, e vai denunciar as nuances do racismo que vai se reinventando; precisamos criar estratégias com relação a esse racismo”, enfatiza.

Odailta comemora os livros lançados. Foto: Priscilla Buhr

Até então, a escritora conta com cinco livros publicados, sendo o primeiro de nome 'Clamor Negro', em 2016, seguidos de Escrevivências' e 'Cativeiro de Versos', em 2018; 'Letras Pretas, em 2019; e 'Pretos Prazeres', lançado em 2020. O 'Escrevivências' está na segunda edição pela editora independente chamada Castanha Mecânica. 

“É muito bom ver esse quantitativo de livros saindo, sabe? Sem vínculos à editora nenhuma”, comemora. Enquanto produtora de arte, a escritora pernambucana diz que recebe feedbacks positivos sobre suas produções. Indo de uma geração à outra, Odailta inspira outras mulheres pretos por todo país, sendo escritoras ou não.

Educadoras explicam que, quando há espelhos, é possível construir novas narrativas para educar. Mesmo com esse fato apontado, a psicoterapeuta Maria Jesus Moura fala que em diversos setores ainda é possível identificar o racismo como estruturador de abordagens. Ela avalia que todo esse contexto de escravização e invisibilização histórica, “incidem naturalmente na saúde mental da população negra, mais ou menos, com ou sem resposta patológica, algumas ansiedades e depressões são bem frequentes”.

Na percepção da psicoterapeuta, em primeiro momento, é necessária uma admissão do racismo na esfera educacional. “A instituição educacional é atravessada por um conjunto de invisibilidades das populações negra e indígenas. Isso acontece fortemente quando não se vê representações delas em outros lugares, a não ser em outras crianças que pertencem ao ambiente escolar”, aponta. Contudo, diante de todas as dificuldades, como a falta ou pouca internet, poucos recursos financeiros, e mesmo com os novos obstáculos impostos pela pandemia da Covid-19, educadoras negras buscam caminhos para oferecer educação.

Por fim, basta olhar ao redor, que percebemos que as palavras verbalizadas ou redigidas por mulheres negras, como Kemla Baptista e Odailta Alves, servem de referências para diversos poetas e produtores de arte, dentro e fora do Estado. É importante ressaltar que os esforços para manter a educação antirracista fluida, estendem-se aos espaços educacionais formais, por meio de atividades similares aos trazidos nesta reportagem do LeiaJá. Essas atividades alcançam os pequenos e suas famílias.

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O auditório da Escola Pública Sagrado Coração de Jesus, localizada no Amaro Branco, Olinda, irá receber o evento “A Mulher Negra na Cultura: o ativismo como estratégia de resistência”, às 14h, nesta quinta (28). O evento faz alusão ao dia Internacional da Mulher, 8 de março, e pelo Dia da Eliminação da Discriminação Racial, 21 de março.

O evento promete em sua programação diversas atividades como palestras, apresentações culturais, recital de poesias, roda de diálogo, lançamento de livro, entre outros. A realização do evento é da Prefeitura de Olinda e Governo do Estado, através da Secretária Executiva da Mulher e Direitos Humanos, Coordenadoria de Igualdade Racial de Olinda e Comitê das Mulheres Negras Metropolitanas de Pernambuco.

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Serviço

“A Mulher Negra na Cultura: o ativismo como estratégia de resistência”

28 de março | 14h

Audutório da Escola Pública Sagrado Coração de Jesus ( R. Frei Afonso Maria, 199 - Amaro Branco, Olinda – PE)

Erika Januza não levou o 1° lugar da 'Dança dos famosos', como muitos telespectadores esperavam, mas deu um show com as palavras, neste domingo (16), na hora de agradecer pela oportunidade de participar do quadro. Vestida de princesa, a atriz fez um depoimento emocionante sobre a importância da representatividade da mulher negra.

“Quando eu era criança não tinha uma princesa negra e, quando eu vestir o figurino pela primeira vez eu chorei tanto pensando nessas meninas que estariam em casa assistindo e vendo que é possível, sabe? Eu posso ser o que eu quiser, a cor da minha pele não pode me impedir disso!”, declarou.

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Nas redes sociais, a atriz agradeceu o apoio do público. “Tudo é possível! Minha missão foi cumprida! Estou extremamente grata e feliz! Obrigada pela torcida! Pelo apoio! Curtidas! Votos! Foco e fé! O resto Deus faz por nós!”, escreveu.

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Tem início nessa segunda-feira (23), com a exibição do filme “O Xadrez das Cores”, A "12ª Semana da Mulher Negra Latino–americana e Caribenha", promovida pela Subsecretaria de Igualdade Racial, vinculada à Secretaria de Assuntos Difusos. A exibição será no Centro de Referência de Igualdade Racial, no CEU Ponte Alta. As ações ocorrerão até 28 de julho.

A atividade celebra o Dia da Mulher Afro-Latina-Americana e Caribenha, criada em 25 de julho de 1992, durante o I Encontro de Mulheres Afro-Latino-americanas e Afro-caribenhas, em Santo Domingo, República Dominicana, como marco internacional da luta e da resistência da mulher negra. No Brasil, a data também homenageia Tereza de Benguela, que foi uma importante líder quilombola no século 18.

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Programação

A 12ª "Semana da Mulher Negra Latino–americana e Caribenha" acontece de 23 a 28 de julho, com a seguinte programação:

23/07 – 18h – Cine Igualdade – “O Xadrez das Cores”. Local: CEU Ponte Alta – Rua Pernambuco, 836 – Jardim Ponte Alta.

24/07 – das 19h às 22h – Palestra: “Mulher Negra Latino-americana e Caribenha: Abolição, Protagonismo e Resistência” – Local: Auditório 7 do Adamastor – Centro (Avenida Monteiro Lobato, 734 – Macedo).

26/07 – das 14h às 21h – Comemoração do 1º ano do Centro de Referência de Igualdade Racial. Local: CEU Ponte Alta – Rua Pernambuco, 836 – Jardim Ponte Alta.

28/07 – das 10h às 18h – Feira da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha -2018. Local: Adamastor – Centro (Avenida Monteiro Lobato, 734 – Macedo).

No dia 14 de março, o país foi surpreendido com o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista dela, Anderson Gomes. A data agora será incluída no calendário oficial do Estado do Rio de Janeiro como homenagem a parlamentar psolista e um momento para refletir o genocídio de mulheres negras. 

O “Dia Marielle Franco - dia de Luta contra o genocídio da Mulher Negra” está previsto na Lei 8.054/18, sancionada pelo governador Luiz Fernando Pezão, na última quarta-feira (19). De acordo com a nova legislação carioca, “nesta data as instituições públicas e privadas a fim de refletir sobre o genocídio da mulher negra, promoverão debates e palestras”.

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De acordo com o Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência de 2017, jovens negras com idade entre 15 e 29 anos têm o dobro de chances de serem mortas do que mulheres brancas da mesma faixa etária. 

Até hoje, mais de quatro meses depois, não se sabe quem foi o mandante do crime e as causas concretas da execução da parlamentar. 

San Francisco terá London Breed como primeira prefeita negra, depois de uma apertada eleição nesta liberal cidade californiana, onde a população afro-americana está em declínio.

Breed, de 43 anos, venceu com pouco mais de 50% dos votos Mark Leno, após uma campanha na qual destacou sua modesta educação e prometeu responder à severa crise de moradia vivida na cidade.

"Não importa de onde você venha, não importa o que você decida fazer na vida, você pode fazer o que quiser", disse Breed, que será a única mulher à frente de uma das 15 principais cidades nos Estados Unidos.

Ex-presidente do Conselho de Supervisores de San Francisco, Breed venceu eleições que aconteceram em 5 de junho, mas cujo resultado demorou por conta da estreita diferença.

Seu adversário, Mark Leno, que teria sido o primeiro prefeito de San Francisco abertamente homossexual, reconheceu sua derrota nesta quarta-feira.

"Ela é uma mulher jovem e valiosa. Fará um grande trabalho e lhe desejamos o melhor. Seu sucesso será o sucesso de San Francisco", disse Leno.

O jornal San Francisco Chronicle destacou que sua vitória é especial notável porque o "exagerado custo de vida expulsou da cidade grande parte da classe média negra".

As estatísticas mostram que a população negra nesta cidade é de apenas 5%, e a maior parte vive em moradias públicas, de acordo com o Chronicle.

Dos 41.000 funcionários eleitos nos Estados Unidos, cerca de 2% são mulheres negras.

A norte-americana Stacey Abrams venceu nesta terça-feira (22) as primárias democratas e foi escolhida candidata ao Governo do estado da Geórgia, o que pode levá-la a se tornar a primeira governadora negra dos Estados Unidos.

Com 68% das urnas apuradas, a democrata, apoiada por Hillary Clinton, obteve 75,4% dos votos, contra 24,6% de sua rival Stacey Evans.

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Em uma publicação nas redes sociais, a candidata, de 44 anos, se declarou vencedora e agradeceu seus eleitores. "Esta noite é apenas o início. O caminho para [a votação de] novembro vai ser duro e longo, mas o próximo passo é um que tomamos juntos", escreveu.

O rival republicano de Abrams, por sua vez, ainda não foi conhecido. O atual vice-governador, Casey Cagle, está liderando a apuração com 38,6% dos votos, enquanto que o secretário estadual de Estado, Brian Kemp, aparece com 26,3%. Mesmo assim, os dois ainda devem se enfrentar em um segundo turno já que nenhum alcançou 50% dos votos.

Se eleita no estado considerado conservador, Abrams se tornaria a primeira mulher de uma minoria étnica a liderar a região, que nos últimos anos tem sido comandada por republicanos.

Atualmente, o estado conta com 32% de população negra. A candidata é considerada uma estrela em ascensão na ala progressista do Partido Democrata, tendo ganhado destaque na Convenção Nacional em 2016, durante a campanha nas eleições presidenciais, que Donald Trump saiu vencedor. 

Da Ansa

Na manhã desta quinta (15), a morte da vereadora Marielle Franco, assassinada na última quarta (14), no Rio de Janeiro, foi pauta do Programa Encontro com Fátima. A escritora Ana Paula Lisboa, convidada para falar sobre o caso, aproveitou o momento para apontar um detalhe significativo relativo ao tema e à própria equipe do programa. 

Ana Lisboa esteve com Marielle, momentos antes de sua morte, em uma reunião de jovens negras. Ao iniciar sua fala no programa, ela revelou o motivo que a fez aceitar o convite para falar sobre o crime que cefou a vida da vereadora: "É péssimo estar aqui falando sobre isso, porque eu poderia falar sobre muitas outras coisas. Mas, na verdade, eu só vim porque a produtora que me ligou hoje cedo... Eu estava pronta para dizer 'não', e ela falou pra mim: 'Ana, eu sou a única mulher negra na produção, e a gente precisa falar disso'".

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Prontamente, Fátima Bernardes respondeu ao comentário da escritora: "E a gente sempre procura falar sobre isso no programa, das mais variadas formas. Para nós, também é muito melhor quando a gente não fala sobre dor e fala sobre lutas e sobre conquistas. Mas tem hora que não tem como", disse a apresentadora. Ao que Ana completou: "Eu tive que vir porque o trabalho da Marielle era exatamente este: trazer as pautas das mulheres, das mulheres negras, das mulheres faveladas. Trazer os corpos, na verdade, destas mulheres para ocupar espaços e para falar sobre outras coisas". 

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A população brasileira tem 51% de mulheres e 54% de negros, mas os homens brancos dirigiram 75,4% dos longas-metragens nacionais lançados comercialmente em 2016, um total de 142 filmes. Na outra ponta da tabela, as mulheres negras não assinaram a direção, o roteiro ou a produção executiva de nenhum filme nacional naquele ano.

Os dados foram apresentados hoje (25) pela Agência Nacional de Cinema (Ancine) e fazem parte do estudo Diversidade de Gênero e Raça nos lançamentos brasileiros de 2016.

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A pesquisa levantou 1.326 profissionais – atuando na direção, produção e como atores - envolvidos nos 142 longas lançados comercialmente em 2016. No recorte de gênero, 62% eram homens e 38%, mulheres. Já em relação à raça, 71% foram identificados como brancos, 5% como pretos e 3% como pardos, segundo a terminologia do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nenhum indígena foi contabilizado essas produções, e não foi possível determinar a raça de 21% dos profissionais.

A definição da cor da pele dos profissionais foi feita por dois analistas, que, quando entravam em divergência, submetiam a classificação a uma comissão de sete pessoas.

O estudo concluiu que 75,4% dos diretores desses longas são homens brancos e 19,7%, mulheres brancas. Os homens negros, por outro lado, dirigiram 2,1%, e as mulheres  negras não assinaram a direção de nenhum dos 142 filmes. 

O roteiro desses filmes também foi escrito principalmente por homens brancos (59,9%), mulheres brancas (16,2%) e parcerias entre homens brancos e mulheres brancas (16,9%).  Os homens negros foram roteiristas em 2,1% dos filmes e estiveram em parcerias com homens brancos em 3,5%. Os longas-metragens brasileiros lançados em 2016 também não tiveram nenhuma mulher negra como roteirista, segundo a pesquisa. 

Na produção executiva dos filmes, as mulheres brancas (36,9%) ficaram à frente dos homens brancos (26,2%). Parcerias entre mulheres e homens brancos realizaram mais 26,2% dos filmes. Os homens negros permaneceram no percentual de 2,1% nesta função, e as mulheres negras, mais uma vez, foram totalmente excluídas.

Defensora das mulheres negras no Brasil pela ONU Mulheres, a atriz, roteirista e diretora negra Kenia Maria destaca que é preciso abrir espaço para que novas narrativas transformem o imaginário da população sobre o negro no Brasil. "Têm milhares de histórias que não estão sendo contadas. E o mais graves é que, na maioria das vezes, quando elas são contadas, elas são contadas por brancos", diz ela. “Se a gente respeita a diversidade do Brasil, são mais de 110 milhões de habitantes [negros], e a gente precisa ser ouvido, a gente tem história bonita pra contar”.

Desigualdade nos elencos

A desigualdade racial apontada nas funções de realização no cinema brasileiro continua quando observado o elenco principal dos filmes. Segundo a Ancine, apenas 13,3% do elenco dos 142 filmes eram formados por pretos e pardos.

De acordo com a pesquisa, 42% dos filmes lançados no Brasil em 2016 não tiveram ator ou atriz negro ou negra no elenco principal, e 33% dos longas foram filmados com apenas 1% a 20% de negros. Somente 9% dos filmes têm ao menos 41% dos papéis principais ocupados por negros, que representam 54% da população do país.

Financiamento público

A cineasta Sabrina Fidalgo acompanhou a apresentação dos dados e pediu a palavra para lembrar que muitos desses filmes recebem recursos públicos, pagos também pela população negra que fica de fora deles.

"Esses filmes são, em sua maioria, financiados pela Ancine com dinheiro público, e, sendo a população negra a maioria no país, a conclusão que se chega é que pessoas negras patrocinam filmes em que elas não são representadas. A população negra é mecenas de filmes de realizadores brancos, filmes excludentes racialmente ou por questões de gênero".

Segundo a pesquisa, 61,3% dos filmes analisados tiveram recursos de incentivo, sejam eles diretos ou indiretos. Apesar de a presença de mulheres ser maior entre esses filmes, a de negros fica ainda menor.

Os dados mostram que 100% dos filmes incentivados foram dirigidos por brancos e 98% também foram roteirizados por brancos. Entre os filmes não incentivados, 94% dos diretores são brancos, e 93% dos roteiristas também.

A presença de negros na direção dos filmes, segundo a Ancine, aumenta as chances de haver mais atores e atrizes negras em 65,8%. Quando o roteirista é um homem ou uma mulher negra, as chances aumentam em 52,5%.

Corrigindo diferenças

Para o cineasta mineiro Joel Zito, é preciso adotar uma medida semelhante a que foi tomada para reduzir as desigualdades entre os incentivos à produção audiovisual do Sudeste e das outras regiões do país. A agência já trabalha com indutores regionais que determinam a participação de projetos do Norte, Nordeste e Centro-Oeste em editais, respeitando exigências técnicas.

“A Ancine já tem experiência em corrigir desigualdades, e o que estou pleiteando é que essa experiência seja aplicada pra corrigir essa desigualdade de gênero e raça”, argumentou o cineasta, que considera inadmissível o nível de desigualdade entre negros e brancos no cinema brasileiro. "Não se trata de criar políticas para minorias. Se trata de criar políticas para a maioria. A maioria está excluída".

O secretário do audiovisual do Ministério da Cultura, João Batista Silva, também assistiu à apresentação e reconheceu que “há uma dívida histórica com a população negra, e uma dívida cultural com a questão de gênero”. Ele afirmou que o assunto será discutido na próxima reunião do Conselho Superior de Cinema, em 6 de fevereiro, e que o próximo edital da Secretaria de Audiovisual trará ações nesse sentido já em 7 de fevereiro.

"Estamos finalizando um grande programa de fomento da Secretaria de Audiovisual que será lançado nos próximos dias. Esse programa terá, sim, resposta para essas questões. Terá ali um tratamento bastante significativo e realista para essa questão", prometeu.

Nesta quinta-feira (20), o Teatro Apolo recebe o evento ‘Trajetória - O espaço social e artístico da mulher negra’. O encontro vai abordar a inserção e o resgate da autoestima da mulher negra no espaço social e artístico, com base nas experiências vividas pelas mulheres durante sua trajetória entre Portugal e Brasil.

O diálogo terá o intermédio de Isabél Zuaa, atriz que vive a escrava Zuaa, também conhecida como Preta, personagem que será fundamental na trajetória política do protagonista do filme Joaquim, longa escrito e dirigido por Marcelo Gomes e que será exibido durante o evento.

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O filme relata a vida do protético e alferes da Guarda Real Joaquim José e seu processo de consciência política ao se tornar um rebelde contra o domínio colonial português. Julio Machado, Isabél Zuaa, Nuno Lopes, Rômulo Braga e Welket Bungué estão no elenco do filme rodado na região de Diamantina, em Minas Gerais, em coprodução com Portugal e Espanha.

O encontro é fruto de uma parceria entre a produção do filme e a Rede de Mulheres Negras de Pernambuco, articulação política que atua no enfrentamento ao racismo e a todas as formas de violência contra as mulheres negras e desenvolve também ações de valorização desse segmento da população. Confira o trailer: 

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Serviço

“Trajetória - O espaço social e artístico da mulher negra / com Isabél Zuaa”

Quinta-feira (20) | 17h

Auditório do Apolo 235 (Rua do Apolo, 235, Bairro do Recife – entrada pela Rua do Observatório)

Entrada franca

Na próxima quinta-feira (4), será realizado o evento Violência Contra a Mulher Negra: 10 anos da Lei Maria da Penha, na UNINASSAU – Centro Universitário Maurício de Nassau, no Recife. O encontro será promovido das 19h às 22h, no bloco B da instituição. 

O evento contará com uma mesa redonda para debate do tema e é promovido pelo Núcleo de Estudos Afrobrasileiros, Indígenas e de Povos Tradicionais (NEABIT). A apresentação será da coordenadora do curso de Serviço Social da UNINASSAU e membro do NEABIT, Michelli Nascimento.

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A mesa será composta pela coordenadora da Política de Saúde Integral da População Negra da Prefeitura do Recife, Rosimary Santos; a coordenadora do Núcleo da Cultura Afrobrasileira do Recife, Alzenide Simões; o gerente de Igualdade Racial e coordenador do Programa de Combate ao Racismo Institucional da Prefeitura do Recife, o psicólogo social Samuel Barros; e a assistente social da 1ª e 3ª Vara da Mulher do Recife, Débora Oliveira. A palestra de abertura será da integrante do Instituto Maria da Penha, Regina Célia. 

Os interessados em participar do evento devem doar um kit de higiene pessoal feminina, contendo pasta de dente, absorvente, desodorante, sabonete ou xampu e condicionador. As arrecadações serão entregues ao Centro de Acolhimento de Mulheres Vítimas de Violência – Clarice Lispector.

Serviço

Evento Violência Contra a Mulher Negra: 10 anos da Lei Maria da Penha

Local: UNINASSAU – Centro Universitário Maurício de Nassau

Endereço: Rua Guilherme Pinto, 400 – Graças

Horário: 19h às 22h

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A Prefeitura do Recife na próxima quinta (25), Dia Internacional da Mulher Negra, Latino Americana e Caribenha promove uma Roda de Diálogo sobre Mulher Negra e Sustentabilidade. O evento é realizado pelas Secretarias da Mulher e de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, às 9h, no 15º andar da sede da Prefeitura.

O objetivo é ampliar e fortalecer a luta das mulheres negras pelo reconhecimento de sua identidade e a abolição do racismo, sexismo, discriminação, preconceito e desigualdades raciais e sociais. Mãe Nazinha Ialorixá (também coquista) será homegeada na ocasião.

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O evento é aberto é aberto ao público, que será recebido por uma roda de capoeira formada só por mulheres.

Serviço

Dia da Mulher Negra Latina Americana e Caribenha

Quinta (25) | 9h

Auditório da PCR (Cais do Apolo, 925 - Bairro do Recife, 15º Andar)

Gratuito

 

No Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha, celebrado em 25 de julho, a Prefeitura do Recife (PCR) realiza uma Roda de Diálogo sobre Mulher Negra e Sustentabilidade. O encontro está marcado para às 9h, no auditório da PCR, que fica no 15º andar.

A ideia é ampliar e fortalecer a luta das mulheres negras pelo reconhecimento de sua identidade e abolição do racismo, sexismo, discriminação, preconceito e desigualdades raciais e sociais, em instituições e na sociedade. 

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Será prestada homenagem à Mãe Nenzinha, Ialorixá, que há 72 anos reúne inúmeros fiéis do candomblé da Jurema no "Acorda Povo" em celebração ao Orixá do Fogo (Xangô), pelas ruas da vila das Lavadeiras, no bairro de Areias. O evento é aberto a todas as pessoas, que serão recebidos por uma Roda de Capoeira,formada só por mulheres capoeiristas.

Serviço: Dia da Mulher Negra Latina Americana e Caribenha

Quando: 25 de Julho de 2013 (Quinta-Feira)

Horário: A partir das 9 horas

Local: Prédio Sede - Cais do Apolo, 925 - Bairro do Recife - Auditório da PCR (15º Andar)

Com informações da assessoria

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